UMA ANÁLISE DESCRITIVA DA DIVULGAÇÃO VIRTUAL DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL PELOS FRIGORÍFICOS EXPORTADORES INSTALADOS EM GOIÁS [email protected] APRESENTACAO ORAL-Instituições e Desenvolvimento Social na Agricultura e Agroindústria GLAUCIA ROSALINA MACHADO; ELIANE MOREIRA SÁ DE SOUZA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - UFG, GOIÂNIA - GO - BRASIL. Uma análise descritiva da divulgação virtual das ações de responsabilidade social pelos frigoríficos exportadores instalados em Goiás Grupo de Pesquisa: Instituições e Desenvolvimento Social na Agricultura e Agroindústria Resumo A responsabilidade social tem sido definida pela participação direta das empresas em ações comunitárias e pelo investimento na saúde física e mental dos seus colaboradores, visando à valorização do ser humano, o desenvolvimento sócio-cultural das comunidades e a preservação ambiental. As empresas socialmente responsáveis, todavia, têm a oportunidade de agregarem valor às suas marcas e produtos divulgando em outros países e em suas páginas da web suas ações sócio-ambientais. Quanto às agroindústrias, vários frigoríficos têm aderido à responsabilidade social, investindo em desenvolvimento sustentável e ações comunitárias com o intuito de inserir no mercado internacional. Este artigo se constitui em uma pesquisa exploratória, com análise descritiva de informações sobre responsabilidade social de cinco páginas virtuais de grandes frigoríficos exportadores com plantas instaladas em Goiás. Apesar das evidências do interesse das empresas em serem socialmente responsáveis, nem todas divulgam detalhadamente suas ações sócio-ambientais e não foi encontrado o balanço social de nenhum deles no site do IBASE nos dois últimos anos. Três frigoríficos apresentaram maior número de informações em seus sites, sobre o assunto. O objetivo deste trabalho é contribuir para a formação da consciência social e ambiental das empresas, visando destacar que este investimento pode ser revertido em diferencial competitivo no mercado nacional e internacional. Palavras-chave: Responsabilidade Social, Desenvolvimento Sustentável, Agronegócio, Frigoríficos. Abstract The social responsibility has been defined by direct participation of companies in community action and investment in physical and mental health of its employees, aiming at the value of human, the social-cultural communities’ development and the environmental preservation. The socially responsible companies, however, have the opportunity to add 1 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural value to their brands and products, spreading their social-environmental action in others countries and on their website. About agro-industries, several slaughterhouses have joined the social responsibility, investing in sustainable development and community action, with the intention of entering into international market. This article constitutes in an exploratory research, with descriptive analysis of information about social responsibility of five virtual pages of large exporters slaughterhouse located in Goiás, a brazilian state. Despite the evidences of the interest of companies to be socially responsible, not all discloses in detail its social-environmental action and wasn’t found the social balance of no one of them on the site of IBASE on the last two years. Three slaughterhouses presented a higher number of information in them websites, about his social responsibility actions. The aim of this paper is to contribute to the formation of social consciousness and environmental responsibility, aiming show that this investment can be reverted in competitive differential on the national and international market. Key Words: Social Responsibility, Sustainability, Agribusiness, Slaughter Houses. 1. INTRODUÇÃO A responsabilidade Social é um tema recorrente no Brasil. Concomitantemente com as mudanças ocorridas no cenário, desde a década de 1970 e principalmente no final dos anos de 1990 com a abertura comercial e o processo de globalização da economia, houve também uma evolução da preocupação dos empresários com relação às práticas socialmente responsáveis. Resultante dessa globalização, outra discussão reaberta de forma enfática refere-se à problemática ambiental. Segundo Serres (1991 apud IANNI, 1996, p. 94), “A difusão global das políticas econômicas e dos estilos de vida baseados na indústria está exaurindo a riqueza ecológica do nosso planeta, mais rapidamente do que pode ser reposta. Estão em perigo os recursos naturais dos quais depende a crescente população mundial”. À medida que se desenvolve a globalização, essa preocupação é generalizada e globalmente compartilhada. O planeta tornou-se o território da humanidade. No Brasil, várias instituições com objetivo de incentivar e mobilizar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsáveis foram surgindo ao longo dos anos, em especial o Instituto Ethos de Responsabilidade Social, em 1998. Tal relevância pode ser percebida pela quantidade de títulos concedidos às empresas socialmente responsáveis, como o Selo Empresa Cidadã, Selo Empresa Amiga da Criança, Prêmio Balanço Social, dentre outros. Acrescenta-se a isso, a participação das universidades que, segundo Lima, Aligleri, Borinelli e Ashley (2005), vêm a cada dia incorporando disciplinas e discutindo o tema em congressos, workshops, seminários e outros. A responsabilidade social foi definida por Neto e Froes (1999, p. 78) como: “decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias na região em que está presente e minorar possíveis danos ambientais decorrentes do tipo de atividade que exerce”. No entanto, ações eminentemente de desenvolvimento da comunidade e preservação do meio ambiente não são satisfatórias para que a empresa se considere socialmente responsável. A responsabilidade social empresarial vai além das questões pertinentes ao meio ambiente e está se tornando cada vez mais multidimensional, pensando as questões internas e externas à empresa, ou seja, observando a interdependência entre 2 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural todos os stakeholders (fornecedores, clientes, funcionários, governo, mídia, comunidade entre outros, que estão ligados direta ou indiretamente com a empresa). Vários modelos de análise da responsabilidade social empresarial foram desenvolvidos, bem como vários conceitos e concepções diferentes sobre a mesma terminologia: alguns a consideram um cumprimento da legislação, outros um padrão de conduta ética, e ainda outros como um evento casual. Hoje, comprometer-se socialmente é um fator que ajuda a tornar a percepção social da empresa mais positiva, ou seja, a imagem pública da empresa tende a ser favorecida. Milano et al (2002) chamam este tipo de ação de “marketing social”. Mais do que comprometer-se socialmente, a empresa pode e, segundo os autores supracitados, deve ter interesse em tornar o seu comprometimento com a responsabilidade social visível para os seus consumidores. Partindo de tal afirmação, pode-se considerar que as ações da empresa socialmente responsável possivelmente serão exploradas em prol da imagem da mesma, utilizando os seus veículos de comunicação social. Um dos veículos de comunicação mais importantes atualmente é a internet, onde as empresas veiculam informações e disponibilizam serviços, projetando-se para o público de forma rápida, ampla e eficiente. Logo, pode-se trabalhar com a hipótese de que as empresas exportadoras socialmente comprometidas divulgarão as ações que assim as caracterizam através de suas páginas virtuais. Isso torna possível uma análise descritiva do nível de responsabilidade social da empresa mesmo que parcial através da coleta de informações relacionadas em seu site. O objetivo dessa pesquisa é identificar através de critérios definidos a partir dos Indicadores Ethos de Responsabilidade Social, o compromisso das empresas do agronegócio, especificamente alguns frigoríficos goianos inseridos no mercado externo, cadastrados no Serviço de Inspeção Federal - SIF, com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. Espera-se, assim, descrever o nível de responsabilidade e as principais preocupações das empresas com os mais diversos âmbitos de responsabilidade envolvidos, bem como o seu investimento na divulgação direta e on-line, do próprio comprometimento social. