Manual do Projecto LeoShape Este projeto teve o apoio da Comissão Europeia. A sua publicação reflete apenas os pontos de vista dos autores, e a Comissão não se responsabiliza pelo uso que possa ser feito da informação nele contida. Foi subsidiado pelo programa Lifelong Learning – parcerias Leonardo da Vinci 1 PREFÁCIO Caro leitor, utilizador deste manual A parceria de cinco (excelentes) paises europeus preparou estes módulos educacionais de elevada qualidade destinados a cuidadores de pessoas com problemas de saúde mental. Para esta população, com problemas de saúde mental, a actividade física é de extrema importancia, uma vez que devido à sua disfunção o risco de desenvolvimento de excesso de peso e obesidade está aumentado. Os parceiros estão empenhados em melhorar a qualificação dos cuidadores em cada país participante tornando-‐a mais semelhante, clara e passível de ser comparada. Estes módulos de formação fornecerão aos cuidadores, informação sobre as doenças mentais mais comuns, alimentação e estilo de vida saudáveis, exercício, e noções básicas sobre como actuar como na promoção da actividade física. Os módulos estão disponíveis na página web do projeto, nas línguas nacionais dos parceiros (Esloveno, Espanhol, Português, Húngaro) e em Inglês. Os cuidadores, em diferentes instituições e organizações, trabalham com pessoas com problemas de saúde mental que constituem um grupo mais vulnerável do que a população geral. Assim, é especialmente importante fornecer a esses trabalhadores conhecimento adicional, a fim de responderem adequadamente às necessidades de seu local de trabalho. Sabe-‐se, no entanto, que os cuidadores possuem capacidades e conhecimento para trabalhar com as pessoas com problemas mentais. Por conseguinte, tenha em atenção que este manual deve ser utilizado apenas como orientação e apoio no seu trabalho. Todos os parceiros são líderes nas suas áreas de intervenção a nível nacional e com reputação internacional, o que garante excelentes resultados a este projeto. Aprecie trabalhar com este manual! A equipa do projeto LeoShape www.ozara.org www.bodifit.net www.intras.es www.ips.pt http://www.pilates-‐studio.hu/ Julho 2014 2 ÍNDICE: Módulo1: Informações básicas sobre a doença mental 4 Módulo2: Nutrição saudável 17 Módulo3: Exercício/Atividade física regular 29 Módulo 4: Promoção de níveis de atividade física para os clientes de saúde mental 41 Módulo 5: Técnicas de Motivação 68 3 MÓDULO 1: INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE DOENÇA MENTAL 1. QUE É DOENÇA MENTAL? A doença mental é qualquer doença ou condição que influencie a forma de uma pessoa pensar, sentir, comportar, e / ou relacionar-‐se com os outros e com o meio ambiente. É um distúrbio cognitivo, emocional e comportamental que afeta os processos psicológicos básicos como: emoção, motivação, cognição, consciência, comportamento, percepção, sensação, aprendizagem e linguagem. Apesar dos sintomas da doença mental poderem variar de leves a graves e serem diferentes conforme o tipo de doença mental, uma pessoa com uma doença mental não tratada pode ter limitações importantes ao lidar com as rotinas e exigências diárias da vida. A causa da doença mental não é bem conhecida. Pode estar relacionada com antecedentes familiares problemáticos, eventos stressantes, alterações bioquímicas, genéticas, problemas físicos de saúde, problemas sociais .... Existem muitos tipos diferentes de distúrbios mentais. Alguns severos, outros não. Alguns transitórios, outros permanentes. Uns de tratamento fácil, outros demorados. Normalmente a terapêutica é uma combinação medicamentosa e são aconselhadas diferentes abordagens psicológicas e de aconselhamento. Para um tratamento de sucesso deverá existir uma avaliação e diagnóstico corretos. O que não é doença mental? Os acontecimentos stressantes da vida diária causando distúrbios emocionais, a perda de pertences e entes queridos, doenças físicas, problemas conjugais e familiares, problemas no local de trabalho, etc. Todos estes acontecimentos são normais para todos nós. E geralmente não requerem tratamento. Se passarem a afetar significativamente a pessoa, o aconselhamento profissional pode tornar-‐se necessário. Contudo, caso persistam por tempo prolongado, podem transformar-‐se em doenças mentais. 4 2. O PAPEL DA SOCIEDADE CIVIL A cultura e os costumes de cada sociedade têm um papel importante na forma como as pessoas de diferentes origens sociais se expressam, procuram ajuda, lidam com o stresse e desenvolvem apoios sociais A Cultura afeta todos os aspectos da vida de cada indivíduo, incluindo o modo como vivemos, entendemos, expressarmos e lidamos com o stresse emocional e mental. Abrange todos os aspectos da vida diária de cada um. Logo, é muito importante o papel que a sociedade tem na forma como a doença mental é detectada. Além disso, para as pessoas com doença mental a integração poderia ser uma questão difícil, devido a estigmas e preconceitos. Na verdade, existem lacunas e equívocos que constroem barreiras entre eles e a sociedade, como adesconfiança e medo do tratamento, o significado da linguagem verbal e da linguagem corporal, ideias alternativas sobre o que constitui doença e saúde e a falta de diversidade na força de trabalho em saúde mental. É muito importante compreender o impacto que as diferenças culturais têm em cada indivíduo e também nos serviços de saúde mental, a fim de desenvolver uma base comum de conhecimento na luta contra o estigma. A Carta de Ottawa para a Promoção da Saúde (WHO 1986), resultado da Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, focou não só o tratamento da doença mental, mas também a abordagem preventiva da doença mental, subjacente às influências positivas de informar sobre esta realidade e normalizando a vida diária das pessoas que sofrem de qualquer tipo de doença mental. Os elementos-‐chave da Carta de Ottawa são para construir políticas públicas saudáveis, criar ambientes favoráveis à saúde, fortalecer a ação comunitária, desenvolver capacidades pessoais e reorientar os serviços de saúde. 3. O QUE SIGNIFICA ESTIGMA? O estigma é uma marca que exclui uma pessoa. Quando alguém é rotulado por causa da sua doença, é visto como um membro de um grupo estereotipado, marginal à sociedade. O estigma traz experiências e sentimentos de: 5 1.Vergonha 2.Culpa 3.Desesperança 4.Stress 5.Relutância em procurar e / ou aceitar a ajuda necessária O estigma social da doença mental existe há muito tempo, sendo de difícil combate. Atitudes negativas criam preconceitos que levam a ações de discriminação. Atualmente, estamos conscientes disso e a luta contra o estigma é um passo essencial para o processo de recuperação das pessoas com doença mental. 4. RELAÇÃO ESTIGMA / DIVERSIDADE Agora que sabemos o que significa estigma, vamos lidar com a sua ligação à diversidade. Como acima se mencionou, rotular uma pessoa com doença mental é estereotipá-‐la. O impacto da doença mental é maior entre as comunidades que enfrentam vários preconceitos e desvantagens dentro da sua sociedade, especialmente no mundo do trabalho. Reduzir o estigma e mudar o conceito de diversidade requer uma alteração no comportamento e atitudes, para a aceitação, o respeito e equidade das pessoas que vivem com doenças mentais. A inclusão social da doença mental é o fator chave para evitar a estigmatização. 5. ABORDAGEM DE RECUPERAÇÃO A abordagem de recuperação em saúde mental nem sempre se refere à cura completa pela eliminação total dos sintomas. O conceito de recuperação é restituir o controle sobre a sua vida, apesar de existir um problema de saúde mental. Recuperação significa focalizar os cuidados na manutenção dos ganhos e no aumento da resiliência das pessoas com problemas de saúde mental, não apenas tratar ou gerir os seus sintomas. De acordo com a Fundação de Saúde Mental, um dos princípios mais importantes para guiar a recuperação é a esperança, crença de que é possível recuperar uma vida com sentido, apesar de uma doença mental grave. 6 O processo de recuperação… ➢ fornece uma visão holística de doença mental que se concentra na pessoa, não apenas nos seus sintomas ➢ acredita que a recuperação de uma doença mental grave é possível ➢é uma jornada e não um destino ➢ não significa necessariamente voltar ao nível onde estava antes ➢ acontece em 'avanços e recuos' e, como a vida, tem muitos altos e baixos ➢ apela ao otimismo e comprometimento de todos os envolvidos ➢ é profundamente influenciado pelas expectativas e atitudes das pessoas ➢ requer um sistema bem organizado de apoio por familiares, amigos ou profissionais ➢ requer serviços que utilizem formas de trabalhar inovadoras O modelo de recuperação tem como objetivo ajudar as pessoas com problemas de saúde mental a olharem para além da mera sobrevivência e existência. Encoraja-‐os a seguir em frente, definir novas metas e desenvolver relacionamentos que dêem significado às suas vidas. Recuperação enfatiza que as pessoas, mesmo sem controlo total sobre os seus sintomas, o possam ter sobre as suas vidas. A recuperação não é sobre " livrar-‐se" dos problemas. É ver para além dos problemas mentais de uma pessoa, reconhecendo e promovendo as suas capacidades, interesses e sonhos. A Doença mental e as atitudes sociais acerca dela impõem, muitas vezes, limites às experiencias pessoais da própria doença. Os profissionais de saúde, amigos e família podem ser excessivamente protetores ou pessimistas acerca do que alguém com um problema de saúde mental será capaz de alcançar. A recuperação é sobre olhar para além desses limites para ajudar as pessoas a alcançar seus próprios objetivos e aspirações. A recuperação pode ser uma viagem de auto-‐descoberta e crescimento pessoal. Experiências de doença mental podem proporcionar oportunidades de mudança, reflexão e descoberta de novos valores, habilidades e interesses. 7 A investigação revelou que os fatores importantes no caminho para a recuperação incluem: • bom relacionamento interpessoal • segurança financeira • trabalho satisfatório • o ambiente de vida adequado • desenvolver as suas próprias perspectivas culturais ou espirituais • o desenvolvimento de resiliência às eventuais adversidades ou futuro stress Outros fatores destacados pelas pessoas como positivos na sua recuperação incluem: ü ser acreditado ü ser ouvido e compreendido ü obter explicações dos problemas ou experiências ü ter a oportunidade de ser temporariamente desresponsabilizado, durante os periodos de crise Além disso, é importante que quem os apoia durante o processo de recuperação, os incentive a desenvolver as suas capacidades e a atingir os seus objetivos. 6. DISFUNÇÕES MENTAIS MAIS COMUNS Psicoses Estes distúrbios são caracterizados por uma perda da capacidade em distinguir o que é real do que não é. As pessoas que sofrem destas doenças ouvem e veem, por vezes, coisas que os outros não ouvem nem veem. Alguns tornam-‐se muito desconfiados e começam a acreditar que outros os estão a tentar prejudicar. Alguns começam a assumir outras identidades para além da sua. Alguns acreditam que Deus ou o Diabo ou outra pessoa comunica com eles. Outros, ocasionalmente ou definitivamente, retiram-‐se para o seu próprio mundo imaginário perdendo contato com a realidade à sua volta. Transtornos psicóticos são a forma mais grave das doenças mentais. 8 Transtornos do Humor Os transtornos de humor são caracterizados por depressão grave ou euforia (mania, euforia) ou um oscilar entre os dois estados. Ao contrário da tristeza normal, dor, ou sensação de elevado bem estar, estes distúrbios afetam severamente a vida diária de uma pessoa tornando-‐a disfuncional para prosseguir com as rotinas da vida. As suas mudanças de humor são fortemente oscilantes. Uma pessoa clinicamente deprimida perde todo o interesse e esperança na vida. Perde o apetite, tem dificuldade em adormecer, acordando frequentemente e sendo difícil voltar a adormecer . Tornam-‐se incapazes de se cuidarem e de cuidarem das necessidades das suas famílias. Têm tendências suicidas frequentes. No estado maníaco, a sua mente torna-‐se excessivamente ativa; fazem planos grandiosos, compras desenfreadas, falam sem parar e ficam hiperativos. Transtornos de ansiedade Estes distúrbios são caracterizados por um sentimento generalizado de ansiedade e medo. A ansiedade severa sobre uma possível condenação pode levar a ataques de pânico, pelo que uma pessoa pode começar a sentir-‐se fisicamente fraca, tonta, incapaz de respirar e até desmaiar. A ansiedade também pode aparecer na forma de fobias, dores físicas, obstipação, diarreia, náuseas, nervosismo e um sentimento generalizado de stress. Pensamentos obsessivos e comportamento compulsivo também resultam da ansiedade severa e medo, que o paciente geralmente não consegue controlar. Transtornos de personalidade Estes distúrbios referem-‐se a comportamentos estáveis ou traços de personalidade característicos da pessoa desde a adolescência ou início da idade adulta. Estes traços causam prejuízo no relacionamento social ou ocupacional e sofrimento subjetivo. Estes distúrbios manifestam-‐se por dificuldades nas relações interpessoais. Existem vários tipos diferentes de distúrbios de personalidade: Obsessivo-‐Compulsivo, Antissocial, Paranoico, Personalidades Esquiva, Narcisistas e Dependentes. Eles carecem de mecanismos de “coping” suficientes para se adaptarem e lidarem com as tensões e problemas do quotidiano. Geralmente, eles ou não acreditam terem um problema, ou 9 então acreditam que essa é a sua forma de ser e que não podem mudar isso. Portanto, muitas vezes não procuram qualquer tipo de tratamento. Esses distúrbios são dos mais difíceis de tratar, e muitas vezes os cuidadores e familiares são quem mais sofre com suas consequências. Adições A adição de álcool, drogas, jogos de azar, pornografia e internet, pode ser considerada uma forma de doença mental. Nesses casos, a pessoa perde a vontade de parar o comportamento viciado ou substância, sabendo muito bem os perigos e riscos envolvidos. Aqui é coletada uma breve explicação de termos comuns na área da saúde mental; estas são as classificações teóricas para ajudá-‐lo a compreender a complexidade da psique. Na tabela das páginas seguintes encontra uma breve descrição das doenças mais comuns. 10 CARACTERISTICAS Esquizofrenia Transtorno Delirante Transtorno Delirante Induzido Outros sintomas psicóticos Transtorno Schizo-‐ afetiva Transtorno Bipolar É uma doença mental de longo prazo. É uma disfunção cerebral crônica, grave e incapacitante, que afeta pessoas 11 Os sintomas podem ser positivos: alucinações, delírios, movimentos corporais e distúrbios mentais que são maneiras incomuns ou disfuncionais de pensar. Mas também os sintomas negativos, como a falta de prazer na vida cotidiana; falta de capacidade de começar e sustentar as atividades planeadas e falando pouco, mesmo quando forçado a interagir. Causas múltiplas (biológico, biográfico, stress ...). É um tipo de doença mental grave É caracterizada pelo aparecimento de envolvendo psicose. Existem vários delírios muito persistentes. tipos: Perseguição da grandiosidade, ciúmes, místico-‐ religioso etc 1 Caracteriza-‐se pelo Sintomas psicóticos. desenvolvimento de delírios numa pessoa que se relaciona com outro que tem um transtorno delirante. A depressão, agitação, comportamento bizarro, alucinações, delírios e medo intenso, ansiedade e angústia. 