Luis Eduardo Genovez Nonato
Efeito da Contagem de Células Somáticas na
Composição e Qualidade do Leite
São Carlos
2007
Luis Eduardo Genovez Nonato
Efeito da Contagem de Células Somáticas na
Composição e Qualidade do Leite
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado para o cumprimento
de atividades referentes ao Curso
de Especialização Latu Sensu
em Higiene e Inspeção de
Produtos de Origem Animal - UCB,
sob orientação da Profa. Dra.
Georgiana Sávia Brito Aires.
São Carlos
2007
LISTA DE FIGURAS
FIGURA
PG
1
CASOS DE MASTITE: (A) CLÍNICOS
07
2
CASOS DE MASTITE: (B) SUBCLÍNICOS
07
3
DIAGNÓSTICO DE MASTITE: (A) CLÍNICA
08
4
DIAGNÓSTICO DE MASTITE: (B) SUBCLÍNICA
08
5
PROGRAMA DE PAGAMENTO DO LEITE POR QUALIDADE
19
6
CÉLULAS COM PRESENÇA DE NEUTRÓFILOS
21
7
CÉLULAS COM PRESENÇA DE MACRÓFAGO
21
8
ÚBERE TIPO ORDENHADEIRA MECÂNICA
23
9
ÚBERE TIPO EM DEGRAU
23
10
ÚBERE TIPO DE CABRA
23
11
ÚBERE PRIMITIVO
23
iii
LISTA DE TABELAS
TABELA
PG
1
PADRÕES INTERNACIONAIS DE CCS
04
2
ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO DO LEITE
ASSOCIADAS AO AUMENTO DA CSS
06
ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO DO LEITE
CAUSADAS PELA MASTITE
09
EFEITO DO LEITE COM ALTAS CONTAGENS DE CÉLULAS
SOMÁTICAS SOBRE OS PRODUTOS LÁCTEOS
17
CCS DO TANQUE, PERDA DE LEITE E
PREVALÊNCIA DE MASTITE
20
3
4
5
iv
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
iii
LISTA DE TABELAS
iv
SUMÁRIO
v
1.
INTRODUÇÃO
01
2.
REVISÃO DE LITERATURA
02
2.1
SOBRE A QUALIDADE DO LEITE
02
2.2
CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS
03
2.3
MASTITE
05
2.3.1 SOBRE A DOENÇA
05
2.3.2 OUTROS FATORES RELACIONADOS À MASTITE
05
2.3.3 CLASSIFICAÇÃO DA MASTITE
06
2.3.4 ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO DO LEITE
09
2.3.5 NORMAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DA DOENÇA
10
2.4
CCS E USO DE ANTIBIÓTICO
11
2.5
COMPOSIÇÃO DO LEITE: REFLEXO DA QUALIDADE NA
2.6
ALIMENTAÇÃO DO ANINAL
13
ARMAZENAGEM E TRANSPORTE DO LEITE
14
2.6.1 FATORES RELACIONADOS À ARMAZENAGEM
E AO TRANSPORTE
14
2.6.2
DO TRANSPORTE AO CONSUMO
15
2.6.3
IMPACTO SOBRE A SAÚDE PÚBLICA
15
2.7
CONSEQÜÊNCIAS TECNOLÓGICAS – DERIVADOS DE LEITE
16
2.8
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
18
2.9
CCS NO LEITE DE BÚFALAS
20
2.9.1 PREÂMBULO
20
2.9.2 VALORES DE CCS OBSERVADOSNO LEITE DE BÚFALAS
21
2.9.2.1 DIFERENÇA: LEITE DE BÚFALAS X LEITE DE VACAS 21
2.9.3 ORDEM DE PARTO
22
2.9.4 CONFORMAÇÃO DO ÚBERE
22
3.
CONCLUSÃO
25
4.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFRICAS
27
V
1. Introdução
O setor leiteiro é um dos mais importantes no agronegócio brasileiro e vem atravessando
um período de evolução. As principais mudanças têm sido a implementação da nova legislação
para os padrões de qualidade, o aumento nas exigências de qualidade do leite por parte das
indústrias e a diferenciação do pagamento ao produtor com base na qualidade. A adequação dos
produtores a esse novo cenário tem sido a grande preocupação voltada para a sustentabilidade da
atividade leiteira, principalmente em nível da produção rural familiar (PRATA, 1998).
O Estado do Paraná possui grande destaque no cenário leiteiro brasileiro. Segundo o
IBGE, em 2004 o Paraná foi o terceiro maior produtor de leite do país com 2,395 bilhões de litros
produzidos (aproximadamente 10% da produção nacional), tendo a região Oeste como a maior
produtora do Estado (IBGE, 2004).
O sistema agro-industrial do leite, devido à sua enorme relevância social, é um dos mais
importantes do país. A atividade é praticada em todo o território nacional em mais de um milhão de
propriedades rurais e, somente na produção primária, gera acima de três milhões de empregos e
agrega mais de seis bilhões ao valor da produção agropecuária nacional. Três importantes fatores
marcaram o setor leiteiro nacional, principalmente na última década: a) o aumento da produção; b)
a redução do número de produtores; e c) o decréscimo dos preços recebidos pelos produtores
(VILELA et al., 2002).
No que se refere à matéria-prima (leite cru resfriado), a mais nova proposta em termos de
melhoria de qualidade se deve à Instrução Normativa nº. 51/2002, que fixou requisitos físicos,
químicos, microbiológicos, resíduos químicos e de contagem de células somáticas.
Além dos vários problemas relacionados à contagem microbiana e aspectos físicoquímicos do leite, o alto índice de contagem de células somáticas tem revelado perda de qualidade
da matéria-prima, causando inúmeros prejuízos às indústrias de laticínios, por afetarem de forma
direta a composição do leite, diminuindo o tempo de vida de prateleira dos seus derivados,
causando perdas irreparáveis à indústria e, conseqüentemente, ao produto final.
O objetivo deste trabalho foi abordar através de uma revisão da literatura o efeito da
contagem de células somáticas (CCS) na composição e qualidade do leite. Com esse objetivo,
foram analisadas e interpretadas literaturas disponíveis sobre o tema, bem como foram feitas
investigações e comparações de estudos e de pesquisas já realizadas.
2. Revisão de Literatura
2.1 Sobre a Qualidade do Leite
A busca pela qualidade na cadeia produtiva do leite no Brasil tem sido uma constante. Os
consumidores estão cada vez mais exigentes quanto à qualidade dos alimentos, tanto em relação
aos aspectos nutritivos, quanto sensoriais do produto final, incluindo os produtos lácteos. Estes
aspectos são devidos principalmente ao nível de qualidade da matéria-prima.
O leite é considerado o mais nobre dos alimentos, por sua composição rica em proteína,
gordura, carboidratos, sais minerais, vitaminas e proporcionam nutrientes e proteção imunológica
para o neonato. Além de suas propriedades nutricionais, o leite oferece elementos
anticarcinogênicos, presentes na gordura, como o ácido linoléico conjugado, esfingomielina, ácido
butírico, β caroteno, vitaminas A e D. Os percentuais de gordura e proteína do leite também podem
ter uma variação ampla de um animal para outro, bem como entre raças, estágios de lactação e
condições de infecção intramamária (SISCHO & BURNS, 1993).
Ao abrir o Simpósio Internacional da Qualidade do Leite, realizado em Curitiba, PR, Brasil,
no final de 1998, o professor e pesquisador Nelson Philpot, da consultoria Philpot Associates
Internacional, de Lousiana, EUA, advertiu que o principal objetivo dos programas de qualidade de
leite deve ser o de preservar as qualidades nutricionais, sabor e aparência do leite, ao mesmo
tempo impedindo que os microrganismos nocivos ou adulterantes estejam presentes em sua
composição. Ele completa o conceito, dizendo que os consumidores estão cada vez mais exigindo
que todos os alimentos, incluindo produtos lácteos, sejam seguros, nutritivos e frescos ao consumo
(PHILPOT, 1998).
O primeiro ponto dessa questão remete ao fato de que a qualidade do leite que chega à
indústria de processamento é determinada pela qualidade do leite que sai da fazenda.
Processadores de leite não podem melhorar a qualidade do leite cru que recebem, pois mesmo
que pasteurizado adequadamente, as enzimas dos microrganismos ainda estarão presentes nos
produtos lácteos e continuarão a degradar a proteína, o açúcar e a gordura, observa o professor.
Dessa forma, salienta que todos os esforços devem ser feitos para assegurar que o leite que sai da
propriedade seja de alta qualidade, pois este fator terá um efeito positivo na durabilidade dos
produtos processados e, conseqüentemente, aumentará o consumo (PHILPOT, 1998).
Quando isso ocorre, todos ganham. Os consumidores, porque têm acesso a um produto
mais nutritivo, mais seguro, com aroma e sabor conhecido e uma larga vida útil; os laticínios,
porque seus produtos serão de maior qualidade, resultando num aumento no consumo e na
lucratividade e, completando, os produtores, porque ocorre um aumento na demanda do seu
produto, o que acaba resultando em preços mais altos, melhores bonificações e maior lucro
consumo (PHILPOT, 1998).
É de conhecimento que o leite e produtos lácteos podem levar a distúrbios alimentares
causados por uma variedade de microrganismos, que encontram no produto um meio ideal de
crescimento. No entanto, a pasteurização se constitui numa barreira de proteção para os
consumidores, desde que o processo aconteça antes da contaminação. Sabe-se também que as
células somáticas do leite não indicam um fator de risco para a saúde humana, já que todos os
patógenos da mastite são também destruídos pela pasteurização consumo (PHILPOT, 1998).
A qualidade do leite vem sendo discutida desde a criação do Programa Nacional de
Melhoria da Qualidade do Leite, proposto em 1997, com profundas mudanças e melhorias em
termos de qualidade em toda a cadeia produtiva. Esses avanços e a necessidade de requisitos que
determinem padrões mínimos de qualidade do leite, em toda sua cadeia produtiva permearam a
criação da Instrução Normativa nº. 51/2002 (IN 51), que foi implementada a partir de julho de 2005
(DÜRR, 2004).
2.2 Contagem de Células Somáticas
Células somáticas são todas as células presentes no leite, que incluem as células
originárias da corrente sangüínea, como os leucócitos e células de descamação do epitélio
glandular secretor. Os leucócitos, em sua maioria, são mobilizados da corrente sangüínea para o
tecido mamário diante de alterações na permeabilidade capilar. O aporte destas células se
intensifica na quarta semana pré-parto, diminuindo gradativamente até uma semana pós-parto. Na
secreção láctea de vacas com infecção intramamária ocorre um aumento no número de células de
defesa, passando a predominar neutrófilos, seguidos por macrófagos, linfócitos e o número de
células epiteliais permanece inalterado (PHILPOT e NICKERSON, 1991).
As células somáticas são, normalmente, células de defesa (leucócitos) do organismo, que
migram do sangue para o interior da glândula mamária, com o objetivo de combater agentes
infecciosos, mas podem ser também células secretoras descamadas (HARMON, 1994; MACHADO
et al., 1999; SHALLIBAUM, 2001).
Um dos problemas de qualidade na matéria-prima é o alto índice de contagem de células
somáticas. Elevados índices de CCS causam inúmeros prejuízos às indústrias de laticínios, por
afetarem de forma direta a composição do leite, diminuindo o tempo de vida de prateleira dos seus
derivados (FONSECA e SANTOS, 2000). A Tabela 1, ilustrada a seguir, apresenta os padrões de
CCS em diversos países.
Tabela 1
Padrões internacionais de CCS
Comunidades Internacionais
CCS x 103 células/ml
União Européia
400
Nova Zelândia
400
Austrália
400
Canadá
500
Estados Unidos da América
750
Fonte: Adaptado de FONSECA e SANTOS (2000)
A qualidade do leite in natura é influenciada por diversas variáveis, destacando-se os
fatores zootécnicos associados ao manejo, alimentação, potencial genético dos rebanhos e fatores
relacionados à obtenção e armazenagem do leite. Uma das causas que exerce influência
extremamente prejudicial sobre a composição e as características físico-químicas do leite é a
mastite, acompanhada por um aumento na contagem de células somáticas. Com o aumento da
CCS, a composição do leite, a atividade enzimática, o tempo de coagulação, a produtividade e a
qualidade dos derivados lácteos são influenciados negativamente (KITCHEN, 1981).
A contagem das células somáticas no leite tem sido considerada um dos principais critérios
