RELAÇÃO ENTRE PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL E DESEMPENHO EM ATLETAS DE JUDÔ NO CAMPEONATO BRASILEIRO SÊNIOR 2004. Autores: Ms. Iransé Oliveira Silva e João Henrique de Melo Santos UniEVANGÉLICA - FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA - LAFE ANÁPOLIS-GO Obter um bom desempenho em uma competição é o sonho de todo atleta, talvez em função do reconhecimento do seu esforço, talvez em função da autoestima, os fatores são os mais variados possíveis. O Judô é um esporte de origem japonesa que encontrou no Brasil um campo muito promissor, tornou-se um dos esportes mais praticados em nosso país, destacar-se nele, assim como na maioria dos esportes individuais, é algo que depende de uma série de fatores, que vão dês da composição corporal, biotipo, dedicação, passando por fatores de preparação técnica e chegando ao estado psicológico. A capacidade de desempenho esportivo é, devido à sua composição multifatorial, de difícil treinabilidade. Somente o desenvolvimento harmônico de todos os fatores determinantes do desempenho possibilita que se obtenha um alto desempenho individual (WEINECK, 1999). São várias as qualidades que os judocas adquirem: “a qualidade física”, devido aos exercícios propostos e a própria técnica, que consegue colocar em atuação todo o corpo; “o espírito de luta”, através da prática das técnicas do Judô e pela incorporação dos princípios filosóficos durante os treinamentos, o indivíduo torna-se mentalmente condicionado a proteger seu próprio corpo em circunstâncias difíceis; “autocontrole e autoconfiança”, devido à prática regular e princípios naturais do treinamento, que induzem a humildade, a perseverança, a tolerância, a cooperação, a generosidade, o respeito, a coragem, a compostura e a cortesia (SUGUIZAKI, 1996). Foss; Keteyian (2000), relataram que o corpo é constituído de vários compartimentos, por exemplo, osso, músculo, gordura, etc. e a quantificação desses compartimentos têm uma grande relação tanto com a saúde quanto com o desempenho. As pessoas fisicamente ativas possuem menos gordura corporal que os inativos. Quanto a esta afirmação dos autores citados acima, vale ressaltar que o judô é uma modalidade em que podem participar atletas com pesos variados, pois além da subdivisão por idade, existe a divisão por peso, o que teoricamente mantém os atletas em um mesmo nível. Sendo assim, parece claro que quanto menor o peso, menor a quantidade de gordura corporal e assim que este peso aumenta, aumenta também a quantidade de gordura. Como o judô é dividido em categoria de peso, é importante estimar quanto o atleta possui de gordura corporal, massa muscular, massa óssea e massa residual. A predição da composição corporal, principalmente do percentual de gordura, permite se é possível um atleta reduzir de peso com finalidade de lutar em categoria de peso mais leve, sem que ocorra diminuição da massa muscular ou desidratação, mesmo porque se acredita que uma baixa quantidade de gordura seja desejável para o sucesso na maioria das modalidades esportivas (FRANCHINI; TAKITO, 1997). O presente estudo, tem por objetivo verificar se existe uma relação entre o percentual de gordura corporal e o desempenho em atletas do sexo masculino da classe sênior no Campeonato Brasileiro 2004. O objetivo desta pesquisa foi de verificar a relação entre o percentual de gordura corporal e o desempenho dos atletas do sexo masculino no campeonato Brasileiro Sênior 2004. E verificar o perfil do percentual de gordura por categoria de peso e o perfil de IMC por categoria. DESEMPENHO Conforme Weineck (1999 p.22), A capacidade de desempenho esportivo é, devido à sua composição multifatorial, de difícil treinamento. Somente o desenvolvimento harmônico de todos os fatores determinantes do desempenho possibilita que se obtenha um alto desempenho individual. A capacidade de desempenho esportivo representa o grau de expressão de um determinado desempenho motor e esportivo e, devido à sua complexidade, é determinada por inúmeros fatores específicos. Como “ desempenho “ é termo de larga aplicação, o uso do adjetivo “esportivo” faz-se necessário para sua diferenciação ( desempenho esportivo, intelectual, profissional, etc.). Conforme Bompa (2002), o desempenho atlético e produto final no que se diz respeito a adaptação a vários tipos e métodos e treinamento do atleta. O desempenho é evidenciado principalmente na fase competitiva pois, o atleta atinge as eficiências físicas e psicológicas por motivo da preparação técnico e tático. O mesmo autor ressalta que os fatores que mais influenciam no desempenho atlético são o estado biológico que está expressa por meio da rápida