11 Não está bem compreendido ou definido. É uma condição caracterizada por uma combinação de sintomas psicóticos e afectivos. Os sintomas podem incluir tipo maníaco e depressivo. Implica presença de episódios recorrentes de mania ou hipomania e depressão. Está dividido em vários sub-‐tipos. Cada um tem um padrão diferente de sintomas, como euforia, baixa auto-‐ estima, julgamento pobre, fala rápida, pensamentos, comportamento agressivo etc. Episódio depressivo com sintomas psicóticos SINTOMAS Consiste em mau humor, perda de interesse e prazer nas coisas. Além disso, sintomas psicóticos em forma de delírios, alucinações, ou estupor depressivo. Os sintomas mais comuns dos pacientes que sofrem de depressão psicótica incluem: agitação, ansiedade, hipocondria, insônia, deficiência intelectual, imobilidade física e delírios ou alucinações. 1 1 National Institute of Mental Health. http://www.nimh.nih.gov/health/topics/schizophrenia/index.shtml Web MD http://www.webmd.com/schizophrenia/delusional-‐disorder 1 Transtorno depressivo recorrente, episódio atual psicótico grave É caracterizada por episódios repetidos de depressão, delírios, alucinações, dos quais alguns com sintomas psicóticos. Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) É um distúrbio que pode chegar a ser muito incapacitante. Pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos. Transtorno de personalidade Abrange todas as formas de comportamento de longo prazo profundamente enraizado no indivíduo. Começa geralmente durante a infância e adolescência, embora persista na vida adulta. Caracteriza-‐se por grande dificuldade em estabelecer e manter relações estreitas com os outros. 1 Comportamento excêntrico; Anormalidades do pensamento. Discurso crônico com flutuações de intensidade. Transtorno da Personalidade Esquizotípica Afeta a cognição, a afetividade, a atividade inter-‐pessoal e o controle dos impulsos. AS ADIÇÕES SÃO DOENÇA MENTAL? Embora não seja claro se as adições a drogas, álcool, jogos de azar, etc, são consequência ou causa de doença mental, elas são reconhecidas e incluídas pela Organização Mundial de Saúde dentro da Classificação Internacional de Doenças2. A adição é uma condição na qual o corpo depende de uma droga para evitar sintomas de abstinência física e psicológica. Primeira etapa do vício é a dependência, durante a qual a procura de uma substância domina a vida de um indivíduo. Um viciado, eventualmente, desenvolve a tolerância, o que o obriga a consumir doses cada vez maiores da substância para obter o mesmo efeito. As adições mudam o funcionamento do cérebro; resultando em comportamentos compulsivos que enfraquecem a capacidade de controlar os impulsos. As adições são semelhantes, nas suas características básicas, a outras doenças mentais2. 22 2 Web MD http://www.webmd.com/depression/guide/psychotic-‐depression Psych Central Staff, Schizotypal Personality http://psychcentral.com/disorders/schizotypal-‐personality-‐disorder-‐symptoms/ 2 th Disorder Symptoms. International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems, 10 revision, volume 2, edition 2010, instructional manual. World Health Organization. Codes from F10 until F19 http://www.who.int/classifications/icd/ICD10Volume2_en_2010.pdf 2 American Psychological Association based on the Encyclopedia of Psychology: 8 Volume Set, Alan E. Kazdin, 2000 2 National Institute of drug abuse, 2011. http://www.drugabuse.gov/es/publicaciones/drugfacts/la-‐comorbilidad-‐entre-‐la-‐ adiccion-‐y-‐otros-‐trastornos-‐mentales 12 As adições devem ser detectadas e tratadas o mais cedo possível, fornecendo informações sobre os riscos do abuso de drogas e álcool. 7. APOIO E CONSELHOS ÀS FAMÍLIAS E AOS UTENTES COM DOENÇA MENTAL Segundo a publicação do Governo Australiano "promoção, prevenção e intervenção precoce para a saúde mental: a monografia", para a intervenção precoce os elementos críticos são: A Consciência dos primeiros sinais e sintomas de problemas de saúde e transtornos mentais entre toda a comunidade mas principalmente, entre os trabalhadores em ambientes com pessoas que já apresentarem sinais e sintomas precoces. Uma maior ênfase na percepção através de indicadores e rastreios oportunistas. Para as pessoas com um estado mental em risco, dar ênfase à redução dos factores de risco e ao aumento dos fatores de proteção. Para os primeiros episódios de distúrbio diagnosticável, a prestação de melhores práticas para essa disfunção (que podem diferir de prática padrão). Ênfase na monitorização contínua que, se necessário, pode ser sensível e não-‐intrusiva em toda as fases da vida de uma pessoa Em geral, a intervenção para ajudar os pacientes e respectivas famílias deve proporcionar uma abordagem sinérgica de: medicação, psicoterapia, alimentação, reabilitação psicossocial, filosofia de recuperação, trabalho, ocupacional / residencial. Todos estes sectores e áreas devem ser integradas cooperando uns com os outros. Reabilitação psicossocial Este tipo de reabilitação inclui estratégias não-‐farmacológicas. Até fornece a aquisição e/ou ganho de competências diferentes e essenciais permitindo às pessoas serem funcionais e autónomas no seu ambiente social e nas suas atividades da vida diária. A reabilitação psicossocial prevê igualmente a recuperação de capacidades cognitivas, melhorar as competências sociais ligadas ao autocontrolo e aconselhamento e apoio emocional à família. 13 Filosofia de recuperação A recuperação é uma complexa troca entre o ambiente e as características do indivíduo -‐ mesmo que este viva de forma independente as suas relações sociais e de trabalho. 7.1. GESTÃO DA CRISE Em primeiro lugar, segundo o conceito de intervenção na crise, são utilizados métodos que oferecem ajuda imediata e de curto prazo aos indivíduos que experimentam um evento de angústia ou problemas de saúde mental, física, comportamental ou emocional. As situações de crise podem ter bons resultados se foremtratadas adequadamente. Podem ser um ponto de transição; uma oportunidade para reavaliar a vida, alcançar a aceitação de passado e talvez tomar um novo rumo. Os serviços profissionais são um dos primeiros lugares onde deve procurar ajuda. Eles são experientes na avaliação de pessoas com problemas de saúde mental e têm acesso aos cuidados e tratamento, e se a pessoa de quem cuida já está a ser seguida por um serviço de saúde mental, eles já sabem como lidar com a situação. Tenha em mente que cada crise pode gerar uma deterioração posterior que permanece, pelo que é importante evitar crises ou pelo menos intervir precocemente para reduzir a sua magnitude. 7.2. POSSÍVEIS SITUAÇÕES DE CRISE Em primeiro lugar, ao abordar o assunto em questão, é necessário referir as situações que podem ocorrer: -‐ Desestabilização psicopatológica e automutilação: produção de impacto sobre o comportamento. É um comportamento não-‐adaptativo que tenta comunicar algo aos outros. mesmo no dia-‐a-‐dia os problemas de desempenho podem surgir: -‐ Recusa em seguir as regras de funcionamento e as atividades do centro. -‐ Consumo de substâncias tóxicas. -‐ Recusa em tomar a medicação. 14 7.3 COMO COMUNICAR/FALAR COM PESSOAS EM CRISE Para lidar com situações de crise, é fundamental usar uma comunicação verbal e não-‐ verbal correta. As orientações sobre comunicação verbal são as seguintes: - Forneça informação positiva sobre o que a pessoa fez bem. - Use a informação negativa de uma forma positiva. - Seja específico nos comentários: comentar sobre o comportamento concreto não sobre a pessoa. - Evite expressões como “ nunca”, “sempre” - Faça perguntas, sugestões ou solicitações, não acusar ou impor. - Pergunte quando os problemas surgem, não os acumule. - Concentre-‐se no presente e não no passado. - Expresse satisfação com as coisas que ele / ela tem feito e não gostam. Um comentário positivo tem muita influência sobre a conduta futura de uma pessoa. - Reforce as tentativas mínimas de iniciativa de diálogo. Lide com as questões menores e de entretenimento (desportos, TV, eventos recentes). - Respeite os silêncios e falta de iniciativa social da pessoa, como parte da sintomatologia. - Não coloque muitas questões nem estímulos simultâneos. - Fale sobre os problemas de forma aberta e sincera. - Seja capaz de tolerar os pequenos erros ou as atitudes passivas. Tente fazer com que ele / ela saiam dessa situação sem censura. - Avalie as tentativas de progressão e incentive-‐o/a a tentar novamente. - Fale sobre temas diferentes dos de saúde mental; essa não é a única coisa na vida da pessoa. De seguida encontra algumas orientações para a linguagem não-‐verbal: -‐ Olhe diretamente nos olhos quando fala com outra pessoa. -‐ Mantenha um tom ou o volume de voz apropriado. -‐ Mantenha distância física apropriada. -‐ Acompanhe a mensagem que está a tentar passar, com gestos e postura adequada. -‐ Tome cuidado sobre quando e onde escolhe falar sobre coisas importantes. 15 8. FOCO NA PESSOA, não na DOENÇA MENTAL Os profissionais, família, comunidade e cada pessoa que esteja em contato com pessoas com doença mental, têm de adoptar uma atitude positiva, olhando-‐os como pessoas e não apenas para a doença mental. O profissional deve: -‐ Deixar uma pessoa livre para fazer o que quiser fazer, a fim de aumentar a sua independência. Contudo, os profissionais devem manter-‐se atentos. -‐ Tolerar a rotina e o tempo para a sua realização. As rotinas são uma boa maneira de sentir segurança e controle sobre a própria vida. -‐ Ter em mente que a atitude e o seu comportamento são devidos à doença e que não são conscientes nem têm má intenção nos seus atos, não significando isso dar-‐lhes permissão para estragar ou fazerem tudo o que quiserem. -‐ Não se sentir culpado se não houver progressos. Tentar não ficar frustrado. Assegurar-‐ se que a intervenção é feita e procurar outras formas de intervir a partir de outro ponto de vista. Consultar a sua equipa. -‐ Saber gerir os seus próprios impulsos. A ansiedade transmite-‐se. A sua atitude e o comportamento para com os utente serve de modelo. Uma boa atitude e um comportamento descontraído são elementos chave. 16 MÓDULO 2: NUTRIÇÃO SAUDÁVEL “Sabemos que o cérebro é composto em grande parte, por ácidos gordos essenciais, água e outros nutrientes. Sabemos que os alimentos afetam o modo como nos sentimos, pensamos e comportamos. Na verdade, sabemos que intervenções dietéticas podem ser a chave para uma série de desafios de saúde mental que a nossa sociedade enfrenta. Porém, raramente se investe nesta área, e apenas uma pequeníssima parte dos profissionais -‐ mas crescente – a coloca em prática efetiva. Contudo há um crescente corpo de evidência, e um número significativo de vozes que defende um papel para a dieta no cuidado e tratamento de pessoas com problemas de saúde mental. O potencial de intervenções nutricionais no tratamento da Depressão e Transtorno de Atenção e Hiperatividade, por exemplo, é cada vez mais reconhecido. Seria tolice subestimar a sua importância (Prefácio do livro Feeding Minds, Dr Andrew McCulloch). Com mais pesquisas, conhecimento, ciência e experiência do que nunca na história, estamos mais confusos, sobre o que é alimentação saudável. Simultaneamente, apesar da taxa de obesidade estar a crescer quase exponencialmente, as doenças induzidas pela desnutrição têm consequências graves, podendo levar à morte. Hoje em dia, no mundo occidental, a obesidade é um dos maiores factores de risco de doença. Mas o efeito da má nutrição não fica por aqui, uma vez que afecta o bem estar e a saúde. Em 1985 o grupo internacional da obesidade, declarou-‐a como uma epidemia. A situação não melhorou desde então. Hoje em dia a população de obesos representa 1/3 da população occidental e 18% estão entre os jovens. Em resumo, no mundo occidental temos mais alimentos do que conseguimos consumir, e por outro lado, 1/3 do mundo passa fome. O problema é muito complexo bem como a sua solução que envolve aspectos educacionais, financeiros, políticos e emocionais. Como o ritmo de vida é mais acelerado hoje, do que há 100 anos, e o crescimento deste problema é exponencial, podemos esperar que ele se agrave rapidamente. Centrando o problema na nossa população-‐alvo, o grupo de pessoas com distúrbios de saúde mental, a situação torna-‐se ainda mais dramática. Em primeiro lugar, porque o número de pessoas afetadas tem vindo a crescer, em segundo, porque os seus estilos de vida e potencial de vida saudável têm vindo a diminuir, em terceiro lugar, porque os cuidadores estão confusos face ao volume de informação, têm falta de conhecimento ou 17 de capacidade para o selecionar. O problema actual não reside no ritmo de via acelerado que os torna incapazes de gerir hábitos alimentares adequados. O problema é, em grande parte, emocional e de falta de informação. Também ouvimos muitas vezes dizer que o aspecto financeiro não lhes permite comer de forma saudável, mas acreditamos que esse não é o verdadeiro cerne da questão. É certo que os alimentos pouco saudáveis são baratos. Às vezes, demasiado baratos. No entanto, existem países no mundo onde o ordenado mensal é menor do que a nossa média diária, e onde ainda assim se consegue comer mais saudavelmente. Há países e cidades onde o ritmo de vida é extremamente acelerado e intenso, mas dispõem de fast food confeccionada com produtos frescos e cheios de nutrientes Noutros, um bife de qualidade custa o mesmo que uma pizza e a opção faz-‐se pela pizza. Então, o problema real reside nas más escolhas e na falta de conhecimento. Evidência sobre alimentação saudável Para entendermos um pouco do que está acontecendo e do que poderemos fazer, podemos fazer uma pesquisa aprofundada, mas isso constitui, em certa medida, um beco sem saída. A Informação é muita e confusa, sendo realmente necessário saber onde procurar, a fim de obter uma resposta adequada. É muito mais fácil olhar o mundo à nossa volta e observar algumas populações onde os problemas de obesidade não são tão graves, onde comer é mais saudável, e aprender com eles. Aprender onde procurar. Há populações muito interessantes, sociedades com quem aprender, e os seus hábitos nutricionais poderiam dar-‐nos pistas por onde começar. Poderíamos, por exemplo, olhar para algumas tribos indígenas que não têm problemas de fome. Onde, apesar do fato de viverem num dos locais mais populosos do planeta e a utilizar a terra há centenas de anos não a esgotaram o que significa que têm ainda bastante oferta de alimentos frescos. Isso dá-‐nos uma perspectiva muito interessante e exclui o argumento de que as nossas cidades grandemente povoadas não possam ser semelhantes. Podemos olhar também para algumas culturas asiáticas onde as pessoas são relativamente magras, têm elevadas taxas metabólicas e baixos fatores de risco de doença. Além disso, alguns vivem em cidades