BOLETIM MURAL CEG Ago/2007 - 300 exemplares Montanhismo - RJ Travessia Petro-Tere (CBM) Travessia Petro-Tere (CBM) Boris e Raphael em Salinas PJ na Torre de Bonsucesso As caipiras na Festa Julina, na sede do CEG Nosso presidente, Schmidt, só na caipirinha Luiz Alberto e PJ no cume da torre central das Torres de Bonsucesso (PNTP). IMPRESSO Movimento Consciente • Anhangava e Marumbi programação aniversariantes do mês AGOSTO / 2007 Dia Via / LLocal ocal Graduação 5 Babilônia / Urca Diversas vias 3º/4º 5 Joana / Prainha Estágio Supervisionado Escalada 2ºIII 22 palestra sobre prevenção e tratamento de lesões no esporte Sede Social 29 palestra sobre saúde, qualidade de vida e perfomance no esporte Sede social palestra aberta a todos os sócios palestra aberta a todos os sócios Guia Ricardo/Sblen Sup: D.T. Est: Ivan Dr. André Lima Dra. Tatiane Barcelos Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões. MEU PPAI AI (autor desconhecido) O que eu dizia quando tinha... 4 anos de idade: “O PAPAI sabe fazer qualquer coisa!” 5 anos: “Meu PAI sabe um bocado de coisas!” 6 anos: “Meu PAI é mais inteligente do que o seu!” 8 anos: “Meu PAI não sabe exatamente tudo!” 10: “Antigamente, no tempo do meu PAI, certamente as coisas eram diferentes!” 12: “Bem, claro que meu PAI não sabe tudo sobre isso. Ele está muito velho para lembrar-se de sua infância!” 14: “Não dê atenção ao meu PAI. Ele é muito antiquado!” 21: “Quem, ele? Ah, ele está completamente desatualizado!” 25: “Meu VELHO sabe um pouco sobre isso. Também pudera! Já faz um tempão que ele nasceu!” 30: “Talvez devêssemos perguntar ao VELHO o que ele acha. Afinal de contas, ele tem um bocado de experiência!” 35: “Eu não vou mexer um dedo sem conversar com o meu VELHO!” 40: “Imagino como meu VELHO teria cuidado disso. Ele era tão sábio e tinha uma enorme experiência!” 50: “Daria tudo para ter meu PAI aqui agora para podermos conversar sobre isto. Ele era tão sábio e eu nunca lhe dei o devido valor. Que pena! Poderia ter aprendido muito com ele!” Para os guanabarinos, UM FELIZ DIA DO PAPAI. 2 agosto/2007 1 Julio Cesar da Silva Faria 1 Marcos de Barros Gober 1 Eduardo Gonçalves Canano 1 Fernando d’Oliveira 2 Nauta de Souza Drummond 2 Sérgio Ricardo de Souza Pinto 3 Alexandre Ururahy Rodrigues 3 Biagina Loredana Iannace Dourado 3 Claudio Alberto N. Duek 4 Daerson Garcia de Oliveira 4 Paulo Antônio Ramos Cavalcanti 5 Denise de Araújo Camara 5 Sérgio de Souza Bahia 5 Marcio Aurelio dos Santos Losada 5 João Vieira da Costa Júnior 5 Carlos Thadeu Duarte Santos 5 Luiz Fernando de Moraes 6 Arnaldo Peixoto da Silva 7 Dirlene Moraes Barros 7 Enok Veriano Nogueira Barra Junior 7 Marcelo Vasconcelos Moreno 7 Maria Gonçalves Vieira 8 Knut Eivind Borg 9 Celso Lima Rivera 10 Neuza Azevedo Bomfim 10 Alessandra de Lacerda Alves 10 Antonio Augusto de Bulhões 11 Sylvio Portugal Rodrigues 12 Idalina Vasconcellos Duarte 12 Orlando Costa Balod 12 Tânia Dias Mendes 12 Roberta Correira Maiani 12 Almir Martins Odilon 13 José Firmino Dias Lopes Filho 13 Marilice Baptista de Araújo 15 Malena Osorio Hor-myll 16 Constança Amaro de Azevedo 16 Roberto Luiz Pereira e Souza 17 Andre Luiz Pereira de Souza 17 Paulo de Camargo Fantinati 18 Denize Macêdo 20 Yvon Alberto de Andrade 20 Gisela Gutierrez del Cueto 20 Newton dos Santos Carvalho 21 Celso Roberto Romanelli 21 Juan Ramirez 23 George Grilho Loureiro 23 Heloisa Helena Lima de Brito 23 Luiz Fernando Pessoa Wellisch 24 Felipe de Menezes Assad 24 Helena Cristina Pereira Sampaio 24 Jorge Luiz de Moraes 24 Luis Haroldo Bandeira 27 Lucio Nazareno Porto da Silva 29 Vicenzo La Camera Neto www.guanabara.org.br Expediente Presidente Vice PPresidente residente Tesoureiro Secretária Geral Diretor Técnico Diretor Social Dir Dir.. Meio Ambiente Diretor Divulgação Roberto Schmidt Paulo Jorge R.Gaspar Bóris Flegr Monique Corrêa Seblen Mantovani Irini Petro E. Rodrigues Nicole Ingouville Carla Vieira Rodolfo Campos