No estudo de fenômenos relacionados à saúde,
muito poucas vezes utiliza-se de censo: em
geral trabalha-se com amostra.
Censo é um levantamento que inclui todos
os elementos da população-alvo.
Amostra é uma parte dessa população-alvo.
População-alvo é o conjunto de elementos de
interesse para um dado problema.
Amostragem é o ato de obter amostra de uma
população-alvo.
Na população urbana de 20 a 59 anos
residente no município de Prudente, SP,
qual a proporção de hipertensos ?
qual a proporção de diabéticos ?
qual a média de colesterol total ?
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População urbana de 20-59 anos
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residente em Prudente
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O pesquisador não tem tempo nem dinheiro
para estudar toda a população-alvo, mas quer
respostas àquelas perguntas...
O que pode ser feito ?
5
Amostragem
Tipos de amostragem
Probabilística
Não probabilística
- quando há sorteio
Identifique a população-alvo
e
diga se a amostra é probabilística
Em sua edição de domingo, 06/04/1986, o jornal O
Estado de S. Paulo publica à página 12, sob o título
"O favorito na Capital e GSP", resultado de prévia
eleitoral para governador do Estado, que em parte é
resumido a seguir.
Em sondagem telefônica da Salles/Interamericana
de Publicidade, de 29 de março a 02 de abril, foi
ouvido um universo de 510 pessoas, sendo 355 na
Capital e 155 na Grande São Paulo (GSP), que
responderam à seguinte pergunta: "Se a eleição
fosse hoje, em qual destes candidatos o(a) Sr(a).
votaria para governador do Estado de São Paulo?"
Candidato
Antonio Ermírio de Morais (sem partido)
Paulo Salim Maluf (PDS)
Orestes Quércia (PMDB)
Eduardo Matarazzo Suplicy (PT)
Indecisos
Nenhum dos quatro
Anulados
Capital
31
23
14
13
12
5
2
GSP
32
17
14
15
19
3
0
Total
31,3
21,2
14,0
13,6
14,1
4,4
1,4
Um biotério contém 1.000 ratinhos, dispostos em 100 gaiolas com 10 ratinhos cada.
Um investigador, que suspeita seja a droga
enfermina uma depressora do sistema
nervoso central, resolve testar essa hipótese
em uma amostra de 100 desses ratinhos.
Para tanto, sorteia 50 gaiolas, e retira 2 ratinhos de cada uma, apanhando os dois primeiros capturados em cada gaiola.
Hammond e Horn (1968) realizaram estudo em
coortes da relação entre fumo e câncer de
pulmão, incluindo 187.783 homens brancos com
idades entre 50 e 69 anos.
Contaram com a colaboração de 22.000 trabalhadoras voluntárias da American Cancer Society
que se prontificaram a conseguir, cada uma, que
cerca de 10 homens seus conhecidos, com as
especificações de definição da população, preenchessem um questionário sobre o seu comportamento em relação ao tabagismo.
Na avaliação da eficácia da vacina contra a
hepatite B, metade da população de uma
cidade voluntariou-se a receber a vacina.
O grupo-controle ficou sendo a outra metade
que não quis receber a vacina.
Na amostragem probabilística a
unidade amostral tem probabilidade
conhecida e diferente de zero de fazer
parte da amostra, o que não ocorre
com a não-probabilística.
Unidade amostral é a unidade básica
(pessoa, residência, quarteirão) em
torno da qual o procedimento amostral
é planejado.
Tipos de amostragem probabilística
casual simples
casual estratificada
simples
por conglomerados
etapas múltiplas
sistemática
Número Nome
casual simples
Lista de todos os
elementos da
população-alvo
Probabilidade
igual para todos
223
Gustavo Montalvão
224
Alaíde Correia e Castro
225
Hilderaldo Luís Mancini
226
Ernestina Orlandi
227
Pu Lan Me
228
Tatiana Ishikawa
229
Washington Bispo dos Santos
230
Maria Almerinda Vieira
231
Beatriz Helena Klotz
232
Itiro Sawada
233
Natalício da Costa
234
Débora Pereira Pimental
235
Cristiano Varella
236
Eunice Ribeiro Tozaki
237
Priscila Costa Shimazu
238
Fernanda Casé Alencar
239
Kléber Machado da Silva
240
Andréia Hirschfield
241
Emerenciana Vilela Botelho
242
Francisco Gonçalves Moreira
Número Nome
Sorteia-se um indivíduo da
lista e, a partir deste, tomase o xo seguinte,
sistematicamente
sistemática
223
Gustavo Montalvão
224
X
Alaíde Correia e Castro
225
Hilderaldo Luís Mancini
226
Ernestina Orlandi
227
Pu Lan Me
228
Tatiana Ishikawa
229
X
Washington Bispo dos Santos
230
Maria Almerinda Vieira
231
Beatriz Helena Klotz
232
Itiro Sawada
233
Natalício da Costa
234
X
Débora Pereira Pimental
235
Cristiano Varella
236
Eunice Ribeiro Tozaki
237
Priscila Costa Shimazu
238
Fernanda Casé Alencar
X
239
Kléber Machado da Silva
240
Andréia Hirschfield
241
Emerenciana Vilela Botelho
242
Francisco Gonçalves Moreira
Número Nome
Pode ocorrer que a
população-alvo apresente
desproporção de interesse
(por exemplo, sexo),
que o pesquisador
deseje manter na
amostra...
casual
estratificada
Sexo
223
Gustavo Montalvão
M
224
Alaíde Correia e Castro
F
225
Hilderaldo Luís Mancini
M
226
Ernestina Orlandi
F
227
Pu Lan Me
F
228
Tatiana Ishikawa
F
229
Washington Bispo dos Santos
M
230
Maria Almerinda Vieira
F
231
Beatriz Helena Klotz
F
232
Itiro Sawada
M
233
Natalício da Costa
M
234
Débora Pereira Pimental
F
235
Cristiano Varella
M
236
Eunice Ribeiro Tozaki
F
237
Priscila Costa Shimazu
F
238
Fernanda Casé Alencar
F
239
Kléber Machado da Silva
M
240
Andréia Hirschfield
F
241
Emerenciana Vilela Botelho
F
242
Francisco Gonçalves Moreira
M
Número Nome
Uma maneira de fazer
isto é organizar
listas diferentes
para cada sexo
Número Nome
Sexo
223
Gustavo Montalvão
M
225
Hilderaldo Luís Mancini
M
229
Washington Bispo dos Santos
M
232
Itiro Sawada
M
233
Natalício da Costa
M
235
Cristiano Varella
M
239
Kléber Machado da Silva
M
242
Francisco Gonçalves Moreira
Sexo
M
224
Alaíde Correia e Castro
F
226
Ernestina Orlandi
F
227
Pu Lan Me
F
228
Tatiana Ishikawa
F
230
Maria Almerinda Vieira
F
231
Beatriz Helena Klotz
F
234
Débora Pereira Pimental
F
236
Eunice Ribeiro Tozaki
F
237
Priscila Costa Shimazu
F
238
Fernanda Casé Alencar
F
240
Andréia Hirschfield
F
241
Emerenciana Vilela Botelho
F
e sortear em separado,
fazendo a amostra
conter proporções
diferentes de cada sexo
Neste caso, 60:40
simples
por conglomerados
etapas múltiplas
Município
Distritos
Bairros
Setores censitários
Quarteirões
Ruas
Domicílios
Moradores





