UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O CLIMA ORGANIZACIONAL Por: Luciana Maria Barreto de Campos Ribeiro Orientador Profa. Adélia Araújo Rio de Janeiro 2009 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O CLIMA ORGANIZACIONAL Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do curso de PósGraduação “Lato Sensu” em Gestão de Recursos Humanos Por: Luciana Maria Barreto de Campos Ribeiro “Assim como uma pequena planta deve enfrentar muitos obstáculos antes de se transformar numa árvore, nós precisamos experimentar muitas dificuldades no caminho da felicidade absoluta.” Nitiren Daishonin AGRADECIMENTOS A Deus por ter me dado força até aqui, ao meu marido e aos meus filhos pela compreensão, dedicação e paciência e a minha orientadora pela atenção que me dedicou. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus, ao meu marido Leonardo e aos meus filhos Luiz Fernando e Maria Luísa. RESUMO Muitas empresas estão passando por processo de fusão, aquisição, alianças estratégicas, crises financeiras, misturando culturas que muitas vezes apresentam valores e crenças conflitantes. Diante deste cenário, muitos empregados estão insatisfeitos e inseguros em seu ambiente de trabalho. Por isso há uma grande preocupação das organizações com o bem estar de seus colaboradores, visto que as empresas já perceberam que existe uma estreita relação entre a satisfação da equipe e os resultados econômicos.Tendo em vista que um bom Clima Organizacional é fundamental para o sucesso da empresa, falaremos nos capítulos I e II sobre os caminhos para se obter um Clima Organizacional bom, sendo tratado no Capítulo III o Clima Organizacional, seus conceitos e seus entendimentos e consequentemente os resultados das empresas, pois investir em Recursos Humanos é a melhor ação estratégica para todas as organizações uma vez que conhecer o grau de satisfação, expectativas e necessidades das equipes constitui um importante papel gerencial para o sucesso organizacional e para a qualidade de vida das pessoas que nela trabalham. ABSTRACT Many companies are going through process of merger, acquisition, strategic alliances, financial crises, mixing cultures that often have conflicting values and beliefs. In this scenario, many employees are unhappy and insecure in their work environment. Therefore there is a major concern of organizations with the welfare of its employees, since companies have already realized that there is a close relationship between the satisfaction of the team and the results economics. Tend in mind that a good organizational climate is key to success the company, discussed in Chapters I and II on the way to get a good organizational climate, and is treated in Chapter III, the organizational climate, its concepts and understandings and therefore the results of the company, as investment in human resources and the best action strategic for all organizations since they know the degree of satisfaction, expectations and needs of the teams is an important management role for the organizational success and the quality of life of people working for it. FOLHA DE AVALIAÇÃO UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES Título da Monografia: O Clima Organizacional Autor: Luciana Maria Barreto de Campos Ribeiro Data da entrega ________/_______________/2009 Avaliado por: _______________________________ Conceito: _____________ SUMÁRIO INTRODUÇÃO 10 CAPÍTULO I CULTURA ORGANIZACIONAL - ASPECTOS CONCEITUAIS E PRÁTICOS 12 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 12 13 14 16 18 A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO VALORES ORGANIZACIONAIS CONCEITOS RELATIVOS À CULTURA ORGANIZACIONAL TIPOS DE CULTURA ORGANIZACIONAL MUDANÇA ORGANIZACIONAL CAPÍTULO II MOTIVAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 21 2.1 CONCEITOS RELATIVOS À MOTIVAÇÃO 2.2 MOTIVAÇÃO NO TRABALHO 2.3 HIERARQUIA DAS METAS 2.4 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 21 22 24 26 CAPÍTULO III O CLIMA ORGANIZACIONAL 30 3.1 CONCEITOS DE CLIMA ORGANIZACIONAL 3.2 AVALIAÇÃO DO CLIMA NAS ORGANIZAÇÕES 3.3 PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL 3.4 A RELAÇÃO ENTRE O INDIVÍDUO E AS ORGANIZAÇÕES 3.5 GESTÃO DO CONHECIMENTO 30 32 33 33 35 CONCLUSÃO 38 REFERENCIAS 40 INTRODUÇÃO Visto que, cada vez mais as empresas vêm investindo no bem estar dos funcionários a fim de obter melhores resultados, a escolha do trabalho se deu em virtude da elaboração de pesquisa que servirá para mostrar que ferramenta de gestão pode mudar a performance das organizações, tendo em vista que o clima organizacional afeta diretamente o desempenho do funcionário e consequentemente a produtividade da empresa. Em decorrência disso, hoje se observa que investir nos funcionários é a melhor maneira de obter crescimento, sendo necessário que as empresas se preocupem cada vez mais com a qualidade de vida dentro dos seus domínios e implementem políticas que visem à valorização e o reconhecimento do potencial humano; a melhoria do ambiente de trabalho; a construção de organizações com bases em crenças e valores sólidos, através de um ambiente participativo e motivador; a boa comunicação interna; a transparência na gestão; o comprometimento das pessoas com a organização e vice-versa. A gestão de pessoas passou a ser muito valorizada, pois finalmente hoje se percebe que é fundamental para a saúde do negócio e para a sua rentabilidade, além e que a pesquisa de clima é uma importante ferramenta de gestão na qual analisamos o ambiente interno- sucessos e fracassos do Planejamento Estratégico da empresa. Espera-se que possamos percorrer todo este caminho e entender como auxiliar a identificar o que é clima organizacional, como está o clima dentro da empresa e como auxiliar na promoção de um ambiente mais feliz para as pessoas que trabalham na mesma. O fundamental é estimular a criação e o fortalecimento de um ambiente agradável, no qual as pessoas se sintam felizes em ir trabalha e motivadas a dar o melhor de si em prol da organização, pois recebem através da troca e do estímulo, todo o encorajamento necessário para seguir a diante com entusiasmo e coragem para melhorar cada vez mais a si mesmas e o ambiente no qual estão inseridas. O trabalho será dividido em três capítulos, o primeiro falando sobre a Cultura Organizacional englobando seus aspectos conceituais e práticos, o segundo sobre a motivação e a qualidade de vida no trabalho que são fundamentais para se obter um bom clima organizacional e o último capítulo fala do clima organizacional propriamente dito. A metodologia do trabalho em pauta será por pesquisa bibliográfica, visando observar a forma como são administrados os recursos humanos e a conseqüência disso sobre o clima organizacional. Pesquisas através de sites, livros, revistas, jornais, dissertações, monografias sobre o tema, autores e profissionais do assunto. CAPÍTULO I CULTURA ORGANIZACIONAL - ASPECTOS CONCEITUAIS E PRÁTICOS Neste capítulo será abordada a importância da organização das empresas e os aspectos conceituais e práticos referentes à cultura organizacional abordando os valores que levam às culturas, as organizações vistas como culturas,os tipos de cultura e as organizações vistas como fluxo e transformação. 