Colaboraram nesta edição: Textos: Aline Alfacinha, Marcia Fregolon, Roberto Schmidt, Suelly Ribeiro e Tatiane Barcelos Fotos: Aline Alfacinha, Carla Vieira, Boris Flegr e PJ Edição e Diagramação: Carla Vieira Reuniões Sociais do CEG Todas as quintas-feiras, a partir das 19h. Caso queira contribuir com esse boletim, envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões ashington LLuiz, uiz, 9 - cobertura para Rua W Washington Rio de Janeiro - RJ - Cep 20230-020 ou .br por e-mail: [email protected] [email protected] Tel.: 3285-8653 As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Centro Excursionista Guanabara. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto àqueles que queiram contribuir. Tabela de PPreços reços Mensalidade*: Mensalidade - casal*: Matrícula ou Descongelamento: Curso Básico de Montanhismo: Curso Avançado de Escalada: R$ 17,00 R$ 27,00 R$ 45,00 R$ 390,00 R$ 240,00 *Preços especiais para anuidade 11 Poxa, só não descobri ainda a origem do ser escalador. Mas agora que sou um deles, pesquisarei com mais vigor. E, talvez um dia, quem sabe, chegue a um remate esclarecedor. Afinal, sou animal pensante: tenho polegar opositor. Mas, se alguém já souber, pode me explicar por favor? Saudações e até o futuro. Alfacinha* *acepções para alfacinha: 1) diminutivo de alface 2) nome de um bloco de carnaval (em 2007 passou por santa teresa) em que as meninas se auto-intitulam fáceis: “all-facinha”s 3) apelido da aline. origem etimológica: há controvérsias, ainda não existe uma explicação oficial do criador do apelido. indícios: as duas primeiras letras são iguais (ALine e ALfacinha); a aline é vegetariana então só deve comer alface e, como ela é baixinha, o apelido acabou ficando alfacinha; em portugal, chamam de alfacinha quem nasce em Lisboa e, como a aline tem inteligência de português... Observações: Quando se tratar da acepção 3 (apelido), o termo pode ser usado em sua forma abreviada: alfa. Tal abreviação foi aprovada pelo conselho galáctico, por considerar a portadora do apelido uma viajante do plano citado. A abreviação é bastante útil em momentos de preguiça do locutor ou em casos de urgência, em que pronunciar o apelido completo pode implicar risco de vida. Ex.: um animal peçonhento muito próximo da alfacinha, você grita “Alfa!!” e dará tempo para ela sair correndo. Notícias do PPassado: assado: Sócio, ainda? Caríssimos amigos montanhistas e caminhantes, Fazendo uma busca no Google, esbarrei numa citação de meu nome (data de aniversário: 30 de maio) num boletim do Centro Excursionista Guanabara. Confesso que tomei um susto.... Misto de alegria e espanto. Alegria pelo que significou o CEG para mim no final dos anos 60 e espanto de ainda existir traços de minha passagem por aí. Obviamente, aconteceu um imediato desfile mental das figurinhas que estiveram ao meu lado neste período: Dacran, Luiz Pequeno, Lais, Heitor, Beth, Dino, Fred, Rosa, Carioca, e mais um monte de gente que não mais recordo seus nomes. Junto com os rostos, as lembranças de centenas de escaladas inesquecíveis: Chaminé Stop, CEPI, Santos Dumont, XV de Novembro, Chaminé Hungar, Passagem dos Olhos, Castelos de Morro Açu, Campo Escola de Cascadura e mais um monte de lugares que íamos todas as semanas, com sol ou com chuva... Já se vão 40 anos e parece que foi ontem. As histórias... Bem, com certeza meus netinhos já ouviram algumas vezes e irão 10 continuar a ouvi-las enquanto eu existir. Talvez, em função do ditado: “quem conta um conto aumenta um ponto”, a Pedra do Sino seja um pouco mais alta na minha história... A geada nas Prateleiras tenha sido um pouquinho menos agressiva e o “Suplício” não seja tão sufocante quanto realmente é. De qualquer forma, tenho assunto para muitas noites de prosa. Deixo um grande abraço para todos. Moro atualmente em Pelotas onde, depois de “véio” resolvi comprar uma merendeira e voltar aos bancos escolares. Faço um doutorado em “Agricultura