PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO
ANO 30 • Nº 253
BRASILEIRA DE DISTRIBUIDORES
FEVEREIRO 2008
VOLKSWAGEN
SECOND LIFE
Um novo jeito
de se comunicar
com o cliente
IBIZA
O pôr-do-sol
mais bonito do
mundo
ENTREVISTA
Eduardo Alves,
do Galeto´s
Recado
Onde tudo é possível
P
ouca gente apostou nessa novidade. E mesmo os que botaram fé, pensaram que o Second Life
não passaria de um modismo e que jamais seduziria alguém com mais de 20 e poucos anos.
Surpresa! O Second Life ou metaverso, como preferem alguns especialistas em novas mídias, é
hoje um misto de entretenimento, site de relacionamentos e de negócios. O movimento de
dinheiro é tal que determinou uma pesquisa da consultoria Gartner, segundo a qual, “se você
ainda não tem uma segunda vida no mundo virtual, terá.” Este também foi o motivo pelo qual
decidimos abordar o assunto. Parece improvável, mas de acordo com a consultoria, “80% dos
usuários da internet terão uma vida virtual até o fim de 2011”, e isso inclui praticamente a
totalidade de nossos leitores.
O fato de qualquer pessoa poder “ter” a vida, a aparência, a profissão, o sucesso, o dinheiro, o
poder e os amores que sempre sonhou, ainda que virtualmente, parece ter extrapolado o bom
senso e o prazer dos relacionamentos tête-à-tête. Cada vez mais gente prefere viver uma
fantasia ao dia-a-dia real.
Sem entrar no mérito filosófico ou psicológico, o fato é que pessoas e um crescente número de
empresas começam a ganhar dinheiro por estarem no Second Life. Alguns casos de cidadãos
que já fizeram o primeiro milhão de dólares criando e vendendo produtos para os “avatares” –
figuras com gestos e interatividade que representam os usuários – ou comercializando espaços
publicitários nesse mundo virtual, são internacionalmente conhecidos, como a personagem
Anshe Chung, identidade da chinesa Ailin Graef, que faturou mais de um milhão de dólares no
último ano explorando os shoppings, lojas virtuais e marcas que criou, e principalmente
investindo em ações também virtuais de empresas que lá estão. Empresas reais, como a Adidas
que vende tênis para avatares, a Volkswagen que oferece quatro modelos de carros em uma
concessionária, o Bradesco que anuncia em relógios de rua, o Credicard Citi que tem um posto
de atendimento e a Petrobras que promove palestras.
Nesse mundo cada vez menos imaginário, especialmente quando se pensa no volume de
dinheiro que está girando, muitas outras empresas vêem um ambiente onde é possível realizar
tudo: reuniões virtuais, treinamento, simulações e negócios. Para os especialistas, o Second Life
é o futuro da internet, o espaço onde as pessoas criarão e interagirão com os mais diversos
conteúdos. “Onde serão realizados negócios e surgirão novas formas de mídia, tudo regido por
uma economia virtual que transcenderá as fronteiras geográficas dos países”.
Certo, ainda é cedo para apostar as economias no Second Life, mas não há dúvida de que esse
espaço já é uma mídia consagrada.
Boa leitura.
Cartas
Expediente
PUBLICAÇÃO MENSAL DA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISTRIBUIDORES VOLKSWAGEN
stock.xchng
Ano 31 – Edição 252 – Janeiro de 2008
NOVOS LEITORES EM
2008
Li a Revista Showroom e
adorei o conteúdo, a qualidade
do papel, da
impressão e das fotos. Tudo é
excelente! Por isso gostaria de
recebê-la regularmente no meu
endereço. Aproveito a
oportunidade para desejar um
feliz Ano Novo a toda a
equipe.
Lidia Cunha Nogueira
São Paulo - SP
As matérias são muito
boas, seu conteúdo,
excelente, assim como a
atualidade dos temas.
COLABORADORES DA
REDE VW
Clermon Amorim
Rio de Janeiro – RJ
Projeto Gráfico e Direção de Arte
Azevedo Publicidade - Marcelo Azevedo
[email protected]
Aqui na empresa em que
trabalho, a VW Gamma
Automóveis, tenho lido a
revista Showroom com
freqüência, mas gostaria
muito de poder recebê-la
em minha residência e
assim compartilhar, com
tranqüilidade, as
reportagens, notícias e
todo o seu conteúdo com
a minha família.
