Anos 1990
Escândalo IBF (Indústria Brasileira de Formulários)
O escândalo da IBF refere-se a suspeita de superfaturamento do preço das raspadinhas
paulistas, popular forma de loteria instantânea na década de 1990, e da suspeita de participação da
empresa no esquema de Pc Farias.
Em 1991, A IBF (Indústria Brasileira de Formulários) ganhou licitação da Caixa para a
fabricação dos bilhetes da loteria federal “raspadinha”, no valor de US$ 300 milhões. A empresa já
era responsável por produzir os bilhetes da loteria instantânea de São Paulo em licitação da Nossa
Caixa Nosso Banco, o que havia permitido a empresa quadruplicar seus lucros entre 1990 e 1991.
Em 1992, Pedro Collor, irmão do ex-presidente Fernando Collor, denunciou que a IBF havia
oferecido propina à PC Farias, para facilitar sua vitória na licitação da Caixa Econômica Federal.
Segundo ele, PC Farias recebia 22% do que a IBF ganhava da Caixa para imprimir os Bilhetes,
dinheiro que era posteriormente repartido com Fernando Collor.
Em 1993, o jornal Folha de São Paulo denunciou que a IBF superfaturava o valor dos
bilhetes que fornecia à Nossa Caixa. Constatou-se que o preço cobrado pela IBF por lote de mil
bilhetes custava US$5,00, enquanto um similar estrangeiro custava cerca de US$1,20, uma
diferença de US$ 3,80 sobre o valor. Havia também denúncias de que o preço pago pela Nossa
Caixa era superior ao pago pela Caixa Econômica Federal, com a qual a empresa também tinha
contrato, e de que a IBF não fabricava os bilhetes no Brasil, de modo que estes eram comprados do
exterior e depois revendidos às instituições com a qual a IBF mantinha contratos, contrariando o
acordo com a Nossa Caixa. As denúncias foram comprovadas posteriormente através de uma
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inspeção da Receita Federal, que encontrou um carregamento da IBF com bilhetes já
industrializados e acabados.
Em março de 1993, o então presidente Itamar Franco suspendeu todos os contratos da IBF
com o governo federal. A medida foi tomada depois que foi adicionada às denúncias já existentes o
contrato sem licitação que a IBF havia realizado com o Banco do Brasil, que firmava um acordo
para a confecção de vales-refeições para os funcionários do banco.
Dias após o anúncio, foi esclarecido que não haveria a suspensão dos contratos, e sim um
aconselhamento por parte do governo para que se evitassem fazer novos contratos com a empresa.
Hamilton Lucas de Oliveira se envolveu posteriormente nos escândalos referentes a TV
manchete e a CPI da Jovem Pan, empresas da qual era dono ou tinha participação.
Fontes:
http://acervo.folha.com.br/fsp/1993/03/26/2.
http://acervo.folha.com.br/fsp/1993/03/26/2.
http://acervo.folha.com.br/fsp/1993/02/04/2.
http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx.
http://acervo.folha.com.br/fsp/1993/02/14/2.
http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx.
http://acervo.folha.com.br/fsp/1993/04/16/2.
Acessados em 12/09/2011
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