BOLETIM
MURAL CEG
Ago/2007 - 300 exemplares
Montanhismo - RJ
Travessia Petro-Tere (CBM)
Travessia Petro-Tere (CBM)
Boris e Raphael em Salinas
PJ na Torre de Bonsucesso
As caipiras na Festa Julina,
na sede do CEG
Nosso presidente, Schmidt,
só na caipirinha
Luiz Alberto e PJ no cume da torre central das Torres de Bonsucesso (PNTP).
IMPRESSO
Movimento Consciente
• Anhangava e Marumbi
programação
aniversariantes do mês
AGOSTO / 2007
Dia
Via / LLocal
ocal
Graduação
5
Babilônia / Urca
Diversas vias 3º/4º
5
Joana / Prainha
Estágio Supervisionado Escalada 2ºIII
22
palestra sobre prevenção e
tratamento de lesões no esporte
Sede Social
29
palestra sobre saúde, qualidade
de vida e perfomance no esporte
Sede social
palestra aberta a todos
os sócios
palestra aberta a todos
os sócios
Guia
Ricardo/Sblen
Sup: D.T.
Est: Ivan
Dr. André Lima
Dra. Tatiane
Barcelos
Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões.
MEU PPAI
AI
(autor desconhecido)
O que eu dizia quando tinha...
4 anos de idade: “O PAPAI sabe fazer qualquer coisa!”
5 anos: “Meu PAI sabe um bocado de coisas!”
6 anos: “Meu PAI é mais inteligente do que o seu!”
8 anos: “Meu PAI não sabe exatamente tudo!”
10: “Antigamente, no tempo do meu PAI, certamente as coisas eram diferentes!”
12: “Bem, claro que meu PAI não sabe tudo sobre isso. Ele está muito velho para
lembrar-se de sua
infância!”
14: “Não dê atenção ao meu PAI. Ele é muito antiquado!”
21: “Quem, ele? Ah, ele está completamente desatualizado!”
25: “Meu VELHO sabe um pouco sobre isso. Também pudera! Já faz um tempão
que ele nasceu!”
30: “Talvez devêssemos perguntar ao VELHO o que ele acha. Afinal de contas, ele
tem um bocado de experiência!”
35: “Eu não vou mexer um dedo sem conversar com o meu VELHO!”
40: “Imagino como meu VELHO teria cuidado disso. Ele era tão sábio e tinha uma
enorme experiência!”
50: “Daria tudo para ter meu PAI aqui agora para podermos conversar sobre isto.
Ele era tão sábio e eu nunca lhe dei o devido valor. Que pena! Poderia ter aprendido muito com ele!”
Para os guanabarinos, UM FELIZ DIA DO PAPAI.
2
agosto/2007
1 Julio Cesar da Silva Faria
1 Marcos de Barros Gober
1 Eduardo Gonçalves Canano
1 Fernando d’Oliveira
2 Nauta de Souza Drummond
2 Sérgio Ricardo de Souza Pinto
3 Alexandre Ururahy Rodrigues
3 Biagina Loredana Iannace Dourado
3 Claudio Alberto N. Duek
4 Daerson Garcia de Oliveira
4 Paulo Antônio Ramos Cavalcanti
5 Denise de Araújo Camara
5 Sérgio de Souza Bahia
5 Marcio Aurelio dos Santos Losada
5 João Vieira da Costa Júnior
5 Carlos Thadeu Duarte Santos
5 Luiz Fernando de Moraes
6 Arnaldo Peixoto da Silva
7 Dirlene Moraes Barros
7 Enok Veriano Nogueira Barra Junior
7 Marcelo Vasconcelos Moreno
7 Maria Gonçalves Vieira
8 Knut Eivind Borg
9 Celso Lima Rivera
10 Neuza Azevedo Bomfim
10 Alessandra de Lacerda Alves
10 Antonio Augusto de Bulhões
11 Sylvio Portugal Rodrigues
12 Idalina Vasconcellos Duarte
12 Orlando Costa Balod
12 Tânia Dias Mendes
12 Roberta Correira Maiani
12 Almir Martins Odilon
13 José Firmino Dias Lopes Filho
13 Marilice Baptista de Araújo
15 Malena Osorio Hor-myll
16 Constança Amaro de Azevedo
16 Roberto Luiz Pereira e Souza
17 Andre Luiz Pereira de Souza
17 Paulo de Camargo Fantinati
18 Denize Macêdo
20 Yvon Alberto de Andrade
20 Gisela Gutierrez del Cueto
20 Newton dos Santos Carvalho
21 Celso Roberto Romanelli
21 Juan Ramirez
23 George Grilho Loureiro
23 Heloisa Helena Lima de Brito
23 Luiz Fernando Pessoa Wellisch
24 Felipe de Menezes Assad
24 Helena Cristina Pereira Sampaio
24 Jorge Luiz de Moraes
24 Luis Haroldo Bandeira
27 Lucio Nazareno Porto da Silva
29 Vicenzo La Camera Neto
www.guanabara.org.br
Expediente
Presidente
Vice PPresidente
residente
Tesoureiro
Secretária Geral
Diretor Técnico
Diretor Social
Dir
Dir.. Meio Ambiente
Diretor Divulgação
Roberto Schmidt
Paulo Jorge R.Gaspar
Bóris Flegr
Monique Corrêa
Seblen Mantovani
Irini Petro E. Rodrigues
Nicole Ingouville
Carla Vieira
Rodolfo Campos
Colaboraram nesta edição:
Textos: Aline Alfacinha, Marcia Fregolon,
Roberto Schmidt, Suelly Ribeiro e Tatiane Barcelos
Fotos: Aline Alfacinha, Carla Vieira,
Boris Flegr e PJ
Edição e Diagramação:
Carla Vieira
Reuniões Sociais do CEG
Todas as quintas-feiras, a partir das 19h.
