UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS BRUNO PEREIRA DELPENHO COMPARAÇÃO DA ESCALA DE OMNI-RES COM O PROTOCOLO DE BRZYCKI NA PREDIÇÃO DE 1-RM EM UM EXERCÍCIO RESISTIDO JUIZ DE FORA - MG 2009 UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS BRUNO PEREIRA DELPENHO COMPARAÇÃO DA ESCALA DE OMNI-RES COM O PROTOCOLO DE BRZYCKI NA PREDIÇÃO DE 1-RM EM UM EXERCÍCIO RESISTIDO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a fim de obtenção do título de Bacharel em Educação Física e Desportos pela Faculdade de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Juiz de Fora. Orientador: Prof. Ms. Jeferson Macedo Vianna JUIZ DE FORA – MG 2009 UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS Trabalho de Conclusão de Curso: COMPARAÇÃO DA ESCALA DE OMNIRES COM O PROTOCOLO DE BRZYCKI NA PREDIÇÃO DE 1-RM EM UM EXERCÍCIO RESISTIDO Elaborado por: Bruno Pereira Delpenho. BANCA EXAMINADORA: ___________________________________________________ Prof. Ms. Jeferson Macedo Vianna (orientador) Universidade Federal de Juiz de Fora ___________________________________________________ Prof. Dr. Jorge Roberto Perrout de Lima Universidade Federal de Juiz de Fora ___________________________________________________ Prof. Esp. Marcio Luis de Lacio Universidade Salgado de Oliveira Dedico este trabalho de conclusão de curso ao meu irmão e amigo Vinícius, minha fonte de inspiração, paz e harmonia. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a Deus, por ter me dado o dom da vida. Aos meus pais, Maria Aparecida e Antônio por me ensinarem o verdadeiro caminho da vida. Ao meu orientador e amigo Jeferson Macedo Vianna, por ter acreditado na proposta e ter dedicado horas de trabalho na produção do mesmo, ajudandome assim em minha graduação. A todos os meus familiares que me apoiaram durante o curso, em especial aos meus avós Angelina e Jair. A todos os verdadeiros amigos da faculdade, grandes incentivadores durante o percorrer de minha graduação. Aos professores, Doutor Jorge Roberto Perrout de Lima e Especialista Marcio Luiz de Lacio, que aceitaram compor a minha banca de avaliação. Em especial à Pâmela Ferreira, por ter participado de grande parte do meu processo de graduação ajudando-me durante todos os momentos. RESUMO A busca pela prática de atividade física vem crescendo a cada dia que passa e dentre as várias práticas possíveis o treinamento de força é uma das mais procuradas entre os novos praticantes, pelo fato da mesma ser utilizada para a busca do condicionamento físico (FLECK & KRAEMER, 1999). Para a prática do treino de força é importante que as cargas de treino sejam criteriosamente determinadas (FLECK & KRAEMER, 1999) e com isso várias formas são propostas por alguns autores como as escalas de percepção subjetiva de esforço como a de OMNI-RES, que foi criada por Lagally & Robertson (2006) que possui dez descritores verbais e quatro visuais e também para a finalidade de prescrição, equação de predição de 1-RM (Brzycki, 1993) foram criadas, porém para alunos iniciantes esse teste não possui a confiabilidade esperada além de os indivíduos poderem se lesionar (PEREIRA & GOMES, 2003), com isso, o objetivo do estudo foi comparar a escala de OMNI-RES com o protocolo de Brzycki na predição de 1-RM no exercício de supino reto na barra livre. Foi realizada uma metodologia descritiva onde 15 indivíduos com média de idade de 22,27 anos e % de gordura com média de 13,76%. Como resultados do estudo, obteve-se que é possível comparar a massa total do indivíduo e a carga levantada durante o exercício com a descrição verbal obtida através da escala de OMNI-RES, tendo como resultados r = 0,75 para a relação 1-RM/MC (OMNI-RES e massa corporal) e OMNI-RES e r = 0,69 para a relação 1-RM carga e OMNIRES e r = 0,75 para a relação 1-RM/MCM (OMNI-RES e massa corporal magra). Como conclusão é possível comparar os resultados obtidos pelo protocolo de Brzycki em relação aos resultados obtidos pela escala de OMNI-RES. Palavras – chave: Percepção subjetiva do esfoço, treinamento resistido, 1-RM. ABSTRACT More and more people have sought physical activities lately and doubtlessly strength training