UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
BRUNO PEREIRA DELPENHO
COMPARAÇÃO DA ESCALA DE OMNI-RES COM O PROTOCOLO DE
BRZYCKI NA PREDIÇÃO DE 1-RM EM UM EXERCÍCIO RESISTIDO
JUIZ DE FORA - MG
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
BRUNO PEREIRA DELPENHO
COMPARAÇÃO DA ESCALA DE OMNI-RES COM O PROTOCOLO DE
BRZYCKI NA PREDIÇÃO DE 1-RM EM UM EXERCÍCIO RESISTIDO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado a fim de obtenção do título
de Bacharel em Educação Física e
Desportos pela Faculdade de Educação
Física e Desportos da Universidade
Federal de Juiz de Fora.
Orientador: Prof. Ms. Jeferson Macedo
Vianna
JUIZ DE FORA – MG
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
Trabalho de Conclusão de Curso: COMPARAÇÃO DA ESCALA DE OMNIRES COM O PROTOCOLO DE BRZYCKI NA PREDIÇÃO DE 1-RM EM UM
EXERCÍCIO RESISTIDO
Elaborado por: Bruno Pereira Delpenho.
BANCA EXAMINADORA:
___________________________________________________
Prof. Ms. Jeferson Macedo Vianna (orientador)
Universidade Federal de Juiz de Fora
___________________________________________________
Prof. Dr. Jorge Roberto Perrout de Lima
Universidade Federal de Juiz de Fora
___________________________________________________
Prof. Esp. Marcio Luis de Lacio
Universidade Salgado de Oliveira
Dedico este trabalho de conclusão
de curso ao meu irmão e amigo
Vinícius, minha fonte de inspiração,
paz e harmonia.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, por ter me dado o dom da vida.
Aos meus pais, Maria Aparecida e Antônio por me ensinarem o verdadeiro
caminho da vida.
Ao meu orientador e amigo Jeferson Macedo Vianna, por ter acreditado na
proposta e ter dedicado horas de trabalho na produção do mesmo, ajudandome assim em minha graduação.
A todos os meus familiares que me apoiaram durante o curso, em especial aos
meus avós Angelina e Jair.
A todos os verdadeiros amigos da faculdade, grandes incentivadores durante o
percorrer de minha graduação.
Aos professores, Doutor Jorge Roberto Perrout de Lima e Especialista Marcio
Luiz de Lacio, que aceitaram compor a minha banca de avaliação.
Em especial à Pâmela Ferreira, por ter participado de grande parte do meu
processo de graduação ajudando-me durante todos os momentos.
RESUMO
A busca pela prática de atividade física vem crescendo a cada dia que passa e dentre as várias
práticas possíveis o treinamento de força é uma das mais procuradas entre os novos
praticantes, pelo fato da mesma ser utilizada para a busca do condicionamento físico (FLECK &
KRAEMER, 1999). Para a prática do treino de força é importante que as cargas de treino sejam
criteriosamente determinadas (FLECK & KRAEMER, 1999) e com isso várias formas são
propostas por alguns autores como as escalas de percepção subjetiva de esforço como a de
OMNI-RES, que foi criada por Lagally & Robertson (2006) que possui dez descritores verbais e
quatro visuais e também para a finalidade de prescrição, equação de predição de 1-RM
(Brzycki, 1993) foram criadas, porém para alunos iniciantes esse teste não possui a
confiabilidade esperada além de os indivíduos poderem se lesionar (PEREIRA & GOMES,
2003), com isso, o objetivo do estudo foi comparar a escala de OMNI-RES com o protocolo de
Brzycki na predição de 1-RM no exercício de supino reto na barra livre. Foi realizada uma
metodologia descritiva onde 15 indivíduos com média de idade de 22,27 anos e % de gordura
com média de 13,76%. Como resultados do estudo, obteve-se que é possível comparar a
massa total do indivíduo e a carga levantada durante o exercício com a descrição verbal obtida
através da escala de OMNI-RES, tendo como resultados r = 0,75 para a relação 1-RM/MC
(OMNI-RES e massa corporal) e OMNI-RES e r = 0,69 para a relação 1-RM carga e OMNIRES e r = 0,75 para a relação 1-RM/MCM (OMNI-RES e massa corporal magra). Como
conclusão é possível comparar os resultados obtidos pelo protocolo de Brzycki em relação aos
resultados obtidos pela escala de OMNI-RES.
