Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento MARIA CRISTINA FRANCO LOPES LINHARES A importância de um sistema de avaliação da estação de trabalho utilizando tecnologia da informação São José dos Campos, SP 2009 MARIA CRISTINA FRANCO LOPES LINHARES A importância de um sistema de avaliação da estação de trabalho utilizando tecnologia da informação Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia da Universidade do Vale do Paraíba, como complementação dos créditos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Biomédica. Orientador: Prof. Dr. Roosevelt Alves da Silva São José dos Campos, SP. 2009 ì F895a Franco Lopes , Maria Cristina A importância de um sistema de avaliação da estação de trabalho utilizando tecnologia da informação I Maria Cristina Franco Lopes Linhares. Orientador Prof.Dr. Roosevelt Alves da Silva. São José dos Campos:2009. 1 Dico laser.Color.: Dissertação de Mestrado apresentadaao Programa de Pós Graduação em Bioengenharia do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraiba, 2009. 1. Ergonomia 2. Postura 3. Transtornos Traumáticos Cumulativos 4. Postura/Equipamentos 5. Avaliação 6. Fisioterapia I. Da Silva, Roosevelt Alves, Orientador tr. Título CDU:615..8 p*+a fins-acad.ênrieos-eeientífie+s;-4"repre&-rçãe'r.+tal--o+==-= - --Autorizo, exch+$+rarnente processo fotocopiadoresou transmissãoeletrônica,desdeque por parcial desta dissertaçáo, citada a fonte. Assinaturado aluna: Data: $bfoz MARIA CRISTINA F'RANCOLOPES LINHARES í ..A rMpoRTÂNCrADE uM srsrEMA DE AVALIAÇÃo oe rsreçÃo DE TRABALHO UTILIZANDO TECNOLOGIADA INFORMAçÃO', Engenharia Dissertação aprovada como requisito parcial à obtençãodo grau de Mestre em Pesquisae Biomédica, do Progratna de Pós-Graduaçãoem Bioengenharia,do Instituto de pela seguinte Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba,SãoJosédos Campos,SP, banca examinadora: Prof.Dr. RODRIGO ALEXIS LAZO OSORIO (UNIVAP) Prof. Dr. ROOSEVELT ALVES DA SILVA (LINIVAP) Prof.Dr. EDUARDO BARRERE (UFJF) Profl. Dra. SandraMaria Fonsecada Costa Diretor do IP&D - UniVaP SãoJosédosCampos,03 dejulho de 2009' Dedico este trabalho aos meus pais, Montenegro e Victória, meu irmão Santiago e meu marido Flávio, pelo apoio, amor e carinho despendidos. AGRADECIMENTOS Agradeço à Leonardo Aquino e Arnaldo Cezar Coelho por permitirem que o estudo fosse realizado na empresa de Radio Difusão TV Rio Sul, e que seus funcionários participem do estudo. Agradeço à Hudson Souza por facilitar o processo de coleta dos dados dos usuários da empresa TV Rio Sul, sem o qual este estudo não seria possível. Agradeço aos funcionários da TV Rio Sul o desprendimento e disponibilidade à participarem do estudo. Agradeço à Santiago Franco Lopes e Flávio Linhares pela cooperação no tratamento dos dados coletados. Agradeço à Roosevelt da Silva pela dedicada orientação, sugestões pertinentes e desenvolvimento do sistema relacionado à este trabalho. “Seja a mudança que você quer ver no mundo.” Dalai Lama A IMPORTÂNCIA DE UM SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRABALHO UTILIZANDO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO RESUMO Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho são doenças de alta incidência na era contemporânea, mecanismos de prevenção e tecnologia, pretendem minimizar as causas e efeitos do seu aparecimento. O uso de computadores tornou-se imprescindível, tanto no ambiente de trabalho como em situações de uso pessoal nas horas vagas, impactando negativamente na saúde dos trabalhadores, gerando prejuízos aos cofres públicos e empresas. Por este motivo, há necessidade de uma política de prevenção e estímulo a manutenção da postura adequada dos usuários, diminuindo os possíveis riscos ergonômicos envolvidos na atividade laboral. O estudo está inserido na área de ergonomia, de acordo com as normas e conformidades regidas em lei, pelo Ministério do Trabalho, onde foi avaliada a importância da utilização de um sistema de captura de imagens em usuários de computador/laptop. O sistema Dorgem 2.1® foi utilizado para a captura de 2160 imagens, em intervalos de 5 minutos, por 6 horas diárias, durante 3 dias de coleta. A amostra utilizou 10 indivíduos, usuários de computador ou laptop por mais de 25 horas semanais, no ambiente de trabalho, através de webcam posicionado à frente do mesmo. Ferramentas complementares como Índice de Esforço, método RULA e checklist de Hudson Couto para escritórios, foram aplicadas em diversos aspectos e situações encontradas, para avaliar e quantificar os possíveis riscos ergonômicos envolvidos. Os resultados revelam como um sistema de captura de imagens é capaz de avaliar a postura do usuário de computador/laptop no trabalho. E pretende promover o acesso a um novo meio de avaliação, capaz de analisar a postura e adequação, podendo representar uma inovação à saúde humana. Palavras-chave: computador, ergonomia, distúrbios osteomusculares. THE IMPORTANCE OF AN EVALUATION SYSTEM OF THE WORKSTATION USING INFORMATION TECHNOLOGY ABSTRACT Musculoskeletal disorders are work-related diseases of high incidence in the contemporary era, prevention mechanisms and technology, to minimize the causes and effects of their appearance. Computer use has become essential both in the workplace and in personal situations in my spare time, impacting negatively on the health of workers, causing damage to public coffers and businesses. For this reason, there is need for a policy of prevention and encouraging the maintenance of proper posture of the users, reducing the potential ergonomic risks involved in work activity. The study is placed in the area of ergonomics, according to the standards and compliance governed by law, the Ministry of Labor, where he was rated the importance of using a system for capturing images in the users computer / laptop. The system Dorgem 2.1 ® was used to capture images of 2160, at intervals of 5 minutes for 6 hours daily for 3 days of collection. The sample was 10 individuals, users of computer or laptop for more than 25 hours per week, on the desktop, via webcam positioned in front of it. As complementary tools Effort Index, RULA method and checklist Hudson Couto office were applied to various aspects and situations encountered, to assess and quantify the potential ergonomic risks involved. The results show how a system for capturing images is able to assess the posture of the User's computer / laptop at work. Promotes access to a new means of assessment, able to analyze the posture and fitness, which may represent a breakthrough for human health. Keywords: computer, ergonomics, musculoskeletal disorders. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Desenho da coluna vertebral na posição sentada e a possível compressão do disco intervertebral durante a manutenção da mesma por longos períodos de tempo. ................................................................................................................18 Figura 2: Estatística da ocorrência de doenças ocupacionais em profissionais ........21 Figura 3: Tela do aplicativo Ergonomix®. ..................................................................33 Figura 4: Tela do aplicativo Break Time®. .................................................................34 Figura 5: Tela do Ergocheck®....................................................................................35 Figura 6: Tela do sistema SAPO® .............................................................................36 Figura 7: Telas do sistema Dorgem 2.1® ...................................................................38 Figura 8: Exemplo de estação de trabalho ................................................................42 Figura 9: Relação desconforto e mesa de trabalho do grupo entrevistado ...............47 Figura 10: Classificação das imagens capturadas ....................................................50 Figura 11: Percentual de imagens classificadas .......................................................51 Figura 12: Percentual de imagens encontradas para cada indivíduo do estudo .......52 Figura 13: Relação do total de posturas encontradas entre indivíduos do sexo feminino e masculino..........................................................................................53 Figura 14: Análise da freqüência de posturas adotadas por cada usuário................54 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Evolução do emprego formal no Brasil.....................................................22 Quadro 2: Classificação das imagens coletadas no estudo ......................................44 Quadro 2 cont.: Classificação das imagens coletadas no estudo .............................45 Quadro 3: Índice de Esforço Moore e Garg e o método RULA .................................48 Quadro 4: Checklist de Hudson Couto para os Postos de Trabalho .........................49 12 LISTA DE SÍMBOLOS BMP CPU DORT FTP I JPEG K NR 17 OSHA PA PC PI PID PIE PNG PP PRD PRE RAIS RULA Web ∆t Bitmap Unidade de Processamento Central Doença Ocupacional Relacionada ao Trabalho File Transfer Protocol Incidência de imagem Joint Photographic Experts Group Tipo de imagem Norma Regulamentadora 17 Ocupaccional Safety and Health Association Postura anteriorizada Postura correta Postura Inadequada Postura inclinada à esquerda Postura inclinada à direita Portable Network Graphics Postura posteriorizada Postura rodada à esquerda Postura rodada à direita Relação Anual de Informações Sociais Rapid Upper Limb Assessment World Wide Web Intervalo de tempo 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 15 2 DORT EM USUÁRIOS DE COMPUTADOR.............................................................................................. 17 3 ERGONOMIA .................................................................................................................................................. 23 3.1 CONCEITO ................................................................................................................................................... 23 3.2 NORMA REGULAMENTADORA 17 ........................................................................................................ 24 3.3 FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO DE RISCO ERGONÔMICO ........................................................ 27 3.3.1 STRAIN INDEX – ÍNDICE DE ESFORÇO DE MOORE E GARG..................................................... 28 3.3.2 MÉTODO RULA – RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT .................................................................. 30 3.3.3 Checklist de Hudson Couto ....................................................................................................................... 31 4.2 SISTEMAS DE AVALIAÇÃO POSTURAL POR CAPTURA DE IMAGEM ....................................... 34 4.3 SISTEMAS DE CAPTURA DE IMAGEM ATRAVÉS DA WEBCAM .................................................. 37 5 OBJETIVOS ..................................................................................................................................................... 39 5.1 OBJETIVOS GERAIS.................................................................................................................................. 39 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................................................................... 39 6 JUSTIFICATIVA............................................................................................................................................. 39 7 METODOLOGIA ............................................................................................................................................ 41 8 RESULTADOS................................................................................................................................................. 48 8.1 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA POSTURA POR IMAGENS...................................................... 52 9 DISCUSSÃO ..................................................................................................................................................... 57 10 CONCLUSÃO ................................................................................................................................................ 61 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 62 14 APÊNDICE A – Questionário Inicial ................................................................................................................ 65 APÊNDICE B – Resultado do Questionário Inicial ........................................................................................ 66 APÊNDICE C – Aplicação Índice de Esforço de Moore e Garg ..................................................................... 67 APÊNDICE D – MÉTODO RULA – RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT - Avaliação para Postura Centralizada......................................................................................................................................................... 68 APÊNDICE E – MÉTODO RULA – RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT - Avaliação para Postura Anteriorizada ....................................................................................................................................................... 69 APÊNDICE F – MÉTODO RULA – RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT - Avaliação para Postura Posteriorizada ...................................................................................................................................................... 70 APÊNDICE G – MÉTODO RULA – RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT - Avaliação para Postura Rodada à Direita ou Esquerda ........................................................................................................................... 71 APÊNDICE H– MÉTODO RULA – RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT - Avaliação para Postura Inclinada à Direita ou Esquerda ........................................................................................................................ 72 APÊNDICE I- CHECKLIST PARA ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DO POSTO DE TRABALHO AO COMPUTADOR – .............................................................................................................................................. 74 ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................................................................. 