independente
credível
perto de si
Bancos ignoram perfil
e desejos do cliente
junho 2012
19 | 06 | 2012
Os conselhos
> Perante um pedido de aconselhamento para investir 5 mil euros, os cinco
maiores bancos a operar em Portugal ignoraram os desejos e os perfis dos
potenciais clientes. A maioria dos funcionários limitou-se a propor produtos
financeiros em campanha, revela um estudo da DECO PROTESTE.
> Nalguns casos, os produtos sugeridos foram totalmente desadequados. Por
exemplo, num balcão do BES foi proposto um plano de poupança-reforma e,
no Santander Totta, um depósito não mobilizável cujo rendimento depende de
um cabaz de ações.
> A atitude mecânica dos funcionários, que venderam os produtos em campanha sem olhar ao perfil do cliente, foi avaliada negativamente pela publicação
da associação de defesa do consumidor: “os bancos prestaram um mau serviço”. A PROTESTE INVESTE vai informar o Banco de Portugal, entidade de supervisão bancária, dos resultados deste estudo, esperando que esta exija mais
qualidade no serviço que os bancos prestam. Na prática, pretende-se que as
recomendações tenham em conta o perfil e objetivos do cliente.
> Além dos conselhos de investimento publicados nesta edição da PROTESTE INVESTE, os consumidores podem ainda encontrar as melhores estratégias
para aplicar o seu dinheiro no portal www.deco.proteste.pt/investe.
Contactos
Teresa Figueiredo: 218 410 856 ou 965 700 058
[email protected]
financeiros da
Deco
e da ProtEstE
parte integrant
Esta revista faz
refresqu
sem pensar e-se
na Crise
garantido
TESTE
bAncos ignorAm
objetivo do cliente
As propostas dos bancos são insensíveis
ao perfil do cliente. Tudo o que interessa
é vender os produtos em campanha, mesmo
que isso represente uma quebra nos ganhos
A
maioria dos aforradores dirige-se
ao seu banco quando tem dúvidas
sobre o destino a dar às suas poupanças. Foi na pele de potenciais
de investidores que os nossos agentes se
deslocaram a várias agências bancárias
das cinco maiores instituições financeiras.
Objetivo: avaliar os conselhos dos bancos.
Poupar no curto ou no médio prazo
Para percecionarmos de forma eficaz a
qualidade dos conselhos prestados, definimos cenários bastante simples. No
primeiro, o nosso inquiridor pretendia
“investir 5000 euros por 1 ano”. No segundo cenário, mantinha-se o montante, mas
alterava-se o prazo: “Quero investir 5000
Proteste Investe 754 edição mensal junho 2012
desta
anál
que
ise
Esqueça
ouro é das pouc
os depósitos que
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pagam em cená
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financeira
Pág. 6
Pág. 14
Investir antes das férias
12
Proteste
Conheça
as estratégias
para não se pre
ocupar
com os investim
entos
durante o verão
Goze as fér .
e deixe o dinheias
iro
a render
InvEstE n.º 754
> A PROTESTE INVESTE enviou os seus inquiridores ao BES, BPI, Caixa Geral
de Depósitos, Millennium bcp e Santander Totta. No total, foram visitadas 70
agências espalhadas por Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Porto e Viseu.
O objetivo era avaliar os conselhos dados pelos bancos. Para isso, foram criados dois cenários simples: os clientes-mistério pretendiam investir 5 mil euros
durante 1 ano ou 5 mil euros até 5 anos.
> Independentemente do prazo apontado pelo cliente, os produtos sugeridos
foram basicamente os mesmos, recaindo sobretudo em depósitos a prazo.
Mas segundo a PROTESTE INVESTE, “os funcionários limitaram-se a aconselhar os produtos ‘estrela’ que estavam a ser alvo de promoção comercial mais
ativa”. Resultado: “os funcionários até apontaram para depósitos a prazo que
rendem menos do que os depósitos mais generosos no próprio banco”, afirmam os analistas da revista.
www.deco.prote
ste.pt/investe
EdIç ão mEnsal
euros. Estou disposto a deixar o dinheiro
aplicado 5 anos, o que me aconselha?”.
Estas 2 situações foram apresentadas em
agências diferentes do mesmo banco. Com
um horizonte de tempo tão distinto, é natural que o tipo de produto financeiro mais
adequado seja consideravelmente diferente de um cenário para o outro.
Todavia, essa a conclusão não verificou.
Embora cada cenário tenha sido realizado numa agência diferente, os produtos
sugeridos foram basicamente os mesmos,
quer o perfil apresentado fosse para um
investimento a 12 meses quer para 5 anos.
Os funcionários, na maior parte dos casos,
limitaram-se a aconselhar os produtos “estrela” que estavam a ser alvo de promoção
risco
operadores de
telecomunicações
enchem os bolso
s
aos acionistas
Pág. 18
comercial mais ativa. Se o departamento de
marketing do banco aposta num produto,
então era essa a solução proposta.
Entre os aspetos positivos, destaque para
a entrega de documentação não publicitária (ficha de informação normalizada)
na maioria das visitas e alertas para os
custos de manutenção na conta à ordem.
