INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS MARIA CLARA NASCIMENTO ELYOTE DOS SANTOS USO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS E ANALGÉSICOS DURANTE O TRATAMENTO ORTODÔNTICO – A influência na movimentação dentária Feira de Santana 2014 MARIA CLARA NASCIMENTO ELYOTE DOS SANTOS USO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS E ANALGÉSICOS DURANTE O TRATAMENTO ORTODÔNTICO – A influência na movimentação dentária Trabalho apresentado ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE/SOEBRÁS - NÚCLEO FEIRA DE SANTANA, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Ortodontia. ORIENTADORA: Prof.ª Carolina Calabrich Feira de Santana 2014 DEDICATÓRIA Com amor, dedico este trabalho aos meus pais e ao meu irmão que me ensinaram a lutar e a ser forte e nunca desistir dos meus sonhos. São meus alicerces e responsáveis pelo que sou hoje. Dedico esse trabalho a toda minha família que nunca deixou de acreditar em mim e na minha vontade de vencer. Dedico também aos meus amigos que estão sempre presentes quando mais preciso e quando não preciso. Amo vocês. AGRADECIMENTOS Ao meu grandioso Deus, pela vitória. Aos meus queridos pais Claudio e Cleonice, por serem minhas estrelas-guias. Ao meu irmão Luisinho, pelo carinho e proteção. À minha orientadora Carol, pelo carinho, estímulo e incentivo. Ao prof. Alexandre Medeiros, pela força em dias necessários. Ao prof. Dieter, pelo estímulo durante as clínicas. Ao prof. Thiago, pela ajuda nos momentos que mais precisei. Ao meu sempre amigo Gil, por ser minha querida dupla indireta. À minha linda amiga Ydma, pela amizade à primeira vista. À minha primeira e eterna dupla e amiga Mari, pelo companheirismo. Aos queridos amigos que reconheci durante esse período de estudo e dedicação, Luciana, Belinha, Lilian, Breno, Adriana, Lourdes, Juliana e Flávia. Aos professores que passaram pelo curso nos enriquecendo cientificamente a cada módulo. Aos funcionários que sempre estavam dispostos a nos ajudar. Aos pacientes que sem eles são existiria uma melhor absorção e aprendizado do conteúdo dado em sala de aula. Enfim, obrigada a todos. RESUMO Prevenir e controlar a dor são elementos que deveriam estar em evidência durante o tratamento ortodôntico. Quando a algia é grande, um elevado número de pacientes pratica a automedicação para o combate da dor e não comunicam seus dentistas, sem considerar a possibilidade de alguns medicamentos alterarem a movimentação ortodôntica. No decurso dessa movimentação, mediadores químicos e celulares, que participam do processo inflamatório são liberados. Os anti-inflamatórios e os analgésicos, utilizados no estudo, agem suprimindo a síntese dos mediadores liberados na resposta inflamatória. Portanto, o presente estudo teve como objetivos pesquisar, através de uma revisão da literatura, os efeitos dos antiinflamatórios e dos analgésicos na movimentação ortodôntica, elucidar os eventos da movimentação dentária e conhecer os cuidados que os ortodontistas deverão ter ao prescrever tais medicamentos. Isto posto, concluiu-se que os Ortodontistas devem dar prioridade a medicamentos seguros quanto a influência na movimentação dentária induzida. ABSTRACT Prevent and controls the pains are elements that should be in evidence during the orthodontic treatment. When the ache is strong, a great number of patients practice the auto medication to combat the pain and do not communicate their dentists, without consider the possibility of some medications change the orthodontic movement. During this movement, chemical and cellular mediators, which participate of the inflammatory process, are release. The anti-inflammatory drugs and the analgesics, used in the study, work by suppressing the synthesis of the mediators released in the inflammatory response. Therefore, the present study aimed to search, by a literature review, the effects of the anti-inflammatory drugs and the analgesic drugs in the orthodontic movement, elucidate the events that occur in the tooth movement and know the cares that the orthodontist should take when he prescribes such medications. That said, comes to conclusion that the orthodontists should give priority to safe medications concerning to induced tooth movement. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 5-HT - 5-hidroxitripitamina - Serotonina AINES – Anti-inflamatórios não-esteróides AMPc – Adenosina Monofosfato cíclico Ca+ - Cálcio COX – cicloxigenase COX-1 – cicloxigenase 1 COX-2 – cicloxigenase 2 COX-3 – cicloxigenase 3 c-fms – Receptores do M-CFS IL-1 – interleucinas 1 IL-1β – interleucina 1 beta IL-6 – interleucina 6 IL-8 – interleucina 8 ITMP – Inibidor tecidual de metaloproteinases FCEV – Fatores de crescimento endotelial vascular M-CFS – Fator de estimulação de colonização de macrófagos MMP – Matriz metaloproteinase MMP2 – Matriz metaloproteinase do tipo 2 MMP9 – Matriz metaloproteinases do tipo 9 OPG – osteoprogeterina PGs – Prostaglandinas PGE2 – Prostaglandinas do tipo E2 RANK – Receptor activator of nuclear factor-kappa RANKL – Receptor activator of nuclear factor-kappa ligant SNC – Sistema nervoso central TNFα – Fator de necrose tumoral alfa SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................11 2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................13 2.1. O LIGAMENTO PERIODONTAL................................................. ..................13 2.2. FISIOLOGIA DA FORMAÇÃO E REMODELAÇÃO ÓSSEA.......................14 2.3. TEORIAS DO CONTROLE BIOLÓGICO DO MOVIMENTO DENTÁRIO ORTODÔNTICO......................................................................................................................15 2.4. MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA ORTODÔNTICA........................................18 2.5. A DOR ASSOCIADA AO MOVIMENTO ORTODÔNTICO..........................21 2.6. ANTI-INFLAMATÓRIOS.................................................................................22 2.7. AÇÃO DOS AINES SOBRE O TRATAMENTO ORTODÔNTICO...............24 2.7.1. ACETAMINOFENO – DERIVADO PARAMINOFENÓLICO..............24 2.7.2. IBUPROFENO – DERIVADO PROPIÔNICO.........................................25 2.7.3. DIPIRONA SÓDICA – DERIVADO PIRAZOLÔNICO.........................25 2.7.4. DICLOFENACO – DERIVADO ACÉTICO............................................26 2.7.5. ÁCIDO ACETILSALICÍLICO – DERIVADO SALICILADO................26 2.7.6. NIMESULIDA – DERIVADO SUFANILAMÍDICO...............................27 3. DISCUSSÃO ...........................................................................................................28 4. CONCLUSÃO.........................................................................................................33 5. REFERÊNCIAS......................................................................................................34 10 1. INTRODUÇÃO A prevenção e o manejo da dor são fatores tais que deveriam receber máxima atenção durante o tratamento ortodôntico. Isso se deve ao fato do aumento da apreensão criada pelos pacientes e seus responsáveis criando um impacto multifatorial negativo nos níveis emocionais e de confiança entre o próprio paciente e o clínico. Quando esse impacto é grande, um elevado número de pacientes pratica a automedicação para o combate dessa dor e não relatam seus dentistas, sem saber da possibilidade desses medicamentos influenciarem na movimentação dentária. A movimentação ortodôntica ocorre pela aplicação prolongada de força que desloca a raiz dental contra o alvéolo que resulta em áreas de pressão e tensão no ligamento periodontal, promovendo assim a remodelação óssea resultante desse estresse nos tecidos de suporte. Durante o remodelamento do ligamento periodontal e do tecido ósseo adjacente (osso alveolar) são liberadas substâncias químicas e mediadores celulares, tais como prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos, que parecem estar relacionadas com um processo inflamatório ocorrido nessas estruturas de suporte dentário (MENDONÇA, 2010). Pacientes submetidos a tratamento ortodôntico frequentemente queixam-se de desconforto doloroso durante a movimentação. Apesar da existência de outros métodos (tais como, gel anestésico, mordedores, estimulação elétrica nervosa transcutânea, uso de laser de baixa intensidade e estimulação vibratória), a literatura existente apoia o uso de anti-inflamatórios não-esteróides (AINES) para o controle da dor (MAHENDRA, 2011). A dor está intimamente ligada à quantidade de força aplicada, ou seja, se força ortodôntica apropriada for aplicada contra o dente, o paciente sente pouca ou nenhuma sintomatologia dolorosa imediatamente. Entretanto, algumas horas mais tarde a dor comumente aparece, e é geralmente uma sensação de dor contínua com associação de dentes sensíveis à pressão (PROFFIT, 2005). Essa dor aumenta gradualmente da 4ª hora à 24ª hora, mas volta ao seu grau normal no 7º dia (MEHENDRA, 2011). Os anti-inflamatórios não-esteroides (AINES) e os analgésicos não-opióides, largamente utilizados pelos cirurgiões-dentistas no combate da dor pós-operatória do paciente ortodôntico, agem suprimindo a síntese dos mediadores que são acreditados de serem liberados na resposta inflamatória. São fármacos com efeito analgésico, antipirético, anti-inflamatório e antitrombótico prescritos em diversas patologias agudas e crônicas (MENDONÇA, 2010). 11 Portanto, diante do exposto, o presente estudo terá como objetivos pesquisar, através de uma revisão da literatura, os efeitos dos anti-inflamatórios não-esteroides e dos analgésicos não-opióides na movimentação ortodôntica, avaliar se tais medicamentos influenciam na eficácia da movimentação ortodôntica, diminuindo ou não a taxa de movimentação, elucidar de forma clara os eventos da movimentação dentária e conhecer os cuidados que os ortodontistas deverão ter ao prescrever tais medicamentos. 12 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 O LIGAMENTO PERIODONTAL Estrutura e função O ligamento periodontal, o qual une o dente à lâmina dura do tecido ósseo adjacente, apresenta-se ricamente celularizado e vascularizado, e tem muitas fibras colágenas, elásticas e reticulares, próprias dos tecidos conjuntivos, além de grande quantidade de terminações nervosas (PROFFIT, 2005). As principais células do ligamento periodontal são as mesenquimatosas indiferenciadas, que são responsáveis pela formação de células blásticas, os fibroblastos e os osteoblastos, os quais formam, respectivamente, as fibras e o osso. Os vasos sanguíneos realizam a nutrição do ligamento e servirão, portanto, como porta de entrada para as células associadas à remodelação do osso cortical e ligamentos. O espaço do ligamento periodontal é preenchido, também, com fluido intersticial que é normalmente encontrado em todos os outros tecidos e é derivado do sistema vascular (VELLINI, 2008). Em direção à parte coronariana do dente, o ligamento periodontal é contínuo com a lâmina própria da gengiva que estão separados por fibras de colágeno resistentes e inextensíveis, as quais desempenham um papel essencial na articulação entre o dente e o osso através de vários feixes orientados em diversos sentidos – gengival, transceptal, horizontal, apical e oblíqua (LINDHE, 2010). A conformação das fibras periodontais e a presença do fluido intersticial são importantes para a unidade dentária resistir às forças de curta duração. Entretanto, apesar de o ligamento periodontal estar naturalmente adaptado para resistir a tais forças breves, ele rapidamente perde essa capacidade quando a força torna-se longa empurrando o fluido contra o alvéolo, ou seja, forças prolongadas, mesmo em baixa magnitude, produzem uma resposta fisiológica diferenciada. (PROFFIT, 2005) A partir da observação do comportamento fisiológico do ligamento periodontal frente às forças naturais do ambiente bucal, o ortodontista busca aprofundar-se na busca de um plano de tratamento eficaz e resolutivo, afinal o conhecimento da estruturação do ligamento periodontal é essencial para o entendimento da biomecânica do movimento dentário. 