1.2 A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO Conforme Kwasnicka (1988), o conceito de organizar é agrupar as atividades formais e informais da empresa, incluindo a estrutura de autoridade. A empresa é dividida em blocos onde são desempenhadas funções e subfunções. A organização estrutura essa hierarquia e indica quem é o responsável pelo quê e quais as tarefas que cada unidade irá desempenhar. Para Chiavenato (2004), todas as organizações têm uma missão a cumprir. Missão significa a incumbência que se recebe. A missão representa a razão de existência de uma organização.Significa a finalidade ou o motivo pelo qual a organização foi criada e para que ela deve servir. De acordo com Chiavenato (2004), as organizações como sistemas abertos operam através de mecanismos de cooperação e de competição com outras organizações.Em sua interação com o ambiente, elas dependem de outras organizações e lutam contra outras organizações para manter seus domínios e mercados. Na cultura empresarial, existem os objetivos globais e os específicos, de acordo com Kwasnicka (1988), devemos trabalhar com objetivos globais amplos para não fracassar na adaptação de mudança de ambiente a um nível mais alto e com objetivos específicos para podermos ter condição de avaliação a um nível mais baixo. No entender de Kwasnicka (1988), uma organização é eficiente quando existe coordenação, autoridade, objetivos comuns e disciplina, pois, segundo a autora sem uma coordenação uma organização não poderá atingir os seus objetivos; a empresa não se autoconduz ; os membros do grupo devem trabalhar pela mesma causa e para qualquer organização poder atingir os seus objetivos, todos os seus membros devem funcionar de forma própria, pois os membros de uma organização são pessoas humanas e em função disso deve haver suficiente controle sobre esses elementos para assegurar seu sucesso. Segundo Chiavenato, “Cada organização tem a sua missão própria e específica. O conceito de missão faz com que as pessoas passem a trabalhar para uma causa da organização e não apenas para a organização em si. Além disso, a missão organizacional passa por constantes mudanças. Muitas organizações bem-sucedidas estão continuamente atualizando e ampliando a sua missão. Embora a missão seja relativamente fixa e estável, ela deve ser atualizada e redimensionada com o passar do tempo e com as mudanças nos negócios.” (CHIAVENATO, 2004 p. 63) No entender de Chiavenato (2004), é a missão que define a estratégia organizacional e indica o caminho a ser seguido pela organização. 1.2 VALORES ORGANIZACIONAIS No entender de Chiavenato (1997), as organizações dependem de pessoas para proporcionar-lhes o necessário planejamento e organização, para dirigi-las e controlá-las e para fazê-las operar e funcionar. Não há organização sem pessoas.Toda organização é basicamente constituída de pessoas e delas dependem para seu sucesso e continuidade. “Os valores constituem crenças e atitudes que ajudam a determinar o comportamento individual. As organizações priorizam certos valores que funcionam como padrões orientadores do comportamento das pessoas.” (CHIAVENATO, 2004, p. 64) Chiavenato (1997), afirma que o indivíduo ingressa na organização quando espera que suas satisfações pessoais sejam superiores aos seus esforços pessoais.Quando acredita que seus esforços pessoais ultrapassem suas satisfações pessoais sentem a necessidade de abandonar a organização. Em todas as pessoas de acordo com Robbins (2006), existe uma hierarquia de valores que formam o sistema de valores das mesmas que são identificados em termos da importância que atribuímos aos valores como liberdade, prazer, auto-respeito, honestidade, obediência e justiça. Robbins (2006), destaca ainda que, os valores são importantes no comportamento organizacional pois estabelecem a base para o entendimento das atitudes e da motivação, além de influenciarem em nossos pontos de vista, contendo interpretações do que é certo e errado. 1.3 CONCEITOS RELATIVOS À CULTURA ORGANIZACIONAL Conforme Costin (2004), a cultura de uma organização é o conjunto de valores e regras utilizadas pelas pessoas que trabalham nas organizações e repassados aos novos funcionários. Para Chiavenato (1994),1 a cultura organizacional é conceituada como um modo de vida, o sistema de crenças e valores sociais, a forma aceita de interação e de relacionamentos que caracterizam a organização. Já no entender de Aktouf (2000), cultura deveria ser, se a considerarmos como reunião de tudo o que faz a vida da empresa, uma maneira diferente de designar um sistema informal generalizado, irracional e, talvez profundamente subjetivo ou inconsistente. 1 CHIAVENATO,Idalberto.Administração: Teoria, Processos e Prática.São Paulo, Makron Books, 1994. Para Bueno (1993), a cultura é o inconsciente coletivo, a que todos nela convivem, se submetem. Edela Lanzer P. Souza (apud Bueno 1993), conceitua cultura organizacional como sendo o conjunto de fenômenos resultantes da ação humana dentro das fronteiras do sistema, sendo a cultura composta de três elementos interdependentes que são : 1. Preceitos - Definidos por valores e regulamentos, explícitos e implícitos que regem a vida da organização; 2. Tecnologia - Definida por instrumentos e processos no trabalho organizacional, incluindo-se as relações com o ambiente; 3. Caráter - Definido pelas manifestações espontâneas dos membros da organização. A cultura conforme explica Chievenato (2004), representa a maneira como a organização visualiza a si própria e seu ambiente e tem como seus principais elementos o cotidiano do comportamento observável, que significa o modo como as pessoas interagem, suas linguagens e gestos utilizados, seus rituais, rotinas e procedimentos comuns; as normas, que são as regras que envolvem os grupos e seus comportamentos; os valores dominantes defendidos por uma organização; a filosofia administrativa que guia e orienta as políticas da organização em relação aos funcionários, clientes e acionistas; as regras do jogo e o clima organizacional que será abordado