Um panorama
das classificações
tipográficas
Classificações de tipos envolvem
• Estudo dos espécimes existentes
• Desenvolvimento de formas
relevantes de organização, acesso
e descrição
Tem como objetivo facilitar
• Comunicação
• Compreensão do presente
• Estabelecimento de relações com o
passado
Primeiras propostas - início do século XX
Theodore Low deVinne
Francis Thibaudeau
A. F. Johnson
Beatrice Warde
Questionamentos recentes
Catherine Dixon
Rever e ampliar os sistemas para
abrigar novos exemplares
Jonathan Hoefler
Incluir contextos culturais, estéticos,
históricos e tecnológicos da tipografia
Classificações tradicionais
Francis Thibaudeau 1921
Maximilien Vox
1954
Aldo Novarese
1956
ATypI
1962
DIN 16518
1964
British Standards
1967
Francis Thibaudeau 1921
Divisão das letras serifadas em 4 classes:
• antiques ou batôn
(‘antigas’ ou ‘bastão’, ou sem serifa)
• elzévir (com serifa triangular)
• didot (com serifas filiformes)
• egyptiennes
(‘egipcianas’, ou com serifa quadrada)
Maximilien Vox 1954
Divisão em 9 classes
1. Humanes (com serifas humanistas)
2. Garaldes (com serifas garaldinas)
3. Réales (com serifas reais)
4. Didones (com serifas didônicas)
Maximilien Vox (cont.)
• Mécanes (com serifas mecânicas),
• Linéales (lineais, ou sem serifas),
• Incises (com serifas incisas),
• Manuaires (manuais)
• Scriptes (escriturais)
Vox-ATypI 1962
(Association Typographique Internationale)
Inclui duas novas classes:
• fractur (fracturas, ou famílias de
letras em qualquer variante do estilo ‘gótico’
ou blackletter)
• orientales (orientais, ou famílias
com caracteres não latinos, independente
de seu estilo)
BS 2961 (British Standards) 1967
Traduções diretas do sistema Vox:
• humanists (humanista)
• garalde (garaldina)
• didone (didônica)
• lineale (lineal)
• script (escritural)
BS 2961 (cont.)
Classes com nomes alterados:
• transitional (transicional, substitui ‘real’)
• slab-serif (serifa quadrada, substitui
‘mecânicas’)
• glyphic (glífico, substitui ‘inciso’)
• graphic (gráfico, substitui ‘manuais’)
BS 2961 (cont.)
Subclasses dentro da classe das lineais:
• grotesque lineale (lineal grotesca)
• neo-grotesque lineale (lineal neo-grotesca)
• geometric lineale (lineal geométrica)
• humanist lineale (lineal humanista)
DIN 16518 1964
(Deutsches Institut für Normung)
As 6 classes iniciais tem correspondência direta com
os sistemas Vox-AtypI e BS:
1. Venezianische Renaissance-Antiqua
(vênetos romano-renascentistas, ou
humanistas),
2. Französische Renaissance-Antiqua
(franceses romano-renascentistas, ou garaldinos)
3. Barock-Antiqua
(romano-barrocos, ou transicionais)
DIN 16518 (cont.)
As 6 classes iniciais tem correspondência direta com os
sistemas Vox-AtypI e BS:
4. Klassizistische Antiqua
(romanos clássicos, ou didônicos)
5. Serifenbetonte Linear-Antiqua
(romano-lineares com serifa acentuada, ou serifa
quadrada)
6. Serifenlose Linear-Antiqua
(romano-lineares sem serifa, ou lineais)
DIN 16518 (cont.)
Outras classes:
7. Antiqua-Varianten
(variantes do romano, ou gráficos)
8. Schreibschriften
(cursivos, ou escriturais)
9. Handschriftliche Antiqua
(romanos manuscritos, ou algo entre os ‘manuais’
de Vox e os ‘gráficos’ do BS)
10. Gebrochene Schriften
(tipos quebrados, ou as ‘fracturas’ de Vox)
11. Fremde Schriften
(escritas estrangeiras, ou os tipos ‘orientais’ da
classificação Vox-ATypI)
DIN 16518 (cont.)
Os romano-lineares com serifa acentuada
dividem-se nos subgrupos:
• Egiptiennes
(egipcianos, com serifas não apoiadas)
• Clarendon
(clarendon, com serifas apoiadas)
• Italiennes
(italianos, com serifas exageradamente grandes)
DIN 16518 (cont.)