Palavras – chave: Percepção subjetiva do esfoço, treinamento resistido, 1-RM.
ABSTRACT
More and more people have sought physical activities lately and doubtlessly strength training is
one of the most wanted practices, once it brings not only strength capability but also physical
conditioning (FLECK & KRAEMER, 1999). For a healthy strength training it’s relevant that the
load be precisely determined (FLECK & KRAEMER, 1999) and thus different formula are
proposed by authors such as subjective perception rate of OMNI-RES, given by Lagally &
Robertson (2006) This attempt, however, is not ideal for beginners. Moreover, it’s appointed to
be cause of frequent injuries (PEREIRA & GOMES, 2003), which brought the study’s focus to
comparing the rate of OMNI-RES to the protocol of Brzycki on 1-RM at straight weights practice.
There was a describing methodology in which 15 people aged 22 through 27 and 13,76% fat
average who accepted to take part in the study after they had read, agreed and signed the
compromise form. As a conclusion, it was found that it is possible to compare the individual’s
corporal mass to the load he or she can raise according to OMNI-RES rate. The results are r =
0.75 for 1-RM/MC X OMNI-RES, r = 0.69 for 1-RM X OMNI-RES and r = 0.75 for 1-RM/MCM
(OMNI-RES and thin corporal mass).
Key words: Resisted training, subjective perception of the effort, 1-RM.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................
...4
OBJETIVO.............................................................................................................
...8
METODOLOGIA....................................................................................................
...9
Tratamento
estatístico...............................................................13
RESULTADOS......................................................................................................
.14
DISCUSSÃO..........................................................................................................
.18
REFERÊNCIAS.....................................................................................................
.20
ANEXOS................................................................................................................
.22
INTRODUÇÃO
O treinamento de força é uma das formas de exercício mais utilizadas
para o condicionamento físico, tanto de atletas, quanto de não atletas (FLECK &
KRAEMER, 1999). Myer (2005) relata que as evidências mostram que os
programas de treinamento neuromuscular são eficientes para a melhora da
performance. Segundo Surakka (2005), o treino de força é fundamental para a
manutenção da qualidade de vida, saúde e qualidade funcional.
A popularidade crescente do treinamento de força estimula vários
pesquisadores a estudarem seus efeitos (BAECHLE & GROVES, 2000). Os
benefícios que podem ser proporcionados pelo treinamento de força são
inúmeros. Melhora na estética corporal, preparação física, prevenção de
problemas posturais, articulares e lesões músculo-esquelético são alguns
exemplos (FLECK & KRAEMER, 1999) e ainda, o treinamento de força tem sido
eficaz em retardar o aparecimento de certas disfunções ocasionadas pelo
envelhecimento (FIATARONE et al., 1990; HAGERMAN et al., 2000; VINCENT et
al. 2002).
O American College of Sports Medicine (2009) também cita a importância
do treinamento de força para a manutenção da qualidade de vida das pessoas e
recomenda que sejam realizados de duas a três sessões semanais, de oito a dez
exercícios para os principais grupos musculares por sessão e, de oito a quinze
repetições por exercício.
Para que um programa de treinamento de força surta os efeitos
desejados, é muito importante que as cargas de treinamento sejam
criteriosamente determinadas. Somente através da utilização da carga correta é
que um programa de exercícios poderá atingir o sucesso (FLECK & KRAEMER,
1999).
A maior parte dos indivíduos não possui experiência na realização de tal
atividade, implicando assim numa maior atenção por parte do profissional de
Educação Física. Existem muitas maneiras para prescrever a carga ideal de
treinamento. Uma forma popular e simples para determinação da carga de
trabalho é o teste de uma repetição máxima (1-RM) ou teste de carga máxima,
que é a máxima carga que pode ser levantada por apenas uma vez em um
movimento completo (PEREIRA & GOMES, 2003). Ainda de acordo com Pereira
& Gomes (2003), a não realização do teste de 1-RM pode sub ou
superdimensionar a prescrição do exercício. Após a identificação da 1-RM, as
cargas de treinamento serão, então, prescritas, de acordo com um percentual da
carga máxima (ABADIE & WENTWORTH, 2000) e seus objetivos. A Tabela 1
mostra alguns exemplos sobre o valor do percentual de carga máxima e
respectivos objetivos do treinamento (FLECK & KRAEMER, 1999).