CLIENTES DA REDE
VW
Publicidade
Disal Serviços
Maria Marta Mello Guimarães
Tel (11) 5078-5480
[email protected]
com essa causa.
FERRAMENTA DE
TRABALHO
4
Parabéns pela matéria que
ilustra a primeira capa do ano
(Edição 252 – Janeiro 2008 –
Meio Ambiente em Risco). É
forte, instigante e corajosa,
especialmente por ser editada
por empresários da
distribuição de veículos. Sem
receio de assumir que o
automóvel, produto que os
senhores comercializam, é um
dos vilões do meio ambiente,
acabam por merecer o respeito
da sociedade. Tomara que
todos os setores de nossa
economia se comprometam
Editoria e Redação
Trade AT Once - Comunicação e Websites Ltda.
Rua Itápolis, 815 – CEP 01245-000 – São Paulo – SP
Tel (11) 5078-5427 / 3825–1980
[email protected]
Ângelo V. de Duller
São Paulo - SP
Marco Antonio Menezes
Monteiro
Iturama – MG
MEIO AMBIENTE
Conselho Editorial
Antonio Francischinelli Jr. , Carlos Alberto Riquena,
Evaldo Ouriques, Juan Carlos Escorza Dominguez,
Mauro I.C. Imperatori e Silvia Teresa Bella Ramunno.
Primeiramente quero lhes
desejar um 2008 com
muita paz, saúde e
alegria.
Aproveito também a
oportunidade para lhes
parabenizar pelas
excelentes matérias que
vocês têm publicado.
Sou funcionário da
concessionário VW Real
Veículos de Itaguaí e
gostaria de receber em
minha residência a revista
Showroom, pois a mesma
tem me servido como uma
excelente ferramenta de
apoio para o meu
trabalho.
Sou um cliente fiel da
Volkswagen, pois todos os
meus carros até hoje foram
da marca. E foi numa
concessionária VW que
tive o prazer de ler a
revista Showroom.
Gostaria de receber as
edições futuras, pois achei
a publicação muito
interessante.
Lucas Albuquerque
Cuiabá - MT
QUALIDADE DA
INFORMAÇÃO
Tive o prazer de conhecer
a revista Showroom o mês
passado em uma
concessionária de Curitiba,
a Copava veículos. Como
leitor assíduo de
conteúdos interessantes
adorei todo o charme e a
qualidade de informação
veiculada por ela.
Gostaria de saber como
faço para receber os
exemplares em minha
residência e assim poder
ter contato continuo com
a publicação.
Reinaldo G. FO.
Curitiba – Pr.
Editora e Jornalista Responsável
Silvia Teresa Bella Ramunno (13.452/MT)
Redação - Rosângela Lotfi (23.254/MT)
Impressão Gráfica Itú
Tiragem 6.000 exemplares
Revista filiada à ABERJ
Permitida a reprodução total ou parcial, desde que
citada a fonte.
As matérias assinadas são de responsabilidade do
autor e não refletem necessariamente a posição da
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Região II: Luiz Alberto Reze
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Região VI: Ignacy Goldfeld
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Conselho de Ex-Presidentes
Sérgio Antonio Reze, Paulo Pires Simões, João Cláudio
Pentagna Guimarães, Orlando S. Álvares de Moura,
Amaury Rodrigues de Amorim,
Carlos Roberto Franco de Mattos,
Roberto Torres Neves Osório, Elmano Moisés Nigri e
Rui Flávio Chúfalo Guião.
Foto de capa: divulgação
3 Recado
24 Consulta SEBRAE
A mensagem do Conselho Editorial.
As dicas dos consultores do SEBRAE.
6 Quem Passou Por Aqui
25 TechMania
Amigos e personalidades que visitaram
a Assobrav e o Grupo Disal.
O que acontece nos laboratórios e
pistas de testes da indústria
automotiva, segundo o jornalista
Fernando Calmon.