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Desenvolvimento sustentável e Responsabilidade Social Na década de 1960 um grupo de pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) conhecido como “Clube de Roma”, elaborou o relatório “Limites do Crescimento”, que tinha como preocupação principal os limites da exploração dos recursos naturais. Em seqüência, tendências globais foram investigadas, como a aceleração da industrialização, rápido crescimento populacional, desnutrição, exaustão de recursos renováveis e deterioração do meio ambiente (SOUZA FILHO in BATALHA, 2001). A proposta do uso intenso da tecnologia como meio de resolver tais problemas foi criticada 3 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural no relatório com a justificativa de que a mesma não irá equacionar o problema, mas apenas atrasá-lo. O termo desenvolvimento sustentável é usado para expressar as preocupações com a sustentabilidade ambiental. De acordo com Souza Filho (in BATALHA, 2001, p. 586) “sustentabilidade implica obter, simultaneamente, melhores condições de vida para a população e conservação do meio ambiente”. Várias questões sobre o tema são levantadas, como: “crescimento econômico, exploração dos recursos naturais, conservação, qualidade de vida, pobreza e distribuição de renda”. Especialmente no agronegócio, o impacto das atividades agropecuárias e das agroindústrias tem sido desastrosas ao meio ambiente. No Brasil, existe uma diversidade muito grande de ambientes naturais, de desenvolvimento regional, o que aumenta ainda mais as preocupações ambientais. A percepção de que o desenvolvimento econômico deve ser perseguido simultaneamente à preservação ambiental e a melhores padrões de vida tem sido consensual nas últimas duas décadas. Entretanto, algumas questões referentes ao tema ainda continuam sendo negligenciadas. Nessa perspectiva, várias definições alternativas foram criadas e, em 1982, as Nações Unidas criaram a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a qual cunhou o termo desenvolvimento sustentável, citado por Souza Filho (in BATALHA, 2001): “desenvolvimento sustentável é desenvolvimento que permite satisfazer as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades”. Cavalcanti e Nabuco (in FERREIRA & VIOLA, 1996, p. 323) afirmam ainda que “haveria formas insustentáveis de progresso que levam ao desastre, tal como ocorre com todo fenômeno da natureza que procede segundo um paradigma exponencial, de que é ilustração apta a bola de neve”. Outras definições sobre desenvolvimento sustentável, como a apresentada por Sachs (1993, apud BUFFARA & PEREIRA, 2003, p. 03), “assegura que, para planejar o desenvolvimento é necessário considerar simultaneamente cinco dimensões de sustentabilidade: a social, a econômica, a ecológica, a espacial e a cultural”. Contudo, é sabido que não é possível haver desenvolvimento sem prejudicar a natureza. Todavia, o imprescindível é gerenciá-la, de forma que as mudanças que ocorrem nas sociedades de hoje precisam ser mais eficientes que antes. Algumas empresas têm se esforçado para crescerem atentas à questão da sustentabilidade. Com isso, alguns novos conceitos têm sido cunhados, abrindo espaço para um novo campo de pesquisa. Alguns autores têm denominado esta atitude de compromisso com o desenvolvimento sustentável (em vários âmbitos) de “responsabilidade social”. A responsabilidade social teve suas primeiras manifestações no mundo no início do século XX, de acordo com Oliveira (2002 apud ARAUJO et al, 2005), com os americanos Charlies Eliot (1906), Hakley (1907) e John Clark (1916), e em 1923 com o inglês Oliver Sheldon. Suas idéias e seus questionamentos foram colocados de lado devido à falta de aceitação, por defenderem que a questão social deveria estar presente entre as prioridades das empresas, além é claro, do lucro. No entanto o marco inicial foi com o lançamento do livro Social Responsibilities of the Businessman, do autor Howard R. Bowen, nos Estados Unidos, em 1953. No Brasil a discussão e propagação das idéias sobre responsabilidade social são mais recentes e, segundo Ashley et al (2005), as primeiras discussões remontam a meados da década de 1970, com o pioneirismo da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas 4 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural ADCE - Brasil, que tinha por objetivo inicial promover o debate sobre o balanço social. Esse valor social passa a ser tratado então como assunto de caráter estratégico pelas empresas e inicia-se um processo de envolvimento e comprometimento crescente e contínuo. As empresas mudam à medida que as tecnologias, o ambiente e o mercado mudam, e com o surgimento de grandes empresas a sociedade como um todo é impactada pelos negócios. Diante desse crescimento, Borger (2001, p. 17) argumenta que “o público começou a expressar suas preocupações com o comportamento social das empresas em relação aos problemas sociais e ambientais exigindo maior envolvimento delas na solução destes. Mais do que isso, passou a questionar o papel das empresas na sociedade”. Conforme comentado anteriormente, existem várias definições sobre responsabilidade social e algumas discussões como: responsabilidade social e filantropia, o papel das empresas na sociedade e o desempenho econômico e responsabilidade social. Segundo Oded Grajew, apud Neto e Froes (1999, p. 79): O conceito de responsabilidade social está se ampliando, passando da filantropia, que é a relação socialmente compromissada da empresa com a comunidade, para abranger todas as relações da empresa: com seus funcionários, clientes, fornecedores, acionistas, concorrentes, meio ambiente e organizações públicas e estatais A responsabilidade social deixa de ser apenas uma ação isolada de filantropia, que é uma ação voluntária feita por generosidade, e é incorporada à forma de gestão da empresa, onde é definida a relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e acima de tudo pensando no desenvolvimento sustentável da sociedade, na preservação ambiental e cultural e primando pela equidade social. A responsabilidade social empresarial transcende a filantropia. O conceito de responsabilidade social empresarial, segundo