de qualidade, pois está correlacionada com a composição, com o rendimento industrial e com a
segurança alimentar. Para os produtores, a CCS do leite indica a sanidade das glândulas
mamárias das vacas, podendo sinalizar perdas significativas de produção e alterações na
qualidade do leite (HARMON, 1994; SANTOS, 2002; BUENO et al., 2005).
Para MÜLLER (2000), a CCS no leite de animais individuais ou de tanque é uma
ferramenta valiosa na avaliação do nível de mastite subclínica no rebanho, na estimativa das
perdas quantitativas e qualitativas de produção do leite e derivados, como indicativo da qualidade
do leite produzido na propriedade e para estabelecer medidas de prevenção e controle da mastite.
Uma dessas medidas pode ser a implantação de protocolos de manejo de ordenha (FONSECA;
SANTOS, 2000).
Elevadas CCS em leite de tanques provocam perdas na produção e a manutenção de
baixas CCS indica boa saúde da glândula mamária dos animais do rebanho (SCHUKKEN et al.,
1990).
2.3 Mastite
2.3.1 Sobre a Doença
A mastite é uma inflamação da glândula mamária caracterizada por alterações no tecido
glandular, causando distúrbios funcionais no quarto mamário afetado. Tais distúrbios resultarão em
uma diminuição da produção de leite e alterações em suas características físico-químicas,
bacteriológicas e sensoriais (GERMANO, 2001).
Pode ser causada por agentes físicos ou químicos, mas na maioria dos casos, a
inflamação é resultado de uma infecção microbiana. Diversos microrganismos podem causar
mastite, porém os agentes bacterianos são os responsáveis por 90% dos casos (DUVAL, 1997;
LADEIRA, 2001).
2.3.2 Outros Fatores Relacionados à Mastite
Diversos fatores, tais como o manejo, a nutrição, a higiene, o homem, o animal e o meio
ambiente, isoladamente ou associados, podem influenciar ou determinar o surgimento de mastite
(TORRES, 1992; DUVAL, 1997; MENDONÇA, 1999). Devido ao fato de ser a forma subclínica a
mais comum, estas características fazem da mastite bovina uma doença de difícil controle e
erradicação.
O verão é o período com a maior incidência de mastite clínica, principalmente a de origem
ambiental. O estresse das altas temperaturas e a umidade, também aumentam a susceptibilidade
às infecções e o número de patógenos, aos quais as vacas são expostas (HARMON & RENEAU,
1993; HARMON, 1998).
Além do aumento do número de células, a mastite provoca alterações nos três principais
componentes do leite: gordura, proteína e lactose. As enzimas e os minerais também são afetados.
A extensão do aumento da CCS e as mudanças na composição do leite estão diretamente
relacionadas com a superfície do tecido mamário atingido pela reação inflamatória. Portanto, há
uma relação direta entre a CCS e a concentração dos componentes do leite (SCHÄELLIBAUM,
2000).
Em relação às proteínas, ocorre uma redução naquelas sintetizadas na glândula mamária
(α e β caseína, α-lactoalbumina e β-lactoglobulina) e um aumento das proteínas de origem
sangüínea (albumina sérica e imunoglobulinas), em virtude do aumento de permeabilidade
vascular secundário ao processo inflamatório. A proteína total do leite tem pouca variação, mas a
concentração de cada tipo de proteína varia acentuadamente (KITCHEN, 1981).
A Tabela 2
mostrada a seguir apresenta as principais alterações na composição do leite associadas ao
aumento da CCS.
TABELA 2
Alterações na composição do leite associadas ao aumento da CCS.
Constituintes
Leite
Normal (%)
Sólidos
8,90
Gordura
3,50
Lactose
4,90
Proteína Total
3,61
Caseína Total
2,80
Proteína do Soro
0,80
Albubina Sérica
0,02
Lactoferrina
0,02
Imunoglobulinas
0,10
Sódio
0,06
Cloro
0,09
Potássio
0,17
Cálcio
0,12
*
Sólidos
Fonte: adaptados de KITCHEN, 1981.
Leite
com Variação
alta Ccs (%)
(%)
8,80
99
3,20
91
4,40
90
3,56
99
2,30
82
1,30
162
0,70
350
0,10
500
0,60
600
0,11
184
0,15
161
0,16
91
0,04
33
Desengordurados
Normalmente existe tendência de queda na concentração de gordura à medida que
aumenta a CCS. Nos casos em que a produção de leite diminuiu em uma proporção maior que a
síntese da gordura, a percentagem de gordura aumenta em animais com altas CCS em função do
efeito da concentração. A mastite, acompanhada de altas CCS, está associada à diminuição da
concentração de lactose no leite. O potássio, mineral predominante no leite, decresce devido ao
dano celular, enquanto há uma elevação nos níveis de sódio e cloro que passam do sangue para o
leite (KITCHEN, 1981; HARMON, 1994; PEREIRA et al. 1999; SCHÄELLIBAUM, 2000).
Algumas Universidades e indústrias possuem contadores eletrônicos de células somáticas
e também equipamentos que determinam o teor de gordura, proteína, lactose e sólidos totais no
leite, que atualmente atendem cooperativas e um expressivo número de fazendas, sendo
realizadas milhares de análises por mês, muitas vezes realizando convênio com associação de
criadores de várias raças, visando facilitar o acesso dos mesmos ao laboratório.
2.3.3 Classificação da Mastite
As infecções da glândula mamária podem apresentar-se sob duas formas: a clínica e a
subclínica (Figuras 1 e 2). A forma subclínica é normalmente a que prevalece, sendo responsável
por aproximadamente 70% das perdas, podendo reduzir a secreção de leite em até 45%. Os
microrganismos envolvidos na etiologia da mastite bovina podem ser classificados em patógenos
“maiores” e “menores”. Na primeira categoria estão incluídos os agentes que provocam maiores
CCS, alterações significativas na composição do leite e, conseqüentemente, grande impacto
econômico. Os principais patógenos “maiores” são os Staphylococcus aureus, Streptococcus
agalactiae, coliformes, estreptococos, enterococos, Pseudomonas sp., Actinomyces pyogenes e
Serratia sp.. Os estafilococos coagulase negativos e Corynebacterium bovis são considerados
patógenos “menores” que promovem inflamação moderada, com CCS no máximo duas a três
vezes superior a dos quartos sadios (HARMON, 1994; LAFFRANCHI, 2000).
Figuras 1 e 2.Casos de Mastite: (A) Clínico e (B) Subclínicos
Adaptado de Nelson Philpot, Mastitis Management, 1978.
Outra classificação de interesse epidemiológico reúne os microrganismos em dois grupos,
segundo a fonte de infecção e modo de transmissão, quais sejam: a) microrganismos contagiosos
(ou vaca dependentes), transmitidos principalmente durante a ordenha; e b) microorganismos
ambientais, ubiquitários, presentes no ar, cama, água e fezes. No primeiro grupo encontram-se o
Streptococcus agalactiae, Staphylococcus aureus e Corynebacterium bovis e no segundo grupo,
Streptococcus
uberis
e
outros
estreptococos,
enterobactérias,
Actinomyces
pyogenes,
Pseudomonas sp., além de fungos, principalmente leveduras, e algas clorofiladas do gênero
Prototheca sp. (COSTA, 1998). (Figuras 3 e 4).
Figuras 3 e 4
Diagnóstico de Mastite: (A) Clínica – (B) Subclínica
Fonte: COSTA, 1998.
A crescente competitividade do mercado nacional, somada à pretensão do Brasil em se
inserir de vez no mercado internacional de lácteos, faz com que as indústrias de lacticínio busquem
cada vez mais tecnologias que as tornem mais eficientes. Isto implica em produzir um produto final
de excelente qualidade, a um baixo custo e com o maior rendimento industrial possível (COSTA,
1998).
2.3.4 Alterações na Composição do Leite
O quadro inflamatório na glândula mamária causa lesões nas células secretoras, que as
tornam menos eficientes reduzindo assim a produção. O metabolismo celular também é alterado,
prejudicando a síntese dos componentes do leite (CERÓN; MUÑOZ et al., 2002).
Ocorre ainda um aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos e da rota paracelular
de secreção de constituintes do sangue no leite (MOUSSAQUI et al., 2002; SILVA, 1999). Como
conseqüências, serão observadas alterações na composição centesimal do leite (Tabela 3), tais
como: elevação do número de células somáticas (leucocitárias e epiteliais), elevação da carga
microbiana, redução nos teores de gordura, proteína e lactose, aumento de frações do soro
sanguíneo no leite, desequilíbrio salino, aumento do pH e diminuição da estabilidade das proteínas
nativas do leite (SILVA, 1999; BUENO 2005).
Tabela 3
Alterações na composição do leite causadas pela mastite
Componente
Leite normal (%) Leite mastítico (%)
Gordura
3.5
3.2
Lactose
4.9
4.4
Proteína total
3.61
3.56
Caseína total
2.8
2.3
Proteína do soro 0.8
1.3
Albumina sérica
0.02
0.07
Lactoferrina
0.02
0.1
Imunoglobulinas
0.1
0.6
Sódio
0.057
0.105
Cloreto
0.091
0.147
Potássio
0.173
0.157
Cálcio
0.12
0.04
Fonte: Fonseca & Santos, 2000
2.3.5 Normas de Prevenção e Controle da Doença
Para que isso seja possível, é imprescindível produzir a matéria-prima, o leite, com
excelente qualidade. A criação da Instrução Normativa 51 (BRASIL, 2002) comprova essa nova
realidade, passando a adotar parâmetros de qualidade pouco utilizados no passado. Dentro destes
parâmetros estão: a) a contagem de células somáticas (CCS); b) a contagem padrão em placas
(CPP); e c) ausência de resíduos de antibióticos, entre outros.
Dentro desse contexto, o controle da mastite adquire grande importância no sistema de
produção de leite. A mastite apresenta uma alta prevalência, estando presente em mais de 50%
dos efetivos leiteiros do mundo, provocando diminuição total ou parcial na produção leiteira. Além
dos enormes prejuízos econômicos causados por essa doença, ela também determina alterações
físico-químicas, sensoriais e na composição centesimal do leite, comprometendo sua qualidade
final. É também um sério problema para a saúde pública, pois o leite proveniente de vacas com
mastite apresenta-se contaminado com microrganismos nocivos a saúde, podendo conter
enterotoxinas e, principalmente, resíduos de antibióticos (RIBEIRO et al., 2000).
Os programas de prevenção e controle da mastite têm por objetivo limitar a prevalência
das infecções e por conseqüência diminuir os impactos econômicos na atividade leiteira. Um bom
programa de controle deve ter como metas principais, erradicar as mastites contagiosas por
Streptococcus agalactiae, controlar as por Staphylococcus aureus, manter baixos os índices de
mastites ambientais, contagens de células somáticas abaixo de 200.000 ml/leite, menos de 2% de
episódios clínicos ao mês e 85% das vacas livres de mastite subclínica. Para alcançar estas metas
é necessário atuar sobre a fonte de infecção, detectando corretamente as vacas com mastite
clínica e subclínica, tratando-as corretamente, e eliminando os animais com infecções crônicas. Em
relação aos animais susceptíveis, procurar a seleção de vacas naturalmente mais resistentes e
propiciar o fornecimento de alimentação equilibrada aos animais. Deve-se atuar ainda sobre as
vias de transmissão da mastite, implantando um correto manejo e higiene de ordenha e manter as
vacas em ambiente seco e limpo.
Vários programas foram propostos para diminuir a ocorrência de mastite. Entre as
principais medidas estão o monitoramento dos índices de mastite, pré e pós-imersão dos tetos em
solução anti-séptica, conforto ambiental, tratamento das vacas secas, tratamento dos casos
clínicos, descarte de vacas com infecções crônicas, higiene, manejo e manutenção dos
equipamentos de ordenha (CULLOR, 1983; PHILPOT & NICKERSON, 1991; NICKERSON et al.,
1995; NICKERSON, 1998; MÜLLER, 1999; FONSECA & SANTOS, 2000).
Para um bom e eficiente programa de prevenção e controle da mastite, deverão ser
observados os seguintes critérios:

Mão de obra especializada;

Monitoramento dos índices de mastite;

Higiene ambiental;

Tratamento da mastite clínica;

Tratamento de vaca seca;

Eliminação de vacas com infecções crônicas;

Manejo e higiene de ordenha;

Teste da caneca;

Limpeza dos tetos com água clorada;

Imersão dos tetos em solução anti-séptica por 30 segundos;

Secagem dos tetos;

Retirada dos insufladores;

Imersão dos tetos em solução anti-séptica;

Desinfecção dos insufladores;

Ordem de ordenha;

Higienização e manutenção do equipamento de ordenha;

Vacinação;
Concluindo, a conscientização por parte do produtor dos prejuízos causados pela mastite,
a adoção criteriosa e persistente das medidas preventivas e de controle anteriormente citadas e a
aceitação de novas técnicas de prevenção e controle dos produtores e técnicos, farão com que as
infecções da glândula mamária não afetem negativamente a renda do produtor. Essas medidas
permitirão a obtenção e o fornecimento de um leite de melhor qualidade para a indústria e por
conseqüência ao consumidor.
2.4 CCS e Uso de Antibiótico
Uma tese sobre a aplicabilidade dos conjuntos para detecção de resíduos de antibióticos
no leite em propriedades leiteiras, realizado em 2000 por C.H. CORASSIN e C.A.F. OLIVEIRA, do
Departamento de Nutrição e Produção Animal, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
da Universidade de São Paulo, relata que a ocorrência de resíduos de antibióticos no leite tem sido
objeto de preocupação constante por parte das autoridades sanitárias, sobretudo devido aos
efeitos tóxicos destes compostos sobre a saúde humana, além da possibilidade de favorecer o
desenvolvimento de formas de resistência de microrganismos patogênicos (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 1990). Por isso, é recomendado o monitoramento freqüente de resíduos de
medicamentos e seus derivados metabólicos no leite, adotando-se, como referência, os limites
estabelecidos através de agências internacionais (BOECKMAN & CARLSSON, 1997).
A contagem de células somáticas aumenta no leite durante a infecção intramamária,
acompanhada de uma rápida elevação de componentes do plasma, devido à resposta inflamatória
(SPREER, 1991). Estes componentes mantêm-se em níveis elevados mesmo após o tratamento e,
dependendo do principio analítico do teste, poderão interferir no resultado (CARLSSON et al.,
1989). Não são ainda conclusivos os efeitos da CCS sobre a ocorrência de resultados falsospositivos não são ainda conclusivos.
A amostragem do leite também constitui fator relevante para uma boa realização do teste.
Recomenda-se desprezar os primeiros jatos de leite, uma vez que estes são geralmente ricos em
CCS, em comparação à composição total do leite produzido pela vaca e, conseqüentemente,
podem acarretar uma maior proporção de falsos-positivos em relação ao leite de mistura
(CULLOR, 1992; VAN EENENNAAM et al., 1993).
É importante ressaltar que os conjuntos de reativos necessitam de condições adequadas
de armazenagem e execução, pois, como materiais biológicos, são sensíveis às variações do
ambiente. Assim, deverão ser mantidos em temperatura recomendada para conservação, bem
como o teste deverá ser realizado em sala apropriada para esta finalidade, evitando a ocorrência
de resultados falsos-positivos. Além disso, as orientações fornecidas pelo fabricante devem ser
seguidas rigorosamente, principalmente no que se refere à alíquota de leite tomada para o ensaio,
ao uso adequado dos reagentes e cumprimento dos períodos de incubação, quando necessários
(CULLOR, 1992).
De acordo com CULLOR (1992), em propriedades rurais, a implantação de um programa
efetivo de controle de mastites constitui a principal forma de reduzir o uso de antibióticos nos
animais e, conseqüentemente, o risco de ocorrência de resíduos no leite. Deste modo, os
programas devem contemplar, o monitoramento de resíduos através da utilização de sistemas
analíticos apropriados, considerando-se os critérios:
a) após o tratamento, observar e respeitar o período de carência da droga;
b) escolher o conjunto apropriado para a detecção dos antibióticos usados na propriedade;
c) testar apenas o leite que se encontra aparentemente normal, sem grumos e floculações;
d) se o resultado for positivo, repetir o teste em amostras duplicadas;
e) se persistir o resultado positivo, confirmar com nova amostragem após 24 horas,
verificando a ocorrência de altos níveis de CCS;
f) caso haja confirmação do resultado positivo, enviar uma amostra para análise na usina
processadora de leite.
A adoção de tais procedimentos pode, de fato, reduzir as perdas econômicas decorrentes
de resultados falsos-positivos. Isto é particularmente importante para os produtores, no
cumprimento das normas quanto aos critérios de qualidade do leite recebido pelas usinas, que
estabelecem limites de tolerância para resíduos de antibióticos ß-lactâmicos. Contudo, a
interpretação dos resultados destes conjuntos deve ser cuidadosa, devido à sua natureza
qualitativa. Pesquisas são necessárias para o desenvolvimento de conjuntos mais específicos, que
determinem a sensibilidade adequada aos limites de tolerância para os diversos tipos de
antibióticos empregados na produção leiteira (CULLOR, 1992).
Contudo, o uso indiscriminado dos antibióticos tem ocasionado o aparecimento de resíduos
no leite e nos seus derivados (BRITO, 2000). A presença desses resíduos, além de ser um risco
para a saúde pública, tem importantes implicações tecnológicas como inibição de fermentos
lácteos, acarretando problemas na fabricação de queijos, iogurtes e manteigas (SILVA, 1999).
Em resumo, todos os esforços devem ser feitos para garantir que o leite que sai da
propriedade rural seja de alta qualidade, já que este fator terá um efeito positivo na durabilidade
dos produtos processados e, conseqüentemente, aumentará o consumo, proporcionando um
ganho efetivo para todos, ou seja: os consumidores, que terão um produto mais nutritivo, mais
seguro, com aroma e sabor conhecidos e uma longa vida útil; os laticínios, porque seus produtos
serão de melhor qualidade, resultando num aumento do consumo e na lucratividade e; os
produtores, porque haverá maior demanda de seu produto, o que acaba resultando em preços
mais altos, melhores bonificações e maior lucro (CULLOR, 1992).
2.5 Composição do Leite - Reflexos da Qualidade na Alimentação do Animal
Um estudo feito sobre os efeitos da ingestão de feno de alfafa e de tifton-85 e silagem de
milho na produção e composição do leite de vacas da raça holandesa, multíparas, com peso vivo
médio de 460 kg, em início de lactação, num experimento em triplo quadrado latino, simultâneo,
com três linhas (vacas) e três colunas (volumoso), revelou que não houve efeito dos diferentes
volumosos na produção e na composição do leite, nem nas porcentagens e produções de gordura,
de proteína, de lactose e de sólidos totais. Também a contagem de células somáticas não foi
afetada pelos tratamentos. Os resultados da análise econômica mostraram que a silagem de milho
proporcionou maior margem líquida na produção por litro de leite/dia (JOBIM et al.; 2002).
A alimentação de vacas leiteiras tem grande importância para a produção e qualidade do
leite. Dietas pobres em fibra determinarão menor tempo de ruminação, com conseqüente redução
na produção de saliva e substâncias tampões. Nessa situação o pH ruminal tem tendência a baixar
levando à acidose (AMÉDEO, 1997).
O equilíbrio no ambiente ruminal é um ponto essencial na nutrição de vacas em lactação.
Portanto, deve-se buscar equilíbrio na ração para obter-se a máxima eficiência. Segundo
VAGNEUR (1998), isso será possível com altos níveis de energia e adequados níveis de
nitrogênio. A energia é obtida de cereais, alimentos ricos em amido e também da fração de fibra
digestível das forragens. Cabe destacar que a proteína bruta pode contribuir também para a
complementação das necessidades energéticas do animal. Assim, volumosos com altos teores de
proteína como o feno de alfafa, por exemplo, poderão ser de grande importância na dieta de vacas
em lactação (JOBIM et al, 2002).