8 Gente
Eduardo Alves, Diretor Administrativo
do Grupo Galeto´s, uma rede de
restaurantes com 37 anos de vida, que
sabe conciliar com maestria tradição e
modernidade. Um exemplo de
relacionamento com fornecedores,
colaboradores e clientes.
14 Capa
“Second Life”, uma espécie de
videogame sem fases e sem objetivo a
ser alcançado, misturado a site de
relacionamento, com figuras, gestos e
interatividade grupal, com economia e
moeda própria. Um mundo virtual que
encanta cerca de 600 mil pessoas
mensalmente no mundo todo. No
Brasil, os visitantes do Second Life são
os responsáveis por colocar o País na
briga com a Alemanha e o Japão pelo
segundo lugar entre as nações que
mais se logam nesse universo paralelo.
Um mundo fantástico que já se revelou
uma mídia poderosa e que ainda vai
crescer muito.
20 RedeNews
O que acontece na Rede Volkswagen.
26 Comportamento
“Sendo da natureza humana criar e
inovar, por que o homem fica travado
quando se depara com obstáculos?”
28 Administração
“O segredo da longevidade da maioria
das empresas está diretamente ligado
à busca de novos mercados, de
inovações no leque de produtos e na
capacidade de adaptação às mudanças
que ocorrem nos ambientes
econômico, político e tecnológico.”
29 Motivação
“Quando se fala em motivação, o foco
deve mudar. Não há mais lugar para
programas ou palestrantes
mirabolantes. O foco da discussão está
na responsabilidade que cada um tem
sobre o desenvolvimento da sua
própria motivação.”
32 A Passeio
Suas próximas férias? Escolha Ibiza,
uma das ilhas do arquipélago Baleares
e espécie de resumo do que a Espanha
tem de melhor. Ponto de encontro dos
A PASSEIO
CAPA
GENTE
Marcos Alves
Sumário
hippies europeus na década de 60,
destino do chamado jet-set
internacional, e recentemente point
internacional da boemia, sinônimo de
baladas e ferveção, Ibiza possui lindas
praias, uma natureza exuberante, clima
excelente, boa gastronomia e gente
bonita. Um lugar paradisíaco onde o
culto ao hedonismo é levado muito a
serio.
38 Cotidiano
O conto curto de Marco Antônio de
Araújo Bueno.
39 Freio Solto
A opinião, a crítica e a ironia do
jornalista Joel Leite.
40 Novidades
O que há de novo em eletrônica
digital, periféricos de informática e
outras utilidades.
41 Livros & Afins
Nossas dicas para a sua biblioteca,
videoteca e cedeteca.
42 Vinhos & Videiras
A opinião abalizada de Arthur
Azevedo, presidente da Associação
Brasileira de Sommeliers – SP.
42 Mesa Posta
Histórias de receitas e de cozinheiros.
5
Quem passou po r aqui
Grande personalidade
do mundo automotivo,
hoje consultor
responsável pela
Pesquisa Fenabrave,
Luiz Adelar Scheuer,
para uma visita de
cortesia...
Entre uma
reunião e outra,
Rosana Faber,
do Contas a
Pagar da
Volkswagen,
para elogiar o
“verde natural”
da Assobrav...
Sorridente e
cativante,
Camilla
Monteiro,
diretora de arte
do
departamento
de Promoção,
Merchandising e
Eventos da
Volkswagen,
para mostrar
algumas das
muitas peças
novas que estão
por vir...
6
Em pose especial
para a coluna e
dando ênfase à
gama de produtos
da marca, Renato
Celiberti,
consultor
comercial de
Importados da
VW...
Eduardo
Sampaio,
também
consultor
comercial de
Importados da
Volkswagen,
checando as
notícias sobre
o segmento,
que,
felizmente
para a marca,
continua em
ascensão...
Agora na área de
Importados da Montadora,
a sempre dinâmica
Conceição (Con)
Mirandola, para uma
rodada de avaliação
com seus pares da
Assobrav sobre a
evolução do
mercado...
Entre inúmeros
afazeres, mas
sempre solícito,
Herlander Zola,
gerente de
Propaganda da
Volkswagen, para
apresentar novas
campanhas do
universo VW...
Ed de Almeida
Carlos, do Itaú
Seguros e
Previdências, para
apresentar novos
produtos...