Milano, Nunes, Kastrup, Alda, Millet e Carbogim (2002, p.10) é definido como: Por responsabilidade social empresarial entende-se a conduta ética e responsável adotada pelas empresas na plenitude das suas redes de relações, o que inclui o universo de seus consumidores, fornecedores, funcionários, acionistas, comunidade em que se inserem ou sobre a qual exercem algum tipo de influência, além do governo e do meio ambiente. Nesse sentido a responsabilidade social empresarial pressupõe o cumprimento da legislação vigente no país e a devida postura ética da empresa em todas as suas relações. Faz-se necessário analisar também qual o verdadeiro papel das empresas na sociedade. O economista Milton Friedman, um dos mais destacados economistas do século XX e um dos mais influentes teóricos do liberalismo econômico, enfatiza a idéia de que a solução para os problemas de uma sociedade é dada por um sistema de liberdade e, segundo Friedman (1970 apud BORGER 2001, p. 20), “os negócios devem limitar a sua responsabilidade social à maximização dos lucros e obedecer as leis”. Na perspectiva de Friedman a empresa deve visar prioritariamente o lucro, sendo outras considerações sociais de responsabilidade da sociedade e não dos negócios, ou seja, os interesses da sociedade não podem ter prioridade em detrimento dos interesses da empresa. 5 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural Várias opiniões contrárias às idéias de Friedman com relação ao papel das empresas e dos gestores podem ser encontradas, as quais mostram que as empresas têm um papel social e político a desempenhar e o propósito dos negócios vão além da maximização dos lucros e do cumprimento da legislação, Borger (2001). Outra discussão refere-se ao desempenho econômico e responsabilidade social, colocando em cheque se empresas socialmente responsáveis são lucrativas. Borger (2001, p. 23) afirma que “a relação entre desempenho financeiro e desenpenho social é complexa e os estudos realizados apresentam conclusões contraditórias”. Contudo, a responsabilidade social é ilimitada. Não existe um pacote único de ações, uma “receita pronta”. Cada país, cada cultura, cada tipo de empresa, cada momento histórico requisitará da empresa ações diferentes que reduzam os impactos negativos de suas atividades. Essas ações devem levar em consideração todos os stakeholders. Freeman (1984, pai da teoria do stakeholders) apud Borger (2001) afirma que as corporações devem definir amplamente a responsabilidade social em relação aos grupos de interesses que afetam ou são afetados pela atuação das corporações. Há, entretanto, uma preocupação de interesse conceitual e investigativo: de que modo pode-se medir objetivamente o nível de responsabilidade social de uma empresa? Com o crescimento notável do interesse pelo tema, alguns pesquisadores, especialmente aqueles ligados a instituições de apoio ao comprometimento das empresas com a responsabilidade social, vêm desenvolvendo métodos e conceitos para que a abordagem investigativa do fenômeno seja possível. Dentre as instituições interessadas neste tipo de apoio, destaca-se no Brasil o Instituto Ethos de Responsabilidade Social, responsável pelo desenvolvimento de alguns indicadores para a medida objetiva da responsabilidade social das empresas. 2.2 Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Os indicadores Ethos de Responsabilidade Social são desenvolvidos com a participação de consultores e colaboradores, bem como dos membros do Instituto Ethos de Responsabilidade Social. As revisões são feitas anualmente com o objetivo de adequar continuamente o modelo de avaliação à realidade das empresas e às expectativas da sociedade por meio da publicação de novas versões do questionário (CHÁVEZ & ASHLEY, 2005). Conforme definição do Instituto Ethos de Responsabilidade Social, os mesmos “são uma ferramenta de aprendizado e avaliação da gestão no que se refere à incorporação de práticas de responsabilidade social empresarial ao planejamento estratégico e ao monitoramento e desempenho geral da empresa”. Os indicadores são divididos em temas e variáveis. Os temas e as variáveis recebem uma redação de caráter normativo. As variáveis são medidas por indicadores binários (sim/não); de profundidade (ordem crescente de responsabilidade) e indicadores quantitativos. Segue (Quadro 1) um resumo dos indicadores. 6 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural Quadro 1: Temas e variáveis da versão 2006 dos indicadores Ethos de Responsabilidade Social 1.1 Auto-regulação da conduta (Compromissos éticos; Enraizamento na cultura organizacional; Governança corporativa); e 1.2 Relações transparentes com a sociedade (Diálogo com partes interessadas (stakeholders); Relações com a concorrência; Balanço Social). 1.Valores, Transparência Governança 2. Público Interno 2.1 Diálogo e participação (Relações com Sindicatos; Relações com trabalhadores terceirizados; Gestão participativa); 2.2 Respeito ao indivíduo (Compromisso com o futuro das crianças; Compromisso com o desenvolvimento infantil; Valorização da diversidade; Compromisso com a equidade social; Compromisso com a equidade de gênero); 2.3 Trabalho decente (política de remuneração, benefícios e carreira; Cuidado com a saúde, segurança e condições de trabalho; Compromisso com o desenvolvimento profissional e a empregabilidade; Comportamento frente a demissões; Preparação para aposentadoria). 3. Meio ambiente 3.1 Responsabilidade frente às gerações futuras (Comprometimento da empresa com a melhoria da qualidade ambiental; Educação e conscientização ambiental); 3.2 Gerenciamento do impacto ambiental (Gerenciamento do impacto no meio ambiente e do ciclo de vida de produtos e serviços; Minimização de entradas e saídas de materiais na empresa). 4. Fornecedores 4.1 Seleção, avaliação e parceria com fornecedores (Critérios de seleção e avaliação de fornecedores; Trabalho infantil na cadeia produtiva; Trabalho forçado (análogo ao trabalho escravo) na cadeia produtiva; Apoio ao desenvolvimento de fornecedores). 5. Consumidores 5.1 Dimensão social do consumo (Política de comunicação comercial; Excelência do atendimento; Conhecimento e gerenciamento dos danos potenciais dos produtos e serviços). 6. Comunidade 6.1 Relações com a comunidade local (Gerenciamento do impacto da empresa na comunidade de entorno; Relações com organizações locais); 6.2 Ação social (Financiamento social; Envolvimento da empresa com a ação social). 