is one of the most wanted practices, once it brings not only strength capability but also physical conditioning (FLECK & KRAEMER, 1999). For a healthy strength training it’s relevant that the load be precisely determined (FLECK & KRAEMER, 1999) and thus different formula are proposed by authors such as subjective perception rate of OMNI-RES, given by Lagally & Robertson (2006) This attempt, however, is not ideal for beginners. Moreover, it’s appointed to be cause of frequent injuries (PEREIRA & GOMES, 2003), which brought the study’s focus to comparing the rate of OMNI-RES to the protocol of Brzycki on 1-RM at straight weights practice. There was a describing methodology in which 15 people aged 22 through 27 and 13,76% fat average who accepted to take part in the study after they had read, agreed and signed the compromise form. As a conclusion, it was found that it is possible to compare the individual’s corporal mass to the load he or she can raise according to OMNI-RES rate. The results are r = 0.75 for 1-RM/MC X OMNI-RES, r = 0.69 for 1-RM X OMNI-RES and r = 0.75 for 1-RM/MCM (OMNI-RES and thin corporal mass). Key words: Resisted training, subjective perception of the effort, 1-RM. SUMÁRIO INTRODUÇÃO....................................................................................................... ...4 OBJETIVO............................................................................................................. ...8 METODOLOGIA.................................................................................................... ...9 Tratamento estatístico...............................................................13 RESULTADOS...................................................................................................... .14 DISCUSSÃO.......................................................................................................... .18 REFERÊNCIAS..................................................................................................... .20 ANEXOS................................................................................................................ .22 INTRODUÇÃO O treinamento de força é uma das formas de exercício mais utilizadas para o condicionamento físico, tanto de atletas, quanto de não atletas (FLECK & KRAEMER, 1999). Myer (2005) relata que as evidências mostram que os programas de treinamento neuromuscular são eficientes para a melhora da performance. Segundo Surakka (2005), o treino de força é fundamental para a manutenção da qualidade de vida, saúde e qualidade funcional. A popularidade crescente do treinamento de força estimula vários pesquisadores a estudarem seus efeitos (BAECHLE & GROVES, 2000). Os benefícios que podem ser proporcionados pelo treinamento de força são inúmeros. Melhora na estética corporal, preparação física, prevenção de problemas posturais, articulares e lesões músculo-esquelético são alguns exemplos (FLECK & KRAEMER, 1999) e ainda, o treinamento de força tem sido eficaz em retardar o aparecimento de certas disfunções ocasionadas pelo envelhecimento (FIATARONE et al., 1990; HAGERMAN et al., 2000; VINCENT et al. 2002). O American College of Sports Medicine (2009) também cita a importância do treinamento de força para a manutenção da qualidade de vida das pessoas e recomenda que sejam realizados de duas a três sessões semanais, de oito a dez exercícios para os principais grupos musculares por sessão e, de oito a quinze repetições por exercício. Para que um programa de treinamento de força surta os efeitos desejados, é muito importante que as cargas de treinamento sejam criteriosamente determinadas. Somente através da utilização da carga correta é que um programa de exercícios poderá atingir o sucesso (FLECK & KRAEMER, 1999). A maior parte dos indivíduos não possui experiência na realização de tal atividade, implicando assim numa maior atenção por parte do profissional de Educação Física. Existem muitas maneiras para prescrever a carga ideal de treinamento. Uma forma popular e simples para determinação da carga de trabalho é o teste de uma repetição máxima (1-RM) ou teste de carga máxima, que é a