CMYK Opinião Editora: Dad Squarisi // [email protected] [email protected] || 3214-1140 34 • CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, quinta-feira, 26 de novembrode 2009 VISÃO DO CORREIO A tragédia do crack á 20 anos, o crack estava restrito a uma área degradada do centro da capital paulista tomada por moradores de rua. Logo denominado Cracolândia, o reduto foi amplamente exposto pelos meios de comunicação, com imagens de menores fumando pedras da droga em cachimbos improvisados. Nem as luzes da mídia nem o vaivém de pessoas ou mesmo a eventual passagem de alguma viatura policial parecia incomodar os viciados — ou as autoridades. Quinze anos depois, ainda se vivia a ilusão de que o subproduto da cocaína, pelo preço baixo, não chegaria sequer ao Rio de Janeiro, onde seria tido como entrave aos grandes negócios do tráfico. Mas logo o consumo rompeu o quadrilátero paulistano, conquistou classes de maior renda e, nos últimos dois ou três anos, virou epidemia nacional. A dimensão da tragédia é revelada, desde ontem, por uma série de reportagens feitas por 10 repórteres de três veículos dos Diários Associados (Correio Braziliense, Estado de Minas e Diario de Pernambuco). Num levantamento minucioso, foram percorridos quase 7 mil quilômetros, abrangendo o Distrito Federal, as fronteiras do Norte e do Centro-Oeste do país, os estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco. O retrato é avassalador: o crack virou epidemia nas localidades mais remotas do território nacional — invadiu os pequenos municípios, a zona rural e chegou até aldeias indígenas. Propaga-se com rapidez comparável à com que vicia. Mais: o trabalho não só confirma o fracasso da política antidrogas do governo, admitido pelo próprio presidente Lula no início do mês, como mostra que a nova reação é pífia diante do problema. Programa emergencial lançado em H junho pelo Ministério da Saúde prevê investimentos de R$ 117,9 milhões até o fim de 2010. Serão contempladas 108 cidades, sendo sete delas localizadas em fronteiras, Palmas (capital do Tocantins) e as 100 maiores do país, todas com mais de 250 mil habitantes. A proposta é aumentar o número de leitos e de profissionais dedicados à saúde mental, instalar novos núcleos de apoio à saúde da família e mais centros de atenção psicossocial. Público-alvo: crianças e jovens que fazem uso abusivo de álcool e drogas ilícitas. É preciso muito mais. No Rio de Janeiro, só com mandado de segurança obtido por familiares, com apoio da Defensoria Pública, 32 pessoas conseguiram internação em clínicas especializadas nos últimos 12 meses. Se é essa a realidade da segunda cidade mais rica do país, imagine-se a dos rincões. No Rio Grande do Sul, quarto estado em participação no PIB nacional, o crack já responde por seis mortes diárias de pessoas entre 16 e 30 anos, o dobro da média de vítimas do trânsito. Além disso, de cada 10 atendimentos na emergência psiquiátrica do Hospital São Pedro, de Porto Alegre, sete são de usuários da droga que moram no interior. As muitas cracolândias espalhadas país afora exigem sistema público de saúde capaz de oferecer tratamento adequado e em quantidade suficiente para atender à demanda. Mas urge atuar também de forma intensiva na prevenção, com a conscientização da sociedade para os perigos da droga. Com R$ 5 é possível adquirir uma pedra de crack, cujos efeitos avassaladores têm início em 10 a 15 segundos após o consumo, duram de cinco a 15 minutos e levam o usuário, nesse breve espaço de tempo, de uma sensação de profundo prazer à depressão, ponte curta para nova dose. LÚCIO VAZ [email protected] >> Sr. Redator Cartas ao Sr. Redator devem ter no máximo 10 linhas e incluir nome e endereço completo, fotocópia de identidade e telefone para contato. E-mail: [email protected] Marcada para morrer O Correio Braziliense mostrou em 23/11, na página 6, uma filha do Brasil que, com o corpo frágil, mas muita garra e determinação em sua luta pelos mais pobres, está “cara a cara com a morte”. Só