A gordura do leite é, em parte, sintetizada pela glândula mamária a partir dos ácidos
acético e butírico, sendo esses ácidos graxos produzidos no rúmen, a partir da fermentação da
dieta (PEREIRA, 1999).
As silagens e outros alimentos mal conservados podem modificar o sabor do leite. Porém,
o maior risco é em relação às alterações na fermentação ruminal, como é o caso das silagens com
alta umidade. Isso determina a importância de compactar bem, vedar adequadamente os silos e
evitar a contaminação com a terra. Esse procedimento evita o desenvolvimento de fungos com
conseqüente produção de toxinas, as quais poderão contaminar o leite (CODAGNONE, 1988).
A qualidade higiênica da dieta, em relação ao uso de silagem ou feno, pode ter efeito na
CCS, que denota o nível de mastites e os danos correspondentes à qualidade do leite. Neste
estudo, os animais alimentados com silagem de milho apresentaram valores de CCS considerados
baixos (<200.000 células/ml de leite) e os com feno de tifton-85 os valores de CCS estiveram
próximos aos encontrados no estudo da silagem de milho. Entretanto, estas quantidades de CCS
não deveriam alterar os componentes do leite, uma vez que mudanças nas concentrações dos
componentes do leite ocorrem a partir de 1000000 células/ml para gordura e 500000 células/ml
para proteína e lactose (MACHADO et al., 2000).
2.6 Armazenagem e Transporte do Leite
2.6.1 Fatores Relacionados à Armazenagem e ao Transporte
Apesar das regras a serem seguidas, conforme a Instrução Normativa 51, grande parte do
leite produzido em fazendas leiteiras é colocado em latões, os quais são recolhidos por caminhões
e levados até postos de refrigeração para serem transportados até a usina de beneficiamento. Este
sistema vem sendo utilizado por várias décadas e constitui ainda hoje a principal forma de
captação de leite pelas indústrias (SILVESTRIN, 1985).
2.6.2 Do Transporte ao Consumo
De acordo com BARBANO (2006) o aumento na CCS está associado a diversas
conseqüências negativas sobre o leite fluido e derivados, com destaque para as perdas no
rendimento industrial de fabricação de produtos lácteos e para diminuição do seu respectivo
“tempo de prateleira” (shelf-life).
As alterações no “tempo de prateleira” ocorrem no leite fluido e em produtos derivados.
Este fenômeno deve-se, principalmente, à ação de enzimas proteolíticas, as quais, em grande
parte, são termoestáveis, permanecendo ativas mesmo após os processos usuais de
pasteurização do leite. Os principais efeitos destas enzimas manifestam-se na forma de alterações
do sabor dos produtos lácteos. As enzimas proteolíticas geram um sabor amargo no leite e em
seus derivados armazenados, enquanto que as enzimas lipolíticas predispõem à ocorrência de
sabor rançoso, em função da quebra dos ácidos graxos de cadeia curta (MURPHY, 1989;
RENEAU & PACKARD, 1991).
2.6.3 Impacto sobre a Saúde Pública
O leite ocupa lugar de destaque na nutrição humana. Contudo, há o permanente risco do
leite servir como veiculador de microrganismos patogênicos ou de ser alvo de fraudes durante seu
processamento. Em ambas as circunstâncias o produto passa a ser prejudicial à saúde do
consumidor (BRASIL, 2002).
É fundamental o controle higiênico-sanitário dos rebanhos e da ordenha, para garantir a
composição ideal do leite e reduzir o risco de transmissão de agentes de doença. A adequada
refrigeração pós-ordenha e o correto transporte ao lacticínio permitem aumentar a durabilidade do
produto, sendo necessário que os produtores façam investimentos de ordem zootécnica nos
rebanhos, nas instalações e nos equipamentos destinados à ordenha; que os responsáveis pelos
lacticínios agilizem e modernizem o sistema de transporte do leite das propriedades para as
plataformas de recepção do produto e que haja nos lacticínios o controle adequado do leite
recebido, bem como que os demais procedimentos assegurem a qualidade final do produto
(BRASIL, 2002).
O artigo 7º do capítulo I da IN 51 prevê que: “É obrigatória a produção do leite em
condições higiênicas desde a fonte de origem, seja qual for à quantidade produzida e seu
aproveitamento”. O parágrafo único deste artigo estipula que: “Esta obrigatoriedade se estende ao
trato do gado leiteiro, aos vasilhames, ao transporte e ao transportador” (BRASIL, 2002).
A Resolução nº 065/2005 - Regulamento da Inspeção Sanitária e Industrial para Leite e
seus Derivados, em seu art. 106, do capítulo V da Inspeção do Leite e seus Derivados, estabelece
que o leite deverá ser analisado no mínimo uma vez ao mês nas propriedades rurais ou nos
tanques comunitários para contagem de células somáticas e bacteriana total, conforme estabelece
a IN 51, respeitados os específicos padrões estabelecidos pelo art. 4º do Regulamento. O
parágrafo primeiro prevê que as análises deverão ser realizadas em laboratório de referência
credenciado pelo Ministério da Agricultura, da Pecuária e do Abastecimento; o parágrafo segundo
determina que os estabelecimentos industriais sejam responsáveis pela coleta das amostras e o
seu envio ao laboratório de referência (SEAB, 2007).
As indústrias deverão monitorar a qualidade da matéria-prima nos termos da IN nº 51,
encaminhando as amostras de leite para um dos Laboratórios da Rede Brasileira de Laboratórios
de Controle da Qualidade do Leite (RBQL), que foi constituída pela IN 37/2002 (BRASIL, 2002).
A Portaria nº 166, de 5 de maio de 1998, do Ministério da Agricultura, com base em
discussões anteriores que constataram a insuficiente qualidade do leite produzido no país, criou
um grupo de trabalho para propor um programa de medidas visando o aumento da competitividade
e a modernização do setor lácteo nacional. Esse grupo desenvolveu uma primeira versão do
Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNMQL), projeto que vinha sendo
desenvolvido desde 1996, e o submeteu à consulta pública por intermédio da Portaria nº 56, de
7/12/1999, da Secretaria de Defesa Agropecuária. O resultado desses procedimentos foi a
elaboração da Instrução Normativa nº 51, que determinou novas normas na produção, identidade e
qualidade de leites tipos A, B, C, pasteurizado e cru refrigerado, além de regulamentar a coleta de
leite cru refrigerado e seu transporte a granel (BRASIL, 2002).
2.7 Conseqüências Tecnológicas – Derivados de Leite
Todas as alterações na composição do leite apresentam grandes impactos sobre a
qualidade dos derivados lácteos. A primeira e mais bem estudada é a queda da qualidade e do
rendimento na fabricação de queijos (BARBANO et al, 1991; KLEI et al.,1998). No queijo produzido
com leite contendo alta CCS ocorre um aumento do tempo de coagulação, diminuição da firmeza
do coágulo, defeitos na textura e alterações sensoriais (KLEI et al., 1998; MUNRO et al., 1984).
MATIOLI et al. (2000) demonstraram que, com o aumento da CCS, o queijo Minas Frescal
apresentou menor acidez e maior perda de gordura e proteínas solúveis através do soro.
O leite contendo alta CCS também afeta o processo de fabricação e a qualidade final do
iogurte. Além de apresentar menores concentrações de lactose há, ainda, o efeito negativo sobre o
crescimento das culturas lácteas. De acordo com FERNANDES et al. (2002), há uma correlação
negativa significativa entre log CCS e a consistência e sabor do iogurte.
No caso do leite UHT, a gelificação ocorre mais rapidamente nos produtos fabricados com
leite apresentando elevada CCS, quando comparado com aqueles fabricados com leite com CCS
normal (AULDIST et al., 1996).
MACHADO et al (2000) comprovaram que a elevação da CCS no leite aumenta a atividade
proteolítica e lipolítica, causando alterações sensoriais indesejáveis no leite fluido, tais como
rancidez e gosto amargo. Os pesquisadores demonstraram também que o leite pasteurizado com
alta CCS desenvolveu rancidez entre 14 e 21 dias após o processamento, enquanto o controle
(baixa CCS) não apresentou este defeito. O efeito da alta CCS no leite sobre os produtos lácteos
pode ser visualizado na Tabela 4.
Tabela 4 - Efeito do leite com altas contagens de células somáticas sobre produtos lácteos
PRODUTO
PROBLEMA
Leite condensado / leite evaporado