Familiar” na Universidade Federal de Pelotas, sou agrônomo e pesquisador da Embrapa. Escalada? Não mais. Infelizmente uma artrose nos dedos das mãos me impede. Fica a saudade e a lembrança daquela garagem na Tijuca. Inté, Maciel. Antonio Maciel Botelho Machado Sócio nº 176 – 1968 Este texto foi recebido por email pela secretaria do CEG. agosto/2007 editorial As Duas Festas: a Junina e a Julina do CEG No dia 30 de junho, foi realizada em Sana, nossa Festa Junina, com o fechamento da Pousada Tangarás pelo casal Irini/Ivan (ela como Diretora Social). Em decorrência das chuvas que caíram nos dias anteriores, não foi possível realizar a caminhada ao Peito de Pombo, que o Flavinho guiaria. De resto, tudo funcionou muito bem, sob a supervisão do Sr. Jorge, que garantiu toda a infra da Tangarás para que a festa se desenrolasse sem problemas. Houve música ao vivo com sanfoneiro e cantores, uma grande fogueira, quadrilha e tudo mais que uma clássica festa caipira pede. Mas ficou um problema, Sana era longe e nem todos puderam ir. Por isso, Carlinha, Boris e Rodolfo resolveram montar uma festa urbana na sede do CEG em 26 de julho, uma quinta-feira, dia da última reunião social do mês de julho. Carlinha cuidou da decoração, músi- ca e de uma parte da propaganda. Uma outra parte ficou aos cuidados do Rodolfo. O Boris cuidou da infra de alimentos e de fermentados (cervejas) e cuidou do caixa durante a festa, auxiliado pelo Rodolfo; Schmidt cuidou dos destilados (caipirinhas), Lula cuidou do seu, já clássico, Caldo Verde e das rifas que garantirão mais plantas para o CEG (dois conjuntos de costuras) e a já tradicional ajuda ao grande escalador Paulo Macaco (uma mochila de ataque), Francisco e Alex cuidaram do churrasco. Ivan e sua filhota se encarregaram de substituir as coleções de fotos do Sobral Pinto. Com isso, o CEG bombou, com aproximadamente 60 pessoas, entre sócios e convidados de outros clubes, principalmente do pessoal do CERJ, que compareceu em grande número. Roberto Schmidt Montanhistas, Em fevereiro de 2002 foi realizado o Seminário de Mínimo Impacto em Paredes para o Complexo da Urca (www.femerj.org/Seminariode MUrca.html). Passados cinco anos será realizado mais um encontro para atualização das diretrizes na época acordadas. Nesta nova Oficina de Trabalho serão reavaliadas questões já abordadas no seminário anterior; visto que nesse período houve natural alteração da realidade da região. Assim serão temas de deliberação: Atualização de zoneamentos da região (ou seja, áreas passíveis de novas conquistas); Uso de furadeiras em conquistas; Manutenção de trilhas; Discussão de casos específicos; 5. Assuntos diversos. A oficina será no dia 11 de agosto de 2007, a partir das 8h, na UNIRIO, situada à Av. Pasteur, 458 - Urca Sua participação nesse processo é fundamental! Comissão de Organização I Oficina de Atualização das Diretrizes de Mínimo Impacto da Urca www.guanabara.org.br 3 saúde artigo MOVIMENTO CONSCIENTE Uma Questão de Saúde, Qualidade de Vida e... Fisioterapia?! Como vim parar (ou escalar) no CEG Quando resolvi escrever sobre o trabalho que desenvolvo com um grupo de montanhistas do CEG, há uns quatro meses, a maior dificuldade que encontrei foi definir por onde começar. Depois de duas edições do Boletim do CEG pensando, concluí que a melhor forma era passar a questão à diante. Assim sendo, tenho algumas perguntas a fazer: Como você define “Saúde”? Dentro desta definição, você considera que a possui ou não? Ela é boa, regular ou ruim? Ela te permite realizar tudo o que deseja? Você subdivide a “Saúde” em áreas, como: Saúde Física, Mental, Emocional etc.? Além dessas, muitas outras perguntas podem ser feitas. Com relação à saúde, muitas informações estão acessíveis a todos. A Declaração de Alma-Ata, de 1978, enfatiza que a Saúde estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade - é um direito humano fundamental, e que a consecução do mais alto nível