mai/jun/jul/ago de 2011 nº 13
EDITORIAL
ACONTECE NA T&M...
sta edição marca a mudança de periodicidade de nosso informativo, que
passou a ser quadrimestral.
Entre os destaques, está o trabalho realizado pela Tempo&Memória
para clientes das mais diversas áreas
e com necessidades específicas, como
BM&FBOVESPA, CCR Actua, MAN Latin
America e Britanite. O informativo também apresenta dois artigos de fôlego
nas áreas de arquivologia e edição de
livros. No primeiro deles, Flávia Borges
Pereira destaca as principais reflexões e
diretrizes resultantes de encontro realizado pelo Centro de Memória Bunge,
que aprofundou temas de vital importância para Centros de Memória de empresas e instituições privadas. O segundo, assinado por Ana Trevisan Serino,
diretora da Arte do Tempo, apresenta
uma brilhante e esclarecedora síntese da questão dos direitos autorais e
seus desdobramentos desde os tempos
mais remotos até os dias atuais.
E a novidade fica por conta da abertura de mais um canal para interação entre os funcionários da Tempo&Memória,
o espaço “Colaboradores”, que trará a
cada edição as principais informações
de cunho profissional e recreativo que
traduzem a “cara” da nossa empresa. A
divertida matéria intitulada “Nossa Banda” está imperdível.
Boa leitura a todos!
BRINQUEDOS BANDEIRANTE
Especializada em brinquedos sobre rodas, a tradicional empresa Brinquedos Bandeirante, fundada em julho de 1952,
prepara-se para comemorar 60 anos de existência. Para isso,
contratou a Tempo&Memória, que desde julho de 2011 realiza
amplo trabalho de pesquisa histórica, incluindo levantamento
de documentos nas diferentes áreas e unidades da empresa
e coleta de depoimentos de colaboradores, que servirão de
base para produtos e eventos comemorativos em 2012.
UNIMED PAULISTANA
Para comemorar 40 anos de fundação, a Unimed Paulistana
está preparando hotsite com registro dos principais momentos de sua trajetória, que estarão disponíveis para consulta
de clientes, parceiros e colaboradores. O conteúdo será gerado a partir do trabalho de resgate histórico realizado pela
Tempo&Memória, que já havia atuado no levantamento de informações para o livro Uma Vida Em Nome da Saúde, a propósito do aniversário de 35 anos da operadora de saúde.
VOLKSWAGEN
A Volkswagen do Brasil iniciou em agosto organização de seu
acervo histórico sob responsabilidade da Tempo&Memória, já
como parte dos preparativos para a comemoração, em 2013,
dos 60 anos de existência da empresa. Trata-se de valioso
conjunto documental e, por isso, a meta da empresa é criar
um Centro de Memória, garantindo assim sua disponibilidade
para acessos e realização de pesquisas.
FUNDAÇÃO MARY SPEERS
A Fundação Mary Speers completa 30 anos e a Tempo&Memória
deu início à pesquisa sobre a história da instituição e da benemérita Mary Speers, que deixou importante legado para a
sociedade com o desenvolvimento de projetos nas áreas de
educação e cultura.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA
A Tempo&Memória está encarregada de fazer a pesquisa sobre a trajetória da Sociedade Brasileira de Dermatologia –
SBD, que comemora cem anos de existência
em 2012. Os trabalhos começaram em 18 de
julho e darão origem a livro histórico e exposição.
SISTEMA INTELIGENTE
CCR Actua avança na
gestão de arquivos
físicos e eletrônicos
FAZENDO HISTÓRIA
MAN Latin America comemora
aniversário com amplo projeto
de resgate histórico
pág. 3
pág. 4
FÓRUM
Centro de Memória,
Informação e
Geração do Conhecimento
Por Flavia Borges Pereira
patrimônio. Como forma possível de representação do mundo e
portadores de ideologia, que ‘integra e expressa um momento
histórico determinado e é também impregnada por ele’, preservam sua legitimidade inscrita dentro de uma historicidade ‘possível’. Aqui, eu ousaria afirmar uma historicidade ‘dada’. Nessa mesma linha de raciocínio, destaco o compromisso ético dos agentes
de preservação expresso no entendimento do patrimônio público como reflexo da cultura que devem representar.
