Desenvolvimento de extratos de Melia azedarach L ricos em
azadiractina, para combater larvas do mosquito Aedes aegypti.
Marcos Augusto Gomes da Rocha*
* Aluno do PROGRAMA UNISUL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Azadiractina é produzido pelo metabolismo natural
de duas plantas a Azadirachta indica A. Juss, e a Melia
azedarach Linnaeus, esta ultima introduzida em vários
países inclusive o Brasil, podendo também ser
encontrada no município de Tubarão SC, onde é
conhecida como cinamomo ou santa-bárbara.
Estudos recentes demonstraram que os extratos de Melia
azedarach L, apresentaram ótimo efeito larvicida contra
Aedes aegypti .
Dentre os métodos alternativos ao uso de inseticidas
químicos,
incluem-se
os
extratos
botânicos,
principalmente os que pertencem à Família Meliaceae,
estes contém limonóides, um terpenóide com
comprovada ação inseticida1, estudos com limonóides
relacionando estrutura/atividade demonstraram que
limonóides com anel C-seco são os mais ativos contra os
insetos2.
Baseado nesta necessidade, este trabalho buscará obter
a partir de extratos hidroalcoólicos padronizados em
azadiractina, frações ricas em azadiractina com potencial
de desenvolver um larvicida natural.
Fracionamento dos extratos: Para se obter um extrato rico em azadiractina,
denominado de “ERA” o extrato etanolico concentrado obtido após
evaporação foi então fracionado utilizando a metodologia adaptada de
(Schroeder e Nakanishi, 1987). O fracionamento foi realizado em funil de
separação, onde o extrato foi deixado em contato com dois reagentes
metanol 95% e etér petróleo, neste processo eram utilizados 200 mL de
metanol 95%, e 200 mL de etér petróleo; feito isso a fase metanol foi
evaporada em evaporador rotatório e o extrato concentrado obtido foi
exposto novamente em funil de separação a água (Milli-Q) 200 mL e
acetato de etila 200 mL, finalmente a fase acetato de etila foi concentrada
em evaporador rotatório onde se recuperou todo o reagente e este ultimo
extrato utilizado nos testes de bioensaios.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a extração em etanol foram obtidos 184 mg de extrato concentrado,
utilizando diclorometano ouve um aproveitamento de 58 mg de extrato,
quando utilizados o etanol a 20% de PEG se obteve um rendimento de 54
mg.
Para o processo de obtenção de um extrato rico em azadiractina, chamado
de “ERA”, foram utilizados inicialmente 100 mg de extrato etanolico
concentrado, obtendo um rendimento de 8 mg.
As concentrações para o experimento foram 15% V/V; 10; 5; 3; 2; 1; 0,5; 0,4;
respectivamente.
Conforme demonstra o grafico 1, o ERA mantem uma letalidade de 100%
das larvas mesmo estando a 5 %, concentração essa que os demais
extratos exibem entre 50 a 60% de sua letalidade.
Mortalidade das larvas em %
120
100
80
ERA
Diclorometano
Etanol + PEG
60
40
20
Figura 1: Estrutura quimica da azadiractina
0
15
10
5
3
2
1
0,5
0,4
Concentração das soluções em % V/V
OBJETIVO GERAL
Gráfico 1: Comparativo entre a mortalidade das larvas de Aedes aegypt, em relação com a concentração dos
respectivos extratos ERA, diclorometano e Etanol + PEG
Desenvolvimento de extratos de Melia
azedarach L ricos em azadiractina, para
combater larvas do mosquito Aedes aegypti.
METODOLOGIA
Preparação dos extratos de Melia azadrach: Primeiramente será
realizado a moagem dos frutos maduros de Melia azedarach L. Em
seguida, será pesado duas amostras de 500 gramas deste material e
acomodado em dois erlenmeyer contendo 2 litros de etanol. Uma
amostra pesando 400 gramas será colocada em um erlenmeyer
contendo 2 litros de etanol com 20% de polietilenoglicol (PEG). Outra
amostra de 400 gramas ficara em contato com 2 litros de diclorometano.
O método utilizado para a obtenção do extrato será de maceração
mecânica a temperatura ambiente durante 5 dias. Em seguida o extrato
será filtrado a vácuo e concentrado no evaporador rotatório em banho
maria 40oC.
CONCLUSÕES
Após analisar os dados obtidos foi calculado com auxilio do programa StatPlus
2007, um perfil das concentrações letais em larvas (CL50, CL90 e CL99) obtidas
do extrato etanólico/PEG foram respectivamente 8,48%; 20,25%; 41,13%, Extração
diclorometano: CL50 5,57%; CL90 15,33%; CL99 34,95%, extração etanólica/ERA: CL50
0,7%; CL90 1,64%; CL99 3,29%.
Os resultados demonstraram que frutos maduros de M. azedarach que são
submetidos a processos extrativos que valorizam as frações ricas em terpenoides e
azadiractina apresentam maior atividade larvicida, em Aedes aegypti.
E que a sua ação isolada ou então sem o sinergismo do extrato bruto de Melia
azedarach, mostram resultados bastante superiores aos demais, o que nos leva a
acreditar que um composto isolado poderia proporcionar uma alta atividade
larvicida.
Esperamos até o momento da apresentação oral deste trabalho podermos
apresentar os resultados da quantificação da azadiractina nos extratos.
REFERÊNCIAS
1. SOUZA, Antonio Pancrácio de; VENDRAMIM, José Djair. Atividade ovicida de extratos aquosos de meliáceas sobre a mosca
branca Bemisia tabaci (Gennadius) biótipo B em tomateiro. Sci. agric., Piracicaba, v. 57, n. 3, 2000.
2. SIMÕES, Cláudia Maria Oliveira et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5. ed. rev. e ampl. Florianópolis: Ed. da
UFSC, Ed. da UFRGS, p. 912, 2003.
Agradecimentos: Ao Laboratório de Entomologia Médica, Curso de Medicina e Curso de Ciências
Biológicas, Universidade do Sul de Santa Catarina, pela realização dos bioensaios; sem os quais este
estudo não seria possivel, agradeço a pesquisadora Msc.: Josiane Somariva Prophiro.
Suporte Finaceiro: UNISUL.
Download

Visualizar - RExLab