81 ANEXO B – Índice de Esforço - MOORE&GARG ........................................................................................ 84 ANEXO C – Método RULA ............................................................................................................................... 85 ANEXO D – CHECKLIST PARA ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DO POSTO DE TRABALHO AO COMPUTADOR ................................................................................................................................................. 86 15 1 INTRODUÇÃO A tecnologia trouxe consigo importantes contribuições que fizeram tornar indispensável o uso dos computadores, softwares e laptops que, de modo geral, tornouse imprescindível na maioria dos ramos profissional e empresarial. Juntamente com os benefícios oferecidos pelo seu uso, é necessário considerar as doenças que vem sendo geradas em razão do aumento do período de tempo em frente ao computador. Muitas horas no computador, sem levar em conta as questões ergonômicas e o desconforto visual, têm sido comprovadas ser prejudicial à saúde (Ministério do Trabalho, 2004). Esta situação é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de Doença Ocupacional Relacionada ao Trabalho (DORT) que, neste caso em particular, tem relação com a posição sentada e as funções de digitação e manuseio do mouse, sendo uma realidade que vem comprometendo o ritmo operacional de várias empresas. A incidência de DORT vem crescendo a cada dia, levando a degradação da saúde dos indivíduos, tornando-se um dos problemas atuais enfrentados pela administração empresarial (PARA TECNOLOGIES, 2007). Tem sido observada uma correlação entre casos de DORT, em usuários de computador, que permanecem por mais de quinze horas semanais à frente do computador. Sintomas nos braços e mãos aumentam, quando o usuário passa mais de vinte horas semanal usando o mouse e o teclado (Ministério do Trabalho, 2004). Desordens músculo esqueléticas na região do pescoço e ombro são as maiores causa de afastamento do trabalho (DEMPSEY, 2007), resultando em custo pessoal e econômico à comunidade. A relação entre desordens e uso do computador está estabelecida em cerca de 80% dos usuários de teclado, que reportam sintomas músculo esqueléticos, onde é comum o relato de desconforto em ombros e braços, no uso do mouse. A postura do individuo em trabalho com flexão e abdução do ombro, contribui para sintomas no pescoço e músculo trapézio. O uso do teclado envolve contração dinâmica dos músculos pequenos do antebraço e mão, acompanhado de atividade contínua do braço, ombros, pescoço e músculos do tronco para manter a postura. O uso do mouse envolve unilateralmente ombro em flexão, abdução e rotação 16 externa, fator crítico resultando em requerimento no deltóide e trapézio da cervical (DEMPSEY, 2007). Instituições internacionais como a Occupacional and Safety Health Administration (OSHA) e o Ministério do Trabalho e Saúde, apresentam normas e aconselhamentos de como o usuário de computador e laptop deve organizar a mesa de trabalho e sua postura, de modo que, minimize os fatores de risco ergonômico, e evite o aparecimento de doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho. A idéia é manter os profissionais informados das melhores condições de trabalho, promovendo a saúde do trabalhador. A ergonomia, ciência que estuda a relação entre homem e trabalho, e suas reais necessidades de ajustes, promovendo prevenção, tratamento e saúde no ambiente. Atua em mais variados setores, com responsabilidade de garantir ao trabalhador um ambiente seguro, sadio, e de certa forma, que as conformidades sejam cumpridas. O estudo apresenta como um sistema de captura de imagens, programado em intervalos de tempo, pode ser utilizado para avaliar a postura de usuários de computador/laptop no trabalho. O administrador pode programar o intervalo de tempo de acordo com o interesse de seu estudo, e através da observação das imagens produzidas ao longo do dia, classificá-las e utilizá-las estatisticamente no futuro. Pretende-se que o estudo possa ser utilizado para definir uma tendência de posturas adotadas pelo indivíduo ou grupo, bem como, auxiliar na regulação à partir de um sistema automático de captura e processamento de imagens atualmente em desenvolvimento. 17 2 DORT EM USUÁRIOS DE COMPUTADOR A posição sentada aparentemente inofensiva, é a que mais agride a nossa coluna devido à dois importantes fatores: má postura e assento impróprio, se tornando bastante agressivo e comprometedor. Na postura sentada o peso do corpo é apoiado nas tuberosidades isquiáticas do osso que forma a pelve, e tecidos moles circundantes. A curva da coluna lombar depende da inclinação do osso do sacro, no final da coluna, dependendo da postura da pelve (OFTEGA, 2007). O trabalho sentado proporciona maior eficiência e redução do trabalho estático, responsável pela fadiga muscular, pois reduz o esforço das pernas, diminui o consumo energético, desacelera o sistema circulatório, além de proporcionar maior estabilidade da parte superior do corpo. Apesar disso, nem tudo é benéfico, uma vez que o trabalho, realizado na posição sentada, proporciona: flacidez dos músculos abdominais; curvatura da coluna vertebral, o que prejudica o sistema digestivo e respiratório; sobrecarrega os músculos das costas e, dependendo da posição, aumenta a pressão dos discos intervertebrais localizados entre as vértebras (KROEMER, 1998). Na visão frontal e lateral da coluna vertebral, a cabeça é sustentada por 7 vértebras cervicais, 12 dorsais e 5 vértebras lombares. Estas constituem a parte móvel da coluna vertebral e logo abaixo 5 vértebras sacras soldadas no sacro formando a parte óssea da pelve e estão unidas aos ossos do quadril situados em ambos os lados da pelve. Na área das vértebras cervicais existe uma curvatura anterior denominada lordose, nas vértebras dorsais encontramos uma curvatura posterior denominada cifose normal e na área das vértebras lombares uma nova curvatura anterior. A liberdade de movimentos entre as vértebras individuais está garantida por elementos de ligação denominados discos intervertebrais (OFTEGA, 2007). Dois fatores têm uma importância decisiva para a capacidade funcional do disco intervertebral. Um primeiro fator é a situação metabólica, os discos não possuem um sistema vascular próprio, se nutrem unicamente através da difusão, pela entrada e saída de fluídos dos tecidos próximos, este processo existe incluso com o menor movimento entre os segmentos de movimento individual. O segundo fator é a capacidade para suportar cargas mecânicas do anel fibroso em que seja muito 18 resistente a aplicação de pressão, precisa de uma grande resistência à tração, o que significa que pode romper-se somente a tensão durante longos períodos de tempo. Algumas partes do anel fibroso estão submetidas a esta classe de cargas de tração, quando as superfícies dos corpos vertebrais não estão paralelas entre si. Isto ocorre, quando uma pessoa se senta com a coluna curvada. A postura sentada rígida sem mudança exerce um efeito negativo no metabolismo dos discos intervertebrais conforme apresentado na Figura 1(OFTEGA, 2007). No caso das estruturas do anel fibroso está exposta uma carga de pressão elevada na parte anterior e carga de tração elevada na posterior. É exatamente esta carga de tração que pode produzir danos permanentes na banda fibrosa do disco intervertebral à longo prazo, com a conseqüência de que já não poderá suportar a pressão exercida por um núcleo pulposo. O interior do disco penetra então pelo conduto vertebral, o que predispõe a desenvolver uma hérnia discal. Esta série de fatores de esforço, devido a uma postura inadequada (PI), não se limita às estruturas do disco intervertebral, senão que afeta também aos demais elementos do segmento de movimento. Já sabemos que a coluna vertebral está estabilizada pelos ligamentos longitudinal anteriores e posteriores, os diversos ligamentos unidos às apófises espinhais e transversas, e ligamentos. Outra diferença do ligamento longitudinal anterior, o posterior está dotado de abundantes terminações nervosas, outro fator que pode ajudar a explicar muitos casos de dores na coluna ocasionados por uma má postura sentada (OFTEGA, 2007). Figura 1 : Desenho da coluna vertebral na posição sentada, e a possível compressão do disco intervertebral durante a manutenção da mesma postura por longos períodos de tempo. Fonte: Oftega( 2007). 19 Na posição sentada o ideal é manter a mínima flexão dos ombros e pescoço. Então, a indústria tem desenvolvido suportes ajustáveis, separando o teclado da torre do computador, sugerindo que, baixa postura do pescoço e flexão do ombro aumenta a carga biomecânica, aumentando desconforto e possibilitando desenvolver DORT. Foram testados 60 indivíduos, a partir de imagens laterais, quanto à postura e fadiga durante 20 minutos de atividade ao computador, comparando computador e laptop. Foi colocada uma câmera de 35 mm à direita e sobre a cabeça do sujeito e adquiridas imagens no começo da tarefa durante 5, 10, 15, 17, 18 e 20 minutos. A partir das imagens mensurou-se a flexo-extensão de tronco, flexão de pescoço, flexão de ombro, flexão de cotovelo, flexão e extensão de mãos, altura da cabeça, protração e retração do pescoço e protração e retração da escápula. A sétima vértebra cervical foi referência dos ângulos de mensuração do tronco e pescoço, e a análise estatística mostrou diferença significante entre os usuários de computador de mesa à de laptop. Nos usuários de laptop ficou evidenciado a protração do pescoço, cansaço visual e fadiga, pois durante a análise percebeu-se inquietação do mesmo (STRAKER; JONES; MILLER, 1997). A colocação do display pode influenciar na postura da cabeça e pescoço, ou gerar sintomas nos olhos e pescoço. Um aumento da altura do visor está associado à uma menor taxa de piscar e maiores sintomas oculares, já baixa altura do display está associada ao aumento da atividade muscular do pescoço. Então, recomenda-se que o centro da tela esteja entre 15 ° e 25 ° abaixo da linha horizontal dos olhos (REMPEL; WILLS, 2007). Um estudo utilizou 24 usuários de computador em distintas tarefas, durante 2 horas em três distâncias 46, 66, e 86 cm, enquanto a postura do tronco e cabeça foi monitorada. A tarefa envolveu visualização por 90 min de pesquisa na internet, seguido de 15 minutos de edição de documentos no Word. A cadeira, monitor, mouse e superfície foram ajustados às medidas antropométricas do participante e o encosto foi mantido a um ângulo de inclinação de 110°, no início do estudo. O participante não pôde ajustar o encosto da cadeira após o início da tarefa, apenas ajustar o tronco e a cabeça. Ao final de cada tarefa, a acomodação do olho era medida e sintomas registrados. Em geral, os participantes não mantiveram nem a distância inicial entre os 20 olhos e o monitor, nem a postura inicial de referência, ou seja, inclinados para trás contra o encosto, que significa distâncias de 52,4, 73,0, e 85,3 cm, respectivamente, longe da distância do monitor. Os participantes moveram à cabeça e o tronco durante a tarefa, para diminuir a distância do monitor de 85,3 cm para 77,5 cm durante a tarefa, uma diferença de 7,8 cm. Os resultados desta análise foram semelhantes aos das diferentes medidas, a distância teve um efeito significativo na visão turva, seca ou irritada dos olhos, cefaléias, mas não no visual ou fadiga ocular ou pescoço. Então, é recomendado que o monitor do computador seja posicionado entre 52 cm e 73 cm de distância dos olhos. A posição do monitor de um computador deve ter em conta a dimensão das imagens e caracteres na tela e a acuidade visual do usuário. As tarefas levaram os participantes a fazer ajustes posturais em seus troncos e cabeças que os moveu para mais perto do monitor. Além disso, a maior distância causou um aumento nos sintomas visuais, cefaléias e desconforto visual (REMPEL; WILLS, 2007). Com o advento da interface gráfica no uso do computador, o mouse se tornou indispensável na atividade computacional e têm mostrado um alto percentual de dores associadas ao seu uso intensivo. Por este ser um fator de risco para dores no antebraço e punho, uma hipótese seria que, no uso do mouse o sujeito está exposto por prolongado trabalho na postura estática, envolvendo mão e punho em extensão. Durante a digitação, a carga estática acontece nos extensores de punho, no uso do mouse, seu designer de dois botões, necessita de múltiplas ativações combinando postura de extensão de punho (ERGOCHEK, 2007). Quando tratamos de trabalho e aplicação de forças, estamos diretamente ligados à capacidade de contração e relaxamento muscular. A maior ou melhor propriedade do músculo está justamente na sua capacidade de contrair e distender-se, conseqüentemente gerando força. A estrutura músculo esquelética dos membros superiores, desperta grande interesse no ambiente industrial, visto que, estas estruturas não foram programadas para gerar grande volume de força por longos períodos de maneira cíclica. Estudos científicos permitem afirmar que em plenas condições físicas e mentais, homens e mulheres têm capacidades diferentes de gerar força muscular, fator decorrente da estrutura anatomo-fisiológica de ambos. Resultados apontam que a força máxima de um destes grupos musculares de apertar as mãos foi de 460 N, 21 aproximadamente 40,67 kg para homens, e 280 N ou 28,55 kg para mulheres. Ainda permitindo discutir alguns fatores que podem interferir na geração de forças, como idade, bem-estar, motivação. Os trabalhadores entre 50 e 60 anos, exercem 70 a 85% da força máxima original, gênero mulheres tem 66,66% da força dos homens. Portanto, conclui-se neste ponto que os parâmetros repetitividade e força são complexos e envolvem uma gama de fatores que podem contribuir para avaliações precisas ou não de uma situação de trabalho (PEGATIN, 2008). O número de doenças ocupacionais vem aumentando no Brasil. Estatísticas do INSS, seguradora oficial dos trabalhadores lesionados, mostram o aumento de 54,73% no número de doenças ocupacionais entre 2000 e 2005 conforme ilustrado na Figura 2. Figura 2: Estatística da ocorrência de doenças ocupacionais em profissionais com registro em carteira de trabalho nos anos de 2000 à 2005 . Fonte: Associação Brasileira e Higienistas Ocupacionais(2008). Os números refletem apenas os trabalhadores formais, basicamente os que têm carteira profissional assinada, os servidores públicos ou que tem algum tipo de contrato para prestação de serviços com tempo determinado. Não estão inclusos aqueles que sem carteira profissional assinada por um empregador, ainda que muitos deles estão expostos aos riscos ambientais em empresas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS, 2008). 