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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UNICEUB
FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - FATECS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Renato Laboissiere Nunes Camargos
R.A. 2075881/5
O papel do auditor independente na visão dos funcionários de uma instituição financeira
Brasília (DF)
2013
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Renato Laboissiere Nunes Camargos
R.A. 2075881/5
O papel do auditor independente na visão dos funcionários de uma instituição financeira
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
apresentado como um dos requisitos para a
obtenção do título de bacharela em Ciências
Contábeis
do
UniCEUB
–
Centro
Universitário de Brasília .
Orientador:
Ribeiro
Brasília (DF)
2013
Prof.
Me.
Daniel
Cerqueira
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Renato Laboissiere Nunes Camargos
R.A. 2075881/5
O papel do auditor independente na visão dos funcionários de uma instituição financeira
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
apresentado como um dos requisitos para a
obtenção do título de bacharela em Ciências
Contábeis
do
UniCEUB
–
Centro
Universitário de Brasília .
Orientador:
Ribeiro
Prof.
Me.
Brasília, 24 de junho de 2013.
Banca Examinadora
________________________________________
Prof. Me. Daniel Cerqueira Ribeiro
Orientador
________________________________________
Prof. Me. Bruno Ciuffo Moreira
Examinador
________________________________________
Profª. Me. Roberta Lira Caneca
Examinadora
Daniel
Cerqueira
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RESUMO
A auditoria está presente no mundo desde que se observou a necessidade de
uma verificação nas contas por alguma razão. Quanto a uma instituição financeira, os usuários
dessas verificações ficaram exigentes quanto à fidedignidade das informações apresentadas
pela empresa e quanto ao papel do auditor. Em decorrência da não existência de muitos
estudos sobre como a função do auditor independente é compreendida pelos usuários da
informação contábil e devido à importância desse assunto, foi elaborado um estudo para
verificar qual a visão dos funcionários de uma instituição financeira de grande porte quanto ao
papel do auditor independente. Foi elaborada uma entrevista semi-estruturada e de acordo
com os achados de pesquisa, os entrevistados entendem que o papel do auditor independente é
essencial para se melhorar os controles internos da empresa e para emitir uma opinião quanto
às demonstrações financeiras divulgadas para o público dessas informações em geral. Essa
opinião dá maior confiança para a tomada de decisões dos usuários da informação contábil.
Esses resultados indicam que o papel do auditor independente está sendo compreendido pelos
funcionários da instituição financeira e que isso está ajudando a melhorar os controles
internos e as divulgações para o mercado feitas pela entidade.
Palavras-chave: Auditoria Independente. Recomendações. Instituição financeira. Papel do
auditor. Usuário da informação contábil.
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1 INTRODUÇÃO
A auditoria vem da palavra audire, em latim, que significa ouvir, e pode ser
definida como uma série de procedimentos lógicos, estruturados e organizados, regidos por
normas específicas, cujo objetivo é emitir uma opinião sobre esses procedimentos efetuados.
Segundo Boyton (2002), a auditoria de demonstrações contábeis envolve
obtenção e avaliação de evidências a respeito das demonstrações contábeis de uma entidade,
para emissão de parecer se sua apresentação está adequada, de acordo com Princípios
Contábeis Geralmente Aceitos (PCGA) – que, no caso, normalmente são os critérios
estabelecidos. Os resultados são distribuídos a um espectro amplo de usuários – acionistas,
credores, agências reguladoras e o público em geral -, por meio do chamado parecer dos
auditores independentes, os quais também preparam um relatório para o conselho de
administração da entidade auditada, abordando aspectos relacionados com controles internos
e com descobertas da auditoria.
Para emitir o parecer dos auditores independentes, esses auditores precisam ser
aprovados em exame específico e ter experiência prática em auditoria, coisa que antigamente,
não era necessário. Os auditores de épocas mais antigas eram os próprios acionistas das
empresas.
Para se entender melhor quem são os usuários da informação contábil,
apresentamos os principais grupos, que são: os acionistas da empresa, os credores da empresa,
os órgãos reguladores, investidores em potencial, os próprios funcionários da empresa e as
pessoas em geral que procuram saber como a empresa está estruturada e organizada. Qualquer
pessoa que utilize esse tipo de informação para tomada de decisão ou para avaliar empresas é
considerada um usuário da informação contábil.
Os usuários dos trabalhos de um auditor independente confiam na
independência e valorizam a imparcialidade com que o auditor trata o cliente, pois precisam
dessa independência para acreditar que o parecer do auditor vai refletir fielmente a real
situação econômica financeira da empresa.
Diante desse contexto o presente estudo visa responder a seguinte questão de
pesquisa: Qual a percepção dos usuários da informação contábil do papel do auditor
independente nas instituições financeiras?
Diante disso, esse estudo tem como objetivo geral identificar a percepção dos
usuários da informação contábil (Gestores e funcionários) que trabalham na área de controles
internos de uma instituição financeira, encarregados de sanar os problemas apontados na Carta
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de Controle Interno emitida pela auditoria independente, sobre o papel do auditor independente
nas instituições financeiras.
