GESTÃO DO CONHECIMENTO 1 Fábio Isacksson Pacheco 2 Kamilo Souza 3 Priscila Morais Citó 4 Suane Gemaque Rezende 5 Profª Ana Cristina Gonçalves da Silva RESUMO O presente artigo tem o objetivo de apresentar a relevância da gestão do conhecimento no ambiente organizacional, abordando suas perspectivas e seus pontos positivos. Na busca das informações utilizou-se para o desenvolvimento do estudo a pesquisa bibliográfica. A Gestão do Conhecimento é um meio de estímulo para as pessoas nas organizações e que essas possam produzir informações e também usufruírem delas. Com isso, o conhecimento se torna ferramenta essencial e indispensável ao crescimento das empresas e das pessoas. As organizações estão buscando alguma vantagem sustentável que as diferencie das outras em seu ambiente de negócio, utilizando para isso seu conhecimento, que é considerado um dos mais importantes recursos de uma organização. Palavras- chave: Organização. Inovação. Conhecimento. 1 INTRODUÇÃO Nos primórdios da administração o homem era visto apenas como um dente na engrenagem que movimentava a produção, pois, os que estavam no nível mais alto da escala hierárquica só focavam na tecnologia para trazer inovações aos maquinários a fim de aumentar a produtividade. Com o passar dos anos a velocidade de incrementação destas tecnologias foi reduzida drasticamente levando estes a pensar em outros mecanismos de competição e capacitação.1 Segundo Quel (2006, p.48) “O homem volta, então, a ser alavanca na sobrevivência das instituições. Não mais aquela mão-de-obra puramente mecânica mais um novo colaborador menos mecanicista e mais pensante”. Com isso após estas 1. 2. 3. 4 5 Acadêmicos do 3º semestre do Curso de Administração do CEAP Professora Orientadora da Disciplina Gestão das Organizações do CEAP. mudanças as empresas mudam o foco para o trabalhador intelectual dando ênfase na gestão do conhecimento. Assim, o estudo aborda conceitos e definições a partir de alguns estudiosos como: Quel (2006), Rosssato (2002) e Terra e Gordon (2011). Quando estes definem a gestão do conhecimento, como uma ferramenta que vai além da tecnologia ou gerenciamento da inovação. 2 GESTÃO DO CONHECIMENTO 2.1 Conceitos de Gestão do Conhecimento Nos primeiros anos da administração científica, o homem era considerado como uma peça de uma máquina que acelerava a produção. Naquele tempo o conhecimento a respeito dos negócios, dos processos produtivos e das competências necessárias à operacionalização da empresa estava centrado na alta cúpula. O foco voltava-se para as buscas tecnológicas que permitisse uma grande produtividade, sempre baseado em um melhoramento de maquinários. (QUEL, 2006). A partir da Teoria das Relações Humanas, experiência dos estudos de Hawthorne, as empresas e mesmo os estudiosos da administração cientifica passaram a percebe que o homem, se bem manipulado, aprimoraria o processo produtivo (QUEL, 2006). O que se segue após essa descoberta é um ciclo de tentativa de buscar no indivíduo o máximo que ele podia produzir, por intermédio de instrumentos de manipulação de suas características individuais e de sua submissão ao meio social. Mesmo assim, o indivíduo ainda era considerado - e isso até uns poucos anos atrás - um bem da empresa, utilizável como uma máquina, na qual se faz ajustes de maneira que renda o máximo possível com mínimo de despesas, ou seja, um “produto maximizável” (QUEL, 2006, p.44). Quel (2006 p.45) acredita que “enquanto a tecnologia partia para renovação e inovação em um ritmo alucinante, o homem não estava recebendo formação adequada e na mesma velocidade, resultando em um déficit considerável de mão-de-obra qualificada”. No entanto, as empresas como forma de competição usavam aplicação interna de tecnologia tanto chamadas tecnologias de processos, quanto de tecnologias de produção e de comunicações. O desenvolvimento no uso dessas tecnologias foi reduzido consideravelmente, com isso às empresas agora buscam outros mecanismos de competição e capacitação (QUEL, 2006). 2 Ainda conforme Terra e Gordon (2011), buscando um modelo de substituição relativa à mão-de-obra barata pela gestão do conhecimento, as organizações passam necessariamente pela compreensão das características e demandas do ambiente competitivo, também pelo entendimento das necessidades individuais e coletivas associadas aos processos de criação e aprendizado. A principal inovação competitiva entre as empresas, “com tendência a se intensificar nesse século, passou a ser o trabalhador intelectual, aquele capaz de transformar uma realidade em algo que contribua para o alcance dos objetivos das organizações” (QUEL, 2006, p.48). No Brasil, verifica-se que a questão “Conhecimento” vem aumentando consideravelmente sua importância para o desempenho das empresas e que os desafios impostos pela relativa e recente abertura econômica tornam o recurso da gestão do conhecimento ainda mais importante para as organizações brasileiras. Terra e Gordon (2011) afirmam que se as empresas brasileiras não tiverem estratégias empresarias, setoriais e nacional muito bem concatenadas, fica difícil elas se tornarem competitivas e, mesmo, sobreviver