posteriormente. Segundo afirma Bueno (1993) “... a cultura é, portanto, algo permanente, ou com tendência de perenidade. Mudar pode significar exigência de grande dose de paciência, muito planejamento e articulação, intervenção em doses homeopáticas e busca incessante de consenso.” (BUENO, 1993 p. 67) Costin (2004), conclui que a cultura leva a marca da comunidade em que a organização está inserida, de seus fundadores e até dos traumas e fracassos das pessoas, sendo, muitas vezes, prescrições não-escritas que apóiam os processos de decisão e ajudam a formar consensos. Há, portanto, diversas formas de se conceituar cultura organizacional que variam de acordo com o pensamento de cada pesquisador, mesmo assim, pode-se tirar das definições acima citadas que a cultura organizacional representa o modo de pensar e agir coletivamente de uma organização, a influência de como os negócios são conduzidos, é expressa por valores, comportamentos e crenças de um determinado grupo, sendo uma forma de comunicação dos valores organizacionais para os membros desta e gera um processo de mudança e aprendizado constantes. 1.4 TIPOS DE CULTURA ORGANIZACIONAL Conforme Robbins (2006), a cultura organizacional não surge do nada. Uma vez estabelecida, ela raramente se desfaz. Robbins (2006), afirma que uma cultura começa com os costumes, as tradições e a maneira usual que foram adotados antes e o grau de sucesso que foi alcançado. O processo de criação de uma cultura ocorre quando os fundadores só contratam e mantêm funcionários que pensem e sintam as coisas da mesma forma que os fundadores, quando podem doutrinar e socializar esses funcionários de acordo com sua forma de pensar e de sentir e, finalmente, quando o comportamento dos fundadores age como um modelo que encoraja os funcionários a se identificar com eles e, dessa forma se torna uma parte integrante da cultura da organização. Conforme Fleury (1996) existem quatro diferentes tipos de culturas organizacionais: conservadoras, fortes, fracas e adaptativas. Nas culturas conservadoras há a conservação de idéias, valores, costumes e tradições que permanecem enraizados e que raramente se modificam ao longo do tempo. Nas organizações de cultura organizacional conservadora, a influência de fatores de ordem externa à empresa é muito pequena e não é considerada relevante para os gestores da mesma. Nas organizações com cultura organizacional forte, os valores são passados de forma intensa aos funcionários e são compreendidos completamente por estes. Os funcionários sabem quais são as metas, os valores, as crenças da organização, assim como sabem o que fazer para que ocorra um bom andamento dos processos de trabalho. Quanto às culturas organizacionais fracas, são culturas facilmente mudadas, e, na maioria das vezes, ainda se encontram em construção como uma empresa onde seus valores e crenças estão sendo criados e ainda não se estabeleceu uma identidade empresarial. Já as culturas adaptativas são caracterizadas pela maleabilidade e flexibilidade, ou sejam mudam de acordo com as necessidades da empresa e do ambiente externo. São culturas que dão valor às inovações e mudanças. As organizações que assumem tal postura buscam atualizar seus trabalhos constantemente de modo a estar sempre satisfazendo às necessidades e demandas de seus clientes. Chievenato (2004) afirma que a mudança cultural é mais fácil quando ocorrem uma ou mais das seguintes condições: uma crise dramática, modificações na liderança, organização pequena e jovem e cultura fraca e dá as seguintes sugestões: 1. Os dirigentes devem assumir papéis positivos dando o tom de sua conduta. 2. Devem criar novas histórias, símbolos e rituais para substituir os atuais. 3. Selecionar, promover e apoiar empregados que adotam novos valores. 4. Redesenhar os processos de socialização e alinhá-los com novos valores. 5. Mudar o sistema de recompensas para obter aceitação dos novos valores. 6. Substituir normas não-escritas por novas regras e regulamentos impostos. 7. Agitar as subculturas com transferências de pessoas, rotação de cargos e/ou demissões. 8. Trabalhar com o consenso de grupos utilizando a participação dos funcionários e criação de um clima de alto nível de confiança.” 1.5 MUDANÇA ORGANIZACIONAL De acordo com Kissil (1998), para que a organização possa sobreviver e se desenvolver, para que existam revitalização e inovação, deve-se mudar a cultura organizacional. Esse conceito responde plenamente esta questão, onde o Autor sugere que a revitalização e a inovação são fatores importantes para as empresas, e de certo modo só se consegue isso mudando a cultura da organização. Para (Freitas,1991), a transformação da cultura organizacional é um processo lento, em geral provocado pelo choque entre as correntes da liderança que começa e a já existente.Essa transformação também pode se dar por razões externas à organização, como o sucesso de um concorrente ou uma mudança na legislação que venha a afetar a organização, mas, independente da causa que deu origem ao processo de transformação, a evolução da cultura se dá em função dos valores aceitos pela maioria e do quanto esses valores estão compatíveis com a cultura material existente. Segundo afirma Motta (1999) "... mudança é um ônus, pois requer que a pessoa reveja sua maneira de pensar, agir, comunicar, se inter-relacionar e criar significados para a sua própria vida.” (MOTTA 1999, p.14) No entender de Freitas (1991), as pessoas diferem em várias maneiras e essas diferenças individuais influenciam a dinâmica interpessoal, a formação de grupos e a própria cultura organizacional. A cultura não existe independente dos seres humanos, mas é o conjunto desta produção constituída por muitas mentes em diferentes espaços e a partir de experiências múltiplas.Portanto, a sua análise requer que ela seja compreendida em sua complexidade, entendendo que ela não se limita ao conteúdo, mas se projeta na própria estrutura organizacional. Em virtude disso, a mudança cultural não é simples. De acordo com as opiniões dos autores,o esforço de entendimento mútuo dentro da empresa é uma maneira de garantir uma estrutura consistente e manter o ritmo de produtividade da organização. Para montar as equipes com um perfil variado é preciso de um enfoque cultural e escolher as pessoas que são diferentes. O que faz uma empresa forte é o respeito mútuo interno, é ele que poderá gerar respostas rápidas e eficientes. Se as diversidades forem integradas em torno de um único compromisso, a empresa estará sempre pronta para administrar as mudanças que forem necessárias. Só se consegue isso com uma cultura organizacional forte, onde as pessoas têm os