No que se trata de objetivos específicos, foram propostos os seguintes
objetivos específicos:
a)levantar os principais artigos científicos do congresso da USP relacionados
ao tema;
b)elaborar entrevistas com funcionários que atuam nos controles internos de
uma instituição financeira de grande porte; e
c)concluir com base nas entrevistas, qual a percepção desses funcionários
quanto às funções de um auditor independente.
Com este estudo, pode-se avaliar as relações com os usuários da auditoria
independente, pode-se entender o comportamento dos usuários da informação contábil e
pode-se avaliar como a auditoria independente está sendo vista pelos usuários da informação
contábil. Com isso, as empresas auditadas devem se tornar cada vez mais seguras do ponto de
vista contábil e com isso atrair investidores de forma geral. No que se diz respeito às
empresas de auditoria, elas podem ser melhor vistas como uma ferramenta que ajudam a
garantir a fidedignidade da informação divulgada pelas suas auditadas.
Para isso, aborda-se a história da auditoria, as funções de um auditor
independente, os usuários da informação contábil e, como mencionado acima, será realizada
uma pesquisa por meio de entrevista com os usuários da informação contábil. Posteriormente,
será demonstrada a metodologia de pesquisa, e os resultados encontrados serão apresentados a
seguir.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A história da auditoria
Com objetivo de demonstrar o contexto histórico em que foi desenvolvida a
auditoria independente, cumpre destacar posicionamentos doutrinários a esse respeito.
Guimarães (2002) diz que Auditoria é um exame detalhado para comprovação
da veracidade dos registros e demonstrações contábeis. O objetivo primordial da auditoria é o
exame das demonstrações financeiras, exame este realizado pelo auditor, que ao término de
sua inspeção deverá emitir um parecer sobre a adequação com que tais demonstrações
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representam a posição econômico-financeira da empresa, envolvendo o resultado das
operações bem como as modificações ocorridas, tendo por base os princípios contábeis
geralmente aceitos.
Segundo Vasconcellos (2008), os imperadores romanos nomeavam altos
funcionários que eram encarregados de supervisionar as operações financeiras de seus
administradores provinciais e lhes prestar contas verbalmente. Na França, no século III, os
barões tinham que realizar leitura pública das contas de seus domínios, na presença de
funcionários designados pela Coroa.
Segundo Boyton (2002), no Egito antigo, as autoridades providenciavam
verificações independentes nos registros de arrecadação de impostos, demonstrando, portanto,
os primórdios da auditoria na história. Também na visão de Boyton, os nobres de castelos
medievais ingleses indicavam auditores que revisavam os registros contábeis e relatórios
preparados pelos criados; e na Grécia eram realizadas inspeções nas contas de funcionários
públicos.
Ainda segundo Boyton (2002), a auditoria de empresas começou com
legislação britânica promulgada durante a revolução industrial, em meados do século XIX.
Inicialmente, as auditorias tinham que ser realizadas por um ou mais acionistas, que não eram
administradores das empresas e que recebiam delegações dos demais acionistas. A profissão
contábil rapidamente se apresentou para atender às necessidades do mercado e logo a
legislação foi alterada, permitindo que pessoas outras que não os acionistas realizassem as
auditorias; Empresas de auditoria então surgiram.
O cargo de auditor foi criado na Inglaterra, em 1314, já que era uma grande
potência econômica desde a época das colonizações e por conseqüência, já se via a
necessidade de ter alguém confiável para verificar a fidelidade dos números apresentados,
conforme retrata Crepaldi (2004)
A grandeza econômica e comercial da Inglaterra e da Holanda, em fins do
século passado, bem como dos Estados Unidos, onde hoje a profissão é mais
desenvolvida, determinou a evolução da auditoria, como conseqüência do
crescimento das empresas, do aumento de sua complexidade e do
envolvimento do interesse da economia popular nos grandes empreendimentos
Segundo Vasconcellos (2008), a auditoria independente surgiu como parte da
evolução do sistema capitalista. No início do capitalismo, as empresas eram fechadas e
pertenciam a grupos familiares. Com a expansão do mercado e o acirramento da concorrência,
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houve a necessidade das empresas ampliarem suas instalações de fábricas, investir no
desenvolvimento tecnológico e aprimorar os controles e procedimentos internos em geral,
principalmente visando à redução de custo e, portanto, tornando mais competitivo seus produtos
no mercado.
Aí entra a grande percepção dessas épocas, onde os donos das empresas se
viam desconfiados de quem preparava os registros contábeis e relatórios, vendo-se necessário
a contratação de pessoas independentes para fazer uma verificação desses registros.
No contexto nacional, segundo Barbosa (2007), os indígenas no Brasil, dentro
de suas limitações, praticavam os conceitos de controle e auditoria de maneira rudimentar,
mas eficiente para os fins a que se destinavam.
Segundo Soares (2007), o marco da necessidade de aprimoramento no sistema
contábil e, por conseguinte, da auditoria, ocorreu em 1929, com a quebra da bolsa de valores
de Nova Iorque, visto que muitas empresas não tinham transparência e consistência nos seus
dados financeiros, contribuindo, assim, com a já conhecida crise mundial. Houve, a partir daí,
a necessidade de se mitigar as falhas nas divulgações contábeis das empresas, tendo como um
dos primeiros passos, a criação do Comitê May. O Comitê May atribuía regras para as
instituições que tinham as suas ações negociadas em bolsa de valores, tornando-se obrigatória
a auditoria independente das demonstrações contábeis dessas empresas.
