ANAIS ANÁLISE DO CONTEÚDO DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE DE EMPRESAS PREMIADAS POR SUAS PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL MAGDALENA INGLÊS DA COSTA ( [email protected] ) UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ ALESSANDRA VASCONCELOS GALLON ( [email protected] , [email protected] ) UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC LUCIANA SILVA TORRES ( [email protected] ) UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC RESUMO Este artigo objetiva analisar o conteúdo da divulgação de informações das dimensões da sustentabilidade empresarial – econômica, social e ambiental – nos Relatórios de Sustentabilidade (RS) de empresas premiadas por suas práticas de responsabilidade socioambiental. Trata-se de estudo descritivo, de natureza qualitativa, utilizando-se da pesquisa documental para a coleta e da técnica Análise de Conteúdo para a análise dos dados. Os resultados apontam a preponderância da dimensão social, especialmente social externa e do tipo de disclosure quantitativo não-monetário, e sugerem a natureza da atividade e a composição do capital como fatores condicionante da extensão da evidenciação nos RS das empresas pesquisadas. Palavras-chave: Evidenciação voluntária, Análise de conteúdo, Relatório de Sustentabilidade (RS), Dimensões da sustentabilidade, Tipo de disclosure, Empresas premiadas. 1 INTRODUÇÃO Os incentivos governamentais e as inúmeras premiações que contemplam à Responsabilidade Social Corporativa (RSC) fomentam a transformação do modelo de gestão tradicionalista da empresa, com uma visão mais direcionada para resultados internos e pecuniários, em uma gestão corporativa que preconiza preceitos da sustentabilidade, observando o impacto da sua existência na sociedade. Além de fatores de pressão positiva e negativa, a demanda de alguns agentes é fundamental no incentivo dado às empresas para evidenciar voluntariamente informações socioambientais (RIBEIRO; VAN BELLEN, 2008). De acordo com Gray e Bebbington (2001), entre os principais agentes de influência relacionados à iniciativas voluntárias na evidenciação socioambiental de uma empresa, destacam-se: Nações Unidas (ONU), Global Reporting Initiative (GRI), Comitês de desenvolvimento, Associações industriais, Ecolabelling (proteção de efeito semelhante ao das barreiras técnicas ao comércio) e Prêmios socioambientais (fator considerado na pesquisa). Para o reconhecimento das práticas de responsabilidade social e ambiental realizadas pelas empresas torna-se imprescindível a publicação de instrumentos eficazes e com boa qualidade informativa. Vanstraelen, Zazerski e Robb (2003) afirmam que o processo decisório deve ter como apoio um conjunto de informações que retratem a real situação da empresa. Dessa forma, a discussão acerca da extensão das informações voluntárias, sobretudo de natureza social e ambiental, gera dúvidas sobre o que e quanto deve ser divulgado, devido à inexistência de parâmetros previamente definidos. Segundo Menezes, Cunha e De Luca (2010, p. 2), a evidenciação de informações sociais, “abrangendo os segmentos socioeconômico e ambiental, pode ter caráter qualitativo e 1/16 ANAIS quantitativo, e visa mostrar, a colaboradores, parceiros internos e externos e à sociedade, as ações da empresa relacionadas aos projetos voltados para a proteção do meio ambiente.” Os autores informam que a divulgação de informações de natureza social e ambiental “se dá por meio de um documento denominado Balanço Social ou do Relatório de Sustentabilidade Empresarial, embora não haja um consenso sobre o modelo ideal e seu conteúdo” (MENEZES; CUNHA; DE LUCA, 2010, p. 2). Do exposto, este estudo procura investigar a associação de duas temáticas distintas – a Evidenciação voluntária e a Sustentabilidade empresarial –, de maneira a responder ao seguinte questionamento: Como vêm sendo divulgadas as informações das dimensões da sustentabilidade empresarial – econômica, social e ambiental – nos Relatórios de Sustentabilidade (RS) de empresas premiadas por suas práticas de responsabilidade socioambiental? Para tal questionamento têm-se como objetivo geral: analisar o conteúdo da divulgação de informações das dimensões da sustentabilidade empresarial – econômica, social e ambiental – nos Relatórios de Sustentabilidade de empresas premiadas por suas práticas de responsabilidade socioambiental. Com base erguida na obtenção desse objetivo, foram delineados os seguintes objetivos específicos: 1) caracterizar as empresas pesquisadas em termos de setor de atividade, natureza da atividade, porte, composição do capital e segmento de listagem da BM&FBovespa; 2) examinar o nível de evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade e tipo de disclosure adotado pelas empresas pesquisadas; e 3) identificar possíveis fatores condicionantes da extensão da evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade nos RS das empresas pesquisadas. Para tanto, a análise de conteúdo dos RS de 2007, 2008 e 2009 das empresas, que considerará o número de sentenças como unidade de análise, contemplará dois campos de observação: (i) as dimensões da sustentabilidade empresarial – econômica, social (divida em social interna e social externa) e ambiental; e (ii) o tipo de disclosure – tipo 1: sentença declarativa; tipo 2: sentença quantitativa não monetária; tipo 3: sentença quantitativa monetária. A escolha das empresas premiadas no Guia Exame de Sustentabilidade (2009) e das vencedoras do Prêmio ECO da AMCHAM e do Valor Econômico (2007, 2008 e 2009) se justifica pelas duas premiações considerarem como critério de avaliação as principais referências de indicadores de sustentabilidade empresarial no Brasil e no mundo. Acredita-se que os achados desta pesquisa, sobre o comportamento da divulgação de informações sobre as dimensões da sustentabilidade empresarial nos RS de empresas socialmente responsáveis proeminente do prêmio recebido, consideradas neste estudo como referencial (benchmark), poderão servir de parâmetro para outras empresas que não fazem parte desse universo. O estudo está estruturado em cinco seções, incluindo esta introdução. A seguir, apresenta-se a revisão da literatura, contextualizando-se a divulgação de informações socioambientais pelas empresas e estudos empíricos anteriores sobre a temática. Na sequência, vem o proceder metodológico, seguindo-se os resultados da pesquisa. Na última seção, apresentam-se as considerações finais. 