I Universidade Camilo Castelo Branco Instituto de Engenharia Biomédica GILMARA ALVES LUCCHESI AUTOPERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL EM UNIVERSITÁRIOS E SUA RELAÇÃO COM AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E ANÁLISE DE BIOIMPEDÂNCIA SELF-PERCEPTION OFBODY IMAGEAMONG UNDERGRATUATED STUDENTSAND ITS RELATIONSHIP WITHANTHROPOMETRIC ANDBIOIMPEDANCE ANALYSIS São José dos Campos, SP 2013 II Gilmara Alves Lucchesi AUTOPERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL EM UNIVERSITÁRIOS E SUA RELAÇÃO COM AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E ANÁLISE DE BIOIMPEDÂNCIA Orientadora: Profa. Dra. Adriana Barrinha Fernandes Moretti Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica da Universidade Camilo Castelo Branco, como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Engenharia Biomédica São José dos Campos, SP III IV V DEDICATÓRIA As minhas filhas Gabriela Alves Chimenti Lucchesi e Giuliana Alves Chimenti Lucchesi, que são a razão do meu viver, minha fonte de inspiração e minha maior motivação. A minha mãe querida, Maria Alves Silva e meus irmãos, que mesmo diante de todas as dificuldades que passamos na vida, me mostraram que é possível vencer quando acreditamos e que somos capazes de tudo o que queremos. VI AGRADECIMENTOS A Profa. Dra. Adriana Fernandes Barrinha, por acreditar em mim, orientar a elaboração deste trabalho e principalmente por sua compreensão e dedicação a mim dispensadas. Ao meu amigo e colaborador Prof. Ms. Diogo Pantaleão, que contribuiu incansavelmente com seus conhecimentos nas discussões deste estudo. As minhas queridas amigas, Profa. Denilce Ap. Xisto e Profa. Dra. Tânia Regina França, por não me deixarem desistir e me incentivarem até o final para realização deste sonho. Aos meus queridos alunos, pela compreensão e paciência a mim dedicadas, durante todo o tempo de desenvolvimento deste estudo. Aos meus colegas de sala do mestrado em Engenharia Biomédica, por me apoiarem durante as aulas e me ajudarem sempre que necessitei. A todos os meus professores do mestrado, pelo ensinamentos e encorajamento. A Universidade Camilo Castelo Branco, por ceder seu espaço e permitir a realização deste estudo. Ao Dr. Raul Lopes Filho, por ceder o aparelho de bioimpedância utilizado neste estudo. VII "Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer!" "Quem sabe concentrar-se numa coisa e insistir nela como único objetivo, obtém, ao fim e ao cabo, a capacidade de fazer qualquer coisa". Mahatma Gandhi (1869-1948) VIII AUTOPERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL EM UNIVERSITÁRIOS E SUA RELAÇÃO COM AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E ANÁLISE DE BIOIMPEDÂNCIA RESUMO A imagem corporal é um importante componente do complexo mecanismo de identidade pessoal, é a figura mental que temos das medidas, dos contornos e da forma do nosso corpo, seus distúrbios se referem também às influências estabelecidas dos ideais de corpo às expectativas e experiências vividas. O objetivo deste estudo foi avaliar a autopercepção da imagem corporal em estudantes universitários do curso de Educação Física e verificar as relações com as variáveis antropométricas. A amostra foi constituída de 92 (noventa e dois) estudantes universitários do curso de Educação Física de ambos os sexos com média de idade para homens de 26,3±5,1 e para mulheres de 27,0±6,0. Para análise da autopercepção corporal foi utilizado o questionário de imagem corporal (BSQ) e as variáveis antropométricas avaliadas foram massa corporal, estatura (para cálculo do índice de massa corporal (IMC)), percentual de gordura (%G) analisado pelas dobras cutâneas (DC) e pela bioimpedância (BIA). Foi utilizada a estatística descritiva, análise de variância (ANOVA) e quando apropriado o teste de post-hoc de Tukey para identificar as possíveis diferenças (nível de significância adotado de p<0,05). Quanto aos resultados, os homens apresentaram um valor médio de 58,9, no BSQ, sendo considerada ausência de insatisfação, enquanto, as mulheres um valor médio de 82,3, sendo classificado como leve insatisfação. A maior parte dos homens (86,4%) e das mulheres (57,6%) encontravam-se satisfeitos com sua imagem corporal, porém os resultados do BSQ sinalizaram uma inconsistência com as composições corporais dos métodos de IMC, DC e BIA, em ambos os sexos. Pode-se concluir que houve distorção na autopercepção da imagem corporal entre os universitários de ambos os gêneros do curso de Educação Física, porém estas diferenças mostraram-se menores em relação aos homens do que em relação as mulheres, observando-seque estes futuros profissionais ainda necessitam de uma IX melhor percepção de sua imagem corporal pois formam um grupo multiplicador de conceitos e praticas relacionados a saúde. Palavras-Chave: Imagem corporal; Variáveis antropométricas; Bioimpedância. X SELF-PERCEPTION OFBODY IMAGEAMONG UNDERGRADUATE STUDENTSAND ITS RELATIONSHIP WITHANTHROPOMETRIC ANDBIOIMPEDANCE ANALYSIS ABSTRACT Body image is an important component of the complex mechanism of personal identity,it is the mental picture we have of measures, contours and shape of our body; its disorder also refer to the influences of ideal body established expectations and experiences. The aim of this study was to evaluate the perception of body image in undergraduate students of Physical Education and verify the relationships with anthropometric variables. The sample consisted of 92 (ninety two) undergraduate students of Physical Education of both sexes with a mean age for men of 26.3 ± 5.1 and 27.0 ± 6.0 years for women. It was used for the study the self-perception of body image questionnaire (BSQ) and anthropometric variables such as: body weight, height (for calculation of body mass index (BMI)), fat percentage (BF%) analyzed skinfold (DC) and bioelectrical impedance (BIA). It was used descriptive statistics, analysis of variance (ANOVA) and, when appropriate the post-hoc Tukey test to identify possible differences (significance level of p <0,05). Results show for men an BSQ average value of 58.9, that corresponds to an absence of dissatisfaction, while for women was obtained an average value of 82.3, which was classified as mild dissatisfaction. Most men (86.4%) and women (57.6%) were satisfied with their body image, but results from the BSQ signaled an inconsistency with the body composition methods BMI, DC and BIA, for both genders. It can be concluded that there was a distortion in the perception of body image among undergraduate students of Physical Education course, for both genders, but those differences were smaller than men than for women; noting that these future professionals still need a better perception of their own body image because they form a group that will multiplier concepts and practices related to health. Keywords: Body image; Anthropometric variables; Bioimpedance. XI LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1. Analisador de composição corporal InBodyR20®...................................... 33 Figura 2. Frequência relativa da classificação do BSQ em homens........................ 44 Figura 3. Frequência relativa da classificação do BSQ em mulheres...................... 49 Figura 4. Classificação do BSQ - Homens e Mulheres............................................. 49 Figura 5. Inconsistência dos métodos avaliados em homens e mulheres............... 54 XII LISTA DE TABELAS Tabela 1. Classificação do IMC para adultos, segundo a Word Health Organization ............................................................................................................. 39 Tabela 2. Equações generalizadas de Jackson e Pollock recomendadas para adultos........................................................................................................................ 40 Tabela 3. Equação para converter a DC em %G, proposto por Siri e Brozek et al. 40 Tabela 4. Classificação do %G, segundo Lohman (1992)......................................... 41 Tabela 5. Características da amostra de homens e mulheres................................... 43 Tabela 6. Característicasantropométricasdehomens em função da classificação.. do BSQ...................................................................................................................... 44 Tabela 7. Correspondência da classificação em homens do BSQ com IMC........... 45 Tabela 8. Características antropométricas de homens em função da classificaçãodo BSQ e da média do %G relativa pelas DC........................................................... 45 Tabela 9. Correspondência da classificação em homens do BSQ com %G pelas DC .................................................................................................................... 46 Tabela 10. Características antropométricas de homens em função da classificação do BSQ e da média de %G relativa através da BIA................................................... 47 Tabela 11. Correspondência da classificação em homens do BSQ com %G pelas BIA............................................................................................................................. 47 Tabela 12. Características antropométricas das mulheres em função da classificação do BSQ................................................................................................. 48 Tabela 13. Correspondência da classificação em mulheres do BSQ com IMC...... 50 Tabela 14. Características antropométricas de mulheres em função da classificação do BSQ e da média do %G relativa pelas DC...................................... 51 Tabela 15. Correspondência .da classificação.em. mulheres .do. BSQ. com %G pelas DC.....................................................................................................................51 Tabela 16. Características antropométricas das mulheres em função da classificação do BSQ e da média do %G relativa através da BIA............................ 52 Tabela 17. Correspondência da classificação do BSQ com %G pelas BIA............. 53 XIII LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS %G = Percentual de gordura ANVISA = Agencia Nacional de Vigilância Sanitária ANOVA = Análise de variância BIA = Bioimpedância BSQ = Body Shape Questionnaire ou Questionário de imagem corporal CC = Composição corporal CEP = Comitê de Ética e Pesquisa Cs = Circunferências CX = Dobra cutânea de coxa D = Densidade corporal DC(s) = Dobra(s) cutânea(s) DEXA = Densitometria óssea DO(s) = Diâmetro(s) ósseo(s) DR (a) = Doutor(a) EFS = Escala de figura de silhuetas EST = Estatura I = Idade em anos IMC= Índice de Massa Corporal MC e/ou P = Massa corporal e/ou peso corporal MCM = Massa corporal magra Me = Mestre MG = Massa de gordura MLG = Massa livre de gordura OMS= Organização Mundial de Saúde PH = Pesagem hidrostática PT = dobra cutânea peitoral SI = dobra cutânea supra-ilíaca SPSS = Statistical Package for the Social Sciences TCLE = Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TR = dobra cutânea tricipital XIV LISTA DE SÍMBOLOS mm = milímetros cm = centímetros Kg = quilograma kg/m2 = quilograma por metro quadrado ® = Marca registrada Σ = somatória ℅ = porcentagem ± = mais ou menos p = nível de significância Z = Impedância kHz = quilohertz µA = micro ampères g/cm3 = grama por centímetro cúbico º =graus XV SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 17 1.1. Objetivo geral.................................................................................................. 19 1.2. Objetivo específico.......................................................................................... 19 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................... 20 2.1. Imagem Corporal............................................................................................ 20 2.1.1. Questionário de imagem corporal (BSQ)..................................................... 22 2.2. Composição Corporal..................................................................................... 24 2.2.1. Índice de Massa Corporal (IMC).................................................................. 26 2.2.1. Índice de Massa Corporal (IMC)................................................................. 27 2.2.3. Impedância Bioelétrica................................................................................ 29 3. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................... 34 3.1. Definição do problema.................................................................................... 34 3.2. Hipóteses do estudo....................................................................................... 34 3.3. Amostra.......................................................................................................... 34 3.4. Critérios de inclusão...................................................................................... 35 3.5. Critérios de exclusão...................................................................................... 35 3.6. Termo de consentimento livre e esclarecido.................................................. 35 3.7. Procedimentos................................................................................................ 