Vale registrar que já na primeira década do século XX, as empresas de
auditoria independente de origem européia e norte-americana se instalaram no Brasil, como
resposta aos investimentos estrangeiros no país, conforme diz Rezera (2007).
A partir da lei 6.404, de 1976, é que a auditoria passou a se firmar no Brasil e
começou a substituir a sua inicial utilidade, que consistia segundo Niyama (2006) em: “a) atender
as exigências estatutárias; b) exigências de consolidação de balanço para subsidiária brasileira
de empresas multinacionais no exterior; e c) obter crédito junto a instituições financeiras oficiais
ou privadas”.
2.2 – Auditoria Independente
O grande aumento da atividade de auditoria independente na economia
brasileira veio por meio de leis e decretos, como, por exemplo, a resolução 321/72 do
Conselho Federal de Contabilidade e a carta circular 220/72 do Banco Central do Brasil que
estabeleceram que certas empresas de certas atividades específicas eram obrigadas a serem
auditadas por empresas independentes.
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Segundo Almeida (2003), um dos novos motivos para a contratação de uma
auditoria externa é tido, dentre outros fatores, como uma medida de controle interno tomada pelos
acionistas, proprietários ou administradores da empresa. O fortalecimento da atividade foi obtido
com o constante desenvolvimento e aprimoramento, direto e indireto, das normas e procedimentos
de auditoria e do auditor por órgãos competentes como CVM, CFC e IBRACON.
Dentro do trabalho de auditoria, existe uma verificação dos controles internos da
empresa, que são os controles que a empresa construiu para garantir a segurança das informações
contábeis e o bom funcionamento da parte operacional da empresa.
Para Almeida (2003), o controle interno representa em uma organização o
conjunto de procedimentos, métodos, rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir
dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios.
A auditoria independente como um todo está atrelada à confiança e segurança
quanto a espécies de relatórios e registros contábeis elaborados por funcionários de uma
maneira em geral. E foi nesse sentido, partindo do senso comum de empresários quanto à
necessidade de se ter segurança e confiança nos dados contábeis apresentados, que se pode
dizer ser o nascimento da auditoria privada.
Os donos das empresas viram-se na necessidade de ter uma maior segurança
nessas informações, afinal, eles precisavam ter algum tipo de ferramenta de gestão sobre seu
patrimônio. Para isso, eles contratavam pessoas para fazer uma espécie de revisão no trabalho
já efetuado, com objetivo de detectar falhas e fraudes dos empregados.
Com o passar dos anos, essas técnicas rudimentares de auditoria
desenvolveram-se, e se tornaram as regras de auditoria independente atuais, e com isso, já se
mostrava a percepção dos usuários da informação contábil com relação ao papel do auditor
independente, que é a de dar segurança e imparcialidade nas informações contábeis das
empresas. Porque, mesmo que por instinto, eles já conseguiam enxergar a importância dessa
revisão realizada.
Atualmente, as grandes empresas já enxergam a real necessidade de se ter essa
revisão feita por auditores, já que com essa revisão, as empresas ganham produtividade,
eficiência, segurança e atratividade, coisa que em empresas de capital aberto é essencial para
seu negócio.
Ao longo do tempo, a auditoria vem se mostrando importante tanto para as
empresas como para os usuários da informação contábil. A necessidade da confiabilidade do
mercado com relação às demonstrações financeiras das empresas fez com que a profissão de
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auditor fosse essencial para que se tenha uma segurança razoável do que realmente está
acontecendo nas empresas.
2.3 - As funções de um auditor independente
Considerando o contexto histórico da auditoria e, principalmente, a definição
do conceito de auditoria independente, é válido demonstrar também as funções do auditor
independente.
Nesse sentido, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), define auditor
como o profissional que examina cuidadosamente documentos contábeis com o objetivo de
averiguar se as atividades desenvolvidas em determinada empresa ou setor estão de acordo
com as disposições planejadas e/ou estabelecidas previamente, se estas disposições foram
implementadas com eficácia e se estão adequadas à consecução dos objetivos.
No entendimento da CVM, os auditores independentes são profissionais da
mais alta importância por exercerem o papel de controladores externos. Por exemplo, os
acionistas das sociedades anônimas de capital aberto, por meio dos auditores independentes,
fiscalizam as contas da empresa.
O auditor independente deve seguir as normas competentes para realizar o
trabalho da maneira mais eficaz e honesta possível, para que no final do trabalho, emita uma
opinião quanto às demonstrações financeiras da empresa.
A NBC P 1 (1998) fala que o auditor deve manter-se sempre atualizado quanto
as leis vigentes e normas atribuídas ao trabalho, deve ter conhecimento da atividade da
entidade auditada, antes de aceitar o trabalho, deve avaliar se está capacitado para realizá-lo e
deve recusar o trabalho se não estiver capacitado a desenvolve-lo.
