EVANGELIZAÇÃO E PASTORAL
1º URGENCIA
IGREJA EM ESTADO PERMANENTE DE MISSÃO
QUAIS SÃO AS SOMBRA
QUE VEMOS HOJE EM
NOSSA REALIDADE?
 O fenômeno da globalização derrubando as fronteiras
geográficas, gerando uma mentalidade planetária.
 O galopante desenvolvimento da ciência e da
tecnologia criando redes de comunicação de alcance
mundial, interagindo em tempo real.
Esses Fenómenos afetam sensivelmente a vida dos povos e o
sentido religioso e ético, gerando crise de sentido, levando as
pessoas a sentirem-se perplexas e carentes de referenciais seguros
para construírem um futuro digno. (cf. Dap, nº 36)
Os meios de comunicações invadem todos os
espaços da vida humana, e particularmente a
intimidade do lar, ditando
normas,
atitude e
comportamento
Percebe-se então enfraquecimento das
tradições religiosas, gerando ansiedade em que
se percebe ao seu redor um mudo opaco.
Outras sobras que nos inquietam e nos
angustiam:
Diminuição dos católicos e o crescente número
dos que deixam a Igreja para aderir a outros
grupos religiosos, o aumento do número de
pessoas que estão perdendo o sentido da vida e
abandonando a religião.
Aparecida convoca todo o povo de Deus as
origens fundante do cristianismo , salientando
uma característica central do cristão:
SER DISCÍPULO MISSIONÁRIO.
Mais o discipulado missionário não acontece e
nem começa por uma decisão ética ou uma
grande ideia, mas no encontro, profundo e
pessoal, com Jesus Cristo vivo e doador da vida,
que se realiza na força do Espírito e na fé
recebida e vivida na Igreja, comunidade
missionária, e leva a recuperar a identidade
cristã. ( cf. DAp, nº 11)
Jesus inicia sua missão anunciando que o reino
de Deus esta próximo e convoca o povo à
conversão:
“Convertei-vos e crede no Evangelho”
(Mc 1,15)
“A conversão é a resposta inicial de quem
 escuta o Senhor com admiração,
 crê nele pela ação do Espírito,
 decide ser seu amigo e
 ir após ele, mudando sua forma de
pensar
e
viver,
 aceitando a cruz de Cristo, consciente de que
morrer para o pecado é alcançar a vida” (DAp, nº 278b)
A CONVERSÃO TEM DUPLA DIMENSÃO:
Conversão pessoal e
conversão comunitária
Conversão pessoal:
É adesão plena e sincera a Jesus Cristo e ao seu
Evangelho, mediante a fé, que implica numa
mudança de
vida,
comportamentos e
atitudes,
atingindo as relações fraternas e
impregnando as estruturas sociais
semente de vida nova na concretização do Reino
Conversão comunitária:
Leva toda comunidade a tornar-se discípula, a
aprender ser fiel, deixando-se constantemente
evangelizar, de um lado, pela palavra de vida;
de outro, pelos acontecimentos da história
humana, nos quais Deus se manifesta como
salvação para todos
A esta conversão dá início a um processo
dinâmico e permanente que se prolonga por
toda a existência, numa passagem contínua da
“vida segundo a carne” à “vida segundo o
Espírito” e precisa ser fortalecida com a
catequese permanente e a vida sacramental de
modo a permitir “que os discípulos missionários
possam perseverar na vida cristã e na missão em
meio ao mundo que desafia” (Dap, nº 278c)
“Para nos convertermos em uma Igreja
cheia de ímpeto e audácia evangelizadora,
temos que ser de novo evangelizados e fiéis
discípulos (Dap, nº 549)
Todo o povo de Deus é “chamado a uma
atitude de permanente de conversão”(DAp,nº 366)
Aparecida convoca toda a Igreja a uma
conversão radical em relação à missão: “passar
de uma pastoral de mera conservação para uma
pastoral decididamente missionária”
(Dap, nº 370)
Esta passagem de uma pastoral da conservação
para uma pastoral missionária é uma tarefa
gigantesca, é preciso união de todos os cristãos
e esforço conjunto de toda a Igreja na formação
do discípulo missionário.