altamente congestionadas e poluídas. Em 18 primeiro lugar as culturas asiáticas comem de acordo com o seu perfil genético. Isso significa que eles comem o que o seu corpo e sistema se habituou a comer nas últimas centenas/milhares de anos. A comida ocidental foi introduzida nas cidades maiores; contudo a maioria da população ainda se alimenta do que a terra produz. Quase não comem glúten, comem grande quantidade de vegetais crus, grande variedade de alimentos, mas não na mesma refeição. Além disso, tendem a comer maior percentagem de calorias/kg do que os europeus, apresentando uma elevada taxa metabólica. Uma justificação possível, pode residir na utilização de especiarias ricas e picantes associada à baixa quantidade de carbo-‐hidratos refinados. Adicionalmente, nas grandes cidades foi introduzida a fast food, mas trata-‐se de alimentos preparados na hora, na rua, em minutos a partir de vegetais e carne fresca, e não do tipo processado. Não é de surpreender que algumas destas culturas estejam entre as populações mais saudáveis e com maior esperança de vida. Depois do exemplo asiático vejamos outro exemplo em maior detalhe. Não é o único exemplo, mas é muito famoso e comummente referido: os hábitos nutricionais franceses. Naturalmente que poderíamos referir muitos aspectos negativos e positivos. Geralmente, os franceses comem menores quantidades de comida às refeições do que outros países europeus. A sua alimentação é bastante rica em sabores e cores, o que produz saciedade, apesar da quantidade mais reduzida. Usam igualmente uma variedade de legumes frescos, saborosamente preparados utilizando especiarias variadas. A sua alimentação é geralmente considerada mais como uma arte de comer, trazendo uma saciedade sensual à mesa de refeição. Destaques Gerais Claro que há muito mais motivos para que uma população tenha taxas de obesidade mais baixas, mas olhando para estes exemplos destacam-‐se alguns aspectos: variedade de alimentos, não em grandes quantidades e não na mesma refeição. Alta proporção de vegetais frescos, crus e coloridos. A riqueza no sabor e no tempero. A maioria dessas refeições satisfaz vários sentidos, não apenas o do paladar. Hoje em dia, a nossa alimentação degradou-‐se: temos apenas “comida”, onde antes havia “refeições”. A diferença é enorme. A preparação da refeição -‐ independentemente do tempo de preparação -‐ é feita com cuidado, harmonia com a natureza e sensibilidade. 19 As refeições constituíam pequenas festas, celebrações. No geral, os hábitos alimentares actuais perderam essas qualidades. O que comer para se ter excesso de peso. É fácil identificar o que temos que comer, olhando para o que comem as pessoas com excesso de peso. Cores monótonas, principalmente castanhos amarelados (fritos, panados, pão, produtos de padaria, pizzas -‐ todos da mesma cor). Salgado e/ou doce -‐ sem combinar ou usar outro tipo de sabores. Quantidades de carbo-‐hidratos refinados. As porções são grandes, mas menos satisfatórias e durante as refeições principais são consumidas grandes quantidades de muitas diferentes variações. Também, incluem muito poucos ou nenhuns vegetais crus. Compreender a nutrição (não no nível académico) Vamos aprofundar o entendimento do problema Sabores: Os sabores agrupam-‐se aos pares. Doce com salgado. Isso significa que ao comer alimentos salgados se tem o desejo de comer alimentos doces para compensar. Pelo contrário, se comer alimentos doces, vai ter o desejo de comer alimentos salgados. Na nossa sociedade, ao analisarmos a generalidade dos menus encontramos um prato salgado primeiro, seguido de uma sobremesa doce. Sabemos igualmente, que misturar alimentos com os sabores amargo e ácido em pequenas porções numa refeição traz maior satisfação. Não só ajuda a diminuir o desejo de doce, como também elimina a necessidade de ingestão de salgado, o que representa outro grande problema nas sociedades ocidentais. Sabendo isto, faz sentido termos como objectivo introduzir sabores variados na alimentação dos nossos clientes. Cores: Há uma pergunta simples que pode colocar a si mesmo ou a qualquer pessoa. Quando é que se sente melhor, no inverno ou nas outras estações? No inverno, quando tudo está escuro ou noutras alturas, em a natureza está cheia de cor e energia? A menos que 20 esteja a considerar, durante o inverno, ir esquiar ou fazer patinagem no gelo num dia cheio de sol, mas frio, a resposta recairá quase certamente nas outras estações. O oposto é igualmente interessante. Já visitou lugares muito quentes? Onde a temperatura é sistematicamente muito elevada? O deserto, por exemplo. Nesses locais, a cor predominante do ambiente é monótona, cor de massa de pizza. É agradável para uma visita ocasional -‐ assim como uma pizza comida em Capri também o é, mas viver lá permanentemente não será a sua primeira escolha, nem a pizza deve ser a sua escolha para se alimentar diariamente. As estações mais vibrantes e inspiradoras são a primavera e o outono, altura em que a natureza apresenta cores surpreendentes. Não surpreendentemente cada cor tem uma determinada temperatura. Todos nós sabemos que existem cores quentes e cores frias. Na fotografia e design gráfico, por exemplo, utiliza-‐se o fator temperatura da cor para identificar a cor apropriada. Esse índice de temperatura tem efeito semelhante sobre o nosso corpo. Tal como as cores dos alimentos. Outro aspecto relevante reside no fato da maioria do nosso feedback sensorial (80%) ser visual. As corestêm, portanto, um enorme impacto sobre a nossa fome durante a refeição. Também, na natureza, diferentes cores correspondem a diferentes nutrientes. Consequentemente, quanto mais cores usarmos, mais satisfaremos o nosso sensor visual, e também teremos um melhor aporte nutricional. Preparação dos alimentos: Na preparação dos alimentos temos o hábito de os cozinhar, ferver e fritar. Em todos estes processos são utilizadas altas temperaturas. A comida encontrada na natureza é cheia de nutrientes: vitaminas, minerais, enzimas. As diferentes vitaminas minerais têm diferentes tolerâncias à temperatura, sendo baixa na maioria. Isso significa que quanto mais cozinharmos, fritarmos ou usarmos altas temperaturas mais perdemos em nutrientes. De acordo com o Dr. Wellsh, muitas das mortes são, hoje em dia, causadas por deficiências nutricionais. Se é verdade ou não, o que sabemos como fato, é que muitas pessoas obesas morrem de carência de nutrientes. Poderíamos falar sobre o problema da sobreutilização dos solos ou dos produtos químicos que usamos para sermos capazes de produzir quantidades industriais de alimentos, aspectos que deterioram a qualidade dos nutrientes, como tem sido demonstrado. 21 A temperatura envolvida na preparação dos alimentos mata a maioria das vitaminas e enzimas. Precisamos de enzimas para que o nosso sistema digestivo funcione corretamente, caso contrário ele não trabalhará em pleno, o que significa que não digerimos totalmente os alimentos. Quando o alimento não é digerido, não temos acesso a todos os seus nutrientes e não teremos também uma eliminação adequada. Esta é outra razão pela qual é importante consumir diariamente alimentos frescos e crus, legumes e frutas. Doces: O açúcar e os alimentos doces têm impacto sobre a nossa gestão de insulina. Em circunstâncias normais, quando consumimos açúcar, o nosso corpo liberta insulina, que é como uma chave para o portão de armazenamento. Ela abre as células a fim de armazenar essa energia. No ambiente interno normal e saudável 80% da glicose/glicogénio passa para as células musculares, 10% para as células de gordura e o resto é armazenado no fígado e no sangue. Quando comemos carbo-‐hidratos de libertação rápida ou açúcares simples cria-‐se uma onda ou uma curva de insulina muito rápida, seguida pela sua queda. Apercebemo-‐nos dela por uma sensação de sonolência. Nessa altura, muitas pessoas procuram algo açucarado para tomar, o que retoma novamente o pico de insulina. Nesta fase, contudo, o nosso corpo já informou o sistema de gestão para libertar um pouco mais da insulina armazenada, com a finalidade de restabelecer o equilíbrio hemostático. Porém, associada a esta libertação de insulina, e porque nos sentimos adormecidos devido à baixa de energia, bebemos até ao fim a bebida açucarada, criando uma ainda maior, onda de insulina. Quando as ondas de insulina atingem as células de uma forma imprevisível, estas aumentam o seu nível de sensibilidade. Isto pode ser atingido quando as células musculares apenas recebem 10% da glicose, indo 80% para as células adiposas. Este é o estado pré diabético. Estima-‐se que 60% da população ocidental se encontre neste nível. Glúten: O glúten é a proteína encontrada no trigo. A medicina alternativa, aponta o glúten como o ingrediente mais devastador. É um agente de ligação. Usa-‐se na indústria de alimentos 22 para ligar outras substâncias. É possível que a alergia ao glúten apareça após longos anos ou imediatamente após o nascimento. O glúten, tal como os antibióticos, pode desgastar a mucosa intestinal. Essas alterações intestinais induzidas pelo glúten podem permitir a absorção de substâncias prejudiciais ao nosso sistema imunitário. Poder-‐se-‐ia falar muito mais acerca de problemas de nutrição, mas pretende-‐se apenas referir os conceitos básicos , que permitam uma compreensão razoável acerca de nutrição. Alimentos e Neurotransmissores "Há quatro neurotransmissores que são particularmente importantes quando se trata dos nossos pensamentos e estado de espírito geral: acetilcolina, serotonina, dopamina/adrenalina/noradrenalina e 4-‐aminobutirato (GABA). É essencial um equilíbrio destes neurotransmissores para uma boa saúde mental, dada a sua influência sobre os sentimentos de alegria e ansiedade, memória e função cognitiva. Isto torna-‐se evidente quando as pessoas têm desequilíbrios ou deficiências de neurotransmissores, o que pode originar muitos sintomas, que vão desde dificuldades em dormir, desmotivação ou ansiedade. Algumas substâncias melhoram temporariamente o neurotransmissor em falta levando-‐ nos a consumir substâncias que promovem uma sensação de bem estar embora, esta seja temporária. Por exemplo, se um indivíduo tem baixos níveis de adrenalina, pode procurá-‐la consumindo cafeína, o que proporciona uma curta elevação dos seus níveis. De igual forma, os produtos que contêm nicotina desencadeiam a liberação de GABA e dopamina, responsáveis por reduzir o stress. O chocolate é outro exemplo clássico deste efeito enganador: contém substâncias que aumentam os níveis de noradrenalina, responsável pelos nossos sentimentos de bem-‐estar e entusiasmo pela vida. Embora todos nós possamos testemunhar o efeito psicológico imediato destes produtos, o processo constitui -‐ em grande parte -‐ uma decepção a longo prazo. Ao tornar o cérebro menos sensível aos seus próprios transmissores e menos capaz de produzir padrões normais de actividade cerebral, estas substâncias regulam-‐no negativamente. A diminuição da sensibilidade é o mecanismo instintivo do cérebro para alcançar a homeostasia. Isto é, quando o cérebro é "inundado" por um fluxo artificial de 23 um neurotransmissor (por exemplo, adrenalina desencadeada por um café forte), os neurotransmissores, os seus receptores respondem bloqueando, até que o excesso seja metabolizado. Isto pode criar um círculo vicioso, dado que a diminuição da sensibilidade cerebral a certas substâncias, estimula o indivíduo a aumentar o seu consumo, para libertar os neurotransmissores em falta . "-‐ (Feeding Minds) Como influenciar os pacientes de saúde mental a mudar os seus hábitos alimentares? Quem trabalha com pessoas com doença mental está provavelmente ciente e repara nos seus sentimentos emocionais ricos e profundos. Infelizmente, esses sentimentos só são alcançados através da alimentação que não é a mais saudável. Assim, torna-‐se necessário melhorar os seus hábitos alimentares. É extraordinária a forma como Jamie Oliver cumpre essa missão e ensina toda a gente a preparar uma refeição saudável em 30 minutos a partir do zero. O processo de educação deve ser de assimilação fácil com poucos ou nenhuns dados científicos, usando em alternativa, exemplos reais. Há programas educativos que começam no jardim de infância para dar a conhecer esse processo. Eles ensinam como plantar, cultivar, colher e preparar os alimentos. Também sabemos que os alimentos não crescem no supermercado e que este perdeu a ligação com a natureza. Perdemos a conexão entre mercados e agricultura. De seguida, encontrará três programas diferentes. Eles não se substituem uns aos outros. Devem ser utilizados em conjunto para potenciar os seus resultados. Os gráficos fornecidos vão guiá-‐lo através deste processo, fornecendo-‐lhe ferramentas para seguir. Também as etapas do programa e gráficos são uma abordagem genérica e será a sensibilidade do cuidador que o permitirá ajustar ao seu paciente. Também existem sites que nós fornecemos, onde vai encontrar fontes de informação úteis e confiáveis. Programa 1. Recuperando a ligação à natureza. As pessoas amam a natureza e gostam de estar em ligação com ela. Por isso, é um bom começo ensiná-‐las a cultivar legumes. Não é necessário para tal, um jardim ou uma quinta. A jardinagem comunitária, com uma popularidade crescente, torna possível, através de pequenos pedaços de terra nas cidades, que cada um cultive os seus vegetais. É muito fácil também fazê-‐lo num vaso, com um pouco de terra. É importante 24 que os pacientes sejam plenamente envolvidos no processo, pois, quando isto acontece, a sua atitude em relação aos alimentos muda. 1. Faça-‐os escolher o vaso que querem cultivar. 2. Faça-‐os encher o vaso de terra 3. Deixe-‐os escolher as sementes a cultivar. 4. Faça-‐os regar regularmente, combinando com outras partes do ensino ou de jogo. 5. Conduza-‐os ao longo das etapas de cultivo e durante o crescimento das plantas. 6. Celebre com eles, na hora da colheita. Programa 2. Influência das cores nas emoções e sentimentos Eduque-‐os acerca desta ligação importante. O primeiro passo é ensiná-‐los acerca das cores associando-‐as a certas sensibilidades. Cor opaca com sentimentos negativos, colorido com sentimentos ricos. 1. Pergunte-‐lhes como se sentem. Quais as cores que poderiam descrever estes sentimentos. Avalie a sua atitude em geral 2 Pergunte-‐lhes o que sentiram quando estavam tristes. Quais são as cores que descrevem esse sentimento? 3 Pergunte-‐lhes como é que se sentiram quando estavam mais felizes? Que cores associavam a estes sentimentos? O segundo passo é fortalecer este conhecimento, ainda sem o ligar à alimentação. Por exemplo, relacione as cores com exemplos da natureza, mas ainda não de alimentos. Quais as flores que escolheriam em relação com esse sentimento? Se possível faça-‐os cheirar flores reais. Peça-‐lhes para trazerem uma flor, na próxima visita, que descreva a forma como se sentem. Mostre-‐lhes fotografias sobre a natureza e pergunte-‐lhes qual a imagem que melhor descreve os seus sentimentos. 