7. Governo Sociedade e 7.1 Transparência política (Contribuições para campanhas políticas; Construção da cidadania pelas empresas; Práticas anticorrupção e propina); 7.2 Liderança Social (Liderança e influência social; Participação em projetos sociais governamentais). Fonte: Adaptado do Instituto Ethos (2009) 2.3 Responsabilidade social nas agroindústrias frigoríficas O termo agribusiness teve origem nos Estados Unidos, na Universidade de Harvard, nos trabalhos de John Davis e Ray Goldberg que o utilizaram pela primeira vez em 1955 na apresentação de um seminário. Segundo Batalha (2001, p. 27), os autores Davis e Goldberg enunciaram o conceito de agribusiness como sendo “a soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades 7 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles”. Na concepção dos mesmos, a agricultura, não poderia ser tratada de forma dissociável dos demais agentes responsáveis pela produção, transformação, distribuição e consumo de alimentos. Assim sendo, o agribusiness deve ser visto como um sistema integrado que engloba os setores “antes da porteira”; “dentro da porteira” e “depois da porteira”. Segundo Araújo (2007), os setores denominados “antes da porteira”, ou “a montante da produção agropecuária”, são compostos pelos fornecedores de insumos e serviços. Os setores “dentro da porteira” são as atividades desenvolvidas nas unidades produtivas agropecuárias. Os setores “após a porteira” ou “a jusante da produção agropecuária” referem-se às atividades de armazenamento, distribuição, industrialização e outras. O agronegócio tem um peso fundamental para a economia brasileira devido à sua grande participação no PIB e a sua contribuição para o saldo da balança comercial. Em função do seu crescimento e do impacto na economia nacional, aumenta a cada dia mais a preocupação dos agentes de toda a cadeia com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. No Brasil, a cadeia da carne bovina sofre alguns problemas específicos, como a descoordenação, diversidade e influências do ambiente institucional, o que resulta na perda da competitividade para outras cadeias (carne de frango e carne suína). Mesmo diante de tal problemática, a cadeia de carne bovina brasileira mantém uma posição de destaque na economia rural. Uma grande área do território brasileiro é destinada ao setor, sendo o mesmo responsável pela geração de empregos e renda de milhões de brasileiros. O Brasil está entre os três países (Brasil, Índia e China) com maior rebanho mundial. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, em 2005 o Brasil detinha 207 milhões de cabeças, sendo 72 milhões na Região Centro-Oeste. O rebanho bovino do estado de Goiás ocupa a terceira posição (sendo a primeira o estado do Mato Grosso com 26 milhões) da região Centro-Oeste com 20 milhões de cabeças (MAPA, 2007). A cadeia da carne bovina pode ser dividida em cinco subsistemas (MAPA, 2007): subsistema de apoio, subsistema de produção da matéria-prima, subsistema de industrialização, subsistemas de comercialização e subsistema de consumo. Nesse contexto, os frigoríficos estão inseridos no subsistema de industrialização, fazendo parte de uma cadeia agroindustrial que é composta por: produção de insumos, produtores de bovinos, abatedouros/frigoríficos (agroindústria) e rede de distribuição (atacado e varejo) (MICHELS; SPROESSER; MENDONÇA, 2001 apud ARAÚJO e MENDONÇA 2009). No Brasil, o frigorífico aparece como o agente de coordenação da cadeia, apesar de sua pouca estrutura e organização. 3. METODOLOGIA Neste trabalho foi utilizada uma abordagem qualitativa de caráter exploratório e descritivo. A coleta de dados primários foi realizada nos sites dos frigoríficos exportadores, 8 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural através da exploração dos mesmos em busca de qualquer tipo de divulgação da responsabilidade social da empresa. Inicialmente, foi realizado um levantamento de páginas virtuais (sites) de frigoríficos com plantas industriais no estado de Goiás. O critério adotado para a seleção das páginas virtuais analisadas foi o de que os frigoríficos estivessem cadastrados no Sistema de Inspeção Federal (SIF). Tal constatação de cadastro foi realizada através da página do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Os parâmetros utilizados foram: categoria Matadouro Frigorífico (MF) e classe Matadouro de Bovino (MB1, MB2, MB3, MB4, MB5). Na busca exploratória, seguindo os parâmetros descritos, foram encontrados 32 frigoríficos. Todavia, segundo Goiaz e Calica (2009), apenas 19 destes frigoríficos estão ativos, estando os outros parados em processo de recuperação judicial, em reforma, em processo de leilão ou inativos por outras razões. Assim, para a composição da amostra foram selecionadas as páginas de cinco frigoríficos: Frigorífico Bertin S/A (Mozarlândia), Frigorífico Mercosul (Pirenópolis), JBS (Goiânia e Anápolis), Marfrig (Mineiros), Minerva S/A (Palmeiras de Goiás), por estarem em pleno funcionamento e atuarem no mercado externo. No restante do trabalho os nomes dos frigoríficos serão substituídos pelas letras A, B, C, D, E. Para a análise das páginas virtuais de cada frigorífico foram adotados os tópicos listados nos Indicadores Ethos de Responsabilidade Social (vide Quadro 1) como referência para a identificação de quaisquer dados relacionados à responsabilidade social divulgados como vantagem competitiva no mercado externo. Por último, como uma análise complementar, foi verificado no site do IBASE se as cinco empresas supracitadas divulgaram os seus balanços sociais nos últimos dois anos. A amostra de frigoríficos selecionada neste trabalho é composta pelos maiores em abate do Estado de Goiás. O ranking de abate diário da amostra selecionada foi elaborado mediante a capacidade de abate, como segue: em primeiro lugar os frigoríficos Bertin e JBS (unidade de Goiânia), no segundo lugar o frigorífico Minerva e em terceiro lugar Mercosul, em quarto lugar o frigorífico Marfrig e em quinto lugar o frigorífico JBS unidade de Anápolis. No entanto, o ranking de exportação não está diretamente ligado ao abate, pois, alguns frigoríficos possuem outras unidades no país, segue: em primeiro lugar o grupo Minerva, o grupo JBS- Friboi no segundo lugar, Bertin em terceiro lugar, em quarto lugar o MERCOSUL, e em quinto lugar o frigorífico Marfrig, de acordo com Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Talvez por isso estes tenham também apresentado maior cuidado na disponibilização de suas páginas na internet. 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 4.1 Histórico dos frigoríficos Nos próprios sites dos frigoríficos foi possível levantar um breve histórico de cada um deles, conforme segue: 9 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural O Frigorífico A, a empresa iniciou suas atividades no final da década de 1970. A capacidade de abate do frigorífico é de 14 mil cabeças de gado por dia. A divisão “Carnes” destaca-se como a segunda maior do país no setor de frigoríficos. Atualmente, metade da produção se direciona ao mercado interno e metade ao exterior. Além de carne in natura, a companhia fabrica grande variedade de produtos industrializados que usam a carne bovina como matéria-prima. A infra-estrutura completa da empresa, incluindo centros de distribuição e plantas frigoríficas, é formada por dezessete instalações. No estado de Goiás a planta frigorífica está localizada na cidade de Mozarlândia, na microrregião de São Miguel do Araguaia, com capacidade instalada de abate diário de 2000 cabeças. O frigorífico B está a 40 anos no mercado, sendo um grande complexo frigorífico do Sul do Brasil e conta com 11 plantas distribuídas estrategicamente nas melhores regiões pecuárias do país. No estado de Goiás a planta frigorífica está localizada na cidade de Pirenópolis, na microrregião do Entorno de Brasília. Atua no mercado interno e externo, exportando para mais de 70 países. A capacidade instalada de abate diário da planta de Pirenópolis é de 1200 cabeças. O frigorífico C iniciou suas atividades na década de 1950 na cidade de Anápolis. O nome original