adaptação aos estímulos de treino e sua recuperação e último o estado psicológico que é o período que o atleta agirá com prontidão e com intensa atuação emocional. Salienta Weineck (1999), que o desempenho esportivo através da complexidade de fatores específicos como aptidão para movimentos, capacidades coordenativas, sociabilidade entre outros, expresso o grau de expressão de um determinado desempenho motor e esportivo. JUDÔ O Judô teve sua origem no Japão por volta de 1882, quando o professor Jigoro Kano procurou sistematizar as técnicas de uma antiga arte marcial japonesa conhecida como “Jiu-jitsu”. Ele fundamentou a sua prática em princípios físicos e filosóficos bem definidos, tornando-a um meio eficaz para o aprimoramento físico, técnico, tático e do caráter do praticante, num processo de aperfeiçoamento do ser, cabendo a ele o título de pai da Educação Física no Japão. São várias as qualidades que os judocas adquirem: “a qualidade física”, devido aos exercícios propostos e a própria técnica, que consegue colocar em atuação todo o corpo; “o espírito de luta”, através da prática das técnicas do Judô e pela incorporação dos princípios filosóficos durante os treinamentos, o indivíduo torna-se mentalmente condicionado a proteger seu próprio corpo em circunstâncias difíceis; “autocontrole e autoconfiança”, devido à prática regular e princípios naturais do treinamento, que induz a humildade, a perseverança, a tolerância, a cooperação, a generosidade, o respeito, a coragem, a compostura e a cortesia (SUGUIZAKI, 1996). O espírito final do Judô, por conseguinte, é de incutir no íntimo do homem o respeito pelos princípios da máxima eficiência, da prosperidade e benefícios mútuos, bem como da suavidade para poder atingir, individualmente e coletivamente seus estados mais elevados e ao mesmo tempo mais desenvolvidos na arte de ataque e defesa. O professor Jigoro Kano afirmou: “Ainda que eu considere o Judô dualisticamente, a prosperidade e benefícios mútuos podem ser vista como sua última finalidade e a máxima eficiência como meio para atingir esse fim” (VIRGÍLIO, 1997). O Judô tem uma importante função educacional enraizado em seus fundamentos, difundida por todo o mundo. Seu fundador deixou diversos pensamentos para serem transmitidos a todos os praticantes como, por exemplo: “Procure alcançar aquilo que está sempre acima de seu alcance, não tendo em mente que o que sabe é o suficiente, pois, isto é o início da decadência” (SILVA, 2000). O autocontrole, a paciência e o respeito mútuo são elementos sempre presentes em uma aula de Judô. O judô é um esporte muito difundido em nosso país, aonde vem sendo realizado um número crescente de competições e aumentando o número de praticantes em todas as categorias, tanto por peso, idade e sexo. O judoca, além da técnica necessária para a aplicação dos golpes, deve possuir algumas qualidades físicas que são essenciais para uma melhor performance na modalidade. O nível de desempenho esportivo depende de um conjunto de potenciais físicos, psicológicos, intelectuais, táticos e técnicos. Para que se atinja um nível alto e equilibrado entre estes componentes, há necessidade de um planejamento minucioso do processo de treinamento (SANTOS; MELO, 2000). O processo de aprendizado do Judô envolve o treinamento tático e técnico conforme segue. O Judô, assim como outros esportes de luta, vêm acumulando com o passar dos anos um componente tático cada vez maior em competições de alto nível. Conforme Weineck (1999), o emprego da tática somente é possível quando o atleta dispõe da técnica necessária, de capacidade cognitiva e capacidade psicofísica. Pode-se afirmar que um treinamento tático foi eficiente quando o atleta consegue atingir na competição um comportamento ideal, mobilizando todo o seu potencial individual. O treinamento tático no Judô deve ser iniciado o quanto antes, juntamente com a técnica, sendo que na formação esportiva, durante as fases pré-escolar e escolar tardia, deve ser feito de forma lúdica através de jogos. Quanto ao treinamento técnico vale ressaltar que técnicas esportivas são os processos desenvolvidos, geralmente pela prática, para resolver mais racional e economicamente um problema motor determinado. A técnica de uma modalidade esportiva corresponde a um certo tipo motor ideal que, mesmo conservando os seus caracteres motores, pode sofrer uma modificação que corresponde aos dados individuais (WEINECK, 1999). Segundo Silva (2000), técnica é o conjunto de movimentos realizados em uma seqüência determinada pela biomecânica e por leis da física. Djakov apud Silva (2000), afirma que o caminho para a perfeição técnica no esporte é definido em primeiro