Síntese da Conjuntura do Setor Elétrico e Eletrónico
4º Trimestre de 2014
1. Conjuntura Sectorial
Nota: Os índices que se seguem resultam da média aritmética das respostas das empresas
associadas, segundo uma escala qualitativa de 1 a 5, em que 1 corresponde ao valor mais
desfavorável e 5 ao mais favorável, na apreciação de cada um dos itens.
1.1 Volume de Negócios
Volume de Negócios
4.º Trim 2014
1.º Trim 2015
Mercado Português
3,1
2,8
Mercado Externo
2,9
2,9
As perspetivas de melhoria na evolução do Volume de Negócios no mercado nacional
concretizaram-se quer no terceiro, quer no último trimestre do ano; todavia, a
instabilidade vivida na Europa nos últimos meses, a circunstância de 2015 ser um ano de
eleições em Portugal e as muitas alterações fiscais previstas fazem com que as previsões
para o primeiro trimestre do ano acusem uma ligeira retração.
1.2 Carteira de Encomendas
Carteira de Encomendas
4.º Trim 2014
1.º Trim 2015
Mercado Português
3,0
2,7
Mercado Externo
3,0
3,1
A Carteira de Encomendas reflete o mesmo raciocínio, sobretudo no que toca ao mercado
interno no 1º trimestre; como sempre, espera-se que a melhoria da economia europeia se
reflita numa melhoria da carteira de encomendas.
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1.3 Emprego
Emprego
4.º Trim 2014
1.º Trim 2015
Qualificado
3,0
3,0
Não Qualificado
3,1
3,0
Não se registaram alterações nos indicadores de Emprego, que se mantêm estáveis.
1.4 Propensão ao Investimento
Investimento
4.º Trim 2014
1.º Trim 2015
2,6
2,5
Propensão a investir
Ainda que modesta, verifica-se uma ligeira melhoria na previsão de novos investimentos,
também favorecida pela abertura de candidaturas aos fundos comunitários para os
programas operacionais entretanto aprovados.
1.5 Situação Financeira
Indicadores
4.º Trim
1.º Trim
2014
2015
Tesouraria/Liquidez
3,5
3,4
Dívidas de clientes privados
3,0
3,0
Dívidas do Estado e Sector Público
2,5
2,5
Acesso ao crédito
2,9
3,0
Custo do crédito
2,7
2,7
Seguro Crédito à Exportação
2,7
2,4
O indicador de Liquidez é o que apresenta melhores valores, revelando o sucesso dos
esforços das empresas para reequilibrar a sua Tesouraria. Também estabilizada encontra-se
a recuperação de dívidas de clientes privados, ao contrário do que sucede com as dívidas
do Estado, para as quais não se prevê melhoria.
Ao fim de vários trimestres, o acesso ao crédito acusa finalmente algum progresso,
infelizmente não acompanhado pelo custo desse mesmo crédito. O seguro de crédito à
exportação continua com um valor baixo, traduzindo a dificuldade da sua obtenção.
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1.6 QREN
QREN
4.º Trim 2014
1.º Trim 2015
Aprovação de projetos
2,2
2,8
Pagamento de comparticipações
2,4
3,0
O atraso no pagamento de comparticipações do QREN anterior e na aprovação dos planos do
próximo (QREN 2014-2020) explica uma retração na aprovação de projetos no último
trimestre do ano; o desbloqueamento esperado desta situação é visível numa melhoria de
ambos os indicadores para o 1º trimestre do ano.
2. Conjuntura Portuguesa
Apresentam-se as previsões mais recentes do Banco de Portugal (BdP) para a economia
portuguesa.
BdP
2014
2015
PIB
0,9
1,5
Consumo Privado
2,2
2,1
Consumo Público
-0,5
-0,5
Investimento (FBCF)
2,2
4,2
Exportações
2,6
4,2
Importações
6,3
3,1
IHPC
-0,1
1,7
Fonte: Banco de Portugal – Boletim de Inverno 2014
O aumento do Investimento e o crescimento da dinâmica exportadora são a base que
sustenta a previsão de crescimento do PIB em 2015. Por sua vez, não se preveem alterações
no Consumo Público nem no Privado, relativamente a 2014: o governo não conseguiu
reduzir mais a despesa no OE 2015 e a procura interna, face à instabilidade, parece
prosseguir uma estratégia de poupança e consumo muito moderado.
O aumento dos custos energéticos e a aceleração da atividade deverão finalmente refletirse num aumento da inflação.
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3.Conjuntura Internacional
PIB
2014
2015
MUNDO
3,3
3,5
EUA
2,4
3,6
UE – Zona Euro
0,8
1,2
Alemanha
1,5
1,3
França
0,4
0,9
Itália
-0,4
0,4
Espanha
1,3
1,7
Portugal
0,9
1,5
Japão
0,1
0,6
Rússia
0,6
-3,0
Brasil
0,3
1,4
China
7,4
6,8
Fonte: FMI – Janeiro de 2015
O crescimento global para 2015 situa-se em 3,5%, uma visível revisão em baixa marcada
por uma reavaliação das perspetivas na China, Rússia, Zona Euro e Japão, bem como por
uma atividade mais fraca, em resultado da queda acentuada dos preços do petróleo de
alguns dos principais exportadores.
Se por um lado o crescimento global receberá um impulso da descida dos preços do
petróleo, este será mais que compensado, negativamente, por fatores como o fraco
investimento, como reação à diminuição de expectativas sobre o crescimento a médioprazo em várias economias avançadas e emergentes.
O Japão entrou em recessão técnica no terceiro trimestre de 2014, devido a uma
desaceleração da procura interna provocada por aumento de impostos sobre o consumo.
Na China, o investimento deverá abrandar.
Na Rússia, o forte abalo nas projeções refletem o impacto da queda dos preços
petrolíferos e o aumento das tensões políticas, quer em termos efetivos, quer de confiança.
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A estagnação e a inflação baixa ainda são uma preocupação na zona euro (e no Japão)
acrescendo, recentemente, a depreciação do euro. Mas são sobretudo as perspetivas de
menor investimento, refletindo em parte o impacto de um crescimento mais fraco das
economias emergentes no setor das exportações, que explicam a previsão de 1,2% de
crescimento na zona euro em 2015.
Os EUA são a única grande economia para a qual as previsões de crescimento
melhoraram.
Nos mercados financeiros globais, os riscos associados a mudanças nos mercados e fases
de volatilidade ainda são elevados.
A instabilidade e a incerteza relativamente à persistência do efeito dos preços do
petróleo, afetam assim, de forma particular, as perspetivas atuais.
Janeiro de 2015
Serviço de Economia e Associativismo
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