CARTÃO DIÁRIO COMO FERRAMENTA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA DE AUTO-MONITORAMENTO DENTRO DA TERAPIA Vinícius Guimarães Dornelles (Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo/RS e Instituto de Terapias Cognitivo-Comportamentais, Porto Alegre/RS) João Otero (Spotwish Ltda, Porto Alegre/RS) Rafael Jannone (Spotwish Ltda, Porto Alegre/RS) A Terapia Comportamental Dialética (DBT) é uma abordagem para pacientes com Transtorno da Personalidade Borderline (TPB) cronicamente suicidas e com auto-mutilações não letais (AMNL), que foi desenvolvida na década de 1980 por Marsha Linehan. É uma abordagem de tratamento que possui diversas ferramentas para psicoeducação e auto-monitoramento dos pacientes. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é prover uma visão geral de uma ferramenta essencial no atendimento desses pacientes, o cartão diário, e apresentar sua aplicação prática, em instrumento material (folha de aplicação) e virtual através da construção de um aplicativo para plataforma ios. O uso do cartão diário é essencial dentro da DBT, ele foi desenvolvido como uma forma de monitorar diariamente comportamentos relevantes do paciente, como comportamentos suicidas, auto-mutilações não letais (AMNL), uso de substâncias (drogas ou álcool). Os comportamentos a serem monitorados devem ser decididos em conjunto entre terapeuta e paciente. O cartão diário visa o registro, no período entre as sessões, da frequência e intensidade dos comportamentos problema do paciente, para posterior acompanhamento e avaliação. Além disso, o cartão diário faz uma avaliação das práticas de habilidades feitas pelo paciente diariamente. O aplicativo Impulse foi criado para atender às necessidades de registro diário dentro da DBT. Nesse sentido, o aplicativo será mais útil quanto mais fácil e simples de ser utilizado pelo paciente. Optou-se então por um foco em usabilidade. O aplicativo funciona da seguinte forma: já na tela inicial, o usuário seleciona o impulso que deseja registrar; essa listagem de impulsos é editável e pode ser configurada para o caso de cada paciente individualmente. Em seguida, seleciona-se a intensidade do impulso e a ocorrência ou não da ação. Depois, um conjunto fixo de emoções é apresentado para seleção. Apresenta-se então um campo para entrada de texto livre, onde podem ser fornecidos detalhes adicionais sobre o uso de drogas e sobre as habilidades exercitadas, ou até mesmo registrar-se a intensidade das emoções, que por facilitação da usabilidade não foi apresentado na etapa anterior. O preenchimento dos detalhes de texto é opcional; o usuário já pode nesta etapa salvar o registro e deixar para completar o registro uma outra hora, se desejar. Sendo assim, a função do cartão diário e do aplicativo é ajudar o paciente a observar e descrever os impulsos e comportamentos de forma clara, sem inferências, facilitando, dessa forma a mudança comportamental. Sem apoio financeiro. Palavras-Chave: Cartão Diário; Terapia Comportamental Dialética; Comportamento; Área Temática: Intervenções na área da saúde O Diagrama Matriz (Matrix) de Flexibilidade Psicológica Igor da Rosa Finger (Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, São Leopoldo, RS; Instituto de Terapias Cognitivo-Comportamentais – InTCC, Porto Alegre, RS; Grupo de Pesquisa Avaliação e Atendimento em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental – GAAPCC, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, RS) As Terapias Contextuais (TCs) focam suas atenções na análise do comportamento em seu contexto específico. Dentre as TCs encontra-se a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). O trabalho da ACT objetiva mudar a função dos pensamentos e a influência deles nos comportamentos, desenvolvendo a Flexibilidade Psicológica. Uma ferramenta terapêutica utilizada para desenvolver essa Flexibilidade é o diagrama Matriz (Matrix, do inglês). O objetivo do presente trabalho é apresentar esse diagrama, seus constructos teóricos e modo de aplicação nas mais C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5 diversas áreas de atuação em saúde, incluindo a promoção e a prevenção, através de uma revisão narrativa da literatura. Como método se utilizou uma busca bibliográfica em periódicos e livros com os descritores Matrix, Acceptance and Commitment Therapy, ACT. A Matriz é uma ferramenta de acesso e desenvolvimento de flexibilidade psicológica desenvolvida por Kevin Polk. A teoria de base da Matriz é a Teoria dos Quadros Relacionais. Sua estrutura é formada por duas linhas, uma vertical e outra horizontal. O objetivo é auxiliar as pessoas a diferenciar aquilo que é observado a partir dos sentidos (visão, audição, gustação, tato e olfato) do que é da mente (pensamentos, lembranças, imagens, emoções agradáveis ou desagradáveis), bem como diferenciar comportamentos que tem a função de aproximar do que é importante e de afastar do que é desagradável ou aversivo. Dessa forma, torna-se claro à pessoa os reforçadores cognitivos e contingenciais do sofrimento e do comportamento dela. O diagrama está sendo utilizado em áreas além da clínica com bons resultados terapêuticos, mas ainda requer maior aplicação em pesquisas para validação de sua efetividade. Palavras-chave: Terapia de Aceitação e Compromisso; ACT; Matrix Área temática: Intervenções na área da saúde APLICATIVO COGNI PARA REGISTRO DE PENSAMENTO DISFUNCIONAL (RPD) NA TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL João Otero (Spotwish Ltda, Cruz Alta/RS) Rafael Jannone (Spotwish Ltda, Cruz Alta/RS) A terapia cognitiva foi