possível de saúde é a mais importante meta social mundial, cuja realização requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além do setor saúde. Já, a Carta de Ottawa, de 1986, dispõe que Promoção da Saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. Destaca-se que a saúde é o maior recurso para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, assim como uma importante dimensão da qualidade de vida. Fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, comportamentais e biológicos podem tanto favorecer como prejudicar a saúde. As ações de promoção da saúde objetivam, através da 4 defesa da saúde, fazer com que as condições descritas sejam cada vez mais favoráveis. O Grupo de Qualidade de Vida, da divisão de Saúde Mental da Organização Mundial de Saúde, definiu Qualidade de Vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Dessa forma, podemos nos perguntar o que estamos percebendo em nossas vidas. A partir daí, surge a seguinte questão: estamos satisfeitos com o que percebemos? E, seguindo o caminho natural das coisas: o que estamos fazendo para melhorar ou mudar o que nos incomoda? Felizmente, estamos cada vez mais conscientes do quanto a nossa qualidade de vida tem sido prejudicada ou deixada de lado e, do que podemos fazer para mudar isso. Cada vez mais, faz-se presente um apelo para uma vida mais consciente, com uma alimentação mais saudável e com uma prática regular de alguma atividade física que, não só traga saúde ao corpo, mas que também dê um pouco de prazer e bem-estar. Já mudou de idéia quanto a sua saúde? Não faça isso antes de refletir um pouco mais. Durante muito tempo, o corpo humano foi visto como sendo constituído apenas por um conjunto de alavancas ósseas, movimentadas pelo sistema muscular. Atualmente, o homem é visto como uma síntese dinamicamente complexa, na qual o corpo e a psiquê se integram, isto é, existe uma unidade bio-psicofísica indissociável. Dessa forma, pode-se perceber que a atividade corporal está relacionada com diversos fatores que se inter-relacionam, como: ansiedade, estresse, personalidade, qualidade de vida, atividade profissional etc. Da mesma maneira, o movimento corporal passou a ser visto como a expressão da totalidade do homem, isto é, é a expressão de um gesto de natureza interior, de uma vontade finalizada e, portanto, não esgota a própria função no moagosto/2007 Sempre achei que escaladores fossem seres galácticos criados em incubadoras especiais; que eles iniciavam a prática após certo tempo de maturação em seus casulos de formato bivaco-barracóidico; que eram marginais (não no sentido pejorativo, mas no de viver à margem da sociedade); que não tinham família biológica nem amigos que não fossem escaladores. Isso até certo evento. Até encontrar por acaso uma amiga que eu havia perdido contato há tempo. Eu estava a aprender uma música alemã enquanto subia a pista Cláudio Coutinho, quando desconfiei que, dentre os seres escaladores que desciam conversando, estava a Marcinha. Gritei timidamente. Quase um sussurro. Isso porque, se o ser escalador não fosse quem eu pensava, eu poderia fingir que estava lendo para mim mesma o papel que segurava. Lembrem que eu não sabia se aqueles seres falavam com nãoescaladores, e eu também nem conhecia suas armas (possivelmente desintegradoras). Durante os poucos milésimos de segundo que antecederam o segundo chamado, surgiram milhões de pensamentos. Lembrei da época em que a conheci, na faculdade. Ela usava um sobretudo e corte de cabelo tais, que eu a chamava de Trinity (Matrix). Mas o convívio não durou tanto, pois ela simplesmente desapareceu alguns meses depois. Opa! Será que era isso? Ela sumiu por ter se desconectado da Matriz? Será que os escaladores eram os [a]cordados da Matriz? Aquilo tudo era muito confuso, e igualmente assustador. Emiti o segundo chamado. Mas ninguém ouvia. E já estávamos nos cruzando. O terceiro chamado deveria vir