Essa formação deve ser:
integral,
Atenta às dimensões
querigmática
humana,
permanente,
comunitária,
espiritual,
intelectual,
pastoral e
missionária,
respeitosa dos processos de cada pessoa e que contemple o
acompanhamento do discípulo.
Ao lado de todas essas exigências, é fundamenta contemplar a
formação na espiritualidade da ação missionária (cf. Dap, nº279-285)
A espiritualidade missionária tem a sua origem e
fundamento no mistério da comunhão Trinitária e se
concretiza no caminho de seguimento de Jesus.
Ser cristão não é simplesmente aceitar uma doutrina e
ser fiel a determinadas normas, sem dúvida é importante,
é antes de tudo seguir uma pessoa que nos atrai a si e
conquista o nosso coração:
Jesus de Nazaré. É responder o seu chamado e por a
caminho .
A dinâmica do seguimento de Jesus tem duas
dimensões fundamentais e profundamente
relacionadas entre si:
1- estar com Jesus para assimilar seus
ensinamentos, e tornar-se semelhante a Ele e
aprender Dele os segredos do Pai.
2- ser enviado em missão por Jesus que configura
a dimensão missionária, que implica em assumir e
dar continuidade o projeto de vida de Jesus.
A espiritualidade do Missionário
está centrada:
na Palavra de Deus e
na Eucaristia
(cf. Dap, nº 248)
“A missão não é uma tarefa opcional, mas
integrante da identidade cristã”(Dap, nº 155)
Missão é uma forma de viver
Em Jesus Cristo , “missão” e “vida” se confundem
ou se identificam.
Da mesma forma, o cristão será fiel a Cristo, na
missão de evangelizar, quando puder afirmar
tamanha sintonia entre sua fé e sua missão, entre sua
vida e sua pastoral que pode dizer com Cristo: “eu
sou a minha missão”.
Por isso, que, mais que um plano
de trabalho, estamos explicitando
um projeto de vida que desejamos
que seja o autêntico seguimento de
Jesus.
É importante salientar que o trabalho evangelizador
acontece na força do Espírito Santo (RM 45;92) que é o
principal protagonista da missão e faz de nós
protagonistas também.
Daí decorre a primeira urgência do trabalho
evangelizador que é
a Igreja em estado permanente de missão.
EVANGELIZAÇÃO E PASTORAL
2º URGENCIA
IGREJA: CASA DA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ
A descoberta do amor de Deus manifestado
em Jesus Cristo, dom salvífico para toda a
humanidade, não acontece sem a mediação
dos outros (Rm 10,14).
Esse encontro é mediado pela ação da Igreja,
ação que se concretiza em cada tempo e lugar
com o jeito de ser de cada povo e de cultura.
(DG nº 37)
O estado permanente de missão só é possível a partir
de uma efetiva iniciação à vida cristã. (DGAE nº 39)
Um grande desafio que nos questiona é: como
estamos educando na fé e como estamos alimentando
a experiência Cristã (cf Dap nº 287)
É preciso ajudar as pessoas a conhecer Jesus Cristo,
facilitar-se o encontro com Ele e optar por segui-lo.
(DGAE nº 39)
A iniciação cristã não se esgota na preparação
aos sacramentos do
Batismo,
Crisma e
Eucaristia.
Ela se refere a Jesus Cristo.
Esta adesão deve ser feita pela primeira vez,
mas refeita, fortalecida e ratificada tantas
vezes quantas o cotidiano exigir. (cf Dap 288)
por exemplo:
• quando chegam os filhos
• quando o adolescente busca a sua identidade,
• quando o jovem prepara suas escolhas futuras,
no noivado,
no matrimônio,
nas experiências de dor e fragilidade. (cf)
• Nossas comunidades precisam ser comunidades
diuturnamente mistagógicas, preparadas para
permitir que o encontro com Jesus Cristo se faça e
se refaça permanentemente. ( DGAE nº41)
Consequências para ação evangelizadora:
Em primeiro lugar, o processo permanente de
iniciação:
- acolhida,
- dialogo,
- partilha,
- familiaridade com a palavra de Deus e
- vida em comunidade
( DGAE nº42)
Em segundo lugar, estrutura de acolhida: grupos de
estilo catecumenal, nos mais diversos lugares e
horários, sempre disponíveis em
- a acolher,
- apresentar Jesus Cristo e
- dar razões de nossas esperanças (1Pd 3,15).