Ricardo Kraft, da T
Systems, em
merecida pausa
para o café, para
mais uma série de
reuniões
operacionais para o
aperfeiçoamento de
sistemas...
Amável e talentoso, Reynaldo
Berto, para conferir suas mais
recentes obras de arte na Casa...
7
Gente
Galeto´s
“Nem tudo
que é velho
é tradicional,
nem tudo
que é jovem
é melhor”
Marcos Alves
Por Silvia Bella
E
8
m dias onde o descartável impera
e o fast food comanda as nossas vidas,
o lema “37 anos sob a mesma direção”
parece um slogan de efeito publicado
em antigos almanaques. Nem mesmo o
“Slow Movement”, tema abordado por
Showroom na edição passada, nascido
em 1986 para desacelerar o homem
contemporâneo e cuja vertente, o Slow
Food – leia-se, prazer à mesa – é a onda
mais forte, explica facilmente a
longevidade (com grande sucesso e em
Marcos Alves
constante crescimento) de uma empresa no ramo
alimentício. Ainda mais se o negócio em questão é
um restaurante, segmento fortemente influenciado
por modismos e outras variáveis como a
localização, facilidade de estacionamento, a
freqüência do público ou a especialidade da
cozinha, considerando que de tanto em tanto,
alguns alimentos ou o preparo dos mesmos são
eleitos os vilões da saúde pela comunidade
médica. Como manter a clientela sem aviltar a
qualidade dos pratos, dos preços e do
atendimento, dentro de um mercado que demanda
mudanças de hábitos e costumes hiper velozes? O
segredo parece residir na escolha de um bom
produto, não necessariamente sofisticado, aliado
ao bom senso e a uma administração eficiente que
não fecha os olhos às novas vontades do
consumidor. Um dos melhores exemplos nacionais
que une tradição, qualidade, boa relação custo-
benefício e capacidade de adaptação às evoluções do
mercado é o grupo de restaurantes Galeto´s.
Desde 1971, quando inaugurou sua primeira loja na Rua
Dr. Vieira de Carvalho, no centro de São Paulo, o
empresário português, Adelino Gala, só fez ampliar o seu
negócio. À época, com 51 anos de idade, ele é o clássico
exemplo de que nunca é tarde para começar uma nova
atividade e ter sucesso com ela, desde que nela se
coloque foco total. E empenho foi o que nunca faltou à
família Gala. Tanto que ao lançar no mercado a idéia de
uma opção rápida, mais econômica e moderna no
segmento de carnes grelhadas, indo contra o modelo que
parecia ser imbatível – as grandes churrascarias – os Gala
provaram que o acróstico G de gostoso, A de agradável, L
de leve, E de elegante, T de transado, O de organizado e
S de saudável, é mais do que um mote mercadológico. É
um atestado de competência.
9
Gente
Dois anos depois do primeiro restaurante, o Grupo se
expandiu para a Rua Pedro Américo e, planejadamente, nos
dois anos seguintes para a Rua Timbiras. Se parar no
tempo, acompanhou o desenvolvimento de São Paulo e
decidiu fechar dois restaurantes do centro, inaugurando em
1982 o primeiro restaurante Galeto’s na Alameda Santos,
nos Jardins, com a sofisticação exigida pelo bairro. Desde
então, o Galeto’s vem se espalhando pelas melhores regiões
da cidade. Em 1984, instalou-se no Itaim Bibi e em 1986
inaugurou seus primeiros restaurantes nos shoppings.
No cardápio, além do diferencial de ser o único restaurante
que possui o galeto desossado, e que tem na Sadia seu
fornecedor exclusivo de frangos de leite, está a
especialidade “Pudim Galeto’s”, cuja receita original e
guardada a sete chaves, foi preparada durante anos por
dona Célia, esposa de Adelino Gala.
Este toque familiar é também o que garante a unidade e a
qualidade dos serviços prestados por mais de 500
funcionários, distribuídos entre 11 restaurantes, que
atendem cerca de 2 milhões de pessoas anualmente, que
consomem mais de 60 mil unidades de frango por mês!
SHOWROOM O quanto a tradição portuguesa foi
importante para deslanchar a marca Galeto´s?