25 Logo que as cores tenham uma associação forte com os sentimentos avance para o nível seguinte do programa, introduzindo alimentos para associar a essas cores. Que frutos ou legumes escolheriam para descrever os sentimentos e o seu estadio emocional (positivo ou negativo). Peça-‐lhes para, na próxima visita, trazerem um alimento que descreva os seus sentimentos e, em seguida, mostre-‐lhes ou faça-‐os provar a comida que representa os seus sentimentos emocionais mais positivos. Dê-‐lhes a tarefa de comer alguma coisa relacionada com determinada cor todos os dias e em todas as refeições, durante uma semana e peça-‐lhes para registarem diariamente os seus sentimentos. Em seguida, na próxima visita, reavalie os sentimentos. Reavalie as conquistas na próxima visita. Se o paciente estiver a melhorar pode adicionar outra tarefa positiva, mas com uma cor alimentar diferente. Após duas tarefas com cores positivas, dê-‐lhe uma menos positiva ou uma que seja mais dirigida a cores emocionais negativas. É importante só dar uma tarefa por semana. Desta forma, à quinta semana, quase metade da sua alimentação será de alimentos coloridos ricos em nutrientes. Ao chegar a esta fase, pode fortalecer o processo substituindo uma cor em cada dia, mas eles têm que escolher uma cor diferente todos os dias. Reavalie o processo na semana seguinte procurando fortalecê-‐lo ao longo de mais uma semana. Nesta fase, eles estarão a consumir, numa base regular matérias vegetais coloridas e fruta diariamente, numa quantidade saudável. Programa 3. Paladar e sentimentos. Pode ser iniciado numa fase precoce, em paralelo com outro programa. -‐ Eles terão de começar por descrever os seus sentimentos em relação aos sabores. -‐ Em seguida, faça-‐os provar certas especiarias e peça-‐lhes para tentarem descrever como isso influencia os seus sentimentos -‐ Na próxima etapa, peça-‐lhes para usarem diariamente uma das especiarias que lhes tenha suscitado um sentimento positivo. -‐ Da próxima vez dê-‐lhes uma especiaria que lhes tenha suscitado sentimentos negativos e peça-‐lhes para a combinarem com uma de sentimento positivo na mesma refeição. 26 -‐ Reavalie os sentimentos e continue a introduzir um terceiro sabor com um pouco de especiarias. -‐ Reavalie na vez seguinte e continue a introduzir o próximo sabor. Depois deste jogo com os sabores dê-‐lhes a tarefa de comer uma vez por dia à refeição, qualquer coisa ácida, adicionando na semana seguinte qualquer coisa amarga. Por esta altura, eles estarão a comer menores quantidades de comida do que anteriormente. Chegou a hora de retirar suavemente a monotonia das suas vidas. Relembre-‐lhes a monotonia dos alimentos salgados, fornecendo-‐lhes alternativas para mudar alguns dos alimentos anteriores, colocando ainda a ênfase nos alimentos coloridos. Nesta fase tente substituir os maus hábitos alimentares remanescentes por escolhas mais saudáveis. Este programa suave, mas contínuo assegurará uma alteração nutricional gerível mas que no final é drástica. Deficiências nos neurotransmissores A acetilcolina: Deterioração da memória e da imaginação; menos sonhos; aumento da confusão, esquecimento e desorganização; Alimentos a evitar: açúcar, fritos, junk food, alimentos refinados e processados, tabaco, álcool Alimentos a consumir: Ovos orgânicos ou de galinhas criadas ao ar livre, peixe de mar -‐ especialmente o salmão, cavala, sardinha e atum fresco Serotonina: Mau humor, dificuldade em dormir, sentimentos de 'desligado', falta de alegria, Alimentos a evitar: Álcool Alimentos a consumir: peixes, frutas, ovos, abacate, gérmen de trigo, queijo com baixo teor de gordura, carne magra de aves de criação orgânicas Dopamina: Falta de orientação, motivação e / ou entusiasmo, estimulantes do desejo 27 Alimentos a evitar: chá e café, bebidas e comprimidos com cafeina Alimentos para consumir: refeições equilibradas e regulares, frutas e vegetais ricos em vitamina C, gérmen de trigo, levedura GABA: dificuldade em relaxar, não consegue desligar, ansioso, irritável,auto-‐crítico Alimentos a evitar: açúcar, álcool, chá e café, bebidas cafeinadas Alimentos para consumir: vegetais verde-‐escuros, sementes e nozes, batatas, bananas, ovos. 28 MÓDULO 3 – ACTIVIDADE FÍSICA REGULAR BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE RESULTANTES DA ACTIVIDADE FÍSICA /CONDICIONAMENTO FÍSICO Não há como negar o fato de que a atividades física é boas para pessoas de todas as idades, crianças, adolescentes, adultos e idosos. Um indivíduo tem que decidir quanto fisicamente apto gostaria de ser, quão importante é reduzir o risco de doenças cardíacas e diabetes e quanto peso gostaria de perder. A atividade fisica oferece às pessoas oportunidade de se divertirem, de estarem com amigos e família, disfrutarem do ar livre,melhorarem a sua aparência e condição física. Sendo praticada regularmente melhora a endurance cardiorespiratoria, a flexibilidade e força muscular. Pode igualmente reduzir a obesidade, diminuir a depressão e ansiedade e melhorar o indice de massa óssea. GRUPO PILOTO DE ATIVIDADE FÍSICA – 1º TRIMESTRE Decidimo-‐nos pela implementação de atividade física regular na vida diária das pessoas com problemas de saúde mental. Para dar inicio ao projeto trabalhámos com o primeiro grupo piloto, da Ozara Day Center, em Ptuj. No decorrer do projecto chegamos à conclusão que a introdução de atividade fisica regular na vida diária das pessoas com problemas de saúde mental constitui um desafio considerável. Decidimos então começar com dois grupos de pessoas com problemas de saude mental e explorar a melhor forma de preparar os módulos de atividade física, com os seus cuidadores. O objectivo é desenvolver uma abordagem inovadora que combine o conceito de ter o personal trainer, a trabalhar em conjunto com o professional da instituição e os clientes com o objectivo de promover atividade física regular. Primeiro grupo piloto: Ozara Slovenia, Centro de dia Ptuj and Maribor Atividades implementadas: programa de pilates adaptado -‐ 6-‐8 exercícios 29 EXERCÍCIOS DE PILATES a) PREPARAÇÃO-‐SET UP 1) balançar para a frente e para trás 2) levantar nos dedos dos pés + levantar os braços +10x 3) Em pé, enrolar para baixo b) EXERCÍCIOS 1) de gatas 2) levantar braço e perna na diagonal 3) push ups pilates + levantar perna 4) rotação em pé 5) “Tangle”-‐“enrolado” 6) rotação da coluna na posição de sentado 7) deitar no chão de barriga para baixo – levantar o peito do chão O objectivo da introdução de atividade fisica regular é essencialmente o de promover o melhor funcionamento do corpo, o aumento da flexibilidade e da força. O treino é a base para o desenvolvimento das capacidades motoras : - força - flexibilidade - equilibrio - coordenação - velocidade - precisão Também tem como objectivo fortalecer os músculos estabilizadores e suavizar e fortalecer as articulações ( tornozelos, joelhos , ancas, cintura escapular…) e coluna. Para os iniciados, escolhemos exercicios simples que possam ser executados pelos participantes. A chave é actividade fisica regular, como a única forma de garantir progressos e bem estar a longo prazo para os utilizadores. 30 A implementação da primeira sessão de treino, é apenas o começo. Consideramos que o grande desafio é a motivação para o exercicio regular. Para esse fim, pensamos que se devem incluir técnicas de motivação, a que serão adicionadas recompensas, com o decorrer do tempo. 1-‐ Um pequeno prémio para os participantes da 1ª sessão de treino e por isso um incentivo a continuar 2-‐ Os participantes necessitam sentir-‐se parte de qualquer objectivo maior. Nesse sentido ficou claro que eles pertenciam à equipa, que no projeto envolvia outro grupo piloto e que a sua duração seria até Setembro de 2013 3-‐ A implementação de exercícios individuais em relação aos quais os participantes antecipam a progressão – ou seja, algo de novo. 4-‐ Recompensa pela assiduidade às sessões 5-‐ Organização de um evento anual para os mais assíduos. Participaram os elementos do grupo piloto O mentor/orientador é o elemento fundamental para o sucesso do programa, para garantir que os participantes aprendem a executar os exercícios iniciais e a respectiva progressão. Cabe-‐lhe igualmente a identificação de quais as estratégias motivacionais mais efectivas. 31 32 CARTÃO PARA OS PARTICIPANTES 33 DESCRIÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE PILATES a) PREPARAÇÃO O objectivo da preparação é activar os músculos estabilizadores. A posição anatómica de pé, é por si só, muito difícil – o alinhamento da cabeça, cintura escapular,coluna torácica, nádegas, barriga da perna, e calcanhares , todos tocando a mesma base vertical (parede). A coluna lombar está ligeiramente dobrada. Posição básica – em pé com os pés alinhados à largura das ancas (ligeiramente afastados), virados para a frente. Bacia na posição neutra e cabeça no alinhamento da coluna. Respiração: costal, o peito expande em todas as direções, zona abdominal em tensão. Os músculos estão em ligeira tensão. 1) Balançar para a frente e para trás: este exercício faz trabalhar o nosso equilíbrio, estabilidade e propriocepção. A partir da posição de base, oscilar para a frente e para trás até à posição inicial, mantendo o corpo direito (sem dobrar a coluna) Nº de repetições: 10 x 2) Em bico de pés + braços abertos: neste exercicio os nossos braços estão afastados do corpo; a partir da posição inicial, pomo-‐nos em bicos dos pés e tentamos atingir as paredes laterais. Tome atenção à respiração, deite o ar fora quando afasta os braços Num de repetições: 10x 34 3) Em pé + enrolar o corpo para baixo –Este exercício activa a coluna, dobrando-‐a em todo o seu comprimento . Em primeiro lugar, enrola a cabeça, depois o pescoço, o peito, a região lombar e por fim a anca. Na posição mais baixa, a cabeça pende, com a gravidade a actuar. Expire na descida, e expire na subida até à posição inicial. As mãos sempre relaxadas e a cabeça solta. Numero de repetições: 10x 4) Rotação da coluna: Sentado ou de pé (com a bacia o mais para a frente possivel, aumentado ao longo do tempo) roda numa direção, deita o ar fora e volta à posição inicial, respira. Se conseguir olhar para trás durante a rotação esta será ainda mais bonita. Numero de repetições: 1x 20 reps a) EXERCICIOS 1) Por-‐se de gatas e levantar-‐se – Tome atenção à posição correcta: sobre os joelhos, mãos debaixo dos ombros com a cabeça no prolongamento da coluna, olhando para o chão . Coluna lombar na posição neutra. Movimento duma posição à outra (de gatas para de pé e vice-‐versa), o mais controladamente possivel, mantendo a pelvis estável. Numero de repetições : 10x 2) Levantar as mãos e pés na diagonal – primeiro colocar-‐se na posição inicial. Mantenha a posição da bacia e levante a mão de um dos lados e a perna do outro, na diagonal. Depois de 10 repetições troque. 35 O passo seguinte é levantar alternadamente um braço e depois o outro. Para a estabilidade da coluna é melhor estar de gatas com uma almofada sob os joelhos. Numero de repetições: 1x até 20 reps 3) Push-‐ups (opcional com perna levantada) muito importante para a activação da cintura scapular e do dorso da mão. Se desejarmos aumentar a dificuldade do exercício aumentamos o ângulo das ancas (anca mais esticada). Quando baixamos os ombros em direcção às mãos mão, os cotovelos baixam na diagonal. Inspirar quando vai para baixo, expirar quando vai para cima. Variação mais suave com uma perna levantada. Numero de repetições: 2x 5 até 10 repetições 4) Rotação da coluna (sentado nos joelhos), se alguém tem problemas nos joelhos, fica na posição de joelhos joelhos ou senta-‐se à turca). Número de repetições: 1 x 20 reps 36 5)"enrolado" -‐ posição básica, deitado de costas no chão, as pernas juntas, joelhos dobrados a 90 °, braços esticados para trás. Primeiro, levantar os pés, puxar os joelhos ao peito, e em seguida, trazer os braços para a frente em direcção aos pés . Voltar à posição inicial na ordem inversa. Número de repetições: 2 x 10 reps 6) Deitado de barriga para baixo-‐ extensão da coluna, com as mãos sob a testa, as pernas relaxadas. Deitando o ar fora, levante a cabeça juntamente com os ombros (elevação da coluna), com a inspiração descer até que o nariz toque o solo novamente. Número de repetições: 20 repetições AUTO-‐AVALIAÇÃO DOS PARTICIPANTES A auto-‐avaliação dos participantes, antes e depois da sessão de treino, é importante para obter o seu feedback. Depois de um mês ou dois, os participantes vão sentir uma mudança nos seus corpos e isso pode aumentar a sua motivação para continuar a prática. 37 ESTILOS DE VIDA MAIS SAUDÁVEIS E ATIVIDADE FÍSICA acompanhamento trimestral Atividade física regular Quando os participantes se estão a habituar à atividade física e esta começa a fazer parte das suas vidas, podemos introduzir outras atividades físicas no seu estilo de vida. 1.Continue com 20-‐30 minutos do quotidiano de atividade física – treino de pilates 2.Tenha um estilo de vida mais ativo 3.Atividades desportivas e jogos divertidos IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO PARA UM ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL Todos nós devemos ter um estilo de vida mais ativo. Qualquer exercício tem algum benefício. Com a ajuda de profissionais do exercício de uma forma regular e com uma dieta equilibrada pode ser alcançado um aumento de energia e resistência levando a um estilo de vida mais saudável. Muitas vezes, neste ambiente stressante, tendemos a esquecer-‐nos de nós próprios. Ao ignorarmos as necessidades físicas básicas de exercício que afetam a desaceleração do metabolismo corporal, consequentemente, tornamo-‐nos preguiçosos, com falta de energia, e sentimos a necessidade de superalimentação. As calorias acumulam-‐se no corpo, o fluxo de energia é interrompido e a concentração é enfraquecida. A susceptibilidade ao stresse aumenta, os métodos de relaxamento não ajudam, o sistema imunológico diminui e a depressão pode surgir. Quando sentir os primeiros sinais de desconforto físico, ative o seu corpo! É nele que deve confiar. Cada movimento pode ser agradável; a experiência é interessante e a longo prazo, traduz-‐se numa sensação de satisfação e bem estar. Para obter resultados eficazes, pode escolher entre vários programas. O exercício físico é uma das formas mais conhecidas para alcançar aptidão física e qualidade de vida. Em ginásios geridos por profissionais existem programas de exercício por medida, por exemplo, exercício supervisionado, treino físico preventivo (após a lesão), programas para empresários e empresas, bem como programas para atletas, supervisionados por especialistas. 