Isso implica um novo perfil de agente evangelizador,
no qual o ministério dos introdutores e catequistas
assumem um papel preponderante. ( DGAE nº42)
Os introdutores e catequistas são ponte entre o
coração que busca descobrir ou redescobrir Jesus
Cristo e seu seguimento na comunidade de irmãos,
em atitudes coerentes e na missão de colaborar na
edificação do Reino de Deus. ( DGAE nº42)
A ação evangelizadora se põe em diálogo com o
atual momento da história, que pede o anúncio
explícito e contínuo de Jesus Cristo e o chamado à
comunhão, como atitude decorrente para a vivência
de fé e para a vida em geral. ( DGAE nº42)
Implica melhor formação do responsáveis (DAP nº 106) e um itinerário
catequético permanente, assumido pela Igreja Particular. ( DGAE nº)
É necessário desenvolver em nossas comunidades um processo de iniciação
na vida cristã, que conduza ao "encontro pessoal com Jesus Cristo"
(DAp,289) no culto da amizade com Ele pela oração, no apreço pela
celebração litúrgica, na experiência comunitária e no compromisso
apostólico, mediante um serviço permanente aos demais. (DGAE, nº 86)
No processo de iniciação à vida cristã, deve se ter consciência de que, mesmo em se
tratando da Boa-Nova, não se pode impô-la. A pedagogia Evangélica consiste na
persuasão do interlocutor pelo testemunho de vida e por uma argumentação sincera e
rigorosa, que estimula a busca da verdade. (DGAE, nº 88).
O discípulo missionário crê em Igreja, crê com os outros discípulos missionário e
naquilo que os outros discípulo missionário creem. (DGAE, nº 89).
• No anúncio da Boa-Nova, antes do missionário,
sempre chega o Espírito Santo, protagonista da
Evangelização. É ele quem move o coração para o
encontro pessoal com Jesus Cristo (DGAE, nº 89).
• no processo de iniciação cristã é preciso, portanto,
dar grande valor à relação interpessoal, no seio de
uma comunidade eclesial. As pessoas não buscam
em primeiro lugar as doutrinas, mas o encontro
pessoal, o relacionamento solidário e fraterno, a
acolhida, vivência implícita do próprio Evangelho.
(DGAE, nº 89).
EVANGELIZAR, A PARTIR DE JESUS CRISTO
Na força do Espírito Santo
Para que:
TODOS TENHAM VIDA
(Jo 10,10)
Como Igreja:
1 - Discípula
2 – Missionária
3 – profética
Alimentada pela:
Palavra
Eucaristia
À LUZ
DA EVANGÉLICA OPÇÃO PELOS POBRES
Evangelizar Partir de Jesus Cristo significa que
Temos uma origem e um referencial
Esse é o nosso principio inspirador
Uma pequena ou grande decisão depende de
um bom “ponto de partida”
“PARTIR DE JESUS CRISTO”, identifica a Igreja
no Brasil como preocupada em viver de tal forma o
Evangelho de Jesus que se sente naturalmente
missionária, como que repetindo as palavras de
Paulo:
Ai de mim se não evangelizar!” (1Cor 9,16).
Entre o ser e o agir da Igreja há uma relação de
identidade; ela existe enquanto evangeliza, “ela
existe para evangelizar” (DGAE 12)
O mandato de Jesus é claro: “Ide pelo mundo
inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!
Quem crer e for batizado será salvo!” (Mc 16,15).
Assim Jesus faz com que a sua Igreja seja
indispensavelmente missionária, com o dever
de transmitir a mensagem recebida, sendo que
o efeito que ela realizou em nós deve
acontecer também nos outros a partir de nós.
Isso significa que a Igreja deve suscitar em
todos uma forte consciência missionária que os
leve ao encontro do outro para partilhar o dom
do encontro com Cristo, através do anúncio de
Jesus Cristo para superar a crise de valores e
de referências que são consequências do
afastamento das pessoas de Jesus Cristo.