13 2.2 FISIOLOGIA DA FORMAÇÃO E REMODELAÇÃO ÓSSEA A remodelação óssea é orquestrada por células da linhagem osteoblástica e envolve complexas interações inter-célula e matriz-célula que envolvem hormônios sistêmicos, citocinas produzidas localmente, que são sequestrados no interior da matriz, bem como no ambiente celular mecânico (MEIKLE, 2006). Para que a reabsorção do tecido ósseo ocorra, é obrigatória a presença de osteoclastos. Os principais fatores envolvidos na gênese dessas células são as osteoprogeterinas (OPG), liberadas pelos osteoblastos, a citocina RANK ligante (RANKL) e o fator de estimulação de colonização de macrófagos (M-CFS), que são expressos pelos osteoblastos, e o receptor ativador de fator nuclear-Kappa (RANK) que se localiza na superfície de precursores de osteoclastos e de osteoclastos maduros (AMADEI, 2006). O principal papel do M-CFS é estimular a expressão do RANK pelos precursores dos osteoclastos. Já o principal papel da RANKL é inibir a apoptose dos osteoclastos e estimular a diferenciação e ativação dessas células através da ligação com o RANK. A OPG atua na inibição da RANKL, por meio da ligação com o RANK ou diretamente, através de outros receptores presentes nos osteoclastos. Seus efeitos são antagônicos aos do RANKL (YAO, 2008). Os M-CFS, que podem ser ligados ou secretados pela membrana do osteoblasto, interagem com seu receptor (c-fms) que está no precursor do osteoclasto. Isto vai estimular a diferenciação e proliferação de células progenitoras hematopoiéticas que então passam a expressar o RANK e tornam-se pré-osteoclastos. A estimulação e a ativação do osteoclasto dependem da ligação RANK/RANKL, mas essa interação pode ser bloqueada pela OPG, dessa forma inibindo a diferenciação do osteoclasto (RAISZ, 2005). O sistema OPG/RANKL/RANK, no tecido periodontal é um determinante importante que atua equilibrando a reabsorção óssea (NAKANO, 2010). Concentrações de RANKL no fluido crevicular gengival aumentam durante o movimento dentário ortodôntico (YAMAGUCHI, 2009). Logo, conclui-se que a remodelação óssea é controlada pelo equilíbrio entre a expressão de RANKL e de OPG. 14 2.3 TEORIAS DO CONTROLE BIOLÓGICO DO MOVIMENTO DENTÁRIO ORTODÔNTICO Existem hipóteses que explicam como as forças ortodônticas conseguem fazer os dentes moverem-se: (1) a teoria piezoelétrica, que relaciona o movimento dental às mudanças do metabolismo ósseo controladas por sinais elétricos produzidos pela tensão do osso alveolar; e a (2) teoria da pressão e tensão, que relaciona o movimento dental às mudanças celulares produzidas pelas alterações no fluxo sanguíneo através do ligamento periodontal. As duas teorias não são incompatíveis nem se excluem entre si (PROFFIT, 2005). A piezoeletricidade é observada em materiais cristalinos quando uma força provoca sua deformação. Essa ação produz um fluxo de corrente elétrica à medida que os elétrons são deslocados de uma parte do cristal para outra promovendo sinais piezoelétricos. Assim como o osso mineral, o próprio colágeno possui características piezoelétricas. O osso é formado por uma fase inorgânica de cristais de hidroxiapatita e uma fase orgânica de colágeno tipo I. Dessa forma, compreende-se que as moléculas de hidroxiapatita, presentes no osso, são passíveis de deformação devido à parte orgânica do osso representada pelo colágeno (PROFFIT, 2005). Os sinais piezoelétricos têm duas características próprias: possuem rápido declínio, ou seja, assim que uma força é aplicada um sinal piezoelétrico é criado e logo chega a zero mesmo com a manutenção dessa força; e a resposta com um sinal equivalente em direção oposta, quando a força é suspensa (PROFFIT, 2005). Enquanto a força é mantida a estrutura do cristal está estável, pois os sinais piezoelétricos são breves e rapidamente dissipados (KRISHNAN & DAVIDOVITCH, 2006). Já a teoria da pressão-tensão, ou teoria clássica do fluxo sanguíneo, conta com sinais químicos em vez de elétricos como estímulo para diferenciação celular e, por conseguinte, a movimentação dental. Há alterações celulares produzidas pelos mensageiros químicos gerados pelas mudanças no fluxo sanguíneo através do ligamento periodontal (PROFFIT, 2005). No lado de pressão ou compressão, à nível de tecido, há extravasamento do fluido extracelular para os espaços medulares provocando alterações vasculares, liberação de mediadores químicos e elétricos das fibras nervosas sensitivas e deflagrando um processo inflamatório periodontal. Os vasos sanguíneos tornam-se estreitos e ocorre migração dos leucócitos a partir dos capilares, síntese e liberação de 15 prostaglandinas, citocinas e fatores de crescimento que vão induzir a diferenciação de células mesenquimais indiferenciadas em osteoclastos (HUGHES, 2006). No lado de compressão também ocorre distúrbio no fluxo de sangue, morte celular (hialinização), reabsorção do tecido hialinizado pelos macrófagos e neutralização da reabsorção pelos osteoclastos ao lado do tecido hialinizado, o qual resulta na movimentação dentária (BÖHL & KUIJIPERS-JAGTMAN, 2009). Já em relação ao aspecto molecular, ocorre a síntese de interleucina-1 (IL-1) e IL-6 que regulam o receptor do ativador do fator nuclear kB ligante (RANKL) e a expressão de matriz metaloproteinases (MMPs) pelas células do ligamento periodontal e osteoblastos. Osteoblastos derivados da MMPs degradam a camada de superfície osteóide não-mineralizada do osso, enquanto MMPs produzidos por células do ligamento periodontal degradam sua matriz extracelular; o RANKL estimula a formação e função dos osteoclastos a partir de células precursoras mononucleares que acessam a superfície óssea e degradam a matriz mineralizada. A deformação do osso alveolar regula a expressão de MMPs pelos osteócitos adjacentes a superfície óssea (MEIKLE, 2006). No lado de tensão, o espaço do ligamento periodontal é aumentado e o fluxo sanguíneo é ativado, o que promove a atividade osteoblástica e de deposição osteóide a qual, em seguida, é mineralizada. Ocorre também a remodelação das fibras colágenas que voltam a apresentar sua tonicidade e equilíbrio normais (KRISHNAN & DAVIDOVITCH, 2006). Além disso, ao ponto de vista molecular, há a síntese de citocinas tais como interleucina-1 (IL-1) e IL-6, que por sua vez estimulam a matriz metaloproteinase (MMP), através da inibição do fator inibidor tecidual da metaloproteinase (ITMP) sintetizado por células do ligamento periodontal; fatores de crescimento endotelial vascular (FCEV) promovem angiogênese. A degradação da matriz extracelular pelas MMPs facilita a proliferação celular e o crescimento capilar (MEIKLE, 2006). Durante os anos 60 e 70, a regulação da remodelação óssea por efeitos piezoelétricos apreciou considerado apoio dentro das comunidades ortopédicas e ortodônticas. Todavia, a partir de um ponto de vista biológico foi-se questionado se apenas os fenômenos elétricos eram suficientes para regular a atividade metabólica de células de tipos variados, como os osteoblastos e os osteoclastos, os quais funcionam em estreita proximidade, e também o fato de piezoeletricidade não necessitar da presença de células vivas. Desse modo, compreende-se que quanto mais se é aprendido 16 sobre interação célula-célula e célula matriz, mais é provável que o estresse gerado por potencial elétrico represente um subproduto da deformação, um fenômeno físico que promove uma explicação plausível para remodelação óssea antes da descoberta de fatores de crescimento, tais como citocinas, e outros mediadores bioquímicos produzidos localmente (MEIKLE, 2006). 