lugar pelo nível inicial da técnica e pelas experiências motoras adquiridas. O Judô teve sua origem no Japão por volta de 1882, quando o professor Jigoro Kano procurou sistematizar as técnicas de uma antiga arte marcial japonesa conhecida como “Jujitsu”. Ele fundamentou a sua prática em princípios físicos e filosóficos bem definidos, tornando-a um meio eficaz para o aprimoramento físico, técnico e do caráter do praticante, num processo de aperfeiçoamento do ser, cabendo a ele o título de pai da Educação Física no Japão. São várias as qualidades que os judocas adquirem: “a qualidade física”, devido aos exercícios propostos e a própria técnica, que consegue colocar em atuação todo o corpo; “o espírito de luta”, através da prática das técnicas do Judô e pela incorporação dos princípios filosóficos durante os treinamentos, o indivíduo torna-se mentalmente condicionado a proteger seu próprio corpo em circunstâncias difíceis; “autocontrole e autoconfiança”, devido à prática regular e princípios naturais do treinamento, que induz a humildade, a perseverança, a tolerância, a cooperação, a generosidade, o respeito, a coragem, a compostura e a cortesia (SUGUIZAKI, 1996). O espírito final do Judô, por conseguinte, é de incutir no íntimo do homem o respeito pelos princípios da máxima eficiência, da prosperidade e benefícios mútuos, bem como da suavidade para poder atingir, individualmente e coletivamente seus estados mais elevados e ao mesmo tempo mais desenvolvidos na arte de ataque e defesa. O professor Jigoro Kano afirmou: “Ainda que eu considere o Judô dualisticamente, a prosperidade e benefícios mútuos podem ser vista como sua última finalidade e a máxima eficiência como meio para atingir esse fim” (VIRGÍLIO, 1997). O Judô tem uma importante função educacional enraizado em seus fundamentos, difundida por todo o mundo. Seu fundador deixou diversos pensamentos para serem transmitidos a todos os praticantes como, por exemplo: “Procure alcançar aquilo que está sempre acima de seu alcance, não tendo em mente que o que sabe é o suficiente, pois, isto é o início da decadência” (SILVA, 2000), o autocontrole, a paciência e o respeito mútuo, são elementos sempre presentes em uma aula de Judô. O judô é um esporte muito difundido em nosso país, aonde vem sendo realizado um número crescente de competições e aumentando o número de praticantes em todas as categorias, tanto por peso, idade e sexo. O judoca, além da técnica necessária para a aplicação dos golpes, deve possuir algumas qualidades físicas que são essenciais para uma melhor performance no Judô. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE JUDOCAS COMPOSIÇÃO CORPORAL Como o judô é dividido em categoria de peso, é importante estimar quanto o atleta possui de gordura corporal, massa muscular, massa óssea e massa residual. A predição da composição corporal, principalmente do percentual de gordura, permite se é possível um atleta reduzir de peso com finalidade de lutar em categoria de peso mais leve, sem que ocorra diminuição da massa muscular e/ ou desidratação, mesmo porque se acredita que uma baixa quantidade de gordura seja desejável para o sucesso na maioria das modalidades esportivas (FRANCHINI; TAKITO, 1997). Um estudo com atletas de elite do sexo masculino que os melhores posicionados no ranking dos Estados Unidos possuíam menor quantidades de gordura corporal (5,1 ± 0,6%) quando comparados com atletas com posição inferiores no ranking (CALLISTER et al. 1991). Uma pessoa comum, saudável, do sexo masculino tem cerca de 15 % de gordura corporal e 4% é apontado como valor mínimo de gordura corporal para pessoas saudáveis, enquanto para mulheres valores em torno de 25% são consideráveis normais e valores abaixo de 12% costumam esta associados a problemas hormonais e no ciclo menstrual (MCARDLE et al.,1991). Pela avaliação da composição corporal também pode verificar quando o atleta pode ir para a categoria mais pesada pelo o aumento de massa muscular (FRANCHINI; TAKITO, 1997). Há Várias maneiras de avaliar a composição corporal, como: Densitometria, espectometria, hidrometria, escreção urinária, ativação de nêutrons, absortometria, resonância magnética, radiografia, tomografia, impedância elétrica, tobec, infra vermelho e antropometria (DOMINGUES FILHO, 1998). O estudo de Lobo et al. (1996) verificou existir elevada correlação entre técnicas de determinação do percentual de gordura. A correlação entre a hidrodensitometria e a antropometria pelo modelo de Lohmam (1992) foi significativa. Um individuo, cujo resultado do percentual de gordura determinado pela avaliação antropométrica fosse 10% poderia apresentar um percentual de gordura entre 