O Teorema Central do Limite para Martingais 5 de Novembro de 2009 Resumo Notas de aula. 1 Notação e hipóteses No que segue, {(Xn , Fn )}n∈N é martingal com X0 = 0. Definimos Dn ≡ Xn − Xn−1 e ∆n ≡ E [Dn2 | Fn−1 ] para n ≥ 1. Chame de r a função que leva x ∈ R em x2 ∧ |x|3 Hipóteses: 1. lim n→+∞ n X i=1 √ n X Di ∆ √ √i E r = lim E r = 0, n→+∞ σ n σ n i=1 2. Existe um σ 2 > 0 tal que n 1X lim ∆i = σ 2 n→+∞ n i=1 quase certamente. √ Teorema 1.1 Sob as hipóteses acima, Xn /σ n converge fracamente para uma v.a. normal de média 0 e variância 1. 1 2 Preliminares Considere os eventos: k X Ek,n ≡ { ∆i ≤ 10σ 2 n} i=1 e En ≡ ∩nk=1 Ek,n . Note que cada Ek,n ∈ Fk−1 , pois para todo i ∆i é Fi−1 -mensurável. Questão 1 Mostre que P (En ) → 1 e que de fato 1En → 1 quase certamente quando n → +∞. Defina: c Fk,n ≡ {∆k ≤ σ 2 n}, Gk,n ≡ Fk,n . Questão 2 Mostre que h p √ i P (Gk,n ) ≤ E r( ∆k /σ n) . Deduza que: lim n 3 n X P (Gk,n ) = 0. k=1 Estrutura da prova Provaremos que para todo t ∈ R, h itXn i t2 √ E e σ n → e− 2 . A partir de agora, t será fixo e ct , Ct ,etc serão quantidades que dependem apenas de t (mas que podem mudar ao longo da prova). Consideraremos uma seqüência de funções: # " ! k itXk X t2 ∆j t2 √ + φk,n (t) ≡ E exp − 1∩kj=1 Ej,n . (1) 2 σ n j=1 2σ 2 n O primeiro passo é: 2 Questão 3 Mostre que: k ∃Ct > 0, ∀n ∈ N, 1 ≤ k ≤ n : | exp t2 itXk X t2 ∆j √ + − 2 σ n j=1 2σ 2 n ! 1∩kj=1 Ej,n | ≤ Ct . Além disso, temos que: Questão 4 Prove que com probabilidade 1 ! n itXn X t2 ∆j t2 itXn √ + √ | exp − 1∩nj=1 Ej,n − exp |→0 2 σ n j=1 2σ 2 n σ n √ e deduza usando o exercı́cio anterior que |φn,n (t) − E eitXn /σ n | → 0. 2 /2 Note ainda que φ0,n (t) = e−t . Questão 5 Usando os resultados acima, mostre que o TCL segue de: lim n n X |φk,n (t) − φk−1,n (t)| = 0 k=1 . 4 Calculando as diferenças Seja Yk,n o integrando na definição de φk,n (cf. (1)). Vemos que: itDk t2 ∆k √ + Yk,n = Yk−1,n exp 1Ek,n . σ n 2σ 2 n Podemos escrever: itDk t2 ∆k √ + φk,n (t) − φk−1,n (t) = E Yk−1,n exp 1Ek,n − 1 σ n 2σ 2 n itDk t2 ∆k √ + 2 = E Yk−1,n exp − 1 1Ek,n + E Yk−1,n (1Ek,n − 1) . σ n 2σ n (2) 3 Questão 6 Prove que: k |E Yk−1,n (1Ek,n − 1) | ≤ Ct P ∩k−1 . j=1 Ej,n − P ∩j=1 Ej,n Agora nos concentramos em: itDk t2 ∆k √ + E Yk−1,n exp − 1 1Ek,n . σ n 2σ 2 n Questão 7 Mostre que esta quantidade é: itDk t2 ∆k √ + E Yk−1,n 1Ek,n E exp − 1 | Fk−1 . σ n 2σ 2 n Prove ainda que: t2 ∆k itDk itDk t2 ∆k 2 2σ n √ + √ E exp E exp | Fk−1 = e | Fk−1 σ n 2σ 2 n σ n . Usaremos agora um resultado simples de séries de Taylor. Existe ct > 0 tal que: t2 x2 | ≤ ct r(x). ∀x ∈ R, |eitx − 1 − itx + 2 Daı́ tiramos que: √ itDk Dk t2 Dk2 √ |E exp − 1 − it √ + 2 | Fk−1 | ≤ ct E r(Dk /σ n) | Fk−1 . σ n σ n 2σ n Mas veja que E [Dk | Fk−1 ] = 0 pela propriedade de martingal e E [Dk2 | Fk−1 ] = ∆k , logo provamos que: √ itDk t2 ∆k √ | Fk−1 − 1 + 2 | ≤ ct E r(Dk /σ n) | Fk−1 . |E exp 2σ n σ n Usaremos outro resultado de séries de Taylor. Existe ct > 0 tal que: 2 x2 /2 ∀x ∈ R, |e−t − 1 + t2 x2 /2| ≤ ct |x|3 ∧ |x|2 . Deduzimos que: t2 ∆ itDk − 2k √ − e σ n | Fk−1 | |E exp σ n p √ √ ≤ ct E r(Dk /σ n) | Fk−1 + ct r( ∆k /σ n). (3) 4 O segundo resultado na questão 7 implica, que se ∆k ≤ 10σ 2 n, |E exp itDk t2 ∆ √ + 2k σ n 2σ n | Fk−1 − 1| p √ √ 2 2 ≤ e5t ct E r(Dk /σ n) | Fk−1 + e5t ct r( ∆k /σ n). (4) Como isso de fato vale dentro do evento Ek,n e além disso Yk−1,n é limitado, deduzimos que existe Ct > 0 tal que: h p √ √ i |E Yk−1,n (1Ek,n − 1) | ≤ Ct E r(Dk /σ n) + r( ∆k /σ n) . 5 Fim da prova e outros problemas Questão 8 Juntando todos os exercı́cios anteriores, deduza que: h p √ √ i |φk,n (t) − φk−1,n (t)| ≤ Ct E r(Dk /σ n) + r( ∆k /σ n) + k + Ct P ∩k−1 . (5) j=1 Ej,n − P ∩j=1 Ej,n Some estas cotas e veja que: n X k=1 |φk,n (t) − φk−1,n (t)| ≤ X h p √ i √ Ct E r(Dk /σ n) + r( ∆k /σ n) + k + Ct 1 − P ∩nj=1 Ej,n . (6) Prove que o lado direito vai para 0 quando n → +∞ e termine a prova. Questão 9 O que aconteceria se σ 2 = 0? Questão 10 Deduza do Teorema o TCL para martingais estacionários e ergódicos do livro do Varadhan (cap. 6). 5