1
2
6
14
23
22
21
15
16
17
18
7
20
19
24
29
28
25
26
27
30
37
36
35
31
32
33
34
38
39
41
40
4
3
13
5
12
11
10
8
9
Domicílio
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
Endereço
Av. Dorval, 2344
Av. Dorval, 2360
Av. Dorval, 2370
Av. Dorval, 2376
R. Mengálvio, 1174
R. Mengálvio, 1178
R. Mengálvio, 1184
R. Mengálvio, 1188
R. Mengálvio, 1194
R. Coutinho, 250
R. Coutinho, 246
R. Coutinho, 242
R. Coutinho, 234
Av. Dorval, 2390
Av. Dorval, 2394
R. Nascimento, 1176
R. Nascimento, 1180
R. Nascimento, 1182
Trav. Pepe, 49
Trav. Pepe, 45
R. Mengálvio, 1187
R. Mengálvio, 1179
R. Mengálvio, 1177
Trav. Pepe, 44
Trav. Pepe, 48
R. Nascimento, 1190
Trav. Edu, 49
Trav. Edu, 45
R. Mengálvio, 1197
Trav. Edu, 44
Trav. Edu, 48
R. Nascimento, 1206
R. Nascimento, 1208
Trav. Clodoaldo, 49
Trav. Clodoaldo, 45
R. Mengálvio, 1209
R. Mengálvio, 1207
Trav. Clodoaldo, 44
Trav. Clodoaldo, 48
Trav. Lula, 49
Trav. Lula, 45
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População urbana de 20-59 anos
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residente em Prudente
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Tamanho da