Também, salvo poucas exceções, não foram sugeridos produtos que pudessem ser
“perigosos”.
Bancos
ignoram per
fil
do cliente na
recomendaç
ão
de poupanças
Pág. 12
QuAl é o prAto do diA?
A maioria dos funcionários dos cinco maiores bancos ignor
e os perfis dos potenciais clientes e propôs os produtos finan
do dia. Quase todas as soluções indicadas passam por depó
O menor dos males
A atitude mecânica dos funcionários acaba
por não ser muito lesiva para os potenciais
clientes. Essa circunstância feliz deve-se
ao facto de os bancos estarem a promover
sobretudo os tradicionais depósitos a prazo. Quem siga à letra a sugestão do banco
pode ficar com uma conta mal remunerada
até mesmo quando comparada com outros
depósitos do próprio banco, mas tem o capital garantido e sempre à mão. Tal como é
apanágio dos portugueses, pode dizer-se:
“É mau, mas podia ser pior.”
A febre dos produtos financeiros complexos é bem menor do que há alguns anos. Na
análise publicada na última edição mensal
(página 14), confirmou-se que ainda há
muitos “investidores intoxicados” por esses produtos, mas a sua comercialização
é agora menos agressiva. O melhor enquadramento legal, pelo qual nos batemos,
está em curso e a dar resultados, além de
as condições de mercado também favorecerem as aplicações mais tradicionais.
Para os investidores há, contudo, uma importante questão: será que, em tempo de
crise, podemos optar por soluções medianas? Certamente que não. Ficar totalmente
preso a um banco não é um imperativo, é
uma opção pela comodidade com claro prejuízo na carteira do investidor. ¬
fichA técnicA
70 agências visitadas
Os nossos inquiridores, divididos
em 2 perfis diferentes, visitaram
14 agências de cada um 5 maiores
bancos em 7 cidades de Portugal
continental: Coimbra, Évora, Faro, Leiria,
Lisboa, Porto e Viseu.
www.deco.proteste.pt/investe
“É o que temos hoje; amanhã não se sabe.”
Para 1 ano, os funcionários da CGD propuseram o Depósito Mais (1 ano), mas, aproveitando a ocasião, surgiu
em paralelo o Depósito Crescente Mais (3 anos), apesar
de a taxa ser mais desfavorável quando se considera o
prazo pretendido pelo cliente. Para um horizonte de
5 anos, a proposta mais citada foi o Caixa Aforro Poupe
Mais (5 anos), que é um depósito com juros semestrais
indexados à
postas, surge
Em suma, tod
depósitos a p
referência pe
A fixação pel
dos funcioná
seguinte aind
“Não é cliente? Então não pode levar a FIN!”
O Depósito Já (180 ou 360 dias) e o Special One Top
(3 anos) foram omnipresentes quando o cliente pretendia
investir por 12 meses. Contudo, se o primeiro oferecia
uma melhor taxa ao cliente, o Special One Top, como
decorria uma campanha publicitária, foi também sempre
sugerido. Quando o potencial cliente tinha como objetivo
um prazo de 5 anos, as propostas recaíram sobre o
Depósito Ren
Special One T
Também fora
um “produto
do prazo de
capital no un
tas, o funcion
normalizada
“Hoje não tenho produtos. Só amanhã.”
A Conta Rendimento (CR) a 3 anos foi a sugestão quase
unânime no Banco Espírito Santo, quer para prazos de
1 ano quer para 5 anos. Na única exceção, o funcionário
disse que não tinha produtos, “só amanhã”. Tendo em
conta as restantes ofertas do BES, até acaba por se tratar
de uma sugestão aceitável em termos de taxas de juro.
Preocupante foi a sugestão de investimento em Obriga-
ções do BES
por 1 ano, em
opão de “mu
proposta reco
o prazo prete
Conta CR do
visitas, també
-reforma, com
“Se precisar do dinheiro, não passa fome!”
O Depósito Poupança Super Ídolos (1 ano) foi sugerido
nas 14 visitas a agências do Santander Totta. Há melhores alternativas no mercado, mas face às taxas de juro
normais deste banco, acaba por ser uma boa opção. À
parte desta conta, foram poucas as propostas. A exceção,
infelizmente, recaiu sobre o produto complexo Depósito
Valor Petrolíferas (3 anos). Trata-se de um depósito não
mobilizável c
ações. Foi su
até como inv
resgate antec
se precisasse
um crédito em
dinheiro, não
afastado dos
“Taxas melhores? Só se tiver PPR e cartão de crédito.”
Como novos clientes, aos nossos agentes foi oferecida,
nas várias agências, a opção pelo depósito BPI Valor
2 para investir a 12 meses. Esta conta oferece juros mais
elevados que os depósitos standard do banco, mas implica ter outros produtos como PPR ou cartão de crédito.
É uma solução dispendiosa para quem pretende apenas
rentabilizar as suas poupanças. Para o prazo a 5 anos, a
principal suge
5 Anos, mas
a prazo com
Um ponto ne
outros banco
escrita entreg
uma decisão
do banco.
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PROTESTE INVESTE n.o 754
Págs. 12 e 13
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