Folha de São Paulo- 09/11/2005
Charge do cartunista Jean, publicada na página Opinião – A 2
Observe a charge acima, o que vocês estão
vendo? No que são semelhantes e no que
são diferentes Existe relação entre os dois
quadros?
Questões
• O que o cartunista quis representar
nestas charges?
• O cartunista está representando a
situação de 02 jovens no Brasil e na
França, vocês sabem o que está
acontecendo no Brasil e na França?
• Onde moram esses garotos?
PARIS
SÃO PAULO
Brasil – SP/SP - Brasilândia
Paris
Clichy-sous-bois
Morar em locais diferentes
faz diferença? É essa a
explicação para as
distintas?
Será que os locais de origem de
seus pais interferem nas atitudes?
Meninos brasileiros
Origem dos pais
Nordeste do Brasil
Jovens franceses
Origens dos pais
Tunísia, Argélia, Marrocos...
Quais as relações históricas e geográficas da história
dessas crianças e jovens?
Franceses islâmicos
5 milhões de muçulmanos (estimativa)
35% originários da Argélia (estimativa)
25% originários de Marrocos (estimativa)
10% originários da Tunísia (estimativa)
Concentrados em subúrbios pobres de Paris, Lille, Lyon, Marseille e
outras cidades
BBC News/2005
Brasilândia, primo pobre da Freguesia do Ó
jornalista Célio Pires, editor do Freguesia News
http://www.vilabrasilandia.pop.com.br/historia.htm
Enquanto a Freguesia tem sua origem no
período colonial, a Brasilândia foi loteada em
1947.
Os primeiros moradores do loteamento
vieram principalmente das moradias
populares e cortiços existentes no Centro e
que foram demolidos para dar lugar às avenidas
São João, Duque de Caxias, Ipiranga, durante
gestão do prefeito Prestes Maia. Começava
assim a história de um bairro marcado pela
exclusão e abandono.
Também veio para a Brasilândia migrantes
que chegara a S. Paulo na época - portugueses e
italianos, além de interioranos de S. Paulo, de Jaú,
Pederneiras e Bariri - todos atraídos pelo novo
loteamento que oferecia a quem comprasse um
terreno, parte dos tijolos e telhas para dar início a
sua moradia.
Depois desse loteamento vieram outros e o
bairro cresceu por sobre seus morros e baixadas. A
partir da década de 60 surgiram bairros adjacentes,
como vila Santa Teresinha, os Jardins Carumbé,
Damasceno, Vista Alegre, etc - todos clandestinos e
destinados a famílias de baixa renda. Com
terrenos minúsculos e ruas estreitas não
contemplaram praças públicas.
Os espaços livres, públicos e particulares,
remanescentes foram totalmente ocupados por
favelas - deixando a Brasilândia sem áreas livres
para até mesmo se construir escolas e outros
prédios públicos, em 1.984, quando a população
local conseguiu, após ampla mobilização popular, a
construção de um centro educacional e esportivo
no bairro, o então prefeito Mário Covas (1983 a
1985) teve que desapropriar a área onde o mesmo
foi construído. Era a última grande gleba
desocupada do bairro e, logo após a sua
construção, o entorno foi totalmente tomado por
uma favela.
Brasilândia
Clichy-sous-Bois possui 28 274 habitantes. 38,6
% são maiores de 20 anos e menores de 25. É uma vila
muito jovem do departamento de Seine-Saint-Denis. Sua
população em idade escolar equivale a uma vila de de
50 000 habitantes.
Os trabalhadores (36,20 %) representam um terço
da população. E mais de um quarto da população é
desempregada. Os profissionais com curso superior
representam 4,70 %.
Da população ativa com emprego, 71,1% são
operários, 17,2 % de profissionais intermediários, menos
de 6% de serviços e menos de 6% são artesãos e
comerciantes. A população ativa tem diminuído a
partir dos anos 90 : passou de 10544 pessoas em
1990 à 9005 em 1999.
Clichy-sous-bois
Há identidades entre as crianças da
Brasilândia e os jovens de Clichy-sou-Bois?
Da perspectiva da história de suas famílias?
Quanto à escolaridade?
Quanto ao local onde moram?
Quanto às condições sociais?
Há fatores que ainda não foram
considerados? Quais?
FERRO, Marc. A manipulação da história no ensino e nos meios de comunicação. A
história dos dominados em todo o mundo. São Paulo: Ibasa, 1983.
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