Teria, ainda, muitos outros temas e questões abordadas de
forma contundente por Marilucia para comentar, mas devo
focar em meu tema e, por isso, gostaria de acrescentar outro
aspecto: o caráter do ‘objeto’, dos artefatos, das fontes, dos documentos, enfim, dos suportes dos conteúdos.
Mesmo considerando que os Centros de Memória sejam
‘recorte’ do sistema de arquivo da empresa, e concorrem para
esse fato questões de ordem administrativa e relacionadas à
inexistência de gestão documental, a qualidade e o caráter
da informação dependem dos métodos das ações de preservação e dos processos documentais, conforme bem salientou Marilucia.
Embora correspondam a uma parte do conjunto de
documentos produzidos e acumulados pela empresa, os
Centros de Memória devem estar inseridos no sistema de
informações da empresa em que atuam. Os conceitos quanto ao que deve ser preservado dependem do método da
avaliação documental. Como eliminar, por exemplo, o conceito de fato memorável, pitoresco? Somente a partir da recuperação do conceito de produção documental enquanto
arquivo, ou seja, documentos produzidos e acumulados por
uma empresa no cumprimento de suas funções.
Por outro lado, Heloisa Belotto, lançou nova abordagem
para arquivos históricos e documentos permanentes que
pode também contribuir para o enriquecimento deste debate sobre Centros de Memória empresariais, especialmente
ao afirmar que a informação administrativa não se restringe
a si mesma e, considerada de forma mais abrangente, como
transmissão cultural em diferentes suportes e aliada a outros
dados/informações não arquivísticas, geram conjuntos informacionais atípicos como material de biblioteca, arquivo
ou Centro de Memória. Segundo a historiadora, em sua obra
intitulada Arquivos Permanentes – Tratamento Documental,
‘trata-se de algo que vai muito além do próprio conteúdo
do documento. (...) Esses conjuntos de dados constituem a
ealizada anualmente em maio, quando se comemora o
Dia Mundial dos Museus – 18 de maio –, a Semana de Museus
traz discussões e reflexões importantes sobre questões ligadas à salvaguarda e à difusão do patrimônio cultural, tema de
especial interesse para Centros de Memória de empresas e
instituições privadas.
Como parte da ampla programação que se estendeu por
todo o País, sob coordenação da museóloga Marilucia Bottallo,
o Centro de Memória Bunge organizou mesa redonda intitulada “Memória e Mediação Institucional: Museus e Centros de
Memória”, além de contar com a participação de palestrantes
convidados. Botallo também ficou responsável pela palestra
principal, cujos pontos levantados serviram de base para outras três apresentações, a saber:
“Centro de Memória, Informação e Geração do Conhecimento”, por Flávia Borges Pereira, diretora da
Tempo&Memória;
“Para além da Construção de Conhecimento: Difusão e Comunicação dos CMs com Seus Públicos”, por Silvia Pedrosa,
coordenadora do Memória Votorantim;
“Case Centro de Memória Bunge”, por Luciana Amaral, coordenadora do Centro de Memória Bunge.
A seguir, trecho selecionado da palestra “Centro de Memória, Informação e Geração do Conhecimento”:
“A palestra apresentada por Marilucia traz à tona um debate que há muito tempo acompanha a trajetória dos Centros de Memória empresarias: de que forma se apropriam
dos conteúdos da memória empresarial e os divulgam? Qual
a relevância desses conteúdos como fonte das pesquisas históricas ou, retomando o texto de Marilucia, como ‘representações capazes de produzir informações e inferências, que, por
sua vez, criam novos signos e representações’. Em última instância, esse debate coloca em pauta questões fundamentais
para o tema de minha palestra de hoje.