valores e princípios da empresa disseminados de forma clara, onde todos têm orgulho de fazer parte de uma organização transparente e focada no sucesso. Apesar de reconhecidamente relevantes para a sobrevivência da organização, as mudanças causam os mais diferentes tipos de reação dos atores organizacionais. Essas reações variam de adesão imediata à proposta de mudança, à resistência completa a qualquer tipo de mudança. Conforme explica Pereira (1995), ela é característica comum a todos os mecanismos para lidar com as mudanças ou com as perdas que elas proporcionam afirmando que a estabilidade é conhecida, não traz surpresas, não ameaça. A mudança traz o inesperado, a surpresa, o desafio, o movimento. Mesmo quando a expectativa da mudança é favorável, quem nos garante, a priori, que ela seguirá os caminhos traçados? Daí a angústia, o medo e a fuga. Ou seja, a literatura parece apontar a existência de uma resistência natural dos indivíduos às mudanças, porém em graus variados, uma vez que estão acostumados à rotina de trabalho e uma mudança os faz sentir receosos com o que possa acontecer no futuro, mesmo quando se tratam de boas mudanças, pois pode haver uma expectativa e a mesma não ocorrer. Em suma, não é possível elaborar receituários de como lidar com a reação dos empregados às mudanças. O que de fato interessa é ale reação dos empregados às mudanças. O que de fato interessa é alertar os gestores sobre a necessidade de conhecer os indivíduos e a cultura da organização, a fim de planejar as mudanças e saber lidar com as mais diferentes reações apresentadas. No próximo capítulo será tratada a maneira como as pessoas são motivadas e a qualidade de vida no trabalho das mesmas para dar embasamento ao Capítulo III que trata do Clima Organizacional propriamente dito. CAPÍTULO II MOTIVAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Neste capítulo será abordada a motivação e suas nuances, abrangendo a teoria de motivação de acordo com o pensamento de vários autores e a qualidade de vida no trabalho, uma vez que, como veremos posteriormente, tanto a motivação quanto a qualidade de vida no trabalho influenciam na construção do clima organizacional . 2.1 CONCEITOS RELATIVOS À MOTIVAÇÃO Conforme Robbins (2006), a motivação é o resultado da interação do indivíduo com a situação. O autor exemplifica o conceito acima com o exemplo do aluno que acha difícil ler um livro técnico, mas é capaz de devorar um livro de Harry Potter, o que significa dizer que a motivação se dá em virtude dos valores que cada pessoa atribui a determinada situação. No conceito de Puri (2000) a motivação não é um projeto de vida útil limitada e sim algo com começo e fim e com data pré-estipulada, ou com término quando os fundos destinados ao projeto se acabam. A motivação consiste em um ato contínuo, sem linha de chegada, sendo, portanto, uma entidade eterna. Conforme afirma Chiavenato (1997), a motivação está relacionada com o sistema de cognição do indivíduo, ou seja, aquilo que as pessoas sabem sobre si mesmas e sobre o ambiente que as rodeia, envolvendo seus valores pessoais e sendo influenciado por seu ambiente físico e social, por sua estrutura fisiológica, por suas necessidades e por suas experiências anteriores. A motivação se dá em termos de forças ativas e impulsionadoras para atingir determinada meta em que o ser humano gasta energia para alcançá-la. 2.2 MOTIVAÇÃO NO TRABALHO Para Puri (2000), o propósito primordial por trás da existência de uma organização é o desejo do sucesso em que mesmo dispondo-se da melhor tecnologia e dos sistemas e procedimentos mais sofisticados, se não houver uma força de trabalho altamente capacitada e motivada , não se pode esperar alcançar os pináculos do sucesso. Chiavenato (1997), afirma que o pressuposto da motivação é formar a pessoa em primeiro lugar, despertar a reserva de energia altamente potente, contudo adormecida, dentro dela para criar o desejo de automotivação e autodisciplina.quanto mais a tecnologia e os computadores substituem o toque pessoal, mais as pessoas anseiam por ele, pois os problemas de motivação e estabilidade de mão-de-obra, e sua proliferação talvez sejam conseqüência desse declínio do toque pessoal entre os trabalhadores em todos os níveis da organização e sua solução só se dará através da humanização do local de trabalho. De acordo com Puri (2000), todos os sistemas devem funcionar em conjunto, de maneira coletiva e integrada, na estrutura operacional da organização pois nenhum sistema pode ter êxito ou sobreviver através de sua própria existência fragmentada e isolada. Os sistemas devem ser operados como um todo coletivo, tudo relacionado e por conta da missão total da organização. Assim, a motivação é um fenômeno dependente do ser humano e, para o programa de motivação ter sucesso é preciso que ele fale a linguagem humana. A motivação é algo pessoal, vem de dentro. Chiavenato (1997), destaca três premissas que dinamiza o comportamento humano: • O comportamento é causado, ou seja, existe uma causalidade do comportamento. Tanto a hereditariedade como o meio ambiente influi decisivamente no comportamento das pessoas. O comportamento é causado por estímulos internos ou externos. • O comportamento é motivado, ou seja, há uma finalidade em todo comportamento humano. O comportamento não é casual nem aleatório, mas sempre orientado e dirigido para algum objetivo. • O comportamento é orientado para objetivos. Em todo comportamento existe sempre um impulso, um desejo, uma necessidade, uma tendência, expressões que servem para designar os motivos do comportamento.” Glasser apud Bergamini (1997) propõe que o fracasso da maioria das empresas não está na falta de conhecimento técnico e sim na maneira de lidar com as pessoas. De acordo com Bergamini (1997), apesar das dificuldades com pessoas enfrentadas pelas organizações, elas continuam tendo que fazer face ao desafio de atrair a sua mão-de-obra e criar condições para que tais pessoas aí permaneçam desempenhando com eficácia e satisfação as atividades que fazem parte dos seus cargos.Além do mais, as empresas também se vêem diante do desafio de utilizar o potencial produtivo e criativo existente dentro de cada pessoa, transformando-o em comportamento naturalmente espontâneo, oportunamente construtivo e eficazmente inovador. Chiavenato conclui que apesar das dificuldades com pessoas enfrentadas pelas organizações, elas continuam tendo que lidar com o desafio de atrair o seu pessoal e criar condições para que tais pessoas permaneçam desempenhando com eficácia e satisfação as atividades que fazem parte de seus cargos.Além disso as empresas necessitam utilizar o potencial produtivo e criativo existente dentro de cada pessoa, comportamento espontâneo, construtivo e inovador. transformando-o em Para Bergamini (1997), a motivação não pode ser considerada como regra geral pois as pessoas são diferentes e não fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões, uma vez que grande parte das ações reside no interior das pessoas como seus traços de personalidade, suas predisposições e emoções, assim como suas atitudes e crenças. 