É importante deixar claro que o testemunho é a
base do anúncio e que todos devem assumir
sua responsabilidade pessoal
MISSÃO
Evangelização
Mc 16,15 pescar
Pastoral
Mt 28,19 pastorear
ide e proclamai o evangelho
ide e fazei discípulos
Em nosso trabalho devemos cuidar destas duas realidades.
Embora sendo complementares e parte de um mesmo conjunto
de ações que chamamos de evangelização, existem ações
distintas para cada um desses momentos ou etapa do processo
evangelizador. (EN 17)
Evangelização
Evangelizar é anunciar “o nome, a doutrina, a vida, as
promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré
Filho de Deus” (EN 22)
Evangelizar é, dar testemunho, de maneira simples e
direta, de Deus revelado por Jesus Cristo, no Espírito
Santo. Dar testemunho de que no seu filho ele amou o
mundo; de que no seu Verbo Encarnado ele deu o ser a
todas as coisas e chamou os homens para a vida
eterna. (cf. EN 26).
Evangelizar significa levar a pessoa
a ter o mesmo comportamento de Jesus,
assumir como próprios os valores do Evangelho
configurar plenamente sua pessoa a Jesus Cristo
como graça recebida no sacramento do batismo.
Esta é a missão permanente da Igreja, (cf. EN 14), que
existe em função da evangelização, devendo incidir
sobre a realidade para transforma-la (cf. EN 19)
A Evangelização, cf. EN 27,
deve conter como centro e ápice do seu dinamismo:
uma proclamação clara que, em Jesus Cristo, Filho de Deus
feito homem, morto e ressuscitado a salvação é oferecida a
todos os homens, como dom da graça e da misericórdia do
mesmo Deus.
Salvação que ultrapassa todos “os limites
temporais” para vir a ter a sua plena realização na comunhão
com Deus: salvação transcendente e escatológica, que já tem
o seu começo nesta vida, mas que terá realização completa na
eternidade.
A Evangelização, cf. EN 28,
também deve conter, a pregação da esperança
nas promessas feitas por Deus na Nova Aliança
em Jesus Cristo:
pregação do amor de Deus para conosco e de nosso amor
a Deus;
pregação do amor fraterno para todos os homens,
capacidade de doação e de perdão, de renúncia e de ajuda
aos irmãos, que promana do amor de Deus que é o núcleo
do Evangelho;
pregação do mistério do mal e da busca ativa do bem;
pregação, igualmente, e esta sempre urgente, da
busca do próprio Deus, através da oração,
principalmente de adoração e de ação de graças, assim
como através da comunhão com o sinal visível do
encontro com Deus que é Igreja de Jesus Cristo.
Efetivamente a evangelização consiste em
implantar a Igreja.
“Evangelização comporta também uma mensagem social
explícita, adaptada às diversas situações e
continuamente atualizada:
 sobre os direitos e deveres de toda a pessoa humana e
 sobre a vida familiar,
 sobre a vida em comum na sociedade;
 sobre a vida internacional,
 sobre a paz, a justiça e o desenvolvimento;
 sobre a libertação de uma maneira vigorosa.” (EN 29).
João Paulo II em discurso na II Assembléia Plenária da
Pontifícia Comissão para a América Latina, (cf. SD 22),
convoca a Igreja da América Latina e do Caribe a se
comprometer numa
Nova Evangelização
e “traçar para os próximos anos uma nova estratégia
evangelizadora, um plano global de evangelização”.
Sob o ponto de vista da evangelização,
podemos distinguir três situações: (cf. RM 33)
Realidade onde Cristo e o seu Evangelho não são
conhecidos: povos, grupos humanos, contextos
sócioculturais.
Esta é propriamente a missão ad gentes
Atividade missionária da Igreja.
-
(AG 6).
Comunidades cristãs que possuem sólidas e
adequadas estruturas eclesiais, são fermento de
fé e de vida, irradiando o testemunho do
Evangelho. Nelas se desenvolve a
atividade ou cuidado pastoral da Igreja.
Situação intermediária, onde grupos inteiros
de batizados perderam o sentido vivo da fé,
não se reconhecendo já como membros da
Igreja e conduzindo uma vida distante de
Cristo e de seu Evangelho.
