A ARTE DE AVALIAR TEXTOS CIENTÍFICOS! Por Maria José Tonelli, FGV-EAESP Email [email protected] Nos processos de publicação, a avaliação de textos é uma atividade fundamental. O double blind review, comumente adotado pelas revistas científicas, deve constituir um verdadeiro diálogo entre autores e avaliadores, com o objetivo de aperfeiçoar ao máximo o trabalho. Em agosto de 2004, durante o encontro da Academy of Management, em Nova Orleans, foi realizado um painel com o título “The craft of reviewing”. Participaram Herman Aguinis, da University of Colorado, Denver; Larry J. Williams, da Virginia Commonwalth University e Jim Westphal, da University of Texas, Austin. Seguem anotações tomadas a partir dos depoimentos destes especialistas. Desejamos que elas constituam parâmetros de conduta e dicas práticas para os avaliadores da RAE e da RAE-eletrônica. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. Ponto de partida: o trabalho do avaliador é de suma importância para a qualidade do artigo: deve ser feito com tanto rigor quanto o trabalho do próprio autor. Prepare-se para vários ciclos de avaliação. Grande parte dos trabalhos científicos passa ao menos por 2 a 3 ciclos. O primeiro ciclo deve ser mais extenso e detalhado. Os demais podem ser mais breves e objetivos. Leia o trabalho pelo menos duas vezes. Primeiro faça um brainstorm; depois, procure por questões críticas, que eventualmente estão nas entrelinhas. Evite rejeitar o trabalho sem dar justificativas plausíveis e claras. Faça sempre uma revisão completa. Ela certamente será útil para o autor e alimentará um ciclo virtuoso. Procure organizar seu parecer de modo lógico e coerente. Quando possível, liste suas recomendações segundo uma escala de prioridades. Deixe claro para o autor, onde uma idéia ou comentário começa e onde termina. Foque sua revisão em questões mais críticas e explique-as detalhadamente. Ajude o autor a conhecer os pressupostos de seus métodos. Seja claro em relação aos métodos que considera os mais adequados para serem aplicados Inclua referências bibliográficas, sempre que possível. Identifique pontos de atenção e procure oferecer uma lista de soluções. Evite dar sugestões genéricas. Esclareça suas posições e mostre evidências. Procure sempre usar um tom construtivo. Evite comentários de base ideológica ou que impliquem em juízo de valor, inclusive em questões metodológicas. Evite auto-referências e comentários agressivos. Busque as contribuições do texto. Considere as seguintes questões: o Qual é o problema de pesquisa? o Ele está expresso adequadamente? o Ele é importante? o Existem soluções anteriores para este problema? o Elas são adequadas ou inadequadas? o O trabalho propõe soluções inovadoras para o problema? o Os leitores entenderão essas soluções? o De que modo essas contribuições deveriam ser desenvolvidas e apresentadas? CENTRAL DE RELACIONAMENTO - RAE Av. Nove de Julho, 2029 - Prédio da Biblioteca – 2º. andar Bela Vista - São Paulo - SP - 01313-902 Fones: 0800-162311 ou (11) 3281-7999 Fax: (11) 3281-7871 http:www.fgvsp.br/rae Email: [email protected]