logo, www.guanabara.org.br e de preferência mais alto, ou eles passariam e eu viveria para sempre com a dúvida. Mas, ei! Eu queria a pílula vermelha! Então chamei de novo. Minhas cordas vocais vibraram bem fracamente, nada que cutucasse os tímpanos daqueles seres. A não ser o de um deles, que logo chamou a Marcinha. (Depois soube que o atento ouvinte era o Boris Psycho Boy, e os outros eram o Playboy e a Monique). Eles pararam e tivemos conversas viajatórias, tendo que continuar o papo em um bar da Urca. Foi a partir daí que voltei a ter contato com a Trinity, e passei a ver seres do clube em alguns eventos sociais aleatórios. Gostei dos seres. E quando descobri que o nome do clube era Ceg, tive a certeza de que esse pessoal tinha gás mesmo. Só demorei a fazer o CBM por compromissos da vida real. Esperei quase dois mil anos para tomar a pílula vermelha. E afirmo que valeu a pena ter esperado. Parabenizo todos os que contribuíram para que o curso fosse deveras “da porra”. Listar nomes ou mesmo funções seria caminho aberto para omissão de alguns. Então reforço que os parabéns, assim como o agradecimento, são destinados a todos que participaram do processo. Também os alunos recebem os agradecimentos e congratulações. A turma foi muito unida, raçuda, comilona e animada. Do campo escola Grajaú até a travessia Petrópolis-Teresópolis foi uma jornada e tanto. Adorei esses três meses, que considero fase de semeadura, e espero que todos continuem na trilha, literalmente, para não deixar morrer o que nasceu de nossas aventuras no CBM. 9 nhada é bem marcada com fitas vermelhas. Mas, se não fosse pelas fitas, aposto que o COSMO ia ter mais trabalho, já que a trilha vai seguindo aleatoriamente pelas raízes das árvores e às vezes parece bem mais feia que as alternativas. Ela também é toda equipada com cordas, correntes e degraus de ferro e, mais uma vez, me pareceu razoável que fosse assim; suspeito que alguns trechos seriam impossíveis sem essas intervenções. Pense num Dedo de Deus maior e mais íngreme. Eu via o meu irmão (o Valmor, que o Sérgio se despediu da gente em Curita) andando por aquela pirambeira disgramenta e me desesperava, mas ele fez tudo numa boa. Por via das dúvidas, eu não olhava quando ele tinha que fazer algum lance exposto; zunia na frente e deixava o Sblen que se virasse com ele. Alem de me livrar da chata da consciência, eu ainda tinha um bônus por seguir sozinha: dava pra ficar mais tempo ruminando a paisagem! Chegando na Ponta do Tigre, tava ventando à pampa e ficou frião. O Sblen começou a insistir pra eu pegar meu anorak porque eu tava gripada, eu dizia Essas meninas da cidade grande.... Retornando do Alcobaça, Montanha situada em Petrópolis, passamos por algumas plantações de verduras e hortaliças quando de repente nos deparamos com algumas cabeças de gado pastando. Eis que de repente, um certa “participante verdinha” faz o seguinte comentário: “Gente!!! Aquela vaca além de ter os chifres maiores, também só tem uma teta“. 8 que tava dentro da mochila dele, mas, como ele não me ouvia, ficava injuriado e bibocava na frente; isso por minutos suficientes pra eu ficar azul e ele começar a me chamar pelo nome completo, uma afronta! Por sorte, antes dum divórcio ou homicídio, o Valmor nos alcançou e, com sua incrível habilidade para leitura labial, resolveu o impasse. Pouco depois decidimos transformar a Total em Parcial, que o tempo tava feio... chegamos cedo ao camping, arrumamos tudo com calma e ficamos esperando o trem, que não tinha a menor pressa mas chegou. Essa viagem de trem é um clássico da cultura paranaense! Ele vai cruzando a Serra do Mar sempre à beira ou por cima de um abismo, dá até uma adrenadinha. O chato é que acaba, e aí já é hora de embarcar pro Rio e pro trabalho e pra vida de todo dia. O ácido lático começou a se manifestar logo que entramos no busão, souvenir do Marumbi. E a minha voz cismou de voltar no dia 2, mas, mordida de cobra (ou