36 3.8. Coleta de dados.............................................................................................. 36 3.8.1. Instrumentos................................................................................................ 37 3.8.2. Medidas Antropométricas............................................................................ 37 3.8.2.1. Protocolos antropométricos...................................................................... 38 3.8.2.1. Protocolos antropométricos...................................................................... 41 3.8.2.3. Protocolos de bioimpedância elétrica....................................................... 42 3.9. Análise Estatística.......................................................................................... 42 4. RESULTADOS....................................................................................................... 43 5. DISCUSSÃO.......................................................................................................... 55 6. CONCLUSÃO........................................................................................................ 61 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 62 XVI ANEXO A - Procedimentos prévios ao teste com o analisador InBodyR20® ........... 69 ANEXO B- Termo de consentimento livre e esclarecido............,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, 73 ANEXO C - Termo de aprovação do projeto de pesquisa......................................... 75 ANEXO D - Carta de agendamento do teste............................................................. 76 ANEXO E - Questionário de imagem corporal (BSQ)................................................ 78 ANEXO F - Ficha coletora de dados - ANAMNESE.................................................. 81 17 1. INTRODUÇÃO A imagem corporal é um importante componente do complexo mecanismo de identidade pessoal, é a figura mental que temos das medidas, dos contornos e da forma do nosso corpo, seu componente subjetivo se refere à satisfação de uma pessoa com seu tamanho corporal ou partes específicas de seu corpo. A imagem corporal pode ser definida como uma ilustração que se tem na mente acerca do tamanho, da aparência e da forma do corpo, assim como das respostas emocionais a ele associados, sendo que a formação da imagem corporal está relacionada ao grau de precisão com que o tamanho do corpo é percebido e ao nível de satisfação ou rejeição corporal (GARDNER, 1996). Vários trabalhos publicados nos últimos anos relacionam percepção da imagem corporal e desordens alimentares (BOSI et al., 2008, BOSI et al., 2009; COQUEIRO et al., 2008; DAMASCENO et al., 2005), porém a maioria destes estudos focaliza especialmente populações portadoras de transtornos alimentares específicos como bulimia, anorexia nervosa e obesidade mórbida, são recentes os estudos de distorção da imagem corporal em indivíduos eutróficos, isentos de transtornos alimentares e universitários. Segundo Vieira et al. (2002), indivíduos que ingressam no ambiente universitário encontram-se em uma fase caracterizada por intensas alterações biológicas e psicossociais bem como mudanças de costumes, convívio com pessoas diferentes, adoção de hábitos e atitudes diversificadas. Além disso, nesta fase da vida estão envolvidos com os avanços tecnológicos e os modismos que através da mídia pregam valores corporais baseados nos modelos de passarela, referenciais que são fundamentais para a construção do autoconceito e satisfação com a imagem corporal. As teorias socioculturais dos distúrbios da imagem corporal se referem às influências estabelecidas dos ideais de corpo às expectativas e experiências, além da etiologia e manutenção dos distúrbios da imagem corporal. Destaca-se também a influência negativa de outros fatores que se relacionam como: percepção da expectativa dos pais e amigos para ser mais magro, localização geográfica da residência, depressão e comportamentos de saúde (autoestima, comportamento 18 alimentar, uso de esteróides e dependência de exercícios), percepção equivocada do peso corporal, idade, sexo (ANDRADE; BOSI, 2003; COQUEIRO et al., 2008). Pesquisas atestam o conflito entre o ideal de beleza prescrito na sociedade atual e o tipo da maioria da população, além da pressão que representa tal modelo. Alguns destes estudos sugerem que pessoas com excesso de peso apresentam maior insatisfação com a imagem corporal, outros demonstram que mesmo naquelas com massa corporal adequada existe prevalência alta em relação à insatisfação da imagem (COSTA; VASCONCELOS, 2010; DAMASCENO et al., 2005; GARCIA et al., 2011). A insatisfação com o corpo é frequentemente associada à discrepância entre a percepção e o desejo relativo a um tamanho e a uma forma corporal (INAD, 2004). A mídia tem influência sobre os distúrbios na esfera da alimentação e da imagem corporal, pois ao mesmo tempo em que exige corpos perfeitos, estimula práticas alimentares não saudáveis. No desfile de figuras jovens, corpos musculosos são apresentados constantemente em revistas, cinemas e comerciais de TV, tornando mais difícil para os jovens considerar a beleza em sua diversidade e singularidade, sem se prender a padrões estéticos cada vez mais inatingíveis (QUADROS et al., 2010;SILVA et al., 2010). Segundo Glaner (2005), existe uma preocupação exagerada com a estética corporal, sendo que os padrões de beleza geralmente não correspondem aos padrões tidos como adequados a saúde, tornando-se necessário verificar a associação entre a insatisfação com a imagem corporal e outras medidas de estado nutricional. Diante do exposto, considerando a lacuna na literatura e a importância dos estudos que investiguem a percepção de imagem corporal em universitários para a implementação de programas de saúde e qualidade de vida, o estudo da imagem corporal junto a este esse segmento específico é de grande interesse já que estes futuros profissionais de Educação Física terão papel importante no desenvolvimento das atividades físicas relacionadas à promoção da saúde e no cuidado com a alimentação. Vale ressaltar seu papel como indivíduo multiplicador de conceitos e práticas, no sentido da sua manutenção ou transformação. Ter uma percepção equivocada da sua imagem corporal poderá trazer problemas futuros, já que este é um profissional multiplicador de conceitos relacionados à área da saúde e que transmitirá informações para seus futuros alunos. Se basear em apenas um método 19 de avaliação da percepção corporal sem associar os resultados à percepção da imagem poderá trazer também interpretações e erros significativos. 1.1.Objetivo geral O objetivo deste estudo é avaliar a autopercepção da imagem corporal em estudantes universitários do curso de Educação Física e verificar as relações com as variáveis antropométricas. 1.2 Objetivo específico Verificar a existência de interações da autopercepção da imagem corporal através dos resultados obtidos pelo questionário de imagem corporal (BSQ)com o IMC, percentual de gordura corporal (%G) aferido através das dobras cutâneas (DC) e análise de bioimpedância(BIA) dos gêneros. 20 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Este capítulo tem como propósito através da revisão de literatura, trazer esclarecimento e fundamentação para a elaboração deste estudo que pretende verificar a relação da autoimagem corporal com determinadas variáveis antropométricas em estudantes universitários. Esta revisão abrangerá os seguintes conteúdos: imagem corporal, composição corporal, índice de massa corporal, dobras cutâneas e análise da bioimpedância elétrica. 2.1. Imagem Corporal Ao contrário do que se preconiza atualmente em que a magreza é sinônimo de beleza e aceitação social, ao retrocedermos na história podemos observar a figura feminina sendo valorizada e representada nas artes com volumosas curvas corporais (BRANCO; HILÁRIO; CINTRA, 2006). Com o passar do tempo, o desejo persistente de emagrecer e o medo de engordar, conforme citam Alves et al. (2008) e Pereira et al. (2009), desencadeiam uma preocupação excessiva com a aparência física levando a distúrbios alimentares, desajustamento social e a busca crescente por procedimentos cirúrgicos, com fins estéticos, em todas as faixas etárias. O conceito de imagem corporal passa por muitas discussões e percepções, alguns autores como Barros (2005), Cash e Pruzinsky (1990) e Laus, Moreira e Costa (2009), citam que a imagem corporal refere-se às percepções, aos pensamentos e aos sentimentos sobre o corpo e suas experiências, sendo assim subjetiva. Relatam que as experiências da imagem corporal são permeadas por sentimentos sobre nós mesmos, ou seja, o modo como percebemos e vivenciamos nossos corpos, por isso são também determinadas socialmente e sofrem influencias sociais que se prolongam por toda vida. Segundo Cash e Pruzinsky (1990) as imagens corporais influenciam o processamento de informações, sugestionando-nos a ver o que esperamos ver. 21 Existem reações fisiológicas ocorrendo o tempo todo em nosso corpo, no entanto, quando essas reações orgânicas estão prejudicadas,podem afetar a imagem que uma pessoa tem de si mesma. A imagem corporal tem sido descrita como a capacidade de representação mental do próprio corpo pertinente a cada indivíduo, sendo que esta imagem envolve aspectos relacionados à estrutura (tamanho, dimensões) e à aparência (forma, aspecto) entre vários outros componentes psicológicos e físicos da imagem corporal (ALMEIDA et al., 2005; BRAGGION; MATSUDO; MATSUDO, 2000; KAKESHITA, 2004). Para Slade (1994), pode ser definida como uma ilustração que se tem na mente acerca do tamanho, da aparência e da forma do corpo, assim como das respostas emocionais a ele associados, sendo que a formação desta imagem está relacionada ao grau de precisão com que o tamanho do corpo é percebido e ao nível de satisfação ou rejeição corporal. Alguns estudos como o de Laus, Moreira e Costa (2009) e Nunes et al. (2001),sugerem que grupos de jovens apresentam com frequência insatisfação com a imagem corporal, imagem negativa, temor a obesidade e tendência a utilizarem diferentes técnicas para controle do peso, por isso o desenvolvimento de instrumentos capazes de detectar possíveis distorções da imagem corporal torna-se cada vez mais importante. No estudo de Nunes et al.(2001), que teve como objetivo estudar a associação entre a percepção do peso corporal, o índice de massa corporal e os comportamentos alimentares anormais, observou-se que no grupo de mulheres avaliadas a percepção do peso corporal (sentir-se gorda) – mostrou um papel mais importante na determinação dos comportamentos alimentares anormais do que o índice de massa corporal (IMC sobrepeso/obesidade). Para Bosi et al. (2008) e Bosi et al (2009), as mulheres jovens, por serem mais vulneráveis aos padrões socioculturais, econômicos e estéticos, constituem o grupo de maior risco para desenvolver distúrbios alimentares. Schielder (1999), afirma que a imagem corporal não é um fenômeno estático, do ponto de vista fisiológico e sim um fenômeno complexo que é adquirido, construído e estruturado num contato contínuo com o mundo e com nós mesmos. Ainda segundo o autor o processo de construção da Imagem corporal se divide em três aspectos que estão intimamente relacionados: os aspectos fisiológicos, emocionais e sociais, portanto, a imagem é um fenômeno social, pois há um 22 intercâmbio contínuo entre nossa própria imagem e a imagem corporal dos outros.Também construímos e destruímos nossa imagem corporal, é uma sucessão de tentativas para buscar uma imagem e corpos ideais. Vieira et al. (2002), em seu estudo sobre o perfil socioeconômico, nutricional e de saúde de adolescentes recém-ingressos em uma universidade pública brasileira, ressalta que somadas as situações próprias da adolescência, como intensas alterações biológica se instabilidade psicossocial, as mudanças oriundas do ingresso no meio universitário, podem tornar os adolescentes universitários um grupo vulnerável a circunstâncias que colocam em risco sua saúde. Damasceno et al. (2011), ressalta que os jovens neste momento da vida adotam novos hábitos, mudanças de costumes, convivem com pessoas diferentes, além de estarem extremamente envolvidos com os avanços tecnológicos e os modismos que através da mídia pregam valores corporais cada vez mais inatingíveis, tudo isso são referências fundamentais para a construção do autoconceito e satisfação com a imagem corporal. Os jovens nesta fase frequentemente são levados a utilizar métodos inapropriados para se adequar a um estereótipo corporal pré determinado e optam por praticas não recomendadas como a baixa ingestão calórica, prática de exercícios físicos em excesso, a utilização exacerbada de laxantes, diuréticos, além de contribuírem para elevar os índices de cirurgias plásticas(CONTI; FRUTUOSO; GAMBARDELLA, 2005; CORDÁS, 2005). 