2 A DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS PELAS EMPRESAS E ESTUDOS EMPÍRICOS ANTERIORES SOBRE A TEMÁTICA Segundo Rezende e Santos (2006), a adesão das empresas à sustentabilidade, que equivale a um compromisso com a integridade do meio ambiente e com os princípios da responsabilidade social, fez com que o mercado financeiro, por meio das instituições financeiras, introduzisse mudanças institucionais. Essas mudanças dizem respeito à aderência das organizações a um projeto de comprometimento social. Contudo, Coral (2002) adverte que as três condições básicas da sustentabilidade (economia, meio ambiente e sociedade) são 2/16 ANAIS muitas vezes vistas como conflitantes no modelo da economia neoclássica, onde as maiores preocupações dos gestores continuam sendo as questões econômicas e tecnológicas. Como mencionam Anderson e Frankle (1980), a divulgação pública de um conjunto de informações sobre o envolvimento da empresa, com a comunidade, funcionários, meio ambiente e benefícios dos produtos oferecidos é conhecida como disclosure social. Rezende e Santos (2006, p. 3) afirmam que a preocupação com o “meio ambiente mediante um desenvolvimento sustentável, além de outras medidas responsáveis, como responsabilidade social e práticas de governança corporativa, está criando uma demanda, dentro do mercado financeiro para produtos voltados a esse nicho”. Isso é, devido à crescente exigência da sociedade, instituições financeiras e investidores, as empresas se vêem obrigadas a preocuparse em melhor evidenciar suas informações referentes às suas ações sociais e ambientais (RIBEIRO; GASPARINO, 2006). O disclosure social se dá, essencialmente, por meio do Balanço Social ou do Relatório de Sustentabilidade Empresarial (MENEZES; CUNHA; DE LUCA, 2010) embora não haja um consenso sobre o modelo mais adequado. Vale salientar que no Brasil não há obrigatoriedade na divulgação de demonstrações de natureza social pelas empresas, exceto às companhias de capital aberto que são obrigadas a evidenciar a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), conforme a Lei nº 11.638/2007. Ressalta-se que esse relatório contábil, em termos socioambientais, apresenta somente a distribuição do valor adicionado (riqueza gerada) pela empresa em um determinado exercício entre os stakeholders. Diante da importância do tema, a indagação acerca da divulgação de informações voluntárias sobre as práticas de responsabilidade social e/ou ambiental por empresas brasileiras gerou uma série de pesquisas nos últimos anos, muitas das quais apresentaram resultados contraditórios e, algumas vezes, inconsistentes. Entre os estudos que abordaram a temática destacaram-se os realizados por Rezende (2007), Milani Filho (2008), Cunha e Ribeiro (2008), Rezende, Junqueira e Medeiros (2008), Lucena e Travassos (2009), Rover e Murcia (2010), Teixeira e Nossa (2010) e Menezes, Cunha e De Luca (2010). Rezende (2007) investigou os fundos de investimentos socialmente responsáveis, e verificou se a rentabilidade e performance dos fundos de investimento socialmente responsáveis e das empresas que os integram é semelhante aos investimentos convencionais. As evidências encontradas no estudo revelam que apesar dos fundos socialmente responsáveis possuírem uma carteira diferenciada, a hipótese de que sua rentabilidade é semelhante aos outros fundos de ações foi confirmada. Porém, os resultados do estudo sugerem que as empresas que integram esses fundos possuem melhor performance que as empresas que não são consideradas socialmente responsáveis. Milani Filho (2008) analisou se as empresas que se declaram socialmente responsáveis divulgam informações financeiras específicas sobre os recursos gastos em benefício público (investimento social privado) e, se há diferença significativa da dimensão desses gastos entre empresas cujos produtos estão associados a externalidades negativas e as organizações participantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa. Os resultados apontaram que nem todas as organizações que declaram realizar investimentos sociais evidenciam tal fato. Foi constatado que 11,8% das empresas integrantes da carteira do ISE e 72,2% das empresas vinculadas a externalidades negativas, não divulgam informações financeiras sobre o valor de gastos sociais, gerando dúvidas sobre a existência ou a dimensão dos investimentos à comunidade. O trabalho de Cunha e Ribeiro (2008), que teve como objetivo investigar os incentivos das companhias negociadas no mercado de capitais brasileiro para divulgar voluntariamente informações de natureza social, tendo como período de análise os anos de 2004 a 2006, 3/16 ANAIS concluiu que a divulgação voluntária de informações de natureza social está associada positivamente ao nível de governança corporativa, ao desempenho, ao tamanho e à divulgação em período anterior. Rezende, Junqueira e Medeiros (2008) analisaram as práticas de responsabilidade social empresarial de empresas brasileiras premiadas no Guia Exame de Sustentabilidade de 2007 e constataram que em todas as empresas existe uma responsabilidade social orientada do âmbito interno para o externo, de tal modo que visam desenvolver em seus funcionários uma consciência com relação a trabalhos voluntários e ambientais. Além disso, foi observado que há lacunas em áreas importantes, por isso, aspectos éticos, legais e filantrópicos precisam ser melhores desenvolvidos em algumas organizações. A pesquisa realizada por Lucena e Travassos (2009) buscou identificar as diversidades comportamentais e de evidenciação, em relação às questões sócio, econômico e ambiental, das empresas brasileiras que adotam as diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI). Os autores constataram que o padrão de elaboração nos Relatórios de Sustentabilidade emitidos pelas empresas é compatível com o modelo preconizado pelo GRI, fato que favorece a