desenvolvida por Aaron Beck e é uma abordagem baseada na ideia de que modo como um indivíduo interpreta as suas experiências determina o modo como ele se sente e se comporta. Uma das ferramentas muito usada na terapia cognitiva é o Registro de Pensamento Disfuncional (RPD). O RPD é utilizado para monitorar as situações, pensamentos, emoções e comportamentos do paciente durante o período entre sessões, para posterior avaliação e acompanhamento do terapeuta. Para facilitar o registro dos pensamentos disfuncionais dos pacientes foi desenvolvido um aplicativo, o Cogni. O objetivo deste trabalho é apresentar esse aplicativo desenvolvida para auxiliar no tratamento dos pacientes dentro da Terapia Cognitivo-Comportamental. As alternativas de aplicativos existentes até então implementavam outras ferramentas em um mesmo aplicativo, ou não eram tão práticas - queríamos um aplicativo exclusivo para o registro de pensamentos, e que apresentasse o mínimo de fricção, de forma que com poucos cliques um registro pudesse ser criado, imediatamente à ocorrência da situação. Assim, priorizou-se a usabilidade: o usuário registra o seu humor deslizando o dedo na tela e selecionando uma das 5 "carinhas" representativas, que disparam a criação de um registro e indagam o usuário com uma lista selecionável de emoções contextuais àquele humor. A partir daí, um registro de emoção, data e horário já pode ser salvo e detalhes extras sobre a situação, pensamentos e ação podem ser completados depois. Essa característica é útil quando se está em trânsito, com pressa, sem tempo para preencher todos os detalhes, mas não se quer esquecer de realizar um registro. Os campos sobre a situação e sobre a ação tomada são campos de texto livre. E o campo de pensamentos permite registrar n pensamentos e marcar-se com uma estrela os pensamentos mais quentes. O aplicativo Cogni ainda incentiva o usuário a completar os registros incompletos lembrando com um número quantos campos restam completar, e também utilizando uma powerbar que mostra a porcentagem já completada do registro. Por fim, o usuário pode configurar períodos de registro para criar um relatório a ser enviado ao seu terapeuta por e-mail, que inclui um gráfico dos humores daquele período. Sendo assim, o Cogni apresenta-se como um facilitador para auxiliar terapeutas e pacientes em seus monitoramentos, sendo um recurso moderno para a reestruturação cognitiva. C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5 Sem apoio financeiro. Palavras chave: Registro de Pensamento Disfuncional; Terapia Cognitivo-Comportamental; Aplicativos em Terapia Cognitivo-Comportamental; Área Temática: Intervenções na área da saúde BARALHO DAS DISTORÇÕES: ACESSANDO A CRIANÇA ATRAVÉS DE METÁFORAS VANINA ANDRADE BEZERRA CARTAXO (JOÃO PESSOA-PB) Esse material, denominado “Baralho das Distorções: enfrentando as armadilhas dos pensamentos” segue uma linha editorial de instrumentos de acesso à infância e tem como objetivo auxiliar a identificação e reestruturação das distorções infantis, possibilitando a terapeutas e profissionais que lidam com crianças. O presente instrumento faz uso da linguagem lúdica e metafórica, visando ensinar as crianças sobre as distorções de pensamentos e a ativação da sua percepção metacognitiva para posteriormente reestruturar seus pensamentos. O terapeuta ensina a criança a reconhecer, identificar e reduzir as distorções que o acompanham, tornando viável o aprendizado e a nomenclatura das principais distorções, permitindo que o terapeuta elabore um trabalho planejado e sequencial. A utilização do baralho tem sido experimentada em ambiente clínico e ambiente escolar, com crianças de seis aos doze anos. O baralho compõe-se por um cartão apresentação, duas cartas de “pensamentos que ajudam” e “pensamentos que não ajudam”, nove cartões com histórias ilustradas das distorções mais comuns, duas cartas seletivas, um cartão ouro, além de mais doze cartas e um termômetro cedidos pelo “Baralho das Emoções”. Também fazem parte do material alguns protocolos eletrônicos para impressão e utilização durante o procedimento terapêutico. Seguindo uma sequência para utilização, o terapeuta expõe a carta de apresentação e as cartas seletivas sob duas perspectivas (“pensamentos que ajudam” / “pensamentos que não ajudam”), faz a psicoeducação sobre as emoções e pensamentos com a medição através do termômetro e, em seguida, apresenta as cartas seletivas para utilizar juntamente com os cartões das histórias na seleção das distorções para criança. Depois de apresentado, faz monitoramento das distorções e a reestruturação com a carta ouro e atividades do protocolo, buscando pensamentos alternativos e trabalhando com reforço. Por fim, refaz o monitoramento na busca de mudanças significativas, se afirmando na reestruturação e prevenção à recaída através de protocolo eletrônico. Esse instrumento traz contribuição para uma infância mais saudável emocionalmente, pois o terapeuta produz mudanças profundas através de procedimento clínico divertido. Foi verificada uma maior fixação na psicoeducação proposta através dele, pela ludicidade em todo o processo. Construído dentro dos paradigmas que sustentam a terapia cognitiva, sem perder a objetividade e ludicidade, esse material torna o setting terapêutico elucidativo, construindo a capacidade de interpretação dos pensamentos e reduzindo as distorções que atrapalham uma infância saudável. Palavras-chave: Distorções Cognitivas – Instrumento – Reestruturação Cognitiva Área Temática: Intervenções na área da saúde C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5