OFÍCIO ADP N° 202/14 São Paulo, 25 de abril de 2014. SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO At.: Exma. Sra. Guiomar Namo de Mello Presidente c/c.: At.: Exmo. Sr. Herman Jacobus Cornelis Voorwald Secretário da Educação de São Paulo Ref.: USO DE NOME SOCIAL POR TRAVESTIS E TRANSEXUAIS NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DO ESTADO Excelentíssima Senhora Presidente, Excelentíssimo Senhor Secretário, O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo saúda o Conselho Estadual de Educação por apreciar o projeto de deliberação sobre o uso de nome social por travestis e transexuais nas instituições de ensino do estado. Tal projeto, em nosso entendimento, é um importante passo para que se avance na democratização da educação paulista. Entendemos que, para que a democratização da educação se efetive, é necessário, além da universalização das instituições de ensino – em suas diferentes modalidades – de forma a permitir o acesso de todo nosso alunado, que se garantam as condições de permanência nelas e que estas sejam, de fato, espaços de inclusão e aprendizagem efetiva. Nesse sentido, enfrentar o preconceito e discriminação duramente vividos por travestis e transexuais no cotidiano escolar é um importante passo para que possamos construir uma educação para todas e todos. Há de se lembrar que travestis e transexuais são sujeitos historicamente marginalizados, sofrendo as mais diferentes formas de exclusão, como rompimento de vínculos com sua família e comunidade, restritas possibilidades de trabalho e geração de renda, além de serem os mais vitimados por ataques homofóbicos – que, diante dessas pessoas, costumam ser muito mais intensos e violentos. Nessa perspectiva, tornar possível o uso do nome social por travestis e transexuais, além de ser um passo importante na democratização da educação, tem um importante papel no reconhecimento de suas identidades, afirmando-os, assim, como sujeitos e fazendo avançar sua condição de cidadania. Fazemos votos de que o projeto seja aprovado nos termos propostos pelo parecer do conselheiro relator Francisco Antônio Poli e que esse emérito Conselho continue a se atentar para a inclusão desse alunado, promovendo condições estruturais e mudanças relacionais que garantam que instituições de ensino lhe sejam reais espaços de pertença. Colocamo-nos à inteira disposição e desde já agradecemos. Atenciosamente, ELISA ZANERATTO ROSA Conselheira Presidenta do CRP-6ª Região