2.1.1. Questionário de imagem corporal (BSQ) Um dos instrumentos frequentemente citados na literatura para avaliação da imagem corporal é o Questionário de Imagem Corporal (Body Shape Questionnaire (BSQ)),(COOPER et al., 1987; CORDÁS; CASTILHO, 1994;DI PIETRO; SILVEIRA, 2009; ROSENet al., 1996). O BSQ foi desenvolvido por Cooper et al. (1987) para avaliar a insatisfação com a imagem corporal e mede o grau de preocupação com a forma do corpo e auto depreciação em virtude da aparência física e da sensação de estar gorda. Desta forma, fornece uma avaliação dos distúrbios da imagem corporal tanto em população clínica quanto em população não clínica e pode ser utilizado para avaliar o papel deste distúrbio no desenvolvimento, na manutenção e na resposta ao 23 tratamento de transtornos alimentares (CORDÁS; NEVES, 1999; FREITAS; GORENSTEIN; APPOLINARIO, 2002). O estudo de Rosenet al. (1996) avaliou as propriedades psicométricas do instrumento em indivíduos de ambos os sexos e encontrou uma forte correlação com outros instrumentos de avaliação da imagem corporal, concluindo que o BSQ é uma medida válida e confiável. Já o estudo de Laus, Moreira e Costa (2009) que compara instrumentos clássicos utilizados na literatura para avaliar distorções da imagem corporal, citando o BSQ e a escala de figuras de silhuetas (EFS) em adolescentes e adultos de ambos os sexos,chama a atenção para a importância da escolha adequada de instrumentos capazes de detectar essas distorções por se tratar de um grupo jovem. Neste estudo os pesquisadores consideraram que ambos os instrumentos estudados detectam possíveis distorções da imagem corporal, porém consideraram que o BSQ consegue detectar diferenças devido ao sexo enquanto que o EFS parece não ser suficiente sensível para diferenciar os dois sexos. Entre os estudos citados na literatura poucos ainda abordam diretamente a análise da imagem corporal em universitários, revelando uma lacuna de conhecimentos sob este grupo específico, ressaltando a importância de estudos para esta população. Nos estudos de Bosi et al.(2006) e Bosi et al.(2008) na qual foram analisados profissionais da saúde e estética, em especial as mulheres, houve prevalência significativa de distorção grave da imagem corporal, e, nestes termos os profissionais de educação física integram um grupo altamente vulnerável tanto para distorções corporais, como para maior prevalência de transtornos alimentares e autoestima reduzida. Corroborando com estes achados, o estudo de O´Brien e Hunter(2006) com universitárias de educação física da Nova Zelândia, observaram maior prevalência de transtornos alimentares nestas estudantes quando comparadas com outros cursos, além de insatisfação com sua atratividade sexual, condição física e massa corporal. Kakeshita e Almeida (2006), em seu estudo com 106 estudantes universitários de ambos os sexos, no qual utilizou o BSQ para avaliação do componente subjetivo da imagem corporal, juntamente com outros métodos, encontrou resultados que sugerem insatisfação com a imagem corporal, na medida em que estes universitários desejam ter seus corpos mais magros, ou seja concluiu- 24 se que tanto homens como as mulheres apresentaram distorção na autopercepção da imagem corporal, subestimando ou superestimando-a. 2.2. Composição Corporal A análise da composição corporal (CC) é a quantificação dos principais componentes estruturais do corpo humano em relação à massa corporal total. O tamanho e a forma corporais são determinados basicamente pela carga genética e formam a base sobre a qual são dispostos, em proporções variadas, os três maiores componentes estruturais do corpo humano: osso, músculo e gordura. Esses componentes são também as maiores causas da variação da massa corporal (CHARRO et al., 2010). Para fins didáticos, embora o corpo seja constituído de numerosos elementos, podemos subdividir ou fracionar a massa total em massa de gordura (MG) e massa livre de gordura (MLG) - formada por água, proteína e massa óssea. Assim através de uma avaliação da composição corporal podemos quantificar o "excesso de tecido adiposo", que está associado a um maior risco de doenças, entre elas podemos citar as doenças coronarianas, diabetes tipo II, hipertensão, entre outras e a "falta de tecido adiposo" que representa um maior risco de doenças caracterizadas pelo emagrecimento, como anorexia nervosa, vício aos exercícios e outras disfunções fisiológicas (CHARRO et al., 2010). Segundo Petroski (1995), como a mensuração direta desses dois componentes é derivada da análise química de cadáveres humanos, inúmeros métodos indiretos para determinar a composição corporal em pessoas vivas foram desenvolvidos, utilizando o conceito de referência corporal derivado do método direto. Charro et al., (2010) cita que os métodos indiretos apresentam precisão secundária, porém contam com grande gama de modelos (complexos ou simples) e equipamentos, sendo os mais comuns: pesagem hidrostática (PH), densitometria óssea (DEXA), pletismografia, ultrasonagrafia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, excreção urinária de creatinina, contagem de potássio corporal total, análise de ativação de nêutrons, condutividade elétrica total do corpo (McARDLE; KATCH; KATCH, 2008). 25 Esses métodos indiretos podem ser realizados tanto em laboratório quanto em campo e embora sejam métodos aceitos e válidos, todos apresentam um quadro comum que limita a utilização por grandes populações, pois são métodos que requerem muito tempo para uma única determinação, equipamento de alto custo, técnicos especializados, além de um complexo procedimento (PETROSKI, 1995). Ainda segundo o autor, os métodos de campo para estimar a densidade corporal (D), o percentual de gordura (%G) e a massa livre de gordura, foram desenvolvidos e largamente utilizados. A técnica antropométrica usa mensurações de dobras cutâneas (DCs), circunferências (Cs) e diâmetros ósseos (DOs) em vários segmentos corporais. As vantagens do uso da técnica antropométrica são: boa relação das medidas antropométricas com a densidade corporal; o uso de equipamentos de baixo custo financeiro e a necessidade de pequeno espaço físico; a facilidade e rapidez na coleta de dados; e a não invasividade do método. Segundo Garrow (1988), o método ideal para avaliação da composição corporal deve ser relativamente barato, fornecer pouco incômodo ao avaliado, deve ser operado por técnicos capazes e render resultados altamente acurados e reprodutíveis. Existem vários métodos para a avaliação da composição corporal, portanto, é necessário o desenvolvimento de um indicador que incorpore medidas simples e expresse de algum modo as reservas energéticas do indivíduo. A avaliação do estado nutricional de adultos requer o conhecimento das reservas energéticas e da massa metabolicamente ativa dos indivíduos sendo avaliados, o que se obtém através da avaliação da CC (ANJOS, 1992; GUEDES, 1985). Cineantropometria é a ciência intitulada para medir o homem, essas medidas respeitam as diferentes variedades morfológicas e têm aplicação nas mais variadas formas de influência do movimento humano. As medidas antropométricas mais comumente empregadasna avaliação do estado nutricional são: peso, estatura, circunferências(braço e cintura), comprimento do braço epregas cutâneas (CHARRO et al., 2010; VANNUCCHI; UNAMUNO; MARCHINI, 1996). Segundo Charro et al. (2010) existem atualmente diversas técnicas utilizadas para avaliação da composição corporal, podendo ser divididas em métodos diretos, indiretos (como já citados anteriormente) e duplamente indiretos, sendo que este último conta com a maior aplicação pratica em virtude de sua simplicidade e sua facilidade na obtenção de equipamentos de baixo custo. 26 No presente estudo utilizamos os métodos duplamente indiretos: índice de massa corporal (IMC), dobras cutâneas (DC) e análise de bioimpedância elétrica (BIA). 2.2.1. Índice de Massa Corporal (IMC) A avaliação do estado nutricional de adultos era tradicionalmente feita através do conceito de "peso ideal" obtido pela comparação da massa corporal em função da estatura com um padrão antropométrico,portanto existe consenso sobre a inadequação da utilização de padrão único universal para adultos, já que há grande variação da estatura média das populações adultas do mundo, existindo então a necessidade do desenvolvimento de indicadores antropométricos do estado nutricional que reflitam a composição corporal, que sejam simples de se obter e que não necessitem de padrão para comparação (WORD HEALTH ORGANIZATION WHO, 1998). Análises de grandes bancos de dados foram realizadas na tentativa de se encontrar a melhor relação entre massa corporal (MC) e estatura (EST), esses indicadores são genericamente chamados de "índices de massa corporal" (IMC) ou índice de Quételet (1870) em homenagem ao seu criador. A partir daí esta relação ficou popular na avaliação nutricional de adultos (ANJOS, 1992). A separação de obesidade em graus proposta por Garrow (1988) é recomendada pela Word Health Organization (1998), porém a utilização desta terminologia deve ser feita com cautela, já que, por definição,obesidade significa excesso de gordura corporal,o que, na verdade, não é medido através do IMC, o valor de 25 como limite máximo para a normalidade é sugerido. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1995), o IMC é comumente usado para classificar indivíduos como obesos, com sobrepeso e com baixo peso, para identificar riscos para obesidade, doenças relacionadas e monitorar mudanças na gordura corporal em populações clínicas. A Word Health Organization (1998) define obesidade com um IMC igual ou maior que 30 kg/m2, sobrepeso entre 25 e 29,9 km/m2; e baixo peso menor que 18,5 kg/m2(Tabela 1), estes valores são baseados no relacionamento entre IMC e mortalidade reportados e observados em vários estudos na Europa e nos Estados Unidos. A grande vantagem do IMC é a sua aplicabilidade em estudos 27 populacionais, porém sua grande desvantagem está no fato de não levar em conta a proporção da composição do organismo para os diferentes componentes que existem (ANJOS, 1992; CHARRO et al., 2010). O IMC é a medida mais comumente utilizada em estudos epidemiológicos para classificação do estado nutricional, embora não indique a composição corporal (massa gorda e massa livre de gordura), a facilidade de sua mensuração parece ser motivo suficiente para sua utilização como indicador do estado nutricional em estudos epidemiológicos em associação (ou não) a outras medidas antropométricas (ANJOS, 1992; QUADROS et al., 2010; VASCONCELLOS; PORTELA, 2001). Mookeriee e Singh (2002), ao estudarem o perfil antropométrico e condição psicológica entre professores de educação física na Índia, observaram uma associação estatística significativa entre as medidas do índice de massa corporal (IMC) e de traços de ansiedade e explicam que esta relação pode ter como pano de fundo a insatisfação com as formas físicas de seu próprio corpo, além disto, ressaltam que os professores têm servido como “espelho” para seus alunos, influenciando determinados comportamentos. No entanto, Coqueiro et al. (2008), em seu estudo com universitários brasileiros, que verifica a associação entre insatisfação com a imagem corporal e dois indicadores de estado nutricional, conclui que o IMC isoladamente não foi determinante de insatisfação com a imagem corporal, enquanto o somatório de espessura de cinco dobras cutâneas (∑5DC) mostrou-se um preditor significativo desse distúrbio, independentemente do sexo. 2.2.2. Dobras Cutâneas Consiste na dobra de duas camadas de pele e duas de tecido adiposo subcutâneo. É mensurada (mm) com instrumentos especiais (compasso de dobra, adipômetro, plicômetro) em pontos anatômicos particulares e é um dos métodos amplamente utilizado para estimar a gordura corporal em situações de campo e clínicas, por sua fácil utilização, sua elevada precisão e custo relativamente baixo, comparado a outras técnicas (CHARRO et al., 2010; PETROSKI, 1995).Lohman (1992) cita as dobras cutâneas como um dos métodos mais indicados para avaliação da composição corporal, sendo um método de classificação e quantificação do condicionamento físico relacionado à saúde. 28 As equações de dobras cutâneas são desenvolvidas basicamente com dois modelos. O primeiro é por regressão linear, significando que sua aplicação prática ocorrerá para uma população específica; o segundo é quadrático, o que significa que sua aplicação ocorrerá para uma população generalizada, sem levar em conta exceções, ou ainda casos específicos (CHARRO et al, 2010). Jackson e Pollock (1978) desenvolveram equações generalizadas que podem ser aplicadas em homens (entre 18 e 60 anos) e mulheres (entre 18 e 55 anos) e com gordura corporal até 45% (JACKSON; POLLOCK; WARD, 1980). O coeficiente de correlação é de 0,90 (homens) e 0,84 (mulheres), porém para minimizar erros metodológicos que implicariam em erros de estimativa, também descreveram mais quatro equações com características generalizadas, sendo duas para cada sexo. Essas equações utilizam a soma de três diferentes dobras cutâneas: tricipital (TR), supra ilíaca (SI) e dobra cutânea de coxa (CX) para mulheres adultas e peitoral (PE), abdominal (AB)e CX para homens adultos (JACKSON; POLLOCK; WARD, 1980; PETROSKI, 1995). As equações de predição das dobras cutâneas não estimam diretamente o percentual de gordura e sim a densidade corporal (D) relativa de um corpo expressa em g/cm3, somente após a estimativa desta é que os valores serão convertidos em %G por meio das equações de Siri (1961) e Brozek et al. (1963) conforme tabela 3 (GUEDES, 1985; JACKSON; POLLOCK, 1982). Essas equações baseiam-se na hipótese que a MLG, possui uma densidade constante (1.100 g/cm3) e independente de água corporal relativa. Assim, estimativas de %G em populações específicas (crianças, obesos, idosos) que utilizarem as equações de conversão acima, estarão sistematicamente sub ou superestimando o valor, pois populações específicas possuem uma densidade de MLG diferenciada (CHARRO et al., 2010), ou seja, equações para populações específicas quando aplicadas a amostras não representativas destas populações podem causar consideráveis erros na estimativa da densidade corporal e, por conseguinte, no %G. Assim, a densidade corporal de um sujeito poderá estar dentro de uma faixa de normalidade, se usada determinada equação, e poderá ser considerada fora da normalidade, se utilizada outra (PETROSKI, 1995). 