38 Para aqueles que procuram uma forma engraçada de diversão recomendamos o exercício moderno de grupo. Tipos de aulas de ginástica de grupo são avaliadas em termos de complexidade, de modo a serem adequados tanto a iniciantes como para avançados. Você pode escolher entre: exercício para moldar o corpo, musculação, exercício aeróbio e exercício para o corpo e mente, onde o foco é a estabilização, flexibilidade, resistência e relaxamento. As sessões de grupo estão imbuídas de muita energia positiva e divertida, o que influencia ainda mais o bem-‐estar e a motivação. Fitness e exercício em grupo, descanso e boa alimentação irão criar todas as condições para que se sinta confortável, cheio de energia e tenha uma vida saudável. Sugestões para um estilo de vida mais ativo dos participantes: -‐caminhada -‐ estimular as pessoas a andar a pé sempre que possível, -‐ implementar caminhadas em grupo, -‐subir escadas em vez andar de elevador ou escadas rolantes, -‐atividade física com um instrutor, -‐atividade física em grupo com um instrutor, -‐hidroginástica (hidro aeróbica, pilates na água, ...) e natação. ATIVIDADES DESPORTIVAS E JOGOS Está provado que as crianças durante o seu desenvolvimento cognitivo e motor aprendem através dos jogos. Fazer atividades diárias e de lazer tem o potencial de beneficiar a saúde do participante. Sugerimos um plano de atividades desportivas. Existem vários tipos de atividades diárias e de lazer ajustáveis a todos. O melhor tipo de atividade física será aquele em que os participantes gostem de fazer. Para incentivar a atividade física, seria facilitador se os participantes identificassem os desportos, exercícios, ou jogos que mais apreciam. Aulas de grupo, por um instrutor de fitness, preparadas para as capacidades específicas dos participantes. Actividades de teambuilding e jogos divertidos combinam a diversão com a melhoria do condicionamento físico, ao mesmo tempo que ajudam a desenvolver as competências sociais. Aqui estão alguns exemplos que podem ser usados: 39 • o jogo de gato e do rato (Todos, menos duas pessoas formam um círculo em pé suficientemente longe uns dos outros para que uma pessoa possa correr com segurança entre eles, de ambos os lados. Contudo, devem estar perto o suficiente para dar as mãos às pessoas de ambos os lados.) Uma das pessoas fora do círculo é o gato e a outra o rato. Eles começam de lados opostos do círculo. Quando o jogo começa, o gato tenta apanhar o rato. Se o gato ou o rato atravessar o círculo, o espaço fica fechado. Isto é feito através das mãos que estão dadas. O jogo continua até que todos os espaços estejam fechados ou um dos dois fique preso dentro do círculo. • A caça no quintal (esconda 4 conjuntos de objetos diferentes numa área de jogo (campo, floresta, etc.), tais como vários tipos de moedas. Faça quatro equipas e escolha um líder para cada uma delas (ou deixe que o grupo decida) A cada equipa é atribuído um animal da quinta, devendo reproduzir o som respectivo. Exemplos: porco, galinha, pato, vaca, etc . A cada grupo é então atribuído um objeto (os patos procuram as moedas de um centavo, etc) Comece o jogo enviando as equipas para a área de jogo para encontrarem o seu objeto. Os jogadores podem espalhar-‐se de forma independente, mas apenas o líder pode pegar no objeto. Quando alguém da equipa encontra o objeto, começa a fazer o som da sua equipe, até que o líder vem para recolher o objeto. Geralmente é útil que os jogadores da mesma equipa façam o som em conjunto para assegurar que o líder os ouve. A equipe com mais objetos recolhidos no final de um período de tempo, ganha!) • Pato, pato, ganso (Neste jogo, os participantes sentam-‐se em círculo de frente uns para os outros. Um deles caminha à volta do círculo pelo lado de fora. Enquanto anda, toca na cabeça dos outros participantes e vai definindo se eles são o "pato"ou o" ganso ". Sempre que alguém é chamado "ganso", tem de se levantar e perseguir o que lhe tocou, à volta do círculo. O objetivo é tocar-‐lhe antes que este consiga completar a volata e sentar-‐se no seu lugar. Se o ganso não conseguir fazer isto, trocam de papéis e o jogo continua. Se o “ganso” lhe tocar, então este terá de se sentar no centro do círculo. Só poderá sair do centro quando outro dos participantes o substituir nesta posição. 40 MÓDULO 4: PROMOÇÃO DOS NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA PARA CLIENTES COM DOENÇA MENTAL Finalidade Este módulo utiliza uma estrutura adaptada a partir do Department of Human Services, Melbourne (2009) para ajudar os cuidadores e organizações comunitárias a promoverem oportunidades de atividade física para os clientes com doença mental. Estabelece igualmente um processo de auto-‐avaliação e melhoria contínua, que permite à equipa de prestação de cuidados : • compreender melhor os benefícios da atividade física • discutir ideias e ações para melhorar as oportunidades que existem, dentro da organização, para a prática de atividade física • ganhar experiência na aplicação de ferramentas de auto-‐avaliação e de melhoria da qualidade dos cuidados • reconhecer os benefícios de partilhar opiniões com os colegas para identificar estratégias para a promoção de oportunidades de atividade física para os clientes. Participantes Os participantes deste módulo sobre atividade física podem variar de muito experiente a inexperiente e/ou, de altamente qualificado para um nível de educação formal mínima. Recursos Foram desenvolvidos alguns recursos que podem ser úteis : • Checklist de Boa Prática de Atividade Física (Anexo 1) • Modelo de Plano de Ação (Anexo 2) • Folhas de Ajuda (Anexo 3) o FOLHA DE AJUDA 1: Saúde Mental e Atividade Física o FOLHA DE AJUDA 2: Quanto é suficiente ? Quanto é demais? o FOLHA DE AJUDA 3 : Mudar o comportamento de atividade física: motivação do cliente Conteúdo Lição 1: Por que é importante a atividade física para os clientes com problemas de saúde mental ? Lição 2: Quanto é suficiente? Quanto é demais? Lição 3 : Como promover a mudança no comportamento de atividade física do cliente Estudo de caso 1 : Auto-‐ avaliação das boas práticas de atividade física dentro da organização Estudo de caso 2 : Melhorar os níveis de atividade física dos clientes : desenho de um plano individual 41 Lição 1: Por que é importante a atividade física para os clientes com doença mental ? Introdução Esta lição enfoca os benefícios da atividade física para clientes com doença mental. Resultados de Aprendizagem Específicos • Analisar os benefícios da implementação e adesão a um plano de atividade física para os clientes. Aspectos chave Pessoas com problemas de saúde mental, têm taxas de mortalidade mais elevadas do que a população em geral Cerca de dois terços das pessoas com doença mental têm uma ou mais comorbilidades associadas Há uma associação bidirecional entre obesidade e doença mental , em que mais de 42 % dos adultos com uma doença mental grave são obesos em comparação com aqueles sem doença mental grave (27%) A prática de atividade física / exercício tem um efeito positivo sobre a saúde mental tanto em crianças como em adultos O uso do exercício como uma intervenção no campo da psiquiatria tem sido reduzido, principalmente por causa da falta de conhecimento dos médicos de saúde mental sobre os seus benefícios terapêuticos Informação complementar FICHA DE AJUDA 1: Saúde Mental e Atividade Física (Anexo 3) 42 Lição 2: Quanta atividade física é suficiente? Quanta é demais? Introdução Esta lição concentra-‐se nas recomendações sobre o nível de atividade física que é benéfica para os clientes. Resultados de Aprendizagem Específicos • Analisar as recomendações sobre os níveis de atividade física • Reconhecer os fatores de segurança que devem ser verificados antes de iniciar um programa Aspectos chave A evidência sugere que o aumento de humor positivo e, consequentemente, uma diminuição no humor negativo pode ser reforçada com a prática de actividade física aeróbica com intensidade baixa , moderada ou alta, entre 25 a 60 minutos A atividade física não precisa ser extenuante para alcançar benefícios ( 30 minutos de atividade física moderada por dia) Tentar incorporar a atividade física na rotina diária dos clientes Tentar que os clientes sejam ativos utilizando todas as estratégias ao seu alcance Informação complementar FICHA DE AJUDA 2: Quanto é suficiente ? Quanto é demais? (Anexo 3) 43 Lição 3: Mudar o comportamento do cliente face à atividade física Introdução Esta lição enfoca as Etapas de Mudança , que têm sido usadas para ajudar as pessoas a adotar comportamentos novos e saudáveis e a abandonar comportamentos pouco saudáveis. A identificação do ponto de partida individual relativamente aos diferentes estadios de mudança, pode ajudar nos a facilitar a mudança desejada. Resultados de Aprendizagem Específicos • Examinar os fatores que têm um impacto sobre o desenvolvimento e implementação e a adesão a um plano de atividade física individual (motivação, barreiras , mudança de estilo de vida , valores e atitudes , benefícios sociais, finanças , condições médicas , incentivos, disponibilidade para a mudança ) • Examinar e avaliar os fatores que afetam a aptidão física e a escolha de atividade (motivação intrínseca e extrínseca , interesses pessoais , saúde pessoal, história da família , meio ambiente , finanças , cultura , nível de risco) • Identificar o estado de mudança de cada cliente e as abordagens específicas que devem ser adoptadas em conformidade Aspectos chave Os indivíduos progridem ao longo de um continuum conhecido como os Estadios de Mudança quando alteram o seu comportamento. Cada fase de mudança está associada a características específicas Há passos importantes para motivar um cliente ( reconhecimento dos benefícios da atividade física , identificação de barreiras ) Há abordagens específicas para ajudar os indivíduos na adoção de comportamentos saudáveis, dependendo de onde eles se encontram ao longo dos estadios de mudança Informação complementar FICHA DE AJUDA 2: Mudar o comportamento de atividade física: motivação do cliente (Anexo 3) 44 Estudo de caso 1 : Auto-‐ avaliação da boa prática de atividade física Introdução A Checklist de Boa Prática para a atividade física deve ser utilizada pelos serviços/ organizações para identificar: • áreas onde a sua prática é excelente, designadamente na identificação de necessidades, avaliação e planeamento dos cuidados • processos para melhorar as oportunidades de atividade física para os clientes • áreas com potencial de melhoria ( registadas no Template de Plano de Ação ). Os serviços/organizações podem avaliar os seus resultados usando o sistema de classificação fornecido com a Checklist de Boa Prática 1. Organize uma reunião com o pessoal relevante Utilize a lista de verificação para identificar onde se encontra o seu serviço/ organização em relação à oferta de oportunidades de atividade física para os clientes 2. Acorde as medidas a serem tomadas Os participantes devem considerar as estratégias mais viáveis e realistas para a sua organização e alcançar um consenso sobre uma série de ações a serem implementadas , tais como: organizar uma sessão de educação para o pessoal sobre atividade física O grupo deve chegar a acordo sobre a calendarização de cada ação e estabelecer uma data para a próxima reunião. • 3. Conclua a discussão As acções acordadas , prazos e responsabilidades atribuídas são registados no Modelo do Plano de Acção para uma discussão mais aprofundada na próxima reunião e monitorização. Recursos: Lista de Verificação da Boa Prática de Atividade Física (Anexo 1); Modelo de Plano de Ação (Anexo 2) 45 Estudo de caso 2 : Melhorar os níveis de atividade física dos clientes : Desenho de um plano individual Introdução Esta actividade centra-‐se na promoção do debate com os colegas para identificar estratégias para a promoção de oportunidades de atividade física para os clientes dentro da organização/serviço. 1. Organize uma reunião com o pessoal relevante 2. Acorde as medidas a serem tomadas Identifique exemplos de clientes que são menos ativos fisicamente e a quem falta motivação para se movimentarem . Considere as seguintes perguntas e as folhas de ajuda relevantes para determinar as intervenções de promoção da saúde adequadas : • Que problemas é que esta pessoa apresenta? • Será que esta pessoa faz atividade física suficiente para obter benefícios para a saúde ? ( Consulte as folhas de Ajuda 2 e 3) • Quais são algumas das opções possíveis para melhorar o nível de atividade desta pessoa? • Existe uma necessidade de envolver outros (profissionais de saúde , medico de família, familiares / amigos)? ( Consulte a folha de Ajuda 2) • Quais são algumas das possíveis barreiras a estas opções e como podem ser geridas? • Como pode apoiar e motivar essa pessoa para aumentar os seus níveis de atividade física? ( Consulte a folha de Ajuda 3) • Considere que alterações seria necessário introduzir no plano que delineou para aumentar o nível de atividade física, se o cliente sofresse de diabetes e/ou tensão arterial elevada. • O que pode fazer ao nível da organização/serviço para apoiar os clientes no aumento dos seus níveis de atividade física e com quem precisa trabalhar ? Os participantes devem considerar as estratégias mais viáveis e realistas para a sua organização e alcançar um consenso sobre uma série de ações a serem implementadas , tais como: • Durante o processo inicial de idenficação das necessidades, determinar logo o nível de atividade física de um cliente e , se for o caso , conversar com os clientes sobre as suas actividades de lazer e interesses de atividade física para ver como estes poderiam ser abordados O grupo deve chegar a acordo sobre a calendarização de cada ação e estabelecer uma data para a próxima reunião. 3. Conclua a discussão As acções acordadas , prazos e responsabilidades atribuídas são registados no Modelo do Plano de Acção para uma discussão mais aprofundada na próxima reunião e monitorização. Recursos: Lista de Verificação da Boa Prática de Atividade Física (Anexo 1); Modelo de Plano de Ação (Anexo 2) 46 ANEXO 1: Lista de verificação da Boa Prática para Actividade Física Lista de Verificação de Boa Prática para Actividade Física Sistema de Classificação Promover oportunidades de atividade física e nutrição para os clientes e seus cuidadores : ferramenta de auto -‐avaliação para a identificação inicial das necessidades, avaliação e planeamento dos cuidados Por favor assinale o grau que melhor descreve o seu serviço: Rating 1 Não atingido 2 Parcial/ atingido 3 Atingi do Grau 1: Não atingido: Áreas que não trabalhamos Estamos conscientes e fizemos formação sobre os benefícios da atividade física e como promovê-‐la através de intervenções e processos de monitorização apropriados 5 5 5 Grau 2: Parcialmente atingido: Áreas que algumas vezes fazemos bem, mas com potencial de melhoria. Conhecemos as recomendações padrão para a prática de atividade física e como essas recomendações são adaptados a clientes com capacidades físicas diferentes 5 5 5 Grau 3: Atingido: áreas que fazemos bem Usamos os modelos apropriados quando os clientes têm ou podem ter problemas e necessidades relacionadaos com atividade física. Estes incluem o perfil condições de saúde e a avaliação funcional. 