Como as informações fornecidas pelas instituições financeiras são usadas para
várias análises de investidores e para análise dos órgãos reguladores entre outras coisas, os
relatórios do auditor independente relativo a essas informações é de suma importância, pois
da uma segurança maior a esses usuários da informação contábil.
Segundo Almeida (2005), a função social do auditor, as responsabilidades que
lhe são confiadas pela sociedade e o reconhecimento público crescente, obrigaram-no à
aceitação de maiores obrigações profissionais, traduzidas na extensão progressiva das normas
de auditoria. Como conseqüência, os auditores não podem aceitar responsabilidades em outras
áreas da empresa que o impeçam de atuar livremente no exercício da sua função
exclusivamente de auditor. Portanto, as práticas de economia de produção conjunta, tão
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evidentes nas empresas multinacionais de auditoria e que deram origem a tantos escândalos
na auditoria (Enron e WorlCom, para citar algum dos mais recentes) devem ser objeto de
legislação que afaste definitivamente a proximidade das funções de auditoria e de consultoria.
Segundo Jund (2007), as funções do auditor, hoje, vão muito além do
tradicional conceito de fiscalização. Além de averiguar e detectar eventuais falhas nos
sistemas de controle e no plano de organização, o auditor se preocupa também com a
manutenção desses sistemas, de forma que as não-conformidades sejam minimizadas, atuando
de forma preventiva e apresentando sugestões de melhoria para eventuais falhas.
Alguns usuários da informação contábil do auditor independente, como por
exemplo, os clientes da auditoria, às vezes confundem os papéis do auditor. Muitas vezes
espera-se que o auditor ajude a fazer o trabalho, sendo que na verdade, o auditor está ali para
verificar a qualidade do trabalho efetuado, e apontar por meio de relatórios, os pontos de
melhoria a serem aplicados pela empresa.
O auditor independente tem que ter sempre em mente que o auditado o
contratou para emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis da empresa, e não para
ajudar no trabalho da empresa. Para isso ele tem que ser o mais imparcial possível, por isso a
palavra “independente”.
Como o auditor aponta falhas e pontos de melhoria em várias partes da
empresa auditada, os auditados tendem a não gostar da presença do auditor, e às vezes
dificultam a realização do trabalho de uma forma eficaz e eficiente, pois deixam de entregar
documentação requisitada no tempo determinado, negam problemas claramente existentes e
se revoltam com a obrigatoriedade do fornecimento de informações sigilosas, mesmo que esta
tenha sido autorizada pela administração da empresa.
Uma forma de mitigar esses problemas é a comunicação. De acordo com
Elliott, Dawson e Edwards (2007), a preparação é crucial para o sucesso de uma auditoria.
Um planejamento efetivo da auditoria deveria resultar em comunicação suficiente a todos os
auditados. A comunicação insuficiente entre auditores e auditados na preparação da auditoria
pode gerar problemas difíceis de serem reparados posteriormente.
Segundo Nixon (2011), dependendo da maneira como as auditorias são
comunicadas e de como o seu processo é conduzido, elas podem ser entendidas pelo auditado
como um mal necessário ou, ao contrário, como uma ferramenta útil, que pode alavancar o
desempenho da organização.
Ainda segundo Nixon (2011), na auditoria, a comunicação da equipe auditora
com os representantes da organização, na reunião de abertura, é importante para confirmar o
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plano de auditoria e para reforçar o raciocínio de que a auditoria deve ser entendida como
uma oportunidade de melhoria do sistema de gestão. A comunicação deficiente entre
auditores e auditados pode ocorrer em todo o processo de auditoria, sendo que tende a ser
mais prejudicial nesta etapa, durante a qual é desejável uma grande interação entre as partes.
Muitos trabalhos sugerem que os auditores devem dispor de habilidade interpessoal e de
comunicação, o que pode ser importante para tranquilizar o auditado, reduzindo um possível
grau de estresse.
Os gestores das empresas estão engajados em explicar melhor as funções de
um auditor externo na empresa para seus funcionários, para que os eles possam assimilar
melhor a função do auditor com relação ao seu trabalho, e assim, a empresa esteja sempre
melhorando nos seus controles e divulgações.
A intenção do auditor ao apontar uma falha de controle interno, por exemplo, é
que a empresa melhore esses controles, e com isso a fragilidade do controle seja transformada
em segurança da informação contábil.
Muitas são as dificuldades enfrentadas por auditores independentes com
relação a seus auditados, como por exemplo, o auditado não compreender a real função do
auditor independente dentro da empresa atrapalha o andamento do processo de auditoria.
Outra dificuldade encontrada é conseguir documentações sigilosas de grandes empresas, pois
a muito a ser perder por parte dessas empresas se alguma documentação for extraviada.
Mesmo assim, elas são fornecidas para os auditores, pois um dos termos de qualquer contrato
de auditoria é a confidencialidade.
Os funcionários de menor grau hierárquico nas empresas de grande porte
muitas vezes desconhecem a função de um auditor na empresa, e acha que os auditores são
uma espécie de fiscais, e que se encontrarem alguma coisa errada com o trabalho deles, eles
podem sofrer represálias dos chefes e da administração da empresa.