22 Entre 2000 e 2005, o número de trabalhadores formais, cadastrados a partir da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), relação anual de informações sociais, passou de 26.228.629 para 32.661.557, correspondendo a um aumento de 24,5%. Portanto é possível notar que o crescimento das doenças ocupacionais foi de 54,73%, mais que o dobro da evolução do emprego formal de 24,5% conforme o Quadro 1 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS, 2008). Quadro 1 - Evolução do emprego formal no Brasil Fonte: Associação Brasileira e Higienistas Ocupacionais(2008). Casos de DORT vão custar 2,1 bilhões de reais à Previdência Social neste ano, sua identificação por peritos do Instituto Nacional do Seguro Social aumentada de 19.956 afastamentos por DORT em 2006 para 117.353 casos em 2008, em 586% entre os respectivos anos (LOBATO, 2009). A prevenção só ocorre se os fatores lesivos forem enfrentados. Atualmente, existem diversas estratégias ou ferramentas no mercado da prevenção, algumas delas são: a ginástica laboral, palestras informativas, treinamentos, e reorganização da estação de trabalho. Num contexto similar, o estudo visa corroborar com estes atuais mecanismos de prevenção de doenças relacionadas ao trabalho e inserir como uma nova política de gestão de riscos à saúde de usuários de computador/laptop nas empresas. 23 3 ERGONOMIA A ergonomia é definida com o ramo a ciência que estuda a organização, postura, requerimento cognitivo e emocional, bem como, o suporte técnico e científico para as conformidades e normas requerentes no estudo (VIDAL, 2003). 3.1 CONCEITO A ergonomia estabelece referências sobre o trabalho humano, atividade que pode contribuir decisivamente, para o conhecimento de todas as áreas que estão envolvidas na modernização dos processos de hoje nas empresas, no entanto o homem ainda é o principal agente na automação (SANTOS; ZAMBERLAN, 2000). O suporte técnico e científico para as conformidades e normas requerentes no estudo. Portanto, a ergonomia apresenta-se como uma forma de transformação da realidade laboral, indispensável à concepção e implementação dos projetos que materializam esta transformação. A implementação ergonômica consiste num projeto capaz de promover modificações necessárias, para garantir conformidades de desempenho diante de padrões estabelecidos (VIDAL, 2003). A ergonomia cuida de reais problemas sem especulações, e age mediante estudos e intervenções, engrenados pela busca da conformidade e padrões normativos, fiscalizadores ou resultantes de reivindicações. As metodologias são a chave e o caminho de geração das respostas possíveis a estas necessidades ou reclamos. Dentro deste conceito de ergonomia, temos metodologias, que se interligam e passam a fazer parte do processo de trabalho. Soluções ergonômicas são individuais e podem ser potencialmente ampliadas sob diversas perspectivas. Elas ocasionam diminuição de doenças associadas ao trabalho e reduz o risco de DORT de 6% para 3% ao ano, uma redução de 50% no risco (OSHA, 2008). Uma implementação ergonômica consiste de um projeto bem elaborado, capaz de alterar a rotina diária, de modo a garantir conformidades de desempenho, diante de padrões pré-estabelecidos (VIDAL, 2003). As Normas Regulamentadoras fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à medicina e segurança no trabalho no Brasil. São 24 observâncias obrigatórias por todas as empresas (NR 17, 2007). A Portaria nº. 3.214/78, da Secretária de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério do Trabalho, estabelece em sua Norma Regulamentadora nº. 17 – Ergonomia (NR 17), parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, e que deve ser observada e implementada pelos empregadores (NR 17, 2007). 3.2 NORMA REGULAMENTADORA 17 A norma regulamentadora número 17 estabelece uma forma de abordar as condições de trabalho num escopo necessário para as condições mínimas de trabalho e aborda outras determinantes da atividade laboral. No contexto de certificação a apreciação ergonômica é a indicação de oportunidades de melhora da conformidade, que se constitui, por excelência, no processo de formatação da experiência operacional, a ajustar o sistema de trabalho às conformidades requeridas (VIDAL, 2003). No uso do computador ou laptop, possibilitar uma postura adequada durante o trabalho depende diretamente da aquisição de mobiliário, recursos, equipamentos e acessórios, que atendam as necessidades dos usuários e proporcionem uma margem de regulagens e ajustes de acordo com as diferentes medidas antropométricos dos mesmos (SILVA, 2008). Dessa forma a característica física do mobiliário, cadeira e recursos, devem ser consideradas em uma estação de trabalho envolvendo terminal de vídeo de computador ou laptop. A mesa de trabalho deve permitir ajuste da tela do vídeo, posicionamento ou para frente ou para trás, ou inclinado, do terminal de vídeo, possível movimentação lateral do monitor e teclado, altura e dimensões apropriada, espaço para as pernas suficientemente em altura, profundidade e largura (SILVA, 2008). Caso o uso do laptop seja superior a duas horas consecutivas, adquirir o suporte para laptop, com regulagem de altura da tela, e utilizar teclado e mouse independentes de forma a favorecer melhor adaptação do colaborador ao terminal de computador e 25 consequentemente garantirem uma boa postura durante as atividades (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2004). As características físicas da cadeira devem proporcionar: apoio dorsal confortável e regulável em altura; suporte firme; ajuste da distância do apoio à parte anterior do assento, ângulo entre o suporte dorsal e o assento que permita o operador sentar, sem levá-lo a inclinar-se para frente desconfortavelmente; assento confortável, ajustável e borda anterior arredondada apoio para os braços (Ministério do Trabalho, 2004). O teclado deve ser destacável da unidade de vídeo, ter apoio próprio, dimensões apropriadas, possibilidade de mobilidade para perto ou para longe do usuário, extremidades arredondadas e preferencialmente almofadadas (SILVA, 2008). Geralmente, ergonomicamente os usuários incorreta e desconhecem desorganizada, que traz trabalhar numa conseqüências como mesa má concentração e desempenho, além de alterações da saúde física e mental (SILVA, 2008). O melhor caminho para saber como sentar devidamente, na estação de trabalho é entender o conceito de posicionamento neutro do corpo, isto é, uma postura de trabalho confortável, a qual suas articulações estão naturalmente alinhadas. Trabalhar com o corpo na posição neutra reduz stress, força dos músculos e tendões, diminuindo o risco de desenvolver DORT (OSHA, 2008). Para se alcançar uma postura adequada alguns requisitos básicos são geralmente necessários conferir. Inicialmente, ajusta-se a altura do assento em função da superfície de trabalho, e se este requisito é obedecido, a partir daí, procura-se posicionar os pés e mantê-los apoiados numa altura apropriada. Quando o plano de trabalho e o assento são reguláveis em altura, a adequação do posto torna-se facilitada. Se a altura do plano de trabalho é fixa, a regulagem do assento deve satisfazer aos critérios de conforto dos membros inferiores, possibilitando os pés bem apoiados sobre o solo, sem compressão das coxas, ângulos de conforto dos braços e antebraços, e conforto visual na função da distância olho plano de trabalho (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2004). A regulagem dos equipamentos deve obedecer ao mesmo princípio da postura neutra recomendada pela NR 17, com o monitor regulado em altura de modo que a 26 linha de visão do usuário permaneça no terço superior da tela, os ombros e braços devem permanecer relaxados, os cotovelos devem fazer um ângulo de 90º, o terço distal de antebraços e punhos devem permanecer apoiados na superfície da mesa, para facilitar as atividades de digitação. A mão deve flutuar sobre as teclas, mantendo uma angulação neutra em relação ao punho (SILVA, 2008). Assim como as recomendações acima citadas, o ambiente ergonômico preocupa-se em ajustar a iluminação local e de fundo para que não incomode o usuário, verificar o brilho da tela para que seja compatível com o restante da sala de trabalho, colocar a fonte do documento legível à distância dos olhos, e posicionar o telefone próximo ao alcance mínimo dos membros superiores evitando as torções ou inclinações da região do pescoço, portanto, arranjar a área de trabalho para evitar dobrar ou inclinar o corpo (SILVA, 2008). A organização do trabalho deve levar em consideração carga, ritmo, exigência de tempo e determinação de conteúdo do trabalho, ressaltando que a Norma Regulamentadora número 17 recomenda que, o ritmo livre como o mais tolerado pelo trabalhador, pois permite contornar os incidentes sem diminuir a produção (Ministério do Trabalho, 2004). O anexo da Norma Regulamentadora, para as atividades de processamento eletrônico de dados, recomenda que o número máximo de toques reais por minuto não exceda de 8 mil por hora, e ocorra uma pausa de 10 minutos à cada 50 minutos de trabalho, não deduzidos da jornada normal de trabalho (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2004). Para as atividades envolvendo digitação com outras características de trabalho, não foi encontrado um limite de toques por minuto ou hora, recomendado pela norma. Juntamente com os parâmetros recomendados pela Norma Regulamentadora, no estudo relacionado ao trabalho, utilizam-se ferramentas complementares, de acordo com o envolvimento do trabalhador na atividade exercida, que avaliam o risco ergonômico que a situação apresenta. Os parâmetros de recomendação da norma regulamentadora, associados aos conceitos de ergonomia e as ferramentas complementares, se somam na apreciação da demanda, e avaliação da atividade e suas variáveis. 27 3.3 FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO DE RISCO ERGONÔMICO O conceito de risco ergonômico pressupõe a possibilidade de estabelecer a probabilidade da sua ocorrência e sua severidade. Para tanto, um caminho considerado possível é recorrer aos protocolos, questionários e checklists, no sentido de realizar avaliações mais precisas. Existe uma infinidade deles. Os checklists são amplamente utilizados em ergonomia, particularmente os do tipo sim e não, como ajudas de memória, sendo bons para deixar claro que todos os aspectos da situação foram avaliados (MENEGON; CAMAROTTO, 2008). Dentre os métodos de avaliação no ramo da ergonomia, encontramos muitos que se utilizam da análise postura, carga física, repetitividade, geralmente com o foco na interface homem (UNIVERSIDADE DE ÉVORA, 2007). Atividade de trabalho totalmente automatizada e manual, não tem representado tantos problemas, quanto àquelas em que o homem compartilha com a máquina sua tarefa. Porém, falta definir o que é ser repetitivo. O conceito de repetitividade compreende mais de 50% da jornada realizando a mesma tarefa ou ciclos repetidos com menos de 30 segundos de duração. Podemos até delimitar o que é uma tarefa repetitiva, porém a dificuldade está justamente em determinar até que ponto esta tarefa é potencialmente causadora de lesões (PEGATIN, 2008). As técnicas que se utiliza de uma análise postural podem ter duas características que são a sensibilidade e a generalidade. Alta generalidade quer dizer que é aplicável em diversos casos, porém provavelmente terá uma baixa sensibilidade, quer dizer os resultados são pobres em detalhes. As técnicas de alta sensibilidade têm uma aplicação limitada. As conhecidas até hoje em dia, nenhuma é especialmente sensível para dar valor à quantidade de posturas forçadas com muita freqüência nas tarefas ou qualquer tipo de carga dinâmica (UNIVERSIDADE DE ÉVORA, 2007). O método Rapid Upper Limb Assessment (RULA) é utilizado para avaliações dos membros superiores em situações estáticas, o índice de esforço de Moore e Garg é centrado nos seguimentos mão e punho nas atividades ao longo do dia de trabalho (UNIVERSIDADE DE ÉVORA, 2007). Geralmente, os protocolos que se propõem quantificar riscos, apresentam escalas de medida, visando estabelecer o grau de risco 28 da situação avaliada. Portanto, protocolos e checklist podem nos ajudar a estabelecer a resposta para a questão acerca da probabilidade da ocorrência de risco ergonômico, em situações mais refinadas ou mais específicas, como o caso de atividades dos digitadores, onde eles se tornam instrumentos úteis para avaliar uma variável isolada (MENEGON; CAMAROTTO, 2008). Os checklists correspondem a uma primeira aproximação para o encaminhamento posterior de avaliações mais detalhadas. Portanto não respondem à questão, os protocolos de avaliação são bastante difundidos e normalmente direcionados para seguimentos corporais específicos (MENEGON; CAMAROTTO, 2008). O checklist desenvolvido por Hudson Couto, para atividades de uso do computador e laptop, é utilizado como ferramenta de avaliação ergonômica simplificada do fator biomecânico no risco para distúrbios musculoesqueléticos para membros superiores relacionados ao trabalho (COUTO, 1995). O método de Armstrong (UNIVERSIDADE DE ÉVORA, 2007) parte do mesmo princípio deste que consistem em fazer a filmagem de uma determinada atividade e posturas no trabalho, seleção posterior das imagens e registro dos ângulos adotados pelas articulações. Permite um estudo detalhado dos membros superiores, porém bastante moroso. 3.3.1 STRAIN INDEX O Índice de Esforço (Strain Índex), desenvolvido por Moore e Garg, analisa as extremidades do membro superior, intensidade, duração do esforço e duração da tarefa do dia (UNIVERSIDADE DE ÉVORA, 2007). É um método de análise de risco de desenvolvimento de disfunções músculo tendinosas em membros superiores, com principal objetivo de avaliar o risco de lesões em punhos e mãos. Apresenta grande aceitação no meio acadêmico, empresarial e judicial, quando se trata de demandas relacionadas à repetitividade, aplicação de forças e posturas forçadas para extremidades distais de membro superior. (PEGATIN, 2008). 