Caso queira contribuir com esse boletim,
envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões
ashington LLuiz,
uiz, 9 - cobertura para Rua W
Washington
Rio de Janeiro - RJ - Cep 20230-020 ou
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por e-mail: [email protected]
[email protected]
Tel.: 3285-8653
As matérias aqui publicadas não representam
necessariamente a posição oficial do Centro
Excursionista Guanabara. Ressaltamos
que o boletim é um espaço aberto àqueles
que queiram contribuir.
Tabela de PPreços
reços
Mensalidade*:
Mensalidade - casal*:
Matrícula ou Descongelamento:
Curso Básico de Montanhismo:
Curso Avançado de Escalada:
R$ 17,00
R$ 27,00
R$ 45,00
R$ 390,00
R$ 240,00
*Preços especiais para anuidade
11
Poxa, só não descobri ainda a origem
do ser escalador. Mas agora que sou um
deles, pesquisarei com mais vigor. E, talvez um dia, quem sabe, chegue a um remate esclarecedor. Afinal, sou animal
pensante: tenho polegar opositor. Mas, se
alguém já souber, pode me explicar por
favor?
Saudações e até o futuro.
Alfacinha*
*acepções para alfacinha:
1) diminutivo de alface
2) nome de um bloco de carnaval (em 2007
passou por santa teresa) em que as meninas
se auto-intitulam fáceis: “all-facinha”s
3) apelido da aline. origem etimológica: há
controvérsias, ainda não existe uma explicação oficial do criador do apelido. indícios: as
duas primeiras letras são iguais (ALine e
ALfacinha); a aline é vegetariana então só deve
comer alface e, como ela é baixinha, o apelido
acabou ficando alfacinha; em portugal, chamam de alfacinha quem nasce em Lisboa e,
como a aline tem inteligência de português...
Observações:
Quando se tratar da acepção 3 (apelido), o
termo pode ser usado em sua forma abreviada: alfa. Tal abreviação foi aprovada pelo
conselho galáctico, por considerar a portadora do apelido uma viajante do plano citado. A abreviação é bastante útil em momentos de preguiça do locutor ou em casos de
urgência, em que pronunciar o apelido completo pode implicar risco de vida. Ex.: um animal peçonhento muito próximo da alfacinha,
você grita “Alfa!!” e dará tempo para ela sair
correndo.
Notícias do PPassado:
assado: Sócio, ainda?
Caríssimos amigos montanhistas e caminhantes,
Fazendo uma busca no Google, esbarrei
numa citação de meu nome (data de aniversário: 30 de maio) num boletim do Centro
Excursionista Guanabara. Confesso que tomei um susto.... Misto de alegria e espanto.
Alegria pelo que significou o CEG para mim
no final dos anos 60 e espanto de ainda existir
traços de minha passagem por aí.
Obviamente, aconteceu um imediato
desfile mental das figurinhas que estiveram
ao meu lado neste período: Dacran, Luiz Pequeno, Lais, Heitor, Beth, Dino, Fred, Rosa,
Carioca, e mais um monte de gente que não
mais recordo seus nomes. Junto com os rostos, as lembranças de centenas de escaladas
inesquecíveis: Chaminé Stop, CEPI, Santos
Dumont, XV de Novembro, Chaminé Hungar,
Passagem dos Olhos, Castelos de Morro Açu,
Campo Escola de Cascadura e mais um
monte de lugares que íamos todas as semanas, com sol ou com chuva...