amostra: 300

pessoas de


20-59
anos

de idade


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Sorteio
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Amostra
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Média de colesterol total obtida nessa
amostra probabilística = 200 mg/dl
A pergunta que fica é:
Qual a VERDADEIRA média
na população da qual a amostra foi retirada ?
A resposta é:
Não se sabe com certeza ,
A resposta é:
Não se sabe com certeza ,
mas com 95% de confiança ela deve estar
entre 196 e 204 mg/dl !
Intervalo de confiança de 95%
mas com 95% de confiança ela deve estar
entre 196 e 204 mg/dl !
Intervalo de confiança de 95%
num parâmetro populacional
estimado por amostragem
probabilística
O intervalo de confiança sempre é calculável
se o estudo foi feito por amostragem probabilística
Em um censo o cálculo de intervalo de confiança
não faz sentido, porque o estudo de todos os
elementos da população-alvo fornece o verdadeiro
parâmetro populacional.
O intervalo de confiança sempre é calculável
se o estudo foi feito por amostragem probabilística
Quem garante isso é o chamado
teorema do limite central
Suponha que esta seja a distribuição real da idade de todas as 6.000 mães de
que deram à luz em 2001 no município de Santos.
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
Freq
12
24
72
114
192
300
464
524
500
446
410
340
350
396
346
256
142
%
0,2
0,4
1,2
1,9
3,2
5,0
7,7
8,7
8,3
7,4
6,8
5,7
5,8
6,6
5,8
4,3
2,4
Idade
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
Freq
600
%
48
0,8
48
0,8
78
1,3
114
1,9
136
2,3
184
3,1
184
3,1
130
2,2
70
1,2
26
0,4
6
0,1
6
0,1
12
0,2
30
0,5
30
0,5
10
0,2
----- ---Total 6000 100,0
500
Freqüência
Idade
400
300
200
100
0
12
16
20
24
28
32
36
40
Idade da mãe
Observa-se que a distribuição populacional é muito diferente da
distribuição normal.
44
Esta é a distribuição das médias de 100 amostras aleatórias (com reposição) de
tamanho 30.
23,37
23,57
25,73
22,30
23,40
22,70
24,70
22,93
23,17
23,87
24,20
24,13
22,03
25,07
22,23
24,67
23,23
22,37
23,60
24,23
24,30
24,87
23,47
23,33
25,70
24,83
23,90
23,70
25,97
23,43
25,87
23,20
23,33
23,03
24,20
23,97
22,03
25,00
22,03
23,13
24,53
23,73
24,10
23,30
22,97
22,73
23,40
23,47
25,67
22,63
23,70
22,97
23,83
22,23
23,33
23,07
24,90
23,43
24,20
21,77
23,53
26,63
24,43
23,63
25,50
25,63
24,00
26,27
23,10
22,53
21,33
22,50
23,83
24,27
22,27
40
Freqüência
24,47
22,20
25,27
22,13
23,77
26,53
24,70
23,57
23,67
23,23
24,43
24,37
22,30
22,67
24,30
24,30
24,37
25,10
23,17
25,77
25,20
22,77
24,33
24,83
23,30
30
20
10
0
21
22
23
24
25
Distribuição das médias
26
PÁGINA A
Association between depressive symptoms
and mortality in older women
JUSTIFICATIVA: A depressão grave está associada com mortalidade aumentada, mas não se sabe se pacientes que
relatam sintomas de depressão têm maior mortalidade.
PARTICIPANTES E MÉTODOS: Realizamos um estudo prospectivo de coortes com 7518 mulheres brancas de
67 ou mais anos de idade, selecionadas a partir de listas de base populacional em Baltimore, Minneapolis, Portland,
e no Monongahela Valley. As participantes responderam ao Geriatric Depression Scale (versão reduzida) e eram
consideradas depressivas quando relatassem 6 ou mais de 15 possíveis sintomas de depressão. Todas as mulheres
foram acompanhadas pelo tempo médio de 6 anos. Em caso de falecimento, obtínhamos cópia do certificado de
óbito e, se disponível, o prontuário hospitalar. Usando a Classificação Internacional de Doenças, agrupamos as
causas de mortes em: cardiovasculares, neoplásicas, ou não-cardiovasculares, não-neoplásicas.
RESULTADOS: A mortalidade durante os 7 anos de seguimento variou de 7% em mulheres sem sintomas de
depressão, 17% naquelas com 3 a 5 sintomas, e 24% naquelas com 6 ou mais sintomas de depressão (p<0,001). De
473 mulheres (6,3%) com 6 ou mais sintomas depressivos no início, 24% morreram (111 óbitos em 2610 mulheresanos de seguimento), contra 11% das mulheres que tinham 5 ou menos sintomas de depressão [760 óbitos em
41.460 mulheres-anos (p<0,001)]. Mulheres com 6 ou mais sintomas depressivos apresentaram o dobro de risco de
morte daquelas com 5 ou menos sintomas [hazard ratio (HR) ajustado para idade: 2,14; intervalo de confiança (IC)
de 95%: 1,75-2,61; p<0,001]. Esta associação persistiu após ajuste para possíveis variáveis de confusão, incluindo
história de infarto do miocárdio, derrame, diabetes melito, hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica,
tabagismo, percepção de saúde e função cognitiva (HR: 1,47; ICde95%: 1,14-1,88; p=0,003). Sintomas depressivos
associaram-se com risco ajustado de morte por doenças cardiovasculares (HR: 1,8; ICde95%: 1,2-2,5; p=0,003) e
por doenças não-neoplásicas e não-cardiovasculares (HR: 1,8; ICde95%: 1,2-2,7; p=0,01), mas não se associaram
com mortes por doenças neoplásicas (HR: 1,0; ICde95%: 0,6-1,7; p=0,93).
CONCLUSÕES: Sintomas depressivos são importantes fatores de risco para mortalidade por doenças cardiovasculares, não-neoplásicas e não-cardiovasculares, mas não por doenças neoplásicas, em mulheres idosas. Resta saber
se sintomas depressivos são apenas marcadores ou causas em si de condições que ameaçam a vida.