Neste caso, torna-se necessária uma “nova
evangelização”, ou “re-evangelização”.
Nova Evangelização para significa: (cf. SD 24)
Aprofundar
Complementar
Corrigir as deficiências anteriores
Nova Evangelização: (cf. SD 24)
• é,
antes de tudo, um chamado à conversão
João Paulo II, discurso inaugural, 1)
(cf.
e à esperança que se
apoia nas promessas de Deus e que tem como
certeza a Ressureição de Cristo, primeiro
anúncio e raiz de toda a evangelização,
fundamento
de
toda
promoção
humana,
princípio de toda a autêntica cultura cristã
João Paulo II, discurso inaugural, 25);
(cf.
•é também um novo âmbito vital, um novo
pentecostes (cf. João Paulo II, discurso inaugural, 30-31);
• é o conjunto de meios, ações e atitudes aptos
para pôr o Evangelho em diálogo ativo com a
modernidade e o pós-moderno;
• é o esforço por inculturar o Evangelho na
situação atual das culturas de nosso continente.
Sujeito da Nova Evangelização
(cf. SD 25)
Toda a comunidade eclesial segundo a sua própria natureza:
• os Bispos em comunhão com o Papa;
• os Presbíteros;
• os Diáconos;
• os Religiosos e Religiosas e;
• todos os homens e mulheres que constituem o povo de Deus.
Finalidade da Nova Evangelização (cf. SD 26)
Formar pessoas e comunidades maduras na fé para dar
respostas à nova situação em que vive:
Destinatário da Nova Evangelização
(cf. SD 26)
Grupos
Populações
Classe Média
Ambientes de Vida e de Trabalho
Marcados pela ciência, pela técnica e pelos
meios de comunicação social
Tarefa da Nova Evangelização
(cf. SD 26)
Suscitar a adesão pessoal a Jesus Cristo e à
Igreja de tantos homens e mulheres batizados
que vivem o cristianismo sem energia, “tendo
perdido o sentido vivo da fé, inclusive já não se
reconhecendo como membros da Igreja e
levando uma existência distanciada de Cristo e
de seu Evangelho” (RM, 33)
Conteúdo da Nova Evangelização
(cf. SD 27)
Jesus Cristo, Evangelho do Pai, que anunciou com gestos e
palavras que Deus é misirecordioso para com todas as suas
criaturas, que ama o homem com amor sem limites e quis
entrar na sua história por meio de Jesus Cristo, morto e
ressuscitado por nós, para libertar-nos do pecado e de todas
as suas consequências e para fazer-nos participantes de
sua vida divina
A força renovadora da Evangelização está
(cf. SD 27):
• na fidelidade à palavra de Deus acolhida na comunidade eclesial;
• no Espírito Santo, que cria a comunidade e, na diversidade, alimenta
a riqueza carismática e ministerial;
• e no projetar para o mundo mediante o compromisso missionário.
Como deve ser a nova Evangelização
(cf. SD 28-29)
 Nova
em seu ardor
Nova em seus métodos
Nova em sua expressão
Jesus Cristo nos chama a renovar nosso ardor apostólico.
Para isso envia o seu Espírito, que inflama hoje o coração da
Igreja. Assim o melhor evangelizador é o santo, o homem
das bem-aventuranças (cf. RM 90-91).
Uma evangelização nova em seu ardor supõe:
(cf. SD 29)
•fé sólida;
• caridade pastoral intensa;
• forte fidelidade sob a ação do Espírito;
• mística;
• entusiasmo incontido na tarefa de anunciar o Evangelho;
• capacidade de despertar a credibilidade para acolher a
Boa Nova da Salvação.
Uma Evagelização Nova em seus métodos exige:
(cf. SD 29)
• novos caminhos;
• confiança no anúncio salvador de Jesus (querigma);
• confiança na atividade do Espírito Santo;
• imaginação e criatividade;
• utilizar os meios que a técnica e a ciência nos proporcionam;
• utilizar meios que façam o Evangelho chegar ao centro da
pessoa e da sociedade.