Tabela 1: Relação entre objetivos do treinamento e percentual de 1-RM indicado
Objetivo
%1-RM
Resistência muscular localizada
40 – 60
Força explosiva
60 – 80
Hipertrofia
80 – 90
Força dinâmica
90 - 100
De acordo com Dias et al (2005), a confiabilidade em testes de 1-RM
para alunos novatos não é muito considerável, além dos indivíduos estarem
correndo risco de se lesionar (PEREIRA & GOMES, 2003). De acordo com
Pereira & Gomes (2003), para evitar o risco de lesões, há uma busca cada vez
maior de métodos para fazer com que se chegue ao determinado 1-RM sem que
o indivíduo realize o teste máximo, através de equações de predição de 1-RM,
nas quais o indivíduo realiza um número máximo de repetições com uma
determinada carga submáxima, e esses valores são utilizados nas equações sem
que haja o risco de lesões e/ou até mesmo a desistência do aluno. Algumas
equações têm sido fundamentadas com o intuito de também evitar que o aluno
realize o teste de 1-RM, porém ainda existem dúvidas enquanto a confiabilidade
das mesmas, fazendo assim com que sejam menos utilizadas. Dentre essas
equações, encontramos a de Brzycki (1993), que é uma das mais confiáveis, por
apresentar r = 0,99 para o exercício de supino reto no banco horizontal
(NASCIMENTO et al, 2007).
Ao pensar em avaliar um novo aluno, o profissional de Educação Física
deve também levar em consideração as escalas de percepção subjetiva do
esforço (PSE), tendo em vista que as mesmas podem demonstrar como
funcionam as características psico-biológicas desta pessoa, fazendo assim com
que possamos conhecer os componentes biológicos e emocionais que ocorrem
quando um indivíduo realiza um exercício físico. O conceito de esforço percebido
foi introduzido no final da década de 50 por Borg, Dahlströn, juntamente com os
métodos para medir o esforço percebido em geral (MOURA et al, 2003).
Pensando nessa percepção subjetiva do esforço para atividades
aeróbias, Robertson et al (2000) apresentaram um tipo de escala para avaliação
da PSE diferente de outras já conhecidas, que é a escala para treinamento de
força de OMNI (anexo 1). Essa escala possui onze categorias que vão de 0 a 10 e
contém seis descritores verbais (extremamente fácil, fácil, um pouco fácil, um
pouco difícil, difícil e extremamente difícil). Porém sua diferença está na existência
de quatro figuras descritivas para auxiliarem a interpretação do esforço. A escala
de OMNI surgiu a partir do crescente interesse clínico em mensurar a PSE de
crianças e adolescentes, pois os mesmos possuem dificuldade de interpretação
exata dos descritores verbais das escalas que são utilizadas em adultos. O nome
da escala provém da contração contemporânea da palavra omnibus, utilizado
para fornecer à escala uma propriedade abrangente (ROBERTSON et al, 2001). A
primeira Escala de OMNI criada para exercícios contra resistência em adultos foi
validada por Lagally & Robertson (2006), sendo que a mesma possui imagens de
um indivíduo elevando uma barra com pesos, sendo que esses ficam mais
pesados à medida que as imagens se distribuem ao longo da escala. Outro fator
importante da escala é que além de estar numa linguagem mais voltada para a
população adulta, apresenta os descritores verbais diretamente voltados para a
atividade especifica, no caso, o treino de força.
OBJETIVO
O presente estudo tem como objetivo comparar os resultados obtidos
na escala de OMNI-RES com os resultados obtidos no protocolo de Brzycki na
predição de 1–RM no exercício supino reto com barra livre.
METODOLOGIA
Foi realizada uma metodologia descritiva, na qual os avaliados foram
submetidos ao estudo logo após serem previamente esclarecidos sobre os
propósitos da investigação e procedimentos aos quais seriam submetidos, com
isso eles deveriam aceitar e assinar o termo dede consentimento livre e
esclarecido (Anexo 2).
O presente estudo utilizou 15 indivíduos do sexo masculino que foram
escolhidos ao acaso, com média de idade de 22,27 anos (sendo que para
participar do estudo era necessário que o indivíduo tivesse entre 18 e 30 anos),
aparentemente saudáveis e fisicamente ativos (realizam atividade física regular
sistematizada por mais que duas vezes por semana) além de ter experiência
de pelo menos seis meses em treino resistido.