EDUARDO ALVES, DIRETOR ADMINISTRATIVO DO GRUPO GALETO´S A
influência portuguesa está em alguns pratos, como o
“Bacalhau com Batatas ao Murro”, o “Pudim Galeto´s” –
que é uma receita de família -, o “Caldo Verde”.
O sucesso que conseguimos, principalmente nos primeiros
anos, lá na década de 70, está ligado também à
perseverança e ao espírito empreendedor muito
característico de pessoas que migram para ganhar a vida
em outras terras.
10
Foi a diferença, isto é, o fato de ter um prato “carrochefe” como o galeto desossado que tornou o
restaurante famoso e freqüentado?
Fez diferença sim... O galeto é um prato muito apreciado
em todos lugares. Além de ter uma carne saborosa e macia,
também é bastante saudável, mas eu acho uma
simplificação muito grande imaginar que apenas um fator
tenha sido decisivo. Construir um restaurante, operá-lo e
fazer dele um local com uma boa freqüência não é fácil,
fazer isso por mais de trinta anos é bem mais difícil, e
“Nossa opção é por
qualidade absoluta
de produtos e para
isso é importante ter
fornecedores
parceiros, que
conheçam e
respeitem nossos
objetivos”
com uma rede então, mais ainda. Eu acho que antes de um
fator objetivo, tem que ter um outro aspecto, intangível, mas
que faz muita diferença: inquietude. É preciso estar sempre
procurando novidades, tem que existir um desassossego.
Quem acha que tem no produto ou no serviço um diferencial
competitivo, mais cedo ou mais tarde pode ter um
desapontamento. Pra lhe dar um exemplo, o galeto desossado
que você citou foi lançado no nosso cardápio no início da
década de 90 quando já tínhamos mais de 20 anos de
operação e já éramos uma rede importante na cidade de São
Paulo. Depois, veio a mesa de saladas, depois, as
massas...Agora estamos lançando petiscos para o happy hour
que são deliciosos e já estão nos ajudando a atrair mais
clientes.
Sabe-se que o relacionamento de vocês com os
fornecedores é muito estreito, a ponto de a Sadia ter sido
treinada por vocês e ser hoje um fornecedor exclusivo. O
quanto essa relação de parceria que extrapola o objetivo
meramente comercial é importante para o sucesso de uma
empresa?
nesse valor agregado entre
restaurantes.
Marcos Alves
“Definir o padrão é a
primeira coisa a fazer”
É verdade. Nossa opção é por qualidade
absoluta de produtos e para isso é
importante ter fornecedores parceiros,
que conheçam e respeitem nossos
objetivos. A Sadia é assim. Durante
muito tempo tivemos criação própria
dos nossos galetos porque àquela altura
não conseguíamos fornecedores que nos
garantissem o padrão de qualidade. No
inicio dos anos 90 firmamos com a
Sadia uma parceria que dura até hoje.
Além do altíssimo padrão de qualidade
dos galetos, ainda fomos além,
passamos para eles o nosso know-how
de desossa e eles montaram uma linha
de produção exclusiva para nós em uma
de suas fábricas do Paraná.
Por que vocês decidiram fechar os
restaurantes do centro de São Paulo e
ingressar nos shopping centers e
estabelecer-se em endereços mais
sofisticados? Essa “aura de
sofisticação” do Galeto´s não o
afastou da origem: boa gastronomia a
um custo bem acessível?
Nosso público-alvo sempre foi o mesmo.
Houve um tempo em que esse público
se encontrava no centro da cidade. Isso
mudou e nós soubemos acompanhar
essa mudança. Mas o nosso cardápio
continua com uma ótima relação custobenefício, talvez até melhor, porque
temos lançado produtos novos e
deliciosos, como as “Lascas de Salmão
com molho de Ervas Finas e
Champignons”.
Muita gente faz, erroneamente, a
comparação entre os preços de um
restaurante com os preços de varejo.
São coisas muito diferentes.
Restaurante agrega valor aos produtos;
preparo, conveniência, conforto. E
ainda há uma variação muito grande
Vocês têm um padrão de
atendimento ao cliente muito bom e
valorizam “a arte de servir”. Como
passam esse conceito aos garçons,
por exemplo, de forma que não se
sintam “realizando um trabalho
menor” ao servir às mesas?