foi escolhido na década de 1970, tendo sido utilizado até o ano de 2006. Neste ano o mesmo deixou de ser Ltda tornando-se S/A, quando o nome passou a ser apenas uma das marcas da empresa. O nome foi alterado, utilizando-se as iniciais do fundador. Foi a primeira empresa do setor de frigoríficos a abrir capital (em 2007), tornando-se a maior empresa de carne bovina em capacidade de abate (47.100 cabeças/dia), maior multinacional brasileira do setor de alimentos e gera atualmente mais de 40.000 empregos pelo mundo. O grupo está organizado em cinco segmentos (divisão de transportes, alimentos EUA, alimentos Austrália, alimentos Brasil e Alimentos Argentina). No Brasil são 23 plantas industriais e capacidade de abate diário de 18.100 cabeças. No estado de Goiás existem duas plantas frigoríficas, sendo uma na cidade de Goiânia e a outra na cidade de Anápolis. A primeira com capacidade instalada de abate diário de 2000 cabeças e a segunda com capacidade de 500 cabeças. O grupo D opera com 18 plantas de abate de bovinos, sendo nove no Brasil, cinco na Argentina e quatro no Uruguai. Possui também 30 plantas de produtos industrializados e processados, três unidades de abate de cordeiros, duas unidades de abate de suínos, dez unidades de abate de frango e duas tradings. Possui capacidade instalada de abate diário de 21.100 cabeças de bovino. Foi fundado em 1986, no início apenas como distribuidor de cortes bovinos. No estado de Goiás está localizada na cidade de Mineiros, na microrregião Sudoeste do estado e possui capacidade de abate diário de 1100 cabeças. A planta foi adquirida em 2006, como parte do processo de expansão do grupo. Por último, o grupo E, que é composto por sete complexos industriais e quatro centros de distribuição. A sede fica na cidade de Barretos (SP). A empresa surgiu em 1957, no início apenas como operador logístico (transporte de gado) e criação de bovinos. Hoje o grupo é um dos líderes no Brasil na produção e comercialização de carne in natura, industrializados e subprodutos de origem bovina, com capacidade diária de abate de 6.600 cabeças de gado e de processamento de 1.300 toneladas de carne bovina, equivalente a aproximadamente 9.300 cabeças. No ano de 2008 ficou entre os três maiores exportadores brasileiros de carne bovina e subprodutos. No ano de 2004 construiu uma nova unidade de abate e processamento na cidade de Palmeiras de Goiás, na microrregião do Vale do Rio 10 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural dos Bois. Acredita-se ser uma das mais modernas instalações de processamento da carne bovina da América Latina. A capacidade instalada de abate diário é de 1500 cabeças. Em uma primeira análise, encontrou-se em cada um dos sites uma seção específica relacionada à responsabilidade social, tal como segue: no frigorífico A a seção é apresentada como “Governança Corporativa”; no Frigorífico B a seção é apresentada como “Responsabilidade Social”; no Grupo C a seção é apresentada como “sustentabilidade”; no frigorífico D como “Responsabilidade Socioambiental” e no Frigorífico E como “Responsabilidade Social”. Com isso, ficou fácil a visualização de suas ações de responsabilidade social por todos os seus stakeholders. Isso confirma que a responsabilidade social tornou-se um importante meio de afirmação positiva das empresas frente aos seus stakeholders e, portanto, esta passou a ser explorada em prol do reforço do conceito da empresa, bem como do posicionamento da marca e do produto. A relação disso com a venda do produto propriamente dito é apontada por Neto e Froes (1999), já que a empresa tem diante de si a possibilidade de reverter um quadro comum em tempos de ampla discussão acerca de consciência ambiental e social, no qual as grandes corporações tendem a ser vistas como vilãs (lucros exorbitantes, depredação da natureza, preços abusivos, demissões, etc.). Assim, a imagem da empresa (bem como sua marca e seu produto) pode ser associada ao ideal de cidadania, já que esta se mostra envolvida nas soluções para problemas que assolam a sociedade. 4.2 Análise descritiva dos indicadores Ethos de Responsabilidade Social divulgados nas páginas virtuais Na análise descritiva de cada um dos sites foram tomados como referência os indicadores propostos pelo Instituto Ethos de Responsabilidade Social, a partir dos quais se buscou identificar os seguintes temas: 1. Valores, transparência e governança; 2. Público interno; 3. Meio ambiente; 4. Fornecedores; 5. Consumidores e clientes; 6. Comunidade; 7. Governo e sociedade. Abaixo, seguem relacionados cada um dos frigoríficos, com a análise conforme os temas acima e algumas variáveis relacionadas aos mesmos: a) FRIGORÍFICO A No primeiro tema analisado, verificou-se que o frigorífico A possui em sua página, de forma organizada e clara, sua missão, visão e valores. Com a finalidade de nortear o comportamento e esclarecer sobre a responsabilidade social e ambiental foi elaborado um código de ética e conduta, que está disponível no site em formato PDF. No código de ética são relacionados os seguintes itens: objetivo; aplicabilidade; relacionamentos entre colaboradores, sindicatos, acionistas, clientes e consumidores, fornecedores, concorrentes, comunidade e meio ambiente, imprensa, órgãos governamentais e associações; conflitos de interesses (pessoais, segurança das informações e propriedade intelectual, negociação de ações, familiares, brindes e presentes, doações e patrocínios, informações financeiras); gestão do código de ética e conduta. O modelo de gestão adotado pelo grupo se baseia nos princípios de práticas de governança corporativa, buscando conciliar qualidade e rentabilidade à responsabilidade socioambiental. Não foi encontrado no site o balanço social da empresa. 11 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural Quanto ao diálogo da empresa com as partes interessadas, relacionado a novos processos de produção, monitoramento ambiental e o monitoramento resultante dos indicadores de desempenho, não foi encontrado nada que o indicasse no site ou no código de ética. Quanto ao público interno, que é o segundo tema, além das obrigações determinadas por lei, a empresa apresenta, de forma geral, que as pessoas são entendidas como o principal patrimônio da empresa e estas serão contratadas e promovidas de acordo com a experiência ocupacional, habilidades técnicas e capacidade de integração. Apesar de não ser divulgada especificamente a política de contratação de pessoas com necessidades especiais, idosas, ex-detentos e etc., a possibilidade de funcionários que pertençam a tais grupos aparece de forma implícita nas normas de relacionamento, que não admite qualquer tipo de discriminação por parte dos seus colaboradores (religiosa, sexual, política, raça, gênero, idade, etc.). Quanto à contratação de aprendizes, a empresa afirma admitir menores aprendizes (pessoas com menos de 16 anos), desde que amparadas por lei. No que diz respeito às instalações e condições de trabalho, o código de ética ressalta a preocupação da empresa com as normas de saúde e segurança, incluindo a exigência do uso correto de equipamentos de proteção individual (EPI) e a criação de locais específicos para fumo. Quanto ao relacionamento com sindicatos, o código de ética afirma o reconhecimento dos