A função de um auditor independente em uma empresa é verificar os controles
internos da empresa, para apontar falhas e melhorias a serem feitas, é analisar a posição
financeira de empresa, é verificar se as informações divulgadas estão fidedignas, é elaborar
relatórios para os órgãos reguladores e para o mercado em geral, e principalmente, ser crítico
e cético quanto as informações recebidas pela empresa, para que possa verificar com precisão
a real situação econômico-financeira da empresa.
Segundo Brandt (2009), uma possível explicação para o grande número de
casos em que o papel do auditor foi questionado pode ser a existência de uma lacuna de
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razoabilidade, que sugere que a sociedade tem expectativas pouco realistas sobre o papel dos
auditores na prevenção e detecção de fraudes corporativas.
Ainda segundo Brandt (2009), a função do auditor externo geralmente é
importante na fiscalização das empresas, e a falta de governança corporativa, nestes casos,
pode também refletir sobre o funcionamento e a percepção do auditor. Tal situação é agravada
pelo fato dos auditores terem um relacionamento de longo prazo com seu cliente de auditoria,
além de prestarem serviços de não auditoria, e tais elementos exercem uma pressão excessiva
sobre a independência dos auditores, levando-os a exercer suas funções a um nível menor que
o esperado.
Segundo Attie (1998), o papel da auditoria independente é realizar o exame das
demonstrações financeiras de uma empresa com o propósito de expressar uma opinião sobre a
justeza com que apresentam a situação financeira e o resultado das operações para o período
examinado.
Segundo Gimenes (2006), muitas empresas contratam a Auditoria Externa para
auxiliar a Auditoria Interna na solução de problemas e também para fiscalizar sua atuação. As
duas formas de Auditoria podem atuar de forma conjunta na organização, garantindo aos seus
gestores maior controle e veracidade sobre as atividades da entidade. O principal objetivo da
auditoria independente é emitir um parecer ou opinião sobre as demonstrações contábeis, no
sentido de verificar se estas refletem adequadamente a posição patrimonial e financeira, o
resultado das operações e as origens e aplicações de recursos da empresa examinada.
Também, se essas demonstrações foram elaboradas de acordo com os princípios contábeis e
se esses princípios foram aplicados com uniformidade em relação ao exercício social anterior.
Para Gimenes (2006), é função do auditor independente também, a realização
de um menor número de testes, já que ele está interessado em erros que individualmente ou
em conjunto possam alterar de forma significativa as informações das demonstrações
contábeis.
Ainda segundo Gimenes (2006), cabe ao auditor acompanhar a abertura de
capital das empresas, examinar a aplicação de recursos de fundos nacionais e internacionais e
fornecer aos detentores do capital informações acerca de suas aplicações e das demonstrações
contábeis auditadas.
Segundo Grave (1999), o auditor deve ter o máximo de cuidado e zelo na
execução dos trabalhos e na exposição de suas conclusões, mantendo sempre a imparcialidade no
momento em que opinar sobre as demonstrações contábeis. Uma das funções do auditor externo é
informar o usuário interno sobre tudo o que vai ser divulgado ao usuário externo. Há ainda a
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necessidade de medir o grau de independência. Os acionistas acreditam que o auditor externo, por
ser contratado pela administração, não tomará decisões contrárias aos interesses dela. Há um
grande interesse por parte dos usuários externos, em obter o maior número de informações
possíveis, mas muitas delas são em certos momentos ainda confidenciais, tais como:
investimentos futuros, novos produtos, pontos estratégicos para a competitividade da empresa, e
que necessitam de sigilo até por parte do auditor externo, para que essas informações não caiam
nas mãos de concorrentes. O auditor, além do grau de independência que deve possuir na
realização de seu trabalho, não pode esquecer a sua responsabilidade legal em relação às
informações obtidas no decorrer da auditoria.
Ainda segundo Grave (1999), nos últimos anos, os clientes passaram a exigir do
auditor externo um maior envolvimento com os negócios da empresa. O produto do trabalho da
auditoria externa nesses últimos anos abrange: parecer sobre as demonstrações contábeis, cartas
de recomendações sobre os controles internos, relatórios circunstanciados (solicitados por
organismos de crédito), assessoramento à administração, consultoria tributária e consultoria de
gestão.
A carta de recomendações sobre os controles internos da empresa é elaborada
com a função de melhorar a segurança da informação contábil e dos processos operacionais
da empresa. Nela estão contidas recomendações de melhorias e de implementações de novos
controles, afim de mitigar riscos encontrados.
Segundo Bitencourt (2009), a função do auditor independente é efetuar apenas
a auditoria contábil. Ele emite parecer sobre as demonstrações contábeis, verificando assim,
se estão ou não de acordo com a posição patrimonial e financeira. O auditor independente
deve manter sigilo profissional, não permitindo que terceiros tenham acesso a papéis de
trabalho sobre a empresa que está sendo auditada.
De acordo com Soares (2008), a auditoria independente funciona não apenas
como um instrumento que avalia as demonstrações contábeis, mas como uma ferramenta que
subsidia as técnicas de gestão, a elaboração de projetos, o planejamento estratégico e a
captação de recursos.