disseminação do conhecimento sobre o que a empresas está fazendo para administrar sua atuação social e ambiental. Rover e Murcia (2010) analisaram se o nível de disclosure voluntário econômico e socioambiental influencia o custo de capital próprio de empresas brasileiras, considerando o nível de disclosure das empresas em relação à informação natureza econômica, social e ambiental. Os resultados da pesquisa apontam que o nível de disclosure voluntário influencia o custo de capital das empresas. Porém, não foi aceita a hipótese de que quanto maior o disclosure voluntário, menor o custo de capital. O estudo de Teixeira e Nossa (2010), que teve como objetivo investigar se a forma de financiamento das empresas é afetada pela sua participação no índice de sustentabilidade empresarial (ISE), e se há relação entre o ISE e o risco, averiguou que empresas que sinalizaram responsabilidade social corporativa (RSC) tiveram uma relação negativa com o endividamento e risco quando comparadas com aquelas que não sinalizaram. Menezes, Cunha e De Luca (2010) investigaram a evidenciação voluntária de informações sociais de empresas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, segundo os indicadores de RSC contidos no Guia da ONU e constataram que os indicadores mais evidenciados são aqueles exigidos pela legislação vigente no país, contrariando a ideia da evidenciação social voluntária, e que os indicadores menos evidenciados são os de caráter não financeiro. Becchetti, Di Giacomo e Pinnacchio (2005) ressaltam que essas diferenças de resultados encontradas em estudos empíricos não necessariamente refletem erros, mas implicam diferenças nas perspectivas (períodos de observação, empresas selecionadas, medidas de desempenho e abordagens metodológicas). Contudo, como pesquisas têm revelado diferenças significativas, busca-se analisar o conteúdo da divulgação de informações das dimensões da sustentabilidade empresarial (econômica, social e ambiental) nos Relatórios de Sustentabilidade de empresas premiadas por suas práticas de responsabilidade socioambiental, consideradas neste estudo como benchmark. 3 METODOLOGIA Levando-se em conta o objetivo do estudo, a pesquisa, do tipo descritiva, adota os procedimentos bibliográfico e documental. O estudo tem natureza qualitativa, já que, segundo Richardson (1999), esse tipo de pesquisa caracteriza-se pelo não emprego de instrumental estatístico como base no processo de análise de um problema. 4/16 ANAIS Para responder à questão de pesquisa, a seleção das empresas que compuseram a amostra se deu a partir da população de empresas premiadas no Guia Exame de Sustentabilidade, no ano de 2009, e vencedoras do Prêmio ECO da AMCHAM e do Valor Econômico, nos anos de 2007, 2008 e 2009 – premiações sobre a temática estudada que consideram como critério de avaliação das empresas as principais referências de indicadores de sustentabilidade empresarial no Brasil e no mundo –, conforme exibe o Quadro 1. Guia Exame de Sustentabilidade Empresas vencedoras (2009) Critérios de análise AES Tietê S.A., Alcoa Alumínio S.A., Amanco - Critérios ambientais utilizados para todas as etapas do Serviços e Participações Ltda, Anglo American processo produtivo; Brasil Ltda, Banco Bradesco S.A., BRF - Brasil - Empresas que possuem projetos com o desenvolvimento Foods S.A., Bunge Alimentos S.A., Cia. de metas para redução de consumo de água; Energética do Ceará – Colce, CPFL Energia S.A., - Publicação dos relatórios de sustentabilidade; EDP - Energias do Brasil S.A., Fibria Celulose - Estabelecimento de metas de melhoria de desempenho e S.A., Itaú Unibanco S.A., Masisa do Brasil Ltda, prestação de contas dos compromissos assumidos no ano Natura Cosméticos S.A., Philips do Brasil Ltda, anterior; Promon S.A., Serasa S.A., Suzano Papel e - Investimentos das companhias em sustentabilidade para Celulose S.A., Tetra Pak Ltda e Wal Mart Brasil enfrentar a última crise mundial, entre outros. Ltda. Prêmio ECO da AMCHAM e do Valor Econômico Empresas vencedoras (2007, 2008 e 2009) Categorias de premiação e Critérios de análise ABN AMRO Real S.A., Banco Santander Brasil - Categorias: Sustentabilidade no modelo de negócios; S.A., Bradesco Capitalização S.A., BrasilPrev Sustentabilidade em novos projetos; Sustentabilidade em Seguros e Previdência S.A., Carbocloro S.A. processos; e Sustentabilidade em produtos. Indústrias Químicas, Cia. de Desenv. dos Vales - Critérios de análise: Relevância para o negócio; As do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF, contribuições de melhorias no desempenho da empresa; Eco Negócios Sustentáveis Ltda, E-TAB Resultados sociais e ambientais obtidos com a Inovação; Teconologia e Gestão Ltda, INTELCAV Cartões Gestão da Inovação relatada; Possibilidade de Ltda, Itaipu Binacional, Microsoft Brasil e disseminação ou replicação; Qualidade das informações prestadas; Grau de inovação. Multiplus Comercial de Alimentos Ltda. Quadro 1 – População da pesquisa Fonte: Dados da pesquisa. Conforme apresenta o Quadro 1, a população da pesquisa compreende 32 empresas, sendo 20 vencedoras do Guia Exame de Sustentabilidade (2009) e 12 vencedoras do Prêmio ECO da AMCHAM e do Valor Econômico (2007, 2008 ou 2009). De acordo com Voss, Pfitscher e Cruz (2010, p. 4), “os prêmios buscam de forma comum uma maior transparência e participação com a comunidade e meio ambiente na visão de encontrar uma situação que seja melhor para todos: governo, sociedade, empresários, cidadãos, natureza e para o futuro.” No Quadro 2 delimita-se a amostra da pesquisa, a partir do critério de elaboração e publicação nos sites da empresa dos Relatórios de Sustentabilidade (RS) dos anos de 2007, 2008 e/ou 2009. Relatório de Sustentabilidade (RS) 2007 2008 2009 Modelo adotado Não Não Não Sim Sim Sim GRI Não Sim Sim GRI Não Sim Sim GRI Sim Sim Sim GRI Sim Sim Sim GRI Sim Sim Sim GRI Não Não Não Não Sim Sim Próprio Empresa ABN AMRO Real S.A. AES Tietê S.A. Alcoa Aluminio S.A. Amanco Serviços e Particip. Ltda Anglo American Brasil Ltda Banco Santander Brasil S.A. Banco Bradesco S.A. Bradesco Capitalização S.A. BrasilPrev Seguros e Previd. S.A. 5/16 ANAIS BRF - Brasil Foods S.A. Bunge Alimentos