DESENVOLVIMENTO DE NANOEMULSÃO CONTENDO ÓLEO DE COPAÍBA E EXTRATO RICO EM LIMONÓIDES DE Melia azedarach L., Farmácia. Sabrina Brustolin1, Gilmar Hanck da Silva1, Josiane Somariva Prophiro2, Luiz Alberto Kanis1. 1Grupo de pesquisa em Tecnologia Farmacêutica – TECFARMA; 2Grupo de pesquisa em Imunoparasitologia – IMPAR - UNISUL Campus Tubarão. PUIC RESULTADOS INTRODUÇÃO A dengue é hoje a mais importante arbovirose que afeta o homem, constituindo um sério problema de saúde pública no mundo¹. O óleo de copaíba já se mostrou eficaz no combate às larvas de Aedes aegypti, bem como os limonóides presentes no extrato de Melia azedarach L. (MA)4,2. Porém, para atuar como larvicidas em larga escala na forma oleosa é um problema, pois em geral estas substâncias apresentam baixa solubilidade em água, que é principal meio de desenvolvimento das larvas³. Através de nanoemulsões é possível melhorar a estabilidade química de substâncias, vetorizar seu local de ação, e favorecer a administração em meios hidrofílicos e lipofílicos³. Sendo assim, desenvolveu-se uma formulação contendo óleo de copaíba e extrato rico em limonóides de MA na forma de nanoemulsão, forma que facilitará a dispersão do larvicida em meios aquosos, favorecendo a atividade destes óleos. Após todo o procedimento com as sementes de MA, obteve-se o extrato puro que apresentou 124 mg/g de limonóides totais expressos como azadiractina. As figuras abaixo, demonstram que em todas as formulações testadas ocorreu maior mortalidade das larvas com o aumento da concentração da formulação. CL50% CL50% OBJETIVOS Desenvolver nanoemulsões contendo óleo de copaíba e extrato rico em limonóides de Melia azedarach L.. METODOLOGIA Figura I: Mortalidade larval (%) em função da concentração em pmm de MC, e concentração letal necessária para matar 50% das larvas (CL50%). Fonte: Elaborado pelo autor. Figura II: Mortalidade larval (%) em função da concentração em pmm de MC, e concentração letal necessária para matar 50% das larvas (CL50%). Fonte: Elaborado pelo autor. De acordo com as CL50% observadas nas figuras I e II, nota-se que SA mostrou ser mais ativa que o nanoemulsionado, fato atribuído a maior disponibilidade do óleo ao meio de estudo (água) quando comparado com ativo nanoemulsionado (MC) que se encontra no interior da emulsão. Extrato de Melia azedarach L. Evaporado o solvente Filtração 300g de semente de MA + 500mL de éter de petróleo *Agitação por 24 hrs Filtração CL50% Sementes de MA + 500mL de diclorometano *Agitação por 24 hrs CL50% Extrato de MA Teor de limonóides no extrato: Realizou-se por espectrofotometria UV utilizando a técnica de complexometria com vanilina, descrito por Daí et. al. (2001). Preparação da nanoemulsão Fase aquosa Evaporado o solvente Fase cetônica Vertida sobre fase aquosa 100mg de Tween 80 + 53mL de água 150mg de óleo de copaíba + 150mg de extrato de MA + 100mg de PEG 400 + 27mL de acetona Figura III: Mortalidade larval (%) em função da concentração em pmm de MC, e concentração letal necessária para matar 50% das larvas (CL50%). Fonte: Elaborado pelo autor. Figura IV: Mortalidade larval (%) em função da concentração em pmm de MC, e concentração letal necessária para matar 50% das larvas (CL50%). Fonte: Elaborado pelo autor. A CL50% para GHS, representada na figura III, indicam que o aumento do período em que a formulação permaneceu armazenada promoveu maior letalidade larval em 24 horas quando comparada a formulação recém nanoemulsionada. Comportamento explicado pois, com o passar do tempo em armazenamento, os óleos nanoemulsionados vão sendo liberados no próprio meio, facilitando assim o contato com as larvas e promovendo a mortalidade. Já SB2, cuja CL50% pode ser observada na figura IV, demonstrou que a atividade larvicida de uma nanoemulsão pré-diluída em água, pouco se difere com a solução armazenada 60 dias. CONCLUSÃO Agitação Nanoemulsão BIOENSAIOS Foram utilizadas 75 larvas divididas em 3 copos, contendo 100mL de diferentes concentrações da nanoemulsão recém preparada (MC). Foi verificada a quantidade de larvas mortas em 24 a 48 horas. Para comparação foi avaliada a atividade larvicida de uma dispersão de óleo de copaíba e MA, em tensoativo tween 80, etanol e água (SA). Estabilidade da atividade larvicida: A nanoemulsão foi armazenada por 60 dias (GHS) antes do bioensaio. Estabilidade após diluição em água: A nanoemulsão recém preparada foi diluída nas concentrações de estudo e mantida por 15 dias (SB2) antes do bioensaio. De maneira geral, verificou-se que as formulações testadas apresentaram atividade larvicida contra mosquitos do gênero A. aegypti. Isso deve-se ao fato de que os ativos utilizados no preparo das formulações apresentavam boa atividade inseticida. Os ativos nanoencapsulados são liberados lentamente em meio aquoso em função do tempo, aumentando assim sua disposição em água e promovendo a mortalidade das larvas. BIBLIOGRAFIA 1. BARRETO, C. F.. Aedes aegypti - Resistência aos inseticidas químicos e as novas alternativas de controle. Revista Eletrônica Faculdade Montes Belos. Goiás, 2005. v.1, n.2, p. 62-73. 2. CHAMPAGNE, D. E.; et al.. Biological Activity of Limonoids from Rutales. Phytochemistry. 1992. v. 31, n. 2, p. 377-394. 3. FATTAL, E.; ANDRIEUX, K. E.; VAUTHIER, C. Nanoparticules for pharmaceutical applications, American Scientific Publischer. 2007. 4. SILVA, I. G.; ZANON, V. O. M.; SILVA, H. H. G. Atividade larvicida do óleo-resina de Copaifera reticulata sobre Culex quinquefasciatus Say (Diptera: Culicidae). Neotropical Entomology. 2003. p. 729-732. 5. WANDSHEER, Carolina B. Bioatividade comparativa entre Melia Azedarach (Cinamomo) e Azadirachta indica (Nim): 5. Letalidade para larvas de Aedes aegypti. Dissertação de pós-graduação em ciências farmacêuticas, UFPR, Curitiba – Brasil, 2004. Apoio Financeiro: Unisul