mesmos e a garantia de não discriminação e retaliação de funcionários sindicalizados. A abertura ao diálogo com os sindicatos também é afirmada. Não foram encontradas informações explícitas sobre o incentivo a práticas esportivas, planos de saúde, cesta básica, vacinação, orientações sobre doenças, creches, auxílio alimentação e subsídios para cursos. Quanto a orientações sobre doenças de modo geral, a empresa adota uma atitude preventiva, divulgando orientações no site (abertas ao público) sobre nutrição e estilo de vida saudável. Vale ressaltar que nesta seção do site, algumas informações sobre saúde são relacionadas aos produtos da empresa (incluindo informações sobre nutrientes da carne). A preocupação com o meio-ambiente, que é o terceiro tema, recebe atenção especial, ocupando um tópico específico do código ético. A empresa parece interessada em enfatizar o seu comprometimento com a preservação ambiental, ressaltando o desenvolvimento sustentável, a educação ambiental dos colaboradores, famílias destes e comunidade, bem como o incentivo à participação dos colaboradores em projetos sociais e ambientais. Parece interessada em adequar, de modo contínuo, o seus produtos à legislação ambiental e, no ambiente interno, promove a coleta seletiva e reciclagem, e o uso racional de recursos. Quanto à reciclagem, não fica claro se o serviço é realizado pela própria empresa ou terceirizado. Em uma seção específica do site denominada “Pecuária Sustentável”, a empresa divulga o seu apoio a ações desenvolvidas pelo grupo Ethos (incluindo um link para a página do instituto), principalmente relacionados à prevenção do desmatamento e trabalho escravo na Amazônia. Quanto ao quarto tema, o código de ética da empresa enfatiza um relacionamento pautado em transparência e imparcialidade, e é generalista quanto à preocupação e incentivo à práticas de gestão dos mesmos que respeitem a ética, a dignidade humana e a preservação do meio-ambiente. 12 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural Na sua relação com os consumidores e clientes, o quinto tema, o mesmo possui um veículo de comunicação formal via site, onde os mesmos podem ter acesso exclusivo ao site (com senha e login). Além disso, há uma a possibilidade de entrar em contato com a empresa através dos números de telefone e um formulário de contato que são disponibilizados juntamente com os horários de funcionamento do atendimento. Uma seção importante do site é que trata da rastreabilidade e garantia de origem dos produtos. Nesta seção, os clientes podem, a partir do número da nota fiscal e senha, rastrear a origem da carne que estão comprando. No que diz respeito a críticas e sugestões de clientes, o código de ética afirma a abertura para tal prática, mas não especifica se há um programa de pesquisa de satisfação. Entretanto, a abertura para contato via site ou telefones, pode ser considerada uma forma de se estabelecer canal de diálogo que dispõe a possibilidade da apresentação de críticas e sugestões. Com relação à comunidade, o sexto tema, o código de ética disponibiliza informações sobre a política de relacionamento da empresa com a mesma, em uma seção já comentada que trata de “Comunidades e Meio Ambiente”. Aqui, se afirma uma política de comprometimento com o desenvolvimento sócio-econômico-ambiental, incluindo interesse em práticas educativas e incentivo a trabalho voluntário. A maior ênfase, entretanto, se direciona ao meio-ambiente. Vale comentar que algumas das ações específicas voltadas à comunidade local e que constam nos Indicadores Ethos, podem estar sendo desenvolvidas mesmo sem serem detalhadas no site ou no código de ética. Para este tipo de informação, seria mais adequada, possivelmente, a abordagem direta à empresa através de questionários ou entrevistas; contudo, ao ser abordada, a empresa optou por não responder ao questionário enviado. Em contato por e-mail, a empresa retornou afirmando que todas as informações constam no site. As especificações quanto ao sétimo tema (governo e sociedade) aparecem no código de ética apresentando preocupação clara quanto ao cuidado para evitar benefícios em função de cargo ocupado, contribuições ilegais e etc. Contudo, não há proibição de apoio a campanhas e visitas de candidatos à empresa. É enfatizada apenas a importância de que isso seja feito de modo previamente determinado pela direção da empresa, que se afirma eticamente comprometida em todos os âmbitos. b) FRIGORÍFICO B Quanto ao primeiro tema, verificou-se que não há publicação do código de ética no site da empresa, bem como o do balanço social. Há, entretanto, uma seção específica do site denominada “Responsabilidade Social”. Apesar de não haver informações detalhadas, esta seção sinaliza, em um tópico, que a empresa tem investimentos em recursos humanos, envolvendo treinamento e qualificação, assistência médica, qualidade das condições de trabalho e equipamentos, desenvolvimento humano e bem-estar. Essa preocupação também aparece na seção “A empresa”, onde é enfatizado o perfil da empresa, o investimento em tecnologia e na integração da empresa com a comunidade através do investimento nos funcionários (incluindo a preocupação com a sanidade e segurança alimentar). Não há nenhuma informação específica acerca de orientações sobre doenças, vacinação, critérios para seleção e promoção, subsídio de cursos, etc. 13 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural Com relação a todos os outros temas, o padrão de divulgação encontrado no site forma um mesmo perfil: informações curtas e gerais, acompanhadas de fotografias ilustrativas. Analisando cada um dos tópicos da seção “Responsabilidade Social” é possível identificar a preferência por animais advindos de regiões de pastagens naturais e, portanto, integrado à fauna e flora. Essa preocupação parece objetivar comunicar uma política de preservação, mas é a única informação que consta no tópico “A empresa e o meio-ambiente”, na seção supracitada. Já informações sobre a relação com fornecedores são bastante restritas, tendo sido identificado apenas um comentário na seção “A empresa”, que afirma ser o relacionamento com os produtores um dos pontos altos da estratégia corporativa. No que diz respeito ao quinto tema (consumidores e clientes), encontrou-se no site apenas uma seção de “Contato”, onde é disponibilizado um formulário de contato e os emails da empresa por departamento, além do endereço e telefone (com fonte pequena, no rodapé da página). Seguindo o mesmo padrão, o tema “comunidade” pode ser identificado em um tópico da seção “Responsabilidade Social”, que apresenta a logomarca do projeto MercoAção, que envolve ações contínuas de engajamento e conscientização dos funcionários com relação às necessidades da comunidade e, principalmente, a preservação ambiental. c) FRIGORÍFICO C O site deste frigorífico também apresentou um grande número de informações detalhadas sobre sua responsabilidade social, disponibilizando on-line a missão, as crenças e valores, bem como o código de ética que inclui bens, registros e métodos de comunicação; conflitos de interesses; contratação de terceiros; práticas empregatícias; presentes e entretenimento; e proibições de suborno, recompensas ou qualquer outro tipo de práticas de corrupção. Há também, no