8,53% e 11,47% caso essa fosse determinada pela hidrodensitometria. Vale ressaltar que existem diferenças na estimativa do percentual de gordura corporal, em função do método utilizado. A maior parte dos estudos com atletas de alto nível aponta para um baixo percentual de gordura (menos de 10%) excetuando as categorias, meio-pesado e pesado. Portanto, um baixo percentual de gordura corporal parece ser desejável para o alto desempenho no judô, provavelmente em razão da divisão por categorias de peso. A avaliação da composição corporal tem sido muito utilizada no acompanhamento dos resultados do treinamento e constitui um bom indicador do nível de treinamento e da característica genético do atleta (HEBBELINCK, 1989; WILMORE, 1983). Franchini (2001) apresenta uma tabela com diversos autores os quais desenvolveram relação entre percentual de gordura corporal nas diferentes faixas de peso e etária em diversos países, como podemos observar na tabela 1. Tabela 1 – Estudos de composição corporal com judocas do sexo masculino. Autor Procedência dos Atletas N Peso (kg) % Gordura Seleção húngara 4 60 - 71 Farmosi (1980 8,87 ± 0,84 4 Acima de 71 14,02 ± 7,34 Taylor & Brassard Seleção canadense –1979 19 60,4 – 115,0 12,27 ± 3,93 (1981) 13 63 – 125 13,49 ± 5,75 Kawamura et al. (1984) Japoneses Franceses 10 64,5 – 94 9,96 ± 1,51 Japoneses 12 66,4 – 94 Ohyabu et al. (1987) 13 ± 1,7 17 78,4 ± 4,5 15,6 ± 3,9 22 104,5 ± 11,5 27,2 ± 9,2 Franceses 10 68,7(59 – 11,5 ±(7,978) Vidalin et al. (1998) 13,6) 28 68,7 ± 10,0 8,7 ± 2,5 Erp-baart et al. (1988) Vários paizes Seleção canadaense – 1987 22 75,4 ± 12,3 9,3 ± 2,1 Thomas et al.(1989) Norte- americanos de elites 8 Callister et al. (1990) 91,5 ± 2,7 10,8 ± 1,19 Norte- americanos de elites 18 83,1 ± 3,8 Callister et al. (1991) 8,3 ± 1,0 Brasileiros de 12-15 anos 16 46,0 ± 5,4 Freitas (1985a) 11,1 ± 2,6 Little (1991) Canadenses Juvenil-A 17 55,53 ± 10,17 ± 1,64 Takito et al. (1996a) Pérez (1996) & Junior Sênior 9 17 S.P (nivel metropolitano) Juvenil –B Juvenil- A 11 32 Junior 8 Sênior 12 Sanagua Mundial juvenil Lobo et al. (1996) Franchini et al.(1997b) Ate- 66 kg 60-65 kg 65-71 kg 71-78 kg 78-86 kg 86-95 kg Junior e senior Antropometria Hidrodensiometria Acima de 95 kg 10 10 12 13 9 8 9 6 Seleção brasileira 6 universitária ( masc) Seleção gaúcha 11 Seleção brasileira Jogos Pan- 7 Silva et al americano (99) FONTE: Franchici, 2001 p88. Castro (1998) 13,36 67,17 ± 7,24 79,29 ± 14,64 ± 47,92 ± 5,41 62,09 ± 12,28 77,49 ± 10,56 70,86 ± 10,91 ± 60,64 ± 1,36 65,75 ± 2,08 70,08 ± 1,62 77,70 ± 2,64 85,27± 2,07 93,39 ± 2,86 68,4 ± 12,5 111,67 10,86 86,88 34,43 ± 85,4 ± 25,6 10,4 ± 1,95 10,45 ± 0,94 17,67 ± 5,41 13,23 ± 3,34 14,21 ± 3,19 11,06 ± 2,64 8,03 ± 1,26 8,19 ± 0,67 8,75 ± 1,63 8,34 ± 1,06 10,10 ± 3.18 9,49 ± 1,90 7,1 ± 4,08 7,5 ± 3,70 ± 12,15 ± 3,26 ± 11,12 ± 5,08 10,83 ± 2,85 8,0 ± 6,8 Um trabalho que merece destaque é o realizado por Iida et al. apud Franchini (2001), com 729 judocas tiveram seus percentuais de gordura determinados a partir da mensuração de dobras cutâneas. Os resultados encontrados por Iida et al. apud Franchini (2001), exemplificam muito bem o que ocorre normalmente: as categorias meio-pesado e pesado apresentam percentual de gordura quase duas vezes maior do que encontrado em atletas das categorias menores, como podemos observar na figura 2. Figura 2 – Percentual de gordura em judocas masculino de diferentes categorias de peso. 30 24,3 % Gordura 25 20 15 11 12 13 -60 -65 -71 15 17 19 %GC 10 5 0 -78 -86 -95 acima 95 Categoria FONTE: Franchini, 2001 p 89. É preciso atentar para o fato de que alguns atletas da categoria pesado apresentam percentual de obesidade para o sexo masculino (acima de 25%), indicando a necessidade de diminuição deste quadro não só pela vantagem associada ao desempenho como também para evitar problemas de saúde associados a esse nível elevado de gordura corporal (MCARDLE et al., 1991). Embora as categorias de peso tenham sido alteradas a partir de 1998, o percentual de gordura em cada uma delas deve ter se modificado muito pouco, dado que os atletas continuam tentando manter sua massa corporal no limite superior da categoria e com o maior percentual possível de massa muscular e menor possível de gordura (WAKAYAMA et al., 1998). Pieter et al. (1998) avaliaram 19 judocas Filipinas de nível nacional, mas expressaram os valores em termos de somatórias de dobras cutâneas, o que tem sido outro meio de indicar a gordura corporal das atletas de judô encontra-se na região do tronco, o que, segundo os autores, pode beneficiar a estabilidade do centro de gravidade. Nakajima et al. (1998), ao avaliarem 87 judocas universitárias japonesas, também observaram aumento do percentual de gordura com o aumento da categoria. Esse aumento do percentual de gordura estava associado à diminuição da força isométrica de tração lombar e escapulo-umeral, flexibilidade da articulação do quadril (teste de sentar alcançar), equilíbrio e de potência aeróbia ( mensurada pelo teste de corrida de 1.600 m ). 