Diminui a estabilidade ao calor
Leite em pó

Gosto de queimado / outros sabores
estranhos

Aumento no tempo de coagulação

Diminuição da firmeza do coágulo
Leite fluido

Queda no rendimento
Leite UHT

Alteração do sabor na estocagem

Gelificação provocada pelo aumento da
Queijo
atividade proteolítica
Produtos fermentados

Inibição
do
crescimento
das
culturas
lácticas, principalmente de Lactobacillus
acidophilus,
devido
ao
atividade fagocitária
Manteiga

Diminuição do rendimento
aumento
da

Aumento da rancificação
Fonte: SILVA, 1999
2.8 Importância Econômica
A mastite é uma doença cosmopolita que provoca enormes prejuízos econômicos em
rebanhos leiteiros do mundo inteiro. Em países como a Dinamarca, é a causa de 30 a 40% das
intervenções veterinárias (DUVAL, 1997). Os índices mundiais de mastite subclínica estão em
torno de 40% (LADEIRA, 2001; GREEN, 2002). No Brasil, a prevalência média da forma clínica é
de 17,45% e da forma subclínica 72,56% (LADEIRA, 2001).
Índices elevados acarretam enormes perdas econômicas, devido à redução de até 50% da
produção de leite (LADEIRA, 2001). Nota-se claramente (Tabela 4) que os prejuízos estão
relacionados principalmente com a queda na produção. Em 2000, FONSECA e SANTOS
estimaram uma perda de 2,5 bilhões de litros de leite em relação a uma produção anual de 20
bilhões de litros. Com a Instrução Normativa 51 espera-se uma redução desses valores.
Observam-se, ainda na Tabela 4, perdas significativas com o descarte do leite impróprio para o
consumo e com a reposição de animais que, nos casos crônicos, o tratamento pode não ser eficaz
(GERMANO, 2001).
Além dos prejuízos na produção primária, a mastite também é um problema para as
indústrias de laticínios. A utilização de leite de baixa qualidade tem implicações tecnológicas
relevantes como, por exemplo, o baixo rendimento na fabricação dos derivados, a diminuição da
vida de prateleira dos produtos e alterações nas características originais do leite e dos derivados
(SILVA, 1999).
Segundo RYSANEK e BABAK (2005), a CCS do leite tem sido empregada como critério de
pagamento pela qualidade do leite, o que a torna uma ferramenta de gestão e monitoramento da
qualidade e tem cada vez mais espaço dentro da propriedade leiteira, pois está diretamente
relacionada com programas de redução de perdas de produção e oportunidades de maior
remuneração do leite.
Muitas empresas do setor lácteo estão remunerando o leite de acordo com sua qualidade,
onde uma das variáveis é a contagem de células somáticas (RYSANEK e BABAK,2005).
Estudos realizados no Brasil e em outros países mostram queda da produção com o
aumento da CCS. A perda pode variar de 100 a 500 Kg durante a lactação (FONSECA e SANTOS,
2000).
A figura 5 ilustra o programa de pagamento do leite por qualidade. Segundo informações
da Elege Alimentos, as quedas verificadas nos índices podem ser devidas a diminuição no teor de
extrato seco total do leite, refletindo, possivelmente, uma deficiente alimentação do rebanho, o que
é duplamente preocupante, já que os teores mínimos de gordura e proteína estabelecidos no
índice podem ser considerados como baixos (MÜHLBACH,2007).
PROGRAMA DE PAGAMENTO DO LEITE POR
QUALIDADE
100
90
80
(ÍNDICE)
70
60
50
40
30
20
10
Mai/97
Jun/97
Jul/97
Ago/97
Set/97
Out/97
Nov/97
Dez/97
Jan/98
Fev/98
Mar/98
Abr/98
Mai/98
Jun/98
Jul/98
Ago/98
Set/98
Out/98
Nov/98
Dez/98
Jan/99
Fev/99
Mar/99
Abr/99
Mai/99
Jun/99
Jul/99
Ago/99
Set/99
Out/99
Nov/99
Dez/99
0
Figura 5
Fonte: Elegê Alimentos, (MÜHLBACH, 2007).
Segundo FONSECA e SANTOS (2000), por meio de análise do leite do tanque, é possível ter
uma estimativa da perda de produção, bem como da prevalência de mastite no rebanho (Tabela 5).
Tabela 5
CCS do tanque, perda de leite e prevalência de mastite
CCS (x 1000/ml)
Perda do leite %
Vacas infectadas %
200
0
15-20
500
8
35-60
1000
18
> 75
________________________________________________________________________
Fonte: FONSECA e SANTOS, 2000
2.9 CCS no Leite de Búfalas
2.9.1 Preâmbulo
A CCS, sendo uma expressão direta da severidade do processo inflamatório, é um
parâmetro usual para avaliar a saúde do úbere com relação à qualidade e higiene do leite e serve
como monitoramento em programas de controle de mastites (HARMON, 1994).
Búfalas com elevada CCS apresentam redução da produção de leite, (PETROVA e
TZANKOVA, 1999; CERON-MUÑOZ et al., 2002b; TRIPÁLDI et al., 2003), alterações dos teores
de seus constituintes (PETROVA e TZANKOVA, 1999; TRIPALDI et al., 2003) e alterações no
tempo de coagulação do leite no processo de fabricação de queijos, comprometendo a qualidade,
processamento e rendimento industrial (SINGH e SINGH, 1981; TRIPALDI et al., 2003). Para evitar
tais alterações é importante manter o limiar de células somáticas em até 200.000 células/ml
(TRIPALDI et al., 2003).
Os trabalhos que avaliaram os tipos de células somáticas presentes no leite de búfalas
sadias são divergentes quanto à porcentagem de cada tipo celular predominante. DHAKAL et al.
(1992), relataram à predominância de células epiteliais (48,42%), seguidas pelos linfócitos
(29,28%), neutrófilos (20,98%) e monócitos (1,62%). Por outro lado, SILVA e SILVA (1994)
verificaram os seguintes valores: neutrófilos (56%), linfócitos (28%), macrófagos (8%), células
epiteliais (5%) e eosinófilos (1%); e DELLA LIBERA (2002), que encontrou 61,1% de
monócitos/macrófagos, 32,9% de neutrófilos, 5,3% de linfócitos e 0,7% de eosinófilos. Já no leite
originado de búfalas com mastite, DHAKAL et al. (1992) relataram a maior ocorrência de neutrófilos
(67,33%), seguidos por linfócitos (20,40%), células epiteliais (10,80%), e monócitos (2,10%).
DELLA LIBERA (2002) concorda com o trabalho relatado por GUARINO et al (1994), ao verificar a
predominância de macrófagos no leite normal de búfalas, e GUARINO et al (1994) com o trabalho
de DHAKAL (1992), ao encontrarem predominância de neutrófilos no leite de búfalas com mastite.
Pode ser observada a presença de células somáticas no leite normal de búfalas em
lâminas de leite coradas com o Corante de Rosenfeld (Figuras 6 e 7).
Figura 6: Presença de Neutrófilos
Figura 7: Presença de Macrófagos
Fonte: Amaral, 2005
Fonte: Amaral, 2005
2.9.2 Valores de CCS observados no leite de búfalas
2.9.2.1 Diferença: Leite Búfalas x Leite Vacas
Os valores médios das contagens de células somáticas no leite normal de búfalas
apresentam resultados variáveis, situando-se entre 50.000 e 375.000 células/ml, com média de
140.000 células/ml (SILVA & SILVA, 1994), entre 50.000 e 100.000 células/ml (GALIERO &
MORENA, 2000) e valores médios de 100.000 células/ml para amostras negativas ao CMT,
segundo SINGH e LUDRI (2001). DELLA LIBERA (2002) encontrou valores médios de 13.000
células/ml para CCS de amostras de leite de búfalas negativas ao CMT e ao exame bacteriológico.
A provável diferença entre a CCS encontrada para amostras de leite normal de búfalas, deve-se às
diferentes metodologias empregadas pelos autores. Em vacas, considera-se normal o leite
proveniente de quartos mamários não infectados e inflamados, apresentando quase sempre a
contagem inferior a 100.000 células/ml. A CCS entre 100.000 e 199.999 células/ml representa uma
média de contagem difícil de se atribuir a uma inflamação e/ou infecção intramamária, e acima de
200.000 células/ ml, é um claro indicativo de mastite subclínica (SMITH, 2002).
No Brasil, CERÓN-MUÑOZ et al. (2002a), ao analisarem 5931 dados referentes a CCS do
leite de 773 búfalas em lactação provenientes de nove rebanhos no Estado de São Paulo,
verificaram que 89% das amostras analisadas apresentaram a CCS inferior a 140000 células/ml, e