máxima carga que pode ser levantada por apenas uma vez em um movimento completo (PEREIRA & GOMES, 2003). Ainda de acordo com Pereira & Gomes (2003), a não realização do teste de 1-RM pode sub ou superdimensionar a prescrição do exercício. Após a identificação da 1-RM, as cargas de treinamento serão, então, prescritas, de acordo com um percentual da carga máxima (ABADIE & WENTWORTH, 2000) e seus objetivos. A Tabela 1 mostra alguns exemplos sobre o valor do percentual de carga máxima e respectivos objetivos do treinamento (FLECK & KRAEMER, 1999). Tabela 1: Relação entre objetivos do treinamento e percentual de 1-RM indicado Objetivo %1-RM Resistência muscular localizada 40 – 60 Força explosiva 60 – 80 Hipertrofia 80 – 90 Força dinâmica 90 - 100 De acordo com Dias et al (2005), a confiabilidade em testes de 1-RM para alunos novatos não é muito considerável, além dos indivíduos estarem correndo risco de se lesionar (PEREIRA & GOMES, 2003). De acordo com Pereira & Gomes (2003), para evitar o risco de lesões, há uma busca cada vez maior de métodos para fazer com que se chegue ao determinado 1-RM sem que o indivíduo realize o teste máximo, através de equações de predição de 1-RM, nas quais o indivíduo realiza um número máximo de repetições com uma determinada carga submáxima, e esses valores são utilizados nas equações sem que haja o risco de lesões e/ou até mesmo a desistência do aluno. Algumas equações têm sido fundamentadas com o intuito de também evitar que o aluno realize o teste de 1-RM, porém ainda existem dúvidas enquanto a confiabilidade das mesmas, fazendo assim com que sejam menos utilizadas. Dentre essas equações, encontramos a de Brzycki (1993), que é uma das mais confiáveis, por apresentar r = 0,99 para o exercício de supino reto no banco horizontal (NASCIMENTO et al, 2007). Ao pensar em avaliar um novo aluno, o profissional de Educação Física deve também levar em consideração as escalas de percepção subjetiva do esforço (PSE), tendo em vista que as mesmas podem demonstrar como funcionam as características psico-biológicas desta pessoa, fazendo assim com que possamos conhecer os componentes biológicos e emocionais que ocorrem quando um indivíduo realiza um exercício físico. O conceito de esforço percebido foi introduzido no final da década de 50 por Borg, Dahlströn, juntamente com os métodos para medir o esforço percebido em geral (MOURA et al, 2003). Pensando nessa percepção subjetiva do esforço para atividades aeróbias, Robertson et al (2000) apresentaram um tipo de escala para avaliação da PSE diferente de outras já conhecidas, que é a escala para treinamento de força de OMNI (anexo 1). Essa escala possui onze categorias que vão de 0 a 10 e contém seis descritores verbais (extremamente fácil, fácil, um pouco fácil, um pouco difícil, difícil e extremamente difícil). Porém sua diferença está na existência de quatro figuras descritivas para auxiliarem a interpretação do esforço. A escala de OMNI surgiu a partir do crescente interesse clínico em mensurar a PSE de crianças e adolescentes, pois os mesmos possuem dificuldade de interpretação exata dos descritores verbais das escalas que são utilizadas em adultos. O nome da escala provém da contração contemporânea da palavra omnibus, utilizado para fornecer à escala uma propriedade abrangente (ROBERTSON et al, 2001). A primeira Escala de OMNI criada para exercícios contra resistência em adultos foi validada por Lagally & Robertson (2006), sendo que a mesma possui imagens de um indivíduo elevando uma barra com pesos, sendo que esses ficam mais pesados à medida que as imagens se distribuem ao longo da escala. Outro fator importante da escala é que além de estar numa linguagem mais voltada para a população adulta, apresenta os descritores verbais diretamente voltados para a atividade especifica, no caso, o treino de força. OBJETIVO O presente estudo tem como objetivo comparar os resultados obtidos na escala de OMNI-RES com os resultados obtidos no protocolo de Brzycki na predição de 1–RM no exercício supino reto com barra livre. METODOLOGIA Foi realizada uma metodologia descritiva, na qual os avaliados foram submetidos ao estudo