Consumidor O Estado do Maranhão - São Luís, 3 de novembro de 2012 - sábado 7 Colchões têm densidade menor do que a indicada, aponta análise Entidade de defesa do consumidor comprova que item usado como critério de escolha na hora da compra não atende às normas de fabricação; na pior amostra, colchão que indicava ter densidade 33 teve resultado de densidade real de 16 Arquivo S ÃO PAULO - Se a nova regulamentação do Inmetro para certificação de colchões já estivesse valendo, apenas dois dos 10 modelos testados pela Proteste - Associação de Consumidores seriam considerados aceitáveis. E o que reprovou logo três dos produtos testados foi o item mais básico, usado como critério de escolha dos consumidores: a densidade. "Três foram avaliados como ruins e dois como fracos no quesito densidade, por apresentarem uma densidade real muito menor do que a especificada, D33. No pior caso, chegava a 16", afirma o engenheiro Eduardo Cação Junior, pesquisador da Proteste que acompanhou a pesquisa. "Além de ser uma informação enganosa, essa diferença leva à deformação do colchão, provoca desconforto e reduz a vida útil do produto", acrescenta. A norma usada para a realização do teste foi a portaria 79, aprovada ano passado pelo Inmetro para a certificação compulsória de colchões, que passa a valer para os fabricantes a partir de agosto do ano que vem. A certificação compulsória, aliás, foi decidida após teste realizado pelo Inmetro em 2008, no qual foi constatado que 67% dos produtos não atendiam às normas. "Isso mostra que há um problema de qualidade no setor, que tem 380 fabricantes no Brasil, inclusive os pequenos empreendedores. Apesar de ainda estar na fase de adequação, já há produtos certificados. O fato é que, independentemente de a regulamentação estar valendo, o fabricante tem que produzir com qualidade, segundo o Código de Defesa do Consumidor", ressalta Aline Oliveira, técnica da Divisão de Programas de Avaliação da Conformidade do Inmetro. Eduardo Cação Junior, pesquisador da Proteste Colchões tiveram baixa avaliação em análise realizada pela Proteste e fabricantes terão de se adequar Densidade - A análise avaliou colchões de densidade 33 (D33) das marcas Paropas, Gazin e Botafogo, que tiverem um resultado de densidade real de 16,18 e 17, respectivamente, e foram eliminadas do teste. Os modelos Sonobello e Orthocrin apresentaram densidade real de 28, os Probel e Mannes, de 24, e o Sonam (segunda marca do grupo Castor), de 22. O item da Ortobom apresentou erro dentro da margem permitida, 30, e apenas o teste do produto da American Flex apontou a densidade prometida, 33. Segundo a Proteste, a escolha das marcas para análise considerou o fato de, juntas, somarem 80% do mercado. Além disso, explica Cação, a densidade 33 é a mais usada. Os colchões foram testados também quanto a sua resistência e deformação, com teste que mede o desgaste do produto, ou seja, a perda de espessura. Pela norma, é aceitável redução de até 4%, porém quatro modelos tiveram redução na casa dos 7%: Gazin, Paropas, Botafogo e Mannes. "Sem dúvida esses colchões vão durar menos do que seria esperado para um item com qualidade", diz Cação. A Proteste verificou ainda que há uma irregularidade na espessura e na forma com que são montadas as camadas que compõem o colchão. "A colagem não reprova o colchão, mas o fato de haver emendas, retalhos colados para formar a camada, é um indicativo de má Velocidade da banda larga já está sendo fiscalizada Empresas terão de entregar velocidade média de pelo menos 60% da contratada; Rio é o primeiro estado a ser fiscalizado SÃO PAULO – A Agência Nacional de Telecomunicações ( Anatel) começou a monitorar, quinta-feira, as empresas que prestam serviço de banda larga para que cumpram as metas impostas pela agência em outubro do ano passado. Com isso, as empresas terão que entregar pelo menos 20% da taxa de transmissão máxima contratada pelo usuário. Já a velocidade média terá que ser de pelo menos 60% da velocidade contratada. Essas metas serão ampliadas ano a ano. A partir de novembro de 2013, por exemplo, a velocidade mínima deverá subir para 30% da contratada, conforme Rápida Mais caros SÃO PAULO – O preço de aparelhos celulares, notebooks e tablets podem ficar até 10% mais caros. O alerta é do presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee ), Humberto Barbato. O encarecimento seria consequência de uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 4635 proposta pelo estado do Amazonas. “ Três foram avaliados como ruins e dois como fracos no quesito densidade, pois apresentaram densidade real muito menor do que a indicada” mostra tabela abaixo: O Rio de Janeiro será a primeira Unidade da Federação a participar das medições da qualidade da banda larga móvel. A partir de hoje as conexões à internet prestadas por meio do SMP (Serviço Móvel Pessoal) serão avaliadas por equipamentos distribuídos em diversos pontos do estado. Segundo o plano amostral elaborado pela Anatel, o Rio de Janeiro terá 137 medidores. No estado foi realizado, de agosto a setembro deste ano, teste-piloto das medições, razão pela qual a implementação do projeto terá início nessa unidade da Federação. Gradativamente, outros es- tados receberão os equipamentos; até junho de 2013, eles estarão em todo o Brasil. O cronograma para implementação do projeto está em fase de conclusão na Anatel. As medições incluirão as operadoras Vivo, Oi, Claro, Tim, Algar (CTBC) e Sercomtel. Em todo o país, serão instalados 3,8 mil medidores, número que poderá ser ampliado durante as avaliações do projeto. As medições da qualidade da banda larga fixa, que também tiveram início dia 1º, serão feitas por meio de um equipamento medidor - batizado de whitebox - instalado nas conexões de voluntários. Para participar do projeto, basta fazer a inscrição por meio do site www.brasilbandalarga.com.br e seguir as orientações que serão encaminhadas, por e-mail, pela Entidade Aferidora da Qualidade (EAQ). qualidade", afirma. O Diamante, da Orthocrin, apresentou seis lâminas de espuma com menos de três centímetros de espessura, que terminam com um retalho na posição vertical. O Elegance, da Mannes, e o Botafogo também apresentaram colagem vertical na largura, e o Majestic, da Probel, tem espumas finas demais. Já o Ortobom tinha casca de espuma. Outro artifício usado por fabricantes para forjar uma densidade superior à da espuma de fato é o uso de aditivos químicos. Segundo a Proteste, tais produtos não são tóxicos. Outro lado - Na avaliação sobre as características relacionadas a conforto os melhores foram os modelos de Sonobello, Mannes e Gazin. No entanto, nenhum dos 10 produtos testados alcançou a nota máxima nesse quesito. Em nota, a Ortobom diz que, embora esteja dentro dos critérios de qualidade que regulam o setor, estará mais atenta e buscará melhorar seus níveis de qualidade, que já considera altos. O setor de Desenvolvimento e Qualidade de Produto da Paropas informou que está revendo processos para identificar a inconformidade e resolver o problema. Enquanto isso, a empresa suspendeu a venda do modelo. Helenice Silva Miguel, diretora da Castor, explica que a Sonam é uma segunda linha do grupo, uma marca popular, e não "um legítimo Castor". O produto avaliado, diz, não é um colchão de densidade 33, mas com características do produto. Por esse motivo, explica, na etiqueta a informação é C33 e não D33. Segundo Helenice, quando a regulamentação do Inmetro passar a valer, a empresa avaliará se fará a adequação dos produtos da Sonam às regras ou parar de fabricá-los. Em nota, Ronaldo Melo, diretor da Plumatex Colchões, responsável pela fabricação do colchão Copacabana D 33, da Botafogo, informou que "o produto ainda não está regulamentado compulsoriamente, portanto não há nenhuma legislação vigente que obrigue o fabricante a atender à norma" usada para a avaliação. A Sonobello, apesar de ter sido contatada pelo Globo por meio do site da empresa, declara que não foi comunicada sobre a pesquisa realizada pela Proteste. Segundo a empresa, seus produtos passam por testes rigorosos em laboratórios, tais como suporte de carga, fadiga dinâmica, deformação permanente, entre outros. Em função disto a empresa contesta a pontuação aplicada pela Proteste, já que desconhece os critérios utilizados. Consultadas, Gazin, Mannes, Probel, Orthocrin e American Flex não se manifestaram. Maria Inês Dolci, coordenadora Institucional da Proteste, destaca que o fato de a certificação não estar valendo não exime fabricantes do dever de boa-fé. "Isso demonstra a falta de responsabilidade em relação ao produto que está no mercado. Se ele diz que a densidade é 33, tem que ter. Isso caracteriza descumprimento de oferta e até propaganda enganosa, segundo o Código de Defesa do Consumidor. E pode trazer problemas de saúde", adverte.