S.A. Carbocloro S.A. Ind. Químicas Cia. Energética do Ceará - Coelce Cia. de Desenv. dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - Codevasf CPFL Energia S.A. Eco Negocios Sustentaveis Ltda EDP - Energias do Brasil S.A. E-TAB Teconologia e Gestão Ltda Fibria Celulose S.A. INTELCAV Cartões Ltda Itaipu Binacional Itaú Unibanco S.A. Masisa do Brasil Ltda Microsoft Brasil Multiplus Com. de Alimentos Ltda Natura Cosméticos S.A. Philips do Brasil Ltda Promon S.A. Serasa S.A. Suzano Papel e Celulose S.A. Tetra Pak Ltda Wal Mart Brasil Ltda Sim Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Sim Sim Sim Não Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim GRI GRI GRI GRI GRI GRI GRI GRI GRI Próprio Próprio GRI GRI Próprio GRI GRI GRI GRI Quadro 2 – Amostra da pesquisa: empresas com elaboração e publicação do RS Fonte: Dados da pesquisa. Com base no Quadro 2 verifica-se que 25 empresas (ou 78,13% da população) elaboraram e disponibilizaram os seus Relatórios de Sustentabilidade (RS) em pelo menos um dos anos delimitados pela pesquisa (2007, 2008 ou 2009), sendo: 19 empresas em 2007, 24 em 2008 e 23 em 2009. Observa-se que a maioria das empresas adotou a metodologia da Global Reporting Initiative (GRI) – organização internacional que reúne representantes de governos, empresas e entidades civis – na elaboração dos RS. Após a definição do universo amostral do estudo, partiu-se para a análise do conteúdo dos Relatórios de Sustentabilidade (RS) das empresas dos anos de 2007, 2008 e 2009. No que tange à análise de conteúdo, observou-se as três fases do método, conforme Bardin (2004): (1) pré-análise; (2) exploração do material, que, nesse caso, consistiu dos Relatórios de Sustentabilidade; e (3) tratamento dos resultados, inferência e interpretação. Para garantir maior confiabilidade dos resultados, a análise dos documentos foi realizada, em um primeiro momento, por um dos pesquisadores, sendo posteriormente revisada por outros dois. Cabe esclarecer que nesta pesquisa, optou-se pela utilização de sentenças (frases), como unidade de análise, para a codificação e para a quantificação da evidenciação. Para a realização da análise de conteúdo, procedeu-se à contagem de sentenças relacionadas aos campos de observação – dimensões da sustentabilidade empresarial: econômica, social interna, social externa e ambiental, e tipo de disclosure: tipo 1- sentença declarativa, tipo 2sentença quantitativa não monetária e tipo 3- sentença quantitativa monetária – nos RS, do período de 2007 a 2009, das empresas premiadas no Guia Exame de Sustentabilidade (2009) e das vencedoras do Prêmio ECO da AMCHAM e do Valor Econômico (2007, 2008 e 2009). Destaca-se que a análise de conteúdo aplicada se inicia de forma qualitativa, por meio de leitura e interpretação das mensagens dos textos, e prossegue de forma quantitativa, a partir da codificação e quantificação (contagem da frequência) de cada elemento de evidenciação observado. Os tipos de evidenciação considerados para este estudo, em consonância com a proposta de Nossa (2002), são: Tipo 1) Evidenciação declarativa – quando a informação 6/16 ANAIS qualitativa é descrita e expressa em termos exclusivamente descritivos; Tipo 2) Evidenciação quantitativa não-monetária – quando a informação quantitativa é descrita e expressa em números de natureza não financeira; e Tipo 3) Evidenciação quantitativa monetária – quando a informação quantitativa é descrita e expressa em números de natureza financeira. O Quadro 3 apresenta alguns exemplos de sentenças divulgadas nos RS analisados por dimensão da sustentabilidade e tipo de disclosure. Dimensões da Tipo de sustentabilidade disclosure Tipo 1 Econômica Tipo 2 Tipo 3 Tipo 1 Social Interna Tipo 2 Tipo 3 Tipo 1 Social Externa Tipo 2 Tipo 3 Tipo 1 Ambiental Tipo 2 Tipo 3 Exemplos de sentenças enquadradas nas dimensões da sustentabilidade por tipo de disclosure evidenciadas nos RS das empresas É a Instituição líder dos conglomerados financeiro e econômico-financeiro perante o Banco Central do Brasil (Santader, RS 2008). Possui 60 unidades industriais no Brasil e outras três no exterior (Argentina, Inglaterra e Holanda), exporta seus produtos para mais de 110 países e detém um portfólio superior a 3.000 itens ( BRF-Brasil Foods, RS 2009). As vendas da Companhia na região alcançaram o recorde de US$ 2,9 bilhões e lucro líquido de US$ 475 milhões (Alcoa, RS 2008). A Coelce foi destacada entre as melhores empresas para se trabalhar no ranking organizado pelas revistas Exame e Você SA (Coelce, R.S. 2009). AES Tietê registrou 1.502 participações de colaboradores em cursos, em um total de 20.428 homem-hora de treinamento (AES Tietê, RS 2007). Em 2006, distribuiu para seus colaboradores, por meio dos três programas, cerca de R$ 35,52 milhões (Bunge Alimentos, RS 2007). As atividades da Companhia movimentam uma grande cadeia produtiva que alavanca o desenvolvimento socioeconômico das regiões onde atua (Fibria, RS 2007). A CPFL Leste Paulista doou 143 geladeiras de alta eficiência energética e 4.950 lâmpadas, enquanto a CPFL Mococa doou 120 geladeiras e substituiu 3.180 lâmpadas (CPFL, RS 2007). Programas socioculturais apoiados e promovidos pela EDP no Brasil receberam investimentos de R$ 8,5 milhões, com foco em iniciativas nas áreas de educação e desenvolvimento local (EDP , RS 2009). A companhia estabelece uma estrutura que permita que seu compromisso vá além das medidas ambientais legais, promovendo formas de ampliar sua participação na manutenção e na preservação da biodiversidade local (Anglo American, RS 2008). Redução do consumo de água (8,91%) e de energia (16,88%) nas operações industriais, por unidade faturada (Natura, RS 2008). Investimos mais de R$ 2,5 milhões nas unidades florestais (Suzano, RS 2008). Quadro 3 – Exemplificação de sentenças divulgadas nos RS das empresas sobre as dimensões da sustentabilidade, por tipo de disclosure Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos Relatórios de Sustentabilidade das empresas. Dessa forma, os tipos de evidenciação mutuamente excludentes e exaustivos considerados para este estudo são: declarativo, quantitativo não-monetário e quantitativo monetário, referentes às dimensões da sustentabilidade empresarial, encontrados nos Relatórios de Sustentabilidade (RS) das empresas pesquisadas. Cabe destacar que uma das limitações do estudo diz respeito à análise do nível de evidenciação das informações, a qual baseou-se em um instrumento voltado para avaliar apenas a quantidade de informação, e não a sua qualidade. 