logo após serem previamente esclarecidos sobre os propósitos da investigação e procedimentos aos quais seriam submetidos, com isso eles deveriam aceitar e assinar o termo dede consentimento livre e esclarecido (Anexo 2). O presente estudo utilizou 15 indivíduos do sexo masculino que foram escolhidos ao acaso, com média de idade de 22,27 anos (sendo que para participar do estudo era necessário que o indivíduo tivesse entre 18 e 30 anos), aparentemente saudáveis e fisicamente ativos (realizam atividade física regular sistematizada por mais que duas vezes por semana) além de ter experiência de pelo menos seis meses em treino resistido. Como critérios de exclusão, não participaram do estudo qualquer individuo que possuísse alguma patologia que impeça a realização dos movimentos necessários ao mesmo (hipertensão, cardiopatia, diabetes, entre outros), assim como também indivíduos que façam a utilização de remédios controlados não puderam participar do mesmo, pois o teste de 1-RM não é um método elaborado para iniciantes, adolescentes, sedentários e para os casos de recuperação articular e muscular, porque requer um nível de condicionamento e de habilidade desenvolvido (VIANNA & NOVAES, 2009). Os indivíduos foram submetidos à avaliação antropométrica para uma melhor caracterização da amostra, e o percentual de gordura foi avaliado de acordo com a espessura de três dobras cutâneas propostas no protocolo de JACKSON & POLLOCK (1978) para homens, e a partir dessa avaliação a média do percentual de gordura obtido foi de 13,76%. Os indivíduos realizaram um aquecimento leve (entre cinco a dez repetições com uma carga de 40 a 60% do máximo percebido) seguido de um minuto de descanso com alongamento, realizando de 3 a 5 repetições de 60 a 80% do máximo percebido (ACMS, 2000). Logo após os mesmos realizaram um teste de medição indireta de força máxima proposto por Brzycki (1993), onde foi utilizada uma carga que os possibilitará realizar de oito a dez repetições no exercício de supino reto na barra livre, carga essa que corresponda a 80% de 1–RM de determinado exercício de acordo com Brzycki (1993). Para cada execução houve um intervalo de 7 minutos para a recuperação do sistema ATP-CP, que é a principal fonte energética utilizada durante a execução do movimento (VIANNA & NOVAES, 2009). Após um intervalo de 7 minutos, foi mostrada aos indivíduos a escala de OMNI-RES para que os mesmos pudessem dizer qual descritor verbal correspondia à força que foi realizada pelo mesmo durante o exercício. Logo após a realização dessa medida indireta de força máxima, os valores obtidos (quantidade de carga utilizada e número de repetições realizadas), foram utilizados na fórmula proposta por Brzycki (abaixo) para que assim pudéssemos saber o valor de 1–RM para determinado exercício do indivíduo. 1-RM = 100 x carga rep / (10278 – 2,78 x rep) Onde: * carga rep: valor da carga de execução das repetições expressa em kg, * rep: número de execuções executadas. Logo após a realização do método proposto por Brzycki no supino reto com barra livre, os indivíduos realizaram o teste de 1–RM com a carga proposta após a utilização dos valores obtidos através da fórmula de Brzycki para assim sabermos se os valores de carga utilizados são realmente condizentes ao que foi proposto pelo autor. Após a realização do teste de 1-RM de acordo com a carga estabelecida por Brzycki os indivíduos passaram por um intervalo de 7 minutos para que assim, novamente, os indivíduos pudessem dizer qual descritor verbal correspondia à força que foi realizada pelo mesmo durante o exercício. Logo após esse intervalo, os indivíduos realizaram um reteste para saber se a carga encontrada a partir do protocolo de Brzycki foi realmente condizente à carga de 1-RM do indivíduo. Para os indivíduos que realizaram mais de 1 repetição a partir de resultados obtidos pelo protocolo de Brzycki foram adicionadas cargas extras para que assim fosse encontrado o 1-RM dos indivíduos. Para os indivíduos que realizaram 2 repetições com a carga obtida através de Brzycki fora adicionado 4Kg ao total da carga e para os que realizaram 3 repetições fora adicionado 6 kg