Diante do exposto, observa-se que a verdadeira função do auditor
independente, é realizar a auditoria sem interferências externas ou internas. Ser o mais
imparcial possível e ser extremamente técnico e embasado em todas suas conclusões. E a
partir daí, emitir suas recomendações por meio de relatórios de controles internos e emitir
suas opiniões sobre as demonstrações contábeis da empresa auditada por meio do parecer de
auditoria
15
.
2.4 - Os usuários da informação contábil
De acordo com o Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON), usuário é
“toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na avaliação e do progresso de determinada
entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades não lucrativas, ou mesmo patrimônio
familiar”.
Segundo Marques (2010), os usuários da auditoria são todos aqueles que
necessitam direta ou indiretamente do resultado da empresa. Os usuários da informação
contábil podem ser classificados em dois grupos: internos – (empregados, gerentes, diretores,
etc.), e externos – (bancos, fornecedores, governo, sindicatos, acionistas, agências,
investidores, institutos, estudantes, pessoas físicas, etc.).
Os usuários internos utilizam mais as informações da auditoria independente
para melhorar seus controles, operações e sistemas. Enquanto os usuários externos se utilizam
dessas informações para decidir basicamente sobre investimentos nas empresas.
Como os usuários internos têm acesso aos relatórios da auditoria antes dos
usuários externos, eles procuram melhorar no que são possíveis todos os apontamentos feitos
pelos auditores, para que suas demonstrações financeiras estejam mais fidedignas e com isso,
demonstre melhor a situação patrimonial da empresa para os usuários externos.
Segundo Grave (1999), a auditoria externa dá ênfase, desde os primórdios, ao
usuário externo, visto ser inicialmente, um serviço voltado ao investidor. Por uma questão de
prática de mercado, o trabalho do auditor independente passou a ser utilizado também pela
administração, como instrumento de controle de gestão.
Porém, hoje o resultado do trabalho do auditor é também muito utilizado pelo
usuário interno, a fim de melhorar processos e controles internos deficientes na empresa. Os
gestores das empresas estão bem atentos quanto a opinião do auditor, para sempre aperfeiçoar os
custos e processos da empresa.
As demonstrações financeiras são uma maneira da entidade se comunicar com
a sociedade, como forma de prestação de contas. Como toda a sociedade tem acesso aos
documentos divulgados pela entidade, o usuário da informação contábil verifica essas
informações sempre acreditando que o divulgado é o correto e que pode confiar nessa
informação para tomar decisões. E esse usuário acredita mais na veracidade dessas
informações quando elas são auditadas por uma empresa de auditoria independente.
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A auditoria independente fornece vários tipos de documentos para os usuários
tanto externos como internos acerca dessas demonstrações. Exemplos desses documentos são:
o parecer de auditoria, o relatório de recomendações ao controle interno da empresa e
relatórios sobre assuntos específicos da empresa, como ouvidoria, ANBIMA, lei 3.467, lei
2.682. Esse estudo irá trabalhar com o relatório de controles internos das empresas.
O parecer de auditoria serve para o auditor se comunicar com os usuários dos seus
serviços, destacando certos aspectos dos trabalhos desenvolvidos no decorrer de seus exames,
bem como relata as suas conclusões a respeito da entidade auditada.
A Carta de Controles Internos (CCI),
é usada basicamente por órgãos
reguladores, pela própria entidade e seus funcionários. Nessa carta o auditor aponta as fragilidades
dos controles internos da entidade, mostrando onde existem falhas e recomendando a entidade a
maneira mais adequada de saná-las.
De acordo com Maia (2005), uma forte estrutura de controle interno pode ajudar
uma empresa a tomar melhores decisões operacionais e obter informações mais pontuais,
conquistar (ou reconquistar) a confiança dos investidores, evitar a evasão de recursos e cumprir
leis e regulamentos aplicáveis. Já as companhias que não dispõem de uma adequada estrutura de
controle interno, estarão sujeitas a maior exposição à fraude, penalidades impostas pelos órgãos
reguladores do mercado financeiro, publicidade desfavorável, impacto negativo sobre o preço da
ação e queixas ou outras ações judiciais feitas por acionistas.
Conforme a NBC T 11 (1997), "O sistema contábil e de Controle Interno é de
responsabilidade da administração da entidade, porém o auditor deve efetuar sugestões objetivas
para o seu aprimoramento, decorrentes de constatações feitas no decorrer do seu trabalho".
Embora o auditor independente possa assessorar a administração no projeto de seu sistema inicial
e fazer sugestões para seu aperfeiçoamento, evidentemente à responsabilidade por esse sistema
cabe à administração.
Com base nesse documento citado acima, os gestores das áreas descritas na CCI
realizam forças-tarefa juntamente com seus funcionários para sanar os problemas apontados pela
auditoria.
Segundo Oliveira (1996), constitui boa prática, que os setores diretamente afetados
pelos fatos descobertos pelo auditor e por suas recomendações, assim como os que são
encarregados de pô-las em prática, façam seus comentários. Estes podem não constar do relatório
do auditor, o que talvez possibilite recomendações mais práticas do que as que o auditor faria. E a
inclusão desses comentários no relatório também faz com que este se torne mais equilibrado aos
olhos do leitor, que saberá então se a administração concorda com o que está exposto e, quais as
providências serão adotas para solucionar o problema.