29 2.2.3. Impedância Bioelétrica A impedância bioelétrica ou bioimpedância (BIA) tem considerável potencial quando usada individualmente ou em combinação coma antropometria, na estimativa da gordura corporal (LOBO et al., 1996). Recentemente, o interesse tem aumentado na aplicação da BIA, como método barato, portátil, seguro e totalmente aplicável em estudos de campo, porém seu uso precisa ser cuidadosamente validado (BAUMGARTNER et al., 1988).A análise da BIA é um método rápido, não invasivo e relativamente barato para avaliar a composição corporal, e tem como base a medida da resistência total do corpo à passagem de uma corrente elétrica de 500 a 800 µA e 50 KHz (HEYWARD; STORLARCZYK, 2000). A impedância (Z) ou resistência ao fluxo da corrente é medida diretamente pelo analisador de impedância bioelétrica. A medida de impedância pode ser feita porque Z varia conforme o tipo de tecido, por exemplo, a MLG é um bom condutor de energia em virtude de sua alta concentração de água e eletrólitos e a MG é um mal condutor de energia, porque tem pouca água. Assim, um indivíduo com grande quantidade de MLG terá menor resistência a corrente elétrica, ou seja, menor valor de Z, então pode-se dizer que Z é diretamente proporcional ao percentual de gordura corporal (McARDLE; KATCH; KATCH, 2008). A resistência de uma substância é proporcional à variação da voltagem de uma corrente elétrica a ela aplicada; desta forma, através de um sistema tetrapolar, onde dois eletrodos são fixados à região dorsal da mão direita e dois à região dorsal do pé direito do avaliado, o aparelho irá identificar os níveis de resistência e reatância do organismo à corrente elétrica,avaliando a quantidade total de água no organismo e predizendo,através desta quantidade de água, a massa livre de gordura e a quantidade de gordura corporal do indivíduo (COSTA, 2001). Rodrigues et al (2001),cita que a bioimpedância descreve a capacidade do organismo em resistir à passagem da corrente elétrica. O aparelho mede a passagem dos sinais elétricos quando esses passam pelos tecidos magros, gordura e água. Fundamenta-se na teoria de que o fluxo elétrico é facilitado pelo tecido hidratado e ausente de gordura por apresentar uma menor resistência elétrica comparado ao tecido adiposo. Sendo assim, a massa magra (MM) conduz a eletricidade facilmente enquanto a massa gorda oferece uma maior resistência, por apresentar um baixo nível de hidratação. 30 Charro et al (2010), cita que os aparelhos tetrapolares (quatro eletrodos) são considerados os melhores aparelhos de BIA, porque conseguem avaliar a passagem da corrente elétrica no corpo inteiro (membros superiores e inferiores). Aparelhos bipolares são considerados mais suscetíveis a erros, pois avaliam a passagem da corrente elétrica em apenas um dos segmentos do corpo (membros inferiores ou superiores). A validade e a precisão do método de BIA são influenciadas por vários fatores, como tipo de instrumento, nível de hidratação, colocação de eletrodos, alimentação e pratica de exercícios anteriores ao teste, ciclo menstrual, temperatura ambiente e equação de predição utilizada (ROSSI; TIRAPEGUI, 2001; VAN LOAN et al, 1987). O nível de hidratação do indivíduo modifica a exatidão da análise da bioimpedância, pois tanto a desidratação como a hiperidratação alteram as concentrações eletrolíticas normais no corpo, afetando o fluxo da corrente, independente das reais alterações da gordura corporal, ou seja, a diminuição na quantidade de água corporal reduz a medida da impedância, de forma a produzir um percentual de gordura mais baixo, à medida que, uma hiperidratação produz valores elevados da impedância, aumentando assim a quantidade de gordura corporal (RODRIGUES et al, 2001). Segundo Heyward e Stolarczyk (2000), a principal fonte de erro desta técnica é o uso de equações inapropriadas, sem levar em consideração aspectos como idade, sexo, etnia, nível de atividade física e quantidade de gordura corporal. Neste sentido, existem inúmeras equações disponíveis na literatura, para grupos específicos, que devem ser escolhidas cuidadosamente, com base em estudos de validação para o grupo que se pretende avaliar (KUSHNER, 1992; YONAMINE, 2000). Ainda são escassos os estudos de validação destes equipamentos em amostras brasileiras, cabendo citar os realizado por Marques (1999) que verificou que o aparelho de BIA da marca Omrom subestimou a %G de mulheres de 20 a 40 anos deidade e o estudo de Costa et al. (2001) que verificou que o aparelho da marca Tanita superestimou significativamente o %G de homens e mulheres de 18 a 30 anos de idade. Davies et al. (1988) demonstraram que a impedância bioelétrica é uma técnica válida e fidedigna para a estimativa da água corporal total em crianças com 31 problemas cardíacos demonstrando que a utilização da impedância bioelétrica não se resume à avaliação da gordura corporal relativa apresentando, também,aplicações clínicas importantes no que diz respeito à monitoração da quantidade de água corporal. Ainda neste contexto, Davies e Gregory (1991) verificaram ser esta uma técnica válida para monitorar as mudanças no estado de hidratação após cirurgia cardíaca em adultos. Minderico et al. (2008) e Rushet al.(2009), atentam que há diversos tipos de aparelhos disponíveis. Existem aqueles que variam entre o número de eletrodos e a posição em que são colocados, podendo ser essas posições pé-mão, pé-pé ou mãomão. Esquemas mão-mão ou pé-pé, em geral, são utilizados em aparelhos domésticos,pela sua maior facilidade de uso. Ainda segundo os autores citados os aparelhos de BIA também podem ser classificados quanto à região do corpo submetida ao exame ou tipo de frequência utilizada.Quanto à região examinada, pode ser considerada regional, quando a corrente atravessa apenas a porção superior ou inferior do corpo (como, por exemplo, mão-mão ou pé-pé);total (a corrente atravessa todo o corpo) ou segmentar (apenas um segmento corporal oumembro é avaliado). Quanto ao tipo de frequência utilizada, a bioimpedância pode serconsiderada de frequência única (50 KHz) ou multifrequencial (frequências de 5 a 1000 KHz). Há um consenso entre os especialistas de que as equações de BIA que já vem de fábrica nos equipamentos super ou subestimarão os valores de %G, quando comparados àqueles obtidos com equações de validação cruzada (CHARRO et al., 2010; ROSSI; TIRAPEGUI, 2001). Porém, a velocidade e a relativa simplicidade de execução do método BIA representam uma grande vantagem de sua utilização na academia, no clube ou em clínica. A principal limitação deste método surge quando o avaliado apresenta alterações em seu estado de hidratação, assim, a quantidade de alimentos e líquidos ingeridos, bem como a atividade física realizada no dia do teste, entre outros fatores como nefropatias, hepatopatias e diabetes podem influenciar o resultado obtido por este método (COSTA, 2001). O avaliado, segundo Lukaski et al. (1986) tem participação decisiva na realização da análise da composição corporal através da BIA, devendo obedecer a uma série de procedimentos prévios ao teste, sem os quais poderá comprometer os resultados, entre eles: 32 a) manter-se em jejum pelo menos nas 4 horas que antecedem o teste; b) não realizar atividades físicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao teste; c) urinar pelo menos 30 minutos antes do teste; d) não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao teste; e) não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias que antecedem o teste. Estes cuidados valem também para os novos equipamentos que têm surgido e que vêm atraindo os profissionais da área por seu design ou por apresentarem uma utilização mais simples. Rodrigues et al. (2001) em seu estudo que compara a estimativa do %G através das técnicas de bioimpedância, de DC e da pesagem hidrostática (PH), evidenciou que os resultados indicaram não haver diferenças nas estimativas de%G fornecidas entre os aparelhos de bioimpedância, bem como ausência de diferenças significativas apresentadas nas comparações entre os instrumentos, no entanto, quando se comparam os resultados obtidos com os da pesagem hidrostática e com os estimados pelas dobras cutâneas, percebem-se discrepâncias. Ressalta também em seu estudo, a necessidade de um número maior de pesquisas com o objetivo de testar os diferentes aparelhos comercializados e a especificidade de suas equações preditivas para diferentes populações, a fim de obter evidências acerca da validade, precisão e confiabilidade das medidas. Gray et al. (1989) e Segal et al. (1988), ressaltam que entre as técnicas duplamente indiretas esta é a única que conta com equações específicas para sujeitos obesos, o que pode significar uma vantagem sobre outras técnicas, este é um aspecto importante na utilização da BIA, que apresenta também entre as vantagens: a) ser confortável e não invasiva; b) não requerer um alto grau de habilidade do avaliador; c) ser utilizada na avaliação da composição corporal de indivíduos obesos; d) possuir equações específicas a diferentes grupos populacionais. Porém, apresenta como desvantagens: a) depende de grande colaboração por parte do avaliado; b) apresenta custo mais elevado que a outras técnicas duplamente indiretas; c) é altamente influenciada pelo estado de hidratação do avaliado; d) e nem sempre os equipamentos dispõem das equações adequadas. 33 O aparelho de BIA utilizado no presente estudo é o modelo InBody R20 (FIGURA 1),que possui um sistema tetrapolar com oito eletrodos táteis e que apresenta vantagens, tais como: ser portátil facilitando o seu deslocamento para estudo de campo; leitura facilmente identificada pelos observadores;os pontos anatômicos para a colocação dos eletrodos são facilmente identificáveis e pode ser realizada em poucos minutos e tem suas equações validadas em diversos estudos (BEDOGNI et al., 2002; MALAVOLTI et al., 2003; THOMAS et al., 2001) ® Figura 1. Analisador de composição corporal InBodyR20 34 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Definição do problema Segundo Glaner (2005), existe uma preocupação exagerada com a estética corporal, sendo que os padrões de beleza geralmente não correspondem aos padrões tidos como adequados a saúde, tornando-se necessário verificar a associação entre a insatisfação com a imagem corporal e outras medidas de estado nutricional. Em consequência, formularam-se os seguintes problemas de pesquisa: • Será que existem distorções na autopercepção da imagem corporal entre universitários do curso de Educação Física? • Quais são as relações da autopercepção da imagem corporal com as variáveis antropométricas? 3.2. Hipóteses do estudo Nas hipóteses do estudo serão respondidas questões sobre diferenças entre os escores obtidos nas classificações do BSQ, e, se há semelhança nos escores e frequências relativas obtidas pelo BSQ entre estudantes do curso de Educação Física em ambos os gêneros. Em adendo, serão analisadas e respondidas questões da relação da imagem corporal com as variáveis antropométricas. 3.3. Amostra Após serem aplicados os critérios de inclusão e exclusão adotados para este estudo, a amostra foi constituída de 92 (noventa e dois) estudantes universitários de ambos os sexos, matriculados do 1º ao 8º semestre no curso de Educação Física da Universidade Camilo Castelo Branco (UNICASTELO), localizada no estado de São Paulo/SP, com média de idade para homens de 26,3±5,1 e para mulheres de 27,0±6,0. 35 3.4. Critérios de inclusão Foram adotados os seguintes critérios de inclusão: a) Voluntários devidamente matriculados no Curso de Educação Física da Universidade Camilo Castelo Branco que cursavam do 1° ao 8° semestre; b) Voluntários que realizaram todas as etapas da avaliação antropométrica e análise de bioimpedância; c) Voluntários que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido; d) Voluntários que responderam todas as questões do questionário de imagem corporal (BSQ). 3.5. Critérios de exclusão Foram adotados os seguintes critérios para exclusão: a) Voluntários cujas fichas de anamnese não estavam corretamente preenchidas; b) Voluntários que não seguiram as orientações entregues para a realização do teste de bioimpedância (ANEXO A) c) após o preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) foram excluídos os participantes da pesquisa que não concederem autorização para utilização dos dados. d) Participantes da pesquisa com idade superior a 40 anos. 3.6. Termo de consentimento livre e esclarecido Todos os participantes da pesquisa assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) em duas vias, ficando uma com o participante, conforme legislação vigente (ANEXO B). Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Camilo Castelo Branco, tendo como parecer número 80835, datado pela relatoria em 28/08/12 (ANEXO C). 36 Posteriormente foi entregue a todos os participantes da pesquisa, a avaliação da composição corporal, conforme mencionado no TCLE, seguido de orientação do profissional responsável pela avaliação. 3.7. Procedimentos Ao aceitarem participar do estudo, e com o TCLE firmado, todos os participantes da pesquisa receberam orientações gerais verbais e escritas, informando-os, quanto: ao local, às vestimentas, ao dia e horário além das orientações específicas necessárias para a realização do mesmo (ANEXO D). Também foram comunicados de que, a qualquer momento, sob qualquer circunstância, poderiam comunicar-se com o avaliador e/ou abandonar o teste. Todos os participantes da pesquisa foram submetidos à análise da composição corporal através da realização de uma avaliação física contendo: a) identificação da autopercepção da imagem corporal conforme questionário BSQ (ANEXO E). b) avaliação da composição corporal através do índice de massa corporal (IMC) e %G, com a somatória de três dobras cutâneas (∑3DC). c) Análise de bioimpedância elétrica vertical através do analisador de composição corporal InBody R20 (FIGURA 1). 3.8. Coleta de dados Para realização da pesquisa, todos os colaboradores que aplicaram os testes foram treinados e orientados pela pesquisadora responsável, Profª. Gilmara Alves Lucchesi, com o objetivo de estabelecer homogeneidade na aplicação dos instrumentos. A coleta de dados ocorreu durante o período das aulas, em dias prédeterminados pela coordenação e pré-agendados com os participantes da pesquisa conforme procedimentos descritos no anexo D e realizada nas dependências da própria universidade, em um espaço reservado para a avaliação física, onde foram realizadas as medidas e testes informados. 37 A coleta de dados respeitou a seguinte ordem: 1) apresentação da pesquisa aos participantes; 2) esclarecimento dos objetivos do estudo; 3) aplicação do questionário de auto análise da imagem corporal (BSQ); 4) medidas de massa corporal e estatura; 5) medidas de espessura de dobras cutâneas; 6) análise de bioimpedância. Todas as medidas foram armazenadas em uma ficha de coleta de dados (ANEXO F), com exceção da análise de bioimpedância que armazenou os resultados no próprio programa do aparelho. 3.8.1. Instrumentos Para coleta de dados foram utilizados os seguintes equipamentos: 1) balança mecânica da marca Filizola® modelo 31, com precisão de 0,1Kg e capacidade de medida de até 150 Kg, utilizada para a medida da massa corporal total; 2) estadiômetro de madeira com fita metálica fixada com precisão de 0,1 cm e capacidade para medir até 200 cm, utilizada para a medida da estatura total; 3) compasso antropométrico modelo Lange®, com precisão de 1 mm, com escala de 0,1 cm e pressão constante em todas as aberturas de 10 g/mm², fabricado por Cambridge Scientific Industries, Inc. Cambridge, Maryland, USA. 4) aparelho de bioimpedância elétrica vertical InBodyR20®, com oito eletrodos táteis, com capacidade para 250 Kg e precisão de 100g da empresa Ottoboni Comércio e Importação Ltda. inscrita no CNPJ 8.00518-7, para analisar a composição corporal; 5) folhas de anotação (ANEXO F). 3.8.2. Medidas Antropométricas Para caracterização da amostra, foram realizadas as seguintes medidas antropométricas:massa corporal total, estatura e espessura de dobras cutâneas, a partir das quais estimaram-se a gordura relativa, seguindo as padronizações das medidas antropométricas, como citado abaixo (CHARRO et al., 2010; FERNANDES FILHO, 2003). 38 3.8.2.1. Protocolos antropométricos a) Peso corporal ou massa corporal Para esta medida foi utilizada a balança mecânica da marca Filizola® modelo 31. O avaliado foi posicionado de pé,descalço, de costas para a balança, no centro da plataforma, vestindo apenas roupas leves,procurando não se movimentar. O cursor da escala foi movido manualmente até haver um equilíbrio. Foi realizada apenas uma medida e esta considerada como peso corporal total. A massa corporal foi registrada em quilogramas, com precisão de 0,1 Kg. b) Estatura corporal– é a distância compreendida entre a planta dos pés e o ponto mais alto da cabeça (vértex), (CHARROet al., 2010). Para esta medida foi utilizado o estadiômetro de madeira e o avaliado foi posicionado de pé, com os pés juntos, mantendo contato com o equipamento a região posterior do calcâneo, glútea, posterior dos ombros e occipital. A medida foi feita com o avaliado em apneia inspiratória. A cabeça orientada a 90º em relação à escala. Foram realizadas três medidas, considerando-se a média como valor real da estatura total. A medida foi registrada em 0,1 cm. Posteriormente a mensuração do peso corporal total (Kg) e estatura (m), foi calculado o IMC (peso/estatura2), adotando-se a classificação da Word Health Organization (1998) conforme descrito na Tabela 1. O IMC (Kg/m2) é aparentemente o de melhor correlação com massa corporal (valores do coeficiente de correlação “r”, normalmente superiores a 0,80), e apresenta baixa correlação com a estatura (normalmente “r”, em torno de 0,10). Estudos, com amostras representativas da população americana e de outros países do primeiro mundo, demonstram que o IMC correlaciona-se com a massa de gordura corporal (r, em torno de 0,90), com a dobra cutânea subescapular (r, em torno de 0,70), com a dobra cutânea tricipital (r, acima de 0,60), e com o percentual de gordura corporal (r, acima de 0,70), (ANJOS, 1992; VANNUCCHI; UNAMUNO; MARCHINI, 1996). IMC =Peso (Kg)/ Estatura2 (m2) 39 Tabela 1. Classificação do IMC para adultos, segundo a Word Health Organization (1998). IMC(kg/m2) Risco de morbidade e mortalidades < 18,5 Baixo (riscos de outros problemas clínicos) 18,5 a 24,99 Ausente Sobrepeso 25 a 29,99 Aumentado Obesidade Classe I 30 a 34,9 Moderado Obesidade Classe II 35 a 39,9 Severo Obesidade Classe III ≥40 Muito Severo Classificação Baixo peso Normal IMC = índice de massa corporal. c) Dobras cutâneas ou prega cutânea é a espessura em milímetros (mm) de duas camadas de pele mais a gordura subcutânea adjacente, medida esta que possui relação direta com a gordura subcutânea. Para a medida das dobras cutâneas foi utilizado o compasso específico da marca Lange® e foram aferidas 3 (três) dobras (∑3DC) seguindo o protocolo de Jackson e Pollock (1978). Sendo para mulheres mensuradas as dobras cutâneas de tríceps (TR), supra–ilíaca (SI) e coxa (CX) e para os homens mensuradas as dobras cutâneas de peitoral (PE), abdominal (AB) e coxa (CX). As medidas foram realizadas sempre do lado direito do avaliado e repetidas três vezes em forma de circuito. Foi utilizada a média como valor da medida dos valores mais próximos, desde que não possuíssem diferença superior a 5% entre elas. Os procedimentos de localização das dobras foram utilizados segundo Harrison et al. (1988): - Dobra cutânea peitoral (PE) – dobra determinada obliquamente ao eixo longitudinal do corpo, tendo como ponto de reparo o ponto médio da distancia entre a linha axilar anterior e o mamilo. - Dobra cutânea abdominal (AB) – dobra determinada verticalmente 2cm à direita da cicatriz umbilical. - Dobra cutânea tricipital (TR) – dobra determinada no sentido do eixo longitudinal do braço na sua face posterior, na distancia média entre o bordo superolateral do acrômio e o bordo inferior do olecrano. 40 - Dobra cutânea suprailíaca (SI) – determinada obliquamente ao eixo longitudinal do corpo, entre a crista ilíaca e o último arco costal, no alinhamento da linha axilar média. - Dobra cutânea de coxa (CX) – dobra determinada paralelamente ao eixo longitudinal do corpo, na região anterior da coxa, utilizando-se o terço superior da distancia ente o ligamento inguinal e o bordo superior da patela. No momento da medida a musculatura estava relaxada. Após a realização das medidas de dobras cutâneas, foi calculada a densidade corporal (D) através das equações generalizadas de Jackson e Pollock (1978) recomendadas para adultos, descritas na Tabela 2 e sua conversão em %G através das equações propostas por Brozek et al. (1963) e Siri (1961), conforme descrito na Tabela 3. Tabela 2. Equações generalizadas de Jackson e Pollock (1978)recomendadas para adultos. População Equação Masculina não obesa entre 18 e 61 anos DC (g/cm ) = 1,1093800 - 0,0008267 x (PE+AB+CX) Feminina não obesa entre 18 e 55 anos DC (g/cm ) = 1,10994921 - 0,0009929 x (TR+SI+CX) 3 2 +0,0000016 x (PE+AB+CX) - 0,0002574 x (I) 3 2 + 0,0000023 x (TR+SI+CX) - 0,0001392 x (I) 3 DC = densidade corporal (g/cm ); PE= dobra cutânea peitoral; AB= dobra cutânea abdominal; CX= dobra cutânea da coxa; TR= dobra cutânea do tríceps; SI= dobra cutânea supra ilíaca; I = idade em anos. Tabela 3. Equação para converter a DC em %G, proposto porBrozek et al. (1963) e Siri(1961). Equação Homens %G = [(4,95 / DC ) - 4,50] x 100 Mulheres %G = [(5,01 / DC ) - 4,57] x 100 %G=percentual de gordura; DC = dobras cutâneas (mm). 41 Para classificação do percentual de gordura (%G), foi utilizada a tabela de Lohman (1992), como segue abaixo: Tabela 4. Classificação do %G, segundo Lohman (1992). Classificação Muito Baixo Abaixo da Média Média Acima Média Muito Alto Homens Mulheres 5% 8% 6 a 14% 9 a 22% 15% 23% 16 a 24% 24 a 31% 25% 32% %G=percentual de gordura 3.8.2.2. Protocolo de imagem corporal Para a análise da imagem corporal foi utilizado o BSQ (ANEXO E), que visa mensurar a preocupação do respondente em relação à satisfação com a autoimagem. O BSQ é composto de 34 questões e cada questão é composta por seis alternativas de respostas que variam do “sempre” ao “nunca”, o resultado do teste é a somatória dos 34 itens contidos no questionário e a classificação dos resultados reflete os níveis de preocupação com a imagem corporal. Resultados no intervalo menor ou igual a 80 pontos indicam um padrão de normalidade, sendo considerada ausência de insatisfação com a imagem corporal, resultados entre 81 e 110 pontos classificam-se leve insatisfação com a imagem corporal, entre 111 e 140 classificamse moderada insatisfação e acima de 140 pontos a classificação é de presença de grave insatisfação com a imagem corporal (COOPER et al., 1987). Este instrumento apresenta-se como recurso técnico de utilidade em estudos com populações clínicas e não clínicas (conforme citado anteriormente) quando se busca avaliar a imagem corporal e foi utilizado neste estudo com o objetivo de identificar a autopercepção da imagem corporal entre estudantes universitários. 42 3.8.2.3. Protocolos de bioimpedância elétrica Para a realização da análise da composição corporal através da bioimpedância o avaliado obedeceu a uma série de procedimentos prévios ao teste conforme Anexo A. Após o registro dos dados cadastrais do avaliado no aparelho de BIA, o mesmo foi posicionado descalço, vestindo roupas leves, nas marcações indicadas pelo fabricante. Foi atestado pelo avaliador que o voluntário encontrava-se em contato com os eletrodos táteis conforme indicação do aparelho, permanecendo imóvel durante a leitura do mesmo. O exame durou aproximadamente 30 segundos e quando a medição chegou ao fim um sinal sonoro foi emitido informando que a leitura foi concluída e os dados foram armazenados no aparelho. O analisador de composição corporal utilizado no presente estudo foi o modelo InBodyR20® (FIGURA 1), aparelho de bioimpedância elétrica vertical com oito eletrodos táteis, com capacidade para 250 kg e precisão de 100g da empresa Ottoboni Comércio e Importação Ltda., inscrita no CNPJ 8.00518-7, do fabricante e distribuidor: BIOSPACE CO, Ltd. - COREIA DO SUL. Analisador este com registro na ANVISA, resolução nº1.894, de 29 de junho de 2007, publicado conforme data o Diário Oficial da União de 02 de julho de 2007. Ressalta-se que o aparelho é validado segundo Thomas et al. (2001). Para classificação do %G também foi utilizada a tabela de Lohman (1992). 3.9. Análise Estatística Para caracterização da amostra foi utilizada a estatística descritiva, onde foi descrita a média, desvio padrão, frequência simples e relativa (SILVA et al., 1997). Foi utilizada a análise de variância(ANOVA)para comparar os escores obtidos nas classificações do BSQ. Quando apropriado utilizou-se o teste de post-hoc de Tukey para identificar as possíveis diferenças. O nível de significância utilizado foi de p<0,05. Para análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 20.0®. 