ARTE E CULTURA: A IMPORTÂNCIA DA ARTE NA CULTURA História da Arte e do Design Unidade I – CONCEITOS DE ARTE, CULTURA E DESIGN Professora Elane Albuquerque Macapá – AP, 2010 O que é Cultura? Conceito amplo ou antropológico: Cultura é o modo como indivíduos ou comunidades respondem às suas próprias necessidades e desejos simbólicos. Capacidade humana de pensar a realidade que o circunda e de construir significados para a natureza, que vão além daqueles percebidos imediatamente. A essa construção simbólica, que vai guiar toda ação humana, dá-se o nome de cultura. O que é Cultura? Engloba a língua que falamos, as idéias de um grupo, as crenças, os costumes, os códigos, as instituições, as ferramentas, a arte, a religião, a ciência, enfim, toda as esferas da atividade humana. Deste ponto de vista, Podemos dizer que tudo o que faz parte do mundo humano é cultura. Cultura ou culturas? Devemos falar de uma só cultura ou de muitas culturas? Mesmo dentro de um país, existe uma cultura homogênea, ou várias culturas que se sobrepõem, coexistindo lado a lado? Cultura e Arte A Arte é uma produção cultural, que além do caráter simbólico que toda cultura tem, existe independentemente das relações utilitárias e funcionais., mas é reflexo da sociedade. Ex: Um vaso grego ultrapassa a funcionalidade do objeto, dessa forma reflete uma civilização que prezava a simetria, a beleza ideal, o culto aos deuses, a perfeição do fazer artístico e artesanal. Portanto, Arte é produto cultural. Mas nem tudo é cultura... Como assim? Então porque Arte é cultura? Uma obra de arte nos traz um NOVO conhecimento de mundo. Esse conhecimento não é lógico e racional, mas intuitivo, concreto e imediato, na medida em que nos faz compreender um sentimento de mundo. Apresenta um modo NOVO de ver a realidade e para isso utiliza da novidade/inovação em mídias, temas, estilos linguagens, cria novos códigos para ser fiel à sua função de evocar um sentimento de mundo. Projectio (Ladder) -(1984) de Regina Silveira: A Arte Contemporânea: Nas anamorfoses da artista os objetos do cotidiano são apresentados como sombras deformadas dos objetos que existem no mundo real, nos traz o sentimento de um mundo desordenado, torto, inseguro. Mas nem tudo é cultura... Ou seja... A arte não tem a obrigação de explicar nada, não é um discurso lógico e, nesse sentido, não explica nada por conceitos. Ela nos faz sentir, por meio de uma obra concreta, uma possibilidade do mundo entrevista pelo artista. "Operários" (1933), de Tarsila do Amaral Ela nos traz a compreensão de certos aspectos do mundo. "Roda de Bicicleta" (1913), de Marcel Duchamp Mas nem tudo é cultura... Por outro lado... A repetição e reafirmação de valores já préestabelecidos pela cultura dominante. Um produto para o entretenimento e diversão, ao contrário do produto artístico, é repetitivo. Ou seja: Só confirma o que já sabemos, é um passar o tempo de uma forma agradável, sem que precisemos engajar nossa sensibilidade, nossos sentimentos ou nossa inteligência na sua interpretação. Só reforça os valores da cultura em sentido amplo. Ex: Novelas, filmes, propagandas... Cena do programa "Show do milhão", entretenimento na TV Mas nem tudo é cultura... Esses produtos apaziguam, não criam polêmicas, não nos obrigam a mudar de atitude ou modo de ser e pensar. Eles são construídos respeitando e reafirmando os códigos da cultura dentro da qual são criados. Por isso mesmo, têm o poder de entreter e divertir. A cultura do entretenimento, assim como a publicidade, ao oferecer o mundo como espetáculo constante, a ser consumido e descartado a cada novo momento, propicia a falta de reflexão, a imitação de padrões às vezes inadequados às necessidades sociais do grupo ou pessoais, a confusão entre realidade e ficção. Muitas vezes perpetua os pré-conceitos e as desigualdades. Reafirmam os padrões da cultura dominante. Cultura contemporânea ou Pós-moderna A quebra das fronteiras/Culturas híbridas/Novas tecnologias da informação. Ex: livro e cinema: cultura letrada e cultura oral; internet: cultura regional e cultura global, cultura dominante e cultura dominada.(Europa, EUA e América Latina, África, etc.) Caracteriza-se pela fragmentação entre múltiplas afiliações, preferências, papéis sociais, etnias, gêneros e assim por diante. Instrumentos de sustentabilidade: Novas tecnologias da informação, entretenimento, publicidade, moda: Oferecem com rapidez aquilo que se poderia desejar sem demandar grandes esforços. Cultura contemporânea ou Pós-moderna A cultura contemporânea é plural, oferece inúmeras possibilidades de identificações diferentes, simultâneas ou não. Então é mais democrática? Ou será que só cria a ilusão de inclusão, de permissão de múltiplas escolhas? Devemos sempre nos lembrar que, para escolher livremente, precisamos conhecer as alternativas e o que elas significam em termos de direitos, deveres e conseqüências. Ex: músicas, filmes, roupas, cabelos... São também escolhas políticas: Estatuto dos direitos Humanos do Lula... Aprendizado cultural: A cultura se aprende... Uma vez que a cultura é uma construção de grupos humanos, anterior a cada um de nós, precisamos aprender os modos de nossa cultura, ou seja, da Cultura de origem, que é sempre encarada como o modo normal e único de fazer as coisas, de se comportar. Modo informal: Família, igreja, clubes, pessoas e amigos da escola, e outros. Aprendemos por imitação, tentativa e erro, castigo e premiação. Por meio das palavras, dos comportamentos e atitudes dos outros. Aprendizado cultural: A cultura se aprende... Sistema formal: Escola, universidades, etc. Aprendemos por meio de regras. É importante colaborarmos com o enriquecimento da nossa cultura. Arte também se aprende! Aprende-se convivendo com obras de arte; Aprende-se por meio do fazer artístico; Aprende-se pelo estudo dos diversos conceitos de valor em arte: a história da arte e das linguagens artísticas, da estética, etc. Estudo da arte Foto: Jonathan Nóbrega Convivência com a arte Foto: Karina Bacci, MAM/SP Fazer artístico Foto: Du Ribeiro Arte na Cultura e a Cultura na Arte: Movimento, Dinamismo e transformação. A cultura, portanto, é o que torna a vida humana possível no mundo. Ela é, ao mesmo tempo, um produto já elaborado pelas gerações que nos precederam, e um processo contínuo de adaptação dessa herança recebida a novos modos de vida, novos problemas, novas necessidades. E, nesse processo, a arte, por não ter utilidade prática imediata, é um campo privilegiado de experimentações, de crítica, até mesmo de denúncia de práticas sociais ultrapassadas. Por meio das obras de arte, é possível vislumbrar outros valores importantes para a vida humana.