4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Para a consecução do objetivo do estudo, o presente tópico apresenta os resultados da pesquisa no tocante a seus três objetivos específicos. Para melhor compreensão, os dados foram agrupados em quadros, tabelas e figuras. 7/16 ANAIS 4.1 Caracterização das empresas pesquisadas O Quadro 4 apresenta a caracterização das 32 empresas participantes da população da pesquisa – vencedoras do Guia Exame de Sustentabilidade (2009) e vencedoras do Prêmio ECO da AMCHAM e do Valor Econômico (2007, 2008 ou 2009) – em termos de setor de atividade, natureza da atividade, porte, composição do capital e segmento de listagem da BM&FBovespa. Empresa Setor de atividade Natureza da atividade Porte ABN AMRO Real S.A.* Finanças Não poluente Grande AES Tietê S.A. Energia Poluente Grande Alcoa Alumínio S.A. Siderurgia/metalurgia Poluente Grande Amanco Serv. e Particip. Ltda Ind. da construção Poluente Grande Anglo American Brasil Ltda Mineração Poluente Grande Banco Santander Brasil S.A. Finanças Não poluente Grande Banco Bradesco S.A. Finanças Não poluente Grande Bradesco Capitalização S.A. Seguros/previdência Não poluente Pequeno BrasilPrev Seg. e Previd. S.A. Seguros/previdência Não poluente Médio BRF - Brasil Foods S.A. Bens de consumo Poluente Grande Bunge Alimentos S.A. Bens de consumo Poluente Grande Carbocloro S.A. Ind. Químicas Petroquímica Poluente Médio Cia. Energ. do Ceará - Colce Energia Poluente Grande Cia. Des. dos Vales S. Fco. e Utilidade Pública Não poluente Médio Parnaíba - Codevasf CPFL Energia S.A. Energia Poluente Grande Eco Negócios Sustent. Ltda Serviços Não poluente Pequeno EDP - Energias do Brasil S.A. Energia Poluente Grande E-TAB Teconol. e Gestão Ltda Serviços Não poluente Pequeno Fibria Celulose S.A. Papel e celulose Poluente Grande INTELCAV Cartões Ltda Serviços Poluente Médio Itaipu Binacional Energia Poluente Grande Itaú Unibanco S.A. Finanças Não poluente Grande Masisa do Brasil Ltda Madeira Poluente Grande Microsoft Brasil Informática Não poluente Grande Multiplus Com. de Alim. Ltda Bens de consumo Não poluente Pequeno Natura Cosméticos S.A. Bens de consumo Poluente Grande Philips do Brasil Ltda Eletroeletrônico Poluente Grande Promon S.A. Serviços Não poluente Grande Serasa S.A. Serviços Não poluente Grande Suzano Papel e Celulose S.A. Papel e celulose Poluente Grande Tetra Pak Ltda Embalagens Poluente Grande Wal Mart Brasil Ltda Varejo Não poluente Grande Segmento Composição de listagem do capital da bolsa Aberto Aberto MT Fechado Fechado Fechado Aberto N2 Aberto N1 Fechado Fechado Aberto NM Fechado Fechado Aberto MT Fechado - Aberto Fechado Aberto Fechado Aberto Fechado Fechado Aberto Fechado Fechado Fechado Aberto Fechado Fechado Fechado Aberto Fechado Fechado NM NM NM N1 NM N1 - Quadro 4 – Caracterização das empresas Fonte: Dados da pesquisa. Nota: *- Fusão do Banco Real S.A. com o Banco Santander S.A. em 2008. Legenda: MT – Mercado Tradicional; N1 – Nível 1 de Governança; N2 – Nível 2 de Governança; NM – Novo Mercado. Com base nas informações do Quadro 4, verifica-se que os setores predominantes entre as empresas premiadas por suas práticas de responsabilidade socioambiental pesquisadas são: Energia e Serviços, com cinco empresas cada um, seguido de Finanças e Bens de consumo, com quatro empresas cada um. Quanto à natureza da atividade, diferentemente do que se esperava, nota-se que a maioria das empresas (18 empresas ou 56,25% do total) enquadra-se como Poluente. Verifica-se ainda que apesar da preponderância 8/16 ANAIS de empresas de Grande porte entre as premiadas (24 empresas ou 75% do total), apenas 12 empresas ou 37,50% do total é de Capital aberto, e desse número nove são Listadas nos níveis diferenciados de governança corporativa da BM&FBovespa (N1, N2 ou NM). Diante do percentual pouco expressivo de empresas de capital aberto em relação à população estudada, percebe-se que não apenas as empresas listadas em bolsa – a fim de atrair investidores – mas também as empresas de capital fechado estão assumindo em sua gestão a realização, o controle e a divulgação de práticas de responsabilidade social e ambiental. 4.2 Nível de evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade empresarial e tipo de disclosure adotado pelas empresas pesquisadas A Tabela 1 apresenta a quantidade de sentenças dos evidenciada sobre as dimensões da sustentabilidade empresarial nos Relatórios de Sustentabilidade (RS) de 2007, 2008 e 2009 das empresas premiadas pesquisadas. Tabela 1 – Evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade empresarial nos RS Dimensões da sustentabilidade empresarial Econômica Social Interna Social Externa Ambiental Total Média por empresa Fonte: Dados da pesquisa. 2007 Nº de Percentual sentenças 2.193 20,76% 2.530 23,94% 2.976 28,17% 2.867 27,13% 10.566 100,00% 556 sentenças 2008 Nº de Percentual sentenças 2.995 21,46% 3.452 24,74% 3.766 26,98% 3.744 26,82% 13.957 100,00% 581 sentenças 2009 Nº de Percentual sentenças 2.901 24,76% 2.863 24,43% 3.209 27,39% 2.744 23,42% 11.717 100,00% 509 sentenças Com base nas informações disponibilizadas na Tabela 1, nota-se que apesar do número de sentenças evidenciadas sobre as dimensões da sustentabilidade ter aumentado de 2007 para 2008, em 2009 verifica-se a menor extensão dos Relatórios de Sustentabilidade das empresas, de maneira que não se pode afirmar que houve evolução na quantidade informativa dos RS no período em análise. Isso pode estar associado ao fato de boa parte das empresas pesquisadas ter sido premiada pelo Guia Exame de Sustentabilidade 2009, o qual levou em conta, entre outros fatores, a análise dos RS de 2008 das empresas participantes. No que se referem às dimensões da sustentabilidade empresarial, verifica-se que a dimensão Social Externa foi a mais evidenciada nos três períodos analisados, seguida em 2007 e 2008 pela dimensão Ambiental, e em 2009 pela dimensão Econômica. Considerando conjuntamente, a dimensão Social representa 52,11%, 51,72% e 51,82% da evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade empresarial em 2007, 2008 e 2009, respectivamente. A dimensão Econômica é a menos expressiva nos dois primeiros anos de análise, revelando que o Relatório de Sustentabilidade foi utilizado pelas empresas como instrumento de evidenciação essencialmente de suas práticas de responsabilidade socioambiental. A Figura 1 ilustra o comportamento da evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade empresarial nos Relatórios de Sustentabilidade (RS) de 2007, 2008 e 2009 das empresas premiadas pesquisadas. 