Já se vão 40 anos e parece que foi ontem. As histórias... Bem, com certeza meus
netinhos já ouviram algumas vezes e irão
10
continuar a ouvi-las enquanto eu existir. Talvez, em função do ditado: “quem conta um
conto aumenta um ponto”, a Pedra do Sino
seja um pouco mais alta na minha história...
A geada nas Prateleiras tenha sido um
pouquinho menos agressiva e o “Suplício”
não seja tão sufocante quanto realmente é.
De qualquer forma, tenho assunto para muitas noites de prosa. Deixo um grande abraço para todos. Moro atualmente em Pelotas
onde, depois de “véio” resolvi comprar uma
merendeira e voltar aos bancos escolares.
Faço um doutorado em “Agricultura Familiar” na Universidade Federal de Pelotas, sou
agrônomo e pesquisador da Embrapa.
Escalada? Não mais. Infelizmente uma
artrose nos dedos das mãos me impede. Fica
a saudade e a lembrança daquela garagem
na Tijuca.
Inté, Maciel.
Antonio Maciel Botelho Machado
Sócio nº 176 – 1968
Este texto foi recebido por email pela secretaria do CEG.
agosto/2007
editorial
As Duas Festas: a Junina e a Julina do CEG
No dia 30 de junho, foi realizada em
Sana, nossa Festa Junina, com o fechamento da Pousada Tangarás pelo casal Irini/Ivan
(ela como Diretora Social). Em decorrência
das chuvas que caíram nos dias anteriores,
não foi possível realizar a caminhada ao
Peito de Pombo, que o Flavinho guiaria. De
resto, tudo funcionou muito bem, sob a supervisão do Sr. Jorge, que garantiu toda a
infra da Tangarás para que a festa se desenrolasse sem problemas. Houve música
ao vivo com sanfoneiro e cantores, uma
grande fogueira, quadrilha e tudo mais que
uma clássica festa caipira pede.
Mas ficou um problema, Sana era longe e nem todos puderam ir. Por isso,
Carlinha, Boris e Rodolfo resolveram montar uma festa urbana na sede do CEG em
26 de julho, uma quinta-feira, dia da última reunião social do mês de julho.
Carlinha cuidou da decoração, músi-
ca e de uma parte da propaganda. Uma
outra parte ficou aos cuidados do Rodolfo.
O Boris cuidou da infra de alimentos e de
fermentados (cervejas) e cuidou do caixa
durante a festa, auxiliado pelo Rodolfo;
Schmidt cuidou dos destilados (caipirinhas), Lula cuidou do seu, já clássico,
Caldo Verde e das rifas que garantirão
mais plantas para o CEG (dois conjuntos
de costuras) e a já tradicional ajuda ao
grande escalador Paulo Macaco (uma
mochila de ataque), Francisco e Alex cuidaram do churrasco. Ivan e sua filhota se
encarregaram de substituir as coleções de
fotos do Sobral Pinto.
Com isso, o CEG bombou, com aproximadamente 60 pessoas, entre sócios e
convidados de outros clubes, principalmente do pessoal do CERJ, que compareceu em grande número.
Roberto Schmidt
Montanhistas,
Em fevereiro de 2002 foi realizado o Seminário de Mínimo Impacto em Paredes para o Complexo da Urca (www.femerj.org/Seminariode MUrca.html). Passados cinco anos será realizado mais um encontro para atualização das diretrizes na
época acordadas. Nesta nova Oficina de Trabalho serão reavaliadas questões já
abordadas no seminário anterior; visto que nesse período houve natural alteração
da realidade da região.
Assim serão temas de deliberação: Atualização de zoneamentos da região (ou
seja, áreas passíveis de novas conquistas); Uso de furadeiras em conquistas; Manutenção de trilhas; Discussão de casos específicos; 5. Assuntos diversos.
A oficina será no dia 11 de agosto de 2007, a partir das 8h, na UNIRIO,
situada à Av. Pasteur, 458 - Urca
Sua participação nesse processo é fundamental!
Comissão de Organização I Oficina de Atualização
das Diretrizes de Mínimo Impacto da Urca
www.guanabara.org.br
3
saúde
artigo
MOVIMENTO CONSCIENTE
Uma Questão de Saúde, Qualidade de
Vida e... Fisioterapia?!