17 2.4 MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA ORTODÔNTICA A biologia da movimentação dentária compreende o estudo dos fenômenos celulares, bioquímicos e moleculares que ocorrem nas estruturas do ligamento periodontal e do osso alveolar. A associação desses fenômenos promove o movimento ortodôntico, ou também chamado movimentação dentária induzida, do qual a Ortodontia lança mão, para proporcionar aos pacientes, dentes com oclusão e estética aceitáveis (CONSOLARO. 2002). Durante o tratamento, o ortodontista vale-se de forças e movimentos que são recebidos e respondidos pelas células através de distintas respostas: (1) resistência, a qual ocorre quando a célula resiste estruturalmente e através da produção de substâncias que inibem ou anulam a ação de um agente físico, químico ou biológico; (2) estímulo, que ocorre frente a um agente que levam às células a uma quebra da hemostasia e aumento da função celular; ou (3) adaptação e agressão tecidual, quando um agente leva as células a modificar sua estrutura e função a uma nova situação, sem retorno ao estágio anterior à agressão, que se, por sua vez, levar a debilidade da capacidade funcional celular pode causar fenômenos degenerativos que podem evoluir para a morte celular e desorganização local do tecido. Essa desintegração celular e tecidual local gera produtos teciduais livres, especialmente proteínas, que vão desencadear a inflamação, um mecanismo que deixa de ser exclusivamente celular e passa a ser um fenômeno de defesa tecidual mais amplo (CONSOLARO, 2002). A agressão indutora de uma inflamação, muitas vezes, pode ser na realidade um estímulo biológico, e como qualquer outro agente agressor, uma força aplicada no ligamento periodontal promove diretamente a compressão ou estresse mecânico das células, podendo gerar proteínas livres no meio intersticial (CONSLARO, 2002). Já em situações de hipóxia, compressão mecânica como no movimento ortodôntico, há um aumento de mediadores químicos que, por conseguinte, leva ao aumento da permeabilidade vascular, formação de exsudato e infiltrados inflamatórios (RAMOS, FURQUIM, CONSOLARO, 2005). A fase inicial do movimento dentário ortodôntico envolve uma resposta inflamatória aguda, caracterizada por vasodilatação periodontal e migração de leucócitos para fora dos capilares. Essas células migratórias produzem várias citocinas, os sinalizadores moleculares locais, que interagem diretamente ou indiretamente com toda a população de células do ligamento periodontal. Essa fase é predominantemente exsudativa, na qual plasma e leucócitos deixam os capilares em áreas de tensão do 18 ligamento periodontal. Em um ou dois dias depois, a fase aguda da inflamação desaparece e é substituída por um processo crônico que é principalmente proliferativo, no qual há o surgimento de fibrobastos, células endoteliais, osteoblastos, e células medulares do osso alveolar. Durante esse período, leucócitos continuam migrando para o ligamento periodontal tensionado e modulando o processo de remodelação (KRISHNAN & DAVIDOVITCH, 2006). A inflamação crônica prevalece até a próxima consulta clínica, quando o ortodontista faz a ativação do aparelho, iniciando assim um outro perídodo de inflamação aguda, sobrepondo a inflamação crônica em curso. Para o paciente, o período de inflamação aguda está associado com sensação de dor e função reduzida (mastigação). Um reflexo desse fenômeno pode ser encontrado no fluido da gengiva crevicular, onde há elevações significantes na concentração de mediadores inflamatórios, tais como citocinas, fatores de crescimento, e produtos do ácido araquidônico, como as prostaglandinas. (KRISHNAN & DAVIDOVITCH, 2006). O ácido araquidônico é proveniente da quebra de fosfolipídios da membrana celular, pela ação das enzimas fosfolipases (fosfolipase A2), que são ativadas pelo acúmulo de íons cálcio dentro da célula. Estas moléculas de ácido araquidônico sofrem a ação das enzimas cicloxigenases e lipoxigenases, também presentes no citosol, originando as prostaglandinas e os leucotrienos, respectivamente. Portanto quando uma célula entra em estresse, ocorre uma maior entrada de cálcio extracelular para dentro da célula, pelos canais de cálcio das integrinas, que unem o meio extraxelular com o interior das células. Elas atravessam a membrana celular e estão ligadas ao citosol pelas proteínas do citoesqueleto, que são as responsáveis pela forma da célula (RAMOS, FURQUIM, CONSOLARO, 2005). As cicloxigenases (COX) possuem um papel essencial na conversão do ácido araquidônico em tromboxanos, prostaciclinas e prostaglandinas (eicosanóides). Há, pelo menos, três isoformas, COX-1 (ou constitutiva), COX-2 (ou induzida) e COX-3. Os leucotrienos são os únicos eicosanóides formados independentes de qualquer forma de COX. Sua conversão, a partir do ácido araquidônico, é feita através de lipoxigenases (BARTZELA, 2009). Tramboxanos, os quais são sintetizados via COX-1, agem facilitando a agregação plaquetária e na vasoconstricção. Eles são encontrados em níveis aumentados em condições inflamatórias em bolsas periodontais. A presença de tal eicosanoide aumenta a taxa de movimentação dentária ortodôntica. As prostaciclinas, apesar de 19 possuírem efeito antagônico ao dos tromboxanos, sendo vasodilatadoras e antiagregantes plaquetários, também aumentam o nível da movimentação dentária ortodôntica (MENDONÇA, 2010). Tal fato pode ser explicado por ambos promoverem o aumento da expressão da COX-2 que, por sua vez, proporciona um feedback positivo na regulação da síntese de prostaglandinas (BARTZELA, 2009). As prostaglandinas (PGs), que aparecem dentro de 6 a 12 horas após agressão celular, são produzidas por células de todo o corpo, e desempenham papel central na patogenia da inflamação, febre e dor. Elas possuem efeito sobre as células da musculatura lisa, sobre a agregação plaquetária, teminações nervosas periféricas e homeostasia do cálcio (Ca+) (BARTZELA, 2009). A prostaglandina E possui propriedades que estimulam a atividade osteoclástica e osteblástica, controlando, portanto o movimento dentário. Os osteoclastos chegam ao local estressado através de duas formas: a primeira forma é a partir da população de células no local e a segunda forma é através do aparecimento de prostaglandinas vindas de áreas distantes por meio de via sanguínea. Os osteoclastos atacam a lâmina dura, reabsorvendo osso e, por conseguinte, o dente começa a movimentar. Momentos