Temos um acróstico: Gostoso,
Agradável, Leve, Elegante, Transado,
Organizado, Saudável.
Esperamos que os clientes nos
percebam dessa maneira. Não é única
e exclusivamente a comida que conta
na escolha de um restaurante.
Procuramos reforçar em todos os
treinamentos, que entregamos não
apenas uma refeição e sim uma
experiência. A Experiência Galeto´s.
Quanto o fato de todos os
restaurantes pertencerem ao mesmo
grupo é importante para manter
esse padrão de atendimento e
qualidade?
Facilita, na medida em que a decisão
pela implementação de um
determinado padrão operacional é
única. Definir o padrão é a primeira
coisa a fazer.
Como passar isso para os
franqueados, que, segundo consta,
vocês pretende ter?
Um dos motivos que leva uma pessoa
a procurar uma franquia é a percepção
de que o sucesso do seu negócio
depende também de padrão
operacional, que no caso de franquias
já está testado. Um franqueado
compra know-how, e padrão
operacional está contido nele.
11
Marcos Alves
Marcos Alves
Gente
O número médio de 50 funcionários
em cada restaurante não é grande?
Essa equipe se justifica pelo fato de
vocês cozinharem “artesanalmente”?
Esse modus operandi ainda é viável
hoje em dia?
Considerando o nível de serviço, o
número de 50 funcionários por loja é
bom. Há restaurantes com nível de
serviço similar que precisam de até 70,
80 funcionários.
“Estamos sempre
procurando novas maneiras
para ganhar eficiência”
Como cliente, soube que uma equipe
de assistentes chega aos restaurantes
ainda na madrugada para preparar os
alimentos que serão usados na
cozinha, para cortar legumes, lavar as
folhas etc. Isso é verdade? O mesmo
acontece na Central de
Abastecimento com as carnes?
12
O abastecimento dos nossos
restaurantes é feito durante as
madrugadas. Há uma equipe
responsável por pedido e recebimento
de mercadorias, estocagem e
higienização de verduras. Na Central
também há um turno noturno, mas
para as entregas a produção é feita
durante o dia, todos os dias.
Esse método seria uma “prévia” para
tentar agilizar os processos? Não
correm o risco de cair no “fast
food”?
Não. As atividades da noite são de
organização e não de preparo.
Vocês têm custos altos, como uma
frota própria para distribuir os
alimentos nos restaurantes. Isto não
é uma característica das empresas
“antigas”?
Estamos sempre procurando novas
maneiras para ganhar eficiência. Mas o
nosso custo de distribuição não me
parece alto, sobretudo por conta de se
tratar de transporte de alimentos.
Tenho informação de que de tanto
em tanto, um “cliente fantasma” –
alguém da cúpula da empresa visita os restaurantes para avaliar
o atendimento, a qualidade etc. É
verdade?
Não funcionaria adequadamente com
a diretoria porque somos todos
conhecidos de todos os funcionários
e o serviço conosco pode ocorrer
diferente da experiência de consumo
de um cliente.
Contratamos periodicamente
empresas especializadas nesse tipo
de pesquisa. Eles mandam pessoas
visitar nossos restaurantes e depois
nos relatam detalhadamente como
foram atendidos. É uma ferramenta
bastante interessante para controle
de padrão e treinamento de equipes.
Eu mesma constatei um dia que os
garçons almoçavam no próprio
salão, em turnos, antes de chegar
o público, e comiam os mesmos
pratos – montados da mesma
maneira – que os clientes. Fiquei
muito bem impressionada. Isso é
comum?
Não podemos ainda ampliar como
gostaríamos essa prática. O cardápio
dos colaboradores é mais restrito,
mas de modo geral suas refeições
são feitas no salão sim.
Aos 37 anos como manter-se
jovem e digno de continuar
seguindo a tradição que fez toda a
diferença? Não são características
antagônicas?
É escolher corretamente o que deve
ter continuidade e o que pode ser
melhorado ou revisto, isto é,
identificar de fato o que é
importante ser mantido. Nem tudo
que é velho é tradicional, nem tudo
que é jovem é melhor.