29 O Índice de Esforço ajuda o usuário a identificar aspectos específicos e identificar os riscos no qual o trabalho está envolvido, permitindo uma abordagem orientada para eliminar ou reduzir doenças relacionadas a ele, através da avaliação da exposição dos extensores musculoesqueléticos e análise da extremidade distal do membro superior, propostos por Moore e Garg. Este é um índice semi-quantitativo baseado em princípios de fisiologia, biomecânica e epidemiologia. Sua finalidade é a identificação de postos de trabalho que aumentam o risco de desenvolver distúrbios no cotovelo, antebraço, punho, mão. A aplicação do Índice resulta em uma pontuação numérica, que prevê a exposição dos trabalhadores ao aumento do risco de desenvolver distúrbios musculoesqueléticos. Diversas pesquisas mostraram a generalidade do índice em diferentes locais de trabalho (POURMAHABADIAN; SARAJI; AGHABEIGHI; SADDEGHI-NAEENI, 2005). O Índice de Esforço representa o produto de seis multiplicadores que correspondem a seis situações variáveis. As seis variáveis incluem intensidade do esforço, duração do esforço, esforços por minuto, postura da mão e punho, velocidade de trabalho e duração da tarefa por dia (Anexo B). Com base nestas medidas, cada uma das variáveis (POURMAHABADIAN; é classificada SARAJI; de acordo AGHABEIGHI; com cinco níveis SADDEGHI-NAEENI, ordinais 2005). O resultado representa que a atividade associada à extremidade distal superior em pontuação igual ou inferior a 3 são provavelmente seguros, pontuação entre 3 e 7 são de risco duvidoso e pontuação igual ou superior a sete são provavelmente perigosos, de desenvolver distúrbios de extremidade distal superior (UNIVERSIDADE DE ÉVORA, 2007). No entanto, assim como todas as ferramentas ergonômicas, o Índice de Esforço não deve ser utilizado como ferramenta de diagnóstico e sim de auxílio no diagnóstico. Um estudo bem detalhado de uma atividade de trabalho deve conter explanações sobre os dados observados, características de trabalho que levam a ocorrência de tal achado e particularidades de cada posto de trabalho (PEGATIN, 2008). 30 3.3.2 MÉTODO RULA O modelo RULA é utilizado quando há exposição dos membros superiores, pelos seguintes fatores de risco: postura, contração muscular estática, repetição e força, Considerando de maneira marginal a repetição, e desconsiderando a duração e o posicionamento dos dedos (UNIVERSIDADE DE ÉVORA, 2007). O método RULA, desenvolvido pelo Dr. E. Nigel Corlett e Dr. Lynn McAtamney do Instituto de Ergonomia Ocupacional da Universidade de Nottingham, pretende investigar a exposição de fatores de risco em trabalhos individuais associado com relatos de doenças ocupacionais dos membros superiores (OSMOND GROUP, 2008). A primeira descrição do método foi no ano 1993, no Journal Applied Ergonomics. Ela aborda resultados em pontos de risco de um à sete, a pontuação alta significa grande nível de aparente risco. O nível baixo de RULA não garante que o posto de trabalho esteja livre de sugestões ergonômicas e alto nível não significa severos problemas existentes. Ele é desenvolvido para detectar posturas de trabalho ou fatores de risco que precisam de atenção (LUEDER, 1996). Considerado um método rápido que investiga relatos de doenças ocupacionais nos membros superiores, analisando a carga biomecânica e postural da tarefa realizada, focando pescoço, tronco e membros superiores, é ideal para trabalhos sedentários. RULA foi validado em usuários de computador e operadores mecânicos, sendo fácil e rápido de completar, tendo indicação gradual dos níveis de intervenção requerendo redução dos riscos de doença musculoesquelética, complementando outras ferramentas de avaliações ergonômicas (OSMOND GROUP, 2008). As pontuações dos ombros, cotovelos e punhos, associadas à força muscular, geram uma pontuação na tabela, posteriormente a pontuação do pescoço associada ao tronco, e novamente a carga muscular, geram uma nova pontuação a ser usada na tabela central, finalmente incluí-se a pontuação dos membros inferiores na tabela central para encontrarmos a pontuação final e classificação do nível de risco (Anexo C) (OSMOND GROUP, 2008). RULA é um método de estudo que não requer equipamento especial em fornecer uma avaliação rápida das posturas do pescoço, tronco e membros superiores, 31 juntamente com função muscular e as cargas externas experimentado pelo corpo. Um sistema de codificação é usado para gerar uma lista de ação que indica o nível de intervenção exigida para reduzir os riscos de danos físicos devido à carga sobre o operador. Níveis da seguinte forma: o nível conduz, na maioria dos casos, as propostas de ação para um estudo mais aprofundado. Ação nível 1 - resultado 1 ou 2 indica que a postura é aceitável se não for mantida ou repetem-se por longos períodos. Ação nível 2 - pontuação 3 ou 4 indica que mais estudos são necessários e alterações podem ser exigido. Ação nível 3 - resultado 5 ou 6 inquérito e indicou que são necessárias mudanças em breve. Ação nível 4 - A pontuação 7 indica que a investigação e as mudanças são necessárias imediatamente (UNIVERSIDADE DE ÉVORA, 2007; LUEDER, 1996). 3.3.3 CHECKLIST DE HUDSON COUTO O checklist é uma ferramenta de avaliação do posto de trabalho em escritórios, apresentando questionário que consideram aspectos físicos e organizacionais. Avaliando individualmente através de um questionário cada situação relacionada ao trabalho como mobiliário, mesa e cadeira; distribuição dos equipamentos e acessórios utilizados; layout, ambiente e iluminação; e ritmo da atividade, classificando a condição ergonômica de acordo com a pontuação como ruim, péssima, razoável, boa ou excelente, conforme Anexo D. Tornando –se um método de avaliação no que diz respeito ao posto de trabalho em ambientes de atividades de escritório e uso do computador (COUTO, 1995). 32 4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Sistemas de infomação pode ser um conjunto de componentes interrelacionados, podendo envolver pessoas, máquinas, e/ou métodos organizados, para coletar, processar, analisar, armazenar e transmitir infomações auxiliando no apoio, coordenação e controle da tomada de decisão, visualizando assuntos complexos e novos produtos. (LAUDON, 1999). 4.1 SISTEMAS DE CONTROLE DA PERFORMANCE DO USUÁRIO Os diversos sistemas desenvolvidos para quantificar o uso do computador ou laptop, através do próprio sistema operacional, gravando toques no teclado e uso do mouse, apresentam resultados da interação homem e máquina, acrescentando nos estudos relacionados à ergonomia e saúde ocupacional. Então, seguem abaixo alguns destes sistemas capazes de quantificar o tempo de uso do teclado e mouse e suas aplicações. Um estudo recente avaliou as diferenças entre dois métodos que estimam o tempo de acesso ao uso do computador, mouse e teclado: um questionário de autoavaliação e o software WorkPace®. O software WorkPace® foi usado para estimar o uso do computador gravando golpes padrões como clicks e movimentos do mouse, em uma contagem do tempo de uso estático do teclado e mouse, por períodos de leitura e escrita. 30 segundos sem usar o teclado ou mouse, era considerado o tempo de pausa, ou uso estático do computador, ou tempo de assistir a tela. O WorkPace® permitiu obter uma melhor estimativa da duração do uso do computador, do que no questionário de auto-avaliação, indicando ser uma importante ferramenta para quantificar o tempo de acesso do usuário ao computador (DOUWES; KRAKER; BLATTER, 2007). O Ergonomix® é um assistente pessoal de uso livre pela internet que monitora o uso do teclado e mouse para ajudar usuário a trabalhar de maneira saudável. Ele monitora e sugere intervalos para descanso, exercícios para aliviar a tensão muscular e postura, além de fornecer informações sobre como se portar de maneira ergonômica 33 em frente ao computador. Os usuários podem escolher por 5 ou 10 minutos de pausa à cada 2 horas, vide Figura 3 (ERGONOMIX, 2007). Stretch Break® também lembra o usuário de ter períodos de pausas durante a utilização de seu computador com sugestões de alongamentos. Stretch Break® é flexível, o usuário pode selecionar o tempo da sessão e intervalos destas. Cada trecho tem a duração de 20 a 30 segundos, de modo que ele possa voltar a trabalhar em um ou dois minutos. O sistema disponível livre na internet pretende uma maior conscientização das questões ergonômicas, e reduziu rigidez e dores musculares (PARA TECNOLOGIES, 2007). Figura 3 : Tela do aplicativo Ergonomix®. ® Fonte: ERGONOMIX Seguem outros sistemas como Break Time® ilustrado na Figura 4 (BREAK TIME, 2007), Protector of Health® (SHARE UP, 2007) e RSI guard® (RSI GUARD, 2007), de solução ergonômica para trabalhadores de escritório, disponível na internet, com recursos similares aos anteriores, medida de utilização do teclado e mouse e sugestões de pausas, alongamentos específicos, calibrados pelo usuário, apresentando relatórios da atividade. 34 Figura 4 : Tela do aplicativo Break Time®. Fonte: BREAK TIME 4.2 SISTEMAS DE AVALIAÇÃO POSTURAL POR CAPTURA DE IMAGEM Sistemas de avaliação por captura de imagens são menos freqüente em literatura, entretanto, foi desenvolvido um sistema em que a abordagem usa subtração de fundo, obtendo uma silhueta do usuário, para extrair características geométricas, classificar as atividades e obter projeções verticais para separar, cabeça e tronco e medir o ângulo da cabeça e ombros. Aspectos importantes desta abordagem são a flexibilidade, privacidade e simplicidade, com o objetivo de dar ao usuário total controle na definição boa ou má posturas e decidir quando alarmes e interrupções são acionadas e que atividades devem ser incluídas no resumo. Entende-se o sistema por auto-relato, com acompanhamento da postura e atividade privadas e não como uma forma de vigilância. Estudos têm demonstrado que, sistemas de acompanhamento ergonômico podem ajudar na produtividade e uso do computador. (JAIMES, 2006). O Ergochek® captura uma imagem digital e estática, a imagem é analisada em tempo real de acesso pessoal na postura na estação de trabalho. O déficit postural e o balanço são calculados em graus e milímetros. Pontos de pressão em várias partes 35 anatômicas do corpo também são calculados. A informação adquirida é comparada com um padrão, modelo de esqueleto tridimensional, e uma interpretação para postura é assim determinada. A postura individual é analisada de acordo com as normas da OSHA, recomendações e sugestões de postura ergonômica são dadas ao usuário, como demonstrado na Figura 5. O programa tem um protocolo específico individual de recomendações de ajuste, tendo produtos e sugestões, para programar e ajustar a estação de trabalho. Após estas recomendações, uma segunda foto é tirada, sendo mostrado o progresso do posto ergonomicamente correto. As fotos contêm a referência de como utilizar seu posto de trabalho com conforto, produtividade e conformidade. O Ergochek® é um sistema disponível para compra na internet que apresenta resultados individuais específicos e oferece automaticamente soluções de problemas detectados no posto avaliado (ERGOCHEK®, 2007). Figura 5 : Tela do Ergocheck®. Fonte: ERGOCHEK 36 O Software para Avaliação Postural ou sistema SAPO®, lançado em janeiro de 2007, foi um projeto coordenado pelo professor Marcos Duarte da Universidade de São Paulo, é um sistema de avaliação postural, uma ferramenta fundamental no diagnóstico do alinhamento dos segmentos corporais de um indivíduo. O sistema está sendo amplamente utilizado por profissionais de fisioterapia e educação física, considerado um passo inicial de acompanhamento para a avaliação, tratamento fisioterapêutico e prescrição de atividade física. É uma forma objetiva e fidedigna de avaliação postural, consistindo do registro de fotografias estáticas do corpo inteiro do indivíduo em diferentes planos durante a postura ereta e em flexão anterior do tronco como ilustrado na Figura 6. Questões típicas avaliadas estão relacionadas à simetria da posição relativa dos segmentos corporais e ângulos articulares comparados a um padrão de referência. Este software é distribuído gratuitamente pela internet e sua importância no diagnóstico tem sido validada (DUARTE, 2007). Figura 6 : Tela do sistema SAPO. Fonte: Duarte (2007). 37 4.3 SISTEMAS DE CAPTURA DE IMAGEM ATRAVÉS DA WEBCAM Os sistemas integrados à webcam são ferramentas simples, para capturar vídeos e imagens. O sistema AMCap®, por exemplo, é uma pequena e funcional ferramenta para a captura de vídeo de sua webcam com diversas características, incluindo: gravação e playback a partir de sua câmera, captura imagens em BMP, JPEG e PNG e compressão em tempo real para os arquivos. O programa é recomendado para usuários que precisem de uma alternativa rápida para capturar vídeos e imagens através de seu webcam (AMCAP®, 2009). Outro software de uso livre na internet é a CamShot® , um sistema de monitoramento e segurança que usa sua webcam para detectar movimentos. Ele captura imagens e as envia pela Internet para que haja um controle em intervalos de tempos. O programa possui dois modos: Schedule Mode e Motion Detect Mode. O primeiro deles captura imagens periodicamente e o segundo executa uma ação determinada quando detecta um movimento (CAMSHOT®, 2009). O sistema Dorgem 2.1® é um aplicativo para captura de vídeo pelo webcam. Possui eventos de armazenamento ilimitado para imagens capturadas em um site FTP ou para o disco local a intervalos definidos. O software pode inserir textos e bitmaps na imagem capturada antes de armazená-la. Dorgem suporta várias câmeras ao mesmo tempo, possui um servidor web para imagens estáticas e pode ser usado como um excelente sistema de segurança com detectores de movimento através das câmeras. A figura 7 ilustra as telas do sistema (DORGEM, 2009). Os sistemas acima citados estão disponíveis na internet gratuitamente para uso pessoal de acordo a necessidade do usuário. Neste estudo, diferentemente dos atuais programas, onde a avaliação se concentra numa resposta precisa da postura estática do indivíduo, ou numa solução ótima particular ao ambiente de trabalho, o sistema de captura de imagens por intervalos de tempos pré-estabelecidos pelo avaliador, captura imagens da postura de 38 usuários de computador ao longo do dia de trabalho, fazendo uma projeção das posturas adotadas pelo indivíduo. A cada intervalo de tempo, o sistema captura uma imagem da postura durante suas atividades à frente do computador, adicionadas em um banco de dados, que posteriormente podem sugerir uma tendência de posturas utilizadas por cada usuário e de todo grupo do estudo. 