UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE DIFERENTES PINOS INTRARADICULARES UTILIZADOS NA RESTAURAÇÃO DE DENTES TRATADOS ENDODONTICAMENTE VARIANDO SEU COMPRIMENTO DENTRO DO CONDUTO RADICULAR SUBMETIDOS À CARGA DINÂMICA Elias Manoel Ribeiro Neto Orientador: Prof. Dr. Jefferson Ricardo Pereira 1. INTRODUÇÃO Inúmeras técnicas para restaurar dentes tratados endodonticamente tem sido defendida com critérios para o sucesso dependendo de: variações de comprimento, forma e configuração da superfície, a quantidade de estrutura dentinária, materiais e técnicas utilizados na construção. 1. INTRODUÇÃO O núcleo metálico fundido tem sido considerado como a restauração de escolha para dentes tratados endodonticamente, quando não há dentina coronal, no entanto, a utilização de sistemas de pinos pré-fabricados está aumentando, pois todas as medidas podem ser concluídas no consultório, e um bom sucesso clínico pode ser esperado, simplificando os procedimentos restauradores. 1. INTRODUÇÃO O comprimento de um pino em relação ao comprimento da raiz é um problema não resolvido. Com as recentes melhorias na adesividade de resina composta à dentina, verdadeira retenção interna pode ajudar com o sucesso do tratamento. 2. OBJETIVOS Avaliar o efeito do comprimento do pino e tipo do pino préfabricado sobre a resistência à fratura de dentes endodonticamente tratados. 3. MATERIAIS E MÉTODOS - 60 caninos humanos hígidos 3. MATERIAIS E MÉTODOS - 15mm de remanescente radicular 3. MATERIAIS E MÉTODOS - Tratados endodonticamentes: técnica escalonada regressiva (# 35 na constrição apical) técnica da condensação lateral 3. MATERIAIS E MÉTODOS - desobturados e alargados por brocas de Largo (nº 2, 3 e 4), a uma profundidade de 10mm, 7,5mm e 5mm. 3. MATERIAIS E MÉTODOS - os dentes foram divididos aleatoriamente em seis grupos (N=10) - os grupos 1, 2 e 3 foram restaurados com núcleos metálicos fundidos e os grupos 4, 5 e 6 com pinos pré- fabricados - os grupos 1 e 4 receberam pinos intra-radiculares inseridos até dois terços do conduto radicular, os grupos 2 e 5 até a metade e os grupos 3 e 6 até a distância de 1/3 do comprimeto radicular 3. MATERIAIS E MÉTODOS - todos esses pinos foram cimentados com cimento ionômero de vidro (Vidrion C) seguindo as instruções do fabricante - após a completa presa do cimento, os excessos foram removidos e a estrutura coronal sofreu condicionamento com ácido fosfórico a 37% durante 30 segundos e, em seguida, o sistema adesivo Adpter Single Bond 2 foi aplicado 3. MATERIAIS E MÉTODOS - para reproduzir a porção coronária dos núcleos preenchimento foi utilizada resina composta Charisma de - finalizada a confecção das porções coronárias dos pinos préfabricados e dos núcleos metálicos fundidos todos os dentes foram restaurados com coroas totais metálicas 3. MATERIAIS E MÉTODOS - constituídos todos os grupos, estes foram submetidos à carga dinâmica com simulação de impacto - o conjunto que não falhou ao teste de carga dinâmica foi destinado à Máquina de Ensaio Universal (Kratos – São Paulo – Brasil) para ser submetido a compressão estática progressiva controlada sobre o dente com velocidade de 0,5mm/min - os corpos de prova sofreram um força de compressão num ângulo de 45º com o longo eixo do dente 4. Resultados - A tabela 1 apresenta a média de resistência à fratura (em N), obtida através do teste de compressão e o desvio padrão para cada grupo estudado após o teste de compressão estática. Grupo Média (N) SD 1 353,78 (93,78) 2 255,97 (103,39) 4 217,16 (134,26) 5 152,07 (66,34) 4. Resultados - Os padrões de fratura de todos os grupos estão apresentados na tabela 2: Profundidade 1/3 1/2 2/3 