Considero importante e didático separar dois aspectos do
tema que me foi proposto. Em primeiro lugar, destacaria o aspecto referente ao caráter da informação ligado à relação pautada
pela mediação dos Centros de Memória empresarias e a produção dos conteúdos. Nesse aspecto, Marilucia contribui para situar
e caracterizar o sistema de produção cultural por meio da intermediação dos Centros de Memória empresariais num contexto
mais amplo de um processo de preservação e de divulgação do
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memória. (...) Todos esses elementos, arquivísticos ou não, são
iguais fontes a serem utilizadas pelo historiador’.
Com base nessa perspectiva, evidencia-se o caráter da informação/conteúdos e o papel dos profissionais de apoio à pesquisa. Para Belotto, a memória é um conjunto de informações e/
ou documentos orgânicos ou não. Os três elementos que constituem a memória – o documento de arquivo, o técnico-científico
ou informativo e os elementos dispersos – devem ser organizados, juntados e/ou referenciados:
‘(...) até constituir-se um corpus documental significativo.
Isso é a memória. É matéria documental em estado bruto, a
ser trabalhada pelo historiador’.
‘Aos profissionais de apoio à pesquisa cabe a disseminação da informação, a partir do seu estado puro. Só é possível
fazer a interpretação porque a memória está lá, estática, porém já resgatada, reunida, arranjada e descrita criteriosamente por profissionais cuja função é justamente essa’.
Dessas observações, depreende-se a importância do profissional de apoio à pesquisa, do arquivista e da metodologia arquivística. Quanto maior o detalhamento da memória de uma
empresa, mais informações e fontes de pesquisa estarão disponíveis para que o historiador possa trabalhar”.
CASE ACTUA
Centro de Informação avança
Por Edna de Paula Oliveira
A
CCR Actua é uma empresa do Grupo CCR, referência em
serviços compartilhados, que iniciou suas atividades no mercado em 2003. Desde junho de 2005, a Tempo&Memória é
responsável pelo gerenciamento técnico do sistema de arquivos, o que, em termos práticos, corresponde ao trabalho
de transformar conjunto de documentos aleatórios em setor
da informação capaz de atender não apenas a própria Actua,
como também seus clientes, de forma rápida e segura.
Hoje, graças ao trabalho e à dedicação de uma equipe treinada e comprometida, vinculada à Gestora de Planejamento,
Ana Paula de Syllos Braga, que, sempre muito presente, garantiu acesso a todos os recursos tecnológicos e humanos
necessários, contamos, no chamado Centro de Informação –
CI, com sistema de arquivos que permite controle total sobre
as informações geradas pelas atividades da CCR Actua.
Esse controle abrange toda a documentação produzida
em papel, bem como documentos digitalizados, e tem como
ferramentas, além de banco de dados de gerenciamento de
documentos via web e site de banco de imagens, procedimento operacional, para padronização no arquivamento de
todos os documentos produzidos, e tabela de temporalidade, com justificativa legal dos prazos de retenção.
Apesar da eficiência do CI no controle das informações
e na sua rápida disponibilização, detectou-se importante lacuna a ser preenchida, especificamente em relação aos documentos eletrônicos, não aqueles gerados pelo próprio CI,
mas os que “nascem” nas máquinas dos usuários ou são acessados por meio de arquivos executáveis.
Diante do fato, a gestora Ana Paula, com apoio das demais
áreas, abriu caminhos para conversarmos com cada “fonte de
informação”, a fim de compreendermos a função e o valor
dos documentos produzidos. Esse trabalho – mapeamento
da produção documental eletrônica – foi o primeiro passo
para organização dos arquivos eletrônicos, imprescindível na
Ana Paula de Syllos
Braga, Gestora de
Planejamento da
CCR Actua.
tomada de decisões estratégicas, desde o redesenho do fluxo
documental até a escolha do sistema eletrônico de workflow
ou qualquer outro que integre o trâmite documental dentro
da empresa e na sua interação com clientes e usuários.