código de ética, orientações a respeito de como tirar dúvidas sobre o próprio código ou situações não previstas no mesmo, e incentivo ao diálogo com chefias, RH e outros, inclusive para oferecer sugestões. Referente ao público interno, o segundo tema, o site disponibiliza, em uma subseção com o título RH Responsável, um questionário1 respondido pela própria empresa, onde afirma o seu compromisso com a conduta ética, políticas de contratação, promoção e desligamento atendendo à visão do respeito à dignidade humana e condições respeitosas de relacionamento com a empresa e entre funcionários. Afirmam a garantia de tratamento e condições igualitárias para colaboradores, adotando políticas para evitar qualquer tipo de discriminação. A preocupação com a segurança, inclusive com equipamentos de proteção individual (EPI), incêndios, materiais perigosos, etc., aparece de forma clara e objetiva no questionário. O interesse pela higiene e respeito à conciliação do trabalho com a vida pessoal saudável, também é explicitado no site. Além disso, a empresa considera legítimos os sindicatos, mantém diálogo e aceita a participação dos colaboradores nos mesmos, tendo, inclusive, dentro da empresas, a Associação dos Colaboradores e Comitê de Saúde e Segurança. 1 Este questionário não foi submetido pelas autoras. Trata-se de material divulgado espontaneamente pela própria empresa, e possivelmente também formulado pela mesma. 14 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural No que se refere ao terceiro tema, meio ambiente, o site disponibiliza toda uma seção, com várias subseções, onde apresenta sua crença no desenvolvimento sustentável, associado à responsabilidade social, ambiental e cultural. As preocupações com o meio ambiente, em especial, aparecem na divulgação de ações sociais desenvolvidas com colaboradores e comunidade, relacionados à preservação e uso responsável dos recursos naturais. Um programa que aparece em destaque na seção é o Programa de Redução de Consumo, relacionado ao uso racional da água. Não foi encontrada informação explícita sobre a prática de coleta seletiva de lixo, economia no consumo de papel, energia e reciclagem, no site; entretanto, há divulgação de ações sociais, que incluem palestras à comunidade sobre reciclagem (dentre outros temas que serão citados posteriormente). A educação ambiental é bastante divulgada, bem como a preocupação com a preservação ambiental, em conjunto com ações sociais (inclusive prestação de serviços à comunidade). O critério para parcerias com fornecedores (quarto tema) exige que as normas contidas no código ética sejam seguidas, o que inclui responsabilidades sociais gerais, incluindo com o meio ambiente. Esta parceria inclui análise da situação legal e ética dos fornecedores, com manutenção de sigilo quanto a informações confidenciais dos mesmos. O quinto tema, consumidores e clientes, aparece na política de relacionamento aberto e amistoso com a imprensa, que a empresa considera um veículo importante de comunicação com a sociedade. Há, inclusive, uma seção específica onde são divulgados materiais de interesse da imprensa e matérias já publicadas. A seção “Fale Conosco” é também um canal de comunicação com todos os visitantes do site, incluindo clientes, já que há opções de preenchimento de um formulário de mensagens on-line, que incluem possibilidades de esclarecimento de dúvidas, sugestões, etc. O relacionamento com a comunidade, o sexto tema, aparece com destaque no site, já que são divulgadas ações contínuas de prestação de serviços à comunidade, incluindo parcerias com universidades, hospitais, prefeituras, entidades e outros. São promovidas atividades culturais e educacionais, incluindo aulas de pintura, dança, música e teatro, bem como recreação para crianças, palestras sobre meio ambiente, reciclagem e etc. No âmbito jurídico, são realizados casamentos comunitários e emissão de documentos e a empresa também disponibiliza uma clínica de beleza com serviços de manicure e pedicure, cortes de cabelo e aulas de maquiagem. Nesta seção, o texto do site deixa claro que isso tem o objetivo de tornar os colaboradores orgulhosos de fazer parte de uma empresa socialmente responsável e comprometida com o desenvolvimento sustentável da sociedade. O sétimo tema, governo e sociedade, aparece de forma menos explícita no site. Não foram encontradas informações precisas sobre o envolvimento da empresa com entidades empresariais e governamentais, apesar das parcerias com entidades na prestação de serviços à comunidade aparecer, conforme citado no tema seis. Contudo, isso não significa que a empresa não tenha estabelecidas tais parcerias, mas apenas que elas não estão bem divulgadas no site. 15 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural d) FRIGORÍFICO D Relacionado ao primeiro tema, o site do frigorífico divulga a missão, os valores e o código de ética da empresa. O código de ética inclui a visão e a missão do grupo, os valores, princípios de ação coletiva, guia prático do comportamento ético, comitê de ética, responsabilidade sobre o código de ética, e disposições finais. Um ponto interessante diz respeito à divulgação, no próprio código de ética, de um número de telefone e e-mail para denúncias sobre violação do código. Quanto ao segundo tema, público interno, a segurança, envolvendo o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI) e campanhas de prevenção de acidentes no trabalho são garantidas, bem como a promoção da saúde física e mental como prioridade na política de recursos humanos. A prevenção de doenças aparece na criação de espaços próprios para o fumo e em campanhas e programas de combate ao fumo, mas não fica explícito se a empresa oferece algum outro tipo de programa diretamente relacionado à saúde dos seus colaboradores. Também é explicitado em um parágrafo do código de ética o compromisso da empresa com a valorização da diversidade e a promoção de um ambiente de trabalho harmonioso para todos, independente de raça, gênero, necessidade especial, etc. No que diz respeito ao terceiro tema (meio ambiente), conforme texto do próprio código de ética da empresa (p.6), “O Grupo se compromete a financiar e/ou adquirir apenas produtos da Pecuária Bovina de fontes que não estão incluídas na relação de áreas embargadas pelo IBAMA (Portaria IBAMA nº 19, de 02 de julho de 2008, e Dec. Nº 6.321, de 21 de dezembro de 2007)”. Além disso, se compromete a utilizar tecnologias e recursos para reduzir os impactos sobre a natureza e as pessoas, em prol da preservação e do desenvolvimento sustentável. Justificando a necessidade de ir além das normas nacionais e internacionais, a empresa se considera pró-ativa nas ações de preservação ambiental, buscando inclusive a venda de crédito de carbono e envolvendo os funcionários nesta conscientização. A relação com fornecedores (tema quatro) já aparece no início do parágrafo anterior, com relação à aquisição de produtos de fontes que não estejam embargadas pelo IBAMA, mas também garante, no código de ética, que não adquire produtos de fornecedores que utilizem trabalho infantil e que não se compromete com a preservação do meio ambiente. Na relação com consumidores e clientes (tema cinco), o código de ética disponibiliza informações claras e objetivas que