Uma Evagelização Nova em sua expressão exige:
(cf. SD 30)
• Inculturar-se mais no modo de ser e de viver em nossas
culturas;
• Levar em conta as particularidades das diversas culturas;
• Falar segundo a mentalidade e cultura dos ouvintes;
• Conversão pastoral da Igreja na consciência e na práxis
pessoal e comunitária, nas relações de igualdade e de
autoridade;
• Presença com mais clareza, enquanto sinal eficaz,
sacramento de salvação universal.
ELEMENTOS E PASSOS ESSENCIAIS DA
EVANGELIZAÇÃO
1° – TESTEMUNHO DE VIDA. “Evangelizar é, em primeiro lugar, dar testemunho de
maneira simples e direta, de Deus revelado por Jesus Cristo.” (EN 26)
Os cristãos pelo testemunho irradiam a sua fé em valores que estão para além dos
valores. Por força deste testemunho os cristãos fazem aflorar no coração daqueles
que os vêem, perguntas:
• Por que é que eles são assim?
• Por que é que eles vivem daquela maneira?
• O que é, ou quem é, que os inspira?
• Por que é que eles estão conosco?
Nisso há já um gesto inicial de evangelização. (cf EN,21) “O homem contemporâneo
escuta com melhor boa vontade as testemunhas, do que os mestres.” (EN 41)
2° – ANÚNCIO EXPLÍCITO. Aproveitar toda ocasião e oportunidade. “Dando
razão de sua esperança” (1Pd 3,15). Comunicar a outros a experiência pessoal
do encontro vivo com Cristo, sua salvação e a Vida Nova.
“A Boa Nova proclamada pelo testemunho da vida deverá, mais tarde ou mais
cedo, ser proclamada pela palavra da vida.
Não haverá nunca evangelização verdadeira se o nome, a doutrina, a vida, as
promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus, não forem
anunciados”.(EN, 22)
3° – SAÍDA MISSIONÁRIA. A Igreja, pastores e fiéis, sem descuidar da atenção
aos mais próximos, (cf. SD, 131) deve:
• Sair organizadamente ao encontro dos que estão afastados, visitando casa por
casa.
• Promover um novo impulso missionário em direção a esses fiéis, indo-lhes ao
encontro.
• Pregar-lhes o querigma de uma forma viva alegre.
• Organizar campanhas missionárias / Destacar as visitas domiciliares e as
missões populares.
• Motivar e animar as comunidades e movimentos eclesiais para que redobrem
seu serviço evangelizador.
•Comunicar de forma sintética e compacta, convidando as pessoas a uma
resposta global de conversão e aceitação de Jesus como Salvador.
4° – ADESÃO VITAL NUMA COMUNIDADE ECLESIAL. O anúncio, de fato,
adquire toda sua dimensão quando faz brotar naquele que o recebeu, uma
adesão do coração às verdades reveladas, ao programa de vida, na palavra e ao
reino anunciado por Jesus. (cf. EN 23)
“O dinamismo da evangelização, àquele que acolhe o Evangelho como palavra
que salva, normalmente, o traduz nestas atitudes:
• adesão à Igreja,
• aceitação dos sacramentos que manifestam e sustentam essa adesão, pela
graça que eles conferem.” (EN 23)
ELEMENTOS DA PASTORAL
5° – COMUNIDADES. Sobre comunidades o documento CL 34 diz:
“Esta nova evangelização, dirigida não apenas aos indivíduos, mas inteiras faixas
de população, nas suas diversas situações, ambientes e culturas, tem por fim
formar comunidades eclesiais maduras, onde a fé desabroche e realize todo o seu
significado originário de adesão à pessoa de Cristo e ao seu Evangelho, de
encontro e de comunhão sacramental com ele, de existência vivida na caridade e
no serviço”.
É importante, também, que as pessoas não se fechem no grupo, recusando a
solidariedade e a comunhão que devem à Igreja como instituição, representada
pela paróquia e pela diocese cf. Doc. 71, n. 140.
Modelo de Comunidade cf. RM 51
“De fato, cada comunidade, para ser cristã, deve fundar-se e viver em Cristo,
na escuta da Palavra de Deus, na oração onde a Eucaristia ocupa um lugar
central, na comunhão expressa pela unidade de coração e de alma, e pela
partilha conforme as necessidades dos vários membros (cf. At 2,42-47).