1.3.2 - IMC (Índice de Massa Corporal): Como medir? Por que medir? Qual o ideal? Segundo Foss; Keteyian (2000), o corpo é constituído de vários compartimentos, por exemplo, osso, músculo, gordura, etc. e a quantificação desses compartimentos têm uma grande relação tanto com a saúde quanto com o desempenho. As pessoas fisicamente ativas possuem menos gordura corporal que os inativos. Os autores compreendem alguns termos básicos e definem a Densidade como sendo a massa de uma substância por unidade de volume, o corpo livre de gordura como sendo o peso de todos os tecido do corpo menos a gordura extraível e a massa corporal magra representando um compartimento ligeiramente maior que o corpo livre de gordura. Eles apresentam o corpo como se fosse constituído pelo corpo livre de gordura e a divisão adiposa. A avaliação da composição corporal pode ser feita tanto por pesagem hidrostática como pelo método das pregas cutâneas, podendo assim ser calculado o percentual de gordura corporal que corresponde ao tecido gorduroso ou gordura relativa e a gordura corporal absoluta. Continuando o raciocínio de Foss; Keteyian (2000), o valor verdadeiro para percentual de gordura corporal situa-se dentro de uma determinada variação de valores. Assim a composição e o peso corporal desejável estabelece como objetivo obter uma aptidão ótima considerando endomorfia, mesomorfia e ectomorfia, componentes adiposo, muscular e magro respectivamente, e respeitando a estrutura corporal de cada indivíduo. Oliveira (1998), afirma que, as tabelas que correlacionam peso e altura não são confiáveis, porque o metabolismo das células de um indivíduo é diferente do outro. A determinação do peso ideal através da medida da espessura das dobras cutâneas é bem aceitável, mas é um método de domínio só de avaliadores bem treinados. O autor defende que, o índice de massa corporal (IMC), bem aceito e de cálculo fácil, é obtido por uma simples conta de dividir; IMC.= peso em kg/altura em metros ao quadrado, onde pessoas normais ficam abaixo de 25, pesadas entre 25,1 e 29,9, sobrepeso e acima de 30 são classificadas como obesas. Contudo Morrow Jr et al. (2003), chamam a atenção para este cálculo, pois pode servir como um substituto aceitável para as medidas de dobra cutânea em pessoas obesas, mas, não devem ser utilizadas em pessoas com grande volume muscular, para as quais as medidas de dobra cutânea são mais precisas. Outro fator a considerar é a distribuição da gordura corporal, as pessoas com gordura excessiva no tronco em relação com a parte inferior do corpo tem alto risco de doença coronariana, uma medida simples desse fator de risco é a relação entre a circunferência da cintura e a do quadril (RCQ). Relações maiores que 1,0 para homens e 0,80 para mulheres estão associadas a um risco significativamente maior de doença coronariana. Nos estudos realizados por McArdle; Katch (2001), eles apontam que: A avaliação precisa da composição corporal é um componente importante para um programa completo de nutrição total e aptidão física. A avaliação da composição corporal quantifica os principais componentes da estrutura corporal fornecendo informações sobre a composição relativa do corpo. Existe um limite biológico do qual a massa corporal de uma pessoa não pode ser reduzida nem aumentada, o que poderia trazer riscos para a saúde ou alterar as funções biológicas normais. Continuando o raciocínio de McArdle; Katch (2001), o que deve determinar o peso corporal ideal e uma avaliação adequada da composição corporal e não do peso corporal. “ A meta para o peso corporal deve coincidir com a otimização das medidas da capacidade funcional e desempenho nos exercícios, específicas para os respectivos desportos” (McARDLE; KATCH, 2001, p. 386). Maughan; Burke (2004), defendem que a composição e a massa corporal deveriam ser determinadas apenas para o próprio indivíduo, levando em consideração o ótimo desempenho e a boa saúde a longo prazo. Nem todos os métodos para avaliação corporal apresentam as mesmas respostar para um mesmo indivíduo, embora os valores médios de um grupo possam ser os mesmos. Para os mesmos autores a massa muscular e os níveis de gordura corporal são determinados pela genética e por alterações resultantes do efeito condicionado de um nível de treinamento físico. Embora alguns