Ciúme feminino está ligado ao emocional Mulheres demonstram mais o comportamento, pois manifestam melhor o que sentem Por Ana Paula Caggiano [email protected] Dizem que o ciúme é uma prova de amor. Outros já pensam o Banco de imagens contrário, que esse tipo de comportamento não passa de insegurança da pessoa perante a um relacionamento. Sendo assim, como a mulher deve lidar com o ciúme no namoro e casamento sem ultrapassar os limites? Um estudo, divulgado nesse ano, da Universidade Estadual da Pensilvânia, Estados Unidos, revelou que o ciúme feminino está ligado à infidelidade emocional, já o do homem à infidelidade sexual. O psicólogo e especialista em relacionamentos amorosos, Thiago de Almeida concorda e fala ainda que o sexo feminino expressa facilmente o que sente, diferentemente do masculino. “Há uma tendência maior de as mulheres manifestarem melhor as emoções, enquanto os homens são mais introvertidos”, explica. De acordo com o psicólogo, a “profecia auto-realizadora” é um fenômeno que acontece no campo amoroso em que o ciúme pode levar à infidelidade. “O nível elevado de conflito pode sensibilizar o parceiro à traição, ou seja, quanto mais ciúme sentir do parceiro, maior a chance de o outro se relacionar amorosamente com uma terceira pessoa”, afirma. Segundo Almeida, o ciúme está relacionado ao medo e à insegurança, podendo se manifestar em comportamentos específicos, denominados de Ciúme Positivo. Ou seja, quando o ciumento começa a investir mais em si próprio e na relação, como, por exemplo, cuidar do corpo e a se vestir melhor. O Excessivo, que está relacionado às brigas constantes e rompimentos, ou a Periodicidade, na qual a relação fragilizada vai e volta. Um exemplo de caso doentio foi retratado na novela global, “Mulheres Apaixonadas”, em 2003, do escritor Manoel Carlos, no qual a personagem Heloísa (Giulia Gam), desconfiava de todas as mulheres que se aproximavam do marido Sérgio (Marcelo Antony). No decorrer da trama, Heloísa acabou tendo sérios ataques de ciúmes, o que levou ao fim do casamento, e a levou a frequentar ajuda no Grupo MADA (Mulheres que Amam Demais Anônimas). Para o psicólogo, o MADA é uma das maneiras que podem ajudar a mulher de dependência amorosa, mas é importante que ela procure auxílio psicológico. É difícil perceber quando se tem um ciúme patológico (excessivo), pois sequer a mulher ou o homem tem consciência do problema, já que a pessoa enciumada acha normal esse tipo de comportamento. No entanto, algumas atitudes podem até atrapalhar na produtividade do trabalho profissional e na relação social, porque a pessoa fica concentrada o tempo todo no parceiro e imaginando onde e o que ele está fazendo. Para algumas mulheres, é difícil assumir que são ciumentas, mas algumas tentam manter o controle, como no caso da estudante de jornalismo, Alessandra Sabbag, de 22 anos, que namora há pouco mais de um ano. “Manifesto o ciúme quando necessário, como, por exemplo, quando outra garota fica olhando para o meu namorado, ou se ele fica querendo ver na internet ou numa revista uma mulher nua. Daí eu não gosto e fico brava”, conta. Já a dona de casa, casada há 33 anos, Tereza Galvão de Barros, 62 anos, diz que ainda tem ciúme do marido, mas que também sabe se controlar e nunca fez escândalos por causa disso. “É muito feio se rebaixar só porque está enciumada, pois o marido não passa a segurança que você deseja. Procuro não pensar em algo de errado que o meu esposo pode estar fazendo ou falar com ele sobre isso. Prefiro evitar discussões”, afirma. Tereza diz ainda que a sua filha de 29 anos, é o oposto dela, pois a moça constantemente briga com o namorado, ligando várias vezes ao dia, só para saber onde e com quem o rapaz está. “Ela o sufoca, tira a liberdade dele e até já o agrediu com um tapa. Não adianta falar, porque ela acha que é normal. Penso até que ela precise de um psicólogo para tentar resolver esse ciúme possessivo dela”, conclui. Abaixo algumas dicas para “diminuir” o ciúme e evitar passar dos limites: * Tentar ouvir o que a família, parente e amigos dizem sobre o seu comportamento abusivo; * Confiar em si mesmo e buscar a auto-estima; * Respeitar as diferenças e os limites do outro; * Sempre optar pelo diálogo; * Buscar ajuda profissional. Ciúme feminino está ligado ao emocional http://www.oestadorj.com.br/index.php?pg=noticia&id=5779&editoria=Comportamento&tipoEditoria