17
Observa-se a carência de estudos, em decorrência do observado no congresso
da USP (Iniciação científica), sobre a visão dos funcionários encarregados de sanar os
problemas apontados na CCI sobre a função do auditor independente, conforme demonstrado
no quadro abaixo. Por isso, fazer-se-á uma entrevista com os usuários internos da informação
contábil, para verificar qual a percepção dos funcionários de uma instituição financeira com
relação ao papel do auditor independente que trabalha em tempo integral dentro da própria
entidade.
Congresso USP entre os anos 2004 e 2012
Relativos à auditoria
Relativos a usuários da informação contábil
Quantidade de artigos*
241
26
4
Relativos à visão do usuário da informação contábil
quanto às funções de um auditor independente
0
%
100%
11%
2%
0%
*Retirado do site do congresso USP
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
A metodologia ou método científico, segundo Gil (1999), é um conjunto de
procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento.
Este estudo caracteriza-se como do tipo exploratório. De acordo com Vergara
(2000), uma pesquisa exploratória é realizada em área na qual não exista muito conhecimento
acumulado e sistematizado. Segundo Cervo e Bervian (2002), os estudos exploratórios não
elaboram hipóteses a serem testadas, restringindo-se a definir objetivos e buscar mais
informações sobre determinado assunto de estudo, propiciando uma familiarização com o
fenômeno ou obtendo-se nova percepção sobre o objeto de estudo.
Quanto aos procedimentos, o estudo caracteriza-se como um levantamento.
Segundo Theóphilo (1998), levantamentos são próprios para os casos em que o pesquisador
deseja conhecer as características de pessoas ou grupos. Neste caso, buscou-se conhecer a
percepção dos usuários da informação contábil, mas especificamente, os usuários internos de
uma instituição financeira, quanto ao papel do auditor independente.
O meio de investigação utilizado foi a entrevista, aplicado a alguns
funcionários de uma instituição financeira de grande porte, desenvolvido com base no
referencial teórico e voltado para os funcionários que tem o seu dia a dia afetado de alguma
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maneira pela auditoria externa e a Carta de Controle Interno elaborada por ela no final de sua
auditoria.
A técnica de coleta de dados utilizada constitui na entrevista semi-estruturada.
A entrevista semi-estruturada é conduzida com o uso de um roteiro de entrevista, mas com a
flexibilidade de serem acrescentadas novas questões ao entrevistado.
Foi elaborado um roteiro de entrevista semi-estruturada, de forma a verificar
alguns aspectos do entrevistado, como formação, área de atuação, conhecimento sobre
auditoria etc., e, em um segundo momento, identificar a percepção deles quanto ao papel do
auditor independente.
4
ACHADOS DE PESQUISA
Em maio de 2013, foi entrevistado um funcionário por área, das áreas mais
afetadas pela carta de controle interno emitida pela auditoria independente sobre os controles
internos da instituição, que são as áreas: financeira, jurídica, contábil, auditoria interna e
divulgação de resultados.
O funcionário da área jurídica tem 42 anos, é graduado em direito e tem uma
especialização em direito tributário. O funcionário da área financeira tem 33 anos, é graduado
em ciências contábeis e tem uma especialização em administração de empresas. O funcionário
da área de contabilidade tem 35 anos e é graduado em ciências contábeis. O funcionário da
área de divulgação de resultados tem 41 anos e é formado em ciências contábeis. O
funcionário da auditoria interna tem 39 anos e é graduado em administração.
No que se refere à experiência dos entrevistados quanto a trabalhar com
recomendações feitas pela auditoria independente, eles trabalham acerca de 5 anos em áreas
afetadas pelas recomendações feitas pela auditoria independente, sendo que 4 dos 5
entrevistados ocupam cargo de chefia em suas áreas. Considerando esse fato, pode-se afirmar
que os entrevistados são pessoas com experiência no tratamento das recomendações feitas
pela auditoria independente relativo aos controles internos da instituição.
Todos entrevistados se sentem capacitados para falar sobre o assunto auditoria
independente em uma instituição financeira de grande porte, e afirmam conhecer sobre o
trabalho realizado pela auditoria na instituição.
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Não foram encontradas pesquisas que falem especificamente a respeito da
visão do auditado quanto ao papel do auditor independente em uma instituição financeira, e
com isso se viu a necessidade de elaborar um estudo para verificar como os auditores estão
sendo vistos e se suas verdadeiras funções são compreendidas pelos funcionários das
empresas auditadas.
Todos entrevistados responderam as perguntas com visões semelhantes quanto
ao papel do auditor independente na instituição. Eles declararam trabalhar diretamente com as
resoluções dos problemas apontados na carta de controle interno.
Praticamente todos consideraram em suas entrevistas a auditoria independente
de suma importância para a instituição financeira e para seus respectivos trabalhos, pois
acreditam que as recomendações feitas servem para ajudar a construir um ambiente de maior
controle operacional para a empresa e consequentemente para suas áreas. Eles consideram
que as recomendações feitas pela auditoria independente acarretam em um maior volume de
trabalho para suas áreas, mas que em resultado disso, as áreas se tornam mais produtivas e
eficientes, fazendo com que no longo prazo se economize tempo e recursos nas rotinas
diárias.
