Curso: Publicidade e Propaganda
Disciplina: Criação Publicitária – P3
Professor: Afonsina Rezende (NINA)
O processo criativo
Os especialistas, que se dedicaram a compreender como se desenvolve o fenômeno da
criatividade, perceberam que a criação de idéias não acontecia de maneira uniforme e
constante para todos, mas constaram que o processo criativo ocorria através de etapas.
O psicólogo americano Graham Wallas, em seu livro de 1926, “The art of thought” ,
apresenta um modelo de processo criativo, que é adotado por muitos autores que escrevem
sobre criatividade. Neste modelo Wallas aponta que a criatividade ocorre em um processo
de quatro etapas:
1. Preparo
Nesta etapa nossa mente coleta informações e dados que vão servir de matéria
prima para a construção das idéias. Até certo ponto, toda a nossa educação,
formação geral e experiência de vida contribuem no preparo para a criatividade. Mas
no modelo de Wallas, o preparo refere-se a uma etapa orientada à tarefa na qual se
faz uma pesquisa específica sobre nosso projeto; por meio de leituras, entrevistas,
viagens ou outras atividades que nos ajudem a reunir fatos, idéias e opiniões. Por
exemplo, atores que estão tentando criar um personagem, freqüentemente, visitam
locais em que a peça ou filme se desenrola, para estudar o ambiente e as pessoas
que ali vivem.
2. Incubação
É a fase conhecida como do descanso ou pausa, em que você armazena as
informações que reuniu e deixa de focalizá-las um pouco ou de pensar
conscientemente nelas. Pode até parecer perda de tempo. Mas esta prática é
essencial. Durante esta aparente inatividade, seu inconsciente está “fervendo” com
todas as informações que você coletou. Costuma-se dizer que a principal função do
inconsciente neste período é o de conectar idéias. E é bom lembrar, criatividade é o
resultado da capacidade da nossa mente de ligar idéias, produzindo algo novo e
diferente. Mas como sabemos que é o momento de passar do preparo para a
incubação? No geral quando nos sentirmos estressados, saturados de pensar
naquele problema, pode ser um sinal que está na hora de fazer uma pausa e deixar
que o inconsciente atue. Se você fez um bom trabalho de pesquisa, coletou bastante
informação a respeito, pode relaxar, que a idéia vai surgir.
3. Iluminação
É a fase conhecida como a experiência eureka1 ou aha!, o momento da inspiração
em que, aparentemente do nada, surge uma idéia para responder ao desafio criativo
que você está enfrentando. Geralmente, o momento da iluminação acorre quando
você está fazendo algo diferente do seu trabalho criativo, como no chuveiro, dirigindo,
ou no bar com amigos etc.. A importância do relaxamento ou distração agora é tão
conhecida que os especialistas em criatividade recomendam fortemente que você dê
tempo suficiente para que estes processos ocorram naturalmente.
1
Conta-se que o matemático e inventor grego Arquimedes, que viveu no século 3 antes de Cristo, estava tomando banho
quando lhe veio à mente a solução para um problema que estava estudando, o peso flutuante dos corpos. De tão contente
saiu nu pelas ruas, gritando “eureka!”, “eureka!”.
4. Implementação/Verificação
É quando se dá forma à idéia, para se certificar que ela funciona. Em alguns casos as
idéias que tivemos na etapa da iluminação são tão perfeitas que se pode implementálas exatamente como foram concebidas. Mas na maioria das vezes, elas precisam
ser trabalhadas, no sentido de refiná-las. Seu inconsciente forneceu apenas a
semente, cabe a você torná-la uma planta saudável. É aí que suas habilidades e
capacidade de raciocínio vão fazer a diferença. Por exemplo, o designer gráfico teve
uma idéia excelente para um cartaz, que está criando, mas se não tiver controle
sobre como distribuir bem o texto, as imagens, as cores, no espaço gráfico, aquela
idéia genial vai ter apenas uma representação medíocre.
Alguns autores acrescentam entre as etapas de incubação e iluminação uma etapa
chamada de “esquentamento”. Nesta fase, depois do afastamento do problema, praticando
atividades diferentes daquelas que estamos envolvidos profissionalmente, voltamos ao
problema para encará-lo de uma outra forma e com novas idéias. É neste período que se
recomenda a prática do “brainstorm”, que veremos em outra oportunidade.
Bibliografia
AYAN, Jordan. AHA, 10 maneiras de libertar os eu espírito criativo e encontrar grandes idéias. São
Paulo: Negócio Editora. 2001.
DUALIBI, Robert & SIMONSEN, Harry Jr. Criatividade: a Formulação de Estratégias de Marketing. São
Paulo, Abril S.A + Ed.McGraw-Hill,1971.
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Estética: conceitos e evolução histórica