destas, 38% apresentaram CCS de até 17000 células/ml, com resultado médio geral de 79000
células/ml. Em outro estudo, CERON-MUÑOZ et al. (2002b), analisando 2693 amostras de leite de
búfalas pertencentes a um único rebanho, verificaram que 80% apresentaram CCS abaixo de
70000 células/ml e apenas 3,2% das amostras excederam 282000 células/ml, apresentando
valores médios de 63000 células/ml.
AMARAL et al. (2004b) ao estudar, na Região do Alto São Francisco, Minas Gerais, a CCS
em 1293 amostras individuais de leite de 283 búfalas e 164 amostras de leite total de búfalas de 19
rebanhos bubalinos, encontraram valores médios de CCS de 24000 células/ml e 22000 células/ml
respectivamente. Estes valores são menores do que os valores referenciados como padrão de
normalidade do leite de búfalas sendo que esta baixa CCS pode ser considerada como reflexo do
bom estado de saúde do úbere das búfalas da região, com conseqüente produção de leite de boa
qualidade, quanto a esse parâmetro (SILVA e SILVA, 1994; GALIERO e MORENA, 2000; SINGH e
LUNDRI, 2001).
2.9.3 Ordem de Parto
A CCS no leite de búfalas apresenta valores crescentes da primeira ordem de parto para
os partos seguintes (CERON-MUÑOZ et al., 2002a, 2002b), porém tais autores não relataram se
estas diferenças foram significativas. Em bovinos, os animais mais velhos tendem a ter maiores
CCS que animais mais jovens, e a evidência é que a relação entre idade e incremento da CCS é
de origem microbiológica, ou seja, existe uma relação positiva entre a ordem de parto e a
incidência de mastite. O que ocorre é que os animais mais velhos têm maior oportunidade de
exposição aos patógenos da mastite, resultando em gradual incremento do número de quartos
infectados, além de terem infecções mais longas, o que causa danos mais extensos nos tecidos da
glândula mamária; por outro lado, não observaram alterações significativas entre a CCS no leite de
búfalas e a ordem de parto, provavelmente por tratar-se de animais sadios e com baixa CCS
(RENEAU, 1986; O’ROURKE e BLOWEY, 1992; SINGH e LUNDRI, 2001e AMARAL, 2005).
2.9.4 Conformação do úbere
Outro fato a ser considerado é que determinadas formas das mamas e tetos favorecem o
contágio, migração e estabelecimento de infecção bacteriana. Mamas grandes, muito pendulosas
ou distendidas, flácidas (Figuras 8, 9, 10 e 11), cujos tetos roçam com freqüência contra o solo,
resultando em ferimentos, têm maior susceptibilidade à ocorrência de mastite, quando comparadas
às mamas com melhor conformação (HEIDRICH e RENK, 1969).
Figura 8: Úbere tipo ordenhadeira mecânica
Fonte: Amaral, 2005
Figura 9: Úbere tipo em degrau
Fonte: Amaral, 2005
Figura 10: Úbere tipo de cabra
Fonte: Amaral, 2005
Figura 11: Úbere primitivo
Fonte: Amaral, 2005
Devem ser realizadas mais pesquisas nesse campo, a fim de estabelecer os parâmetros
aceitáveis da CCS no leite de búfalas e a dinâmica das infecções subclínicas que podem estar
influenciando a elevação da CCS (AMARAL et al., 2004).
É importante salientar que falta uma legislação específica federal para determinar o padrão
de identidade e qualidade do leite de búfalas. Somente o Estado de São Paulo possui uma
legislação para alguns parâmetros de qualidade do leite bubalino, estabelecendo valores mínimos
de 4,5% para o teor de gordura, não fazendo referências para lactose, proteína, sólidos totais
(SÃO PAULO, 1994).
O comportamento da variação dos componentes entre as amostras de leite total do
rebanho e individual foi semelhante, sendo que as maiores variações ocorreram para o teor de
gordura, teor de proteína e teor de sólidos totais, com os maiores percentuais para o teor de
gordura na primavera, e os menores no outono e verão; os maiores percentuais para o teor de
proteína no verão e os menores, no inverno. Para o teor de sólidos totais os maiores percentuais
foram observados na primavera e os menores no outono-inverno. A variação do teor de sólidos
totais se deu em função do teor de gordura, que foi o constituinte que mais variou. A lactose
apresentou teor inferior na primavera não apresentando resultados divergentes nas demais
estações (SINGH e LUDRI, 2001).
O fato das búfalas apresentarem o comportamento reprodutivo sazonal com estação de
monta concentrada no outono e conseqüente estação de parição concentrada no verão, pode
explicar algumas alterações da composição do leite em função da fase da lactação em que se
encontra o animal e a respectiva estação do ano (BARUSELLI e CARVALHO, 2002).
Apesar do maior valor nutritivo e rendimento industrial do leite de búfalas, quando
comparados com o leite de vacas, associado ao crescimento de sua exploração no país, pouco se
tem feito para regulamentação de normas de padrão de identidade e qualidade do leite bubalino, o
que dificulta a realização de medidas de controle e fiscalização aliadas à falta de padrões a serem
seguidos (AMARAL et al, 2004).
3. Conclusão
Neste trabalho foram investigados os fatores que podem causar elevados índices de CCS
no leite. Para tanto, entre estes aspectos, foram estudados desde as condições de higienização na
fonte de origem do leite, a prevenção, manutenção e controle de doenças, até o transporte e
armazenamento do produto final, inclusive na prateleira.
Foram feitas também, comparações sobre o efeito da CCS na qualidade do leite de vacas
e do leite de búfalas.
A Instrução Normativa nº 51 traz a possibilidade de transformar gradativamente a cadeia
produtiva de leite em padrões excelentes de qualidade, colocando o Brasil, suas indústrias e seus
produtores lácteos em padrões internacionais elevados.
Considerando os índices de CCS determinados pela IN 51 e comparando aos índices dos
Estados Unidos da América, o alcance dos padrões mundiais só poderá ser atingido pelo Brasil a
partir da segunda implementação, prevista para julho de 2008. Níveis de maior excelência, como
de países europeus, somente serão contemplados na terceira implantação, prevista para julho de
2011.
Alcançar tais padrões não requer tão somente critérios de inspeção e vigilância, mas a
disseminação de uma política de qualidade que envolva todos os participantes do processo. A
norma determina padrões, mas as mudanças em prol da qualidade exigem a consciência e o
aculturamento da indústria e do produtor. Dessa forma, considera-se que a IN 51 permitirá com sua
implantação gradual, que esta consciência, mesmo que de forma imposta legalmente, seja
colocada em prática.
Pode ser citado neste estudo que, no Brasil, embora a ANVISA e os setores responsáveis
pela vigilância sanitária exerçam controles sobre a qualidade do leite, ainda existem produtores e
lacticínios que fornecem produtos com índices elevados de CCS e há casos em que se é
comprovada a adulteração da composição do leite, como a adição de componentes, visando maior
lucratividade.
Esses fatos tornam a indústria inadequada à norma e por sua vez, sujeita inclusive a
prováveis penalidades atribuídas pelos órgãos de vigilância e controle, sendo imprescindível que
sejam tomadas medidas imediatas. A mais drástica seria a suspensão do fornecimento de matériaprima, aplicável ao produtor que não apresentar índices de CCS compatíveis com a IN 51.
Assim, é papel importante nesta situação apoiar e intensificar a redução dos índices de
CCS nas propriedades, implementando, em conjunto com os produtores, programas eficazes de
controle, que permitam identificar as causas dos elevados índices, tornando efetiva sua redução e,
conseqüentemente, o atendimento aos padrões determinados pela IN 51.
4. Referências Bibliográficas
AMARAL, F.R. et al, Qualidade do leite de búfalas: composição, Revista Brasileira de