seria de aranha marrom?), achei melhor despachar esse blablablá todo com tinta mesmo. Marcia FFregolon regolon Novo livro e D VD de Niclevicz DVD Chegar ao topo do K2 é o sonho de muitos montanhistas, mas, privilégio para poucos. A saga da conquista realizada pelo brasileiro Waldemar Nicleviz estará nas livrarias a partir do mês de agosto quando serão lançados o livro e o DVD, “Um Sonho Chamado K2”.O lançamento nacional ocorrerá em São Paulo, na Adventure Sports Fair, de 24 a 26 de agosto; em Curitiba, no dia 30 de agosto e, no Rio, o livro e o DVD chegarão no dia 5 de setembro, quando serão lançados no CEB, a partir das 18h. agosto/2007 mento em que se realiza. Da mesma forma, a postura, que é definida apenas como o arranjo relativo das partes do corpo, envolve um complexo mecanismo para atingir o equilíbrio nas diversas atitudes corporais assumidas no dia a dia. Cada um reflete, inconscientemente, no movimento exterior, a condição interior e a sua personalidade. Assim, a postura é considerada uma verdadeira e própria forma de linguagem, uma vez que cada um se move assim como se sente. A postura, de uma forma integral, exprime o que experimenta um organismo na situação atual, como ele vive, e é, por isso, uma resposta global de acomodação ao ambiente, uma correlação entre os aspectos corporais e mentais do comportamento. Assim sendo, estamos conscientes ou inconscientes sobre os aspectos que influenciam nossa Saúde? Você sabe quantos mecanismos são ativados e desativados pelo cérebro para realizar um simples movimento? Você tem consciência sobre os eventos que se passam dentro e fora do seu corpo? No dicionário Aurélio, encontramos autoconsciência definida como “consciência que adquire capacidade de refletir sobre si mesma, isto é, que se reconhece como o domínio da racionalidade, do pensamento, ou dos chamados estados interiores; consciência de si”. A reflexão sobre esses conceitos apresentados nos leva a questionar as situações que estão presentes no nosso cotidiano, relacionando o que fazemos com o cultivo ou não da Saúde que desejamos. A partir do momento em que tomamos consciência disso, podemos caminhar em diferentes direções. Se estamos sentindo dor, podemos buscar ajuda para atacar a causa e eliminá-la. Se estamos com dificuldade de escalar uma via, podemos procurar recursos, mesmo que artificiais, para superá-la. Se queremos chegar à idade dos “enta” fazendo caminhadas em trilhas, escalando vias mais difíceis e nos realizando no que quisermos fazer, temos que despertar o quanto antes e nos mover conscientemente em busca de fatores que nos possibilitem alcançar os nossos objetivos. Bem..., você deve estar se perguntando porque esse artigo ainda não acabou... porque fica insistindo nessa conversa chata sobre mudar as www.guanabara.org.br coisas... E, onde entra a Fisioterapia que está no título do artigo? Aqui está!... As intervenções destinadas a prevenir lesões e enfermidades estão entre os instrumentos que os fisioterapeutas utilizam em situações diárias para atender as necessidades de saúde dos pacientes. Tradicionalmente, o papel do fisioterapeuta na prevenção e no bemestar tem se concentrado apenas em prevenir um reaparecimento da lesão ou da enfermidade que o paciente já experimentou, ou em identificar os fatores de risco e impedir que se transformem em doença. Apesar de válidos, esses esforços levam a resultados limitados, pois são aplicados após o surgimento do risco, da enfermidade ou da lesão. As atuais práticas fisioterapêuticas determinam que haja uma interação primária com os clientes, com intuito de promover a saúde e aprimorar o bem-estar, antes de se transformarem em pacientes. Por todos esses motivos apresentados e por várias influências que recebi na minha formação profissional, organizei, dentro da chamada Fisioterapia Preventiva, uma forma de trabalhar que dei o nome de Movimento Consciente Consciente. O trabalho é desenvolvido em