1 2 Figura 7 : Telas do sistema Dorgem 2.1®. Fonte: Dorgem 3 39 5 OBJETIVOS 5.1 OBJETIVO GERAL O objetivo deste trabalho é realizar a análise da tendência de postura de usuários de computador/laptop no ambiente de trabalho, auxiliando no desenvolvimento e validação de sistema para análise e intervenção automática da postura. E poder contribuir nas pesquisas e estudos relacionados com a ergonomia e saúde do trabalhador, visando reduzir a ocorrência de doenças ocupacionais e o índice de afastamentos em empresas, envolvendo usuários de computador. 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS São objetivos específicos desta dissertação: • Realizar um estudo detalhado da postura adotada, sua relação com as dores e desconfortos decorrentes, sua relação com o trabalho, horário, e tempo de permanência e como tais variáveis podem afetar a postura e a saúde do usuário; • Proporcionar uma análise da postura no trabalho através de sistema de avaliação e prevenção, baseado em processamento de imagens, auxiliando na organização da postura, no local de trabalho, e fornecer a empresa um sistema de proteção legal contra possíveis processos de empregados por doenças ocupacionais (NR-17); • Proporcionar um sistema de avaliação e prevenção, simples, prático e individual, à partir de parâmetros pré-estabelecidos pelo sistema, de acordo com as medidas do usuário e conformidades de postura adequada pela NR17, fornecendo ao indivíduo e à empresa, um sistema de controle e orientação da postura, e prevenção de doenças músculo esqueléticas; • Oferecer uma opção de controle da postura, individual, focada, de fácil acesso e aplicação, e custo acessível. 40 6 JUSTIFICATIVA O trabalho está inserido na área da ergonomia. As empresas dos mais variados setores, têm responsabilidade de garantir ao funcionário um ambiente seguro, sadio, e de certa forma, que as conformidades sejam cumpridas pelo trabalhador. No decorrer dos estudos na área de ergonomia com foco em atividades no escritório e uso do computador, verificou-se a escassez de opções de ferramentas no mercado, que avaliem as questões relacionadas à atividade, posto de trabalho e usuário, então, viu-se a necessidade de estudos no segmento e propostas de novos métodos de avaliação e análise da interação do trabalhador com seu computador, durante sua jornada de trabalho, contribuindo assim para a inovação em benefício da sociedade. O estudo e sistema apresentam uma ferramenta de captura e análise da postura do usuário de computador, que pode posteriormente, ser estendida a uma abrangente classe de profissionais, de diferentes perfis e envolvidos nos mais diversos ambientes. Os resultados poderão contribuir com informações relevantes para área de ergonomia e saúde no trabalho, identificando o modo da postura e relacionando o efeito do sistema na vida de usuários. O domínio das técnicas envolvidas neste estudo poderá representar o início de uma importante ferramenta de inovação indispensável para melhorar a qualidade da postura humana já que a maioria das profissões do atual mundo contemporâneo requer o uso diário de computador. 41 7 METODOLOGIA Para a realização deste estudo foi utilizado: • Dez indivíduos voluntários ao estudo de acordo com os princípios éticos e protocolo no 196/96; • Computador desktop ou laptop com suporte para o mesmo, teclado e mouse separados; • Mesa e cadeiras ajustáveis; • Cinco webcams de posse da pesquisadora; • Sistema Dorgem 2.1 – captura de imagens em intervalos de tempos; Os critérios para que um usuário possa fazer parte do grupo de voluntários são: • Usuários de computador ou laptop, no ambiente de trabalho, que utilizem o equipamento por pelo menos 6 h diárias; • Usuários de laptop que apresentem suporte para o mesmo, teclado e mouse separados da unidade; Participaram do estudo 10 indivíduos, 5 do sexo masculino e 5 do feminino, com faixa etária entre 22 à 37 anos, usuários de computador/laptop por mais de 25 horas semanais, em virtude do tempo de coleta e número de imagens capturadas no estudo à serem avaliadas individualmente, de acordo e assinado com o termo de consentimento livre e esclarecido no Anexo A, aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Vale do Paraíba conforme resolução n0 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. No início do estudo foram aplicados questionários individuais para mapear questões relacionadas ao trabalho, atividade e possíveis sintomas associados no Apêndice A. As ferramentas complementares de avaliação de risco ergonômico, foram utilizadas à seguir e aplicadas para as situações adversas do trabalho. O índice de esforço de Moore e Garg foi aplicado para análise da atividade exercida (Anexo B), o 42 método RULA (Anexo C), para as possíveis posturas adotadas pelos usuários de acordo com a Tabela 1, e o checklist de Hudson Couto para avaliar os postos de trabalho de escritório (Anexo D), através de observações no local ou produção de imagens da mesa e cadeira. Para validar a efetividade de um sistema de avaliação e indicação de correção do usuário no uso do computador e laptop em desenvolvimento, fez-se necessário à utilização do sistema Dorgem 2.1®, que captura imagem em intervalos de tempos, préestabelecido pelo administrador, instalado em cada computador e laptop dos usuários em estudo. A configuração do sistema consiste em, na tela inicial a tecla Store settings aciona a tela à seguir, onde adicionamos uma configuração para a captura. A tela de criação do arquivo com as configurações desejadas, obtem-se a opção de nome, intervalo de tempo, conteúdo nos nomes dos arquivos salvos, reiniciar o tempo, entre outros. A tecla Capture now aciona automaticamente o arquivo pré-definido e configurado pelo usuário ou administrador. A tecla Preview, permite a visualização da imagem, que serão capturadas através do webcam. Após a entrevista inicial e aplicação das ferramentas complementares para as situações encontradas, o usuário foi orientado à posicionar-se segundo a posição ergonomicamente estabelecida pela NR17, organizando os recursos e acessórios utilizados durante o uso do computador/laptop nas atividades exercidas. Foram orientados a posicionar a webcam à frente, centralizada e acima do monitor e receberam as noções básicas de utilização do sistema Dorgem®, tanto para a visualização inicial nos ajustes de posicionamento do webcam, como na inicialização ao ligar o computador ou laptop à cada dia de coleta. 43 Figura 8 : Exemplo de estação de trabalho. O sistema Dorgem® não interrompe as capturas de imagem durante a hibernação ou estado de espera do Windows, necessitando apenas de uma inicialização e fechar quando desliga o computador ou laptop, facilitando a coleta de dados do administrador. Neste estudo, o sistema foi programado para coletar imagens em intervalos de tempo de 5 minutos, durante 6 horas em 3 dias de coleta, totalizando 216 imagens por usuário no ambiente de trabalho. O sistema Dorgem® não interrompe as capturas de imagem durante a hibernação ou estado de espera do Windows, necessitando apenas de uma inicialização e fechar quando desliga o computador ou laptop, facilitando a coleta de dados do administrador. Neste estudo, o sistema foi programado para coletar imagens em intervalos de tempo de 5 minutos, durante 6 horas em 3 dias de coleta, totalizando 2160 imagens de 10 usuários no ambiente de trabalho. A escolha do tempo de coleta ocorre em função dos estudos da postura envolvendo usuários de computador, onde o tempo de coleta foi de 20 minutos em intervalos de 5, para 60 indivíduos (STRAKER; JONES; MILLER, 1997), 4 coletas para 24 usuários durante 2 horas de atividades (REMPEL; WILLS, 2007) e 100 amostras aleatórias de posturas um usuário (JAIMES, 2006). As imagens foram coletadas pelo sistema, analisadas e classificadas quanto à imagem e postura, como: 44 • PC - Imagem centralizada, posição apoiada no encosto dorsal da cadeira próxima do neutro (Postura Centralizada); • PA – Imagem próxima da câmera, posição com flexão anterior de tronco sem o apoio do encosto da cadeira (Postura Anteriorizada); • PP – Imagem afastada da câmera, posição sentada na borda anterior do assento, extensão de quadril e cifose da coluna vertebral (Postura Posteriorizada); • PRE – Imagem do tronco ou cervical rodado à esquerda, posição da coluna dorsal ou cervical rodada à direita do monitor (Postura Rodada à Direita); • PRD – Imagem do tronco ou cervical rodada à direita, posição da coluna dorsal ou cervical rodada à esquerda do monitor (Postura Rodada à Esquerda); • PIE – Imagem do tronco ou cervical rodada à esquerda, posição da coluna dorsal ou cervical rodada à direita do monitor (Postura Inclinada à Direita); • PID – Imagem do tronco ou cervical rodada à direita, posição da coluna dorsal ou cervical rodada à esquerda do monitor (Postura Inclinada à Esquerda); • P0 – Imagem da cadeira sem o usuário (Postura zero); 45 Quadro 2: Quadro de classificação das imagens coletadas no estudo. 46 47 As imagens são armazenadas em pastas de arquivos com os respectivos nomes dos usuários e datas. Cada arquivo contém hora e data da coleta, programado previamente no sistema pelo administrador. As imagens foram observadas individualmente pelo pesquisador nos planos cardinais, frontal para os movimentos de inclinação, sagital nos movimentos de anteriorização e posteriorização, transverso para os movimentos de rotação, e classificadas segundo o Quadro 2 à seguir. A classificação das imagens foram registradas em uma planilha de dados com a hora e classificação da postura encontrada. Quando a postura do usuário sugerir dúvidas na classificação, pela combinação de mais de um tipo de posição, seja rodada com anteriorizada, ou inclinada com posteriorizada, entre outras combinações, o critério de avaliação foi escolher a posição mais acentuada para a classificação da imagem do usuário de acordo com o Quadro 2. 48 8 RESULTADOS As entrevistas iniciais foram aplicadas a cada indivíduo com a finalidade de mapear as principais questões envolvidas: tempo na função e empresa; hábito de posturas; conforto da mesa e cadeira de trabalho; pratica de atividade física regular e relação de queixas de dores ou desconforto muscular. Do total dos entrevistados, 80% apresentam dor e desconforto relacionado ao trabalho e 62,5 % destes apontaram a mesa como desconfortável, conforme apresentado no Apêndice B e na Figura 9. Relação desconforto e mesa de trabalho 37,5% 62,5% mesa desconfortável mesa confortável Figura 9: Relação desconforto e mesa de trabalho do grupo entrevistado. Fonte: APÊNDICE B As ferramentas complementares foram utilizadas para avaliar ergonomicamente os diferentes aspectos encontrados no estudo, como: atividade exercida, postura do indivíduo e condições em relação ao posto, equipamentos, acessórios, organização e ambiente de trabalho. A atividade de digitação foi avaliada pelo índice de esforço de Moore e Garg e classificada como Risco Duvidoso, levando em consideração principalmente, a postura e ritmo de trabalho durante o uso do computador, vide Quadro 3. O método RULA representou a avaliação para as diferentes posturas de tronco, cervical e membros superiores, encontradas nas imagens coletadas no estudo. Apesar da incapacidade do sistema de capturar a imagem pela posição da webcam, a postura dos antebraços e punhos foi considerada respeitando a biomecânica do movimento dos 49 segmentos corporais para as diferentes posturas. Os resultados obtidos foram: risco leve para postura centralizada; risco moderado com pontuação 3 para as posturas rodada; risco moderado com pontuação 4 para as posturas anteriorizada, posteriorizada e inclinadas. Avaliando as imagens quanto ao respectivo risco de desenvolver dor ou desconforto nos membros superiores (Quadro 3). Na postura centralizada todos os ângulos das articulações e segmentos corporais permanecem próximo do neutro, como recomendada pela NR 17 e descrita anteriormente. A postura anteriorizada apresenta as seguintes posições: braços entre 15º e 45º suportado pela mesa, punhos em extensão de 20º , pescoço com flexão entre 10º e 20º e tronco em flexão entre 20º e 60º . Na postura posteriorizada encontra-se os punhos 20º de flexão, pescoço em flexão de 20º e tronco em flexão entre 20º e 60º. Na postura rodada os braços estão em flexão entre 15º e 45º, suportado na mesa e abduzido, o pescoço entre 0º e 10º e torcido e tronco entre 0º e 20º e torcido. A postura inclinada apresenta os braços em flexão entre 15º e 45º, suportado na mesa e abduzido, o pescoço entre 0º e 10º e lateralizado e tronco entre 0º e 20º e lateralizado. Os resultados obtidos foram: risco leve na coloração verde para postura centralizada; risco moderado na coloração amarela com pontuação 3 para as posturas rodada; risco moderado na coloração amarela com pontuação 4 para as posturas anteriorizada, posteriorizada e inclinadas. Avaliando as imagens quanto ao respectivo risco de desenvolver dor ou desconforto nos membros superiores, vide Quadro 3. 50 Quadro 3 – Índice de Esforço Moore e Garg e o método RULA. Método Moore & Garg Atividade Exercida Risco Digitação Duvidoso (6.0) Método RULA Postura Adotada Risco PC Leve (2.0) PA Moderado (4.0) PP Moderado (4.0) PRE Moderado (3.0) PRD Moderado (3.0) PIE Moderado (4.0) PID Moderado (4.0) Fonte: APÊNDICE C à H O checklist para escritórios, encontrado no Apêndice 1, foi utilizado para cada estação de trabalho analisando ambiente, recursos, mobiliário e organização, com os resultados representados abaixo no Quadro 4 com as cores, verde para Condição Ergonômica Boa ou Excelente, amarela para Condição Ergonômica Razoável e vermelha para Condição Ergonômica Ruim. 51 Quadro 4: Checklist de Hudson Couto para os Postos de Trabalho. Fonte: APÊNDICE I A aplicação do checklist de Couto constatou que o resultado total para os postos de trabalho de escritório apresentou condição ergonômica boa e excelente. No entanto, a avaliação separada da mesa de trabalho, gabinete de CPU e interação e layout, resultaram em condição ergonômica razoável respectivamente para 5 usuários, 7 usuários e outros 3 usuários. 52 8.1 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA POSTURA POR IMAGENS O total de 2160 imagens coletadas por todos os usuários foram classificadas como PC, P0 ou PI. Deste total, 41% correspondem a PC, 40% PI e 19% P0, vide gráfico apresentado na Figura 10. Total de Imagens 19% 41% 40% Postura Correta Postura Inadequada P0 Figura 9: Percentual do total de imagens classificadas como centralizadas, inadequadas ou P0. Total de Imagens 19% 41% 40% Postura Correta Postura Inadequada P0 Figura 10: Classificação das imagens capturadas. 