Como vim parar (ou escalar) no CEG
Quando resolvi escrever sobre o trabalho
que desenvolvo com um grupo de montanhistas
do CEG, há uns quatro meses, a maior dificuldade que encontrei foi definir por onde
começar. Depois de duas edições do Boletim
do CEG pensando, concluí que a melhor forma era passar a questão à diante. Assim sendo, tenho algumas perguntas a fazer: Como
você define “Saúde”? Dentro desta definição,
você considera que a possui ou não? Ela é
boa, regular ou ruim? Ela te permite realizar
tudo o que deseja? Você subdivide a “Saúde”
em áreas, como: Saúde Física, Mental, Emocional etc.? Além dessas, muitas outras perguntas podem ser feitas.
Com relação à saúde, muitas informações
estão acessíveis a todos. A Declaração de
Alma-Ata, de 1978, enfatiza que a Saúde estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade - é um direito humano
fundamental, e que a consecução do mais alto
nível possível de saúde é a mais importante
meta social mundial, cuja realização requer a
ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além do setor saúde.
Já, a Carta de Ottawa, de 1986, dispõe
que Promoção da Saúde é o nome dado ao
processo de capacitação da comunidade para
atuar na melhoria de sua qualidade de vida e
saúde, incluindo uma maior participação no
controle deste processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. Destaca-se que a saúde é o maior recurso para o
desenvolvimento social, econômico e pessoal, assim como uma importante dimensão da
qualidade de vida. Fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais,
comportamentais e biológicos podem tanto
favorecer como prejudicar a saúde. As ações
de promoção da saúde objetivam, através da
4
defesa da saúde, fazer com que as condições
descritas sejam cada vez mais favoráveis.
O Grupo de Qualidade de Vida, da divisão de Saúde Mental da Organização Mundial de Saúde, definiu Qualidade de Vida como
“a percepção do indivíduo de sua posição na
vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus
objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Dessa forma, podemos nos perguntar o
que estamos percebendo em nossas vidas. A
partir daí, surge a seguinte questão: estamos
satisfeitos com o que percebemos? E, seguindo o caminho natural das coisas: o que estamos
fazendo para melhorar ou mudar o que nos
incomoda? Felizmente, estamos cada vez mais
conscientes do quanto a nossa qualidade de
vida tem sido prejudicada ou deixada de lado
e, do que podemos fazer para mudar isso.
Cada vez mais, faz-se presente um apelo para
uma vida mais consciente, com uma alimentação mais saudável e com uma prática regular de alguma atividade física que, não só traga saúde ao corpo, mas que também dê um
pouco de prazer e bem-estar.
Já mudou de idéia quanto a sua saúde?
Não faça isso antes de refletir um pouco mais.
Durante muito tempo, o corpo humano foi
visto como sendo constituído apenas por um
conjunto de alavancas ósseas, movimentadas
pelo sistema muscular. Atualmente, o homem é
visto como uma síntese dinamicamente complexa, na qual o corpo e a psiquê se integram,
isto é, existe uma unidade bio-psicofísica
indissociável. Dessa forma, pode-se perceber
que a atividade corporal está relacionada com
diversos fatores que se inter-relacionam, como:
ansiedade, estresse, personalidade, qualidade
de vida, atividade profissional etc. Da mesma
maneira, o movimento corporal passou a ser
visto como a expressão da totalidade do homem, isto é, é a expressão de um gesto de natureza interior, de uma vontade finalizada e,
portanto, não esgota a própria função no moagosto/2007
Sempre achei que escaladores fossem
seres galácticos criados em incubadoras
especiais; que eles iniciavam a prática após
certo tempo de maturação em seus casulos de formato bivaco-barracóidico; que
eram marginais (não no sentido pejorativo, mas no de viver à margem da sociedade); que não tinham família biológica nem
amigos que não fossem escaladores.
Isso até certo evento. Até encontrar por
acaso uma amiga que eu havia perdido
contato há tempo. Eu estava a aprender
uma música alemã enquanto subia a pista Cláudio Coutinho, quando desconfiei
que, dentre os seres escaladores que desciam conversando, estava a Marcinha.
Gritei timidamente. Quase um sussurro.
Isso porque, se o ser escalador não fosse
quem eu pensava, eu poderia fingir que
estava lendo para mim mesma o papel que
segurava. Lembrem que eu não sabia se
aqueles seres falavam com nãoescaladores, e eu também nem conhecia
suas armas (possivelmente desintegradoras).
Durante os poucos milésimos de segundo que antecederam o segundo chamado, surgiram milhões de pensamentos.