Como critérios de exclusão, não participaram do estudo qualquer
individuo que possuísse alguma patologia que impeça a realização dos
movimentos necessários ao mesmo (hipertensão, cardiopatia, diabetes, entre
outros), assim como também indivíduos que façam a utilização de remédios
controlados não puderam participar do mesmo, pois o teste de 1-RM não é um
método elaborado para iniciantes, adolescentes, sedentários e para os casos
de
recuperação
articular
e
muscular,
porque
requer
um
nível
de
condicionamento e de habilidade desenvolvido (VIANNA & NOVAES, 2009).
Os indivíduos foram submetidos à avaliação antropométrica para uma
melhor caracterização da amostra, e o percentual de gordura foi avaliado de
acordo com a espessura de três dobras cutâneas propostas no protocolo de
JACKSON & POLLOCK (1978) para homens, e a partir dessa avaliação a
média do percentual de gordura obtido foi de 13,76%.
Os indivíduos realizaram um aquecimento leve (entre cinco a dez
repetições com uma carga de 40 a 60% do máximo percebido) seguido de um
minuto de descanso com alongamento, realizando de 3 a 5 repetições de 60 a
80% do máximo percebido (ACMS, 2000). Logo após os mesmos realizaram
um teste de medição indireta de força máxima proposto por Brzycki (1993),
onde foi utilizada uma carga que os possibilitará realizar de oito a dez
repetições no exercício de supino reto na barra livre, carga essa que
corresponda a 80% de 1–RM de determinado exercício de acordo com Brzycki
(1993).
Para cada execução houve um intervalo de 7 minutos para a
recuperação do sistema ATP-CP, que é a principal fonte energética utilizada
durante a execução do movimento (VIANNA & NOVAES, 2009).
Após um intervalo de 7 minutos, foi mostrada aos indivíduos a escala
de OMNI-RES para que os mesmos pudessem dizer qual descritor verbal
correspondia à força que foi realizada pelo mesmo durante o exercício. Logo
após a realização dessa medida indireta de força máxima, os valores obtidos
(quantidade de carga utilizada e número de repetições realizadas), foram
utilizados na fórmula proposta por Brzycki (abaixo) para que assim
pudéssemos saber o valor de 1–RM para determinado exercício do indivíduo.
1-RM = 100 x carga rep / (10278 – 2,78 x rep)
Onde:
* carga rep: valor da carga de execução das repetições expressa em
kg,
* rep: número de execuções executadas.
Logo após a realização do método proposto por Brzycki no supino reto
com barra livre, os indivíduos realizaram o teste de 1–RM com a carga
proposta após a utilização dos valores obtidos através da fórmula de Brzycki
para assim sabermos se os valores de carga utilizados são realmente
condizentes ao que foi proposto pelo autor. Após a realização do teste de 1-RM
de acordo com a carga estabelecida por Brzycki os indivíduos passaram por
um intervalo de 7 minutos para que assim, novamente, os indivíduos pudessem
dizer qual descritor verbal correspondia à força que foi realizada pelo mesmo
durante o exercício.
Logo após esse intervalo, os indivíduos realizaram um reteste para
saber se a carga encontrada a partir do protocolo de Brzycki foi realmente
condizente à carga de 1-RM do indivíduo. Para os indivíduos que realizaram
mais de 1 repetição a partir de resultados obtidos pelo protocolo de Brzycki
foram adicionadas cargas extras para que assim fosse encontrado o 1-RM dos
indivíduos. Para os indivíduos que realizaram 2 repetições com a carga obtida
através de Brzycki fora adicionado 4Kg ao total da carga e para os que
realizaram 3 repetições fora adicionado 6 kg ao total da carga, para que assim
fosse encontrado o real 1-RM de cada indivíduo.
Para melhor discriminar a realização do exercício, foram estabelecidas
as seguintes etapas de execução: posição inicial, fase concêntrica e fase
excêntrica, pois para realizar-se esse tipo de teste, necessita-se que a técnica
do exercício esteja correta (BAECHLE & GROVES, 1992). A descrição
detalhada nos exercícios em cada fase é apresentada a seguir.
Supino reto na barra livre
A) Posição inicial  Deitado sobre um banco horizontal, glúteos
apoiados no banco, pés em contato com o solo, segurando a barra com as
mãos em pronação afastadas uma da outra em distância superior à largura
entre os ombros com os braços semi – estendidos.