2.3 HIERARQUIA DAS METAS No entender de Puri (2000), a satisfação das metas é o principal pré-requisito para a felicidade do trabalhador.E a felicidade induz à motivação. Um indivíduo feliz, motivado e satisfeito muito provavelmente será dedicado,fiel e comprometido com a causa da organização. Portanto, é necessário identificar as metas e as aspirações da força de trabalho a fim de que seja desenvolvida uma estrutura conveniente para o cumprimento dessas metas. Puri (2000), propõe uma hierarquia de necessidades/metas que refletem o ambiente empresarial de hoje e suas condições de operação que seguem mais ou menos a seguinte seqüência: Dinheiro, Ambiente de Trabalho, o próprio trabalho, auto-estima, segurança, equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, ascensão e realização. Para o autor essa hierarquia é traduzida da seguinte forma: Dinheiro - A primeira aspiração de uma pessoa ao procurar um trabalho é prover sua subsistência, não sendo pois uma meta eterna, é considerada apenas requisito básico. Ambiente de trabalho - Esse fator inclui o relacionamento com companheiros e superiores, a aceitação pelos companheiros, as relações interpessoais e a atitude na companhia no tocante à pessoa.Depois de o salário ter sido estipulado e o trabalho ter sido aceito , é o primeiro degrau da hierarquia de necessidades. O próprio trabalho - Assim que o trabalhador achar o ambiente de trabalho agradável e propício às suas expectativas, seu próximo foco será a natureza do trabalho em si, ou seja, se o trabalho é desafiante, se há disponibilidade de instrumentos, tecnologia, recursos e treinamento apropriados para executar o trabalho, se os processos e procedimentos são adequados e úteis, se ele tem controle e domínio suficientes sobre os seus processos, se tem responsabilidade apropriada e autoridade para tomar decisões nos trabalhos sobre o seu controle, se conta com apoio suficiente da administração e se os sistemas de apoio entre as áreas funcionais são adequados. Auto-estima - são alguns preceitos como apoio da administração, reconhecimento, elogios, respeito, credibilidade e apoio e reconhecimento dos companheiros. Segurança - quando o trabalhador sente-se seguro e desejado no local de trabalho há a dissipação do medo, o aumento da confiança, o aumento do sentimento de que faz parte do meio, além de crescer a lealdade e a empatia do empregado no tocante à organização. Equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal - quando o trabalhador chega à conclusão de que o trabalho não é a única finalidade da vida, em conseqüência começa a refletir a respeito da utilização do seu tempo de maneira adequada e proporcional nas atividades dentro e fora do trabalho, na medida em que a vida pessoal e profissional o realiza, a pensar sobre a compreensão da administração no que diz empenho do mesmo em prol do equilíbrio entre sua vida profissional e profissional e os meios e infra-estrutura que estão à sua disposição para o equilíbrio da sua vida profissional e pessoal. Ascensão - é a verificação da possibilidade de obter treinamento e desenvolvimento adicionais, oportunidades para crescimento e ascensão, maiores responsabilidade, promoção para níveis superiores e aumento de salários. Realização - pode ser comparado a um estado de meditação e euforia, um estado maior de consciência onde tudo o que o indivíduo possui pode ficar sem sentido se ele não tiver satisfação no trabalho e realização na vida pessoal e profissional. Em suma, conforme Puri (2000), cada pessoa é motivada por preceitos diferentes, dependendo da sua situação pessoal e das suas características de personalidade, podendo valorizar as metas de forma divergente da hierarquia apresentada acima. 2.4 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO A expressão Qualidade de Vida no Trabalho serviu para descrever várias situações na tentativa de descrever as constantes mudanças ocorridas no mundo organizacional. Existem inúmeras conceituações para Qualidade de Vida no Trabalho. Uma delas, de Rodrigues (1999, p.93), diz que: “Os empregados que possuem uma vida familiar insatisfatória tem o trabalho como o único ou maior meio para obter a satisfação de muitas de suas necessidades, principalmente as sociais.” Segundo Chiavenato (2001, p.57): ”A qualidade de vida no trabalho representa o grau em que os membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais por meio de suas experiências na organização.” Para Chiavenato (2001), a qualidade de vida no trabalho afeta atitudes pessoais e de comportamento que são importantes para a produtividade individual tais como: motivação para o trabalho, adaptabilidade a mudanças no ambiente de trabalho, criatividade e vontade de inovar ou aceitar mudanças. Conforme Walton apud Fernandes (1996), há oito critérios que permitem medir o nível de qualidade de vida no trabalho: Critérios Indicadores de qualidade de vida no trabalho 1- Compensação justa e adequada -Equidade interna e externa - Justiça na compensação - Partilha dos ganhos de produtividade. - Proporcionalidade entre salários 2 - Condições de trabalho -Jornada de trabalho razoável - Ambiente físico seguro e saudável - Ausência de insalubridade 3Uso e desenvolvimento de - Autonomia capacidades - Autocontrole relativo - Qualidades múltiplas - informações sobre o processo total do trabalho 4- Oportunidade de crescimento e - Possibilidade de carreira segurança - Crescimento pessoal - Perspectiva de avanço salarial - Segurança de emprego 5- Integração social na organização - Ausência de preconceitos - Igualdade - Mobilidade - Relacionamento - Senso comunitário 6- Constitucionalismo - Direito de proteção do trabalhador - Privacidade pessoal - Liberdade de expressão - Tratamento imparcial - Direitos trabalhistas 7- O trabalho e o espaço total de vida -Papel balanceado no trabalho - Estabilidade de horários -Poucas mudanças geográficas - Tempo para lazer da família 8- relevância social do trabalho na vida - Imagem da empresa - Responsabilidade social da empresa - Responsabilidade pelos produtos - Práticas de emprego França (2004), afirma que existem três aspectos fundamentais referentes à qualidade de vida que foram