irá receber a devida atenção do ministro da Justiça, Tarso Genro, preocupado em manter no país o ex-terrorista Cesare Battisti, quando seu corpo crivado de balas assassinas estiver estendido em um canto qualquer do Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais, como aconteceu no Pará com a irmã Dorothy. A irmã Geraldinha, corajosa, sabe que a morte lhe ronda os passos. O silêncio do governo é maquiavélico. Mas, graças ao Correio Braziliense, pode ser que agora a irmã Geralda sobreviva e faça sua obra social em paz. Esse é o jornalismo que muda a cara do Brasil. Parabéns! » Laécio Alencar, Águas Claras Praga sem fim Concurso suspenso Há cerca de 20 anos, a perseguição aos marajás foi anunciada em campanha eleitoral pelo então candidato a presidente Fernando Collor, o breve. No poder, pouco ou nada fez para eliminar os altos salários. Até porque não dependia só dele. Nos últimos anos, vários setores da administração pública, com o apoio da mídia, vêm travando uma luta sistemática, incansável, mas pouco eficiente contra essa verdadeira praga do serviço público. Levantamento recente feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) aponta 1.061 servidores que ganham acima do teto constitucional — R$ 25,7 mil —, o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Treze servidores, pasmem, recebem acima de R$ 100 mil! Pelo menos 26 contam com cinco fontes pagadoras. Um deles chega a ter 11 fontes distintas. O prejuízo aos cofres públicos alcança R$ 150 milhões ao ano. Os dados são parciais, porque alguns órgãos ainda escondem os seus marajás. No Senado, por exemplo, há 432 deles. Para os ministros do Supremo, o teto é autoaplicável, mas o Senado acha que não, e ponto final. O TCU também não obteve os dados dos aposentados das empresas estatais, dos poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais de No início do ano foi lançado concurso público para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), logo suspenso. Desde então, não foi dada qualquer notícia a respeito. Milhares de pessoas como eu pagamos a taxa de inscrição e o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe) se nega a devolver o valor. Ora, os candidatos devem ter o direito de não mais desejarem prestar o concurso, pois as condições foram alteradas e nem sequer existe data prevista para a sua realização. A Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor (Prodecon) e o Ministério Público, nesses casos, têm que agir e obrigar os organizadores a devolver sem burocracia as taxas pagas, pois quando concordam em devolver, colocam dificuldades como a presença em horá- contas dos estados e dos inativos das Forças Armadas. Ah! Também ficaram de fora aposentados dos estados e municípios. Resumindo, ninguém sabe com precisão quantos e quem são os marajás. Muito mais difícil será eliminá-los da vida pública. Ocorre que há centenas de casos de pessoas que recebem vencimentos de mais de um poder. Outras vezes, recebem salários de várias esferas da administração — Executivo, Legislativo e Judiciário. O Ministério Público no TCU entende que o Ministério do Planejamento deve regulamentar essa farra, fazer um banco de dados com informações dos três poderes, em todos os níveis. Deve, ainda, dizer quem deve fazer o abate-teto (o corte da remuneração acima dos R$ 25,7 mil). Mas o Planejamento diz que não é com ele, que não pode interferir em outros poderes, coisa e tal. O próprio TCU decidiu, há cerca de um mês, que o teto não é autoaplicável, precisa ser regulamentado. Há um punhado de pessoas bem intencionadas nessa luta contra os marajás, algumas delas na batalha há 10, 20 anos. Há a Constituição estabelecendo o teto, mas o fim do privilégio parece distante. Por muito tempo ainda eles continuarão rindo da nossa cara. ‘‘Na quarta parte nova os campos ara E se mais mundo houvera,lá chegara’’ CORREIO BRAZILIENSE Camões, e, VII e 14 Diretor Presidente Vice-Presidente Institucional Vice-Presidente Executivo ÁLVARO TEIXEIRA DA COSTA ARI CUNHA EVARISTO