53 As imagens de todos os usuários coletadas nos três dias foram classificadas de acordo com o Quadro 2, e a frequência correspondente a PID, PRD, PA, PC, PP, PRE e PIE foi conferida. De acordo com a Figura 11, é possível verificar que o comportamento das posturas foi preservado ao longo dos dias de estudo, embora houvesse uma diminuição de 7,08% de PC no 3º dia em relação ao 2º dia. É possível verificar, também que a incidência de PC aponta valores predominantes em relação às demais posturas encontradas. PID, PRD, PA e PRE, apresentam valores acima de 7%, PP e PIE abaixo de 1,54% e 4,79% respectivamente. Avaliação Postural : Todos os Usuários 100% 0% PA 1o. Dia PC 2o. Dia PP PRE 3,26% 3,40% 4,79% 11,15% 9,69% 10,09% PRD 1,54% PID 13,55% 15,65% 15,04% 20% 8,40% 7,99% 10,43% 40% 9,61% 10,37% 12,65% 60% 1,20% 52,49% 52,89% 45,81% 80% PIE 3o. Dia Figura 11: Percentual de imagens classificadas. A Figura 12 apresenta o percentual de posturas por usuário distribuídas conforme o quadro 2, onde os usuários de 1 à 5 são mulheres e de 6 à 10 são homens. O percentual de PC apresenta-se maior em mulheres do que em homens. Descartando PC, observa-se predominância de posturas para os respectivos usuários: PID em 1, 7 e 10; PRD em 4, 6 e 8; PA em 2, 5 e 6, PRE em 3, 6,e 10; e PP e PIE muito pouco encontradas nos usuários. PP quase não foram encontradas em 54 usuários do sexo feminino ilustrado na Figura 12. Considerando as posturas inadequadas, verifica-se as posturas de maior incidência, apresentam resultados para os usuário 7, 10, 2, 5, 6 e 3, com valores acima de 20%, e os usuários 1,4, 8 e 9, valores entre 10 e 15%. 70 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 60 % de postura 50 40 30 20 10 0 PID PRD PA PC PP PRE PIE Classificação de Postura Figura 12: Percentual de imagens encontradas para cada indivíduo do estudo. As barras com hachuras referem-se às mulheres. Para analisar a diferença de posturas encontradas em ambos os sexos, foi determinada a razão entre a incidência das posturas observadas em mulheres e homens como demonstrado na Figura 13. Neste caso, verifica-se que PA e PC são predominantes nas mulheres e PP nos homens. 55 . 1,4 1,2 1,0 IM / IH 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 PID PRD PA PC PP PRE PIE Posturas Figura 13: Relação do total de posturas encontradas entre indivíduos do sexo feminino e masculino. Seja ΙK,m(∆t) a incidência de imagens consecutivas do tipo K (PID, PRD, ... ou PIE) do m-éssimo usuário, observadas num dado intervalo de tempo ∆t. Na Figura 4, é conferido para cada usuário através de I sua tendência em permanecer seguidamente numa determinada postura. Então, somente aquelas imagens de maior incidência por usuário são acompanhadas. Então, verifica-se que para ∆t<10 os usuários 5,10,6,7e 2 apresentam I≥10. Somente o usuário 1 teve IPA<5 para todos os intervalos ∆t. O IPRD,4 apresente um pico de I=8 em ∆t=23, embora para ∆t<10 seja também verificada a incidência. Para ∆t<30 todos os usuários, apresentam I <5. 56 Figura 14: Análise da freqüência de posturas adotadas por cada usuário. 57 9 DISCUSSÃO O estudo trata da validação de um método do uso de um sistema de avaliação de postura em usuários de computador, como uma ferramenta na área de ergonomia de interesse acadêmico e profissional. Verifica-se que a ergonomia é quase sempre chamada à contribuir para a concepção do ambiente laboral, e seus projetos não afetam o trabalho do operador. Recomenda-se que estes recursos, não ocorram em apenas um departamento, mas em projeto comum, de ação contínua, ultrapassando a conclusão do designer do ambiente físico (SANTOS; ZAMBERLAN, 2000). Para o estudo de um sistema de avaliação postural em usuários, Jaimes (2006) fez a seleção aleatória de oito silhuetas, numa sessão em frente ao computador por um usuário. O estudo comparou os ângulos de postura manualmente denominando as atividades em sentar, ler, escrever, falar ao telefone, espreguiçar, e outros. No segundo experimento, aplicou linhas de medida obtendo 100 amostras de posturas, 20 para ler, 20 para sentar, e 15 para cada uma das outras classes, para fazer a classificação automática da postura, apresentando resultados promissores. No terceiro experimento quatro temas realizando as seguintes atividades: falar ao telefone, espreguiçar, ler, conversar com um colega de pé ao lado da mesa, e sentar como na digitação. Obtendo um total de 64 exemplos construindo um binário classificador, para cada um dos cinco tipos de atividades. No quarto experimento, usando entrada de microfone para determinar atividade de áudio, analisou a fala, silêncio e uso do teclado, para diferenciar os resultados do visual e áudio, combinando os resultados e obtendo impacto positivo sobre a performance do sistema (JAIMES, 2006). A utilização do sistema Stretch Break® para uma média de 11 semanas foi avaliada com o preenchimento de um questionário assistido por computador. O resumo dos resultados da pesquisa, com perguntas de pontuação média, foram os seguintes: 27,6% afirmaram que usando o Stretch Break® reduziram o nível de stress quando está trabalhando no computador, 30,3% estão mais conscientes da importância das pausas, 28,1% está mais consciente de outras questões ergonômicas, tais como a boa 58 colocação do teclado e monitor, 28,7% reduziu a rigidez e dores musculares ao trabalhar, portanto o sistema se demonstrou ser eficaz na redução da rigidez e dores musculares e nível stress, e tornou os usuários mais conscientes da necessidade das micro-pausas e das questões ergonômicas. No entanto, Stretch Break® não melhorou significativamente a produtividade (PARA TECNOLOGIES, 2007). Neste estudo, o questionário inicial foi utilizado para pontuar as questões relacionadas ao trabalho de cada usuário, possibilitando correlacionar os resultados, com as ferramentas complementares de avaliação de risco ergonômico. Então, os usuários que apresentaram dor e ou desconforto durante o trabalho, e consideraram a mesa de trabalho desconfortável, foram os mesmos que apresentaram no checklist de Couto, razoável condição ergonômica, ou para a mesa de trabalho, ou gabinete de CPU, ou interação e layout, concordando nos resultados. A atividade de digitação, exercida pelos usuários do estudo, apresentou resultado de risco moderado, no Índice de Esforço de Moore e Garg, o que justifica a importância na atenção e estudos relacionados à atividade, que promovam a condição ergonômica dos usuários de um modo geral. O método RULA avaliou as diversas posturas encontradas pelo sistema e ressaltou que PID, PRD, PA, PP, PRE, PIE apresentam risco moderado com pontuação 3 e 4, ou seja, necessitam de maior atenção nos fatores de risco. Então, estas posturas foram analisadas com maior detalhe pelo estudo, a fim de entender o comportamento dos usuários e auxiliar no caso do sistema avaliador automático. Na utilização do sistema Dorgem, acreditava-se que a presença do webcam nos primeiros momentos poderia exercer influência sobre a postura dos indivíduos, principalmente durante o primeiro dia de coleta de dados. No entanto, nenhuma sensível redução do primeiro ao demais dias foi observada. Considerando a postura e posição dos dispositivos de trabalho recomendados pela NR 17 para usuários de computador e laptop, o foco do estudo foi avaliar as posturas encontradas, desconsiderando PC, teoricamente a postura adequada segundo a NR e de risco leve segundo o método RULA. As posturas centralizadas foram predominantes em todas as representações gráficas das Figuras 9, 10 e 11, sugerindo que os usuários procuraram manter uma postura adequada durante o dia de trabalho. 59 Os diversos aspectos relacionados à mesa de trabalho, como disposição dos equipamentos ou posição no layout da sala, demonstraram influência nos resultados encontrados. Os usuários 2,3,4, cuja mesa de trabalho se encontra ao lado da parede da sala, apresentaram predominância nas imagens em rotação, já o usuário 1, cujo uso do computador está associado ao atendimento telefônico por período prolongado sem fone de ouvido com microfone individual, e o monitor posicionado lateralizado à linha de visão, apresentou predominância de imagens em inclinação. Estes resultados demonstram ajustes da região cervical ou dorsal, para o uso do computador, apontando a influência nos aspectos físicos na postura do usuário. Foi verificado que os usuários 04 e 05 utilizam a mesma estação de trabalho e apresentam resultados diferentes das posturas adotadas. Demonstrando como o padrão ou escolha de posturas podem ser individuais, ou não relacionadas ao posto de trabalho. Esta situação coloca em dúvida, se as posturas têm relação com a disposição dos equipamentos, e se essas posturas têm algo particular e individual. Observa-se uma tendência da profissão e natureza do trabalho nas imagens capturadas pelo sistema Dorgem 2.1®. Atividades que exigem leitura e concentração em edição de textos ou planilhas apresentaram um aumento de postura anteriorizada como nos usuários 2, 5, 6, 7 e 9 com valores de I>10. Profissionais da área de educação e jornalismo como apresentado na figura 11 nos usuários 7, 8 e 10, que a atividade exige reflexão e uso da imaginação, apresentaram predominância nas posturas em inclinação com valores de I>10, e posteriorizadas com valores de I>5 nos usuários 6 e 7. Aqueles relacionados à tecnologia da informação, indivíduos 5 e 6, apresentaram um número homogêneo e distribuído das posturas encontradas, excluindo PC. A razão entre a Incidência de posturas encontradas em mulheres e homens demonstrou a preferência pela postura anteriorizada, nos usuários do sexo feminino, e posteriorizada em usuários do sexo masculino. As mulheres também apresentaram maiores percentuais para a postura centralizada, sugerindo uma maior atenção à postura centralizada que os homens. Embora o intervalo de tempo de coleta das amostras de 5 minutos possa ter sido insuficiente para revelar com riqueza de detalhes as posturas adotadas por cada 60 usuário, foi possível perceber as posturas mais freqüentes por cada indivíduo, sendo coerente com as classificações dos postos de trabalho, recursos utilizados, layout da mesa no espaço físico do ambiente e a natureza do trabalho. No entanto, para um sistema que possa realizar a classificação das imagens de forma automática, este intervalo poderia ser reduzido de maneira que aquelas posturas mais freqüentes não sejam perdidas. Contudo, não fora ainda quantificado em literatura o tempo ideal máximo de permanência em posturas consideradas inadequadas ou adequadas no uso do computador. Os intervalos de 5 à 10 minutos apresentaram maior frequência para as posturas de maior incidência na maioria dos usuários. Então, pode-se afirmar que as posturas mais freqüentes, também se repetem nos curtos intervalos de tempo, podendo ser crítico à saúde do indivíduo, pois a postura fixa reflete negativamente no metabolismo dos discos intervertebrais. Entretanto, após 30 minutos, a freqüência diminuiu e estabilizou-se para todos os usuários com valores de I menores que 2,5. Os resultados encontrados revelam a possibilidade de quantificar o padrão de postura de indivíduos à frente do computador e podem auxiliar na avaliação do padrão de postura de indivíduos. O trabalho demonstrou que um sistema de avaliação automático da postura, pode facilitar o processo de classificação e resultados, e regular um sistema de alerta para as posturas inadequadas mais freqüentes adotadas pelos usuários. 61 10 CONCLUSÃO O trabalho possibilitou a análise da postura de usuários de computador no ambiente de trabalho, contribuindo nas pesquisas e estudos relacionados com a ergonomia e saúde do trabalhador. O uso do sistema de captura de imagens possibilitou a avaliação da postura ao longo do dia de trabalhado e os detalhes das imagens demonstraram como sua interpretação pode ser utilizada para compreender as escolhas das posturas por cada indivíduo, seja no trabalho ou em casa. Pode-se detectar quais as posturas de preferência de cada sujeito e de um grupo, sugerindo um novo estudo comparando grupos de trabalho, ou grupos de queixas de desconforto, profissões diferentes ou entre os sexos. O trabalho possibilitou a análise da postura no trabalho através de sistema de avaliação e prevenção, auxiliando na organização da postura, no local de trabalho, e fornecer a empresa um sistema de avaliação e prevenção, simples, prático, individual, podendo ser utilizado para proteção legal contra possíveis processos de empregados por doenças ocupacionais. Portanto, o trabalho oferece uma opção de controle da postura, individual, focada, de fácil acesso e aplicação, e custo acessível, podendo definir uma tendência de posturas mais adotadas pelo usuário ou grupo, e através do desenvolvimento de um sistema de processamento automático das imagens, orientar o mesmo, a evitar as imagens inadequadas encontradas em maior número ou em intervalos de tempos curtos, criando uma interação do usuário com o sistema, possibilitando consciência corporal e correção da postura, minimizando aos riscos ergonômicos ligados a atividade de uso do computador. 62 REFERÊNCIAS AMCAP®. 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Rio de Janeiro: Virtual Científica, 2003. 65 APÊNDICE A – Questionário Inicial Questionário de Avaliação de Queixas de Dores e/ou Desconforto Empresa: Setor: Tempo de casa: Função: Horas trabalhadas ao dia: Email: Você já sentiu algum desconforto durante o trabalho? Já chegou a ficar um dia sem trabalhar por conta desta dor? Já ficou afastado do trabalho por conta desta dor? Você acredita que sua postura é inadequa no decorrer do dia? Você acredita que um sistema de aval postural dinâmico o ajudaria? Você considera sua mesa de trabalho confortável? Você considera sua cadeira confortável? Você pratica alguma atividade física ou esporte regularmente (3xsem)? Queixa Principal de Dores e Desconforto – Indicador e Intensidade: LADO CORPÓREO OMBROS BRAÇO COTOVELO ANTEBRAÇO PUNHO MÃO COXA JOELHO PERNA PÉ OLHO CABEÇA CERVICAL DORSAL LOMBAR sim não sim não sim não sim não sim não sim não sim não sim não nota 1 até 10 Direita Esquerda 66 APÊNDICE B – Resultado do Questionário Inicial RESULTADO DA APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO INDIVIDUAL GRUPO RESPOSTAS Tempo de casa: Média 5,5 anos SIM NÃO RESPOSTAS Você já sentiu algum desconforto durante o trabalho? 