Lembrei da época em que a conheci, na
faculdade. Ela usava um sobretudo e corte de cabelo tais, que eu a chamava de
Trinity (Matrix). Mas o convívio não durou
tanto, pois ela simplesmente desapareceu
alguns meses depois. Opa! Será que era
isso? Ela sumiu por ter se desconectado
da Matriz? Será que os escaladores eram
os [a]cordados da Matriz? Aquilo tudo era
muito confuso, e igualmente assustador.
Emiti o segundo chamado. Mas ninguém ouvia. E já estávamos nos cruzando. O terceiro chamado deveria vir logo,
www.guanabara.org.br
e de preferência mais alto, ou eles passariam e eu viveria para sempre com a dúvida. Mas, ei! Eu queria a pílula vermelha! Então chamei de novo. Minhas cordas vocais vibraram bem fracamente,
nada que cutucasse os tímpanos daqueles seres. A não ser o de um deles, que
logo chamou a Marcinha. (Depois soube
que o atento ouvinte era o Boris Psycho
Boy, e os outros eram o Playboy e a
Monique). Eles pararam e tivemos conversas viajatórias, tendo que continuar o papo
em um bar da Urca.
Foi a partir daí que voltei a ter contato
com a Trinity, e passei a ver seres do clube em alguns eventos sociais aleatórios.
Gostei dos seres. E quando descobri que
o nome do clube era Ceg, tive a certeza
de que esse pessoal tinha gás mesmo. Só
demorei a fazer o CBM por compromissos da vida real. Esperei quase dois mil
anos para tomar a pílula vermelha. E afirmo que valeu a pena ter esperado.
Parabenizo todos os que contribuíram
para que o curso fosse deveras “da porra”. Listar nomes ou mesmo funções seria
caminho aberto para omissão de alguns.
Então reforço que os parabéns, assim
como o agradecimento, são destinados a
todos que participaram do processo.
Também os alunos recebem os agradecimentos e congratulações. A turma foi
muito unida, raçuda, comilona e animada. Do campo escola Grajaú até a travessia Petrópolis-Teresópolis foi uma jornada e tanto. Adorei esses três meses, que
considero fase de semeadura, e espero
que todos continuem na trilha, literalmente, para não deixar morrer o que nasceu
de nossas aventuras no CBM.
9
nhada é bem marcada com fitas vermelhas. Mas, se não fosse pelas fitas, aposto que o COSMO ia ter mais trabalho, já
que a trilha vai seguindo aleatoriamente
pelas raízes das árvores e às vezes parece
bem mais feia que as alternativas. Ela também é toda equipada com cordas, correntes e degraus de ferro e, mais uma vez, me
pareceu razoável que fosse assim; suspeito que alguns trechos seriam impossíveis
sem essas intervenções. Pense num Dedo
de Deus maior e mais íngreme.
Eu via o meu irmão (o Valmor, que o
Sérgio se despediu da gente em Curita)
andando por aquela pirambeira
disgramenta e me desesperava, mas ele
fez tudo numa boa. Por via das dúvidas,
eu não olhava quando ele tinha que fazer algum lance exposto; zunia na frente
e deixava o Sblen que se virasse com ele.
Alem de me livrar da chata da consciência, eu ainda tinha um bônus por seguir
sozinha: dava pra ficar mais tempo ruminando a paisagem!
Chegando na Ponta do Tigre, tava
ventando à pampa e ficou frião. O Sblen
começou a insistir pra eu pegar meu
anorak porque eu tava gripada, eu dizia
Essas meninas da cidade grande....
Retornando do Alcobaça, Montanha
situada em Petrópolis, passamos por
algumas plantações de verduras e hortaliças quando de repente nos deparamos com algumas cabeças de gado
pastando. Eis que de repente, um certa
“participante verdinha” faz o seguinte
comentário: “Gente!!! Aquela vaca
além de ter os chifres maiores, também
só tem uma teta“.
8
que tava dentro da mochila dele, mas,
como ele não me ouvia, ficava injuriado
e bibocava na frente; isso por minutos
suficientes pra eu ficar azul e ele começar
a me chamar pelo nome completo, uma
afronta! Por sorte, antes dum divórcio ou
homicídio, o Valmor nos alcançou e, com
sua incrível habilidade para leitura labial,
resolveu o impasse. Pouco depois decidimos transformar a Total em Parcial, que o
tempo tava feio... chegamos cedo ao camping, arrumamos tudo com calma e ficamos esperando o trem, que não tinha a
menor pressa mas chegou.