O funcionário da área jurídica apresentou uma divergência quanto a
importância da auditoria externa para a instituição e considerou que a auditoria interna é
capaz de suprir todas as necessidades da instituição e que a auditoria externa só é necessária
para fins legais, por ser uma entidade de capital aberto.
Eles acreditam que a convivência pacífica com os auditores é alcançada com
planejamento prévio e muito diálogo, pois as áreas entendem a necessidade do auditor, e
explicam que as demandas da auditoria precisam se encaixar nas demandas da instituição,
para que possa ser entregue todo o trabalho sem se tornar essa convivência maçante e
desgastante. Esse diálogo se mostrou efetivo na passagem dessa informação por parte do
auditor, pois a maioria dos entrevistados considera que esse diálogo deixa mais claro qual vai
ser o trabalho do auditor e quando que ele precisará da ajuda do funcionário da empresa
auditada.
Na visão da maioria dos entrevistados, o papel da auditoria independente na
instituição financeira é de melhorar os controles internos da empresa por meio das
recomendações feitas na carta de controle interno e de emitir uma opinião sobre as
demonstrações contábeis da instituição. Eles acreditam ainda que o auditor deva ajudar a
instituição a sempre melhorar suas divulgações, de acordo com a necessidade dos usuários da
informação contábil. Em uma visão contraditória, um entrevistado apontou como função do
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auditor externo somente emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis, considerando
o papel de melhorar os controles internos parte das funções da equipe de auditoria interna da
instituição.
Ainda na visão deles, a auditoria independente agrega valor a empresa pela
visão benéfica que uma auditoria de grande porte traz aos olhos de investidores e demais
usuários da informação contábil de uma instituição financeira. Além disso, uma grande
instituição financeira deve ser auditada, pois os investidores precisam de uma segurança
quantos aos números apresentados pela entidade, e para isso, a opinião de uma empresa de
auditoria respeitada serve como um atestado de qualidade nas informações apresentadas.
5 CONCLUSÃO
A visão do auditado quanto ao papel do auditor independente em uma
instituição financeira de grande porte é importante para o auditor avaliar suas práticas, seus
métodos e sua visão quanto ao trabalho executado em empresas desse segmento.
Como não foram encontradas pesquisas que falem especificamente a respeito
dessa visão no congresso USP, se viu a necessidade de se obter um estudo para verificar como
os auditores estão sendo vistos e se suas verdadeiras funções são compreendidas pelos
funcionários das empresas auditadas.
O objetivo principal deste trabalho foi verificar, com base em entrevistas semiestruturadas, qual a visão dos funcionários de áreas distintas de uma instituição financeira de
grande porte sobre o papel do auditor independente na empresa.
Em síntese, a análise dos resultados permitiu verificar que a visão dos
funcionários entrevistados quanto ao papel do auditor independente em uma instituição
financeira é que o auditor externo tem a função de emitir relatórios de controles internos, para
ajudar a entidade a melhorar seus processos internos e emitir opinião quanto às
demonstrações contábeis da instituição para dar uma maior fidedignidade às informações
apresentadas para os usuários da informação contábil. Essa visão está sendo passada pelos
auditores independentes de forma clara e concisa através de planejamento e diálogo.
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REFERÊNCIAS
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22
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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 3. ed.,
São Paulo: Atlas, 2000.
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Anexo I
Momento/Objetivo
Apresentação do
entrevistador
Características do
entrevistado
Visão do funcionário de uma
instituição financeira de
grande porte quanto ao
papel do auditor
independente na entidade
Finalização da entrevista
Roteiro de entrevista
Perguntas Orientativas
a) A graduação no UNICEUB
b) A artigo científico
c) A pesquisa
d) O sigilo do entrevistado e da Instituição Financeira que ele
trabalha
e) A utilização exclusiva para fins acadêmicos
a) Qual a sua idade?
b) Qual o seu nível de escolaridade?
c) Qual a sua formação?
d) Há quanto tempo você trabalha na instituição financeira?
e) Qual o cargo que você ocupa? Qual a sua função?
a) Você tem contato direto com a auditoria no seu trabalho?
b) Como você enxerga o auditor independente?
c) Qual o papel do auditor independente em sua opinião?
d) Para a empresa, você acha que a auditoria ajuda ou
atrapalha?
e) Para o trabalho que você realiza a auditoria ajuda ou
atrapalha?
f) Você toma ciência das recomendações feitas pela auditoria
quanto aos controles internos na empresa?
g) O que impacta no seu trabalho as recomendações feitas pela
auditoria?
h) Quais os pontos positivos e negativos dessas
recomendações?
i) Como você acha que o auditor deveria agir, para ter uma
melhor convivência com o auditado?
j) Em sua percepção a auditoria agrega valor a empresa?
k) Em sua percepção a auditoria agrega valor a você?
l) Em sua percepção, qual a importância da Instituição
Financeira ser auditada?
a) Muito Obrigado pelas respostas
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