Evento Tipo de Pino Teste X2 p Fundido Latão Fratura Dente 70% 10% 5,21 0,022479 ** Soltura de Pino 30% 30% 0,24 0,625585 Fratura Pino 0% 60% 5,95 0,014697 ** Resistência 0% 0% 0 0 Fratura Dente 50% 10% 2,14 0,143235 Soltura de Pino 0% 0% 0 0 Fratura Pino 0% 50% 4,27 0,038867 ** Resistência 50% 40% 0 1 Fratura Dente 20% 20% 0 0 Soltura de Pino 0% 0% 0 0 Fratura Pino 0% 40% 2,81 0,093532 Resistência 80% 30% 3,23 0,072198 4. Resultados - A maioria das falhas nos grupos restaurados com núcleos metálicos fundidos ocorreram devido à fratura da raiz. No entanto, nos grupos restaurados com pinos pré-fabricados a falha ocorreu devido à fratura do pino (Tabela 3 e 4): Evento Fratura Dente Soltura de Pino Fratura Pino Resistência 1/3 70% 30% 0% 0% 1/2 50% 0% 0% 50% núcleos metálicos fundidos 2/3 20% 0% 0% 80% Evento Fratura Dente Soltura de Pino Fratura Pino Resistência 1/3 10% 30% 60% 0% pinos pré-fabricados 1/2 10% 0% 50% 40% 2/3 20% 0% 40% 30% 5. Discussão O presente estudo aceita a hipótese de que existe uma diferença significativa no efeito do comprimento do pino sobre a resistência à fratura e a hipótese de que existe uma diferença significativa entre os tipos de pinos. 5. Discussão No presente estudo, foi observado que o grupo 1 apresentou maior resistência à fratura (p <.05), quando comparados com os grupos 2 e 3. Estes resultados acredita-se estar relacionado à maior resistência da liga de níquel-cromo, e o módulo de elasticidade maior deste material. Isto está de acordo com Standlee et al. e Holmes et al. que mostrou que o aumento do comprimento do pino em dentes resultou em uma distribuição de tensões mais favorável ao longo do pino. 5. Discussão O uso de um pino pode enfraquecer a raiz mais do que reforçar. Isto é explicado devido ao aumento do comprimento do pino nestes grupos não aumentar a resistência à fratura dessas raízes no presente estudo. Nossos resultados estão de acordo com Isidor et al. que mostrou que o aumento do comprimento do pino, quando o dente foi restaurado com pinos pré-fabricados não aumentou a resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente. 5. Discussão Neste estudo quando comparado o grupo restaurado com pino/núcleo metálico fundido e pino pré fabricado e núcleo de resina composta com 5 mm de comprimento de pino cada um todos os espécimes não resistiram a carga dinâmica. Isto pode ser explicado porque estudos de laboratório mostram que aumentando o comprimento do pino em dentes com núcleo resulta em uma distribuição de tensões mais favorável ao longo do pino, ou seja, quando os pinos apresentam-se curtos geram forças que sobrecarregam o conjunto dente/pino causando sua falha com cargas mais baixas. 5. Discussão A causa mais comum de falha quando a opção é a técnica direta (pino pré-fabricado e resina composta) é a fratura do material restaurador . Quando o pino metálico fundido foi utilizada a falha mais comum é a fratura da raiz como foi observado neste estudo. 6. Conclusão Esta investigação demonstrou que as raízes restauradas por pinos fundidos com 10 mm de comprimento de pino exibiram maior resistência à força de fratura do que aqueles restaurados pelos pinos pré-fabricados e resina composta. Apesar de sua baixa resistência, utilizando a técnica de pinos pré-fabricados e resina composta pode ser adequada porque em poucos casos causou fratura da raiz. 6. Conclusão As limitações deste estudo incluem o fato de ser um estudo "in vitro", que não replica as condições orais. Para resultados mais significativos, futuros termociclagem dos espécimes. estudos devem incorporar “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” (Albert Einstein) Obrigado!