Essa viagem de trem é um clássico da
cultura paranaense! Ele vai cruzando a
Serra do Mar sempre à beira ou por cima
de um abismo, dá até uma adrenadinha.
O chato é que acaba, e aí já é hora de
embarcar pro Rio e pro trabalho e pra vida
de todo dia. O ácido lático começou a se
manifestar logo que entramos no busão,
souvenir do Marumbi. E a minha voz cismou de voltar no dia 2, mas, mordida de
cobra (ou seria de aranha marrom?), achei
melhor despachar esse blablablá todo
com tinta mesmo.
Marcia FFregolon
regolon
Novo livro e D
VD de Niclevicz
DVD
Chegar ao topo do K2 é o sonho de
muitos montanhistas, mas, privilégio para
poucos. A saga da conquista realizada
pelo brasileiro Waldemar Nicleviz estará
nas livrarias a partir do mês de agosto
quando serão lançados o livro e o DVD,
“Um Sonho Chamado K2”.O lançamento nacional ocorrerá em São Paulo, na
Adventure Sports Fair, de 24 a 26 de
agosto; em Curitiba, no dia 30 de agosto e, no Rio, o livro e o DVD chegarão
no dia 5 de setembro, quando serão lançados no CEB, a partir das 18h.
agosto/2007
mento em que se realiza.
Da mesma forma, a postura, que é definida apenas como o arranjo relativo das partes
do corpo, envolve um complexo mecanismo
para atingir o equilíbrio nas diversas atitudes
corporais assumidas no dia a dia. Cada um
reflete, inconscientemente, no movimento exterior, a condição interior e a sua personalidade. Assim, a postura é considerada uma verdadeira e própria forma de linguagem, uma vez
que cada um se move assim como se sente. A
postura, de uma forma integral, exprime o que
experimenta um organismo na situação atual,
como ele vive, e é, por isso, uma resposta global de acomodação ao ambiente, uma correlação entre os aspectos corporais e mentais do
comportamento.
Assim sendo, estamos conscientes ou inconscientes sobre os aspectos que influenciam nossa Saúde? Você sabe quantos mecanismos são ativados e desativados pelo cérebro para realizar um simples movimento? Você
tem consciência sobre os eventos que se passam dentro e fora do seu corpo? No dicionário
Aurélio, encontramos autoconsciência definida
como “consciência que adquire capacidade de
refletir sobre si mesma, isto é, que se reconhece como o domínio da racionalidade, do pensamento, ou dos chamados estados interiores;
consciência de si”.
A reflexão sobre esses conceitos apresentados nos leva a questionar as situações que
estão presentes no nosso cotidiano, relacionando o que fazemos com o cultivo ou não
da Saúde que desejamos. A partir do momento em que tomamos consciência disso, podemos caminhar em diferentes direções. Se
estamos sentindo dor, podemos buscar ajuda
para atacar a causa e eliminá-la. Se estamos
com dificuldade de escalar uma via, podemos
procurar recursos, mesmo que artificiais, para
superá-la. Se queremos chegar à idade dos
“enta” fazendo caminhadas em trilhas, escalando vias mais difíceis e nos realizando no
que quisermos fazer, temos que despertar o
quanto antes e nos mover conscientemente em
busca de fatores que nos possibilitem alcançar os nossos objetivos.
Bem..., você deve estar se perguntando porque esse artigo ainda não acabou... porque fica
insistindo nessa conversa chata sobre mudar as
www.guanabara.org.br
coisas... E, onde entra a Fisioterapia que está
no título do artigo?
Aqui está!... As intervenções destinadas a
prevenir lesões e enfermidades estão entre os
instrumentos que os fisioterapeutas utilizam em
situações diárias para atender as necessidades
de saúde dos pacientes. Tradicionalmente, o
papel do fisioterapeuta na prevenção e no bemestar tem se concentrado apenas em prevenir
um reaparecimento da lesão ou da enfermidade que o paciente já experimentou, ou em
identificar os fatores de risco e impedir que se
transformem em doença. Apesar de válidos,
esses esforços levam a resultados limitados, pois
são aplicados após o surgimento do risco, da
enfermidade ou da lesão.
As atuais práticas fisioterapêuticas determinam que haja uma interação primária com os
clientes, com intuito de promover a saúde e
aprimorar o bem-estar, antes de se transformarem em pacientes. Por todos esses motivos
apresentados e por várias influências que recebi na minha formação profissional, organizei, dentro da chamada Fisioterapia Preventiva, uma forma de trabalhar que dei o nome
de Movimento Consciente
Consciente. O trabalho é desenvolvido em pequenos grupos e com o objetivo de dar condições aos praticantes de melhorar sua qualidade de vida, a partir da reorganização motora e do desenvolvimento da
consciência corporal.