retirados de um grupo de especialistas de diferentes culturas que são: subjetividade, multidimensionalidade e presença de dimensões positivas e negativas. O desenvolvimento desses elementos conduziu a definição de qualidade de vida como a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. O Professor Lindolfo Galvão de Albuquerque da FEA/USP (LIMONGI E ASSIS,1995, p.28) afirma que: “... existe uma grande distância entre o discurso e a prática.Filosoficamente, todo mundo acha importante a implantação de programas de QVT, mas na prática prevalece o imediatismo e os investimentos de médio e longo prazo são esquecidos. Tudo está por fazer. A maioria dos programas de QVT tem origem nas atividades de segurança e saúde no trabalho e muitos nem sequer se associam a programas de qualidade total ou de melhoria do clima organizacional.QVT só faz sentido quando deixa de ser restrita a programas internos de saúde ou lazer e passa a ser discutida num sentido mais amplo, incluindo qualidade das relações de trabalho e suas conseqüências na saúde das pessoas e da organização.” Ainda para o professor Albuquerque apud Limongi e Assis (1995, p.29): “QVT é uma revolução da Qualidade Total.É o último elo da cadeia. Não dá para falar em Qualidade Total se não se abranger a qualidade de vida das pessoas no trabalho. O esforço que tem que se desenvolver é de conscientização e preparação para uma postura de qualidade em todos os sentidos.É necessária a coerência em todos os enfoques.QVT significa condições adequadas e os desafios de respeitar e ser respeitado como profissional. O trabalho focado em serviço social e saúde é muito imediatista. É necessário colocar a QVT num contexto mais intelectual, não só concreto e imediato. O excesso de pragmatismo leva ao reducionismo. QVT deve estar num contexto mais amplo de qualidade e de gestão. A gestão das pessoas deve incluir esta preocupação.” De acordo com Fernandes (1996, p. 38-39): “Apesar de toda a badalação em cima das novas tecnologias de produção, ferramentas de Qualidade, etc., é fato facilmente constatável que mais e mais os trabalhadores se queixam de uma rotina de trabalho, de uma subutilização de suas potencialidades e talentos, e de condições de trabalho inadequadas.Estes problemas ligados à insatisfação no trabalho têm conseqüências que geram um aumento do absenteísmo, uma diminuição do rendimento, uma rotatividade de mão-de-obra mais elevada, reclamações e greves mais numerosas, tendo um efeito marcante sobre a saúde mental e física dos trabalhadores, e, em decorrência na rentabilidade empresarial.” Assim sendo, Limongi e Assis (1995), afirma que a Qualidade de vida no Trabalho vai existir quando os membros da organização forem capazes de gratificar necessidades profissionais importantes por meio de oportunidades oferecidas pelas organizações, que contemple preocupação como o desenvolvimento no trabalho, com a eficácia da organização e com a idéia de participação dos trabalhadores na solução de problemas e tomada de decisões. No próximo capítulo falaremos sobre o Clima Organizacional que, como veremos posteriormente, é conseqüência dos assuntos estudados nos capítulos I e II. CAPÍTULO III O CLIMA ORGANIZACIONAL Conforme Chiavenato (1997), os seres humanos estão continuamente engajados no ajustamento a uma variedade de situações, no sentido de satisfazer suas necessidades e manter um equilíbrio emocional.Isto pode ser definido como um estado de ajustamento. Tal ajustamento não se refere somente à satisfação das necessidades fisiológicas e de segurança, mas também à satisfação das necessidades de pertencer a um grupo social de estima, e de auto-realização. 3.1 CONCEITOS DE CLIMA ORGANIZACIONAL Para Chiavenato (1994), o clima Organizacional constitui o meio interno de uma organização, a atmosfera psicológica e característica que existe em cada organização. O Clima Organizacional é o ambiente humano dentro do qual as pessoas de uma organização fazem o seu trabalho.” Chiavenato (1994), explica que o clima organizacional está sujeito aos determinantes do clima , que são as variáveis de entrada no sistema, representadas pelas condições econômicas, estrutura organizacional, cultura organizacional, participação, significado do trabalho, escolha da equipe, estilo de liderança, avaliação e remuneração e estas variáveis de entrada influenciam a motivação das pessoas, provocando estimulação e níveis diferentes de satisfação e produtividade (variáveis dependentes), as quais produzem o resultado final em termos de eficiência e eficácia. No entendimento de Bueno (1993), as características pessoais do trabalhador, medidas governamentais, articulação de políticas internas, humor e liderança da chefia, enfim, diversos são os fatores que incidem sobre a motivação humana. A atmosfera, a temperatura, o grau de salubridade do ambiente organizacional muito contribui para o engajamento ou para a apatia dos empregados no ambiente de trabalho. Chiavenato (1997), define Clima Organizacional como o ambiente interno existente entre os membros da organização sendo intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes. De acordo com o autor, o termo Clima Organizacional refere-se especificamente às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, ou seja, àqueles aspectos da organização que levam à provocação de diferentes espécies de motivação nos seus participantes. Ribeiro (2006), afirma que Clima Organizacional é a ferramenta administrativa integrante do Sistema da Qualidade que é utilizada para medir e apurar o grau de satisfação dos colaboradores diretos da empresa perante determinadas variáveis.Pode ser usada e aplicada isoladamente ou de forma conjunta com as demais ferramentas do Sistema de Qualidade. Segundo Champion (apud LUZ, 2003, p.10), “... pode-se definir clima organizacional como sendo as impressões gerais ou percepções dos empregados em relação ao seu ambiente de trabalho,embora nem todos os indivíduos tenham a mesma opinião, pois não tem a mesma percepção, o clima organizacional reflete o comportamento organizacional, isto é atributos específicos de uma organização,seus valores ou atitudes que afetam a maneira pela qual as pessoas ou grupos se relacionam no ambiente de trabalho.” De acordo com Barçante (2002), clima organizacional é a atmosfera resultante das percepções que os funcionários tem dos diferentes aspectos que influenciam seu bem estar e sua satisfação no dia-a-dia de trabalho. Para Litwin (apud LUZ, 2003), clima organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional, que é percebida ou experimentada do ambiente organizacional, que é percebida ou experimentada pelos membros da organização e influencia o seu comportamento. È de se notar que existe uma idéia em comum nas definições acima: em todas elas o Clima Organizacional está ligado diretamente ao modo como o colaborador percebe a organização com a sua cultura, suas normas, seus usos e costumes, como ele interpreta e como ele reage, positivamente ou negativamente a esta situação e de que o clima é um dos fatores fundamentais no bom desempenho da empresa/organização. 