43 4. RESULTADOS Os dados da Tabela 5 apresentam as médias e os desvios padrão da idade, BSQ, massa corporal, estatura e IMC da amostra estudada de ambos os gêneros. Tabela 5. Características da amostra de homens e mulheres Homens Mulheres 59 33 Idade, anos 26,3±5,1 27,0±6,0 BSQ 58,9±20,6 82,3±35,3 Massa Corporal, Kg 77,0 ±9,9 66,5±12,0 Estatura, m 1,75±0,1 1,64±0,1 2 25,1±3,4 24,7±3,8 Variáveis / Amostra (N) IMC, Kg/m BSQ = Body Shape Questionnaire; IMC = índice de massa corporal Das características da amostra acima, podem-se observar através do BSQ que as mulheres se mostraram mais insatisfeitas com a imagem corporal do que os homens. Os homens apresentaram um valor médio de 58,9, no BSQ, sendo considerada ausência de insatisfação, enquanto, as mulheres obtiveram um valor médio de 82,3, no BSQ, sendo classificado como leve insatisfação. Em relação ao IMC, a partir dos valores médios contatou-se que os homens foram classificados com sobrepeso, enquanto as mulheres foram classificadas como eutróficas, contudo, o valor foi limítrofe. A Tabela 6 mostra as características antropométricas dos homens em função da classificação obtida no BSQ. Pode-se observar a frequência simples em função das classificações do BSQ, evidenciando que a maior parte dos homens desta amostra encontra-se satisfeita com sua imagem corporal. Observa-se que os homens que apresentaram maior insatisfação com a imagem corporal foram os classificados com sobrepeso. 44 Tabela 6.Características antropométricas de homens em função da classificação do BSQ. Homens Variáveis / Amostra total (N) 59 Satisfeitos Leve Insatisfação. Moderada Insatisfação. Grave Insatisfação. 51 5 3 0 25,6±4,9 32,6±4,4 26,0±4,0 - BSQ 52,2±11,1* 93,2±12,6* 115,7±5,5* - Massa Corporal, Kg 76,7 ±10,5 76,6±5,6 82,4±2,9 - Estatura, m 1,76±0,1 1,71±0,1 1,75±0,02 - 2 24,9±3,4 26,5±3,6 27,0±0,8 - Classificação BSQ Amostra por BSQ (N) Idade, anos IMC, kg/m * p<0,05 na ANOVApara os escores obtidos entre as três classificações do BSQ. BSQ = Body Shape Questionnaire; IMC = índice de massa corporal. Na figura 2, pode-se observar a frequência relativa em função das classificações do BSQ, evidenciando que a maior parte dos homens desta amostra estava satisfeita com sua imagem corporal. Figura 2.Frequência relativa da classificação do BSQ em homens. A Tabela 7 mostra a correspondência entre a classificação do BSQ e a classificação do IMC. De acordo com os resultados obtidos, do total dos participantes que estavam satisfeitos com a imagem corporal 45,8% foram 45 classificados como eutróficos; 37,3% encontravam-se com sobrepeso; enquanto que 3,4% foram considerados obesos. Tabela 7. Correspondência da classificação em homens do BSQ com IMC BSQ - Classificação x IMC IMC - Classificação Baixo peso Eutrófico Sobrepeso Obesidade 0 27 22 2 0,0% 45,8% 37,3% 3,4% 0 1 3 1 0,0% 1,7% 5,1% 1,7% 0 0 3 0 0,0% 0,0% 5,1% 0,0% 0 0 0 0 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0 28 28 3 0,0% 47,5% 47,5% 5,1% N Satisfeito BSQ Classificação Leve Insatisfação % do total N % do total Moderada Insatisfação N Grave Insatisfação N % do total % do total N Total % do total BSQ = Body Shape Questionnaire; IMC = índice de massa corporal A Tabela 8 mostra as características antropométricas dos homens em função da classificação obtida no BSQ e apresenta a média do %G relativa em função do somatório de DC. Os dados apresentados demonstram que a amostra com moderada insatisfação é a que possui a maior massa corporal, porém menor %G relativa. Tabela 8. Características antropométricas de homens em função da classificação do BSQ e da média do %G relativa pelas DC. Homens Variáveis / Amostra total (N) 59 Satisfeito Leve Insatisfação Moderada Insatisfação Grave Insatisfação 51 5 3 0 Idade, anos 25,6±4,9 32,6±4,4 26,0±4,0 - BSQ 52,2±11,1 93,2±12,6 115,7±5,5 - Massa Corporal, Kg 76,7 ±10,5 76,6±5,6 82,4±2,9 - 14,5±7,2 15,2±7,3 13,3±5,9 - Classificação BSQ Amostra por BSQ (N) Gordura relativa pelas DC, % BSQ = Body Shape Questionnaire; DC = dobras cutâneas 46 A Tabela 9 apresenta a correlação da classificação do BSQ com %G pelas DC. Os dados mostraram que do total de indivíduos que foram classificados como satisfeitos (86,4%) em relação a imagem corporal, 18,6% apresentaram %G relativa acima da média e 6,8% um %G relativa muito alto, totalizando então 25,4% com %G acima do recomendado segundo Lohman (1992). Os indivíduos que foram classificados abaixo da média (61,0%), 6,8% demonstraram leve insatisfação e 3,4% moderada insatisfação da imagem corporal. Tabela 9. Correspondência da classificação em homens do BSQ com %G pelas DC BSQ - Classificação x %G pelas DC %G - Classificação N Satisfeito BSQ Classificação % do total Leve Insatisfação N Moderada Insatisfação N Grave Insatisfação % do total % do total N % do total N Total % do total Abaixo da Média Média Acima da Média Muito Alto 30 6 11 4 50,8% 10,2% 18,6% 6,8% 4 0 0 1 6,8% 0,0% 0,0% 1,7% 2 0 1 0 3,4% 0,0% 1,7% 0,0% 0 0 0 0 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 36 6 12 5 61,0% 10,2% 20,3% 8,5% BSQ = Body Shape Questionnaire; DC = dobras cutâneas; %G = percentual de gordura A Tabela 10 apresenta os dados da correlação das variáveis antropométricas dos homens em função da classificação obtida no BSQ e apresenta a média de %G relativa em função da BIA. Observa-se que a média do %G obtido através da BIA, em todas as classificações do BSQ é maior que o recomendado (LOHMAN, 1992). 47 Tabela 10. Características antropométricas de homens em função da classificação do BSQ e da média de %G relativa através da BIA. Homens Variáveis / Amostra total (N) 59 Satisfeito Leve Insatisfação Moderada Insatisfação Grave I Insatisfação 51 5 3 0 Idade, anos 25,6±4,9 32,6±4,4 26,0±4,0 - BSQ 52,2±11,1 93,2±12,6 115,7±5,5 - Massa Corporal, Kg 76,7 ±10,5 76,6±5,6 82,4±2,9 - 20,0±6,6 19,9±7,4 21,4±3,3 - Classificação BSQ Amostra por BSQ (N) Gordura relativa pela BIA, % BSQ = Body Shape Questionnaire; BIA = bioimpedância. Na Tabela 11 temos a apresentação dos dados relativos de %G através da BIA que mostra que do total de indivíduos classificados como satisfeitos (86,4%), 45,8% tem seu %G relativa classificado como acima da média e 16,9% tem seu %G classificado como muito alto, perfazendo um total de 62,7% com gordura relativa acima do adequado (LOHMAN, 1992). Tabela 11. Correspondência da classificação em homens do BSQ com %G pelas BIA BSQ - Classificação x %G pela BIA %G - Classificação Satisfeito Leve Insatisfação BSQ Classificação Moderada Insatisfação Grave Insatisfação Total Abaixo da Média Média Acima da Média Muito Alto % do total N 10 16,9% 1 4 6,8% 0 27 45,8% 3 10 16,9% 1 % do total 1,7% 0,0% 5,1% 1,7% 0 0 2 1 0,0% 0,0% 3,4% 1,7% 0 0 0 0 % do total 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% N % do total 11 18,6% 4 6,8% 32 54,2% 12 20,3% N N % do total N BSQ = Body Shape Questionnaire; BIA = bioimpedância; %G = percentual de gordura 48 A Tabela 12 apresenta as características antropométricas das mulheres em função da classificação obtida no BSQ, estes dados demonstram que assim como nos grupos dos homens a maior parte das mulheres também estava satisfeita com sua imagem corporal. Observamos também que as mulheres com maior média de idade foram as que apresentaram grave insatisfação com a imagem corporal, mostrando coerência com as medidas antropométricas como a massa corporal e IMC. Tabela 12. Características antropométricas das mulheres em função da classificação do BSQ. Mulheres Variáveis / Amostra total (N) 33 Normal Leve Insatisfação Moderada Insatisfação Grave Insatisfação . 19 7 4 3 Idade, anos 25,2±5,74 28,0±5,5 27,0±4,1 36,0±1,7 BSQ 57,8±13,0* 94,0±9,6* 120,8±2,7* 159,3±10,7* Massa Corporal, Kg 62,7±11,3 73,8±13,4 65,0±7,4 75,5±8,4 Estatura, m 1,64±0,1 1,67±0,04 1,62±0,1 1,62±0,1 2 23,4±3,6 26,5±4,0 24,7±2,2 28,9±3,3 Classificação BSQ Amostra por BSQ (N) IMC, kg/m * p<0,05 na ANOVA para os escores obtidos entre as quatro classificações do BSQ. BSQ = Body Shape Questionnaire; IMC = índice de massa corporal Na Figura 3, pode-se observar a frequência relativa em função da classificação BSQ, evidenciando que a maior parte das mulheres desta amostra estava satisfeita com sua imagem corporal, porém houve uma maior distribuição nas demais classificações, sendo que 42,4% apresentaram alguma insatisfação com a imagem corporal. 49 Figura 3. Frequência relativa da classificação do BSQ em mulheres. Na Figura 4, podemos observar então as classificações do BSQ da amostra, evidenciando as diferenças dos escores entre homens e mulheres em relação a imagem corporal. Figura 4. Classificação do BSQ - Homens e Mulheres 50 A Tabela 13 apresenta a correlação da classificação do BSQ com a classificação do IMC, de modo que do total de mulheres que foram classificadas como satisfeitas em relação à imagem corporal, 18,2% encontravam-se com sobrepeso e 3,0% foram consideradas obesas, segundo a classificação da OMS(1995). Ainda do total de mulheres que foram classificadas como eutróficas (51,5%), 12,1% e 6,1% apresentaram leve e moderada insatisfação respectivamente, em relação à imagem corporal. Tabela 13. Correspondência da classificação em mulheres do BSQ com IMC BSQ - Classificação x IMC IMC - Classificação N Satisfeito BSQ Classificação Leve Insatisfação Moderada Insatisfação Grave Insatisfação % do total N % do total N % do total N % do total N Total % do total Baixo peso Eutrófico Sobrepeso Obesidade 1 11 6 1 3,0% 33,3% 18,2% 3,0% 0 4 1 2 0,0% 12,1% 3,0% 6,1% 0 2 2 0 0,0% 6,1% 6,1% 0,0% 0 0 2 1 0,0% 0,0% 6,1% 3,0% 1 17 11 4 3,0% 51,5% 33,3% 12,1% BSQ = Body Shape Questionnaire; IMC = índice de massa corporal. A Tabela 14 descreve as características antropométricas das mulheres em função da classificação obtida no BSQ e apresenta a média de %G relativa em função do somatório de DC. De acordo com as informações apresentadas nota-se que a amostra com grave insatisfação é a que possui a maior massa corporal e %G relativa. Além disso, todas as médias da amostra independente da classificação do BSQ estavam acima do recomendado, segundo Lohman (1992). 51 Tabela 14. Características antropométricas de mulheres em função da classificação do BSQ e da média do %G relativa pelas DC. Mulheres Variáveis / Amostra total (N) 33 Satisfeita Leve Insatisfação Moderada Insatisfação Grave Insatisfação 19 7 4 3 Idade, anos 25,2±5,7 28,0±5,5 27,0±4,1 36,0±1,7 BSQ 57,8±13,0 94,0±9,6 120,8±2,7 159,3±10,7 Massa Corporal, Kg 62,7±11,3 73,8±13,4 65,0±7,4 75,5±8,4 Gordura relativa pelas DC, % 31,8±9,7 42,5±11,0 38,7±11,0 45,2±8,1 Classificação BSQ Amostra por BSQ (N) BSQ = Body Shape Questionnaire; DC = dobras cutâneas; A Tabela 15 apresenta a correlação entre a classificação do BSQ com o %G pelas DC, de forma que do total de mulheres que foram classificados como satisfeitas (57,6,%) em relação a imagem corporal, 18,2% apresentaram o % de gordura relativa acima da média e 27,3% um % de gordura relativa muito alto, totalizando 45,5% com percentual acima do recomendado segundo Lohman (1992). Outro fato relevante foi que, 87,9% da amostra total de mulheres encontravam-se acima da média recomendada em relação ao %G, contudo 57,6% foram classificadas como satisfeitas em relação à imagem corporal. Tabela 15. Correspondência da classificação em mulheres do BSQ com %G pelas DC BSQ - Classificação x %G pelas DC %G - Classificação Satisfeito Leve Insatisfação BSQClassificação Moderada Insatisfação Grave Insatisfação Total N Abaixo da Média 3 1 Acima da Média 6 % do total 9,1% 3,0% 18,2% 27,3% N % do total N 0 0,0% 0 0 0,0% 0 1 3,0% 2 6 18,2% 2 % do total 0,0% 0,0% 6,1% 6,1% N 0 0 0 3 % do total 0,0% 0,0% 0,0% 9,1% N 3 1 9 20 % do total 9,1% 3,0% 27,3% 60,6% Média BSQ = Body Shape Questionnaire; DC = dobras cutâneas; %G = percentual de gordura Muito Alto 9 52 A Tabela 16 apresenta a correlação das características antropométricas das mulheres com a classificação obtida no BSQ e apresenta a média de %G relativa em função da BIA. Todas as classificações que apresentaram insatisfação com a imagem corporal, o %G médio foi classificado como muito alto segundo Lohman (1992). Tabela 16. Características antropométricas das mulheres em função da classificação do BSQ e da média do %G relativa através da BIA. Mulheres Variáveis / Amostra total (N) 33 Satisfeita Leve Insatisfação. Moderada Insatisfação Grave Insatisfação. 19 7 4 3 Idade, anos 25,2±5,7 28,0±5,5 27,0±4,1 36,0±1,7 BSQ 57,8±13,0 94,0±9,6 120,8±2,7 159,3±10,7 Massa Corporal, Kg 62,7±11,3 73,8±13,4 65,0±7,4 75,5±8,4 Gordura relativa pela BIA, % 27,0±7,7 33,0±6,2 32,4±3,4 36,6±3,3 Classificação BSQ Amostra por BSQ (N) BSQ = Body Shape Questionnaire; BIA = bioimpedância. A Tabela 17 apresenta a relação de %G através da BIA e estes dados demonstram que 18,2% apresentaram %G acima da média e 15,2% % muito alto, ou seja,33,4% das mulheres classificadas como satisfeitas, tem seu percentual de gordura relativa classificada acima do adequado. Do total da amostra de mulheres analisadas pela BIA, 75,8% estavam acima da média recomendada em relação ao %G, contudo 57,6% foram classificadas como satisfeitas em relação à imagem corporal. 53 Tabela 17. Correspondência da classificação do BSQ com %G pelas BIA BSQ - Classificação x %G pela BIA %G - Classificação Satisfeito BSQ Classificação Leve Insatisfação Moderada Insatisfação Grave Insatisfação Total Abaixo da Média Média Acima da Média Muito Alto N 7 1 6 5 % do total 21,2% 3,0% 18,2% 15,2% N 0 0 3 4 % do total 0,0% 0,0% 9,1% 12,1% N 0 0 2 2 % do total 0,0% 0,0% 6,1% 6,1% N 0 0 0 3 % do total 0,0% 0,0% 0,0% 9,1% N 7 1 11 14 % do total 21,2% 3,0% 33,3% 42,4% BSQ = Body Shape Questionnaire; BIA = dobras cutâneas; %G = percentual de gordura A inconsistência do estado nutricional avaliada pelo IMC em relação ao %G aferido pelas DC e BIA foi verificada neste estudo. Na Figura 5, podemos observar estas inconsistências presentes tanto no grupo dos homens como no grupo das mulheres. Nos homens, pelo IMC, 47,5% foram classificados como eutróficos, enquanto que pelas DC foram 71,2% e pela BIA 25,4%, classificados na média e abaixo da média do %G recomendado. Nas mulheres, 51,5% foram classificadas como eutróficas pelo IMC, enquanto que pelas DC 12,1% e pela BIA 24,2%, foram classificadas com %G na média e abaixo da média recomendada. 