Vale destacar que vários métodos e técnicas se predispõem a reorganizar as posturas
corporais e que, na maioria, abordam o indivíduo de forma global segundo o conceito de
Cadeias Musculares, que são linhas de força
formadas pelas aponeuroses que ligam os
músculos. Por essa razão, movimentos ou tensões de determinado grupo muscular produzem conseqüências em todo o conjunto das
cadeias. Assim sendo, em um corpo não existirá boa morfologia sem o equilíbrio das tensões a que é submetido. Dentre as abordagens
corporais existentes, são utilizadas no trabalho
terapêutico: a Reeducação Postural Global, a
Reestruturação Postural Ativa, o Alongamento
Global Isométrico Reeducativo, o IsoStretching, o Stretching Global Ativo, a
Antiginástica, o Mat Pilates, o Yoga e alguns
elementos da Dança Contemporânea.
Dra. TTatiane
atiane Barcelos – FFisioterapeuta
isioterapeuta
5
artigo
artigo
Anhangava e Marumbi, 2005
“E aí, sobrevivente?” É como a galera
do trabalho me cumprimenta depois de
duas semanas viajandinho. Enquanto dou
voltas na minha cabeça, vem a explicação: “como foi o acidente?”
Ah, sim... parece que já faz tanto tempo! É, isso, cheguei a Curita no 17 (de
dezembro de 2005) pela manhã, meu irmão (Valmor) me esperando na rodô, bora
pra Floripa, encontramos outro irmão (Sérgio), aí rolou o acidente. Carro
desgovernado, a galera na rua vazando
pra onde dava e o muro que veio a toda
na contramão; paramos. Eu, depois do
carro e do muro, fui a maior vítima: dois
dedos do pé cortadinhos.
Passamos uns dias meio bisonhos depois, gastrite total, tentando descolar com a
seguradora um carro reserva. De volta pra
Curita prosseguia a bisonhice, e acabei me
mandando pro Oeste Selvagem do Paraná
antes dos meus irmãos, que chegaram lá
só no 23 de noite, já com o Sblen (tio Blen,
pra minha sobrinha mais linda do mundo).
Aí, Natal em família, visitar a parentada no
Oeste Mais Longe Ainda e o Sblen deslumbrado com a Juleca (Júlia, vem tomar banho! / Calma, mãe, estou tirando umas
fotos!), o sol das 9 da noite e o campo de
futebol gigante que é Palotina. Há quem
não acredite que o mundo seja redondo,
mas lá dá pra ver a curva direitinho!
No 26, às 10h da matina já tava todo
mundo na rodoferroviária de Curitiba: os
irmãos João Pedro esperando o Eduardo;
o Eduardo esperando eu, Sblen, Valmor e
Sérgio, a gente esperando o Boris e a
Monique. Todos apresentados, catamos o
latão pra Quatro Barras, não sem antes
providenciar suprimentos na Pop House
(não tenta adivinhar: é uma loja de comi6
da natureba parecida com a Casa Pedro,
só que muito melhor). Conexão pra Borda
do Campo, chegamos rapidinho no último
ponto alcançado pelo transporte público e
seguimos a pé pro super confortável Refúgio Cinco Treze com nossas mochilas megalomaníacas. O Xikão nos apresentou o
refúgio, arrumamos o equipo e, depois de
alguma enrolação, fomos dar uma olhada
no chuvisquento Anhangava (menos o
psycho casal, que tava detonado).
As vias lá são curtas e bem protegidas,
com graus variados de dificuldade. Escalamos todos os dias e fomos ficando cada
vez mais feios; ô pedrinha machuquenta da
pega! Foi um festival de raladas fenomenal, principalmente na bem batizada
Mocréia Peluda. Eu, que já tava me sentindo um lixo, escalando malzão depois de
um tempo parada, ainda me fiz o favor de
voar guiando numa via de segundo grau!
Monique, a melhor seguradora do planeta, evitou que o estrago fosse maior que
dois raladinhos: um na mão, outro no orgulho. Depois ainda rolou uma síndrome
de Belay Bunny por muito tempo, acho que
até hoje (em 2007). Ainda bem que o Sérgio, que nunca tinha escalado antes, se
encarregou de limpar o nome da família e
espantou todo mudo: fez um quarto grau
no primeiro dia, um quinto no segundo e
um sexto sup no terceiro!
