Iª CIMEIRA DO ENSINO DAS CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DA SAÚDE CONCLUSÕES Assentando em quatro pontos que expressavam dois temas actuais: a internacionalização das capacidades cientificas e tecnológicas da área das ciências e tecnologias da saúde, com expressão no mercado interno e externo na economia da saúde e as transformações que podem ser operadas ao nível do respectivo ensino, visando a adaptação de modelos formativos e perfis curriculares do ensino, a 1ª Cimeira do Ensino das Ciências e Tecnologias da Saúde foi acolhida com grande entusiasmo pelos cerca de cinquenta participantes, em representação de instituições, organizações e personalidades de relevo da área da saúde. Tendo como ponto de partida e método de trabalho, a reflexão de dois grandes temas que se completam, concluiu-se: 1. Portugal pode-se considerar um grande centro cientifico e tecnológico, ao nível dos melhores padrões internacionais, devendo promover, no plano internacional, todo um mercado de saúde, com capacidade para atrair investimentos estrangeiros e promover a oferta de serviços e cuidados de saúde, que vão desde centros de diagnóstico e reabilitação de altíssima qualidade, até polos de saúde e bem estar, onde o sector termal assume uma importância significativa. 2. Esta capacidade instalada determina uma mais profunda reflexão sobre a economia da saúde, com efeitos sobre a empregabilidade no sector e a internacionalização de serviços, nas áreas da produção de saberes, serviços e cuidados de saúde e investigação cientifica. 3. Para tal é necessário melhorar a informação sobre o que e como produzimos em saúde, promovendo a imagem da qualidade no mercado interno e externo. 4. Dos mercados com maior potencial destacam-se os países da CPLP, com especial destaque para Angola e o Brasil. 5. A pirâmide demográfica que se vai acentuando no nosso País determina uma grande atenção para as profissões mais próximas de reabilitação, saúde ocupacional e cuidados continuados no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, bem como um crescente potencial de áreas de negócio no âmbito da saúde e bem estar, enquanto factores de grande potencial de empregabilidade. 6. Na mesma linha se situam os cuidados de saúde primários que, na sua génese de cuidados de saúde de proximidade, carecem de áreas tecnológicas que permitam obter ganhos em saúde, 24 de Novembro de 2012 Lisboa - Hotel Sana Metropolitan Com o apoio da através de uma referenciação de doentes mais eficiente, diminuindo os dias de trabalho potencialmente perdidos, constituindo-se assim como um factor potenciador da economia. 7. Os custos do factor trabalho necessitam de uma avaliação mais profunda, pois, estão a ser influenciados por políticas de recursos humanos que não têm na devida conta todo o potencial instalado ao nível das profissões emergentes (áreas das ciências e tecnologias da saúde), com grande evidência cientifica e tecnológica, maior capacidade de produção de cuidados de saúde especializados e menor custo por acto de saúde. 8. Para a sustentabilidade destas medidas é indispensável o papel transformador da academia, assente na comunicação permanente com os empregadores e organizações representativas dos profissionais de saúde, visando: a) A evolução do ensino / academia para centros de conhecimento, enquanto ferramenta de cooperação entre o ensino universitário e politécnico; b) A articulação da complementaridade formativa e de regeneração de áreas de saber e competências sobreponíveis; c) Repensar a excessiva especialização do ensino de 1.º Ciclo de licenciatura em grande parte das áreas de conhecimento e competência; d) Identificar os efectivos níveis de competências de que necessitamos; e) Estabelecer mecanismos de cooperação entre o ensino universitário e politécnico no ensino de 1º, 2º e 3º ciclos; f) Redefinir os níveis de competência profissional de primeiro ciclo, articulando-os com as competências adquiridas nas formações de 2º e 3º ciclo; g) Repensar a excessiva oferta formativa, enquanto factor de despesa desnecessária e pressão sobre a relação da qualificação profissional e a natureza dos postos de trabalho; h) Avaliar qual o ponto de equilíbrio entre oferta formativa do ensino e a procura interna e externa do mercado de trabalho; i) Reorganizar a excessiva rede de estabelecimentos do ensino superior, orientando-os para centros de excelência ao nível das áreas cientificas predominantes, áreas de investigação de valor acrescentado e referência internacional nos diferentes ciclos de formação; j) Envolver o grande empregador Estado, através do Ministério da Saúde, em todo o processo de avaliação e certificação do ensino, da responsabilidade da Agência A3Es. l) Envolver as organizações representativas dos profissionais de saúde na constante dialética do desenvolvimento a realizar nos estabelecimentos do ensino superior; m) Desenvolver um programa de aprendizagem ao longo da vida, assente no desenvolvimento do conhecimento, aptidões e competências, em cada uma das áreas de intervenção profissional com a obrigatoriedade de uma recertificação profissional adequada que mantenha os profissionais cientifica e tecnologicamente actualizados. 24 de Novembro de 2012 Lisboa - Hotel Sana Metropolitan Com o apoio da 9. Esta cooperação deve ter em conta a excessiva especialização do ensino do 1º ciclo de formação, as sobreposições dos perfis de competência e a necessária articulação da academia nos processos formativos de 1.º, 2.º e 3.º ciclos. 10. Levar toda esta reflexão aos decisores políticos. Todas estas conclusões, enquanto ponto de partida, estão sustentadas pelo espirito de cooperação e continuidade desta iniciativa, manifestado pelas organizações, instituições e personalidades presentes, pois, foi entendimento comum alargar esta reflexão, em futura iniciativa, a outros sectores profissionais e de actividade. Como nota de especial relevância, e atentas as conclusões desta Cimeira, identificaram-se diversas áreas de actividade profissional, cujos representantes demonstraram a necessidade de uma reflexão mais especifica e aprofundada, funcionando esta Cimeira como a ponte de comunicação que tem faltado na dialética às novas realidades constituídas no ensino e exercício da e na saúde. Lisboa, 24 de Novembro de 2012 24 de Novembro de 2012 Lisboa - Hotel Sana Metropolitan Com o apoio da