8 2 0 10 Já chegou a ficar um dia sem trabalhar por conta desta dor? Já ficou afastado do trabalho por conta desta dor? 0 10 Você acredita que sua postura é inadequa no decorrer do dia? 9 1 Você acredita que um sistema de aval postural dinâmico o 10 0 ajudaria? Você considera sua mesa de trabalho confortável? 4 6 Você considera sua cadeira confortável? 8 2 Você pratica alguma atividade física ou esporte regularmente 6 4 (3xsem)? Queixa Principal de Dores e Desconforto – Indicador e Intens Total de Indivíduos Nota Indicada LADO CORPÓREO OMBROS 2 5,4 0 0 BRAÇO 1 2 COTOVELO 1 1 ANTEBRAÇO 6 4,6,4,5,4,7 PUNHO - Mão 2 1,7 COXA 3 1,2,4 JOELHO 2 1,2 PERNA 2 4,3 PÉ 1 1 OLHO 2 1,5, CABEÇA 4 2,6,6,7 CERVICAL 2 7,7 DORSAL 3 7,4,7 LOMBAR 67 APÊNDICE C – Aplicação Índice de Esforço de Moore e Garg Índice de Moore e Garg Escritório Digitação Posto Atividade Classificação Caracterização Intensidade do esforço ( FIT ) Leve Tranquilo Médio Percebe-se algum esforço Pesado Esforço nítido; sem expressão facial Muito Pesado Esforço nítido; muda a expressão facial Próx. máximo Usa tronco e membros Mult. Enc. 1.0 3.0 6.0 9.0 13.0 1 Observações X Duração do Esforço ( FDE ) < 10% do ciclo 10-29% do ciclo 30-49% do ciclo 50-79% do ciclo > 80% do ciclo 0.5 1.0 1.5 2.0 3.0 50 à 70% do turno de trabalho realiza atividades de digitação 2 X Frequencia do Esforço ( FFE ) < 4 por minuto 4 - 8 por minuto 9 - 14 por minuto 15-19 por minuto > 20 por minuto 0.5 1.0 1.5 2.0 3.0 Postura da Mão-Punho ( FPMP ) Muito boa Neutro Boa Próxima do neutro Razoável Não neutro Ruim Desvio nítido Muito ruim Desvio próximo do máximo 1.0 1.0 1.5 2.0 3.0 Consideramos mais de 20 toques por minuto. 3 X 1 Consideramos a postura próxima do neutro, já que todos os postos apresentavam espaço para apoio de terço posterior de antebraço e punhos. X Ritmo do trabalho ( FRT ) Muito lento =< 80% Lento 81-90% Razoável 91-100% Rápido 100-115% ( apertado porém acompanha ) Muito rápido > 115% ( apertado, não acompanha ) 1.0 1.0 1.0 1.5 2.0 1 X Duração do trabalho ( FDT ) =< 1 hora por dia 1-2 horas por dia 2-4 horas por dia 4-8 horas por dia > 8 horas por dia ÍNDICE ( FITxFDExFFExFPMPxFRTxFDT ) Interpretação < 3.0 Baixo Risco 3.0 - 7.0 Duvidoso > 7.0 Risco 0.25 0.50 0.75 1.0 1.5 = Consideramos o tempo de coleta da pesquisa de 6 horas diárias 1 6,00 RESULTADO Duvidoso 68 APÊNDICE D – MÉTODO RULA – RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT Avaliação para Postura Centralizada Tabela 4: Tabela representando o Método RULA aplicado para a imagem da postura correta encontrada nos usuários em estudo. Fonte: http://www.kxcad.net/catia/B17doc/English/online/haaug_C2/images/wnRULA.gif 69 APÊNDICE E – MÉTODO RULA – RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT - Avaliação para Postura Anteriorizada Tabela 5: Tabela representando o Método RULA aplicado para a imagem da postura anteriorizada encontrada nos usuários em estudo. Fonte: http://www.kxcad.net/catia/B17doc/English/online/haaug_C2/images/wnRULA.gif 70 APÊNDICE F – MÉTODO RULA – RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT - Avaliação para Postura Posteriorizada Todos os postos de trabalho 71 APÊNDICE G – MÉTODO RULA – RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT - Avaliação para Postura Rodada à Direita ou Esquerda 72 APÊNDICE H– MÉTODO RULA – RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT - Avaliação para Postura Inclinada à Direita ou Esquerda 74 APÊNDICE I- CHECKLIST PARA ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DO POSTO DE TRABALHO AO COMPUTADOR – Avaliação de Cadeira Usuário 1 2 3 1 – Cadeira estofada? 1 1 1 2 – Estofado de espessura e maciez adequada? 1 1 1 3 – Tecido da cadeira permite boa transpiração? 1 1 1 4 – Altura regulável? 1 1 1 5 – Acionamento fácil de regulagem de altura? 1 1 1 6 – A altura máxima da cadeira é compatível com pessoas mais 1 1 1 altas ou com pessoas baixas? 7 – Largura da cadeira de dimensão correta? 1 1 1 8 – Assento na horizontal, não jogando o corpo do funcionário para 1 1 1 trás? 9 – Assento de forma ampla? 1 1 1 10 – Borda anterior do assento arredondada 1 1 1 11 – Apoio dorsal com regulagem da inclinação (seja através de regulagem própria, seja através de “mecanismo de 1 1 1 amortecimento”)? 12 – Apoio dorsal fornece um suporte firme? 1 1 1 13 – Forma do apoio acompanhando as curvaturas normais da 1 1 1 coluna? 14 – Regulagem da altura do apoio dorsal: existe e é fácil? 1 1 1 15 – Espaçoso para acomodação das nádegas? 1 1 1 16 – Giratória? 1 1 1 17 – Rodízios não muito duros nem muito leves? 1 1 1 18 – Os braços da cadeira são de altura regulável e a regulagem é 0 NA NA fácil? 19 – Os braços da cadeira prejudicam a aproximação do trabalhador 0 NA NA até seu posto de trabalho? 20 – A cadeira tem algum outro mecanismo de conforto e que seja 1 1 1 facilmente utilizável? 21 – Por amostragem, percebe-s que os mecanismos de regulagem de altura, de inclinação e da altura do apoio dorsal estão 1 1 1 funcionando bem? Soma dos pontos: 19 19 19 Percentual: 90,47% 90,47% 90,47% Boa Condição Ergonômica 4e5 6 7 8 9 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 NA NA NA NA NA 0 NA NA NA NA NA 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 19 90,47% 19 90,47% 19 90,47% 19 90,47% 19 90,47% 19 90,47% 75 Avaliação da Mesa de Trabalho Usuário 1 – É o tipo de móvel mais adequado para a função que é exercida? * 2 – Altura apropriada? 3 – Permite regulagem de altura para pessoas muito altas ou muito baixas? 4 – Borda anterior arredondada? 5 – Dimensões apropriadas considerando os diversos tipos de trabalho realizado pelo trabalhador (possibilita abrir espaço suficiente para escrita, leitura consulta e documentos segundo a necessidade)? 6 – Material não refletivo? Cor adequada, para não refletir? 7 – Espaço para as pernas suficientemente alto? 8 – Espaço para as pernas suficientemente profundo? 9 – Espaço para as pernas suficientemente largo? 10 – Facilidade para a pessoa entrar e sair no posto de trabalho? (não considerar se houver suporte de teclado – ver avaliação específica, adiante). 11 – Permite ajuste da altura da tela do monitor de vídeo? Ou há acessório próprio para esta função? Ou, no caso de LCD, obtem-se bom ajuste da altura com os recursos do próprio equipamento?? 12 – Este ajuste pode ser feito facilmente? 13 – O monitor pode ser posicionado mais para frente ou mais para trás? 14 – Este ajuste pode ser feito facilmente? 15 – A mesa tem algum espaço para que o trabalhador guarde algum objeto pessoal (bolsa, pasta ou outro)? 16 – Os fios ficam organizados adequadamente, não interferindo na área do trabalho? 17 – A mesa de trabalho tem algum outro mecanismo de conforto e que seja facilmente utilizável? ** Soma dos pontos: Percentual: Condição Ergonômica 1 2 3 4e5 6 7 8 9 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 NA NA NA NA NA NA NA NA NA 12 70,58% Razoável 15 88,2% Boa 13 76,47% Boa 13 76,47% Boa 12 70,5% Razoável 12 70,5% Razoável 12 70,5% Razoável 12 70,58% Razoável 15 88,23% Boa 76 Avaliação do suporte do teclado Usuário 1 1 – A altura do suporte do teclado é regulável? 2 – A regulagem é feita facilmente? 3 – Suas dimensões são apropriadas, inclusive cabendo o mouse? 4 – Sua largura permite mover o teclado mais para perto ou mais para longe do operador? 5 – O suporte é capaz de amortecer vibrações ou sons criados ao se digitar ou datilografar? 6 – O espaço para as pernas é suficientemente alto? 7 – O espaço para as pernas é suficientemente profundo? 8 – O espaço para as pernas é suficientemente largo? 9 – Facilidade para a pessoa entrar e sair no posto de trabalho? 10 – Há apoio arredondado para o carpo, ou a borda anterior da mesa é arredondada? Ou o próprio teclado tem uma aba complementar que funcione como apoio? 11 – O suporte de teclado ou seu mecanismo de regulagem tem alguma quina viva ou ponta capaz de ocasionar acidente ou ferimento nos joelhos, coxas ou pernas do usuário? Soma dos pontos: Percentual: Condição Ergonômica Razoável 0 0 1 0 1 1 1 1 1 0 1 7 63,63% Avaliação do Teclado Usuário 1 – É fino? 2 – É macio? 3 – As teclas têm dimensões corretas? 4 – É configurado segundo padronização da ABNT? 5 – Apresenta algum tipo de formato não tradicional e que complica mais do que facilita? Soma dos pontos: Percentual: Condição Ergonômica 1 1 1 1 2 1 1 1 3 1 1 1 4e5 1 1 1 6 1 1 1 7 1 1 1 8 1 1 1 9 1 1 1 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 5 100% Excelente 5 100% Excelente 5 100% Excelente 5 100% Excelente 5 100% Excelente 5 100% Excelente 5 100% Excelente 5 100% Excelente 5 100% Excelente 77 Avaliação do Monitor de vídeo Usuário 1 – O monitor de vídeo esta localizado na frente do trabalhador? 2 – Sua altura esta adequada? 3 – Há mecanismo de regulagem de altura disponível e este ajuste pode ser feito facilmente? 4 – Pode ser inclinado e este ajuste pode ser feito facilmente? 5 – Tem controle de brilho e de contraste dos caracteres? 6 – Há tremores na tela? 7 – A imagem permanece claramente definida à luminância máxima? 8 – Nos monitores com o tubo de imagem (CRT) a freqüência de renovação de imagem (screen refresh rate) pode ser ajustada? 9 – O monitor de vídeo é fosco? 10 – O monitor de vídeo é plano? Soma dos pontos: Percentual: Condição Ergonômica 1 2 3 4e5 6 7 8 9 10 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 6 60% Razoável 1 1 9 90% Boa 1 1 9 90% Boa 1 1 9 90% Boa 1 1 9 90% Boa 1 1 9 90% Boa 1 1 9 90% Boa 1 1 9 90% Boa 1 1 9 90% Boa Avaliação do Gabinete e CPU Usuário 1 – Toma espaço excessivo no posto de trabalho? 2 – Transmite calor radiante para o corpo do trabalhador? 3 – Gera nível excessivo de ruído? Soma dos pontos: Percentual: Condição Ergonômica 1 3 4e5 6 7 8 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 2 66,66% 1 2 66,66% 1 2 66,66% 1 2 66,66% 1 2 66,66% 1 2 66,66% Razoável Razoável Razoável Razoável Razoável Razoável 10 1 1 1 3 100% Excelente 78 Avaliação de Notebook e acessórios para o seu uso Usuário 2 9 1 – O monitor de vídeo esta localizado na frente do trabalhador? 2 – Sua altura esta adequada? 3 – Há mecanismo de regulagem de altura disponível e este ajuste pode ser feito facilmente? 4 – Pode ser inclinado e este ajuste pode ser feito facilmente? 5 – Tem controle de brilho e de contraste dos caracteres? 6 – Há tremores na tela? 7 – A imagem permanece claramente definida à luminância máxima? 8 – Nos monitores com o tubo de imagem (CRT) a freqüência de renovação de imagem (screen refresh rate) pode ser ajustada? 9 – O monitor de vídeo é fosco? Condição Ergonômica 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 7 7 100% Excelente 100% Excelente Avaliação do sistema de trabalho Usuário 1 – Caso o trabalho envolva uso somente de computador, existe pausa bem estabelecida de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados? 2 – No caso de digitação, o número médio de toques é menor que 8.000 por hora? Ou no caso de ser maior que 8.000 por hora, há pausas de compensação bem definidas? 3 – Há pausas de 10 minutos a cada duas horas trabalhadas? Ou verifica-se a possibilidade real de as pessoas terem um tempo de descanso de aproximadamente 10 minutos a cada duas horas trabalhadas? Soma dos pontos: Percentual: Condição Ergonômica 1 2 3 4e5 6 7 8 9 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 100% 3 100% 3 100% 3 100% 3 100% 3 100% 3 100% 3 100% 3 100% Excelente Excelente Excelente Excelente Excelente Excelente Excelente Excelente Excelente 79 Avaliação de Interação e do Layout Usuário 1 – Está o trabalhador na posição correta em relação ao tipo de função e ao layout da sala? 2 – Há uma área mínima de 6 metros quadrados por pessoa? 3 – Distância entre a parte de trás de um terminal e o operador mais próximo é maior que 1,0 metro? 4 – Quando necessário ligar um equipamento elétrico, as tomadas estão em altura maior que 75 cm? 5 – Quando necessário usar disquete, CD ou pendrive, o acesso aos respectivos dispositivos no corpo do computador é fácil? 6 – Há algum fator que leve à necessidade de se trabalhar em contração estática do tronco? 7 – No caso de necessidade de consultar o terminal enquanto atende ao telefone, um equipamento tipo head set está sempre disponível? Em número suficiente? 8 – Há interferências que prejudicam o posicionamento do corpo – por exemplo, estabilizadores, caixas e outros materiais debaixo da mesa? CPUs? 9 – O sistema de trabalho permite que o usuário alterne sua postura de modo a ficar de pé ocasionalmente? 10 – O clima é adequado (temperatura efetiva entre 20°C e 23°C)? 11 – O nível sonoro é apropriado (menor que 65 dB(A))? Soma dos pontos: Percentual: Condição Ergonômica 1 2 3 4e5 6 7 8 9 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 8 72,72% Boa 8 72,72% Boa 7 63,6% Razoável 7 63,6% Razoável 7 63,6% Razoável 7 63,6% Razoável 7 63,6% Razoável 8 72,7% Boa 10 90,90% Boa 80 Avaliação de Iluminação do Ambiente Usuário 1 2 3 4e5 6 7 8 9 10 1 – Iluminação entre 450 – 550 lux? 2 – Para pessoas com mais de 45 anos está disponível iluminação suplementar? 3 – A visão do trabalhador está livre de reflexos? (ver tela, teclados, mesa, papéis, etc)? 4 – Estão todas as fontes de deslumbramento fora do campo de visão do operador? 5 – Estão os postos de trabalho posicionados de lado para as janelas? 6 – Caso contrário, as janelas têm persianas e cortinas? 7 – O brilho do piso é baixo? 8 – A legibilidade do documento é satisfatória? Soma dos pontos: Percentual: Condição Ergonômica 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 1 1 0 1 1 6 75% Boa 1 1 8 100% Excelente 1 1 6 75% Boa 1 1 6 75% Boa 1 1 7 87,5% Boa 1 1 7 87,5% Boa 1 1 7 87,5% Boa 1 1 8 100% Excelente 1 1 4 50% Ruim 81 ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Desenvolvimento e validação de um sistema computacional para análise de postura em usuários de computador a) Muitas horas no computador, sem levar em conta as questões ergonômicas e o desconforto visual, têm sido comprovado ser prejudicial à saúde. É um fator de risco para o desenvolvimento de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho DORTs, tendo forte relação com as funções de digitação e manuseio do mouse. A incidência de DORT vem crescendo a cada dia, levando a degradação da saúde dos indivíduos, tornando-se um dos problemas atuais enfrentados pela administração empresarial. Por este motivo, há necessidade de maior estímulo a manutenção da postura correta durante o uso do computador, para que os riscos ergonômicos sejam minimizados e a saúde das pessoas preservadas. O objetivo deste estudo é monitorar a postura de usuários de computador através de um sistema baseado em processamento de imagens, visando avaliar a relação entre postura e queixa/dor e estimular a postura correta. O sistema avaliará a postura capturada pela webcam e alertará o usuário sempre que sua postura permanecer inadequada por um tempo pré-estipulado. b) Os procedimentos não conferem risco físico e psíquico aos participantes. c) Os participantes devem procurar o responsável pelo projeto em caso de dúvidas, assim como se sentirem lesados ou prejudicados em qualquer momento da execução da pesquisa ou após seu término. d) A duração da pesquisa será de 2 (dois) meses e será realizado com o seguinte cronograma: o primeiro dia será feita a instalação do sistema e a parametrização pelo fisioterapeuta conforme o usuário. Nas duas primeiras semanas o sistema somente captura as imagens da postura. Somente após este período o sistema iniciará os alertas quando a postura não estiver em conformidade. Não caberá ao participante nenhum ônus financeiro. 