9/16 ANAIS 4000 3500 3000 2500 2007 2000 2008 1500 2009 1000 500 0 Econômica Social Interna Social Externa Ambiental Figura 1 – Comportamento da evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade nos RS Fonte: Dados da pesquisa. A Figura 1 revela que a dimensão Ambiental foi a que apresentou a maior queda no número de sentenças evidenciadas nos Relatórios de Sustentabilidade das empresas, fato que influenciou o declínio da evidenciação geral das dimensões da sustentabilidade no documento ao longo do período analisado. Em linhas gerais, os resultados desta pesquisa quanto à preponderância da dimensão Social corroboram Rezende, Junqueira, Medeiros (2008), que ao analisarem as práticas de responsabilidade social de empresas brasileiras premiadas no Guia Exame de Sustentabilidade de 2007, constataram que em todas as empresas existe uma responsabilidade social orientada do âmbito interno para o externo, de tal modo que visam desenvolver em seus funcionários uma consciência com relação a trabalhos voluntários e ambientais. A Tabela 2 demonstra a quantidade de sentenças dos evidenciada considerando o tipo de disclosure adotado sobre as dimensões da sustentabilidade empresarial nos Relatórios de Sustentabilidade (RS) de 2007, 2008 e 2009 das empresas premiadas pesquisadas. Tabela 2 – Tipo de disclosure das dimensões da sustentabilidade empresarial nos RS Tipo de Disclosure Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Total Média por empresa Fonte: Dados da pesquisa. 2007 Nº de Percentual sentenças 4.205 39,80% 3.870 36,63% 2.491 23,57% 10.566 100,00% 556 sentenças 2008 Nº de Percentual sentenças 5.353 38,35% 5.648 40,47% 2.956 21,18% 13.957 100,00% 581 sentenças 2009 Nº de Percentual sentenças 4.339 37,03% 4.797 40,94% 2.581 22,03% 11.717 100,00% 509 sentenças Com base na Tabela 2, observa-se que o tipo de disclosure predominante em 2007 foi o Tipo 1 – Evidenciação declarativa, enquanto que em 2008 e 2009 predominou o Tipo 2 – Evidenciação quantitativa não-monetária. Em todos os anos estudados, o disclosure do Tipo 3 – Evidenciação quantitativa monetária foi o menos empregado. Considerando conjuntamente, a evidenciação quantitativa (monetária e não monetária) representa 60,20%, 61,65% e 62,97% dos tipos de disclosure utilizados nos Relatórios de Sustentabilidade das empresas para evidenciação sobre as dimensões em 2007, 2008 e 2009, respectivamente, revelando crescimento no período de informações de natureza quantitativa. A Figura 2 ilustra o comportamento do tipo de disclosure utilizado na evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade empresarial nos Relatórios de Sustentabilidade (RS) de 2007, 2008 e 2009 das empresas premiadas pesquisadas. 10/16 ANAIS 6000 5000 4000 2007 3000 2008 2009 2000 1000 0 Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Figura 2 - Comportamento do tipo de disclosure adotado pelas empresas para evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade nos RS Fonte: Dados da pesquisa. Com base na Figura 2, nota-se que o Tipo 1 de disclosure (Evidenciação declarativa) foi o que apresentou a maior queda em termos de número de sentenças evidenciadas nos Relatórios de Sustentabilidade entre 2008 e 2009. Esse fato diverge dos achados de Menezes, Cunha e De Luca (2010), que ao investigarem a evidenciação voluntária de informações sociais de empresas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, listadas na BM&FBovespa, segundo os Indicadores do Guia da ONU, verificaram que os indicadores menos evidenciados foram os de caráter não financeiro. A Tabela 3 apresenta a intercessão das informações das Tabelas 1 e 2 com vistas a apresentar o tipo de disclosure adotado para a evidenciação de sentenças relacionadas a cada uma das dimensões da sustentabilidade empresarial nos Relatórios de Sustentabilidade (RS) de 2007, 2008 e 2009 das empresas premiadas pesquisadas. Tabela 3 – Dimensões da sustentabilidade empresarial, por tipo de disclosure Dimensão Econômica 2007 Nº de Percentual sentenças Tipo 1 770 35,11% Tipo 2 805 36,71% Tipo 3 618 28,18% Total 2.193 100,00% Dimensão Social Interna 2007 Tipo de disclosure Nº de Percentual sentenças Tipo 1 1.059 41,86% Tipo 2 950 37,55% Tipo 3 521 20,59% Total 2.530 100,00% Dimensão Social Externa 2007 Tipo de disclosure Nº de Percentual sentenças Tipo 1 1.260 42,34% Tipo 2 1.005 33,77% Tipo 3 711 23,89% Total 2.976 100,00% Dimensão Ambiental Tipo de disclosure 2008 Nº de Percentual sentenças 940 31,39% 1.217 40,63% 838 27,98% 2.995 100,00% 2009 Nº de Percentual sentenças 890 30,68% 1.073 36,99% 938 32,33% 2.901 100,00% 2008 Nº de Percentual sentenças 1.493 43,25% 1.385 40,12% 574 16,63% 3.452 100,00% 2009 Nº de Percentual sentenças 1.061 37,06% 1.091 38,11% 711 24,83% 2.863 100,00% 2008 Nº de Percentual sentenças 1.393 36,99% 1.460 38,77% 913 24,24% 3.766 100,00% 2009 Nº de Percentual sentenças 1.262 39,33% 1.430 44,56% 517 16,11% 3.209 100,00% 11/16 ANAIS 2007 Nº de Percentual sentenças Tipo 1 1.116 38,93% Tipo 2 1.110 38,72% Tipo 3 641 22,36% Total 2.867 100,00% Fonte: Dados da pesquisa. Tipo de disclosure 2008 Nº de Percentual sentenças 1.433 38,27% 1.636 43,70% 675 18,03% 3.744 100,00% 2009 Nº de Percentual sentenças 1.126 41,03% 1.203 43,84% 415 15,13% 2.744 100,00% A partir das informações da Tabela 3, nota-se que, de modo geral, no período analisado, para a evidenciação de informações relacionadas à dimensão Econômica as empresas adotaram prioritariamente o Tipo 2 de disclosure (Evidenciação quantitativa nãomonetária). O mesmo acontece com as dimensões Social Externa e Ambiental nos anos de 2008 e 2009. Por sua vez, para a dimensão Social Interna há preponderância de informações do Tipo 1 de disclosure, corroborando com os resultados de Gallon e Ensslin (2008). Observa-se ainda que entre as quatro dimensões da sustentabilidade analisadas, as informações sobre a dimensão Econômica foram as mais mensuradas e as informações sobre a dimensão Ambiental as menos mensuradas em termos de valores financeiros (R$), o que pode apontar a dificuldade das empresas em relação ao reconhecimento e mensuração de ativos, passivos, custos e despesas ambientais. 