GESTÃO EMPRESARIAL Ferramenta estratégica MARIA ANGELICA LENCIONE PEDRETI é professora de Contabilidade e Finanças da FGV e mestra em Administração de Empresas; trabalha em Planejamento Estratégico Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected] Nas últimas edições, discutimos o conceito e os quatros pilares para a construção da Inteligência Analítica, bem como os estágios pelos quais as empresas devem passar para atingir o nível mais alto de desempenho com a utilização da mesma. Nesta edição, me concentrarei sobre as características da utilização dessa ferramenta para a obtenção dos melhores resultados nos negócios. Em outras palavras, a utilização da inteligência analítica como competência essencial e uma vantagem competitiva. Antes de mais nada, competência essencial é uma característica diferenciadora da empresa que agrega valor ao seus negócios e é valorizada pelos variados stakeholders da organização; ao mesmo tempo, permite o acesso desta empresa a uma variedade de mercados ou nichos de um mesmo mercado e ainda é difícil de ser imitada. Por sua vez, a vantagem competitiva coloca a companhia numa posição privilegiada em relação a seus concorrentes e, apesar da dificuldade de imitação, ela não é perene, pois o concorrente ainda tem a opção de inovar e evoluir através da diferenciação. Utilize a Inteligência Analítica como uma vantagem competitiva Exatamente neste contexto entra a Inteligência Analítica. Ela reside no centro da capacidade da empresa de superar seus concorrentes e sustentar uma vantagem competitiva. Um exemplo interessante disto é a utilização da Inteligência Analítica pela Rede Marriott, para identificar os clientes mais rentáveis e dedicar promoções e campanhas publicitárias direcionadas especialmente a 30 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO / MAIO 2012 eles; ainda, possui uma área de Inteligência Analítica que se dedica a testar o impacto que alguma alteração de seu site possa ter sobre os principais clientes e sua receita antes de efetivar alguma alteração na realidade. Ao aprofundar suas análises, as empresas vislumbram novas oportunidades e as exploram antes que os concorrentes percebam: quando se derem conta, as líderes analíticas já se deslocaram para novos mercados, novas estratégias, pois já exploraram os melhores resultados da área vigente. Assim, as capacidades analíticas devem ser: •Dedifícilimitação,poisgarantirãoapossibilidade de exploração desta estratégia por um período mais longo, sem a interferência dos concorrentes; •Únicas:nãoháumúnicocaminhoserseguido, mas certamente cada empresa pode desenvolver uma forma única de posicionar-se nele; •Adaptáveisaváriassituações,oquetambém garantirá acesso a vários mercados, com adaptações simples, mas necessárias; • Mais bem exploradas que as da concorrência; • Renováveis, até porque são adaptáveis e recebem investimentos contínuos, de forma que, quando os concorrentes se dão conta, a empresa já está em novo ciclo estratégico e a entrada de concorrentes não mais a afetará. Verdade seja dita, no entanto, as empresas que pertencem a setores com atividades altamente reguladas por normas governamentais ou para as quais a disponibilidade de dados é limitada, obviamente terão restrições à plena exploração da Inteligência Analítica, embora sua utilização não esteja impedida.