após a reabsorção óssea, os osteoblastos recrutados das células progenitoras do ligamento periodontal formam osso no lado de tensão e atuam na remodelação na área de pressão (PROFFIT, 2005). A movimentação mecânica promove a ativação de múltiplas vias de sinalização celular e a geração de prostaglandinas é a resposta imediata das células para a força mecânica. A segunda resposta é a geração de mensageiros 3’,5’ adenosina monofosfato cíclico (AMPc) (Meikle, 2006). Níveis aumentados de AMPc, aparecem, geralmente após cerca de 4 horas de pressão mantida o que explica a duração de uso de 4 a 6 horas como a melhor resposta humana ao aparelho removível (PROFFIT, 2005). Além dos eicosanóides e dos mensageiros AMPc, a interleucina-1β (IL-1β) é mais um mediador muito importante na reabsorção óssea. Essa citocina é produzida localmente por células ativadas mecanicamente e são responsáveis por mediar ambas as fases de reabsorção e formação da remodelação do tecido conjuntivo junto com as metaloproteinases da matriz (MMPs) (Meikle, 2006). 20 2.5 A DOR ASSOCIADA AO MOVIMENTO ORTODÔNTICO Dor é problema comum a todas às áreas da Odontologia. Geralmente tem causa local. Infecções dentais, cáries, doença periodontal, aparelhos ortodônticos, dentaduras mal adaptadas ou outras doenças das estruturas orais causam dor (WANNMACHER, 2007). A percepção da dor ortodôntica é parte de reações inflamatórias que causam mudanças no fluxo sanguíneo no momento seguinte a aplicação de força. É sabido que essa mudança de fluxo resulta na entrada de mediadores químicos variados (prostaglandina e dopamina, AMP cíclico e Ca+, bradicina, IL-1, IL-8, TNFα e histamina), provocando uma resposta hiperálgica. Além desses constituintes clássicos, fibras dos nervos periféricos participam do processo inflamatório, o que envolve a entrada de neuropeptídeos após simulações antidrômicas de terminações do nervo aferentes, provocando, também, a resposta dolorosa (MEHENDRA, 2011). A dor pode ser prevenida ou tratada. Na prevenção, os analgésicos não-opióides (AINES) têm mostrado benefício quando empregados pré-operatoriamente (analgesia preemptiva) (WANNMACHER, 2007). 21 2.6 ANTI-INFLAMATÓRIOS Os fármacos anti-inflamatórios não-esteróides (AINES) fazem parte do grupo de medicamentos mais comercializados em todo o mundo e representam uma das classes de maior diversidade de fármacos clinicamente disponíveis no Brasil (MENDES, 2012) e muitos podem ser obtidos sem prescrições. Os AINES são importantes instrumentos no tratamento da dor pós-operatória. Como droga única, possuem excelente eficácia analgésica na dor pós-operatória leve (WANNMACHER, 2007). Os AINES incluem várias classes químicas de drogas que possuem mecanismo de ação semelhante e compartilham propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e antipiréticas clinicamente importantes. São medicamentos amplamente prescritos por dentistas e médicos, uma vez que podem ser usados via oral, não causam depressão respiratória e nem do sistema nervoso central (SNC), em doses terapêuticas e, o que é mais importante, são muito eficazes no alívio da dor (YAGIELA, 2010). A absorção dos AINES é rápida e completa, depois da administração oral. Não atravessam imediatamente a barreira hematoencefálica e são metabolizados, principalmente, pelo fígado. Essencialmente todos os AINES são convertidos em metabólitos inativos pelo fígado e são, predominantemente, excretados pela urina. Por outro lado, outros medicamentos possuem excreção biliar (CHAHADE, 2008). O mecanismo primário de ação dos AINES consiste na inibição do sistema da enzima cicloxigenase, que metaboliza o ácido araquidônico e seus intermediários endoperóxidos. Uma vez formados, os endoperóxidos são convertidos em tromboxanos, prostaciclinas e prostaglandinas. Vários intermediários e produtos finais dessa cascata do araquidonato interagem com outros mediadores locais, como a bradicinina, a histamina e a 5-hidroxitripitamina (5-HT), para promover eritema, edema e dor (YAGIELA, 2010). As PGs não são armazenadas e sim sintetizadas imediatamente antes de sua liberação, é observada, portanto, uma rápida redução das concentrações de PGs produzida pelos AINES (YAGIELA, 2010). Apesar de a inibição pela COX constituir o principal mecanismo de ação dos AINES, pode ocorrer a participação em outros mecanismos anti-inflamatórios, explicando parte da variação da resposta clínica observada entre os fármacos. Os AINES do grupo salicilatos, por exemplo, podem inibir a migração celular e algumas funções dos neutrófilos. Outros mecanismos que contribuem para os efeitos anti- 22 inflamatórios podem incluir a redução da permeabilidade capilar, produção diminuída de anticorpos, bem como alterações na síntese de tecido conjuntivo. As potências relativas contra a COX-1 e COX-2 também explicar algumas diferenças nas respostas clínicas (YAGIELA, 2010). Uma variante do gene da COX-1, descrita como COX-3, parece ser expressa em altos níveis no sistema nervoso central e pode ser encontrada também no coração e na aorta. Essa enzima é seletivamente inibida por fármacos analgésicos e antipiréticos, como o paracetamol (acetaminofeno) e a dipirona, e é potencialmente inibida por alguns tradicionais AINES. Entretanto, a relevância dessa isoforma ainda está pra ser determinada (CHAHADE, 2008). A maioria dos AINES tradicionais age de forma reversível e não-seletiva sobre as mesmas enzimas (COX-1 e COX-2). No entanto, convém salientar que os AINES não bloqueiam a via da lipoxigenase, não inibindo, dessa forma, a produção de leucotrienos. Portanto os AINES reduzem, mas não eliminam completamente os sinais e sintomas inflamatórios (CHAHADE, 2008). 23 2.7 AÇÃO DOS AINES SOBRE O TRATAMENTO ORTODÔNTICO Moléculas produzidas em vários tecidos lesionados, ou drogas e nutrientes consumidos regularmente por pacientes, podem alcançar o tecido periodontal mecanicamente estressado, através da circulação, e interagir com células alvo (TANKI,2013). As medicações mais comuns utilizadas em ortodontia são para o controle da dor depois de uma aplicação de força mecânica sobre o dente. A inibição da reação inflamatória produzida por PGs retarda a movimentação dentária. O nível de matriz metaloproteinase é encontrado aumentado, juntamente com a elevada atividade da colagenase, seguida pela redução na síntese de pró-colágeno, a qual é essencial para remodelação óssea e periodontal. Todo o processo é controlado pela inibição da atividade da COX, conduzindo a alterações vasculares e extravasculares da remodelação da matriz, causando a redução da taxa do movimento dentário (DIRAVIDAMANI, 2012). Medicamentos podem tanto promover ou retardar o movimento dentário ortodôntico. Os que promovem o movimento dentário ortodôntico são chamados de medicamentos promotores e os que retardam o movimento são chamados supressores. Medicamentos promotores são agentes que aumentam a reabsorção óssea. Eles se ligam com os mediadores inflamatórios, primários e secundários, aumentando a movimentação dentária. Eles são as prostaglandinas, leucotrienos, citocinas, vitaminas, osteocalcinas e corticosteroides. Medicamentos supressores são agentes que basicamente reduzem a reabsorção óssea e, consequentemente, a movimentação dentária (TANKI,2013). 