5 5 5 Garantimos que cada cliente tem a oportunidade de participar numa posição paritária durante o processo de avaliação e de tomada de decisões 5 5 5 Fornecemos aos clientes e informações adequadas sobre saúde e estilos de vida para reforçar as mensagens -‐chave relacionadas com a melhoria dos níveis de atividade física 5 5 5 Temos implementados práticas e processos de referenciação para outros serviços que permitem a intervenção precoce ea adopção de medidas preventivas com o objective de facilitar as oportunidades de prática de atividade física para os clientes 5 5 5 Levamos em conta os interesses, motivações e barreiras do cliente para facilitar as oportunidades adequadas para que este aumente as suas atividades de lazer e a atividade física 5 5 5 Se existem áreas de risco significativas para os clientes implicando uma mudança na atividade física , identificamos claramente como os riscos podem ser geridos e monitorizados 5 5 5 Reavaliamos os níveis de atividade física do cliente e fornecemos apoio contínuo 5 5 5 Quando a actividade física é realizada em grupo , realizamos a avaliação contínua do programa 5 5 5 47 Nível de realização de ____________em <inserir data> Adaptado de: Department of Human Services (2009). Well for Life, section 1_guide to Action. Melbourne: ANEXO2: Modelo de Plano de Acção: Avaliação das práticas organizacional em relação à actividade física Lista de Nível de Acção proposta Recursos verificação de realização para melhorar Boa Prática a abordagem 1 2 3 atual * Prazo Pessoa(s) previsto Responsável(eis) Nível de Realização de ____________ em <inserir data> Não atingido = 1 Parcialmente atingido = 2 Atingido = 3 * Nota : Organizar uma sessão de educação para o pessoal; organizar uma reunião para conversar com os clientes sobre as actividades de lazer e interesses de atividade física. Adaptado de: Warren, D. (2002). WMR Service coordination best practice and continuous improvement manual. Melbourne: Western Metropolitan Region Primary 48 ANEXO 3: FOLHAS DE AJUDA FOLHA DE AJUDA 1: Saúde Mental e Atividade Física FOLHA DE AJUDA 2: Quanto é suficiente ? Quanto é demais? FOLHA DE AJUDA 3 : Mudar o comportamento de atividade física: motivação do cliente 49 FOLHA DE AJUDA 1: Saúde Mental e Atividade Física Tradicionalmente, a utilização do exercício como uma intervenção no campo da psiquiatria tem sido reduzida , principalmente por causa da falta de conhecimento dos médicos de saúde mental sobre os benefícios terapêuticos do exercício e também pela incompatibilidade percebida entre os programas de exercícios e os tratamentos tradicionais3. Cerca de dois terços das pessoas com doença mental têm um ou mais comorbilidades associadas4. As doenças mentais são responsáveis e, simultaneamente, afetadas por várias doenças crónicas, como cancro, doenças cardiovasculares e diabetes, aumentando a probabilidade de incapacidade e mortalidade prematura. Há evidência de que as pessoas que sofrem de depressão são mais vulneráveis a desenvolver enfarte do miocárdio e diabetes, e, por outro lado , enfarte do miocárdio e diabetes aumentam a possibilidade de depressão5. Vários fatores de risco designadamente hipertensão arterial, colesterol plasmático elevado, obesidade, tabagismo, tendências de auto-‐ negligência, estilos de vida pouco saudáveis, efeitos colaterais da medicação e nível socio-‐económico baixo contribuem para a carga destas doenças não transmissíveis6. A obesidade, enquanto fator de risco, merece uma atenção especial, já que de acordo com dados da literatura contribui grandemente para esta carga 7. O Observatório Nacional de Obesidade em 2011, de acordo com as mais recentes revisões sistemáticas, refere que há uma associação bidirecional entre obesidade e doenças mentais o que se traduz num importante problema de saúde pública na medida em que esta relação é considerada complexa e multi-‐ factorial8. A prevalência da obesidade atinge números mais elevados em pessoas com transtornos mentais graves do que na população em geral 7, em que mais de 42 % dos adultos com uma doença mental grave são obesos em comparação com aqueles sem doença mental grave (27%)9. A evidência sugere que pessoas obesas têm um risco aumentado de 55 %, de desenvolver depressão ao longo do tempo, enquanto as pessoas deprimidas têm um risco aumentado de 58% de se tornarem obesas8. Benefícios da Atividade Física Há um crescente corpo de evidência demonstrando os benefícios da atividade física na saúde mental, embora não exista ainda um único mecanismo suficientemente 50 estabelecido para explicar a variada gama de efeitos mentais possíveis resultantes da participação em atividade física. Como afirmado por Gorczynski e Faulkner (2010) numa revisão sistemática da Cochrane10, existem mecanismos plausíveis para a mudança psicológica resultante da atividade física e exercício físico que são baseados numa de três perspectivas mais vastas, designadamente, alterações bioquímicas caracterizadas por um aumento dos níveis de neurotransmissores, como as endorfinas ou serotonina; alterações fisiológicas como melhorias na função cardiovascular e muscular e no controlo do peso e termogénese; finalmente, mudanças psicológicas, tais como apoio social, autonomia, percepção de competência, imagem corporal reforçada, auto-‐eficácia e atenção10, 11 Em comparação com os efeitos físicos, a evidência sobre os benefícios da atividade física para a saúde mental é escassa12. No entanto, o corpo de evidência está a crescer rapidamente, pois vários estudos e ensaios clínicos mostram benefícios específicos: melhoria do humor , redução dos sintomas de stress, raiva e depressão , alívio da ansiedade e do declínio cognitivo12. A evidência sugere que o aumento do humor positivo e, por consequência, a redução no humor negativo, pode ser reforçada com a prática de actividade física aeróbica com intensidade baixa, moderada ou alta entre 25 a 60 minutos13 . Várias revisões contemporâneas de literatura3 mostraram que, nas pessoas com doença mental, as que tinham maiores níveis de atividade física, apresentavam também a melhor qualidade de vida relacionada com a saúde. Estudos mostram que a atividade física, aeróbia e de resistência, parece ter um efeito maior sobre a auto-‐estima do que outros tipos de actividade física3 e o efeito é mais pronunciado nas pessoas com baixa auto-‐estima13. Ela promove sentimentos de auto-‐ eficácia, auto-‐ determinação, controlo pessoal e imagem corporal3. Praticar atividade física/exercício tem um efeito positivo sobre os resultados de saúde mental em crianças e adultos. Um desses resultados corresponde aos benefícios emocionais e sentimentos de bem-‐estar, que se associam a um aumento das interações sociais , na medida em que a prática de exercício solitário não parece melhorar a depressão. Por isso, é essencial ter acesso ao espaço público, para que o exercício possa ser adaptado e adequar-‐se às escolhas e necessidades da população. Adicionalmente, é fundamental a criação de ambientes acolhedores para que as pessoas possam desfrutar e beneficiar da adesão à atividade física. Além disso, é recomendada uma maior 51 cooperação intersetorial entre saúde e recreação assim como com os setores de desporto e lazer 14. Indivíduos que praticam exercício físico tendem a adormecer mais rapidamente, o sono é mais longo e mais profundo, e têm também menor risco de perturbações do sono do que aqueles que estão inativos , embora as relações causais não estejam tão bem estabelecidas para os últimos3 . Os indíviduos com perturbações do sono podem ter melhorias com a actividade física regular, embora não exista consenso claro neste assunto 3. Uma revisão sistemática de Bartels e Desilets (2012)9, que incluiu 24 estudos mostrou que os participantes em 22 estudos experimentaram uma perda de peso média geral e/ ou diminuição do Indice de Massa Corporal (IMC), embora apenas em 10 dos estudos as diferenças fossem estatisticamente significativas. Outros desenvolvimentos serão necessários a fim de alcançar uma perda de peso clinicamente significativa, embora as intervenções sobre o estilo de vida pareçam ser bem sucedidas na obtenção de resultados clinicamente significativos9. Benefícios da Atividade Física em Condições Específicas de Saúde Mental Depressão Várias revisões investigaram a eficácia do exercício na redução da sintomatologia depressiva11. A evidência é fraca para quase todos os grupos de condições com exceção da depressão major11. No entanto, a evidência indica que a actividade física diminui o risco de desenvolvimento de depressão , bem como o facto de que não há nenhum efeito negativo na população deprimida pela prática de exercício3. Estudos experimentais têm vindo a demonstrar que o exercício aeróbico e de resistência podem ser utilizados para o tratamento da depressão moderada a grave, em conjunto com o tratamento padrão3. Também está demonstrado que os efeitos do exercício, especificamente as suas propriedades ansiolíticas e antidepressivas3, são iguais aos obtidos com as intervenções psicoterapêuticas3,11. Por outro lado, as pessoas que participam em programas de exercícios reduzem os sintomas de ansiedade e têm menor probabilidade de ter uma recaída do que aqueles que recebem medicação3,15 . 52 Doença Bipolar Em relação aos transtornos bipolares, artigos recentes de revisão da literatura estabelecem que as intervenções focadas na atividade física podem ser viáveis, diminuindo o stress , depressão e sintomas de ansiedade11. Abuso de Substâncias As guidelines do American College of Sports Medicine e da American Heart Association indicam que os indivíduos com idades entre 18 e 65 anos que sofrem de transtornos de dependência de opiáceos podem beneficiar da inclusão do exercício no programa de tratamento15. Esquizofrenia Há evidência especulativa sobre se a participação em progranas de exercício está associada a um alívio dos sintomas negativos, tais como depressão, baixa auto-‐estima, e isolamento social3. A neurogénese induzida pelo exercício é um mecanismo de ação plausível na esquizofrenia e mostrou diminuição nos sintomas positivos e negativos, mas também no aumento do volume do hipocampo, 3 meses após exercício aeróbico. Actualmente, não há evidência clara sobre a intervenção com exercício físico na esquizofrenia11. CONCLUSÃO Espera-‐se que, programas de promoção dos estilos de vida saudáveis de maior duração (3 ou mais meses), que combinem a educação com uma abordagem baseada em actividades, e incorporem tanto a nutrição como o exercício físico , sejam os mais eficazes na diminuição do peso, na melhoria do condicionamento físico e na melhoria dos sintomas psicológicos e da saúde geral9. A adesão da população em geral a programas de atividade física diminui para metade do número original de participantes após seis meses, pelo que não podemos esperar melhores resultados em programas para pessoas com doença mental, que têm barreiras adicionais às da população geral3. Estas barreiras incluem efeitos colaterais da medicação, o próprio transtorno mental, a falta de motivação (transtornos psicóticos), estigmatização por parte da sociedade e as limitações dos serviços de saúde mental16. Portanto, para serem eficazes recomenda-‐se que os programas de atividade física sejam 53 acessível e com baixo custo, perto de transportes públicos e que não requeiram capacidades especiais dos participantes. É importante ter profissionais devidamente treinados e que saibam apoiar e motivar os pacientes usando incentivos, tais como prémios, uma estratégia que não pode ser subestimada. Quem prescreve e conduz as actividades de exercício precisa de ser entusiasta, experiente e capaz de apoiar, o que está provado ser tão importante quanto o próprio programa de exercício3. O facto de a participação no programa ser voluntária é também vital para o seu successo3. De acordo com o Mental Illness Fellowship17, as intervenções para serem eficazes necessitam de estar focadas em ajudar a educar, motivar e capacitar os indivíduos com doença mental para adoptarem e manterem estilos de vida mais saudáveis. Eles devem ser desenhados para melhorar a auto-‐eficácia dos pacientes, para apoiar o aumento da competência, para envolver o indivíduo num processo colaborativo de mudança de comportamento e auto-‐gestão17. REFERÊNCIAS 1. Wittchen, H. U., Jacobi, F., Rehm, J., Gustavsson, a, Svensson, M., Jönsson, B., Olesen, J., et al. (2011). The size and burden of mental disorders and other disorders of the brain in Europe 2010. European neuropsychopharmacology : the journal of the European College of Neuropsychopharmacology, 21(9), 655–79; 2. Stuckler, D., Basu, S., & McDaid, D. (2011). Depression amidst depression: Mental health effects of the ongoing recession. WHO Regional Office for Europe publication, 1-‐26; 3. Bingham, P. (2009). Minding Our Bodies – Physical activity for mental health: Literature Review; 4. Knol, L. L., Pritchett, K., & Dunkin, J. (2010). Institutional policy changes aimed at addressing obesity among mental health clients. Centers for Disease Control and Prevention, 7(3), 1-‐7; 5. World Health Organization. (2012a). Zero Draft Global Mental Health Action Plan 2013-‐ 2020; 6. Bonfioli, E., Berti, L., Goss, C., Muraro, F., & Burti, L. (2012). Health promotion lifestyle interventions for weight management in psychosis: a systematic review and meta-‐analysis of randomised controlled trials. BMC psychiatry, 12(1), 1-‐32; 7. Verhaeghe, N., De Maeseneer, J., Maes, L., Van Heeringen, C., & Annemans, L. (2011). Effectiveness and cost-‐effectiveness of lifestyle interventions on physical activity and eating habits in persons with severe mental disorders: a systematic review. The international journal of behavioral nutrition and physical activity, 8(1), 1-‐12; 8. National Obesity Observatory. (2011). Obesity and Mental Health. Solutions for Public Health, 1-‐ 23; 54 9. Bartels S, Desilets R. (2012). Health Promotion Programs for People with Serious Mental Illness (Prepared by the Dartmouth Health Promotion Research Team). D.C. SAMHSAHRSA Center for Integrated Health Solutions, 1-‐41; 10. Gorczynski, P. & Faulkner, G. (2010). Exercise therapy for schizophrenia: Review. The Cochrane Collaboration; 30. World Health Organization Europe. (2008a). Policies and practices for mental health in Europe -‐-‐ meeting the challenges; 11. Wolff, E., Gaudlitz, K., Von Lindenberger, B.