6° - CATEQUESE.
Catequese entendida como um processo de amadurecimento na fé e não
apenas como curso de preparação para receber sacramentos.
A catequese faz parte do conjunto da evangelização, mas não se confunde nem
ignora o primeiro anúncio (querigma), como deixa claro o Papa João Paulo II:
“Antes de mais nada convém recordar que entre a catequese e a evangelização
não existe separação nem oposição, como também não há identificação pura e
simples, mas existem sim relações íntimas de integração e de
complementaridade recíproca” (CT 18).
A catequese deve ser vista como um processo permanente de educação na fé:
“Desde a primeira infância até o limiar da maturidade, a catequese torna-se, pois, uma
escola permanente da fé e segue as grandes linhas da vida, à maneira de um farol
que ilumina o caminho da criança, do adolescente e do jovem” (CT 39).
7° - SACRAMENTOS, vida litúrgica e oracional, como centro, fonte e cume de
toda vida cristã e eclesial. Piedade popular evangelizada, purificada e integrada
numa séria vida cristã e engajamento eclesial.
O elemento central são os sacramentos, especialmente a Eucaristia. Em Atos
2,42, além de comunidade e doutrina, assinala-se como elemento de
perseverança as orações e a Fração do Pão.
Se a Eucaristia é o centro da vida cristã ela não é o início, como ensina o Papa
João Paulo II no doc. EE 35.
8° - AÇÃO SOCIAL, não apenas assistencial, mas promocional e estrutural.
Promoção humana integral para um mundo novo, para mudança de estruturas e
sistemas.
“Não havia necessitados entre eles” (At 4,34).
“A evangelização não seria completa se não tomasse em consideração a
interpelação recíproca que se fazem, constantemente o Evangelho e a vida
concreta, pessoal e social, dos homens. É por isso que a evangelização comporta
uma mensagem explicita, adaptada às diversas situações e continuamente
atualizada: sobre os direitos e deveres de toda a pessoa humana e sobre a vida
familiar, sobre a vida em comum na sociedade; sobre a vida internacional, a paz, a
justiça e o desenvolvimento; uma mensagem sobremaneira vigorosa nos nossos
dias, ainda, sobre a libertação” EN 29.
O Papa afirma na NMI n° 50 que a evangelização é a primeira caridade:
“Por isso, devemos procurar que os pobres se sintam, em cada comunidade
cristã, como ‘em sua casa’. Não seria este estilo a maior e mais eficaz
apresentação da boa nova do Reino? Sem esta forma de evangelização,
realizada por meio da caridade e do testemunho da pobreza cristã, o anúncio do
Evangelho – e este anúncio é a primeira caridade – corre o risco de não ser
compreendido ou de afogar-se naquele mar de palavras que a atual sociedade
da comunicação diariamente nos apresenta. A caridade das obras garante a
força inequívoca à caridade das palavras”.
A ação social é parte integral do Plano pastoral, fruto da evangelização e
expressão de verdadeiras comunidades cristãs, onde se compartilha tudo e não
há nenhum necessitado.
9° - ENVOLVIMENTO APOSTÓLICO. O doc. CL fala da necessidade de todos
estarem comprometidos com o apostolado:
“Os fiéis leigos devem convencer-se cada vez mais do particular significado
que tem o empenho apostólico na sua paróquia. (...) Habituem-se os leigos a
trabalhar na paróquia intimamente unidos aos seus sacerdotes, a trazer para
a comunidade eclesial os próprios problemas e os do mundo e as questões que
dizem respeito à salvação dos homens, para que se examinem e resolvam com o
concurso de todos. Habituem-se a prestar auxílio a toda a iniciativa apostólica
e missionária da sua comunidade eclesial na medida das próprias forças”
CL 27.
“Nenhum crente, nenhuma instituição da Igreja pode esquivar-se deste dever
supremo: anunciar Cristo a todos os povos”. RM 03
10° - SETORES E PASTORAIS.
• Paróquia organizada em Setores geográficos, com Visita Missionárias
Permanente.