pequenos grupos e com o objetivo de dar condições aos praticantes de melhorar sua qualidade de vida, a partir da reorganização motora e do desenvolvimento da consciência corporal. Vale destacar que vários métodos e técnicas se predispõem a reorganizar as posturas corporais e que, na maioria, abordam o indivíduo de forma global segundo o conceito de Cadeias Musculares, que são linhas de força formadas pelas aponeuroses que ligam os músculos. Por essa razão, movimentos ou tensões de determinado grupo muscular produzem conseqüências em todo o conjunto das cadeias. Assim sendo, em um corpo não existirá boa morfologia sem o equilíbrio das tensões a que é submetido. Dentre as abordagens corporais existentes, são utilizadas no trabalho terapêutico: a Reeducação Postural Global, a Reestruturação Postural Ativa, o Alongamento Global Isométrico Reeducativo, o IsoStretching, o Stretching Global Ativo, a Antiginástica, o Mat Pilates, o Yoga e alguns elementos da Dança Contemporânea. Dra. TTatiane atiane Barcelos – FFisioterapeuta isioterapeuta 5 artigo artigo Anhangava e Marumbi, 2005 “E aí, sobrevivente?” É como a galera do trabalho me cumprimenta depois de duas semanas viajandinho. Enquanto dou voltas na minha cabeça, vem a explicação: “como foi o acidente?” Ah, sim... parece que já faz tanto tempo! É, isso, cheguei a Curita no 17 (de dezembro de 2005) pela manhã, meu irmão (Valmor) me esperando na rodô, bora pra Floripa, encontramos outro irmão (Sérgio), aí rolou o acidente. Carro desgovernado, a galera na rua vazando pra onde dava e o muro que veio a toda na contramão; paramos. Eu, depois do carro e do muro, fui a maior vítima: dois dedos do pé cortadinhos. Passamos uns dias meio bisonhos depois, gastrite total, tentando descolar com a seguradora um carro reserva. De volta pra Curita prosseguia a bisonhice, e acabei me mandando pro Oeste Selvagem do Paraná antes dos meus irmãos, que chegaram lá só no 23 de noite, já com o Sblen (tio Blen, pra minha sobrinha mais linda do mundo). Aí, Natal em família, visitar a parentada no Oeste Mais Longe Ainda e o Sblen deslumbrado com a Juleca (Júlia, vem tomar banho! / Calma, mãe, estou tirando umas fotos!), o sol das 9 da noite e o campo de futebol gigante que é Palotina. Há quem não acredite que o mundo seja redondo, mas lá dá pra ver a curva direitinho! No 26, às 10h da matina já tava todo mundo na rodoferroviária de Curitiba: os irmãos João Pedro esperando o Eduardo; o Eduardo esperando eu, Sblen, Valmor e Sérgio, a gente esperando o Boris e a Monique. Todos apresentados, catamos o latão pra Quatro Barras, não sem antes providenciar suprimentos na Pop House (não tenta adivinhar: é uma loja de comi6 da natureba parecida com a Casa Pedro, só que muito melhor). Conexão pra Borda do Campo, chegamos rapidinho no último ponto alcançado pelo transporte público e seguimos a pé pro super confortável Refúgio Cinco Treze com nossas mochilas megalomaníacas. O Xikão nos apresentou o refúgio, arrumamos o equipo e, depois de alguma enrolação, fomos dar uma olhada no chuvisquento Anhangava (menos o psycho casal, que tava detonado). As vias lá são curtas e bem protegidas, com graus variados de dificuldade. Escalamos todos os dias e fomos ficando cada vez mais feios; ô pedrinha machuquenta da pega! Foi um festival de raladas fenomenal, principalmente na bem batizada Mocréia Peluda. Eu, que já tava me sentindo um lixo, escalando malzão depois de um tempo parada, ainda me fiz o favor de voar guiando numa via de segundo grau! Monique, a melhor seguradora do planeta, evitou que o estrago fosse maior que dois raladinhos: um na mão, outro no orgulho. Depois ainda rolou uma síndrome de Belay Bunny por muito tempo, acho que até hoje (em 2007). Ainda bem que o Sérgio, que nunca tinha escalado antes, se encarregou de limpar o nome da família e espantou todo mudo: fez um quarto grau no primeiro dia, um quinto no segundo e um sexto sup no terceiro! A gente