54 IMC = índice de massa corpora; DC = dobras cutâneas; BIA = bioimpedância Figura 5. Inconsistência dos métodos avaliados em homens e mulheres. 55 5. DISCUSSÃO A influência ambiental na construção da imagem corporal vem sendo influenciada por uma tendência crescente da valorização dos corpos magros como padrão de beleza, sendo um aspecto marcante e negativo para o aumento da incidência dos distúrbios alimentares em adolescentes e jovens, especialmente mulheres (ANDRADE; BOSI, 2003; CONTI; FRUTUOSO; GAMBARDELLA, 2005; EICH et al., 2000; GRAUP et al., 2008). Desta forma, diversas publicações apresentam resultados com uma preocupação com jovens e universitários sobre sua distorção e insatisfação elevada da imagem corporal (STIPP; OLIVEIRA, 2003). Em razão das diferenças fisiológicas entre os gêneros devidamente apresentadas na literatura, este estudo dicotomizará esta discussão, verificando separadamente as incidências em ambos os gêneros. A média do BSQ em homens deste estudo apresentou valor de 58,0±20,21, sendo classificado como “satisfação” ou “ausência de insatisfação”. Este achado foi similar à média de58,7±25,1 em Di Pietro e Silveira (2009)e, 69,3 encontrada no estudo de Kakeshita e Almeida(2006). Acrescenta-se que a classificação pelo BSQ nos estudo citados são idênticas segundo Cooper et al. (1987). Ao analisarmos a classificação segundo os escores do BSQ em universitários do curso de Educação Física, a frequência relativa da classificação “Satisfeito” ou “Ausência de insatisfação” (86,4%) e “Leve insatisfação” (8,5%) foi muito próximo ao estudo de Pontieri, Lopes e Eça (2007) com 84,62% e 10,25% respectivamente. Em estudo com universitários de vários cursos Legnani et al. (2012), apresentou valor de 95,7% de satisfação/leve insatisfação, o que também corrobora com os valores aqui encontrados. Neste estudo, assim como em Legnani et al. (2012) e Pontieri, Lopes e Eça (2007) o número de casos e percentual relativo em homens é baixo. Encontramos aqui apenas três casos de “Moderada insatisfação” (5,1%) e nenhum caso de “Grave insatisfação”. No estudo de Pontieri, Lopes e Eça (2007) ao agruparmos estas duas classificações encontramos apenas dois casos, o que representa 5,12%. Da mesma forma, Legnani et al. (2012) relata um valor de 4,3%. 56 Em relação ao estado nutricional médio do sexo masculino, avaliados através do IMC, estes apresentaram média de 25,1±3,37 o que foi classificado como sobrepeso. Entretanto, nãoforam classificados insatisfeitos com a imagem corporal através do BSQ, o que corrobora com uma possível subestimação das dimensões corporais e sugere uma maior desatenção e negação com seu estado nutricional (MADRIGAL et al., 2000; PESA; SYRE; JONES, 2000; SCIACCA et al., 1991). O estudo de Kakeshita e Almeida (2006) reafirma os achados citados anteriormente, pois verifica-se que em indivíduos classificados como sobrepeso pelo IMC, apresentam-se classificados como satisfeitos pelo BSQ. A inconsistência do estado nutricional avaliada pelo IMC em relação ao %G aferido pelas DC e BIA foi verificada neste estudo. Pelo IMC, 47,5% foram classificados como eutróficos, enquanto que pelas DC foram 71,2% e pela BIA 25,4%, classificados na média e abaixo da média do %G. No estudo de Glaner (2005) foi encontrada a mesma inconsistência entre IMC e DC para adolescentes. No estudo de Coqueiro et al.(2008) o somatório de cinco dobras cutâneas mostrou-se um preditor significativo para a insatisfação com imagem corporal, ao contrário do IMC. É importante ressaltar que neste estudo ao verificarmos o %G aferida pelas DC, percebe-se que o grupo que obteve a maior insatisfação corporal (moderada insatisfação) apresentou o menor %G médio, sugerindo uma maior exigência com a estética corporal. Em relação à BIA, observa-se que a média do %G obtido em todas as classificações do BSQ é maior que o recomendado (LOHMAN, 1992), assim como, em 62,7% dos indivíduos classificados como satisfeitos, mostrando excesso de gordura corporal na amostra. Estes valores da BIA também sugerem uma possível subestimação das dimensões corporais, maior desatenção e negação com seu estado nutricional (KAKESHITA; ALMEIDA, 2006; MADRIGAL et al., 2000; SCIACCA et al., 1991). O escore médio do BSQ deste estudo para mulheres do curso de Educação Física foi de 85,1±38,2, sendo bastante semelhante com universitárias do mesmo curso nos estudos de Bosi et al. (2008), com valor médio de 81,7±33,5, Garcia et al. (2011) com 70,6±25,5, Di Pietro e Silveira (2009) com89,7 ± 31,3 e Laus Moreira e Costa (2009) com 90,0±5,7. Ressalta-se que exceto em Di Pietro e Silveira (2009) nos outros estudos citados a classificação média segundo Cooperet al. (1987) seria de “Leve insatisfação”. 57 Em universitárias de outros cursos da área de saúde, foram avaliadas alunas de medicina no estudo de Garcia et al. (2011) que obtiveram escore médio de 84,1±35,6, corroborando com os estudos em universitárias do curso de Nutrição em Bosi et al. (2006) com81,2±33,6 e Laus, Moreira e Costa (2009) com 90,6±6,6. Com relativa divergência, Kakeshita e Almeida(2006) em avaliação com estudantes de cursos aleatórios, o valor médio foi de 103,6, contudo, é importante ressaltar que este escore ainda encontra-se na classificação de Cooper et al. (1987)como “Leve insatisfação”. Laus, Moreira e Costa (2009) não encontraram diferença significativa nos escores do BSQ em universitárias da área de saúde (Educação Física e Nutrição) com estudantes da área de humanas (Publicidade & Propaganda e Administração de Empresas), assim como entre os quatro cursos. Contudo, pôde ser observado que as estudantes do curso de educação física obtiveram uma frequência relativa superior aos outros cursos na classificação “Grave insatisfação”. Quando analisamos a classificação segundo os escores do BSQ em universitárias do curso de Educação Física, a frequência relativa da classificação “Satisfeito” ou “Ausência de insatisfação” esteve muito próximo ao de Pontieri, Lopes e Eça (2007) com 58,33%.Outros estudos apresentaram valores discrepantes como de Garcia et al. (2011) com percentual de 70,8% e de Laus, Moreira e Costa (2009) que encontraram 35,0%. Quanto a “Leve insatisfação”, os achados deste estudo foram semelhantes aos estudos de Garcia et al. (2011) e de Laus, Moreira e Costa (2009). Em Bosi et al. (2008) as classificações “Satisfeito” e “Leve insatisfação” foram agrupadas e apresentaram valores de 82,9%, bastante próximo deste estudo (78,8%). Na classificação “Moderada insatisfação” e “Grave insatisfação”, novamente este estudo encontrou-se em ponto médio entre Garcia et al. (2011) e Laus, Moreira e Costa (2009).Para “Moderada insatisfação” os achados foram mais próximos, com percentual 12,1% para este estudo, 16% em Garcia et al. (2011) e 8,3% em Laus, Moreira e Costa (2009). Em “Grave insatisfação” as discrepâncias foram grandes, sendo 1% em Garcia et al. (2011), 9,1% neste, e 30% em Laus, Moreira e Costa (2009). Pode-se observar que a frequência relativa encontrada neste estudo é semelhante com outros estudos com universitárias de outros cursos (BOSI et al., 2006; GARCIA et al., 2011) 58 Observa-se que em Garcia et al. (2011), as frequências relativas para “Grave insatisfação” foram mais semelhantes nas universitárias do curso de medicina do que as de educação física, sendo importante ressaltar que houve diferença significativa neste estudo entre as universitárias (p<0,03). Ao agruparmos “Moderada insatisfação” e “Grave insatisfação”, o presente estudo apresentou valor de 21,2% corroborando com Cenci, Peres e Vasconcelos (2009) em análise de diversos cursos de universitárias com somatório de 20,0%, Bosi et al. (2006) com 18,6% e Bosi et al. (2008) com 17,1%. Em adendo, Legnani et al. (2012) cita que em estudos com amostras estrangeiras as prevalências giram em torno de 20%, como exemplificado com estudantes de medicina em Liao et al. (2010) com 22,9%. As únicas prevalências discrepantes encontradas foram em Legnani et al. (2012) em universitárias de diversos cursos com 11,6% e Laus, Moreira e Costa (2009) e Pontieri, Lopes e Eça (2007) com estudantes de Educação Física, com 14,6% e 30,0% respectivamente. Uma importante divergência ainda encontrada nas frequências do estudo de Bosiet al. (2006) foi que as universitárias com autopercepção classificada como moderada e gravemente insatisfeita (18,6%), apresentavam IMC adequado em um total de 82,9% e, 11,4% apresentavam IMC de sobrepeso e obesidade, enquanto que, neste estudo, o somatório da classificação de moderada e gravemente insatisfeita foi de 23,6%, e destas, nenhuma foi classificada com IMC adequado. Apesar de não terem sido analisadas pelo tamanho amostral deste estudo as relações de associação do BSQ com outras variáveis como idade, etnia, IMC e gordura relativa, alguns achados da literatura são relevantes para serem discutidos. Em Damasceno et al. (2011) não foi verificada associação entre a etnia e insatisfação corporal em universitárias de diversas áreas praticantes de atividade física. O IMC encontrou-se associado à insatisfação corporal em adolescentes (BRANCO; HILÁRIO; CINTRA, 2006), e universitárias (BOSI et al., 2006; KAKESHITA; ALMEIDA, 2006; MOREIRA et al., 2005). No estudo de Bosi et al. (2006) e Kakeshita e Almeida (2006) adicionalmente foram relatados efeitos significativos para as classificações categorizadas do IMC. Em contraponto, no estudo de Bosi et al.(2008) o BSQ não mostrou estar relacionado com a idade nem com o IMC. Salienta-se que sujeitos considerados eutróficos também possam apresentar altas prevalências de insatisfação com o corpo (GRAUP et al. 59 2008;PEREIRA et al. 2009).O estudo de Coqueiro et al.(2008) em que foi utilizada a escala de Stunkard para avaliar a insatisfação corporal, o IMC não foi determinante de insatisfação corporal. Em mulheres, houve relação com os aumentos progressivos da classificação categorizada do IMC com a do BSQ, entretanto, algumas relações interessantes podem ser ressaltadas. No presente estudo, as mulheres classificadas com grave insatisfação apresentaram um valor de IMC compatível com sobrepeso, enquanto que no estudo de Kakeshita e Almeida(2006) as mulheres com IMC classificado como obesidade, apresentaram escore BSQ na faixa de moderada insatisfação corporal. Isto sugere que as mulheres do curso de educação física podem estar mais preocupadas com as questões estéticas do que alunas de cursos aleatórios. Neste sentido, este estudo corrobora com os achados dos estudos de Bosi et al.(2006) e Bosi et al.(2008) em relação a vulnerabilidade de distorções corporais, e quanto a preocupação dos impactos relacionados a serem futuros profissionais que estarão manejando estes quadros futuramente. A inconsistência do estado nutricional avaliada pelo IMC em relação ao %G aferido tanto pelas DC quanto pela BIA foi verificada neste estudo.Pelo IMC,51,5%foram classificados como eutróficas, enquanto que pelas DC 12,1% e pela BIA 24,2%, foram classificadas com %G na média e abaixo da média. No estudo de Glaner (2005) foi encontrada a mesma inconsistência entre IMC e DC para adolescentes. No estudo de Coqueiro et al.(2008) o somatório de cinco dobras cutâneas mostrou-se um preditor significativo para a insatisfação com imagem corporal, ao contrário do IMC. Na relação de adequação do estado nutricional e %G da amostra feminina foi encontrada uma importante incoerência em relação ao %G analisado por ambos os métodos. Do total da amostra de mulheres analisadas, 75,8% e 87,9% encontram-se acima da média recomendada em relação ao %G analisadas pela BIA e pelas DC, respectivamente. Os resultados do BSQ sinalizaram uma inconsistência com as composições corporais em ambos os sexos. Em homens, a literatura sugere uma subestimação das dimensões corporais, o que também foi encontrado neste estudo, nos permitindo concluir uma maior desatenção dos homens em relação às mulheres. Em mulheres, apesar da inconsistência encontrada entre os métodos, pode-se concluir 60 que houve coerência do aumento da classificação do BSQ com os diferentes métodos de análise da composição corporal utilizados neste estudo. 61 6. CONCLUSÃO Pode-se concluir que houve distorção na autopercepção da imagem corporal entre os universitários de ambos os gêneros do curso de Educação Física, porém estas diferenças mostraram-se menores em relação aos homens do que em relação às mulheres. A inconsistência dos métodos de avaliação do estado nutricional e composição corporal revela a necessidade de outros estudos que indiquem uma melhor relação entre estes métodos. Esse estudo revela ainda que estes futuros profissionais necessitam de uma melhor percepção de sua imagem corporal, já que os resultados sugerem uma preocupação muito mais ligada aos padrões estéticos do que relacionados com a saúde, pois formam um grupo multiplicador de conceitos e práticas. 