Arquivos eletrônicos x arquivos físicos
Quando as empresas sentem necessidade de organizar
seus arquivos, normalmente se voltam para documentos físicos. Todos querem “livrar-se” da papelada ou criar controles,
uma vez que o acúmulo de papel é um empecilho para o gerenciamento eficaz. Quanto aos arquivos eletrônicos, geralmente não incomodam e, justamente por isso, são desvinculados de toda a metodologia aplicada na gestão dos Centros
de Informação, quando já implantados nas empresas.
No caso do cliente CCR Actua, a princípio, o tratamento
dos arquivos eletrônicos não foi colocado em pauta, pois, sa-
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- Mapeamento, por área, de todos os arquivos existentes, a
fim de formar diagnóstico da situação global.
- Criação de estruturas locais nos diretórios compartilhados, por setor, e, salvo algumas especificidades, geridas com
a mesma metodologia utilizada no Centro de Informação, integrando essa documentação ao Procedimento Operacional
– PO já existente.
- Agendamento do chamado “Dia D”, no qual todos irão
nomear e guardar seus arquivos nas respectivas pastas da
nova estrutura estabelecida. Nessa fase, documentos que,
eventualmente, não se alinharem às diretrizes estabelecidas
pelo PO poderão ser descartados.
Após esse trabalho de estruturação, todos os documentos
eletrônicos produzidos seguirão o mesmo padrão de organização, integrando o acervo do Centro de Informação.
biamente, o foco inicial era a organização dos documentos
produzidos em papel e de todos os seus desdobramentos,
incluindo escolha de sistema compartilhado da informação e
digitalização dos documentos mais acessados.
Até então, a guarda de arquivos eletrônicos era pessoal,
ou seja, cada um ficava “responsável” pelo que produzia, sem
existência de metodologia, padrão e gerenciamento especializado. Com isso, além do risco de perda e duplicidade de
informações, havia aumento dos custos com geração de mais
espaço no servidor da empresa para armazenamento de dados, até porque, na dúvida, não se podia descartar nada.
Considerando todos esses aspectos, a CCR Actua decidiu
realizar a organização dos arquivos eletrônicos provenientes
de todas as áreas administrativas da empresa , cuja estratégia
está baseada nas seguintes premissas:
MEMÓRIA
MAN LATIN AMERICA
REALIZA
RESGATE HISTÓRICO
Por Fred Hila
Higienização de documentos.
Tempo&Memória, em junho, finalizou a primeira etapa do projeto de resgate histórico da MAN
Latin America, empresa que produz caminhões e ônibus da marca Volkswagen.
Completando 30 anos de existência no
mercado, o setor de Comunicação aproveitou a data e somou esforços para localizar e reunir documentos de seu acervo
histórico.
A equipe da Tempo&Memória localizou, nas áreas de Marketing, Comunicação
e também na Presidência da empresa cer-
ca de cem caixas-arquivos contendo textos, fotografias, audiovisuais e objetos
que retratam a trajetória do empreendimento. Esses documentos receberam
tratamento arquivístico apropriado, sendo organizados, catalogados em banco
de dados, higienizados e acondicionados.
Também foi realizada ampla pesquisa histórica, que incluiu coleta de depoimentos de integrantes da diretoria e do CEO Roberto Cortes, resultando em
relatório de pesquisa que servirá de base para realização de ações relacionadas
à comemoração dos 30 anos da empresa. Marcos Brito, gerente de comunicação da empresa, resume a importância do projeto para os colaboradores: “O
trabalho da Tempo&Memória no resgate histórico da MAN Latin America vai
além da coleta, catalogação e conservação de documentos, cujo valor é inestimável. A organização da história recupera fatos quase esquecidos e confere
o reconhecimento dos esforços de cada colaborador. É um projeto que agrega
ainda mais o time.”