tava na mó leseira e só saía do refúgio pelas onze, mas lá anoitece um pouco mais tarde e às oito da noite ainda era tranqüilo pra voltar. De noite, conversar com a galera do refúgio, comer o rango maravilhoso da Dani e tomar umas cervas. Rolava um clima bonzão ali, todo mundo dando dicas sobre vias e trocando contatos pra viagens. No segundo dia, o agosto/2007 Xikão fez uma exibição de slides e eu fiquei embasbacada ao ver o Anhangava contra o céu azul nas fotos. Até então tava só naquele chove-não-molha e, por alguma razão obscura, eu achava que lá não fazia sol nunca! O tempo melhorou a partir de então e ficou realmente bom no resto da semana, pena que o Eduardo e os irmãos João Pedro já tinham ido embora. Miau, miau... quase no cume do Anhangava, seria um filhote de gato-domato? Ou vai ver uma cria perdida da Resina, a mascote do 5.13? Epa, será que jaguatirica também mia? Eu e a Monique ficamos tentando encontrar o bichinho (que raios ele tá fazendo escondido nesse charco?) logo seguidas do Sblen, câmara na mão, quase flagrando o pilantra. Acabamos desistindo e, mais tarde, escalando na Pedra dos Incas (a mais machuquenta de todas, e a minha preferida), conhecemos uma galera maneirinha que esclareceu tudo: era um sapinho com desvios seríssimos de personalidade! No dia 30 conseguimos a façanha de sair do refúgio às 10 da matina! Fizemos a Sétimo Dia antes de dizer tchau, descemos na velocidade da luz e arrumamos tudo pra voltar pra Curita... saímos voandão, mas nem assim conseguimos passagens de trem pro Marumba no dia seguinte. Ao invés disso, seguimos o conselho da Dani e fomos de ônibus até Morretes, e depois de trem até o parque. Melhor assim: pudemos dormir até mais tarde, viajar pela Graciosa e ainda almoçar barreado em Morretes no 31, olhando pro Nhundiaquara e pras nuvens se formando opressivas sobre o Marumbi. Enquanto nos acomodávamos no restaurante, aconteceu uma das coisas mais bizarras da minha vida: minha voz saiu de férias! Me deixou na mão por dois dias, me fazendo depender da caridade alheia pra traduzir meus pedidos pro garçom. Sorte que não tinha ninguém realmente www.guanabara.org.br psycho entre nós e eu comi até ficar triste! O difícil mesmo era quando eu estava isolada do nosso grupo; aí, só me fazendo de surda para conseguir um nível de convívio social relativamente satisfatório. No Marumbi, nos surpreendemos com o tempo. Tinha caído o maior pé d’água em Morretes, e apesar de parecer que as nuvens estavam justamente lá em cima, estava tudo seco. Nos registramos na entrada do parque e ficamos um tempinho conversando com o Alemão sobre os nossos planos pro dia 1º: fazer a Total, começando pelo Abrolhos (que, aliás, é a cara do Sino, aqui no ARNASO). O Alemão, muito solicitamente, nos dava informações sobre a caminhada e sobre o COSMO (Corpo de Socorro em Montanha) e, enquanto ele falava sobre como a caminhada era pesada e como eles ficaram felizes na primeira vez que conseguiram resgatar alguém com vida (é, porque no começo eles só tinham que seguir os urubus para encontrar os sumidos, e o primeiro vivo apareceu lá pelo 7º resgate) eu, inconsolavelmente muda, meio que pensava: “ei, eu sou montanhista, tá ligado?” Fomos pro camping, que tem uma infra legal, é gratuito e conservado pelos próprios visitantes. Encontramos um povo que já tínhamos visto no Anhangava, batemos um papo, arrumamos as barracas, enfrentamos heroicamente centenas de milhares de espécies de mosquitos (quando voltamos, contei as marcas no braço esquerdo do Sblen: 50), fizemos nossa ceia de Pringles com Nutella na barraca maior e brincamos de tirar foto. Na virada do ano já tava todo mundo dormindo, que o dia seguinte ia ser puxadão. Cedinho no dia 1º, largamos a maior parte dos nossos trecos na casa do Alemão e tocamos pra cima, apesar do chuvisco (as trilhas lá são fechadas quando chove, sempre achei que para proteger o solo). Impossível se perder na Total, a cami7