A gente tava na mó leseira e só saía
do refúgio pelas onze, mas lá anoitece um
pouco mais tarde e às oito da noite ainda
era tranqüilo pra voltar. De noite, conversar com a galera do refúgio, comer o rango
maravilhoso da Dani e tomar umas cervas. Rolava um clima bonzão ali, todo
mundo dando dicas sobre vias e trocando
contatos pra viagens. No segundo dia, o
agosto/2007
Xikão fez uma exibição de slides e eu fiquei embasbacada ao ver o Anhangava
contra o céu azul nas fotos. Até então tava
só naquele chove-não-molha e, por alguma razão obscura, eu achava que lá não
fazia sol nunca! O tempo melhorou a partir de então e ficou realmente bom no resto
da semana, pena que o Eduardo e os irmãos João Pedro já tinham ido embora.
Miau, miau... quase no cume do
Anhangava, seria um filhote de gato-domato? Ou vai ver uma cria perdida da
Resina, a mascote do 5.13? Epa, será que
jaguatirica também mia? Eu e a Monique
ficamos tentando encontrar o bichinho
(que raios ele tá fazendo escondido nesse
charco?) logo seguidas do Sblen, câmara
na mão, quase flagrando o pilantra. Acabamos desistindo e, mais tarde, escalando na Pedra dos Incas (a mais
machuquenta de todas, e a minha preferida), conhecemos uma galera maneirinha
que esclareceu tudo: era um sapinho com
desvios seríssimos de personalidade!
No dia 30 conseguimos a façanha de
sair do refúgio às 10 da matina! Fizemos
a Sétimo Dia antes de dizer tchau, descemos na velocidade da luz e arrumamos
tudo pra voltar pra Curita... saímos
voandão, mas nem assim conseguimos
passagens de trem pro Marumba no dia
seguinte. Ao invés disso, seguimos o conselho da Dani e fomos de ônibus até
Morretes, e depois de trem até o parque.
Melhor assim: pudemos dormir até mais
tarde, viajar pela Graciosa e ainda almoçar barreado em Morretes no 31, olhando pro Nhundiaquara e pras nuvens se
formando opressivas sobre o Marumbi.
Enquanto nos acomodávamos no restaurante, aconteceu uma das coisas mais bizarras da minha vida: minha voz saiu de
férias! Me deixou na mão por dois dias,
me fazendo depender da caridade alheia
pra traduzir meus pedidos pro garçom.
Sorte que não tinha ninguém realmente
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psycho entre nós e eu comi até ficar triste!
O difícil mesmo era quando eu estava isolada do nosso grupo; aí, só me fazendo
de surda para conseguir um nível de convívio social relativamente satisfatório.
No Marumbi, nos surpreendemos com
o tempo. Tinha caído o maior pé d’água
em Morretes, e apesar de parecer que as
nuvens estavam justamente lá em cima,
estava tudo seco. Nos registramos na entrada do parque e ficamos um tempinho
conversando com o Alemão sobre os nossos planos pro dia 1º: fazer a Total, começando pelo Abrolhos (que, aliás, é a cara
do Sino, aqui no ARNASO). O Alemão,
muito solicitamente, nos dava informações
sobre a caminhada e sobre o COSMO
(Corpo de Socorro em Montanha) e, enquanto ele falava sobre como a caminhada era pesada e como eles ficaram felizes
na primeira vez que conseguiram resgatar
alguém com vida (é, porque no começo
eles só tinham que seguir os urubus para
encontrar os sumidos, e o primeiro vivo
apareceu lá pelo 7º resgate) eu,
inconsolavelmente muda, meio que pensava: “ei, eu sou montanhista, tá ligado?”
Fomos pro camping, que tem uma infra
legal, é gratuito e conservado pelos próprios visitantes. Encontramos um povo que
já tínhamos visto no Anhangava, batemos
um papo, arrumamos as barracas, enfrentamos heroicamente centenas de milhares
de espécies de mosquitos (quando voltamos, contei as marcas no braço esquerdo
do Sblen: 50), fizemos nossa ceia de
Pringles com Nutella na barraca maior e
brincamos de tirar foto. Na virada do ano
já tava todo mundo dormindo, que o dia
seguinte ia ser puxadão.
Cedinho no dia 1º, largamos a maior
parte dos nossos trecos na casa do Alemão
e tocamos pra cima, apesar do chuvisco (as
trilhas lá são fechadas quando chove, sempre achei que para proteger o solo).
Impossível se perder na Total, a cami7
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