-‐L., Plag, J., Heinz, A., & Ströhle, A. (2011). Exercise and physical activity in mental disorders. European archives of psychiatry and clinical neuroscience, 261 Suppl 2, 186-‐191; 12. C3 Collaborating for Health. (2011). The benefits of physical activity for health and wellbeing: Review; 13. Matsalla, G. & Warners, K. (2012). Physical Activity and Mental Health: A Holistic Approach. WellSpring, 23(2); 14. Public Health Group. (2006). Evidence-‐based mental health promotion resource––Executive Summary. Department of Human Services; 15. Weinstock, J, Wadeson, H, VanHeest, J. (2012). Exercise as an Adjunct Treatment for Opiate Agonist Treatment: Review of the Current Research and Implementation Strategies. Substance Abuse, 33, 350–360; 16. Hodgson, M, McCulloch, H, Fox K. (2011). The experiences of people with severe and enduring mental illness engaged in a physical activity programme integrated into the mental health service. Mental Health and Physical Activity, 23-‐29; 17. Mental Illness Fellowship of Australia Inc. (2011). The Physical Health of People Living with a Mental Illness – Literature Review, Programs Overview & Recommendations; 55 FOLHA DE AJUDA 2: Quanto é suficiente ? Quanto é demais? Quanto é suficiente ? Espera-‐se que programas de promoção de estilos de vida saudáveis de 3 ou mais meses, que combinem educação com uma abordagem baseada em actividades, e incorporem tanto a nutrição e exercício físico, sejam os mais eficazes em diminuir o peso, melhorar o condicionamento físico e melhorar os sintomas psicológicos e de saúde geral. A evidência sugere que o aumento do humor positivo e , por conseguinte, uma redução no humor negativo pode ser reforçada com a prática de actividade física aeróbica de intensidade baixa , moderada ou alta, entre 25 a 60 minutos. Mas a atividade física não precisa ser extenuante para alcançar benefícios. Os clientes podem obter benefícios para a saúde com uma quantidade moderada de atividade física (30 minutos ), de preferência diariamente. Uma orientação geral para realização de atividade física a nível moderado é que os clientes apresentem um ligeiro, mas perceptível aumento na frequência respiratória e cardíaca, mas ainda sejam capazes de manter uma conversa. Tente que os clientes sejam ativos utilizando todas as estratégias ao seu alcance. Quanto é demais? Se os clientes estiverem a realizar atividade física a nível moderado, devem ser capazes de manter uma conversa. Se tiverem dificuldade em falar, então desacelere. É melhor avançar lentamente do que fazer demasiado de uma vez. Os aumentos repentinos podem resultar em lesões e também podem tornar a atividade física menos agradável. Se os clientes sentirem algum dos seguintes problemas, é sinal de que pode estar a exagerar: • tonturas ou sensação de desmaio • falta de ar • enjoos • dor no peito ou palpitações Pare o que está a fazer e peça orientação médica antes de reiniciar. A expressão”Sem dor, não há ganhos” não é verdadeira. Se os clientes estão com dor, pare e peça orientação médica. 56 Dicas de Saúde e Segurança e atividade física É importante reconhecer o seguinte quando realizar qualquer forma de atividade física: • Evite fazer atividade física durante as horas mais quentes do dia , em dias quentes ou húmidos, e se a temperatura estiver acima de 30° C. • Evite atividade física imediatamente após as refeições. • Beba muitos líquidos antes, durante e após a atividade física para evitar a desidratação . Precisamos garantir que o cliente bebe, mesmo que não senta sede. • “Sem dor não há ganhos”. É falso. Se os clientes sentem dor durante a atividade, deve parar e procurar aconselhamento de um médico ou outro profissional de saúde. • Se os clientes sentirem tonturas ou sensação de desmaio, falta de ar, enjoos, dor no peito ou palpitações, pare o que está a fazer e consulte um médico antes de iniciar a atividade física novamente. • Certifique-‐se que os clientes usam roupas largas e confortáveis, ténis ou sapatos confortáveis. • Certifique-‐se que os clientes usam um chapéu e protetor solar se estiverem ao ar livre por mais de 15-‐20 minutos, ou se caminharem durante os horários de maior calor (10:00-‐15:00). Certifique-‐se que os clientes consultam o médico Se os clientes estão a considerar fazer mais atividade física , procure aconselhamento médico primeiro , especialmente se : • não tiverem sido fisicamente ativos por algum tempo • estiverem a pensar fazer um aumento significativo do seu nível de atividade física, ou a mudar o tipo de atividade física • tiverem excesso de peso • tiverem quaisquer problemas de saúde associados Se tiverem quaisquer condições médicas ou não tenham sido ativos por algum tempo, procurar aconselhamento médico antes de alterarem os seus níveis de atividade física. 57 Tipos de actividade física A Actividade física pode ser dividida em três grandes áreas: • Actividade física estruturada/formal • Actividade física incidental • Actividade física com objectivos recreacionais Incentive as pessoas a serem o mais ativas que possam,todos os dias, de todas as maneiras que puderem. Aulas de ginástica de grupo As vantagens de ser fisicamente ativo como parte de um grupo são: • conhecer pessoas novas • ter o apoio de um instrutor de fitness ou de um fisioterapeuta como líder do grupo. Andar Andar a pé é uma das maneiras mais eficientes , práticas e eficazes de ser activo. Atividades diárias e de lazer 58 Fazer as atividades diárias e de lazer tem o potencial de beneficiar a saúde do cliente. Existem vários tipos de atividades diárias e de lazer adequadas para todos os gostos . O melhor tipo de atividade física é a que cada cliente gosta e que lhe convém. FOLHA DE AJUDA 3 : Mudar o comportamento de atividade física: motivação do cliente Motivação: uma chave para a adesão Motivação é definida como as forças que atuam sobre um indivíduo para iniciar um comportamento particular. Esta definição inclui ambos os factores intrínsecos e extrínsecos inerentes a cada indivíduo (Phillips , Schneider&Mercer, 2004). A motivação é multidimensional e não é facilmente avaliada. Além de prontidão para a mudança, os profissionais também devem considerar os fatores -‐chave de " importância " e " auto-‐ eficácia. " A importância é determinada pelo valor que uma pessoa coloca em fazer a mudança. A auto-‐eficácia é a crença ou confiança na própria capacidade para alcançar a mudança (Substance Abuse and Mental Health Services Administration, n.d). A compreensão de que a motivação não é apenas algo relacionado com a personalidade de uma pessoa, fortalece a compreensão dos profissionais de saúde, quando confrontados com a necessidade de motivar um paciente. Torna-‐se fundamental a inclusão de fatores motivacionais e predisposição ao exercício físico nos tratamentos, de acordo com as experiências individuais (Phillips, Schneider & Mercer , 2004). Como profissionais , devemos levar em conta que (WHO, 2003): ♦ A adesão é um dos principais determinantes da eficácia do tratamento; ♦ O nível de adesão tem sido correlacionado positivamente com os resultados do tratamento em pacientes deprimidos ; ♦ Evidência robusta sugere que as taxas mais elevadas de adesão se traduzem em benefícios económicos com poupança direta resultante da diminuição da utilização dos serviços de saúde, sofisticados e caros, e necessários em casos de exacerbação da doença , crise ou recaída. Modelo Trans-teórico O modelo Trans-‐teórico aborda as etapas de mudança comportamental antes do exercício físico e pode ajudar os profissionais a avaliar a disposição dos clientes para realizarem atividade física. A teoria em torno da " autodeterminação" é a mais relevante neste modelo , uma vez que a adesão é influenciada por necessidades psicológicas, autonomia, competência e afinidade para a Acção (Scales & Miller, 2003; Moore, Moore & Murphy, 2011). O modelo de estadios de mudança descreve cinco estadios de 59 prontidão e fornece uma estrutura para a compreensão do processo de mudança. Através da identificação de onde uma pessoa está no ciclo de mudança, permite adaptar as intervenções para o estadio de "prontidão" do indivíduo para avançar no processo de recuperação. As intervenções que não correspondam à disponibilidade da pessoa são menos propensas a ter sucesso e mais propensas a criar resistência e impedir a mudança. Qualquer coisa que mova uma pessoa através dos estágios em direção a um resultado positivo deve ser considerada como um sucesso (Substance Abuse and Mental Health Services Administration, n.d). Figure 1 – Como atingir as fases do modelo? (Scales & Miller, 2003) 60 Figure 2 – Fases do Modelo Trans-teórico (Scales & Miller, 2003) Através da análise da Figura 2 pode concluir-‐se que: • Se não há motivação para a prática, o paciente não vai deixar a fase de pré-‐ contemplação e não pretende realizar atividade física nos próximos 30 dias a seis meses; • Se não houver estratégias de motivação durante a realização de atividade física e à melhoria de sua importância, o paciente não vai chegar a fase de manutenção . O processo no modelo Trans-‐teórico (Figura 1) não tem necessariamente de começar na fase de pré-‐ contemplação. No entanto, o alto nível de inatividade dos pacientes antecipa que muitos estarão nesta fase (Beebe et al. 2013). 61 Etapas importantes na motivação ♦ Reconhecer os benefícios da actividade física (Phillips, Schneider & Mercer, 2004; Richardson et al., 2005; Sharma, Madaan & Petty, 2006; Raepsaet, Knapen, Vancampfort & Probst, 2010) 62 ♦ Idenficar barreiras: Health insurance plans inadequate or non-existent; lack of professional knowledge and experience; lack of follow-ups Poverty, illiteracy, unemployment, individual beliefs, family dysfunction Severity of symptoms (for example, pain), level of disability progression of the disease Duration of treatment, negative experiences frequent changes in intervention, presence of side Stress, anxiety, low motivation, negative beliefs, disbelief in treatment, lack of hope, frustration Figure 3 -‐ The five dimensions of adherence (WHO, 2003) 63 Como motivar em cada uma das fases do modelo? ♦ Aspectos gerais (Substance Abuse and Mental Health Services Administration, n.d.): - Faça perguntas abertas: Isto é relevante porque o paciente fala sobre a importância da atividade física e sobre a sessão passada. Por exemplo " O que é mais importante para si agora?" - Use aformações: Os prestadores de cuidados podem capacitar as pessoas através de uma linguagem que afirma os seus pontos fortes . Exemplos de afirmações incluem: "Estou muito feliz por ter tocado nesse assunto." - Formule declarações reflexivas: Os profissionais podem mostrar às pessoas que as ouvem e entendem o seu ponto de vista, usando declarações reflexivas. O uso de declarações reflexivas também permite que as pessoas ouçam as suas próprias palavras e resolver ambivalências. - Forneça Resumos: Os resumos podem ser usados para várias finalidades . Por exemplo, podem ser usados para destacar aspectos importantes da discussão e/ou comunicar interesse e compreensão pela perspectiva de um indivíduo. PRÉ-‐CONTEMPLACÃO E CONTEMPLAÇÃO (Moore, G., Moore, L. & Murphy, 2011; Frates, 2011) Chave: Empatia e motivadores intrínsecos e extrínsecos -‐ Apresente os benefícios da atividade física aos pacientes; -‐ Estar motivado e ter capacidade para motivar os pacientes; -‐ Dar confiança para facilitar a adesão à atividade física; -‐ Perceba as barreiras (intrínsecas e extrínsecas ); -‐ Melhore a auto-‐eficácia e auto -‐determinação (pacientes); -‐ Reforce os conhecimentos e competências (profissional ) -‐ Explore as experiências anteriores e crenças sobre terapias de exercício. 64 PREPARAÇÃO E ACÇÃO (WHO, 2003; Scales & Miller, 2003; Frates, 2011) Chave: motivadores, recompensas e objectivos - Discuta individualmente os obstáculos, metas e estratégias para a terapia pelo exercício; - Reveja as orientações para a prática de atividade; - Crie os grupos para a prática de exercício de acordo com as experiências do paciente (idade, condição clínica , o estado emocional ... ) ; - Promova a autonomia e capacitação dos pacientes - Abordagem multidisciplinar , com envolvimento da família ; - Motive durante o exercício e felicite as conquistas (recompensas ); - Promova a auto-‐ reflexão. MANUTENÇÃO (Bingham, 2009; Frates, 2011) Chave: motivadores, recompensas, objectivos, variedade, mentorato Motive para a auto-‐gestão e auto-‐monitorização -‐ Dê estratégias de exercícios acessíveis ( nível individual , organizacional e comunitário); -‐ Reveja com os pacientes os benefícios para a saúde; -‐ Felicite os pacientes. - Diminua a percepção dos riscos (por exemplo, importância do aquecimento e arrefecimento) ; - Forneça estratégias de exercícios acessíveis (nível individual , organizacional e comunitário); - Reveja com os pacientes os benefícios para a saúde; - Felicite os pacientes Como fazer isso ? ( Exemplos ) -‐ Suporte escrito ou digital (Richardson et al., 2005, cited by Bingham, 2009); -‐ Follow-‐up presencial (WHO, 2003); -‐ Follow-‐up telefónico (WHO, 2003). 65 Referências ♦ Beebe, L.; Smith, K.; Roman, M. et al. (2013). A Pilot Study Describing Physical Activity in Persons with Schizophrenia Spectrum Disorders (SSDS) after an Exercise Program. Issues in Mental Health Nursing. 34: 214–219 ♦ Bingham, P. (2009). Minding Our Bodies – physical therapy for mental health. Literature Review. Canadian Mental Health Association, Ontario. ♦ Frates, E. (2011). How to Motivate Your Patients to Adopt Healthy Lifestyles: The Key to Secondary Prevention. The Institute of Lifestyle Medicine. Harvard Medical School. ♦ Moore, G.; Moore, L. & Murphy, S. (2011). Facilitating adherence to physical activity: exercise professionals’ experiences of the National Exercise Referral Scheme in Wales. A qualitative study. BMC Public Health. ♦ Phillips, E.; Schneider, J. & Mercer, G. (2004). Motivating Elders to Initiate and Maintain Exercise. Physical Medicine Rehabilitation. 85 (3). ♦ Raepsaet, J., Knapen J., Vancampfort, D. & Probst, M. (2010). Motivation to physical activity in non-‐psycotic psychiartric inpatients. International Journal of Psychosocial Rehabilitation. 15(1): 51-‐59 ♦ Richardson, C., Faulker, G., McDevitt, J. et al. (2005). Integrating Physical Activity Into Mental Health Services for Persons with Serious Mental Illness. Physical Services. 56(3): 324-‐331 ♦ Sharma, A., Madaan, V. & Petty, F. (2006). Exercise for Mental Health. Journal Clinical Psychiatry. 8(2): 106-‐107 ♦ Scales R. & Miller J. (2003). Motivational Techniques for Improving Compliance with an Exercise Program: Skills for Primary Care. Current Sports Medicine Reports, 2: 166–172 ♦ Substance Abuse and Mental Health Services Administration (n.d.). Training: Motivational Interviewing and the Stages of Change. Retrieved October 30, 2013 from: http://www.samhsa.gov/co-‐ occurring/topics/training/change.aspx ♦ WHO (2003). Adherence to Long-‐term Therapies -‐ Evidence for action. WHO Library Cataloguing-‐in-‐Publication Data. Switzerland: WHO 66 Referências adicionais ♦ Evers A., Klusmann V., Schwarzer R. & Heuser I. (2012) Adherence to physical and mental activity interventions: Coping plans as a mediator and prior adherence as a moderator. British Journal of Health Psychology. 17: 477–491 ♦ Glynn L., Hayes P., Casey M. et al. (2013). Smart Move -‐ A smartphone-‐ based intervention to promote physical activity in primary care: study protocol for a randomized controlled trial. Glynn et al. Trials. 14:157 ♦ Hedlund, L. & Gyllensten, A. (2013) The physiotherapists’ experience of Basic Body Awareness Therapy in patients with schizophrenia and schizophrenia spectrum disorders. Journal of Bodywork & Movement Therapies. 17: 169-‐176 ♦ Huang, N. (2005). Motivating patients to move. Reprinted from Australian Family Physician. 34 (6) ♦ Roberts, S. & Bailey, E. (2013) An ethnographic study of the incentives and barriers to lifestyle interventions for people with severe mental illness. Journal of Advanced Nursing. ♦ Rhodes, R. & Fiala, B. (2009). Building motivation and sustainability into the prescription and recommendations for physical activity and exercise therapy: The evidence. Physiotherapy Theory and Practice. 