Momentos importantes da evolução da indústria automotiva do País estão
documentados no acervo da MAN Latin America, como a atuação da Autolatina
– joint venture entre a Volkswagen e a Ford idealizada para superar os impactos
da crise econômica dos anos 1980 e 1990 – e da primeira fábrica do mundo
baseada em produção fractal, chamada de Consórcio Modular. Inaugurada em
1996, em Resende, é considerada pioneira na descentralização fabril da região
do ABC.
Os documentos abrangem desde a entrada da marca Volkswagen no segmento de caminhões após a compra da Chrysler do Brasil, em 1981, até os dias
de hoje, registrando estratégias e ações que levaram a empresa à conquista da
liderança de mercado nos anos 2000.
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Direito Autoral
Por Ana Trevisan
Para começarmos a falar sobre Direitos Autorais precisamos
voltar para a Antiguidade, que se estende desde 4.000 a.C. até 476
d.C., ou seja, do aparecimento da escrita até a queda do Império
Romano. Esse período foi marcado pelas conquistas dos povos,
grande produção artística e descobertas essenciais para as futuras
civilizações.
A Antiguidade caracteriza-se pela evolução cultural da Grécia
e do Império Romano. Também ocorreu nesse período a difusão
do teatro e da poesia. Já nessa época, o filho herdava a obra intelectual como se fosse uma “coisa” comum. É certo que não existia
uma proteção ao direito autoral e tampouco a ideia de propriedade
ou exclusividade. Entendia-se que o criador intelectual não deveria
“descer” à condição de mercador dos produtos de sua inteligência
e seu talento, visto que comerciantes eram considerados uma classe
inferior. Mas é certo que já se discutia, então, a questão da titularidade, existindo até mesmo a figura do plágio na Grécia Antiga, cuja
sanção era a mera desaprovação pública. Ainda que não houvesse
norma legal para punição contra essas violações, existia a sanção
moral, que impunha ao contraventor o repúdio público, bem como
sua desonra e sua desqualificação nos meios intelectuais.
Na Idade Média, que se iniciou em 476 d.C. e se estendeu até
1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos-otomanos, a
Igreja detinha o monopólio cultural e uma prova disso foi o precioso trabalho dos monges copistas, que permitiu preservar muitos
textos da Antiguidade Clássica. Nesse período, os religiosos eram os
únicos letrados. Surgiram nomes célebres como Santo Agostinho
e, mais tarde, São Tomás de Aquino.
Vale lembrar que como os manuscritos eram copiados à mão,
um a um, a reprodução era muito difícil e, por isso, a utilização de
uma obra não prejudicava os direitos patrimoniais do autor.
Em seguida, veio a Idade Moderna, deflagrada a partir de 1453
com a tomada de Constantinopla. Nessa fase, o Renascimento foi
o movimento cultural que mereceu destaque por ter atingido as
elites de cidades prósperas, como Florença. O Renascimento caracterizou-se não apenas pela mudança na qualidade da produção
intelectual, mas também pelo aumento da quantidade da produção
cultural.
Dois fatores influenciaram o crescimento dessa produção: a
ação dos mecenas e a criação da impressão tipográfica. O aparecimento da imprensa, com Gutenberg, ao mesmo tempo em que
possibilitou a propagação das ideias, difundindo a cultura e dando
início à indústria livreira (e também à imprensa como conhecemos
hoje), fez surgir o problema da proteção jurídica do direito do autor, principalmente quanto à remuneração dos escritores e o direito
de reproduzir e utilizar obras publicadas.
Importante salientar que o problema já existia antes da criação
da imprensa, até porque o direito do autor não se restringe aos tex-
tos de natureza literária, como também à música, às artes figurativas, ao teatro, aos projetos arquitetônicos etc. Antes do surgimento
da imprensa, os pintores já pintavam, os escultores já esculpiam e
os autores já escreviam.
Somente em 14 de abril de 1710, na Inglaterra, foi publicada
aquela que seria considerada a primeira lei de direito autoral do
mundo: o Estatuto da Rainha Ana.