2.8.1 acetaminofeno (paracetamol) – Derivado paraminofenólico O paracetamol é uma alternativa eficaz como analgésico e antipirético, seus efeitos anti-inflamatórios são fracos devido a inibição insuficiente da COX na presença de altas concentrações de peróxidos encontrados nas lesões inflamatórias (YAGIELA, 210). Acetominofeno é um AINE pertecente à família dos paraminofenóis, os quais não inibem as PGs, ou por sua inibição ser de forma insignificante, não possuem um efeito na movimentação dentária ortodôntica (KARTHI, 2012). 24 Tal medicamento é inibidor fraco de COX-1 e COX-2 que também pode reduzir os níveis de prostaglandinas urinárias após administração sistêmicas. O acetaminofeno é considerado efetivo no controle da dor e desconforto sem efeito no movimento dentário ortodôntico (TANKI, 2013). Acredita-se que o Paracetamol iniba uma terceira isoforma, COX-3, a qual só é expressa no cérebro e na corda espinhal, sem afetar, portanto, as plaquetas e células inflamatórias do restante do organismo. Como consequência disso, o acetaminofeno teria mínimo efeito na síntese de prostaglandinas (HAMMAD, 2012). O acetaminofeno deve ser sugerido como a droga de escolha para segurança e efetividade no manejo da dor ortodôntica (SHETTY, 2013). 2.7.2 Ibuprofeno – Derivado do Ácido Propiônico O ibuprofeno tem principal efeito anti-inflamatório, além de antitérmico e analgésico. Tal medicamento foi desenvolvido para se prender a COX-2 reduzindo, dessa forma, a movimentação dentária ortodôntica (KARTHI, 2012). O ibuprofeno tem um efeito inibitório na liberação de prostaglandinas durante o movimento dentário inicial e desse modo pode causar um impedimento na taxa de movimentação dentária (SHETTY, 2013). 2.7.3 Dipirona Sódica – Derivado Pirazolônico A Dipirona é, reconhecidamente, um analgésico e antipirético eficiente (WANNMACHER, 2007). A Dipirona sódica é um analgésico que não interfere significantemente em mediadores inflamatórios periféricos. Em um trabalho realizado por Dutra (2011), no qual avaliou a atividade da Dipirona na remodelação óssea pela movimentação dentária induzida em ratos, verificou-se que a mesma não interferiu na resposta inflamatória e na reabsorção óssea. Foi sugerido, portanto, que a dipirona pode ser uma importante ferramenta farmacológica para o controle da dor após ativação ortodôntica sem afetar a movimentação dentária, ou causar riscos sistêmicos. 2.7.4 Diclofenaco – Derivado do Ácido Acético O diflofenaco é um AINE convencional, ou seja, não-seletivo, cujo mecanismo de ação se baseia na inibição da atividade das COX-1 e COX-2 , resultando na redução 25 da síntese de prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos, portanto alguns dos mais importantes mediadores da resposta inflamatórios. Possui potente efeito antiinflamatório e analgésico (YAGIELLA, 2010). 2.7.5 Ácido Acetilsalicílico – Derivado Salicilado O Ácido acetilssalicílico (AAS) foi desenvolvido para se prender a COX-2 reduzindo, portanto, a movimentação dentária ortodôntica (Karthi, 2012). O AAS, e seus compostos relacionados tem sua ação resultante da inibição da atividade da COX, a qual converte ácidos gordurosos insaturados da membrana da célula em PGs. Experimentos clínicos mostram que a movimentação dentária ortodôntica é muito lenta em pacientes submetidos à terapia de longo prazo de AAS. A terapia com salicilatos diminuem a reabsorção óssea através da inibição da síntese de PGs e pode afetar a difereciação de osteoclastos a partir de seus precursores. Portanto, é recomendado que pacientes sobre tratamento ortodôntico não devem ser aconselhados a tomar aspirina e compostos relacionados por um longo período durante o tratamento ortodôntico (DIRAVIDAMANI, 2012). 2.7.6 Nimesulida – Derivado sufanilamídico A Nimesulida inibe preferencialmente a COX-2 e possui atividade mínima a nível de COX-1, sendo considerada um medicamento inibidor seletivo da COX-2. Possui potente ação anti-inflamatória, analgésica e antipirética. É geralmente prescrita quando os AINES convencionais causam uma probabilidade alta de efeitos adversos gastrintestinais. Distribui-se amplamente por todo o corpo e é bem absorvida pelo organismo (YAGIELA, 2010). O desenvolvimento de uma droga que inibe seletivamente a COX-2 é considerada uma evolução da farmacologia, pois é uma droga com nenhum efeito sobre a síntese de PGE2. A seletividade desse medicamento bloqueia a enzima COX-2 e impede a produção de PGs que causam dor e inchaço. Por ele, seletivamente, bloquear a enzima COX-2 e não a COX-1 foi sugerido que essa droga pode ser seguramente empregada durante a mecanoterapia ortodôntica, sem causar efeitos negativos na movimentação dentária (DIRAVIDAMANI, 2012). Ao lado dessas drogas, pacientes que consomem vitaminas, minerais, suplementos hormonais, e outros compostos para a prevenção ou tratamentos de várias 26 doenças podem também ser encontrados em toda prática ortodôntica. Algumas dessas drogas podem ter efeitos profundos nos resultados a curto- e longo- prazo da prática ortodôntica. Por isso, é necessário rever o mecanismo de ação e os efeitos das drogas usadas comumente na remodelação dos tecidos e no movimento dentário ortodôntico (DIRAVIDAMANI, 2012). 