Capa
Ser lindo,
poderoso,
e dar festas
sem que os vizinhos reclamem
Se você ainda não tem uma
segunda vida no mundo virtual,
terá. É o que diz a consultoria
Gartner. De acordo com um estudo
divulgado por ela, 80% dos
usuários da internet terão uma
vida virtual até o fim de 2011.
Por Rosângela Lotfi
14
N
essa segunda personificação, ser humano é
“avatar”. Segundo a Wikipédia, a expressão provém
do sânscrito avatãra e é um conceito do
Hinduísmo, que significa “descida de uma
divindade do Paraíso à Terra”). Pois bem,
cada ser humano viverá em sites como o
“Second Life”, em um mundo virtual
chamado” metaverso”. E o melhor: lá cada
um pode ter uma vida idílica com a
aparência que sempre sonhou e ser o que
bem quiser. Com qualidades (e bens) que
não possui na vida real.
O “Second Life” é uma espécie de videogame
sem fases e sem objetivo a ser alcançado,
misturado a site de relacionamento, com
figuras (os avatares), gestos e interatividade
grupal, com economia e moeda própria.
Segundo muitos, um futuro promissor que
atrai muitas pessoas, empresas de tijolo e
cimento, instituições (sérias) de ensino e uma
miríade negócios. O site foi criado pelo
engenheiro estadunidense Philip Rosedale, em
2002, mas só deslanchou três anos depois. De lá
para cá continua crescendo e rendendo dólares
de verdade à Linden Lab, empresa criada por
Rosedale para vender terrenos virtuais, 80% do
faturamento da empresa. Não que os terrenos,
cobrados em moeda própria, o “linden dólar”,
sejam caros, mas diante de tantos interessados, a
empreitada já é lucrativa, mesmo sem cobrar taxa
de inscrição dos usuários, chamados de “residentes”.
De acordo com a Linden Lab, 516 mil pessoas em
todo o mundo se “logaram” no Second Life por um
tempo mínimo entre meados de dezembro do ano
passado e janeiro de 2008. Em uma estimativa, não
muito precisa, a população (flutuante) desse universo
paralelo já atinge mais de 5,4 milhões de habitantes
originários de computadores espalhados mundo afora.
No Brasil, a Linden Lab fechou uma parceria exclusiva
com uma pequena empresa do interior de São Paulo, a
Kaisen Games, que, por sua vez, firmou uma sociedade
com o iG, responsável pela infra-estrutura de servidores.
Dessa união surgiu a Mainland Brasil, a porta de entrada
nacional para o site e a responsável por gerenciar e
garantir o dinamismo desse mundo à parte.
Antes do Second Life, a Kaisen desenvolvia
jogos massivos on-line (MMOGs) licenciados de
desenvolvedores da Coréia do Sul. Com a
parceria ampliou a sua atuação, desenvolvendo
soluções para empresas no “metaverso” e
exploração de novas formas de mídia nos
mundos virtuais. Segundo Maurílio Shintati,
Maurílio Shintati,
diretor-executivo
da Mainland, no
Brasil
diretor-executivo da Mainland, no Brasil o
Second Life cresce exponencialmente. “O
número de usuários cadastrados representa algo
em torno de um milhão de brasileiros. Uma
variável importante na análise do mundo virtual
é o número de usuários ativos. Entre meados de
dezembro e janeiro últimos, 37 mil brasileiros
estiveram “logados” pelo período mínimo ou
7,17% do total. Hoje, a comunidade brasileira
saltou da 15ª posição no ranking dos países
com maior número de usuários, para brigar pelo
segundo lugar com a Alemanha e o Japão.” A
meta, conta o CEO, é representar 10% da
comunidade global até abril de 2008, quando a
Mainland Brasil completará um ano de
existência.
Futuro em 3D
Ambientes virtuais tridimensionais como o
Second Life, na opinião de vários especialistas,
serão o futuro da internet. “No futuro, os
mundos virtuais tridimensionais serão o
espaço onde as pessoas criarão e
interagirão com os mais diversos
conteúdos. Onde serão realizados
negócios e surgirão novas formas de
15
Capa
mundo virtual, que por
possuir lastro na
economia real, vai gerar
lucros reais. “Milhares de
pessoas no mundo todo,
centenas de brasileiros,
completam suas rendas ou
vivem dos lucros obtidos em
empreendimentos no Second Life e na
Mainland Brasil”, diz.