aos desafios impostos pela competição internacional. A Gestão do Conhecimento é um processo estratégico contínuo e dinâmico que visa gerar o capital intangível da empresa e todos os pontos estratégicos a ele relacionados e estimular a conversão do conhecimento. Deste modo deve fazer parte da estratégia organizacional e ter sua implantação garantida e patrocinada pela alta gerência, a quem deve estar subordinado todo o processo de Gestão do Conhecimento. (ROSSATO, 2006, p.10). A partir disso pode-se afirmar que o conhecimento aumenta a flexibilidade organizacional e promove maior capacidade de inovação o que vem a fazer um diferencial no futuro organizacional, porém apenas ter esse conhecimento não é garantia de avanço, também é necessário ter uma visão empreendedora inovadora e audaciosa do que se pretende alcançar e que estratégias adotar, esses fatores acabam pondo o conhecimento como um proativo mais importante da era da informação. Para Terra e Gordon (2011) a gestão do conhecimento, vai mais além do que investir em tecnologia ou gerenciamento da inovação. Terra e Gordon (2011) apontam alguns itens a serem discutidos quando se fala em gestão do conhecimento como: O papel da alta administração na definição dos campos de conhecimento; As novas estruturas organizacionais e práticas de organização do trabalho; 3 As práticas e políticas de administração de recursos humanos associados à implantação de conhecimento externos e internos à empresa; Como os avanços na informática e nas tecnologias de comunicação que estão afetando os processos do conhecimento; entre outros fatores. Com confiança e credibilidade a gestão do conhecimento prevê para as ações internas e externas das organizações um desenvolvimento sustentável para todos aqueles ligados a produção direta ou indiretamente. Essas afirmações garantem um fator de grande importância no uso de instrumentos de gestão de conhecimento, eliminação das fronteiras hierárquicas sejam elas em nível vertical ou horizontal. Isso nos passa a ideia de que uma vez que existam confiança e responsabilidade nas operações de um processo ou produção, tais fronteiras só iriam servir para atrasar as atividades, além de reprimir a criatividade e consequentemente as inovações. (QUEL, 2066). Por meio de seu conhecimento e de suas habilidades e competências, o individuo pode representar o diferencial no sucesso ou no fracasso dos negócios das empresas. Quando já há uma estabilidade em termos tecnológicos no mercado global, investir na capacitação e no aprimoramento desses indivíduos passou a ser um trunfo das grandes corporações, como forma de alavancar e potencializar seu mercado de atuação. (QUEL, 2006, p. 56). Pelos vários aspectos relacionados à gestão do conhecimento, como o papel da alta administração, cultura, estrutura organizacional, práticas de gestão de recursos humanos e alianças estratégicas, os indivíduos, em seus processos criativos e de aprendizado, dependem de grande motivação intrínseca, assim como da interação com outros, da combinação de múltiplas perspectivas e experiências e, finalmente, de tentativas e erros pessoais. (TERRA, 2011). 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O contexto competitivo e vivenciado pelas organizações exige destas empresas cada vez mais flexibilidade, qualidade e inovação. Pensando assim a Gestão do Conhecimento se tornou um diferencial estratégico para o desenvolvimento e consolidação de uma empresa. De acordo com tais argumentos entende-se que tendo o conhecimento como um capital intangível e tendo este conhecimento como o principal ativo organizacional, a empresa obtém maiores possibilidades de se manter em um cenário de crescimento sustentado pela inovação contínua. 4 Sendo assim, validar a Gestão do Conhecimento no contexto organizacional significa valorizar a grande bagagem de conhecimento existente em cada indivíduo dentro da empresa (funcionários) e até mesmo fora da empresa (clientes, fornecedores, concorrentes etc.), transformando tal conhecimento individual tácito em conhecimento organizacional explícito. Valorizando assim, não só o conhecimento científico, mas também o não científico. Portanto, a criação e gerenciamento do conhecimento consistem em um processo complexo e interminável (um ciclo) que necessita de inovação contínua e de um contexto adequado para se desenvolver, tanto na atuação do âmbito individual quanto do âmbito organizacional. Como o ambiente competitivo e as preferências dos clientes que mudam constantemente, o conhecimento existente logo se torna obsoleto. Cabe então, a cada organização o papel de estar sempre formando estratégias de adaptação e inovação para garantir assim sua sobrevivência durante muitos anos. 4 REFERÊNCIAS QUEL, Luiz Felipe. Gestão de Conhecimento: e os desafios da complexidade nas organizações. São Paulo: Saraiva, 2006. ROSSATTO, Maria Antonieta. Gestão do Conhecimento: a busca da humanização, transparência, socialização e valorização do intangível. Rio de Janeiro: Interciência, 2002. TERRA, José Cláudio Cyrineu; GORDON, Cindy. Portais Corporativos: a revolução na Gestão do Conhecimento. São Paulo: Negócio Editora, 2011. 5