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Hipótese
Toda realização científica nasce de hipóteses. A hipótese é a
semente da qual brotam investigações, que depois
estabelecem fatos científicos. A hipótese bem-feita é, portanto,
preciosa. Esta subseção abre espaço para a divulgação de
hipóteses em Medicina, que abranjam uma nova visão sobre
temas relevantes e sejam tão solidamente argumentadas em
bases científicas que as tornem plausíveis, críveis e que
instiguem pesquisas futuras.
Sérgio Santoro
Editor Associado da einstein
Morbimortalidade de crianças com
peso subótimo
Maura Boacnin*
*
Mestranda do Curso de Pós-Graduação em Perinatologia do Instituto de Assistência Médica ao
Servidor Público Estadual - Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (SP).
Os recém-nascidos a termo com peso de nascimento
subótimo (entre 2.500 g e 2.999 g) diferem dos recémnascidos a termo com peso superior a 3.000 g, por
apresentarem maior morbidade, representando um
grupo que requer atenção especial da equipe de saúde.
O peso ao nascer tem sido um dos parâmetros
constantemente adotados como indicador de
morbimortalidade neonatal. Na literatura, o estudo de
crianças com baixo peso ao nascimento (inferior a 2.500
g) tem sido exaustivo(1-4), demonstrando sua correlação
com várias doenças do período neonatal e com a
mortalidade.
Sabe-se que a mortalidade perinatal se acha fortemente influenciada pelo baixo peso ao nascer, em
função de sua associação com doenças repiratórias,
metabólicas, imunológicas, neurológicas, entre outras(5-6).
Contudo, não tem sido dada a mesma ênfase ao estudo
de crianças com peso de nascimento entre 2.500 g e
2.999 g.
Dessa maneira, a comparação da morbimortalidade
neonatal em recém-nascidos a termo, com peso
subótimo, com recém-nascidos a termo apropriados para
a idade gestacional, com peso ao nascer maior ou igual
a 3.000 g e verificação de possíveis fatores maternos
associados, pretende identificar um grupo de risco que
não se acha habitualmente contemplado com nenhum
tipo de atenção especial por parte da equipe de saúde
e nem mesmo teve sua importância claramente
determinada sob aspectos de saúde pública.
Para testar a hipótese, serão comparados todos os
recém-nascidos vivos pertencentes ao grupo com peso
subótimo, com os pertencentes ao grupo com peso
≥ 3.000 g, nascidos a termo, de gestações únicas, no
período entre fevereiro de 1995 e fevereiro de 1999,
na Maternidade do Hospital Israelita Albert Einstein.
Serão estudados dados relativos às mães, como
idade materna, quantidade de consultas no pré-natal,
idade gestacional (calculada pela regra de Naegele),
ganho de peso, altura materna, estado civil,
escolaridade, hábito de fumar e intercorrências clínicas
(como hipertensão e diabetes gestacional) e dados
relativos ao recém-nascido, como peso de nascimento,
comprimento, adequação do peso e idade gestacional,
boletim Apgar de 1º e 5º minutos e dados relativos aos
diagnósticos no período neonatal, tempo de
permanência e mortalidade.
Referências
1. Lippi UG, Casanova LD, Patriota RG, Barragan AM, Silva EYK. Prematuridade.
In: Segre CAM. Perinatologia. Fundamentos e prática. São Paulo:
Sarvier;2002.p.226-32.
2. Segre CAM. Recém-nascido pré-termo. In: Segre CAM. Perinatologia.
Fundamentos e prática. São Paulo: Sarvier;2002.p.232-51.
3. Guidelines for perinatal care. 4th ed. Illinois: American Academy of Pediatrics;
1997.
4. Abrams BF, Laros RK Jr. Prepregnancy weight, weight gain, and birth weight.
Am J Obstet Gynecol. 1986:154(3):503-9. Erratum in Am J Obstet
Gynecol.1986;155(4):918.
5. Keith LG, Oleszcuk JJ, Keith DM. Multiple gestation: reflections on
epidemiology, causes and consequences. Int J Fertil Womens Med.
2000;45(3):206-14.
6. Colleto GM, Segre CA, Rielli ST. Influence of socioeconomic levels on birth
weight of twins and singletons. Twin Res. 2004;7(2):128-33.
einstein. 2004; 2(3):257
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