ao total da carga, para que assim fosse encontrado o real 1-RM de cada indivíduo. Para melhor discriminar a realização do exercício, foram estabelecidas as seguintes etapas de execução: posição inicial, fase concêntrica e fase excêntrica, pois para realizar-se esse tipo de teste, necessita-se que a técnica do exercício esteja correta (BAECHLE & GROVES, 1992). A descrição detalhada nos exercícios em cada fase é apresentada a seguir. Supino reto na barra livre A) Posição inicial Deitado sobre um banco horizontal, glúteos apoiados no banco, pés em contato com o solo, segurando a barra com as mãos em pronação afastadas uma da outra em distância superior à largura entre os ombros com os braços semi – estendidos. B) Fase concêntrica Inspirar e realizar abdução horizontal do ombro e flexão do cotovelo controlando o movimento até o peito. C) Fase excêntrica Realizar adução horizontal dos ombros, estendendo os cotovelos, expirando no final do movimento, voltando assim à posição inicial. Os indivíduos realizaram as atividades do seguinte modo: Atividade Aquecimento Alongamento / Descanso Aquecimento Intervalo 80% de 1-RM Intervalo PSE de acordo com OMNI Teste de 1-RM Intervalo PSE de acordo com OMNI Reteste 1-RM Tempo / Intensidade 5 – 10 reps (40 – 60%) 1 minuto 3 – 5 reps (60 – 80%) 7 minutos ----7 minutos --------7 minutos --------- Os testes foram realizados com uma barra de aço e um banco horizontal ambos da marca Righetto, aparelhos esses que a própria faculdade possui em seu laboratório. Tratamento estatístico Para analise foram utilizadas a estatística descritiva, e para verificar a associação entre a Escala de OMNI-RES e a carga (kg) no supino reto com barra livre foi utilizado o teste correlação de Spearman (p < 0,05). RESULTADOS A partir dos dados coletados durante os testes realizados com os quinze indivíduos foi possível analisar e realizar uma comparação entre a escala de OMNI-RES e o protocolo de Brzycki, e a partir dessa análise foi possível chegar aos seguintes dados (correspondentes à massa total, % de gordura, carga relativa a 80%, número de repetições com 80% de carga, carga no teste de 1-RM a partir de Brzycki, descritor verbal para carga relativa a 80%, descritor verbal para carga relativa à 1-RM e a carga no reteste de 1-RM). Tabela 2: Valores obtidos após a coleta de dados. Idade MC %G 80% C 80% Reps OMNI 80% 1-RM C 1-RM / MC 1-RM reps 1-RM Rt Md 22,3 84,6 13,8 81,4 8,7 7,8 92,6 1,1 1,4 105,1 Mdn 22,0 83,3 12,9 79,0 9,0 8,0 91,0 1,1 1,0 103,4 Mo 22,0 ------8,0 8,0 ----1,0 97,1 Mín 19,0 70,5 6,0 69,0 8,0 7,0 69 0,9 1,0 85,7 Máx 28,0 100,0 23,1 103,0 10,0 9,0 127,9 1,4 3,0 127,9 DP 2,8 7,8 4,8 10,0 0,8 0,7 15,9 0,2 0,7 11,7 Md: média; Mdn: mediana; Mo: moda; Min: valores mínimos obtidos durante o teste; Max: valores máximos obtidos durante o teste; DP: desvio padrão. MC: massa corporal; %G: percentual de gordura; 80%C: carga relativa a 80%; 80% Reps: número de repetições referente a 80% da carga; OMNI 80%: descrição verbal referente à escala de OMNI em relação a 80% de carga; 1-RM C: carga referente a 1-RM.; 1-RM / MC: relação entre 1-RM e massa corporal; 1-RM Reps: número de repetições referente ao teste de 1-RM; 1-RM Rt: carga referente ao reteste de 1-RM; Após realizar a coleta dos dados, os mesmos foram utilizados no teste correlação de Spearman (p < 0,05), e a partir daí foram obtidos os seguintes resultados: 1) Para a comparação entre o 1-RM do indivíduo obtido no reteste e a massa corporal total do mesmo e o valor obtido na escala de OMNI durante o teste, foi obtido um r = 0,75, da acordo com o gráfico abaixo: Gráfico 1: Gráfico referente à comparação entre OMNI-RES e relação 1RM/MC 2) Para a comparação entre a carga levantada no teste de 1-RM e o valor obtido na escala de OMNI durante o teste, foi obtido um r = 0,69; Gráfico 2: Gráfico referente à comparação entre OMNI-RES e a carga de 1RM 3) Para a comparação entre o 1-RM do indivíduo e a massa corporal magra do mesmo e o valor obtido na escala de OMNI durante o teste, foi obtido um r = 0,75, da acordo com o gráfico abaixo: Gráfico 3: Gráfico referente à comparação entre OMNI-RES e relação 1RM/MCM DISCUSSÃO