3.2 AVALIAÇÃO DO CLIMA NAS ORGANIZAÇÕES Ribeiro (1993), avalia o clima das organizações através de seis subclimas que são a relação da pessoa pesquisada com os colegas, com o superior imediato, com os seus subordinados, com o trabalho, com a organização e com ela mesma. Segundo o autor esta forma de diagnóstico facilita uma administração holística, possibilitando um melhor direcionamento do trabalho, principalmente nas relações das pessoas, não somente com a própria organização, mas também com os que fazem , com quem se vinculam operacionalmente e consigo mesma. Para Cordeiro (2004), existem muitas maneiras de avaliar uma empresa para saber se ela caminha para o sucesso, para estagnação ou para a derrocada. Assim, o Clima organizacional é a chave do sucesso que pode transformar derrotas em vitórias, tristezas em alegrias, fraquezas em fortalezas, tirando a empresa do buraco e fazendo a diferença. Segundo Chiavenato (1994, p. 52): “O importante é salientar que o gerente pode não ter muitas condições pessoais de intervir e de modificar a cultura organizacional da sua empresa. Todavia, quase sempre ele tem plenas condições de alterar e melhorar o clima organizacional de seu departamento ou da sua equipe de trabalho, seja intervindo nos elementos que compõem, seja atuando nas variáveis dependentes que produzem resultados na organização.” 3.3 PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL Para Carvalho & Mello (2009) a empresa ganha aplicando a Pesquisa de Clima organizacional pois é uma excelente ferramenta para coletar dados de maneira objetiva e criteriosa, que darão base para planos estratégicos, ações de melhoria, acompanhamento de processos e principalmente incrementarão a saúde financeira e humana da empresa. De acordo ainda Carvalho & Mello (2009), a pesquisa pode ser aplicada tanto em questionários de papel quanto pela Internet, havendo a preocupação de ajudar a empresa a apresentar um questionário condizente com a escolaridade da massa de respondentes. Isto é fundamental para se coletar dados confiáveis que servirão de base para a implementação de ações. Para os autores, a pesquisa de clima tem caráter de captar com sensibilidade os humores em relação de seus colaboradores com sua empresa, fornecendo saídas de dados, identificando-se onde é necessário intervir para incrementar satisfação, lealdade, compromisso e produtividade. 3.4 A RELAÇÃO ENTRE O INDIVÍDUO E AS ORGANIZAÇÕES Conforme Sievers (1997), quanto as nossas empresas empregadoras e as teorias administrativas e organizacionais, estamos cada vez mais acostumados com a convicção socialmente partilhada de que o trabalho que as pessoas realizam nada tem a ver com suas vidas. Cada ser humano, enquanto indivíduo dotado de razão, é ou deveria ser estritamente semelhante aos outros. A interioridade de cada sujeito, a alteridade irredutível ao outro, a cultura específica na qual vivem e agem não devem ser levadas em consideração.É somente o reconhecimento do poder das paixões e de interesses divergentes que assinada a existência de um eu e de um ele, de uma história particular, de uma cultura que possui traços singulares. (ENRIQUEZ, 1997) Ramos (1966), afirma que as atitudes individuais e as coletivas são elementos estruturais do fato administrativo, sendo sua afirmação baseada nas condutas humanas que são dotadas de sentido e orientadas por preferências. Os objetos e aspectos do mundo material e não material só entram no horizonte humano na medida em que em relação aos mesmos se formam atitudes. Existem atitudes individuais que caracterizam o ser humano como personalidade autônoma, inconfundível.Existem atitudes coletivas: As que caracterizam os grupos, as classes, a sociedade global.A despeito desta distinção, toda atitude só se exprime por intermédio de indivíduos singulares. Estes introduzem nas situações administrativas, nas organizações, as atitudes, elementos flexíveis, em ebulição, incoerentes, conflitantes, em constante mudança. Em razão das preferências e aversões individuais, formam-se na empresa,grupos, estados mentais favoráveis ou desfavoráveis aos objetivos, práticas, diretrizes, ordens, suscitando os diferentes matizes de lealdade, deslealdade, hostilidade nas relações de trabalho. (GUERREIRO RAMOS, 1996) Cada relação com o mundo se reflete na medida do homem.Cada revelação com o mundo engaja certo sentido da verdade, de uma verdade que frequentemente o homem domina, mas que intervêm na experiência garantindo-lhe a comunicação entre ele e o mundo, tornando-se objeto de reflexão, é geradora de uma filosofia. Como há várias relações com o mundo, cada uma com sua verdade própria, resulta o aparecimento de várias filosofias, nenhuma delas possuindo a verdade total. (JUPIASSU, 1982) Segundo Chiavenato (1994, p.43): “... as pessoas que trabalham nas empresas costumam perseguir dos tipos – aparentemente antagônicos, mas profundamente complementares de objetivos: os objetivos organizacionais estabelecidos pela empresa e os objetivos individuais que cada pessoa pretende intimamente alcançar.” Chiavenato (1994), diz que estes objetivos são inerentes a qualquer campo de atuação da organização, e constituem a própria razão de sua existência. Sendo que alguns objetivos se tornam temporariamente mais importantes ou urgentes do que outros e ao longo do tempo os objetivos organizacionais se alteram e se modificam. Para Chiavenato (1994), as pessoas não têm interesses e objetivos idênticos gerando diferenças. As diferenças de objetivos e interesses individuais sempre produzem alguma espécie de conflito.O conflito é inerente à vida de cada indivíduo e faz parte inevitável da natureza humana.Constitui o lado oposto da cooperação. Conforme a abordagem de Chiavenato (1994), o conflito pode ocorrer no contexto do relacionamento entre pessoas ou entre grupos como conjunto de pessoas. E quando ocorre entre pessoas, o conflito individual pode ser: Interno - quando ocorre intimamente dentro de uma pessoa em relação a sentimento, opiniões, desejos e motivações divergentes e antagônicas.Quando a pessoa quer trabalhar em uma empresa porque esta lhe dá prestígio e dinheiro, mas ao mesmo tempo não quer trabalhar na empresa porque não gosta do patrão. É o chamado conflito psicológico ou intra-individual, de natureza íntima da pessoa. O conflito interno provoca um colapso nos mecanismos decisórios normais provocando dificuldade na escolha dentre várias alternativas de ação. “ Externo - quando ocorre entre ume pessoa e outra ou entre dois grupos de pessoas.