[Filosofia] Sala de Aula Atitude filosófica: um desafio para o ensino da Filosofia Frente à necessidade de se ter homens e mulheres capazes de pensar sobre si mesmo, como indivíduos portadores de uma História e, por isso, frutos de seu tempo, a escola precisa ser um centro de investigação. Precisa ser um espaço em que a partilha das idéias é condição para se erigir uma ordem em que haja o respeito pelo diferente, pela diversidade e pela pluralidade de idéias. Todavia, isso só é possível ao se reconhecer que essas idéias são tentativas de explicação do real. E, como tentativas, são marcadas pelo tempo em que foram forjadas, trazendo as marcas dos grupos que as elaboraram. Por isso mesmo, transitórias. Nessa perspectiva, a nova coleção de Filosofia do Sistema Positivo de Ensino para o Ensino Médio inseriu a seção “Atitudes Filosóficas”, que é justamente a postura esperada desses novos homens e mulheres para um tempo marcado por incertezas e pela busca de um entendimento em que se reconhece as limitações do conhecimento. Essa busca deve partir de um olhar inquiridor sobre as imbricadas relações entre realidade e discurso. Nessa seção, alunos e alunas são convidados a olhar ao seu redor, buscando os elementos que definem os discursos que o seu tempo construiu para dar inteligibilidade aos fenômenos sociais, nos quais são, simultaneamente, agentes e objetos, seres ativos e passivos, protagonistas e espectadores. Afinal, a atitude filosófica implica na indignação, na curiosidade e na criatividade. Indignação frente ao que está posto, que é tido como verdade absoluta e única. Curiosidade para refletir, para buscar outra explicação, ainda que pareça absurda. Criatividade para ser capaz de pensar diferente, sem medo de reconhecer que toda e qualquer tentativa de explicação traz em si mesmo os limites de seu tempo e, por isso, do próprio entendimento. MARCOS AURÉLIO PEREIRA [email protected] Coordenador das áreas de História, Filosofia e Sociologia da divisão de Sistemas de Ensino da Editora Positivo | maio 2008 41