Notícia anterior Próxima notícia Classificação do artigo 7 mai 2015 O Globo MARIA LIMA, DANILO FARIELLO E GERALDA DOCA [email protected] Comissão do Senado aprova limite de 25% a aditivos em obra pública Governo vai consultar estados para incluir projetos em pacote de concessões Para tentar evitar o uso indiscriminado de aditivos em contratos públicos, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou ontem projeto de lei que estabelece limite máximo de 25% para acréscimos ao valor inicial de contratação de obras. Se não houver recurso, o projeto seguirá para a Câmara. BRASÍLIA Para tentar frear o uso desenfreado de aditivos nos contratos no setor público, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou ontem projeto de lei de autoria da senadora Ana Amélia (PPRS) que estabelece limite máximo de 25% para acréscimos ao valor inicial de contratação de obras, serviços ou compras pela administração pública, sem exceção. Um dos casos emblemáticos é o da Refinaria Abreu e Lima, que teve o custo elevado de US$ 2 bilhões para US$ 18 bilhões com aditivos. Se não houver recurso, o projeto não precisará passar pelo plenário do Senado e vai direto para a Câmara. O projeto da senadora Ana Amélia altera dispositivo da Lei de Licitações, que hoje permite acréscimos que vão de 25%, em contratos de obras, serviços ou compras, a 50%, no caso de reforma de edifício ou compra de equipamentos. — Com reajuste limitado a 25% para obra de qualquer espécie, volta a obrigação de propor preços que possam ser cumpridos — disse o senador José Agripino (DEMRN), relator do projeto. Os senadores elogiaram a medida como saída para proteger os recursos públicos. Mas o líder do Democratas, senador Ronaldo Caiado (GO), continua descrente que a mudança resolva as brechas da Lei de Licitações 8.666: — É uma tentativa de inibir a prática do cidadão que joga o preço lá embaixo, sabendo que pode ter alta de 50% no custo e se não tiver não entrega a obra. Temos que ter nova metodologia, para que o contratante possa ser auditado por um órgão privado. O senador Antonio Anastasia (PSDBMG) defendeu revisão geral na Lei de Licitações: — Não posso aceitar uma lei que reja desde a construção de usina atômica até a compra de lápis pelo poder público. Em reunião para tratar do novo pacote de concessões, a presidente Dilma Rousseff solicitou ao ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que consulte os governadores antes de fechar as obras que farão parte do programa a ser lançado nas próximas semanas. Alguns governos pediram a inclusão de obras na lista, que incluía três aeroportos, quatro rodovias e uma ferrovia. A ideia do Planalto é ouvir os estados para que sugiram portos, aeroportos, rodovias, ferrovias ou hidrovias para o programa. ARCO METROPOLITANO Para o governo do Rio, seria viável conceder o Arco Metropolitano e a Rodovia RioSantos. Para esta estrada, há um estudo do governo fluminense que aponta investimento de R$ 1,7 bilhão em contenção de barreiras e melhora em locais de represamento do tráfego, sem a necessidade de duplicação total da rodovia. Há pleito de estados para que o governo conceda mais aeroportos, além de Salvador, Florianópolis e Porto Alegre. Mais dois poderão ser incluídos, entre eles o de Fortaleza, segundo fontes a par das discussões. Segundo a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto (Secom), houve avanços no encontro, que durou mais de quatro horas, mas serão necessárias mais uma ou duas reuniões para fechar o projeto. Dilma pediu aos participantes um aprimoramento do modelo de financiamento dos projetos de infraestrutura. Na Câmara dos Deputados, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, indicou que o programa exigirá a emissão de debêntures (títulos de dívida) de infraestrutura em projetos financiados com recursos subsidiados via Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Estiveram na reunião os ministros Edinho Silva (Secom), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Izabella Teixeira ( Meio Ambiente), Joaquim Levy (Fazenda), Kátia Abreu (Agricultura) e Barbosa, além de Alexandre Abreu, presidente do Banco do Brasil; Miriam Belchior, presidente da Caixa; e Luciano Coutinho, presidente do BNDES. Silva disse que o lançamento do programa, previsto para maio, pode ocorrer em junho, em razão de sua complexidade. Impresso e distribuído por NewpaperDirect | www.newspaperdirect.com, EUA/Can: 1.877.980.4040, Intern: 800.6364.6364 | Copyright protegido pelas leis vigentes. Notícia anterior Próxima notícia