82 e) O presente termo não representa contrato ou vínculo irrevogável, podendo o participante abandonar o estudo quando bem entender. f) As informações serão utilizadas no projeto de pesquisa e serão publicados sem prejuízo ao anonimato dos envolvidos. g) Em caso de necessidade de indenização por dano físico ou psíquico, os valores serão acertados de acordo com a gravidade dos fatos. h) Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com a Pesquisadora Responsável: Maria Cristina Franco Lopes, no telefone: (24) 33541804 e endereço: Rua Dom Pedro I, nº 138, bairro Manejo, Resende-RJ, CEP 27521-240. Todas os procedimentos experimentais, assim como a metodologia, segue as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos, estabelecidas na Resolução n.° 251, de 07 de agosto de 1997, do Conselho Nacional de Saúde e na Resolução N.º 196, de 10 de outubro de 1996. Se você concorda em participar assine o termo de consentimento que segue. 83 TERMO DE CONSENTIMENTO Eu, abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar do projeto de pesquisa descrito acima, tendo recebido uma cópia deste termo de consentimento. Declaro, também, que tive oportunidade de questionar maiores detalhes sobre o estudo e que estou ciente de que meus dados permanecerão confidenciais. Assinando este termo, autorizo minha participação voluntária neste projeto, do qual eu posso me retirar a qualquer momento, sem penalidades. Nome (sujeito da pesquisa): __________________________________________ RG: ______________________________________ Assinatura: ________________________________ Data: ____/_____/_____ Nome (Pesquisador (a) Responsável):___________________________________ RG: ______________________________________ Assinatura: ________________________________ Nome (Pesquisador (a) Auxiliar): _______________________________________ RG: ______________________________________ Assinatura: ________________________________ 84 ANEXO B – Índice de Esforço - MOORE&GARG Índice de Moore e Garg Posto Atividade Classificação Caracterização Intensidade do esforço ( FIT ) Leve Tranquilo Médio Percebe-se algum esforço Pesado Esforço nítido; sem expressão facial Muito Pesado Esforço nítido; muda a expressão facial Próx. máximo Usa tronco e membros Mult. Enc. 1.0 3.0 6.0 9.0 13.0 X Duração do Esforço ( FDE ) < 10% do ciclo 10-29% do ciclo 30-49% do ciclo 50-79% do ciclo > 80% do ciclo 0.5 1.0 1.5 2.0 3.0 X Frequencia do Esforço ( FFE ) < 4 por minuto 4 - 8 por minuto 9 - 14 por minuto 15-19 por minuto > 20 por minuto 0.5 1.0 1.5 2.0 3.0 X Postura da Mão-Punho ( FPMP ) Muito boa Neutro Boa Próxima do neutro Razoável Não neutro Ruim Desvio nítido Muito ruim Desvio próximo do máximo 1.0 1.0 1.5 2.0 3.0 X Ritmo do trabalho ( FRT ) Muito lento =< 80% Lento 81-90% Razoável 91-100% Rápido 100-115% ( apertado porém acompanha ) Muito rápido > 115% ( apertado, não acompanha ) 1.0 1.0 1.0 1.5 2.0 X Duração do trabalho ( FDT ) =< 1 hora por dia 1-2 horas por dia 2-4 horas por dia 4-8 horas por dia > 8 horas por dia ÍNDICE ( FITxFDExFFExFPMPxFRTxFDT ) Interpretação < 3.0 Baixo Risco 3.0 - 7.0 Duvidoso > 7.0 Risco 0.25 0.50 0.75 1.0 1.5 = 0,00 RESULTADO Observações 85 ANEXO C – Método RULA 86 ANEXO D – CHECKLIST PARA ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DO POSTO DE TRABALHO AO COMPUTADOR Avaliação de Cadeira 1 – Cadeira estofada? 2 – Estofado de espessura e maciez adequada? 3 – Tecido da cadeira permite boa transpiração? 4 – Altura regulável? 5 – Acionamento fácil de regulagem de altura? 6 – A altura máxima da cadeira é compatível com pessoas mais altas ou com pessoas baixas? 7 – Largura da cadeira de dimensão correta? 8 – Assento na horizontal, não jogando o corpo do funcionário para trás? 9 – Assento de forma ampla? 10 – Borda anterior do assento arredondada 11 – Apoio dorsal com regulagem da inclinação (seja através de regulagem própria, seja através de “mecanismo de amortecimento”)? 12 – Apoio dorsal fornece um suporte firme? 13 – Forma do apoio acompanhando as curvaturas normais da coluna? 14 – Regulagem da altura do apoio dorsal: existe e é fácil? 15 – Espaçoso para acomodação das nádegas? 16 – Giratória? 17 – Rodízios não muito duros nem muito leves? 18 – Os braços da cadeira são de altura regulável e a regulagem é fácil? 19 – Os braços da cadeira prejudicam a aproximação do trabalhador até seu posto de trabalho? 20 – A cadeira tem algum outro mecanismo de conforto e que seja facilmente utilizável? 21 – Por amostragem, percebe-s que os mecanismos de regulagem de altura, de inclinação e da altura do apoio dorsal estão funcionando bem? Soma dos pontos: Percentual: Boa Condição Ergonômica 87 Avaliação da Mesa de Trabalho Avaliação da Mesa de Trabalho 1 – É o tipo de móvel mais adequado para a função que é exercida? * 2 – Altura apropriada? 3 – Permite regulagem de altura para pessoas muito altas ou muito baixas? 4 – Borda anterior arredondada? 5 – Dimensões apropriadas considerando os diversos tipos de trabalho realizado pelo trabalhador (possibilita abrir espaço suficiente para escrita, leitura consulta e documentos segundo a necessidade)? 6 – Material não refletivo? Cor adequada, para não refletir? 7 – Espaço para as pernas suficientemente alto? 8 – Espaço para as pernas suficientemente profundo? 9 – Espaço para as pernas suficientemente largo? 10 – Facilidade para a pessoa entrar e sair no posto de trabalho? (não considerar se houver suporte de teclado – ver avaliação específica, adiante). 11 – Permite ajuste da altura da tela do monitor de vídeo? Ou há acessório próprio para esta função? Ou, no caso de LCD, obtem-se bom ajuste da altura com os recursos do próprio equipamento?? 12 – Este ajuste pode ser feito facilmente? 13 – O monitor pode ser posicionado mais para frente ou mais para trás? 14 – Este ajuste pode ser feito facilmente? 15 – A mesa tem algum espaço para que o trabalhador guarde algum objeto pessoal (bolsa, pasta ou outro)? 16 – Os fios ficam organizados adequadamente, não interferindo na área do trabalho? 17 – A mesa de trabalho tem algum outro mecanismo de conforto e que seja facilmente utilizável? ** Soma dos pontos: Percentual: Boa Condição Ergonômica • • * Por exemplo: quando há interlocutor frequentemente, espaço para que o mesmo de coloque de frente ao trabalhador e espaço para as suas pernas; quando envolve trabalho de consulta freqüente a livros e manuais, espaço ou local para esses elementos; quando envolve consulta a plantas e projetos, espaço suficiente para abri-los; espaço suficiente para pacotes no caso de despacho; etc; ** Inclinação, no caso dos projetistas; condição propícia especial para digitação de mapas em geologia. OBSERVAÇÃO: Quando houver mais de uma mesa no posto de trabalho, aplicar o checklist acima em cada uma, em separado. 88 Avaliação do Portas-documento 1 – Sua altura, distância e ângulo podem ser ajustados? 2 – O ajuste é feito com facilidade? 3 – Permite boa retenção ou fixação do documento? 4 – Ele previne vibrações? 5 – Ele possui o espaço suficiente para o tipo de documento de que normalmente o trabalhador faz uso? 6 – Ele permite que o usuário o coloque na posição mais próxima possível do ângulo de visão da tela e que posso ser usado nessa posição? Soma dos pontos: Percentual: N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A Avaliação do suporte do teclado Aplicar esta parte somente em trabalhos de digitação, de processamento de texto, de informação via computador (call-centers) ou em editoração eletrônica. Não deve ser aplicado quando a pessoa, embora em algum tipo de serviço como os que foram acima descritos, consegue se posicionar bem colocando o teclado sobre a mesa e mantém uma boa postura desta forma. Tampouco deve ser aplicado em atividades de interação com computador, situações em que não é necessário. 1 – A altura do suporte do teclado é regulável? 2 – A regulagem é feita facilmente? 3 – Suas dimensões são apropriadas, inclusive cabendo o mouse? 4 – Sua largura permite mover o teclado mais para perto ou mais para longe do operador? 5 – O suporte é capaz de amortecer vibrações ou sons criados ao se digitar ou datilografar? 6 – O espaço para as pernas é suficientemente alto? 7 – O espaço para as pernas é suficientemente profundo? 8 – O espaço para as pernas é suficientemente largo? 9 – Facilidade para a pessoa entrar e sair no posto de trabalho? 10 – Há apoio arredondado para o carpo, ou a borda anterior da mesa é arredondada? Ou o próprio teclado tem uma aba complementar que funcione como apoio? 11 – O suporte de teclado ou sei mecanismo de regulagem tem alguma quina viva ou ponta capaz de ocasionar acidente ou ferimento nos joelhos, coxas ou pernas do usuário? Soma dos pontos: Percentual: Boa Condição Ergonômica 89 Avaliação de apoio para os pés 1 – Largura suficiente? 2 – Altura regulável? Ou disponível mais de um modelo, com alturas diferentes? 3 – Inclinação ajustável? 4 – Pode ser movido para frente ou para trás no piso? 5 – Desliza facilmente no piso? Soma dos pontos: Percentual: N/A Avaliação do Teclado 1 – É fino? 2 – É macio? 3 – As teclas têm dimensões corretas? 4 – É configurado segundo padronização da ABNT? 5 – Apresenta algum tipo de formato não tradicional e que complica mais do que facilita? Soma dos pontos: Percentual: Condição Ergonômica Excelente Avaliação do Monitor de vídeo 1 – O monitor de vídeo esta localizado na frente do trabalhador? 2 – Sua altura esta adequada? 3 – Há mecanismo de regulagem de altura disponível e este ajuste pode ser feito facilmente? 4 – Pode ser inclinado e este ajuste pode ser feito facilmente? 5 – Tem controle de brilho e de contraste dos caracteres? 6 – Há tremores na tela? 7 – A imagem permanece claramente definida à luminância máxima? 8 – Nos monitores com o tubo de imagem (CRT) a freqüência de renovação de imagem (screen refresh rate) pode ser ajustada? 9 – O monitor de vídeo é fosco? 10 – O monitor de vídeo é plano? Soma dos pontos: Percentual: Condição Ergonômica Ruim N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A 90 Avaliação do Gabinete e CPU 1 – Toma espaço excessivo no posto de trabalho? 2 – Transmite calor radiante para o corpo do trabalhador? 3 – Gera nível excessivo de ruído? Soma dos pontos: Percentual: Condição Ergonômica Razoável Avaliação de Notebook e acessórios para o seu uso 1 – Está disponíveis um suporte para elevar a tela do equipamento até a altura dos olhos, um teclado externo e um mouse externo? 2 – O mesmo é leve (menos que 2,5kg)? 3 – O teclado mais frequentemente utilizado (do notebook ou o auxiliar) possui teclas em separado para a função Pgup, Pgdn, Home e End? 4 – O teclado do notebook possui a mesma configuração do teclado do desktop? 5 – As teclas têm dimensões de 14 polegadas ou mais? 6 – A tela tem dimensões de 14 polegadas ou mais? 7 – Tem dispositivos para inserção de vários tipos de mídia disponíveis? Soma dos pontos: Percentual: N/A Avaliação do sistema de trabalho 1 – Caso o trabalho envolva uso somente de computador, existe pausa bem estabelecida de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados? 2 – No caso de digitação, o número médio de toques é menor que 8.000 por hora? Ou no caso de ser maior que 8.000 por hora, há pausas de compensação bem definidas? 3 – Há pausas de 10 minutos a cada duas horas trabalhadas? Ou verifica-se a possibilidade real de as pessoas terem um tempo de descanso de aproximadamente 10 minutos a cada duas horas trabalhadas? Soma dos pontos: Percentual: Condição Ergonômica Excelente N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A 91 Avaliação de Interação e do Layout 1 – Está o trabalhador na posição correta em relação ao tipo de função e ao layout da sala? 2 – Há uma área mínima de 6 metros quadrados por pessoa? 3 – Distância entre a parte de trás de um terminal e o operador mais próximo é maior que 1,0 metro? 4 – Quando necessário ligar um equipamento elétrico, as tomadas estão em altura maior que 75 cm? 5 – Quando necessário usar disquete, CD ou pendrive, o acesso aos respectivos dispositivos no corpo do computador é fácil? 6 – Há algum fator que leve à necessidade de se trabalhar em contração estática do tronco? 7 – No caso de necessidade de consultar o terminal enquanto atende ao telefone, um equipamento tipo head set está sempre disponível? Em número suficiente? 8 – Há interferências que prejudicam o posicionamento do corpo – por exemplo, estabilizadores, caixas e outros materiais debaixo da mesa? CPUs? 9 – O sistema de trabalho permite que o usuário alterne sua postura de modo a ficar de pé ocasionalmente? 10 – O clima é adequado (temperatura efetiva entre 20°C e 23°C)? 11 – O nível sonoro é apropriado (menor que 65 dB(A))? Soma dos pontos: Percentual: Boa Condição Ergonômica Avaliação de Iluminação do Ambiente 1 – Iluminação entre 450 – 550 lux? 2 – Para pessoas com mais de 45 anos está disponível iluminação suplementar? 3 – A visão do trabalhador está livre de reflexos? (ver tela, teclados, mesa, papéis, etc)? 4 – Estão todas as fontes de deslumbramento fora do campo de visão do operador? 5 – Estão os postos de trabalho posicionados de lado para as janelas? 6 – Caso contrário, as janelas têm persianas e cortinas? 7 – O brilho do piso é baixo? 8 – A legibilidade do documento é satisfatória? Soma dos pontos: Percentual: Boa Condição Ergonômica 92 Critério de interpretação Em cada dos itens pesquisados, e também para o total de itens deste check list considere: • 91% a 100% dos pontos – condição ergonômica excelente • 71% a 90% dos pontos – boa condição ergonômica • 51% a 70% dos pontos – condição ergonômica razoável • 31% a 50% dos pontos – condição ergonômica ruim Menos de 31% dos pontos – condição ergonômica péssima