DE OLIVEIRA Josemar Gimenez Paulo Cesar Marques Diretor Financeiro Mauro Nakao Diretor Industrial Diretor de Tecnologia Diretor Jurídico Vitório Augusto de Guilherme Machado Osvaldo Abílio Braga Fernandes Melo Editora-chefe Editor executivo Ana Dubeux Carlos Marcelo Presidente do Conselho Editorial Desabafo >> Pode até não mudar a situação, mas altera sua disposição Para debater o apagão, a intocável Dilma só irá ao Congresso ao apagar das luzes. Luiz Filipe Medeiros — Núcleo Bandeirante Vandalismo A que ponto chegamos! Temos visto constantemente alunos depredando escolas, jovens violentos, falta de respeito aos outros e às leis, dentre outras coisas. Há que se repensar a formação das crianças e dos jovens brasileiros. Não se pode deixar que eles tudo possam. Tem que se colocar limites, cobrar e dar responsabilidade a esses jovens. As escolas têm que adotar normas mais rígidas, cobrar respeito e dedicação, punir os alunos que assim o mereçam com advertências, suspensões e até expulsões, se necessário. Adotando isso, forçará também que os pais cobrem dos filhos postura diferenciada. Os governos têm adotado erroneamente a prática de sempre passar de série os alunos e isso levou à baderna. Infelizmente temos visto professores com medo dos alunos, praticamente reféns deles. A continuar assim, estaremos formando vândalos e irresponsáveis para o futuro. » Paulo Pereira de Paiva, Lago Norte É muito fácil acabar com a falta de vagas nas quadras de Brasília. Basta criar estacionamento rotativo pago. Quero ver motorista ficar lá o dia inteiro, para trabalhar ou comprar alguma coisa. Não sei o que há com o Detran do DF, a meu ver o mais incompetente do país. Se é para engordar ainda mais a indústria das multas... Não é à toa que Brasília leva a pecha de o visitante levar como souvenir daqui, uma multa. » Lilian M. Mansur, Sobradinho S.A.CORREIO BRAZILIENSE – Administração, Redação e Oficinas Edifício Edilson Varela, Setor de Indústrias Gráficas - Quadra 2, nº 340 - CEP 70610-901. Rede Interna: 3214.1102 - Redação: (61) 3214.1100; Fax (61) 3214.1155 - Comercial: (61) 3214.1200; Fax. (61) 3214.1205 - Sucursais: Rio de Janeiro: Rua do Livramento, 189 Tel. (21) 253.4775; Fax. (21) 253.1262. 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Olhem bem as exigências para tal ingresso! Marco Antonio Fantini Amorim — Taguatinga O PT só não ganha, se quiser! Lula viaja com Dilma para cima e para baixo, passam filme eleitoreiro, abrem as torneirinhas… Assim, até eu! Rinaldo Almeida — Asa Norte Painel do leitor Vagas COMO ENTRAR EM CONTATO COM O CORREIO Marcelo Pimentel CMYK Diretor de Redação Diretor de Comercialização e Marketing rio comercial, fazer requerimento, apresentar documentos e esperar longos dias por uma resposta. Na mesma conta bancária de onde sai o pagamento da taxa de inscrição deve ser creditada a devolução. » Maria José C. Holanda, Asa Sul Imagem que mais chamou a atenção Edição: 25.11.09 Matéria que mais chamou a atenção Patrícia Cruz/Agência Luz/Esp. CB/D.A Press 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Aprovação da abordagem da matéria que mais chamou a atenção 93% Nota da capa 84 VENDA AVULSA Localidade DF/GO MG/RJ/SP TO/MA/CE/PI RN/PB/PE 85 Nota da edição Fonte: Diretoria de Comercialização e Marketing ASSINATURAS * SEG/SÁB R$ 2,00 R$ 2,50 R$ 2,50 R$ 2,50 DOM R$ 3,00 R$ 4,00 R$ 4,00 R$ 4,00 SEG a DOM e feriados R$ 386,00 R$ 772,00 180 EDIÇÕES 360 EDIÇÕES SEG a DOM e feriados R$ 327,00 R$ 530,00 180 EDIÇÕES 360 EDIÇÕES (promocional) * Preços válidos para o Distrito Federal e entorno. Consulte a Central de Atendimento (3342-1111) para mais informações sobre preços e entregas em outras localidades, assim como outras modalidades e formas de pagamento. Assinaturas com forma de pagamento em empenho terão valores diferenciados Informamos que os Classificados só circulam no DF. Preços válidos para até 5 (cinco) assinaturas por CNPJ ou até 3 (três) assinaturas por CPF. 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