27 3. DISCUSSÃO A dor durante o tratamento ortodôntico e a conseqente prescrição de medicamentos pelos cirurgiões-dentistas ou a própria automedicação permitem indagações sobre o efeito desses medicamentos sobre a movimentação ortodôntica. Em 2005, Polat e Karaman ao realizar um estudo prospectivo em humanos com o objetivo de (1) determinar as características da dor durante o tratamento ortodôntico, (2) avaliar a eficácia de AINES utilizados rotineiramente e (3) avaliar se a administração pré-operatória desses AINES diminuem a dor ortodôntica, encontraram que a dor durante o tratamento ortodôntico inicia duas horas após a ativação e que a diminuição da dor começa a ocorrer depois do segundo dia e alcança o mínimo no sétimo dia. Para todos os parâmetros, exceto dor durante mastigação, o índice de escores de dor foi estatisticamente menor no grupo placebo. Administração pré-operatória de todos os analgésicos utilizados no estudo eliminaram a dor ortodôntica com sucesso. Aparentemente, com a prescrição de medicamentos após a ativação dos aparelhos ortodônticos se constrói um paradoxo: se inibem a dor e o desconforto do paciente com analgésicos redutores do nível de prostaglandinas, redurzi-se- ia também a efetividade do estresse celular e da inflamação como mecanismo de reabsorção óssea e movimentação dentária induzida (CONSOLARO,2010)? Baseada nesse questionamento, este trabalho procurou, através de uma revisão da literatura existente, analisar trabalhos e evidências científicas que levassem à alguma conclusão palpável e que fosse útil na vivência clínica ortodôntica. Durante o trabalho percebeu-se que a movimentação dentária induzida está associada a variados fatores e que é necessário a realização de mais estudos para avaliação de tal influência. Além de investigar a interferência dos medicamentos acetaminofeno, dipirona, ibuprofeno, diclofenaco, ácido acetissalicílico e nimesulida que são drogas muito utilizadas por pacientes durante o tratamento ortodôntico, foram realizados estudos das diversas reações que ocorrem durante o movimento dentário ortodôntico, tais como, liberação de citocinas, fatores de crescimento, prostaglandinas, tromboxanos e prostaciclinas; e da remodelação óssea que envolve células da linhagem hematopoiéticas (osteoclastos e osteoblastos) e moléculas ativadoras de tais células (RANK/RANKL, M-CSF/c-fms e OPG). Nakano et al, em 2010, realizaram um estudo no qual investigaram durante o movimento dentário a expressão de RANK/RANKL e M-CSF/c-fms no processo de reabsorção da raiz de primeiros molares em ratos da espécie Wistar. Eles detectaram, no 28 sétimo e no décimo dia, nos osteoclastos, imunorreatividade para os dois tipos de sistemas de fatores, o que leva a considerar que os sistemas RANK/RANKL e MCSF/c-fms estão envolvidos no processo de reabsorção radicular de forças ortodônticas intensas. Yamaguchi, em 2009, afirma que forças ortodônticas alteram os níveis de OPG, RANK e RANKL no fluido crevicular gengival, ou seja, em presença de forças ortodônticas compressivas há o aumento da expressão da RANKL e a diminuição da OPG das células do ligamento periodontal. Ainda na tentativa de mostrar que existem variados fatores que são influenciados pelo movimento dentário ortodôntico e no intuito de avaliar a presença de marcadores bioquímicos da inflamação em dentes submetidos à forças, Pinho e colaboradores em 2012, realizaram um estudo bioquímico no qual encontraram um aumento dos níveis da citocina IL-1β no fluido crevicular gengival como resposta a uma força local, indicando a presença e relevância da mesma no processo inflamatório do movimento dentário ortodôntico. Em um estudo comparativo realizado por Knop e colaboradores (2011), foi analisada a remodelação óssea durante a movimentação ortodôntica sob o uso de diclofenaco potássico e um antiinflamatório esteroidal. Para realização da pesquisa foram utilizados ratos da espécie Wistar que foram divididos em 3 grupos aleatórios (grupos controle, antiinflamatório esteroidal e AINE convencional, o diclofenaco). As unidades avaliadas foram os primeiros molares superiores que foram processados histologicamente permitindo a avaliação da quantidade de vasos sanguíneos, das lacunas de Howship e a presença de células osteoclásticas nos lados de pressão e tensão do ligamento periodontal. Os dados encontrados durante o estudo demonstraram que tanto o diclofenaco quanto o antiinflamatório esteroidal inibiram a reabsorção óssea durante o período inicial da movimentação ortodôntica. As prostaglandinas são as mais pesquisadas e em muitos estudos aparecem como as mais sensibilizadas durante o tratamento ortodôntico (Ramos et al., 2005; Meikle, 2006; Bartzela et al., 2009; Berthold et al., 2012; Hammad et al., 2012), diversos artigos apontam as prostaglandinas como mediadores da tensão mecânica em uma série de tipos celulares que incluem osteoblastos, fibroblastos gengivais e fibroblastos do LPD. Em 2013, Shetty e colaboradores realizaram um estudo em humanos em que avaliaram os efeitos do acetaminofeno e do ibuprofeno sobre os níveis de prostaglandina E2 no fluido gengival crevicular durante o movimento dentário 29 ortodôntico. Os 42 pacientes foram divididos aleatoriamente em 3 grupos iguais (acetaminofeno, ibuprofeno e controle) e em todos foram realizadas a mesma mecânica de distalização dos caninos superiores com 150g de força. Como resultado, além de os níveis de PGE2 em todos os grupos aumentarem significativamente por 24 e 48 horas de aplicação da força e diminuir a níveis basais em 168 horas, não houve diferença significativa entre os grupos acetaminofeno e controle em qualquer ponto de tempo, entretanto, houve uma diminuição significativa nos níveis de PGE2 no grupo ibuprofeno em 24 e 48 horas quando em comparação com os outros dois grupos. Concluíram que o Paracetamol não mostrou efeito significativo sobre a síntese de prostaglandinas e pode ser a escolha segura em comparação com o ibuprofeno para aliviar a dor associada com a movimentação ortodôntica. Entretanto, Hammad e colaboradores (2012) concluem que o paracetamol tem efeito sobre a quantidade de osteoclastos e diminuem a taxa de movimentação do movimento dentário. Eles chegaram a essa conclusão ao realizar uma pesquisa no intuito de fornecer uma avaliação semi-quantitativa do efeito de diferentes analgésicos (um derivado da ácido acético, um inibidor seletivo de COX-2 e um derivado paraminofenólico, o paracetamol) na movimentação dentária e na reabsorção óssea, usando coloração imuno-histoquímica de metaloproteinase de matriz -13 (MMP -13). O estudo foi realizado em ratos que foram divididos em quatro grupos (três grupos que usariam os medicamentos e um grupo controle), os quais após a colocação do aparelho ortodôntico foram submetidos ao tratamento uma vez por dia durante dois meses. Após esse período os ratos foram sacrificados e foi possível averiguar que o derivado do ácido acético apresentou uma menor movimentação dentária, um menor número de osteoclastos na seção experimental analisada, além de um menor número de