Os tipos quebrados (Gebrochene Schriften) são
subdivididos em:
• Gotisch (góticos tradicionais, ou textura)
• Rundgotisch (góticos arredondados, ou rotunda)
• Schwabacher (ou bastardos)
• Fraktur (fracturas)
• Fraktur-Varianten (outras variações)
Outras classificações
Fabricantes de tipos:
•
•
•
•
Monotype
Bitstream
Microsoft
Adobe
Autores influentes:
• Christopher Perfect e Gordon Rookledge (1991)
• Phil Baines (1991)
• Erik Spiekermann (1993)
Outras classificações (cont.)
Inclusão de uma classe para as fontes dingbat, também
chamadas de pi-fonts, pictofonts ou symbols (símbolos),
conjuntos tipográficos que trazem, no lugar das letras:
• ornamentos
• pictogramas
• ilustrações
Bringhurst
Bringhurst apresenta uma classificação baseada
na história da tipografia. Introduz duas escalas
complementares de classificação de tipos:
• estilos tipográficos relacionados a
movimentos artísticos
• modo de produção original dos tipos:
• Tipo de metal para composição manual
• Tipo de metal para composição mecânica
• Tipo de fotocomposição
• Tipo digital
Bringhurst (cont.)
Divisão de acordo com os momentos históricos:
• renaissance (renascimento)
• baroque (barroco)
• neoclassical (neo-clássico)
• romantic (romântismo)
Bringhurst (cont.)
• realism (realismo)
• geometric modernism (modernismo geométrico)
• lyrical modernism (modernismo lírico)
• postmodernism (pós-modernismo)
Central Lettering Record (Londres, 1990)
Baseado no British Standard. Foram mantidas as
classes referentes às serifas tradicionais:
•
•
•
•
•
humanistas
garaldinas
transicionais
didonicas
serifas quadradas
Central Lettering Record (cont.)
Divisões das letras sem serifas:
•
•
•
•
•
grotescas
neo-grotescas
geométricas
humanistas
problems (problemas)
Central Lettering Record (cont.)
Outra classe que teve seu nome modificado e
significado expandido foi a script (escritural),
substituída por calligraphic (caligráfica).
Letras ‘gráficas’:
• ornamental (ornamentais)
• processed/manipulated
(processadas/manipuladas)
Central Lettering Record (cont.)
Letras ‘gráficas’:
• curvi-linear (curvi-lineares)
• sampled (sampleadas)
• emulative (emulativas)
Central Lettering Record (cont.)
O sistema inclui classes únicas para exemplares que
certamente mereceriam sub-classes:
góticas (black letter)
dingbat (dingbats/symbols/ornaments)
As serifas glíficas foram incorporadas à classe das
wedge serifs (serifas triangulares, ou, literalmente,
‘em forma de cunha’)
Conclusões
Limitações e problemas das classificações:
- risco de tornarem-se datadas e parciais,
especialmente em tempos onde o experimentalismo
e a novidade são valorizados;
- descompasso entre norma e
uso corrente da nomenclatura;
- incerteza sobre a correta interpretação
de certos termos.
Bibliografia
BRINGHURST, Robert. The elements of typographic style. Vancouver: Hartley & Marks, 1997.
DIXON, Catherine. Why we need to reclassify type. Eye 19: 86-87, 1995.
DEVROYE, Luc. British Standards for Type Classification. Disponível em
<http://cgm.cs.mcgill.ca/~luc/britishstandards.htm>.
FUGA, Giò. Classificazioni Stilistiche. 1996. Disponível em:
<www.artinrete.it/menu_b/materiali/GFuga_classificazioni%20stilistiche.pdf>.
HOEFLER, Jonathan. On classifying type. Emigre 42: 55-70, 1999.
JASPERT, W. P.; BERRY, W. T. & JOHNSON, A. F.. The encyclopaedia of type faces. London:
Blandford, 1983.
LOUBET DEL BAYLE, Jean-Christophe. Des caractères typographiques et de l’art et de la
science des letters que l’on dit romaines. Disponível em
<http://histoire.typographie.org/caracteres>. Acesso em 26/03/2003.
NIEMEYER, L. Tipografia: uma apresentação. Rio de Janeiro: 2AB, 2000.
PAPUT, Christian. Classification Vox-AtypI. Disponível em <http://www.affaireesperluette.com/familles.htm>.
RABAÇA, Carlos A. & BARBOSA, Gustavo. Dicionário da comunicação. Rio de Janeiro:
Codecri, 1978.
TRACY, Walter. Type design classification. Visible Language 5.1: 59-66.
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cont. - Rodrigo Medeiros