4 16 DE ABRIL DE 2010 SEXTA-FEIRA WWW.DIARIOCOIMBRA.PT DiáriodeCoimbra COIMBRA Jovens de Coimbra alcançam “feitos extraordinários” na ciência Alunos de 12 e 13 anos da Escola Martim de Freitas participam este ano no “F1 in schools”, um desafio com dimensão internacional que exige conhecimentos em áreas tão distintas como a robótica, a energia e a informática A equipa mais jovem de Coimbra a participar na edição 2010 da prova “F1 in schools” pertence à Escola Martim de Freitas. Segundo o que o Diário de Coimbra conseguiu apurar, os jovens de 12 e 13 anos terão a companhia de colegas mais velhos das escolas Eugénio de Castro e Brotero. Os participantes têm que construir de raiz um automóvel com cerca de 20 centímetros e que tenha peso superior a 55 gramas, que será depois testado segundo critérios de avaliação que vão da velocidade alcançada à engenharia envolvida no projecto ou a qualidade do portfólio apresentado. Os veículos, que podem funcionar recorrendo a uma cápsula de dióxido de carbono comprimido, são “disparados” para uma pista recta com 20 metros. Para os alunos superarem a prova exige-se conhecimentos em áreas diversas como a robótica, a energia e as ciências aplicadas, mas o concurso envolve também o domínio de conhecimentos a nível de língua (os projectos são apresentados em inglês) e no campo da gestão (as equipas concorrentes têm que se I organizar segundo uma lógica de empresa, onde cada membro tem um cargo específico). «Estou a adorar o trabalho em grupo e acho muito interessante a ideia de um carro poder atingir velocidades extraordinárias e outros feitos extraordinários, bem como o facto de estar ao nosso alcance fazer um carro assim», explicou ao Diário de Coimbra o director da equipa, João Catarino. O estudante que frequenta o 7.0 ano da Escola Martim de Freitas garantiu ainda que a exigência da prova está a preparar os jovens «para o futuro eparaosdesafiosdavida». A ideia é partilhada pelo director de recursos da equipa, Pedro Cosme. «Acho este projecto muito inovador, uma experiência realmente muito agradável. O que me aliciou mais foi ter a oportunidade de trabalhar em duas áreas que gosto muito, a tecnologia e a competição automóvel», explicou o jovem aluno. “Lightspeed” terá as cores da cidade Não existem dois carros iguais nesta competição. O veículo elaborado pela equipa mais jovem de Coimbra, que tem o nome “Lightspeed”, é feito em madeira Pavilhão multidesportos recebe prova regional FIGUEIREDO Bruno Vicente EQUIPA da Escola Martim de Freitas revela grande espírito de união e trabalho de balsa, sendo extremamente leve e aerodinâmico. Em breve vai ser pintado com as cores da cidade. Antes da prova final, os estudantes “afinam” o veículo virtualmente, a partir de um programa de informática. Para além de João Catarino e Pedro Cosme, a equipa é formada pelas estudantes Francisca Rico e Inês Madeira, com coordenação dos professores José Sequeira e Manuel Moreira. «Esta escola quer inserir-se na inovação, motivando os alunos na área das ciências, e por isso constituiu um clube, uma roboteca, que trabalha em áreas como a robótica, a energia e as ciências aplicadas. Temos outros projectos, mas este projecto concreto da “F1 in schools” resulta de uma parceria com a Pense Indústria», explicou José Sequeira, que reconheceu que o facto de a equipa ser muito jovem em relação aos restantes concorrentes pode «condicionar os objectivos competitivos». l I O veículo da equipa da Escola Martim de Freitas vai ser submetido a exame já na próxima terça-feira, quando integrar a fase regional que se realiza em Coimbra, no pavilhão multidesportos. Os três melhores projectos de cada região (Norte, Centro e Sul) ganham o bilhete de aceso à final nacional, que se realiza no Porto, em Maio. Só a melhor equipa do país pode participar na derradeira fase da prova. O mundial realiza-se em Singapura, durante a primavera/verão deste ano. A prova “F1 in schools” reúne mais de nove milhões de estudantes de 30 países diferentes, fomentando a investigação científica entre os mais novos. B.V. Hospital do Ursinho cura medo da bata branca Chama-se Hospital do Ursinho e será “reinaugurado” dia 27 de Abril, no piso 0 do Centro Comercial Dolce Vita, prometendo portas abertas até dia 29 para cuidar das maleitas e outras doenças dos ursinhos e de todos os brinquedos de estimação e de companhia dos meninos e meninas de Coimbra. Já vai na sétima edição esta iniciativa do Núcleo de EstudanI tes de Medicina (NEM) da Associação Académica de Coimbra, que pretende desmistificar o terror que a maior parte das crianças tem dos hospitais e o medo da bata branca, dos estetoscópios e das seringas, criando nos mais pequenos – que assumem o papel de pais e mães dos seus ursinhos – uma sensação de confiança nos médicos e em todo o pessoal hospitalar de modo a que, quando estiverem no lugar de doentes, possam colaborar melhor nas suas próprias consultas pediátricas. No fundo, no Hospital do Ursinho, as crianças poderão exteriorizar os seus medos através das queixas que farão ARQUIVO INICIATIVA DECORRE ESTE MÊS NO DOLCE VITA EM AMBIENTE descontraído crianças tomam contacto com a saúde dos seus brinquedos de estimação. Esta iniciativa, inspirada num evento do género inici- ado há mais de uma década na Suécia e na Noruega, tem sido também uma forma de os estu- dantes de Medicina poderem observar, interagir e abordar melhor as crianças, melhorando a sua capacidade de interpretar correctamente o seu discurso e comportamento no contexto de uma consulta pediátrica real. No Hospital do Ursinho não falta nada. Há sala de espera e sala de triagem, consultórios, farmácia, bloco operatório e até consultório do dentista, dinamizado pelos alunos do Mestrado Integrado em Medicina Dentária. Todos os utentes – crianças e respectivos ursinhos – terão oportunidade de passar por todos estes espaços típicos de um hospital, mas num ambien- te que será descontraído e até de brincadeira que ajudará a encarar melhor uma próxima ida à Urgência do Hospital Pediátrico (a sério) ou à cadeira do dentista. Nesta edição, o NEM da AAC espera poder vir a receber mais de 1200 crianças, na sua maioria em grupos das escolas, mas os organizadores estão preparados para “consultar” ursinhos trazidos por qualquer menino ou menina, entre os três e os seis anos, que se deslocar, até às 23h00, ao piso 0 do Dolce Vita. Com início em 2003, o Hospital do Ursinho é considerado a iniciativa mais emblemática do Núcleo de Estudantes de Medicina. l