praticantes de atividades físicas alcancem peso e composição corporal adequados com facilidade, outros podem precisar modificar características como massa muscular e gordura corporal por meio de alterações na dieta e no treinamento. É importante que se estabeleça objetivos adequados e reais, tome as devidas medidas para alcançá-los e disponha de meios apropriados para monitorar o andamento das mudanças. E continuam o raciocínio citando que, o nível ótimo de gordura corporal deve ser obtido a partir da análise de um histórico individual obedecendo critérios como: bons desempenhos, boa saúde evitando o excesso de treinamento e permitindo a ingestão de energia e nutrientes para atender os objetivos. Katch; McArdle (1996), citam que existem pesquisas indicando que o aumento de percentual de gordura e conseqüentemente de peso pela ação da idade pode ser combatido com o aumento da atividade física e da massa muscular. Indivíduos que mantem um estilo de vida fisicamente ativo ou que se envolvem em programas apropriados de exercício geralmente mantem um nível desejável de composição corporal. Para Fox et al. (1991), diferenças no desempenho entre homens e mulheres podem ser explicadas pelo maior percentual de gordura contido no corpo feminino, o que conseqüentemente diminui o desempenho devido às células gordurosas não produzirem energia para ser usada pelos músculos, a sua finalidade consistem em armazenar lipídeos gastando mais energia para deslocar a gordura. Assim pessoas fisicamente ativas possuem muito menos gordura corporal total do que os inativos e, tanto homens quanto mulheres quando ativos podem atingir a meta ideal de gordura corporal de forma a conseguir bons desempenhos e ótimos resultados no sentido de melhorar e aprimorar suas reservas e gastos energéticos. O aumento da atividade física ao longo do tempo é essencial para se obter um índice de massa corporal adequado para a promoção e manutenção de atividades do dia-a-dia levando ao equilíbrio físico e a percepção da própria imagem corpórea de forma positiva e inalterada. METODOLOGIA CASUÍSTICA O estudo foi realizado com os atletas que participaram no campeonato brasileiro sênior de judô 2004 na cidade de Belo Horizonte-MG, após a autorização da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) e da federação mineira de judô (FMJ) com intermédio da federação goiana de judô (FEGOJU) A escolha se deu a facilidade de acesso aos atletas e pela falta de informações sobre a relação entre o desempenho e a composição corporal nesse grupo. A amostra foi composta por 80 atletas do sexo masculino da classe sênior que é composta por atletas de 20 a 35 anos e com abertura para atletas de 15 a 19 anos, diversificados em oito categorias de peso sendo, super ligeiro –55 kg (n = 11), ligeiro-60 kg (n = 11), meio-leve –66 kg (n = 10), leve –73 kg (n = 13), meio-médio 81 kg (n = 11), médio – 90 kg (n = 7), meio-pesado – 100 kg (n = 8) e no pesado + 100 kg (n = 9), visto que esses atletas são de vários estados (anexo I) que participaram no campeonato brasileiro de judô na classe sênior masculino. COLETA DE DADOS Foi montado um posto para avaliação dos atletas, com um estadiômetro, uma balança e uma fita métrica na hora da pesagem oficial do evento. Os atletas primeiramente passavam na balança para aferir o peso, depois para o estadiômetro aferindo a sua altura e por fim passava para medir as circunferências necessárias para aferir a composição corporal. PESO: O peso foi aferido utilizando-se uma balança da marca Filizolla (Indústria Filissola SA, Brasil) eletrônica, com precisão de 0,01Kg e carga máxima de 150Kg. Os atletas foram pesados em pé, posicionados no centro da plataforma, descalço e de roupa intima. ESTATURA: Foi determinada com estadiômetro de pé, graduado com fita métrica precisão de 2m/0,01, 1cm, presa numa barra de madeira vertical e fica utilizando-se esquadro móvel para posicionamento sobre a cabeça da criança. Os mesmos foram colocados de costas para o marcador, postura ereta, com os pés unidos, olhando para frente. A leitura foi feita milímetro mais próximo quando o esquadro móvel que acompanha a haste vertical encostar à cabeça dos atletas. No momento da media a cabeça do atleta foi ajustada ao plano de Frankfurt (plano horizontal passado pelo ponto da borda inferior do orifício orbitário e borda superior do canal auditivo externo), estando em inspiração profunda. A mesma foi feita em triplicata para obtenção da média. IMC (Índice de Massa Corporal): Foi determinado a partir da relação entre o peso em (KG) e o quadrado da estatura em (m). PERÍMETRO DA CINTURA: Foi a média o valor em metro da circunferência da cintura. Com o avaliado