Com o início da Idade Contemporânea, em 1789, cujo marco foi a Revolução Francesa, a Lei do Direito Autoral passou por
várias mudanças. O mesmo tema teve diferentes concepções na
Inglaterra e na Europa Continental, gerando dois regimes distintos:
copyright e droit d’auter. O copyright é proteção à reprodução das cópias
e o droit d’auter protege os direitos morais do criador da obra. O
Direito brasileiro, por sua vez, adotou o sistema do droit d’auter, não
havendo influência decisiva do copyright nem mesmo com o passar
dos anos.
Atualmente, Direito Autoral é o ramo do Direito que trata
dos direitos dos autores e dos que lhe são conexos, ou seja, com
os quais estão relacionados, como o direito de propriedade, por
exemplo. No Brasil, essa matéria é regulada pela Lei nº 9.610, de
19 de fevereiro de 1998. A Lei abrange a autoria e a titularidade da
obra, protegendo tanto a pessoa que criou a obra intelectual quanto aquela a quem são atribuídos os seus direitos. Abrange textos,
obras musicais, coreográficas e pantomímicas; composições musicais com ou sem letra; obras audiovisuais, sonorizadas ou não,
incluindo as cinematográficas; obras fotográficas ou análogas; desenho, pintura, gravura, escultura, litografia, ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza; adaptações, traduções
e outras transformações de obras originais, apresentadas como
criação intelectual nova; programas de computador, coletâneas, antologias, dicionários, base de dados; entre outras obras que, por sua
organização e seleção, constituam criação intelectual.
Muitas questões são levantadas por autores e editores que lidam no seu dia a dia com obras editoriais, e o melhor caminho é
consultar a Lei para esclarecer todas as dúvidas. Uma informação
importante é que o direito do autor nunca se extingue, sendo válido durante toda a sua vida. Aos herdeiros, cabe a posse da obra
durante 70 anos após a morte do autor, quando, só então, ela cai
em domínio público, ou seja, pode ser publicada livremente por
terceiros, sem necessidade de autorização prévia do autor e de seus
herdeiros.
Para fotos e audiovisuais, são contados 70 anos a partir do primeiro dia de janeiro do ano subsequente ao de sua veiculação; no
caso de software, considera-se os 50 anos seguintes à data de sua
divulgação. No ambiente digital, as regras são as mesmas, uma vez
que a Lei é clara ao proteger a criação intelectual, independentemente do meio em que a obra é publicada.
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EXPOSIÇÃO
“50 ANOS BRITANITE:
CRESCENDO COM A INDÚSTRIA
DE BASE DO BRASIL”
m 29 de junho de 2011, foi inaugurada mais uma exposição com a assinatura da Tempo&Memória, desta vez em parceria com o Centro de Memória do Grupo CR Almeida.
Para comemorar os 50 anos de sua fundação, a Britanite,
empresa do Grupo CR Almeida que atua na área de produção
e comercialização de explosivos para uso civil e na prestação
de serviços de desmonte de rocha, promoveu o lançamento
da exposição intitulada “50 anos Britanite: Crescendo com a
Indústria de Base do Brasil”.
Organizado na sede da fábrica, no Paraná, com a presença
dos diretores da empresa, Marco Cassou e Antonio Cyrino, e
do prefeito de Quatro Barras, Loreno Tolardo, o evento marcou mais uma etapa das comemorações pelo aniversário da
empresa, que têm como foco a história do empreendimento
e a valorização das pessoas envolvidas.
Os trabalhos iniciaram-se com a pesquisa e o registro de
depoimentos de mais de 50 profissionais, entre funcionários e ex-funcionários. A exposição é a terceira iniciativa desenvolvida a partir desse material, que também já deu origem a hotsite, com linha do tempo indicativa dos principais
marcos da trajetória da empresa, e álbum de figurinhas. Este
último proporcionou experiência lúdica de identificação
com a empresa, enquanto a exposição faz com que funcionários e diretores sintam-se parte integrante dessa história
de sucesso.