Reprodução Animal, Belo Horizonte, MG, v.29, n.2, p.106-110, abril / jun 2005. Disponível em:
www.cbra.org.br
AMARAL, F.R. et al. Composição e contagem de células somáticas em leite bubalino na
região do Alto São Francisco, Minas Gerais, Brasil. Rev Inst Lat Cândido Tostes, v.59, n.339,
p.37-41, 2004b.
AMARAL F.R. Fatores que interferem na contagem de células somáticas e constituintes do
leite de búfalas. 2005. 46f. Dissertação. Mestrado em Medicina Veterinária Preventiva – Escola de
Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2005. Rev Bras Reprod Anim,
Belo Horizonte, v.29, n.2, p.101-105, abril/jun. 2005. Disponível em www.cbra.org.br
AMÉDÉO, J. L’alimentation et la pathologie nutritionnelle. In: LES RENCONTRES QUALITÉ
DU LAIT, I. 1997,Rennes. Annales...Rennes:1997 p. 16 – 24
ANVISA. Programa Nacional de Análise de Resíduos de Medicamentos Veterinários em
Alimentos Expostos ao Consumo – PAM Vet. Brasília, novembro de 2003. Disponível em:
www.anvisa.gov.br; Acessado em 10 de outubro de 2007.
AULDIST, M.J. et al. Effect of somatic cell count and stage of lactation on the quality and
storage life of ultra high temperature milk. Journal of Dairy Research. V.63 p.377-386, 1996.
BARBANO, D.M. et al. Influence of milk somatic cell count and milk age on cheese yield.
Journal of Dairy Science. v.74. p.369-388, 1991.
BARBANO D.M. et at. Influence of raw milk quality on fluid milk shelf-life. Journal of Dairy
Science. Savoy, v.89, E.Suppl, E15-E19, 2006.
BARUSELLI P.S.; CARVALHO N.A.T. Reproductive management and artificial insemination in
buffalo. In: Buffalo Symposium of Americas, 1, 2002, Belém. Proceedings ... Belém: Associação
Paraense de Criadores de Búfalos, 2002. p.119-143.
BOECKMAN, S.; CARLSSON K.R. Milk and dairy beef residue prevention protocol. Arlington:
Agri-Education, 1997.
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa nº 51. Diário Oficial
da União, Brasília 15 de agosto de 2002, seção 1, págs 2-4.
BRITO, M.A.V.P. e. Resíduos de antimicrobianos no leite. Juiz de Fora, MG: Embrapa Gado de
Leite, 2000. 28p. Circular Técnica n. 60.
BUENO, V.F.F. et al. Contagem celular somática: relação com a composição centesimal do
leite e período do ano no Estado de Goiás. Ciência Rural, Santa Maria, v.35, n.4, p.848-854, julago, 2005.
CARLSSON, A.; BJORK, L.; PERSSON, K. Lactoferrin and lysozyme in milk during acute
mastitis and their inhibitory effect in Delvotest. P. J. Dairy Sci., v.72, p.3166- 3175, 1989.
CERÓN-MUÑOZ, M. et al. Factors affecting somatic cells count and their relations with milk
and milk constituent yield in buffaloes. Journal of Dairy Science. v.85. p.2885-2889, 2002.
CODAGNONE, H.C.V. et al. Silagem de milho e feno de aveia (Avena bizantina, L.) na
alimentação de vacas em lactação. Rev. Soc. Bras. Zootec., Viçosa, v.17, n.6, p. 487-497, 1988
CORASSIN, C.H.;
OLIVEIRA, C.A.F. Uma tese sobre a aplicabilidade dos conjuntos para
detecção de resíduos de antibióticos no leite em propriedades leiteiras. Departamento de
Nutrição e Produção Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de
São Paulo, 2000.
COSTA, E. O. Importância da mastite na produção leiteira do país. Educação Continuada,
CRMV-SP, v.1, n.1, 1998.
CULLOR, J.S. Cowside testing antibiotic residues: problems and solutions. Proc. Annu. Meet.
Nat. Mastitis Council, p.154-158, 1992.
DHAKAL I.P.; KAPUR M.P.; SHARMA A. Significance of differential somatic cell counts in milk
for the diagnosis of subclinical mastitis in buffaloes using foremilk and stripping milk. Indian
J Anim Hlth, v.31, p.39-42, 1992.
DELLA LIBERA, A. M. Características físico-químicas e microbiológicas do leite de vacas
com alta contagem de células somáticas. 1998. 79f. Dissertação de Mestrado em Clínica
Veterinária - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1998.
DELLA LIBERA, A.M. Avaliação dos fagócitos no leite de búfalas (Bubalus bubalis) hígidas
criadas no estado de São Paulo. Tese de Doutorado em Clínica Veterinária – Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2002.
DUVAL, J. Treating mastitis without antibiotics. EAP Publication 69, 1997.
ESALQ-USP Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz, Piracicaba, SP. Disponível em:
www.megaagro.com.br - Email: [email protected]
FERNANDES, A.M. et al. Composition and sensory evaluation of whole yoghurt produced
from milk with different somatic cell counts. 2º Panamerican Congress on Milk Quality and
Mastitis Control, Riberão Preto, Brazil, 2000.
FONSECA, L.F.L.; SANTOS, M.V. Qualidade do leite e controle da mastite, São Paulo, Lemos
Editorial, 2000, 175p.
FONSECA, L.F.L.; SANTOS, M.V. 2º Curso on-line de atualização sobre controle da mastite.
Disponível em: http:/www.milkpoint.com.br/cursos.mastite.asp.htm, 2000
GALIERO, G.; MORENA, C. The meaning of the somatic cell count in buffalo milk. Bubalus
Bubalis, n.4, p.26-27, 2000.
GUARINO A. et al. Types of cells present in buffalo’s milk. In: World Buffalo Congress, 4, 1994,
São Paulo. Proceedings ... São Paulo: Associação Brasileira de Criadores de Búfalos. 1994. p.187188.
GERMANO, P.M.L.; GERMANO, M.I.S. Higiene e Vigilância Sanitária dos Alimentos. São
Paulo, SP. Editora: Varela, p.629, 2001.
GREEN, M.J. et al. Influence of dry period bacterial intramammary infection on clinical
mastitis in dry cows. Journal of Dairy Science. V.85. p.2589-2599, 2002.
HARMON, R.J.; RENEAU, J.K. Factors affecting somatic cell counts in milk. In: National
Mastitis Council Annual Meeting, 32., 1993, Arlington. Proceedings … Madison: National Mastitis
Council, 1993. p.48-57.
HARMON, R.J Symposium: mastitis and genetic evaluation for somatic cell count. Journal of
Dairy Science, v.77, n. 7, p.2103-2112, 1994.
HARMON, R.J. Physiology of mastitis and factors affecting somatic cells counts. Journal of
Dairy Science, v.77, p.2103, 1994.
HARMON, R.J. Somatic cell counts: Myths vs reality. In: National Mastitis Council - Regional
Meeting, 37, 1998, Bellevue. Proceedings… Madison: National Mastitis Council, 1998. p.40-50.
HEIDRICH, H.J., RENK, W. Enfermedades de las glándulas mamarias en los animales
domésticos. Barcelona: Labor, 1969. 502p.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção da Pecuária Municipal, Rio de
Janeiro: MPOG, v. 32, 2004.
JOBIM, C.C. et al Produção e composição do leite de vacas da raça Holandesa alimentadas
com fenos de alfafa Tifton-85 e silagem de milho – 2007 - Disponível em: www.nupel.uem.br
JOBIM, C.C.; BRANCO, A.F. Influência da qualidade de forragens conservadas sobre a
produção e qualidade do leite de vacas. In: Simpósio sobre a Sustentabilidade da Pecuária
Leiteira na Região Sul do Brasil. 2002, Maringá. Anais... Maringá: Sul-Leite, 2002. p. 77-96.
KITCHEN, B.J. Reviews of the progress of dairy science: Milk compositional changes and
related diagnostic tests. Journal of Dairy Research. 48. p.167-188, 1981.
KLEI, L.J. et al. Effects of milk somatic cell count on Cottage cheese yield and quality. Journal
of Dairy Science. V.81. p.1205-1213, 1998.
LADEIRA, S.R.L. Mastite bovina. In: Doenças de Ruminantes e Eqüinos. São Paulo: Livraria
Varela, 2001. Vol. I, 426p.
LAFFRANCHI, A. e at. Etiologia das infecções intramamárias em vacas primíparas ao longo
dos primeiros quatro meses de lactação. Ciência Rural, v.31, n.6, p.1027-1032, 2001.
MACHADO, P. F.; PEREIRA, A. R.; SARRIÉS, G. A. Efeitos da contagem de células somáticas
na qualidade do leite e a atual situação de rebanhos brasileiros. Revista do Instituto de
Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 54, n. 309, p. 10-16, ago. 1999.
MACHADO, P.F. et al. Composição do leite de tanques de rebanhos brasileiros distribuídos