em posição PO, com abdômen relaxado, no ponto de menor circunferência, abaixo da ultima costela, colocar a fita num plano horizontal. PERÍMETRO DO QUADRIL: Foi mediado o valor em metro da circunferência do quadril. Com o avaliado em posição PO, braços levemente afastados, pés juntos e glúteos contraídos, colocar a fita métrica num plano horizontal, no ponto de maior massa muscular da nádegas, as medidas são tomadas lateralmente. PERÍMETRO DO ABDOMEM: Foi a média o valor em metro da circunferência da abdômen. Com o avaliado em posição PO, colocar a fita num plano horizontal, passando sobre a cicatriz umbilical. PERÍMETRO DO PUNHO: Foi medido o valor em metro da circunferência do punho. Com o avaliado em posição PO, braços ao longo do corpo palma da mão voltada para frente e relaxada, colocar a fita métrica ao redor do punho nos processos estilóides radial e ulnar. MATERIAL ULTILIZADO PARA PERIMETRIA: Fita métrica metálica com precisão de 0,1 cm da marca Sanny. ADIPOSIDADE (% de Gordura Corporal): Foi estimada a partir das equações propostas por Penroe; Nelson; Fisher (1985) e o protocolo para pessoas obesas de WELTMAN et al, que considera as medidas de perimetria de algumas partes especificas do corpo humano podem ser usadas para prognosticar o % G onde se supõe que estas medidas tenham uma relação positiva. Portanto, quando as perimetrias corporais aumentam se supõe que os níveis de %G também aumentam. As equações encontram-se todas abaixo: Protocolo de Penroe, Nelson e Fisher (1985) Homens Calcule a LBM – ( Cote e Wilmore): LBM (kg) = 41,955+ (1,038786 x PC) – [(0,82816 ) x (CA – CP)] Depois calcule o %G através da formula: %G= ( PC – LBM / PC ) x 100 Protocolo para pessoas obesas de Weltman (1988) Homens %G= [ 0,31457 x ( CA )] – [ 0,10969 x (PC)] + 10,8336 onde: PC= peso corporal EST= estatura (cm) CA= circunferência do abdomem CP= circunferência do punho RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com a proposta do estudo, apresentamos a seguir, os valores médios, desvio padrão, assim como valores mínimo e máximo de cada variável em estudo, tabela 2 Tabela 2 – Peso, altura, imc, cintura, abdomem, quadril, punho, rcq e gordura corporal por categoria de peso, com suas respectivas médias, desvio padrão, mínimo e máximo, dos atletas brasileiro classe sênior 2004. Categoria PESO ALTURA IMC Super Ligeiro (n = 11) Média e dp 54,8 ±1,63 0,26 0,03 Mínimo 54,3 1,57 Máximo 55 1,69 Ligeiro (n = 11) Média e dp 59,53 ±1,65 0,55 0,04 Mínimo 58 1,6 Máximo 60 1,72 Meio Leve (n = 10) Média e dp 65,63 ±1,71 0,32 0,04 Mínimo 65 1,63 Máximo 66 1,76 Leve (n = 13) Média e dp 72,09 ±1,73 1,13 0,03 Mínimo 69,25 1,67 Máximo 73 1,77 CINTURA ABDOMEM QUADRIL PUNHO RCQ GORDUR A ± 20,66 0,92 19,12 22,31 ±67,90 1,37 65 70 ± 69,54 1,15 68 71,5 ±81,81 2,43 79 85 ± 15,81 0,51 15 16,5 ± 0,83 0,25 0,8 0,87 ±5,37 0,27 5,33 5,4 ± ± 21,74 1,04 20,18 23,44 ±65,45 19,46 7 73,5 ± 72,13 2,91 64 74,5 ±84,36 2,33 81 88 ± 16,40 0,43 16 17 ± 0,84 0,03 0,78 0,9 ±5,84 0,56 5,7 5,9 ± ± 22,30 0,97 21,15 24,46 ±72,1 ± 2,72 74,45 2,06 67 70 76 77 ±87,75 2,49 85 92 ± 16,9 0,40 16 17,5 ± 0,82 0,03 0,77 0,87 ±6,46 0,32 6,4 6,5 ± ± 24,04 0,88 22,95 25,51 ±76 ± 2,34 ±90,30 2,72 84 95 ± 17,38 0,56 16,5 18 ± 0,84 0,02 0,82 0,88 ±7,11 0,12 6,82 7,21 ± 72 80 77,26 2,68 72 81 Meio Médio (n = 11) Média e dp 79,75 ±1,78 1,20 0,04 Mínimo 77 1,71 Máximo 80,7 1,85 Médio (n = 7) Média e dp 87,13 ±1,79 2,74 0,05 Mínimo 82 1,72 Máximo 89,3 1,86 Meio Pesado (n = 8) Média e dp 97,69 ±1,83 1,55 0,06 Mínimo 94 1,69 Máximo 99 1,88 Pesado (n = 9) Média e dp 127,05 ±1,85 16,13 0,07 Mínimo 112,7 1,75 Máximo 162,35 1,96 ± 24,99 1,34 22,5 27,06 ±79 ± 1,26 ± 26,97 1,48 25,12 28,83 ±84,42 3,86 80 89 ± 85 ± 3,96 ± 29,15 2,30 27,17 34,31 ±91,81 4,07 86 99 ± 95,68 5,99 87 107 ±104,68 5,63 92 110 ± 36,74 3,74 30,77 44,97 ±110,66 9,43 99 130 ± 117,33 9,39 106 137 ±119,5 8,44 104 131 77 81 80,81 1,76 78 83 81 91 ±93,90 2,98 91 99,5 ± 17,72 0,56 16,5 18,5 ± 0,84 0,03 0,8 0,9 ±7,87 0,12 7,6 7,98 ± 96,5 ± 3,90 17,85 0,69 91 17 100 19 ± 0,88 0,04 0,81 0,93 ±8,61 0,27 8,11 8,83 ± ± 18,37 0,79 17,5 20 ± 0,87 0,05 0,8 0,96 ±12,54 5,41 9,32 22,91 ± ± 19,61 0,92 18 21 ± 0,92 0,04 0,86 0,99 ±22,97 1,51 20,51 25,29 ± Verificamos na literatura algumas compatibilidades de dados em relação a atletas de elite em outros países em relação aos atletas brasileiros, vale ressaltar que o protocolo que utilizamos para determinar composição corporal foi através de perimetria. Kawamura et al (1984), verificou que atletas de elite da França tinham um percentual médio de 9,96% ± 1,51, enquanto que os dados encontrados no presente estudo em relação a mostra total é de 9,18 ± 3,57, verificamos