Parabéns Britanite, um brinde aos próximos 50 anos!
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TENDÊNCIAS
BM&F BOVESPA E KLABIN:
pioneirismo no tratamento de
documentos eletrônicos
Por Luiz Peixeiro
os arquivos históricos, o tratamento de documentos eletrônicos tem sido cada vez mais difundido. Na BM&FBOVESPA,
um dos principais exemplos desse trabalho é realizado pelo
Centro de Memória da instituição e diz respeito ao procedimento com os Boletins Diários – BDs e Boletins Diários de Informações – BDIs, nos quais são apresentadas atualizações sobre os pregões. Simultaneamente à sua publicação, BDs e BDIs
são encaminhados ao Centro de Memória e armazenados em
espaço físico adequado, para que recebam todo o tratamento
arquivístico necessário e, então, são disponibilizados para consulta. Além disso, boletins que estão apenas em papel têm sido
tombados, organizados e encaminhados para digitalização.
Os boletins diários não são os únicos documentos que recebem o tratamento. Ofícios e circulares, bem como clippings
diários, também são exemplos de documentos eletrônicos
tratados pelo Centro de Memória da BM&FBOVESPA. Entre
as novidades, está previsto, para agosto de 2011, lançamento
de site que permitirá consulta não só desse material, mas de
todo o acervo da instituição, que passará pelo mesmo tratamento. O objetivo da equipe responsável é fazer que, aos
poucos, todas as informações históricas da Bolsa estejam
disponíveis para consulta dos públicos interno e externo, em
formato eletrônico. A Tempo&Memória é parceira do Centro
de Memória da BM&FBOVESPA nesse trabalho, atuando no
processo de organização do acervo e tratamento dos arquivos físicos para digitalização.
Outro exemplo de empresa na qual é realizado trabalho arquivístico envolvendo arquivos eletrônicos é a Klabin.
Mensalmente, todos os documentos desenvolvidos pelas
agências que dão suporte aos trabalhos da área de Comunicação e Responsabilidade Social, assim como arquivos de
imagem, em formato digital, são encaminhados ao Centro
de Documentação e Memória Klabin para tratamento e
posterior disponibilização para consulta.
REGISTRO
5º Encontro da Rede
de Centros de Memória
m 3 de junho, foi realizado o 5º Encontro da Rede de
Centros de Memória. Desta vez, o evento ocorreu na sede
do Memória Globo, nas instalações do Projac, abreviatura de
Projeto Jacarepaguá, centro de produção da Rede Globo, localizado no Rio de Janeiro.
Na ocasião, os grupos de trabalho definidos na edição anterior do Encontro, ocorrida em março, aprofundaram temas
como Levantamento de Centros de Memória no Brasil, Sistema
de Compartilhamento de Informações, Linha do Tempo dos
Centros de Memória no Brasil e IX Congresso Internacional
de História Econômica.
Os participantes também aproveitaram para visitar as instalações do Projac, entre eles o Acervo da Fábrica de Figurino;
a Fábrica de Cenários; o Departamento de Efeitos Especiais;
o Centro de Pós-produção; além de cenários e estúdios de
gravação das novelas Cordel Encantado e Insensato Coração.
O próximo encontro está previsto para agosto de 2011, na
sede da Fundação Energia e Saneamento, em São Paulo.
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COLABORADORES
INTERCÂMBIO ENTRE OS CLIENTES
"NOSSA BANDA"
Como parte do programa de visitas de funcionários a projetos coordenados por seus colegas,
em 16 de junho de 2001, o colaborador Germano
conheceu o Centro de Informação da Actua. Sobre
a experiência, ressaltou:
Muitos especialistas na área de Gestão de Pessoas enfatizam a necessidade de profissionais
investirem não só em sua formação acadêmica,
como também buscarem atividades ligadas ao esporte, ao lazer e à cultura. Elas proporcionam
maior capacidade de concentração e socialização, além de ajudarem no combate ao estresse.