• Pastorais de ações específicas.
• CONSELHO MISSIONÁRIO E PASTORAL PAROQUIAL, formado pelos
responsáveis de setores e pastorais junto com o pároco. Pároco o cabeça de
tudo, efetivamente presente, impulsionando, animando e coordenado tudo,
superando uma pastoral de manutenção, uma Paróquia estação de serviços
religiosos, transformando-a em Paróquia comunidade evangelizadora, em uma
Igreja, comunhão missionária.
Processo
Pessoal
Pároco e
Algumas
Lideranças
da
Paróquia
1°- Retiro de Evagelização
Capacitação para Pastoreio /
Coordenadores de Comunidade
Processo
Paroquial
2°- Retiro de Evagelização
Formação de Proclamadores
Perseverar em
Comunidade
Formação de Missionários Visitadores
/ Casa de Oração e Acolhida
(Visita Missionária / Pastoral / Dízimo)
(Estudo/ Catequese)
Perseverar em
Comunidade
(Estudo/ Catequese)
3°- Retiro de Evagelização
Compromisso Apostólico
Perseverar em
Comunidade
(Estudo/ Catequese)
Compromisso Apostólico
(Visita Missionária / Pastoral /
Dízimo)
Compromisso Apostólico
(Visita Missionária / Pastoral /
Dízimo)
4°- Missão Evangelizadora
Retiro de
Evangelização
Perseverar em
Compromisso Apostólico
Comunidade
(Visita Missionária / Pastoral / Dízimo)
(Estudo/ Catequese)
•Capacitação para Missionários Visitadores
•Capacitação para Proclamadores e Pastoreio
•Capacitação para Coordenadores de Comunidade
•Capacitação para Casa de Oração e Acolhida
5°- Paróquia em Permanente Missão
Casa de Oração e Acolhida
Retiro de Evangelização
•Capacitação para Catequistas
•Capacitação para Ministérios Leigos
Perseverar em
Compromisso
Comunidade
Apostólico
(Estudo/ Catequese)
(Visita Missionária / Pastoral /
Dízimo)
•Capacitação para Ação Social
•Capacitação para a Pastoral da Juventude
•Capacitação para a Pastoral Familiar
•Capacitação para Pastoral da Sobriedade
A partir deste momento se estabelece um ciclo permanente com
gente nova para o Processo Missionário Evangelizador
• Reconhecendo nossa identidade
missionária, esta primeira urgência deverá
“suscitar em cada batizado em cada forma
de organização eclesial, uma forte
consciência missionária, [ ... ]. A atual
consciência missionária interpela o
discípulo missionário a sair ao encontro das
pessoas, das famílias, das comunidades e
dos povos para lhes comunicar e
compartilhar o dom com o encontro com
Cristo” (DGAE 31; DAp 548)
Objetivos específicos
• Favorecer a cada pessoa o encontro com
Jesus Cristo para ser discípula missionária a
serviço do Reino;
• Despertar as comunidades para o anúncio
de Jesus Cristo e o Reino de Deus, num
estado permanente de missão, expressando
a conversão pastoral.
• Fortalecer o testemunho do Evangelho, em
atitudes de serviço e diálogo, para a
construção de uma sociedade justa, fraterna
e solidária.
Pistas de ação:
• Conscientização missionária das lideranças, de modo que a
“própria comunidade cristã, sinta-se ela mesma anúncio.
• Levantamento da realidade da comunidade para descobrir
os destinatários da evangelização.
• Missão popular para evangelizar a realidade identificada.
• Organizar conselho missionários paroquial como um lugar,
onde se discutam, organizem e desenvolvam atividades
missionárias.
Pistas de ação:
• Incentivar organizar trabalhos missionários, tais como a infância
adolescência e juventude missionária, envolvendo os na
caminhada eclesial
• Educar os membros da paróquia para se tornarem comunidade
Cristã abertas e não fechadas em torno de si mesmas, sem
relacionamento com a sociedade.
• Educar para o diálogo religioso e inter-religioso
• Dar atenção as comunidade mais distantes da sede paroquial.
• Motivar as pastorais sociais para ação missionária, saindo do
caráter meramente assistencialista.