aqui uma semelhança no perfil de composição corporal dos atletas de elite do Brasil em relação aos atletas Franceses. Poucos estudos foram desenvolvidos no Brasil quanto à composição corporal de atletas de judô por categoria de peso. Observamos na figura 2 a seguir a média e desvio padrão do percentual de gordura corporal encontrado em cada categoria de peso em estudo. Figura 2 – Média e dp do percentual de gordura corporal de atletas Brasileiros classe sênior, no Campeonato Brasileiro Sênior 2004. % GORDURA 30 20 10 0 N= 11 11 10 13 11 7 8 9 SL LI ML LE MM ME MP PE Categoaria Os dados apresentados na figura anterior observamos um aumento do percentual de gordura corporal em função do aumento do peso, categoria. Nakajima et al (1998), em estudo desenvolvido com judocas japonesas observou a mesma relação. Na figura 3, encontramos os dados referentes a relação entre índice de massa corporal e categoria de peso no grupo em estudo, onde podemos identificar um aumento do IMC em função da mudança da categoria, vale ressaltar que apenas no peso pesado encontramos uma amostra tipicamente obesa (IMC > 30). Figura 3 – IMC em relação às categorias de peso em judocas da classe sênior 2004. 50 IMC 40 30 20 10 N= 11 11 10 13 11 7 8 9 SL LI ML LE MM ME MP PE Categoria Quanto a relação entre percentual de gordura corporal e desempenho, encontramos no teste t, valores não significativos em todos os pesos, como podemos observar na figura 4 que retrata o peso meio-médio (– 81kg), vale ressaltar que na literatura existem poucos relatos quanto a esta comparação, no entanto parece não haver uma relação direta entre percentual de gordura corporal e desempenho em atletas deste nível, em função de apresentarem valores muito próximos da média e sem dúvida alguma por trata-se dos melhores atletas do país onde teoricamente as chances se igualariam. Figura 4 – Relação entre percentual de gordura e desempenho em atletas de judô da categoria meio médio (– 81kg) 9 8,5 8 7,5 7 7,92 7,96 7,77 7,95 % GC 6,5 6 5,5 5 1° 2° 3° 4° Verificamos neste peso assim como nos outros pessos, que não existe um padrão de composição corporal que se relacione diretamente com o desempenho do atleta, vale ressaltar que nesta competição encontravam-se os melhores atletas do Brasil e como podemos observar, as diferenças de composição corporal entre eles era muito pequena. No caso específico do peso meio médio, a média de %GC era de 7,89%, com um mínimo de 7,60% e um máximo de 7,98%, observa-se no gráfico acima que não existe uma relação clara, pois três medalhistas ficaram acima da média e apenas um ficou abaixo da média. Este fato aconteceu com todos os pesos em função disto não colocamos todos os pesos. Com este estudo podemos verificar a força do judô nacional, o nível é muito bom os atletas para vencerem precisam somar vários fatores, não nos resta dúvidas que a composição corporal seja importante, mais com o nosso referido objetivo a composição corporal não exerceu influência. Precisamos estudar muito mais a fim de trazermos subsídios a técnicos e atletas no que diz respeito a este maravilhoso esporte que a cada dia cresce e auxilia de uma maneira ímpar na educação de crianças e jovens em nosso país. CONCLUSÃO Depois de analisados e discutidos os dados concluímos: 1. Na amostra estudada não apresentou um nível de significância entre o percentual de gordura corporal do atleta e seu desempenho na competição, parece não haver uma relação direta, talvez a composição corporal atue como coadjuvante; 2. À medida que o atleta mudo de categoria de peso, tende a aumentar o percentual de gordura corporal; 3. O IMC na amostra de judocas de sexo masculino do Campeonato Brasileiro de Judô sênior 2004 tende a aumentar de acordo com a categoria de peso, partindo do menor para o maior, sendo caracterizado obeso o peso pesado; 4. Percebemos no presente estudo que parece haver uma relação entre perímetro do pulso com o desempenho; 5. Para melhor esclarecimento no que se refere a desempenho, propomos que novos estudos sejam desenvolvidos em judocas a fim de conhecermos melhor as variáveis referentes ao desempenho nesta modalidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, Robert. Dieta Revolucionária. Editora Artenova, São Paulo, 1972. AUGUSTO, Carlos Monteiro, Faculdade da saúde pública da USP. Saúde. Folha on line. Disponível em www.obesidadesaúde.com.br. Acesso em: 14 / 03 / 2004. BALLONE, GJ. Obesidade. Disponível http://www.psiqweb.med.br/infantil/obesid.html . Acesso em: 17/05/ 2004. em BARBANTI, Valdir, J. Aptidão física – Um convite á saúde. Editora Manole, São Paulo, 1990. BJORNTROP, P. 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