SANA, O TURISMO E A CONFERÊNCIA DA CIDADE DE MACAÉ. A busca por soluções para os problemas das cidades é milenar. Foi na Grécia antiga que surgiu a figura do planejador. Um cidadão de nome Hipódamo, de Mileto, foi considerado o “Pai do Planejamento”. E as primeiras cidades surgidas na região da Mesopotâmia antiga eram pequenas, com ruas e moradias voltadas para um pátio interno, o que levou os arqueólogos a concluir que mesmo nas cidades pequenas havia um planejamento e um bom planejador. Parece que estamos carentes de Hipódamos. Promovida pela Prefeitura Municipal, a conferência acima mencionada aconteceu nos dias 24 a 26 de maio, no auditório da Cidade Universitária, tendo como objetivo buscar a promoção do desenvolvimento justo e sustentável para nossas cidades. Segundo a Prefeitura, “O crescimento desordenado trouxe sérios problemas para as cidades: surgimento de favelas, engarrafamentos, acidentes, insegurança, enchentes, degradação ambiental, poluições e doenças”. Esqueceu-se de dois itens muito importantes, ou seja, o alto índice de criminalidade e as invasões de terras (vide Lagomar, Manguezais), etc. Estivemos presentes àquela conferência para entregar ao Prefeito Dr. Aloysio, o documento “Pequenos Investimentos & Grandes Benefícios (para a comunidade do Sana e visitantes), documento esse assinado pelos Presidentes das Associações de Moradores do Sana e da Cabeceira do Sana, e pela Associação das Pousadas do Sana, como parte de nossa colaboração à conferência, contendo uma relação de pequenos e médios investimentos, além de citar a necessidade de tratamento paisagístico em diversos logradouros, bem como a reurbanização de praças e ruas do Sana. Fomos muito bem recebidos pelo representante do Prefeito, com a promessa de que o documento seria entregue ao mesmo o mais rápido possível. Um texto chamou nossa atenção no prospecto distribuído pela Prefeitura: “Cidades são feitas por pessoas e para pessoas, e somente mudam quando as pessoas buscam a mudança”. Felizmente ainda não somos uma “cidade”, mas o texto é muito válido para todos nós. Que tipo de Sana queremos? O que você espera que seu filho e netos encontrem aqui, daqui a 15 anos, por exemplo? Você tem buscado mudanças? Que tipo de mudança você quer para o Sana? Um “Sana cidade” cheia de favelas, engarrafamentos, acidentes, insegurança, enchentes, violência, degradação ambiental, poluições, doenças e criminalidade, com invasão de terras tal como se encontra a cidade de Macaé hoje? Seria muito difícil enumerar as causas que levaram Macaé a estar, hoje, tentando encontrar soluções para sair do caos no qual vem mergulhando ano após ano. Entretanto, sejam quais forem os motivos, o fato é que Macaé não estava preparada para absorver e lidar com as demandas ocasionadas pela descoberta do petróleo na região. Além disso, a incapacidade e de nossos políticos estão entre as causas dessa situação caótica em que se encontra não apenas a cidade de Macaé, mas também muitas outras espalhadas por esse Brasil afora. Isso sem falar nos desvios de verbas e de obras superfaturadas esvaziando os cofres públicos. Da mesma forma afirmamos com absoluta convicção, que o distrito de Sana não está preparado para absorver e lidar adequadamente com os problemas seriíssimos que surgirão, caso algum político aventureiro decida ligar Macaé a Sana, asfaltando a estrada a partir do distrito de Frade. O trecho compreendido entre Frade e Cabeceira do Sana, tem sido uma espécie de “barreira de proteção temporária” contra a invasão que, inevitavelmente, ocorrerá se aquele trecho for asfaltado. Lamentamos que até o presente momento os “planejadores” urbanos agregados à Municipalidade não tiveram capacidade para, sequer, construir uma praça decente aqui em Sana, o mínimo exigido para qualquer aglomeração urbana. Não respeitaram o Conselho Gestor da Apa do Sana, e tomaram decisões sem a real participação da população, preferindo atender a meia dúzia de cidadãos para fins eleitoreiros, e a interesses de empreiteiros, em detrimento da maioria dos moradores e em prejuízo do turismo local, maior fonte de renda da população hoje. O governo atual não pode virar as costas para a maior indústria não poluente do mundo, que é o turismo. Reurbanização já! Antenor Lima de Souza Técnico Judiciário Juramentado Aposentado e Micro-empresário