62 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, G.A.N; SANTOS, J.E.; PASIAN, R. et al. Percepção de tamanho e forma corporal de mulheres: estudo exploratório. Psicol Est. 10(1): 27-35, 2005. ALVES, E; VASCONCELOS, F.A.G.; CALVO, M.C.M. et al. Prevalência de sintomas de anorexia nervosa e insatisfação com a imagem corporal em adolescentes do sexo feminino do município de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil Cad Saúde Pública, 24(3):503-512, 2008. ANDRADE, A.; BOSI, M.L.M. Mídia e subjetividade: impacto no comportamento alimentar feminino. Rev Nutr, 16(1): 117-125, 2003. ANJOS, L.A. Índice de massa corporal como indicador do estado nutricional de adultos: revisão de literatura. 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A precisão de um teste envolvendo análise da composição corporal depende das condições do paciente e do ambiente onde o teste é conduzido, por isso antes da condução do teste, por favor, leia atentamente as instruções a seguir: 1) Certifique-se de que o teste seja realizado antes de se alimentar Nos casos que o examinado já tenha feito uma refeição, o teste deve ser adiado até que 2 horas tenham se passado desde a última refeição, pois como a massa do alimento é contada no peso, isso pode resultar em erros de medição da composição corporal. 2) Usar o banheiro antes do teste Urinar pelo menos 30 min antes do teste, pois os valores de urina e fezes são adicionados ao peso podendo levar a erros nos resultados. 3) Não fazer exercícios antes do teste Exercícios extenuantes ou movimentos vigorosos podem causar alterações temporárias na composição corporal. 4) Permanecer em pé cerca de 5 minutos Conduzir o teste imediatamente após estar deitado ou sentado por longo tempo pode resultar pequenas alterações nos resultados do teste. 5) Não conduzir o teste após o banho ou sauna A transpiração causa mudanças temporárias na composição corporal. 6) Não se devem realizar medições durante o período menstrual Mulheres experimentam um aumento na água corporal durante o ciclo menstrual. 7) Não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao teste; 70 Sua avaliação está marcada para o dia _____/_____ as ____h____. Modelo 71 Composição Corporal O InBodyR20 analisa todo o corpo e quantifica seus diferentes componentes. Comparando seus valores com as faixas normais fornecidas, avalia-se a composição corporal atual. Gordura corporal em excesso. Mesmo que estejam com seu peso na faixa normal, pessoas com esse tipo de corpo estão em maior risco de desenvolver problemas de saúde. Massa de gordura e conteúdo muscular estão proporcionalmente bem balanceados. Pessoas em boa saúde geralmente obtêm resultados similares a este. O conteúdo muscular está proporcionalmente maior que a massa de gordura. Tipicamente, pessoas que possuem musculatura bem desenvolvida tendem a obter esse tipo de resultado. Diagnóstico de Obesidade IMC é usado para investigar uma possível obesidade e o percentual de gordura corporal é usado para identificar a obesidade. A Relação Cintura-Quadril dá uma ideia de onde a maior parte da gordura está depositada, ajudando a determinar a obesidade abdominal. Com o índice de Metabolismo Basal, uma dieta adequada pode ser planejada. Controle Músculo-Gordura Recomendações apropriadas da quantidade de músculo e gordura para uma composição corporal ideal. Massa Magra Segmentar A avaliação segmentada da massa magra mostra a distribuição muscular e o equilíbrio de seu desenvolvimento. Gordura Segmentada 72 A quantidade de gordura em cada segmento é cuidadosamente estimada para o controle apropriado da gordura localizada. Impedância InBodyR20 mede diretamente a impedância de cada segmento corporal a 20 KHz e 100 KHz, levando a resultados altamente precisos da composição corporal 73 ANEXO B Termo de consentimento livre e esclarecido Você está sendo convidado para participar da pesquisa AUTOPERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL EM UNIVERSITÁRIOS E SUA RELAÇÃO COM AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E ANÁLISE DE BIOIMPEDÂNCIA, tendo como responsável a Profa. Gilmara Alves Lucchesi. Este estudo tem como objetivo identificar a autopercepção da imagem corporal dos estudantes universitários do curso de Educação Física da Unicastelo/SP e comparar com os resultados obtidos através de suas análises antropométricas e análise de bioimpedância. Sua participação nesta pesquisa consistirá em realizar medidas antropométricas e análise de bioimpedância. Para as medidas antropométricas serão realizadas medidas de peso, estatura e dobras cutâneas (através de um compasso de dobras especifico). Para a análise da imagem corporal será utilizado o BSQ (Questionário de imagem corporal) que consiste em um questionário composto por 34 questões. E por fim, para a análise de bioimpedância você será submetido a uma avaliação da composição corporal através do analisador de composição corporal InBodyR20. Informamos que não há riscos relacionados à sua participação e que ao final da realização das medidas e teste você receberá sua avaliação física impressa com os resultados obtidos e orientação para adequar suas atividades físicas visando melhorar sua qualidade de vida e saúde. As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação. Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço do pesquisador principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o Projeto de Pesquisa, de sua participação, agora ou a qualquer momento. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento e sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição. Caso tenha qualquer dúvida ou pergunta relativas ao estudo, no que diz respeito a sua participação você poderá entrar em contato com o pesquisador responsável, Profa. Gilmara Alves Lucchesi - Alameda das Jabuticabeiras, 91, Aruá, SP, CEP. 74 07400-000, Fone 11 7894-0668 ou [email protected], e também poderá consultar o Conselho de Ética em Pesquisa da UNICASTELO - Rua Carolina Fonseca, 584 – Itaquera CEP 08230-030 São Paulo-SP Fone: 2070-0092 ou acessar comitê[email protected] Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar. Nome do participante: ________________________________________________. RG.: _____________________. E-mail.__________________________________. Endereço: _________________________________________________________. Telefone p/ contato: _________________________________________________. São Paulo, ____________ de __________________ 2012. ________________________________________________ Participante/Assinatura 75 ANEXO C Termo de aprovação do projeto de pesquisa 76 ANEXO D Carta de agendamento do teste Caro voluntário, Sr.(a). ___________________________________________ . Conforme a sua aceitação e autorização, firmada no “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” (TCLE), venho por meio desta confirmar a sua participação como sujeito de pesquisa no estudo “ Autopercepção da Imagem Corporal em Universitários e sua relação com avaliação antropométrica e análise de bioimpedância”. Local: Universidade Camilo Castelo Branco (UNICASTELO / Campus São Paulo). Data: _____ / _____ / _____. Horário: ________________ hs. Destacamos a necessidade de atendimento aos procedimentos básicos que antecedem à aplicação das medidas e testes: - Não consumir bebidas alcoólicas durante as 48 horas que antecedem a avaliação; - Não fumar durante 48 horas que antecedem a avaliação; - Não realizar qualquer tipo de atividade física mais intensa (exercício físico) no dia do teste; - Estabelecer um intervalo mínimo de 2 horas entre a última refeição e a realização do teste; - Chegar ao local com antecedência de 30 minutos; - Levar vestimentas adequadas: shorts ou bermuda, top, camiseta leve e confortável. - Comunicar qualquer alteração no estado de saúde que tenha ocorrido durante as 48 horas que antecedem ao teste. 77 Caso ocorra algum imprevisto, solicitamos, por favor, entrar em contato, omais rápido possível, através do telefone: (11) 7894-0668. 78 ANEXO E Questionário de imagem corporal (BSQ) Nome:___________________________________Data de Nasc: ____/_____/____ Como você vem se sentindo em relação à sua aparência nas últimas quatro semanas. Por favor, leia cada uma das questões e assinale com um circulo a mais apropriada usando a legenda abaixo: 1. Nunca 2. Raramente 3. Às vezes 4. Frequentemente 5. Muito frequentemente 6. Sempre Por favor, responda a todas as questões. Nas últimas quatro semanas: 1. Sentir-se entediada (o) faz você se preocupar com sua forma física? 1 2 3 4 5 6 2. Você tem estado tão preocupada (o) com sua forma 1 2 3 4 5 6 física a ponto de sentir que deveria fazer dieta? 3. Você acha que suas coxas, quadril ou nádegas são 1 2 3 4 5 6 grande demais para o restante de seu corpo? 4. Você tem sentido medo de ficar gorda (o) (ou mais gorda (o))? 1 2 3 4 5 6 5. Você se preocupa com o fato de seu corpo não ser 1 2 3 4 5 6 suficientemente firme? 6. Sentir-se satisfeita (o) (por exemplo, após ingerir uma 1 2 3 4 5 6 grande refeição) faz você sentir-se gorda (o)? 7. Você já se sentiu tão mal a respeito do seu corpo que chegou a chorar? 1 2 3 4 5 6 8. Você já evitou correr pelo fato de que seu corpo poderia balançar? 1 2 3 4 5 6 9. Estar com mulheres (homens) magras (os) faz você se 1 2 3 4 5 6 79 sentir preocupada (o) em relação ao seu físico? 10. Você já se preocupou com o fato de suas coxas 1 2 3 4 5 6 poderem espalhar-se quando se senta? 11. Você já se sentiu gorda (o), mesmo comendo uma 1 2 3 4 5 6 quantidade menor de comida? 12. Você tem reparado no físico de outras mulheres 1 2 3 4 5 6 (homens) e, ao se comparar, sente-se em desvantagem? 13. Pensar no seu físico interfere em sua capacidade de se concentrar em outras atividades(como por exemplo, 1 2 3 4 5 6 enquanto assiste à televisão, lê ou participa de uma conversa)? 14. Estar nua, por exemplo, durante o banho, faz você se sentir gorda (o)? 1 2 3 4 5 6 15. Você tem evitado usar roupas que a (o) fazem notar 1 2 3 4 5 6 as formas do seu corpo? 16. Você se imagina cortando fora porções de seu corpo? 1 2 3 4 5 6 17. Comer doce, bolos ou outros alimentos ricos em 1 2 3 4 5 6 calorias faz você se sentir gorda (o)? 18. Você deixou de participar de eventos sociais (como, por exemplo, festas) por sentir-se mal em relação ao seu 1 2 3 4 5 6 físico? 19. Você se sente arredondada (o)? excessivamente 20. Você já teve vergonha do seu corpo? grande e 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 21. A preocupação diante do seu físico leva-lhe a fazer dieta? 1 2 3 4 5 6 22. Você se sente mais contente em relação ao seu físico quando de estômago vazio (por exemplo, pela 1 2 3 4 5 6 manhã)? 23. Você acha que seu físico atual decorre de uma falta de autocontrole? 1 2 3 4 5 6 80 24. Você se preocupa que outras pessoas possam estar 1 2 3 4 5 6 vendo dobras na sua cintura ou estômago? 25. Você acha injusto que as outras mulheres (outros 1 2 3 4 5 6 homens) sejam mais magras (os) que você? 26. Você já vomitou para se sentir mais magra (o)? 1 2 3 4 5 6 27. Quando acompanhada (o), você fica preocupada (o) em estar ocupando muito espaço (por exemplo, sentado 1 2 3 4 5 6 num sofá ou no banco de um ônibus)? 28. Você se preocupa com o fato de estarem surgindo 1 2 3 4 5 6 dobrinhas em seu corpo? 29. Ver seu reflexo (por exemplo, num espelho ou na vitrine de uma loja) faz você sentir-se mal em relação ao 1 2 3 4 5 6 seu físico? 30. Você belisca áreas de seu corpo para ver o quanto há de gordura? 1 2 3 4 5 6 31. Você evita situações nas quais as pessoas possam ver seu corpo (por exemplo, vestiários ou banhos de 1 2 3 4 5 6 piscina)? 32. Você toma laxantes para se sentir magra (o)? 1 2 3 4 5 6 33. Você fica particularmente consciente do seu físico 1 2 3 4 5 6 quando em companhia de outras pessoas? 34. A preocupação com seu físico faz-lhe sentir que 1 2 3 4 5 6 deveria fazer exercícios? TOTAL: ____________ 81 ANEXO F Ficha coletora de dados ANAMNESE 1. IDENTIFICAÇÃO Nome: _________________________________________________Sexo:( )Masc. ( )Fem. Data Nasc.:____/_______/______ Fone: Res.:________________ Cel.: ___________________ Endereço: ____________________________________________ Bairro: _________________ Cidade: ___________________ CEP.: ________________ Compl.: ______________________ E-mail.: ______________________________________________________________________ 2. ANTECEDENTES RELACIONADOS Á SAÚDE Pessoais Diabetes Sim ( ) Não ( ) Hipertensão Sim ( ) Não ( ) Hipoglicemia Sim ( ) Não ( ) Alergia Sim ( ) Não ( ) Cardíaco Sim ( ) Não ( ) Sim Sim Sim Sim Sim ( ( ( ( ( Familiares (Pais) ) Não ( ) ) Não ( ) ) Não ( ) ) Não ( ) ) Não ( ) Outros: ____________________________________________________________________ 3. NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA: Pratica alguma atividade física? Sim (__) Não (__) Atividade Vezes por semana Horas por dia Tempo de prática VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS Peso Corporal: ________________________ Dobras Fem. Dobras Masc. Estatura: ___________________________ Tríceps 1ª.____________ 2ª. __________ 3ª ___________ Supra-ilíaca 1ª.____________ 2ª. __________ 3ª ___________ Coxa 1ª.____________ 2ª. __________ 3ª ___________ Peitoral 1ª.____________ 2ª. __________ 3ª ___________ Abdômen 1ª.____________ 2ª. __________ 3ª ___________ Coxa 1ª.____________ 2ª. __________ 3ª ___________ _________________________ Local e data _______________________________ Avaliador Responsável