B) Fase concêntrica  Inspirar e realizar abdução horizontal do ombro
e flexão do cotovelo controlando o movimento até o peito.
C) Fase excêntrica  Realizar adução horizontal dos ombros,
estendendo os cotovelos, expirando no final do movimento, voltando assim à
posição inicial.
Os indivíduos realizaram as atividades do seguinte modo:
Atividade
Aquecimento
Alongamento / Descanso
Aquecimento
Intervalo
80% de 1-RM
Intervalo
PSE de acordo com OMNI
Teste de 1-RM
Intervalo
PSE de acordo com OMNI
Reteste 1-RM
Tempo / Intensidade
5 – 10 reps (40 – 60%)
1 minuto
3 – 5 reps (60 – 80%)
7 minutos
----7 minutos
--------7 minutos
---------
Os testes foram realizados com uma barra de aço e um banco
horizontal ambos da marca Righetto, aparelhos esses que a própria faculdade
possui em seu laboratório.
Tratamento estatístico
Para analise foram utilizadas a estatística descritiva, e para verificar a
associação entre a Escala de OMNI-RES e a carga (kg) no supino reto com
barra livre foi utilizado o teste correlação de Spearman (p < 0,05).
RESULTADOS
A partir dos dados coletados durante os testes realizados com os
quinze indivíduos foi possível analisar e realizar uma comparação entre a
escala de OMNI-RES e o protocolo de Brzycki, e a partir dessa análise foi
possível chegar aos seguintes dados (correspondentes à massa total, % de
gordura, carga relativa a 80%, número de repetições com 80% de carga, carga
no teste de 1-RM a partir de Brzycki, descritor verbal para carga relativa a 80%,
descritor verbal para carga relativa à 1-RM e a carga no reteste de 1-RM).
Tabela 2: Valores obtidos após a coleta de dados.
Idade
MC
%G
80% C
80% Reps
OMNI 80%
1-RM C
1-RM / MC
1-RM reps
1-RM Rt
Md
22,3
84,6
13,8
81,4
8,7
7,8
92,6
1,1
1,4
105,1
Mdn
22,0
83,3
12,9
79,0
9,0
8,0
91,0
1,1
1,0
103,4
Mo
22,0
------8,0
8,0
----1,0
97,1
Mín
19,0
70,5
6,0
69,0
8,0
7,0
69
0,9
1,0
85,7
Máx
28,0
100,0
23,1
103,0
10,0
9,0
127,9
1,4
3,0
127,9
DP
2,8
7,8
4,8
10,0
0,8
0,7
15,9
0,2
0,7
11,7
Md: média; Mdn: mediana; Mo: moda; Min: valores mínimos obtidos durante o teste;
Max: valores máximos obtidos durante o teste; DP: desvio padrão. MC: massa corporal; %G:
percentual de gordura; 80%C: carga relativa a 80%; 80% Reps: número de repetições referente
a 80% da carga; OMNI 80%: descrição verbal referente à escala de OMNI em relação a 80%
de carga; 1-RM C: carga referente a 1-RM.; 1-RM / MC: relação entre 1-RM e massa corporal;
1-RM Reps: número de repetições referente ao teste de 1-RM; 1-RM Rt: carga referente ao
reteste de 1-RM;
Após realizar a coleta dos dados, os mesmos foram utilizados no teste
correlação de Spearman (p < 0,05), e a partir daí foram obtidos os seguintes
resultados:
1) Para a comparação entre o 1-RM do indivíduo obtido no reteste e a
massa corporal total do mesmo e o valor obtido na escala de OMNI durante o
teste, foi obtido um r = 0,75, da acordo com o gráfico abaixo:
Gráfico 1: Gráfico referente à comparação entre OMNI-RES e relação 1RM/MC
2) Para a comparação entre a carga levantada no teste de 1-RM e o
valor obtido na escala de OMNI durante o teste, foi obtido um r = 0,69;
Gráfico 2: Gráfico referente à comparação entre OMNI-RES e a carga de 1RM
3) Para a comparação entre o 1-RM do indivíduo e a massa corporal
magra do mesmo e o valor obtido na escala de OMNI durante o teste, foi obtido
um r = 0,75, da acordo com o gráfico abaixo:
Gráfico 3: Gráfico referente à comparação entre OMNI-RES e relação 1RM/MCM
DISCUSSÃO
De acordo com Moura et al (2003) a percepção subjetiva do esforço
deve ser utilizada nas academias de ginástica, como um elemento a mais na
prescrição e no controle do treinamento, pelo fato da mesma obter valores sem
diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) em relação à força dinâmica
máxima dos indivíduos.