25(5–6):424– 441. ♦ Tidey J. (2012) Using incentives to reduce substance use and other health risk behaviors among people with serious mental illness. Preventive Medicine. 55: 54–60. 67 MODULO 5: TÉCNICAS DE MOTIVAÇÃO 68 3 A primeira pergunta que surge é: o que é a motivação? Motivação é o motor interno que nos faz alcançar os nossos objetivos. A motivação é sempre composta por dois elementos: motivação intrínseca e extrínseca. A motivação intrínseca é a motivação dentro de nós: • O desejo de superar o problema ou tarefa • O desenvolvimento de competências e hábitos para superar um problema • Ensaio de hábitos de sucesso até que eles sejam perfeitos • Um sentimento de orgulho e prazer em desempenhar a tarefa • O estabelecimento e repetição de metas a fim de progredir e manter a motivação 3 http://www.allposters.com/-‐sp/Character-‐Posters_i5129664_.htm A motivação extrínseca consiste nas motivações que vêm de fora. Ou seja, o apoio que vem das pessoas que nos rodeiam e nos ajudam a alcançar os nossos objetivos. As metas que definimos devem ser realistas, exequíveis e em concordância com todos os envolvidos. Neste caso especial, quando se trabalha com pessoas com transtornos mentais, o estabelecimento de metas a alcançar deve ser abordado com muita sensatez e de acordo com os objetivos e capacidades do indivíduo. Em todos os casos, precisamos de estar preparados para apoiar ativamente o indivíduo na sua forma de alcançar as suas metas. Em algumas situações, a dinâmica de grupo pode ser um elemento motivador muito estimulante -‐ que também tenha demonstrado ser no caso dos grupos-‐piloto. Sugerimos que se inicie a trabalhar com um grupo pequeno de participantes, que já tenha alguma motivação intrínseca para participar ativamente na atividade física. Às vezes, os participantes podem ser motivados com guloseimas e pequenos prémios, e mais tarde, quando se apercebem dos benefícios da atividade física para o seu bem-‐ estar próprio e da diminuição de alguma dor física, a motivação extrínseca transforma-‐ se em motivação intrínseca. Os profissionais que trabalham com pessoas com distúrbios mentais, alcançam um objetivo importante quando as pessoas com quem estão a trabalhar modificam o seu estilo de vida e a atividade física se torna uma parte regular do seu dia-‐a-‐dia. Também podemos usar vídeos desportivos para motivar o inicio das sessões de atividade física, mas é preciso escolher o vídeo com cuidado e não utilizar vídeos com desportistas profissionais, pois isso poderia ter exatamente o efeito oposto sobre os participantes. A motivação para a atividade física tem uma grande relação com a psicologia do desporto, portanto, a capacidade de motivar pessoas com transtornos de saúde mental para se envolverem na atividade física também depende da capacidade geral de motivar essa população. Por certo, irá ser capaz de encontrar diferentes abordagens teóricas para aumentar a motivação no envolvimento da atividade física, mas o melhor caminho para o sucesso é tentar diferentes abordagens e usar aquela que funcione melhor com seu público-‐alvo. 69 Uma das abordagens mais populares e amplamente testada para a motivação no desporto e noutros domínios de realização é a teoria da auto-‐determinação. Esta teoria é baseada numa série de motivações ou regras, que variam em termos do grau de auto-‐ determinação que refletem. A Auto-‐determinação relaciona-‐se com o grau com que os comportamentos são escolhidos e auto-‐iniciados. As regras de comportamento podem ser utilizadas num continuum de auto-‐determinação. Desde o menos até ao mais auto-‐ determinante são: desmotivação, regulação externa, regulação internalizada, regulação identificada, regulação integrada e motivação intrínseca. A desmotivação representa uma falta de intenção de envolvimento num comportamento. É acompanhado de sentimentos de incompetência e falta de ligação entre o comportamento e o seu resultado esperado. Por exemplo, um atleta desmotivado poderá dizer: 'Eu não consigo ver o que ganho em treinar mais -‐ apenas me canso ' ou 'Eu simplesmente não entendo o benefício da competição’. Estes atletas apresentam uma sensação de impotência e, muitas vezes necessitam de orientação, dado que são altamente propensos a desistir. Técnicas de motivação: 1. Estipulação de objectivos: • As pessoas devem ser encorajadas a definir algumas metas ambiciosas, mas exequíveis a longo prazo. Ao capacitar os indivíduos a definir os seus próprios objectivos, eles são mais propensos a aceitar os desafios que têm pela frente e a procurar os objetivos com entusiasmo; • Manter os objetivos de longo prazo, e também definir metas adequadas a médio prazo; • De longe, os objetivos mais importantes em termos práticos, são os para o curto prazo. Portanto, os objetivos de curto prazo devem ser predominantemente orientados para o processo; • As metas precisam ser monitorizadas e revistas regularmente. Um dos maiores erros que os treinadores fazem no estabelecimento de metas é serem demasiado rígidos na sua abordagem. O processo de definição de metas funciona melhor quando existe alguma flexibilidade, em que o indivíduo toma responsabilidade por cada meta. 70 2. Uso de recompensas externas O aspecto fundamental na utilização de recompensas externas é que elas reforçam o indivíduo no sentido da competência e autoestima. Assim, a recompensa deve ser de natureza informativa em vez de ser controladora. Se a recompensa se transforma num controlo, pode prejudicar significativamente a motivação intrínseca. Para uma recompensa ser informativa, é aconselhável que tenha um valor monetário relativamente baixo (ou seja, ser uma recompensa simbólica), como um título “dos participantes do dia”. Além disso, a recompensa deverá ser apresentada ao atleta na frente de todos os potenciais beneficiários, dando alguma ênfase no prestígio associado. 3. Música motivacional Uma forma particularmente boa para motivar os atletas em formação é o uso de música que seja inspiradora para eles. Uma pesquisa da Universidade de Brunel indica que esta abordagem aumenta a produtividade no trabalho, reduz a percepção de esforço e melhora o efeito da tarefa -‐ o prazer experimentado durante a atividade. 4. Auto reflexão positiva A auto reflexão é uma técnica que pode ser usada para aumentar a motivação numa ampla gama de domínios de realização. Ela faz uso da poderosa voz interior de um indivíduo para reforçar a sua auto-‐estima. Com a repetição pode alterar positivamente todo o sistema de crenças. Porque trabalhar com pessoas com distúrbios de saúde mental requer muita sensibilidade e delicadeza, especialmente nas primeiras sessões, sugerimos o uso de técnicas teatrais divertidas para incentivar os participantes a estarem ativamente envolvidos nas seguintes atividades. 71 Seleccionámos um conjunto de atividades divertidas em grupo, que pode usar como atividades de aquecimento e de arranque das sessões de atividade física 1, 2, 3, Buzz! Conte em torno de um círculo e substitua determinados números pela palavra "buzz". Comece num círculo de Drama. Comece a contar em voz alta ao redor do círculo para se familiarizar com o movimento de contagem. O treinador, então, apela a uma mudança. Por exemplo, substituir os números de 5 em 5 na tabela pela palavra "buzz" em vez do número real. Assim: 1, 2, 3, 4, "buzz", 6, 7, 8, 9, "buzz" … Se o grupo for capaz, pode ser adicionada outra mudança. Por exemplo, substituir os terceiros “buzz” com a palavra "flop". Neste exemplo, o número 15 seria anunciado com um "flop" 1, 2, 3, 4, "buzz", 6, 7, 8, 9, "buzz", 11, 12, 13, 14, “flop” Pode também usar uma ação em vez de um som, como bater as palmas com as mãos, ou um aceno de cabeça 8 Contar Agitando Um aquecimento físico energético que ajuda a gerar energia. Os participantes estão em círculo e todos contam de 1-‐8, enquanto agitam a mão esquerda, em seguida, a direita, em seguida o pé esquerdo e depois o pé direito. por exemplo • agitar a mão esquerda -‐ "1,2,3,4,5,6,7,8" • agitar a mão direita -‐ "1,2,3,4,5,6,7,8" • ... depois o pé esquerdo e direito Repetir a sequência novamente, mas desta vez contar de 7 para baixo e repetir essa contagem diminuindo 1 grupo de contagem de cada vez e, no último pular e gritar algo como 'Agitar' É bom para manter o ritmo -‐ assim definido um bom número de contagens. Variações: Você pode alterar a ação, ou fazer no final 'gritar' algo significativo para o contexto da aula. 72 Ala Boom Chicka Boom Este é um jogo em estilo de campo de férias que é ótimo para aquecer a voz e treinar sotaques. É um jogo de chamada e resposta pelo que o treinador diz cada frase e, em seguida, os participantes repetem-‐na. • "Eu disse " ala Boom" • "Eu disse " ala Boom Chicka Boom" • "Eu disse " ala Boom Chicka Uacka Chicka Uacka Chicka Boom" • "Uh huh" • "Oh yeh" • "outra vez" Tenha alguns estilos diferentes preparados, por exemplo “Mais Alto”, emoções, ritmos etc Variações: Pode nomear um estilo particular, jogar com a dinâmica e até mesmo levar os participantes a liderar. Salada de fruta / Alguém que? Um jogo clássico que pode ser adaptado e utilizado numa variedade de formas. Os participantes começam num círculo (de preferência com cadeiras, mas não tem de ser). Rotular os participantes com um tipo de fruta aproximadamente 5 -‐ banana, maçã, cereja, morango, abacaxi. Repita a sequência até que cada participante seja rotulado com uma fruta. Para verificar se se lembram e com a prática de chamar cada fruta e obter dos participantes o reconhecimento e levantar a mão quando o fruto for chamado. Em seguida explique que se vai chamar por um fruto e aqueles que forem esse fruto devem mudar de lugar (mas não com as pessoas sentadas ao lado). Se chamar "salada de fruta" todos se devem mover. Se a emoção estiver a crescer ou o foco a diminuir em vez de chamar alto, mimifique o fruto. Variações: Podemos alterar o tema das frutas para qualquer outra coisa. Também podemos adaptar a forma como se movem e mudam de lugar, por exemplo andar, como se estivesse na lua, pular etc ... 73 Beans Jumping Jelly! Um jogo favorito das empresas que é divertido e cheio de energia. Cada participante tem um espaço na sala e o treinador é quem chama. Cada tipo de feijão chamado, tem uma ação específica que os participantes demonstram: • Fava -‐ esticar o mais longe que puder • Feijão verde – esticar-‐se o mais alto e grande que puder • feijão congelado -‐ congelar como uma estátua • feijão gelatina -‐ balançar o corpo todo • Feijão -‐ diz com um sotaque francês "oooh la, la" • feijão saltitão -‐ salto no local O feijão congelado é útil para baixar os níveis de energia. Variações: Existem inúmeras ações que você pode adicionar às chamadas do feijão e os participantes podem criar as suas próprias. Ship Ahoy! Um jogo clássico -‐ útil para desenvolver capacidade de escuta e percepção espacial. O treinador explica que estamos prestes a entrar num navio e enquanto tripulação há muito trabalho a fazer. Os participantes começam pela formação de uma fila (um atrás do outro) diretamente em frente do professor para entrar navio. O treinador então grita um comando e os participantes têm de realizar a atividade associada a esse comando e ir para as diferentes áreas do "navio". Os comandos incluem: • O Capitão está a chegar ! -‐ saudar e ficar parado para inspeção • lança a passar -‐ participantes agacham-‐se • Esfregue o convés -‐ todos os participantes a esfregar o chão • Suba ao mastro -‐ todos fingem subir a vela • Bombordo -‐ vá para a esquerda e carregue os canhões • Estibordo -‐ vá para a direita e olhe para fora • Proa -‐ ir para a frente de tudo andar na prancha • Popa -‐ ir para a parte de trás e todos puxar a âncora Variações: Este jogo pode ser adaptado para uma configuração diferente -‐ num avião, num carro, na praia. Além disso, você pode transformá-‐lo em musical – três homens num barco. Os participantes devem formar grupos de três e cantar “Row, row, row your boat.-‐rema, rema, rema o teu barco 74 Ewy Chewy Toffee Um bom aquecimento antes de qualquer trabalho vocal -‐ exercitar os músculos da mandíbula e da face Diga aos participantes para imitar as suas ações e finja que tira um caramelo do bolso, desembrulhe e coloque-‐o na boca. Mastigue! Explore todos os movimentos possíveis: • para cima e para baixo • para os lados – lado a lado • queixo dentro e queixo fora • chupar o caramelo • um enorme pedaço de caramelo que se dissolve num pequeno pedaço • diferentes áreas da boca Ficará surpreendido com as diferentes expressões nos seus rostos. Use o seu próprio caramelo para transformar o seu rosto nas mais diversas formas estranhas Siga o seu nariz Um exercício de movimento para todo o grupo. Deslocar-‐se na sala, preenchendo o espaço, mudando o ritmo, mudando de direção, estando ciente de outras pessoas, sem as tocar. De seguida, tornar-‐se consciente do seu nariz. Deixe o seu nariz levá-‐lo ao redor da sala. Siga-‐o onde quer que vá! Desenvolva isto concentrando-‐se em diferentes partes do corpo, de tal forma que os participantes começam a descobrir novas formas de se movimentarem. Muito útil para a dança ou teatro físico, ou simplesmente para descobrir ideias de movimento para os personagens. Tente ser conduzido pelo seu estômago, pelo seu dedinho do pé, pelo joelho, pelas costas e assim por diante. Jogo das Estátuas Embora este seja um jogo infantil tradicional, é também uma grande diversão para os adultos! Uma pessoa é a avó – fica de olhos fechados virada para a parede e conta até 10. Os outros membros do grupo começam na outra extremidade da sala, tentam avançar até lhe tocarem no ombro. No entanto, a qualquer momento, a avó pode virar-‐ se de repente. Se ela vir alguém em movimento, aponta para ela e essa pessoa deve voltar ao início. Ninguém se pode mover enquanto ela os observa. Quem conseguir tocar no seu ombro torna-‐se a avó (masculino ou feminino) e o jogo começa novamente. É uma boa atividade para o cultivo de concentração e paciência -‐ para não mencionar as batotices! 75 • Em seguida, discuta com o grupo quais foram as estratégias melhor sucedidas • Para aumentar o desafio, coloque alguns chapéus, perucas, lenços, sapatos, bolsas e outros itens de figurino da avó no chão. Faça uma regra em que se tenha que colocar um chapéu ou uma peça de roupa antes de tocar no ombro da avó Bomba e Escudo Finalidade: Óptimo para jogar como um aquecimento divertido ou uma atividade de meio da sessão se os participantes estiverem sentados por muito tempo. Procedimento: Ter os participantes em pé num círculo. Peça aos participantes para escolher silenciosamente duas pessoas do círculo e para as rotular: 1 pessoa como uma "bomba" e a outra pessoa como um "escudo". Devem fazer isto sem deixar ninguém saber. Quando você disser "Go", os participantes devem mover-‐se pela sala, mantendo sempre o seu "escudo" entre si e com a "bomba". Nunca devem parar de se movimentar. Depois de algum tempo, diga "Ligar". Agora, a "bomba" torna-‐se o seu "escudo" e o "escudo" torna-‐se a sua "bomba". No final da atividade reúna os participantes em círculo e uma por uma partilharem quem era a sua bomba e quem era o seu escudo. 76