É o chamado conflito social e ocorre entre pessoas ou grupos sociais com interesses ou objetivos antagônicos. Mello (2000), afirma que há a possibilidade que com novas tecnologias gerenciais, juntamente com o controle social, minimizem o até eliminem os conflitos. Contudo o conflito não é visto como impedimento para integração entre trabalhadores e organizações. 3.5 GESTÃO DO CONHECIMENTO Nader (2001) diz que vivemos em uma etapa que o conhecimento passa a ser visto como algo fundamental pela nossa sociedade. A sociedade pós-moderna passa por uma nova transformação do sistema produtivo, onde o conhecimento e a capacidade de inovação parecem superar o valor do capital. De acordo com Robbins (2006), a Gestão do conhecimento é um processo de organização e distribuição do saber coletivo da empresa de maneira a fazer com que a informação certa chegue à pessoa certa, na hora certa. Quando bem-executada, a gestão do conhecimento dá à empresa uma vantagem competitiva e um desempenho organizacional melhor, pois torna os funcionários mais bem preparados. Robbins (2006), afirma que a Gestão do conhecimento começa com a identificação de quais são os conhecimentos importantes para a organização sendo necessário que os dirigentes da empresa avaliem seus processos e identifiquem aqueles que mais agregam valores. As informações relevantes na empresa devem ser compartilhadas, sendo a Gestão do Conhecimento responsável por oferecer a motivação e os mecanismos necessários para que os funcionários compartilhem os conhecimentos que são úteis no trabalho e os ajudam a ter um desempenho melhor. Já os autores Davenport e Prusak abordam a importância da gestão do conhecimento da seguinte forma: “Quando as pessoas, tecnologia, produtos e ambiente de negócios mudam no decorrer do tempo, o que permanece é o conhecimento criado e transmitido. Acreditamos que a única vantagem sustentável que uma empresa tem é aquilo que ela coletivamente sabe a eficiência com que usa o que sabe e a prontidão com que ela adquire e usa novos conhecimentos.” (DAVENPORT E PRUSAK, 1998, p. XV) O que os autores Davenport e Prusak revelam é que com a maior velocidade com que as mudanças no meio ambiente das empresas têm ocorrido, novos concorrentes, novos clientes, novas leis têm sido cada vez mais freqüentes. Beal (2001), afirma que a gestão do conhecimento propõe-se a fornecer meios de localizar, organizar, disseminar e usar mais eficientemente a informação e as competências disponíveis em uma organização. De acordo com Beal (2001), ao deixar de valorizar o seu capital intelectual, uma organização não aproveita os volumes crescentes de novos conhecimentos que fluem internamente a cada dia, ficando exposta a situações em que os conhecimentos precisam ser reinventados e pessoas precisam perder um tempo precioso procurando uma informação que é constantemente usada. Para alcançar os objetivos apresentados às empresas podem seguir vários caminhos, estes caminhos serão diferentes devido a vários fatores que vão desde os objetivos pretendidos chegando até os recursos disponíveis em cada empresa, mas, acredita-se que, de maneira geral, as empresas costumam adotar semelhantes estratégias. Davenport e Prusak (1998), concluem que no início os projetos de gestão do conhecimento se concentram em uma necessidade claramente definida e que possa ter o seu resultado mensurado, assim, após a comprovação do sucesso inicial o programa deve ser gradualmente estendido. CONCLUSÃO É necessário além de focar as pessoas, mudar os conceitos culturais que permeiam a organização e faz dos seus líderes o perfil que é. É através das lideranças que as pessoas reagem de maneira positiva ou negativa criando o clima organizacional que reina. Além disso, a contrapartida em termos de benefícios é muito importante para o funcionário trabalhar mais motivado. A qualidade é algo desafiador para o ser humano. Os seres humanos são naturalmente avessos a mudanças. E este é o desafio: se faz parte na natureza humana a resistência a mudanças, também faz parte da condição de sobrevivência o saber mudar. E a mudança que se exige não é apenas de comportamento: são mudanças de valores, cultura, convicções, crenças. Assiste-se a uma tal dinâmica revolucionária da tecnologia e o mercado tão assustadoramente dinâmico e aí está o desafio: ou mudamos com o mercado ou nos tornamos obsoletos. Quando se fala em implantar uma política de Qualidade, está se falando em modificar comportamento de pessoas e de modificar a cultura da organização – o que é também mudança cultural de seus membros. Por isso, é necessário um programa de reeducação humana. Mudar comportamentos não é fácil. Para haver a mudança, é preciso que a alta cúpula das organizações passe por transformações e mude a maneira de lidar com as pessoas, pois é através da liderança que se constitui o clima organizacional e as pessoas se sentem influenciadas de alguma forma com as práticas organizacionais. Os recursos humanos têm de estar a par do planejamento estratégico da organização e participar das decisões a fim de se sentir parte de um time. A gestão participativa faz as pessoas quererem mais e mais inovar e mostrar o seu potencial. Mais ainda se houver benefícios. Entretanto, vale ressaltar que, apesar das divergências, o aspecto motivacional está dentro de cada um. Ainda que a organização exerça forte influência, cada pessoa é responsável por se manter motivado em seu ambiente de trabalho. Cabe a todos os funcionários, principalmente ao líder manter um ambiente agradável, onde se torne possível este processo de “automotivação”. REFERENCIAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14724/05 AKTOUF, Omar.O simbolismo e a cultura de empresa: dos abusos conceituais as lições empíricas.In: Chanlat, Jean-Francois. O indivíduo nas organizações: dimensões esquecidas.São Paulo: Atlas 2000,V.2 BARÇANTE, Luiz César e CASTRO, Guilherme Caldas. Ouvindo a voz do cliente interno.Rio de janeiro, Qualitymark, 2002. BEAL, A. Gestão Estratégica da Informação. Editora Atlas, 2001. BERGAMINI, Cecília Whitaker.Motivação edição.Editora Atlas,1997. nas organizações-quarta BUENO, José Hamilton.Manual do agente de mudanças errada qualidade: um guia de sucesso para a transformação organizacional.São Paulo,TR,1993. CHIAVENATO, Idalberto. 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