segundo sua contagem de células somáticas. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.6, p.1883-
1886, 2000.
MACHADO, P.F. Contagem de células somáticas no leite de rebanhos brasileiros e seus
efeitos
sobre
a
qualidade
do
leite.
ESALQ
–
USP,
2007.
Disponível
em:
http://megaagro.com.br/lecheria/art_ccs_mastite.asp#top
MATIOLI, G.P. et al. Effect of milk from cows with mastitis on the production of fresh Minas
cheese. Revista do Instituto de Laticínio Cândido Tostes. V.54. p.38-45, 2000.
MENDONÇA, C.L. et al. Etiologia da mastite bovina. Veterinária Notícias, v.5, n.1, p.107-118,
1999.
MOUSSAOUI, F. et al. Mechanisms involved in milk endogenous proteolysis induced by a
lipopolysaccharide experimental mastitis. Journal of Dairy Science. v.85. p.2562-2570, 2002.
MÜHLBACH, P.R.F. Nutrição da vaca em lactação e a qualidade do leite Departamento de
Zootecnia – Faculdade. Agronomia – UFRGS, 2007. Disponível em htpp://nucleovet.com.br.
MÜLLER, E. E. Profilaxia e controle da mastite bovina. In. Encontro de Pesquisadores em
mastite, III, 1999, Botucatu-SP. Anais..., Botucatu-SP, 1999, p. 57-61.
MÜLLER, E. E. Sustentabilidade da Pecuária Leiteira na Região Sul do Brasil. In: Simpósio
sobre a Sustentabilidade da Pecuária Leiteira na Região Sul do Brasil. 2002. Maringá. Anais do II
Sul - Leite .... Maringá: 2002.
MUNRO, G.L. et al. Effects of mastitis on milk yield, milk composition, processing properties
and yield and quality of milk products. Australian Journal of Dairy Technology. v.39. p.7-16,
1984.
MURPHY, S.C. Influence of bovine mastitis on lipolysis and proteolysis in milk. Journal of
Dairy Science, 72:620-6, 1989.
NICKERSON, S.C.; OWENS, W.D.; BODDIE, R.L. Mastitis in dairy heifers: Initial studies on
prevalence and control. Journal of Dairy Science, v.78, p. 1607-1618, 1995.
NICKERSON, S. C. Estratégias para controlar a mastite bovina. In: Simpósio Internacional
sobre Qualidade do Leite, 1, 1998, Curitiba-PR Anais..., Curitiba-PR 1998, p. 20-27. 218
O´ROURKE, D.J., BLOWEY, R.W. Cell counts and mastitis monitoring. In: Andrews AH et al.
Bovine medicine: Diseases and husbandry of cattle. Oxford: Blackwell, 1992. p.305–312.
PEREIRA, A.R. et al. Contagem de células somáticas e qualidade do leite. Revista dos
Criadores, v.67, n.807, p.19-21, 1997.
PEREIRA, A.R. et al. Efeito do nível de células somáticas sobre os constituintes do leite –
gordura e proteína – Revista Brasileira de Pesquisa Veterinária e Ciência Animal, v.36. n.3, 1999.
Disponível em: htpp://www.scielo.br/scielo
PETROVA N.; TZANKOVA M. SCC on milk from three breeds of buffaloes in Shoumen
Region. Bulg J Agric Sci, v.5, p.895-900, 1999.
PHILPOT, W.N. Economics of mastitis control. Symposium on mastitis. The Veterinary Clinics of
North America. Food Animal Practice, v.6, n.2, p.233-45, 1984.
PHILPOT, W. N.; NICKERSON, S. C. Mastitis: Counter Attack. A strategy to combat mastitis.
Illinois: Babson Brothers Co., 1991. 150p.
PHILPOT, W.N. Importância da contagem de células somáticas e outros fatores que afetam a
qualidade do leite. In: Simpósio Internacional sobre a qualidade do leite, 1, 1998, Curitiba.
Anais... Curitiba, 1998. p.28-35.
PRATA, L. F. Fundamentos de Ciência do Leite. São Paulo: Unesp, 1998, 119p.
RENEAU, J.K. & PACKARD, V.S. Monitoring mastitis, milk quality and economic losses in
dairy fields. Daire, Food and Environmental Sanitation, 11: 4-11, 1991.
RENEAU, J.K. Effective use of dairy herd improvement somatic cell counts in mastitis
control. J Dairy Sci, v.69, p.1708-1720, 1986.
RESOLUÇÃO Nº 065 / 2005 Regulamento da inspeção sanitária e industrial para leite e seus
derivados. – Disponível em http:// www.seab.pr.gov.br/arquivos/pdf/resolução56leite.
RIBEIRO, M.E.R. et al. Manejo de ordenha e mastite. In: Sistemas de pecuária de leite – uma
visão na região de clima temperado. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2000. 195p.
RYSANEK, D; BABAK, V. Bulk tank milk somatic cell count as an indicator of the hygiene
status of primary milk production. Journal of Dairy Research, v.72, p.1-6, 2005.
SANTOS, F. L. et al. Produção e composição do leite de vacas submetidas a dietas contendo
diferentes níveis e formas de suplementação de lipídios. Revista Brasileira de Zootecnia,
Viçosa - MG, v.30, n.4, p.1376-1380, 2001.
SANTOS, M.V. Efeito da mastite sobre a qualidade do leite e dos derivados lácteos. In:
Congresso Panamericano de Qualidade do Leite e Controle de Mastite, II. 2002, Ribeirão Preto,
Anais.... São Paulo: Instituto Fernando Costa, 2002, p.179-188.
SANTOS, M.V. Rebanhos com maior CCS no tanque apresentam maior risco de ocorrência
de
resíduos
de
antibióticos
no
leite.
2000.
Disponível
em:
http://www.milkpoint.com.br/secoes/radar/printpage.asp.htm
SCHAELLIBAUM, M. Efeitos de altas contagens de células somáticas sobre a produção e
qualidade de queijos. In: Simpósio Internacional sobre Qualidade do Leite, 2, 2000, Curitiba,
Anais... Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2000. p. 21-29.
SCHALLIBAUM, M. Impact of SCC on the quality of fluid milk and cheese. In: Annual Meeting
National Mastitis Council, 40, Reno, 2001. Proceedings ... Madison, National Mastitis Council, 2001,
p.38-46.
SCHUKKEN, Y.H. et al. Somatic cell counts and milk quality. Journal of Dairy Science, 75 (12):
3352-8, 1992.
SILVA, D.J. Análise de alimentos - Métodos químicos e biológicos. Viçosa-MG: UFV, 1990.
196p.
SILVA I.D.; SILVA K.F.S.T. Total and differential cell counts in buffalo (Bubalus bubalis ) milk.
Buffalo J, v.10, p.133-137, 1994.
SILVESTRINI, P. Panorama da distribuição e consumo do leite. In: Peixoto. A. M.; Moura, J.;
Faria, V.P., eds. Caracterização e implementação de uma política para o leite. Piracicaba, FEALQ,
1985. p.73-83.
SINGH M.; LUDRI R.S. Somatic cell counts in Murrah buffaloes (Bubalus bubalis) during
different stages of lactation, parity, and season. Asian-Austral J Anim Sci, v.14, p.189-192,
2001.
SINGH S.P.; SINGH R.S. Influence of somatic cell count on the physico-chemical properties
of buffalo milk. Indian J Dairy Sci, v.34, p.96-97, 1981
SISCHO, W.M.; BURNS, C.M. Field trial of four cowside antibiotic-residue screening tests. J.
Amer. Vet. Med. Assoc., v.202, p.1249-1254, 1993.
SMITH, K.L. A discussion of normal and abnormal milk based on somatic cell count and
clinical mastitis. Bull Int Dairy Fed, n.372, p.43-45, 2002.
SPREER, E. Lactologia industrial. 2ª ed. Zaragoza, Acribia, 1991.
TORRES, C.L.A. Mastite Bovina. Boletim Técnico. EPAGRI. Nº 32. 38p. Florianópolis, Santa
Catarina, 1992.
TRIPALDI C. et al. The effects of the somatic cell count on yield, composition and
coagulating properties of Mediterranean buffalo milk. Asian-Aust J Anim Sci, v.16, p.738-742,
2003.
VAGNEUR, M. Les grands clefs de l’alimentation. In: Les Rencontres Qualité du Lait, 2. 1998.
Besançon. Annales... Besançon: 1998. p. 71 - 74.
VAN EENENNAAM et al., Evaluation of milk residue screening tests in cattle with naturally
occurring clinical mastitis. J. Dairy Sci, v.76, p.3041-3053, 1993.
VILELA, M.S., et al. Avaliação de diferentes suplementos para vacas mestiças em lactação
alimentadas com cana-de-açúcar: desempenho e digestibilidade. Revista Brasileira de
Zootecnia, v.32, n.3, p.768-777, 2003.
VILELA, D. et al. Políticas para o leite no Brasil: passado presente e futuro. In: Santos, G. T.;
Jobim, C. C.; Damasceno, J. C. Sul-Leite Simpósio sobre Sustentabilidade da Pecuária Leiteira na
Região Sul do Brasil, 2002, Maringá. Anais... Maringá: UEM/CCA/DZO-NUPEL, 2002.
WORLD HEALTH ORGANIZATION.. Evaluation of certain veterinary drug residues in food.
Geneva: who, 1990. (Tecnhical Report Series, 799).
Download

Luis Eduardo Genovez Nonato Efeito da Contagem de