4.3 Identificação de possíveis fatores condicionantes da extensão da evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade nos RS das empresas pesquisadas Cabe esclarecer que para a consecução do terceiro objetivo específico da pesquisa – identificar possíveis fatores condicionantes da extensão da evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade nos Relatórios de Sustentabilidade (RS) das empresas pesquisadas – a análise realizada considerou a evidenciação no RS de 2009. Dessa forma, participaram da análise as 23 empresas participantes da amostra da pesquisa que elaboraram e disponibilizaram no site o RS referente ao exercício de 2009. Para a análise foram considerados os seguintes possíveis fatores condicionantes: Setor de atividade, Natureza da atividade, Porte, Composição do capital e Segmento de listagem da BM&FBovespa. Esses fatores foram selecionados por terem sido considerados em outros estudos sobre a temática da evidenciação voluntária, como em Cunha e Ribeiro (2008). A Tabela 4 apresenta o número de sentenças evidenciadas sobre as dimensões da sustentabilidade empresarial, estratificado entre os possíveis fatores condicionantes da extensão da evidenciação nos RS do ano de 2009. Tabela 4 – Possíveis fatores condicionantes da extensão da evidenciação no ano de 2009 Fatores Setor de atividade Bens de consumo Eletroeletrônico Energia Finanças Indústria da construção Informática Madeira Mineração Papel e celulose Evidenciação das dimensões da sustentabilidade empresarial Nº de Média Social Social empresas Econômica Ambiental Total por Interna Externa Empresa 3 1 5 3 1 1 1 1 2 300 94 785 858 42 9 92 87 272 549 118 803 398 87 35 103 49 341 12/16 613 124 742 457 82 145 127 66 333 481 97 811 284 90 52 133 105 303 1.943 433 3.141 1.997 301 241 455 307 1.249 647 433 628 665 301 241 455 307 624 ANAIS Seguros e previdência Serviços Siderurgia e metalurgia Varejo Natureza da atividade Poluente Não poluente Porte Grande Médio Composição do capital Capital aberto Capital fechado Segmento listagem da bolsa MT N1 N2 NM Fonte: Dados da pesquisa. 1 2 1 1 118 190 34 20 55 235 32 58 39 288 69 124 8 191 68 121 220 904 203 323 220 452 203 323 15 8 1.706 1.195 1.722 781 2.156 1.053 2.088 656 7.672 3.685 511 460 22 1 2.901 118 2.863 55 3.209 39 2.744 8 11.717 220 532 220 11 12 2.002 899 1.770 1093 1.849 1360 1.538 1.206 7.159 4.558 650 379 2 3 1 5 316 385 598 703 339 454 130 847 335 524 110 880 254 413 30 841 1.244 1.776 868 3.271 622 592 868 654 Inicialmente, cabe enfatizar que algumas análises realizadas sobre os possíveis fatores condicionantes da extensão da evidenciação no RS 2009 ficaram comprometidas, em virtude da concentração de algumas empresas em determinadas categorias, como Porte (concentração de empresas de Grande porte), a pulverização das 23 empresas analisadas em 13 setores de atividade e o número restrito de empresas participantes dos segmentos de listagem da BM&FBovespa. Contudo, independentemente das limitações das análises, os principais resultados elucidados na Tabela 4 são apresentados a seguir. Com relação ao setor de atividade, em linhas gerais da evidenciação de informações sobre as dimensões da sustentabilidade empresarial, pode-se verificar que as empresas dos setores Finanças, Bens de Consumo, Energia e Papel e Celulose são as que apresentaram os melhores níveis de evidenciação, e as empresas dos setores Siderurgia e metalurgia, Seguros e previdência e Informática as que apresentam os piores níveis de evidenciação. Em alguns setores observa-se a preponderância de informações relacionadas à algumas dimensões da sustentabilidade empresarial, como nos setores Energia, Mineração e Varejo com a dimensão Ambiental, e nos setores Bens de consumo, Energia, Informática, Papel e celulose, Serviços e varejo com a dimensão Social Externa. No que tange à natureza da atividade das empresas, observa-se que os Relatórios de Sustentabilidade de 2009 das empresas consideradas como Poluentes são mais extensos e priorizaram evidenciar informações relacionadas às dimensões Social Externa e Ambiental, diferentemente das empresas caracterizadas como Não poluente, que apresentam nível mais baixo de evidenciação e evidenciaram mais informações da dimensão Econômica, apontando a Natureza da atividade como fator condicionante da extensão e do foco da evidenciação das dimensões da sustentabilidade nos RS. No trabalho de Milani Filho (2008) foi constatado que 11,8% das empresas integrantes da carteira do ISE e 72,2% das empresas vinculadas a externalidades negativas, não divulgam informações financeiras sobre o valor de gastos sociais, gerando dúvidas sobre a existência ou a dimensão dos investimentos à comunidade. Em relação ao porte das empresas, pode-se observar que as empresas de grande porte apresentaram maior nível de evidenciação médio do que a empresa de médio porte analisada. Fato interessante a ser ressaltado se refere à análise da evidenciação quanto à composição do capital das empresas, onde é possível verificar que as empresas de Capital aberto apresentam nível de evidenciação bastante superior em relação as de Capital fechado, sugerindo a Composição do capital como fator condicionante da extensão da evidenciação das dimensões 13/16 ANAIS da sustentabilidade nos RS das empresas. Lins e Silva (2009) discorrem sobre a importância da divulgação de informações socioambientais para atração de investidores já que o disclosure possui papel essencial na redução da