osteoclastos positivos para a MMP -13, tudo esses quesitos em comparação aos outros medicamentos utilizados, tais dados refletiram na taxa de movimentação dentária que foi significantemente reduzida. No sentido de avaliar a influência da dipirona sódica na movimentação dentária ortodôntica e na remodelação óssea, Dutra (2011), ao realizar um modelo de movimentação dentária induzida em ratos da espécie Wistar, encontrou que tal medicamento pode ser uma ferramenta segura no combate da dor durante o tratamento ortodôntico já que este não afetou a movimentação dentária. O mesmo dado foi 30 encontrado alguns anos antes por Ruellas e colaboradores (2002) ao avaliar a influência da dipirona no movimento dentário em coelhos. No intuito de analisar a influência do mecanismo de ação dos medicamentos paracetamol, ibuprofeno e nimesulida durante a movimentação dentária induzida e nas reabsorções radiculares associadas ao ponto de vista celular e de tecido ao microscópio óptico, Vilardi (2011) utilizou ratos da linhagem Wistar nos quais instalou uma mola de secção fechada ancorada nos incisivos superiores, movimentando mesialmente o primeiro molar superior esquerdo. Os animais foram divididos em quatro grupos: paracetamol, ibuprofeno, nimesulida e grupo controle submetidos à medicação diariamente. Em seguida os animais foram sacrificados e analisados e foi concluído que não houve diferença estatisticamente significante para as reabsorções radiculares e áreas hialinas com relação ao uso dos medicamentos utilizados e grupo controle durante a movimentação dentária induzida. No decorrer do trabalho pode-se encontrar uma variação de opiniões e achados nos quais todos parecem pertinentes. Ao perceber tais controvérsias, Consolaro e colaboradores (2010), fizeram uma avaliação crítica sobre trabalhos encontrados na literatura sobre os efeitos dos medicamentos durante a movimentação dentária induzida. Em sua pesquisa percebeu a falta de padronização em todos os apectos da metodologia. Concluiu que a grande diversidade e o antagonismo nos resultados apresentados geram confusões interpretativas e o levantamento bibliográfico sobre o assunto evidencia muitas vezes inexperiência com o modelo experimental e animal utilizado. Assim, se criam verdadeiras “correntes literárias”, aonde um trabalho vai citando outro sem checar detalhes metodológicos fundamentais, tais como, doses e período de uso dos medicamentos, animais, mecânica, força aplicada, dentes envolvidos e critérios de interpretação e mensuração dos resultados. Bartzela e colaboradores (2009) ressaltam quem não há evidências e explicações concretas de completa inibição do processo de movimentação dentária induzida, nem em períodos curtos ou longos de administração das drogas. Justificam suas conclusões com base na concepção de que as prostaglandinas não são os únicos moduladores da reabsorção óssea e movimentação dentária. Ainda consideram pelas pesquisas já realizadas, que a quantidade de força exata e necessária para criar o movimento dentário não foi padrozinada deduzindo que o estudo em animais são limitados e em períodos muito curtos. 31 Em alguns dos trabalhos acima citados o modelo de pesquisa principal foi ratos, pois são universalmente aceitos, sendo mais ético e passível de extrapolação para o homem, Consolaro (2007) considera favorável a morfologia radicular dos murinos, as proporções no tamanho dos seus molares e as peculiaridades anatômicas, apesar do metabolismo ser duas vezes maior que no homem. Von Böhl & Kuijpers-Jagtman (2009) relatam que pesquisas em animais justificam-se porque são numericamente mais representativas, quando comparadas à avaliação em humanos. A análise microscópica do movimento dentário induzido em humanos é limitada, uma vez que requer extrações, rompimento das fibras do ligamento periodontal e parte do tecido que deveria ser analizado fica aderida ao osso alveolar e suas consequentes alterações não podem ser analisadas. Voltando ao trabalho de Consolaro (2010), no qual avaliou uma pesquisa de Maldonado (2009) realizada a partir da padronização da literatura utilizada, o autor concordou que o ácido acetilsalicílico e o acetaminofeno não interferem nos fenômenos celulares e de tecidos da movimentação dentária induzida e no grau e frequência das reabsorções radiculares associadas. Tal fato encontra o afirmado anteriormente no texto que as prostaglandinas – alvo principal do ácido acetilsalicílico do acetaminofeno – não são os únicos mediadores locais da reabsorção óssea. Essas drogas atuam como moduladores da produção de prostaglandinas para controlar a dor e o desconforto, e não como inibidoras totais de sua síntese no local de estresse celular e inflamação, enquanto outros mediadores da reabsorção óssea continuam a atuar normalmente nos tecidos periodontais. 32 4. CONCLUSÃO Os Ortodontistas, no sentido de controlar a dor e o desconforto do paciente pós ativação do aparelho ortodôntico, devem dar prioridade a medicamentos seguros quanto a influência na movimentação dentária induzida, ou seja, medicamentos com ação antiinflamatória reduzida. Acetaminofeno, ácido acetilsalicílico, dipirona sódica, ibuprofeno, diclofenaco e nimesulida são drogas comumente prescritas. Esses medicamentos atuam como moduladores da produção de prostaglandinas e não como inibidores totais de sua síntese no local de estresse celular e inflamação, enquanto outros mediadores da reabsorção óssea continuam a atuar normalmente nos tecidos periodontais. O acetaminofeno é a droga de escolha para a dor ortodôntica, devida a sua ação primariamente analgésica, parecendo, portanto, não afetar, de forma significante, a movimentação dentária ortodôntica. 5. REFERÊNCIAS AMADEI, S. U. et al. A influência da deficiência estrogênica no processo de remodelação e reparação óssea. J Bras Patol Med Lab, v.42, nº 1, p. 5-12, Fev. 2006. 33 BARTZELA, T. et al. Medication effects on the rate of orthodontic tooth movement: a systemic literature review. Am J Orthod Dentofacial Orthop, v. 135, n. 1, p. 16-26, 2009. BERTHOLD, B.T.; FERREIRA, P; BERTHOLD, R. C. B. A influência dos analgésicos não opióides e antiinflamatórios não-esteróides no movimento ortodôntico. R. Ci. Med. Biol, v. 11, n. 3, p. 334-337, set./dez. 2012. BÖLH, V. M.; KUIJPERS-JAGTMAN A. M. Hyalinization during orthodontic tooth movement: a systemic review on tissue reactions. Eur J Orthod, v. 31, p. 30-36, 2009. CHAHADE, W. H.; GIORGI, R. D. N.; SZAJUBOK, J. C. M. 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