Na Tempo&Memória, vários profissionais encontraram na Música momento particular, no qual
podem criar, refletir ou apenas usufruir as
sensações que a interação com sons produz.
Pode-se afirmar até que a empresa tem “sua própria banda de música”: Fred Hila, na bateria;
Flávia Borges e Jackeline Carnier, nos violoncelos; Ligia Araki e Beth Estevo, nos violinos; Isabeli Cardoso, na percussão; e Michel
Roque, no violão.
Alguns estão iniciando suas experiências e outros já fizeram várias apresentações. Hila faz
parte da banda Black Needels, com dois discos
gravados e agenda sempre completa. Flávia e
Jackeline participam da orquestra do SoArte
– Centro de Desenvolvimento Cultural e Artístico, projeto social, sem fins lucrativos,
que destina bolsas de estudo para desenvolvimento de habilidades musicais. A propósito, a
Tempo&Memória colaborou com essa iniciativa,
por meio de patrocínio ao Concerto da Orquestra Filarmônica Educacional SoArte e do Madrigal SoArte, realizado em dezembro de 2009, no
salão nobre do Colégio Arquidiocesano, em São
Paulo.
“Adorei ter conhecido o
Centro de Informação da
Actua, trabalho dedicado
e magnífico. Agradeço a
oportunidade, isso é muito
gratificante.
Treinamento
Germano e Linda.
Nossos colaboradores que participaram do curso
sobre Organização de Arquivos, ministrado pela
gerente de projetos Edna de Paula Oliveira, fizeram
questão de dar seu feedback:
"Edna é uma excelente professora. Ela fez a teoria
e a prática ficarem de mãos dadas. Além disso,
é muito bom trocar idéias com outras equipes
da T&M."
Linda Martins
"Todos os ensinamentos da Edna acrescentam muito
ao meu trabalho. Foi muito proveitoso compartilhar
com os colegas o que aprendo no meu dia a dia e a
cada dia com ela."
Elizângela Abreu de Souza
"O curso foi bastante proveitoso, pois possibilitou
maior integração entre os funcionários que
trabalham com arquivos administrativos e históricos.
Por meio do modo como o curso foi conduzido,
tivemos boa noção sobre semelhanças e diferenças
entre os trabalhos realizados com os mais diversos
clientes. O intercâmbio de conhecimentos e a
orientação de pessoas mais experientes servirão
para que eu me aprimore cada vez mais em nossa
área de atuação."
Leonardo Félix de Araújo
Plano de saúde
e seguro de vida
Desde junho de 2011, o benefício do
convênio médico foi estendido a todos
os funcionários da Tempo&Memória,
que também passaram a contar com
cobertura de seguro de vida mais com
pleta. Essas são conquistas importan
tes que alcançamos graças à colabora
ção de todos.
No segundo semestre, está prevista realização de novo
curso, desta vez sobre Gestão de Projetos.
O Jornal Em Tempo é um veículo eletrônico de comunicação da Tempo&Memória/Arte doTempo.
Edição nº 13 / Ano 4 – 2º quadrimestre de 2011.
Diretora da T&M: Flávia Borges Pereira / Diretora da Arte do Tempo: Ana Trevisan Serino / Editor: Marco Polo Henriques / Projeto Gráfico e
Diagramação: Arte do Tempo / Conselho Editorial: Clarice Caires, Edna de P. Oliveira e Rachel Passetti / Distribuição: funcionários e clientes da
T&M/Arte doTempo / É permitida a reprodução do conteúdo deste boletim desde que citada a fonte e o site da Tempo&Memória.
Prezados Colaboradores
Nosso boletim tem periodicidade quadrimestral e, para que possamos cumprir esse cronograma, necessitamos que o conteúdo
das seções seja encaminhado para [email protected] até a última semana do terceiro mês de cada quadrimestre.
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FAZENDO HISTÓRIA MAN Latin America