Segundo Lagally et al (2004) a escala de OMNI-RES pode ser usada
em indivíduos treinados ou atletas, ou seja, traz aos profissionais de academia
de ginástica mais uma forma de prescrição e controle de treinamento.
Gearhart et al (2009) conclui que a escala de OMNI-RES pode ser
utilizada para seguir as mudanças da carga de treinamento, ou seja, manter o
controle da carga em idosos.
A partir do estudo realizado espera-se fazer com que os profissionais
de Educação Física possam obter mais uma forma segura para a prescrição de
treinamento para seus alunos, sem que os mesmos sejam submetidos ao teste
de 1-RM.
Tendo em vista que se trata de uma escala de percepção subjetiva do
esforço, pode-se concluir que os resultados obtidos são possíveis de serem
utilizados para a prescrição de 1-RM do indivíduo para o exercício de supino
reto na barra livre.
Sugere-se também a realização de novos estudos referentes ao
mesmo tema, porém trabalhando com outros exercícios e também trabalhando
com uma amostra feminina, para que assim possamos ter mais trabalhos para
comparar e chegar em resultados mais concretos.
Como conclusão obteve-se que a comparação entre os resultados
obtidos na escala de OMNI-RES e no protocolo de Brzycki na predição de 1RM no exercício de supino reto com barra livre é possível de ser utilizada em
academias de ginástica, sendo assim mais uma forma de prescrição de carga
de treinamento em indivíduos saudáveis do sexo masculino com idade entre 18
e 30 anos.
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ANEXO 1
ANEXO 2
Termo de consentimento
Os riscos dessa pesquisa recaem sobre a possibilidade de uma
sensação de fadiga durante os treinamentos. Juntamente com possível
desconforto com o cansaço gerado pelos esforços e pelas alterações
ambientais que podem surgir no decorrer dos treinos (frio, altas temperaturas)
etc. Caso sinta-se excessivamente cansado sentindo impossibilitado de
completar os treinamentos, você poderá interromper ou desistir da
pesquisa sem nenhuma implicação. O mesmo pode ser feito caso sinta
algum desconforto com as perguntas realizadas no questionário aplicado.
Não há necessidade de identificação dos nomes no questionário. Desde já
agradecemos sua colaboração.
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu,
____________________________________________________________ ,
Carteira
de
identidade
nº
________________,
endereço___________________________________________________,
telefone_____________________ venho, por meio, deste comprovar minha
participação voluntária nas pesquisas realizadas pelo aluno Bruno Pereira
Delpenho, aluno do oitavo período do curso de Educação Física e Desportos
da Universidade Federal de Juiz de Fora, de matrícula 200621004 sobre a
supervisão do professor Dtd. Jéferson Vianna (professor adjunto da Faculdade
de Educação Física e Desportos da UFJF) proveniente do departamento de
fundamentos.
Estou ciente que me submeterei a responder os questionários durante 1
dia, com coletas de dados e que responderei, de maneira voluntária os
questionários sobre os respectivos assuntos mencionados anteriormente.
Estou ciente, também, que posso interromper ou até abandonar este
estudo a qualquer momento, sem que nenhuma implicação recaia sobre mim,
além de concordar para fins científicos com a utilização das informações
obtidas nesse estudo, desde que não seja divulgada a minha identidade.
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Assinatura
Em caso de dúvidas, contatar os pesquisadores no seguinte endereço/
telefones:
Faculdade de Educação Física e Desportos
Campus da UFJF s/n Martelos Cep: 36001-970 – Juiz de Fora - MG
Telefone - 3229-3281
Comitê de Ética em Pesquisa HU/UFJF
Endereço : Pró-Reitoria de Pesquisa- Campus Universitário – CEP :
36036-900 –Juiz de Fora – MG
Telefone : (32) 3229-3788
E-mail : [email protected]
Horário de funcionamento: de segunda à sexta-feira, no horário de 08:
00 às 12: 00.
Os termos serão apresentados em duas vias sendo uma dos
pesquisadores e a segunda dos voluntários da pesquisa.
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