assimetria informacional entre os gestores e aqueles que possuem interesses na empresa. Por fim, apesar das limitações da análise por Segmento de listagem das 11 empresas listadas na BM&FBovespa, em virtude da pulverização das empresas entre os diversos segmentos, pode-se inferir que não há correspondência evidente entre o Segmento de listagem na BM&FBovespa da empresa e o nível de evidenciação de informações sobre as dimensões da sustentabilidade empresarial nos RS, especialmente por dois motivos: (i) as empresas participantes do Mercado tradicional apresentam maior número médio de sentenças evidenciadas que as empresas participantes do Nível 1 de Governança Corporativa da BM&FBovespa; e (ii) as empresas do Nível 2 de Governança Corporativa apresentam maior número médio de sentenças evidenciadas que as empresas do Novo Mercado da BM&FBovespa, contrariando a expectativa inicial. Esses fatos divergem a afirmação da BM&FBovespa de que: as empresas listadas nesses segmentos especiais oferecem melhores práticas de governança corporativa, ampliando os direitos societários dos acionistas minoritários e aumentam a transparência das companhias, com divulgação de maior volume de informações e de melhor qualidade, facilitando o acompanhamento de sua performance. Os resultados refutam o estudo de Cunha e Ribeiro (2008) que ao investigar os incentivos das companhias negociadas no mercado de capitais brasileiro para divulgar voluntariamente informações de natureza social, concluiu que a divulgação voluntária de informações de natureza social está associada positivamente ao nível de governança corporativa. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa teve como objetivo principal analisar o conteúdo da divulgação de informações das dimensões da sustentabilidade empresarial – econômica, social e ambiental – nos Relatórios de Sustentabilidade de empresas premiadas por suas práticas de responsabilidade socioambiental. Para tanto, realizou-se um estudo descritivo, com abordagem qualitativa dos dados, realizado por meio de pesquisa documental (Relatórios de Sustentabilidade de 2007, 2008 e 2009) para a coleta e da técnica Análise de Conteúdo para a análise dos dados. A Análise de Conteúdo dos Relatórios de Sustentabilidade das empresas considerou o número de sentenças como unidade de análise e contemplou dois campos de observação: as dimensões da sustentabilidade empresarial e o tipo de disclosure adotado. De modo geral, os resultados obtidos possibilitaram verificar que a maior parte das 32 empresas participantes da população da pesquisa – vencedoras do Guia Exame de Sustentabilidade (2009) e vencedoras do Prêmio ECO da AMCHAM e do Valor Econômico (2007, 2008 ou 2009) – é de grande porte, de capital fechado, atuante nos setores de Energia, Serviços, Finanças e Bens de consumo, e apresenta natureza da atividade caracterizada como Poluente. Com relação ao nível de evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade e ao tipo de disclosure adotado pelas empresas pesquisadas nos Relatórios de Sustentabilidade (RS), não se pode afirmar que houve uma evolução na quantidade informativa dos RS no período em análise. Em linhas gerais, foi possível observar que a dimensão Social Externa foi a mais evidenciada nos três períodos analisados, seguida em 2007 e 2008 pela dimensão Ambiental. A dimensão Econômica é a menos expressiva nos dois primeiros anos analisados, revelando que o RS foi utilizado pelas empresas como instrumento de evidenciação essencialmente de suas práticas de responsabilidade socioambiental. Quanto ao tipo de disclosure, verificou-se que em 2007 o Tipo 1 – Evidenciação declarativa preponderou, enquanto que em 2008 e 2009 predominou o Tipo 2 – Evidenciação quantitativa não-monetária. Observou-se, em todos os 14/16 ANAIS anos estudados, que o disclosure do Tipo 3 – Evidenciação quantitativa monetária foi o menos empregado e, considerando conjuntamente, a evidenciação quantitativa (monetária e não monetária) representa 60,20%, 61,65% e 62,97% do tipo de disclosure utilizados nos RS das empresas para evidenciação sobre as dimensões em 2007, 2008 e 2009, respectivamente, revelando crescimento no período de informações de natureza quantitativa. No que tange à identificação de possíveis fatores condicionantes da extensão da evidenciação sobre as dimensões da sustentabilidade nos RS das empresas pesquisadas, apesar das limitações das análises realizadas, constatou-se que: (i) as empresas dos setores Finanças, Bens de Consumo, Energia e Papel e Celulose são as que apresentaram os melhores níveis de evidenciação, e as empresas dos setores Siderurgia e metalurgia, Seguros e previdência e Informática os piores níveis de evidenciação; (ii) os fatores Natureza da atividade e Composição do capital foram apontados como condicionantes da extensão de informações sobre as dimensões da sustentabilidade empresarial nos RS das empresas; (iii) não há correspondência evidente entre o Segmento de listagem da empresa na BM&FBovespa – Mercado tradicional ou Níveis diferenciados de governança corporativa – e o nível de evidenciação de informações sobre as dimensões da sustentabilidade nos RS das empresas. Por fim, torna-se importante lembrar que a análise realizada, mesmo que embrionária, sinalizou importantes pontos sobre a evidenciação voluntária das dimensões da sustentabilidade empresarial nos Relatórios de Sustentabilidade de empresas premiadas por suas práticas de responsabilidade socioambiental, consideradas como referencial (benchmark) para outras empresas que não fazem parte desse universo. Especificamente sobre a identificação dos fatores condicionantes Setor de atuação, Natureza de atividade e Composição do capital para a maior extensão da evidenciação, cabe elucidar que apesar do rigor científico aplicado salienta-se a importância de que em estudos futuros sejam empregadas técnicas estatísticas robustas, a fim de discernir não somente sobre fatores condicionantes, mas sobre fatores explicativos da extensão da evidenciação voluntária de informações socioambientais nas empresas brasileiras. REFERÊNCIAS ANDERSON, J. C.; FRANKLE, A. W. 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