afirmam a garantia dos direitos dos clientes de reclamarem em todos os níveis sobre a atividade da empresa e serem respondidos em curto prazo, e também a garantia de ações pró-ativas para disponibilizar informações necessárias e úteis sobre os produtos. As informações sobre a origem dos produtos são garantidas. Contudo, o veículo de comunicação com os clientes, a exemplo de outros sites, aparece apenas na disponibilização de números de telefone e em um formulário on-line para dúvidas, sugestões, críticas, etc. (contato com marketing e SAC). No que diz respeito ao relacionamento com a comunidade (tema seis) o código de ética apresenta normas claras sobre o respeito às leis, à diversidade (política, religiosa, etc.), e o comprometimento com o desenvolvimento social sustentável. Na seção “Responsabilidade Social”, o texto postado é breve, mas afirma que a empresa contribui 16 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural financeira e com capital humano com hospitais, entidades beneficentes e projetos sociais. Afirma-se, também, que parte da produção é destinada a comunidades carentes, sendo algumas delas das regiões onde as unidades estão instaladas. Quanto à relação com o governo e sociedade (tema sete), no tópico “Grupo D e Comunidade” do código de ética, o texto afirma a preocupação com a transparência, relações responsáveis e a colaboração com governos em situações de calamidade pública, no atendimento à comunidade. e) FRIGORÍFICO E O site desta empresa não disponibiliza o código de ética e a missão, oferecendo apenas um breve texto sobre a visão geral do grupo na seção “governança corporativa”, cujo link se encontra no site oficial. Da mesma forma, a responsabilidade social aparece em um breve parágrafo, que compõe a seção “responsabilidade social”. É possível identificar com clareza, apesar do pequeno número de informações, o interesse da empresa com o desenvolvimento sustentável, promovendo palestras sobre o meio ambiente para crianças e investindo em projetos de preservação. Quanto à comunicação com a empresa, o site segue o padrão geral, oferecendo números de telefones e um formulário on-line para contato. 4.3 Matriz comparativa da responsabilidade social divulgada nas páginas virtuais A tabela abaixo (Tabela 1) apresenta um resumo geral do comprometimento dos frigoríficos com cada um dos temas apresentados pelo Instituo Ethos de responsabilidade social: Tabela 1. Análise das evidências de comprometimento de cada frigorífico com cada um dos temas estabelecidos pelo Instituto Ethos de Responsabilidade Social divulgados em suas páginas virtuais. Valores, Transparência e Governança Público Interno Meio Ambiente Fornecedores Consumidores Comunidade Governo e Sociedade A 1 1 1 1 2 2 2 B 3 2 1 3 3 3 3 C 1 1 1 1 1 1 2 D 1 1 1 1 1 2 2 3 1 3 2 3 3 E 2 Fonte: Dados da pesquisa Sendo 1 = Apresenta evidências; Sendo 2 = As evidências são parciais e/ou incompletas; Sendo 3 = Não há evidências. 17 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural Em um resumo geral das análises, concluiu-se que o site com maior número de informações detalhadas e claras apresentando evidências de comprometimento com os temas e indicadores Ethos de Responsabilidade Social foi do frigorífico C. Entretanto, o código de ética que apresenta maior detalhamento de informações importantes sobre as políticas socialmente responsáveis da empresa foi o do frigorífico D, ficando o mesmo em segundo lugar, de acordo com a análise dos indicadores Ethos. Em terceiro lugar encontrase o Frigorífico A, em quarto lugar o frigorífico E, e em último lugar o frigorífico B. Considerou-se, para esta conclusão, o número de informações acerca de que ações concretas têm sido desenvolvidas, de que modo a empresa tem contribuído para a preservação e desenvolvimento sustentável, bem como a clareza das informações quanto à política de desenvolvimento humano de seus colaboradores. Chama a atenção o fato de que nenhuma página apresenta informações sobre práticas preventivas de saúde mais diretas, como vacinação e acompanhamento médico, odontológico e psicológico dos colaboradores. Em nenhuma página encontrou-se, do mesmo modo, definição da política para contratação de pessoas com necessidades especiais. Contudo, é importante repetir que isso não significa que tais empresas não estejam desenvolvendo as ações e políticas aqui comentadas, mas que, por alguma razão, não têm divulgado informações a respeito disso. A divulgação deste tipo de informação poderia agregar ainda mais valor às marcas e produtos, aumentando os diferenciais competitivos. Ainda assim, é recomendável que em um estudo posterior verifique se as omissões destas informações se dão por opção das empresas ou por desconhecimento do possível impacto positivo que poderiam ter. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O comprometimento com a responsabilidade social é uma exigência cada vez mais clara da sociedade contemporânea. Por outro lado, comprometer-se socialmente tornou-se uma das vantagens competitivas mais importantes das empresas que o fazem. Entretanto, apesar de algumas empresas terem tomado consciência de tal vantagem e revelarem isso através da ampla divulgação de suas ações comunitárias, ambientais e afins, algumas ainda parecem não ter compreendido o potencial de valorização de suas marcas e produtos que daí advém. Dos cinco sites pesquisados, apenas três divulgaram seus códigos de ética, missão e visão de modo claro, bem como informações claras e objetivas sobre o tipo de ações desenvolvidas para promover o desenvolvimento social sustentável. Chama a atenção o fato de que nenhuma das empresas divulgou o seu balanço social. O comprometimento se inicia com a conscientização dos gestores, passa pelo relacionamento destes e suas empresas com todos os colaboradores internos que, por sua vez, também devem tomar consciência, e por fim chega a ações claras na direção da promoção do desenvolvimento sustentável. Nas empresas aqui analisadas, é perceptível o interesse pela responsabilidade social, o que pode ser notado na existência de Códigos de Ética e seções relacionadas ao tema nos sites das mesmas. Contudo, nota-se pouca transparência quanto a políticas das empresas para o seu público interno. As referências mais comuns nos sites dizem respeito à causa ambiental. Isso não significa, necessariamente, que as empresas não invistam na saúde e segurança de seus colaboradores, mas possivelmente este dado esteja apontando que as 18 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural questões ambientais ainda sejam percebidas como pontos mais importantes a serem explorados em suas ações de marketing. Desta forma, o presente artigo pode contribuir chamando a atenção para as relações das empresas com todos os seus stakeholders e a responsabilidade ética de modo geral. A pesquisa permitiu identificar que poucos frigoríficos divulgam de forma clara e detalhada suas ações de responsabilidade social, mesmo com a facilidade de acesso aos canais de comunicação como, por exemplo, as páginas virtuais. Trabalhos futuros podem ser desenvolvidos buscando analisar os motivos envolvidos, bem como propor algumas ações visando a maior divulgação das ações socialmente responsáveis. 6. 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