De acordo com Moura et al (2003) a percepção subjetiva do esforço deve ser utilizada nas academias de ginástica, como um elemento a mais na prescrição e no controle do treinamento, pelo fato da mesma obter valores sem diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) em relação à força dinâmica máxima dos indivíduos. Segundo Lagally et al (2004) a escala de OMNI-RES pode ser usada em indivíduos treinados ou atletas, ou seja, traz aos profissionais de academia de ginástica mais uma forma de prescrição e controle de treinamento. Gearhart et al (2009) conclui que a escala de OMNI-RES pode ser utilizada para seguir as mudanças da carga de treinamento, ou seja, manter o controle da carga em idosos. A partir do estudo realizado espera-se fazer com que os profissionais de Educação Física possam obter mais uma forma segura para a prescrição de treinamento para seus alunos, sem que os mesmos sejam submetidos ao teste de 1-RM. Tendo em vista que se trata de uma escala de percepção subjetiva do esforço, pode-se concluir que os resultados obtidos são possíveis de serem utilizados para a prescrição de 1-RM do indivíduo para o exercício de supino reto na barra livre. Sugere-se também a realização de novos estudos referentes ao mesmo tema, porém trabalhando com outros exercícios e também trabalhando com uma amostra feminina, para que assim possamos ter mais trabalhos para comparar e chegar em resultados mais concretos. Como conclusão obteve-se que a comparação entre os resultados obtidos na escala de OMNI-RES e no protocolo de Brzycki na predição de 1RM no exercício de supino reto com barra livre é possível de ser utilizada em academias de ginástica, sendo assim mais uma forma de prescrição de carga de treinamento em indivíduos saudáveis do sexo masculino com idade entre 18 e 30 anos. REFERÊNCIAS ABADIE, B.R, WENTWORTH, M.C. Prediction of one repetition maximal strength from a 5-10 repetition submaximal strength test in college-aged females. Journal of Exercise Physiology [periódico on line]. 2000; Vol. 3, Nº 3. Disponível em: http://www.css.edu/users/tboone2/asep/fldr/fldr.htm. [2003 set 09]. ACMS. 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O mesmo pode ser feito caso sinta algum desconforto com as perguntas realizadas no questionário aplicado. Não há necessidade de identificação dos nomes no questionário. Desde já agradecemos sua colaboração. TERMO DE CONSENTIMENTO Eu, ____________________________________________________________ , Carteira de identidade nº ________________, endereço___________________________________________________, telefone_____________________ venho, por meio, deste comprovar minha participação voluntária nas pesquisas realizadas pelo aluno Bruno Pereira Delpenho, aluno do oitavo período do curso de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Juiz de Fora, de matrícula 200621004 sobre a supervisão do professor Dtd. Jéferson Vianna (professor adjunto da Faculdade de Educação Física e Desportos da UFJF) proveniente do departamento de fundamentos. Estou ciente que me submeterei a responder os questionários durante 1 dia, com coletas de dados e que responderei, de maneira voluntária os questionários sobre os respectivos assuntos mencionados anteriormente. Estou ciente, também, que posso interromper ou até abandonar este estudo a qualquer momento, sem que nenhuma implicação recaia sobre mim, além de concordar para fins científicos com a utilização das informações obtidas nesse estudo, desde que não seja divulgada a minha identidade. ________________________________ Assinatura Em caso de dúvidas, contatar os pesquisadores no seguinte endereço/ telefones: Faculdade de Educação Física e Desportos Campus da UFJF s/n Martelos Cep: 36001-970 – Juiz de Fora - MG Telefone - 3229-3281 Comitê de Ética em Pesquisa HU/UFJF Endereço : Pró-Reitoria de Pesquisa- Campus Universitário – CEP : 36036-900 –Juiz de Fora – MG Telefone : (32) 3229-3788 E-mail : [email protected] Horário de funcionamento: de segunda à sexta-feira, no horário de 08: 00 às 12: 00. Os termos serão apresentados em duas vias sendo uma dos pesquisadores e a segunda dos voluntários da pesquisa.