16
mídia, tudo regido por uma economia virtual que
transcenderá as fronteiras geográficas dos países”,
diz Shintati. Mesmo vislumbrando o Second Life
como o principal, o executivo acredita em outros
vários mundos virtuais operando em conjunto,
nos quais os usuários conseguirão, com o mesmo
avatar, transitar entre eles.
Qual é o impacto dessa brincadeira no mundo
real? Ainda é cedo para dizer, tudo é muito
embrionário. As principais fontes de receita da
Mainland/Kaizen são a conversão de reais em
moeda virtual e a “comercialização, aluguel e
leilão” dos terrenos nas ilhas das cidades digitais,
além dos ganhos de publicidade com os anúncios,
outdoors e placas colocados por empresas nos
locais valorizados e da cobrança de assinaturas
dos usuários que querem comprar terrenos
virtuais e para isso pagam mensalidade. Para
Shintati, o fato das pessoas interagirem em um
ambiente tridimensional e colaborativo,
aprofundando o modo como se comunicam,
muito além do e-mail, chats, comunicadores
instantâneos e fóruns de discussão, vai representar
uma plataforma tecnológica na qual os negócios e
pessoas que trabalham no metaverso ganharão
uma nova dimensão para explorar a economia do
Plataforma de negócios
Já há caso de avatar que ficou milionário e famoso
mundialmente. Trata-se de Anshe Chung, identidade
da chinesa Ailin Graef, que faturou mais de um
milhão de dólares no último ano. O seu patrimônio
virtual é formado por mais de 40 km2 de terras e
milhões de linden dólares. Ela construiu vários
shoppings virtuais, cadeias de lojas e explora esses
espaços. Também criou novas marcas no metaverso e
investiu em ações virtuais de empresas do Second
Life. Na vida prática, Maurílio Shintati diz que as
possibilidades são muitas: “Trabalhamos para que
nosso território se torne um ambiente propício para
negócios, projetos educacionais, manifestações
artísticas e culturais, e que seja repleto de atrações,
entretenimento e serviços para os nossos usuários.
No metaverso as pessoas podem ter ainda o seu
próprio negócio, por exemplo, o de especulação
imobiliária, venda de itens para avatares, clubes etc.
Ou podem atuar nos mais diversos segmentos, tais
como organização de eventos, promoção, modelagem
3D, programação e uma infinidade de outros.”
Especulação imobiliária é, aliás, a principal atividade
econômica. O território do Second Life é constituído
por mais de 950 km2 de terras virtuais. A
construtora Rossi lançou ali um prédio, réplica
de outro que está erguendo de verdade em São
Paulo. Enquanto o empreendimento real não
fica pronto, quem compra ganha uma unidade
virtual e pode visitar a planta, simular a
decoração e até promover um open house até
às seis da manhã sem que os vizinhos
reclamem do barulho.
As outras atividades econômicas que
prosperam neste mundo virtual relacionam-se
com a venda de acessórios para avatares
(roupas, cabelos, peles, genitália), atividades
sociais (eventos, promoções, segurança) e
desenvolvimento de aplicações in-world
(modelagem e programação de scripts).
Estudar as guerras no front
virtual de batalhas
Entre as aplicações de maior potencial estão o
ensino a distância, treinamentos, simulações,
turismo e marketing. Universidades
consagradas, como Harvard, a Universidade
de Nova York, Berkeley, Oxford, Insead, entre
muitas outras, instalaram salas de aula no
Second Life. Em agosto passado foi a vez de
instituições brasileiras como a Universidade
de São Paulo, PUC-SP, Cásper Líbero e
Mackenzie, ao lado da UNB e da
Universidade Federal de Minas. As
instituições ganharam auditório e terreno
numa parceria com a IG/Kaizen, para
desbravar o mundo virtual,
recriar o modelo de
aprendizagem tradicional,
buscar experiências no mundo
virtual 3D e se relacionarem
com empresas e instituições
de ensino internacionais.
Para Gilson Schwartz, diretor
da Cidade do Conhecimento
do Instituto de Estudos
Avançados da USP, espaços
como o Second Life estão um
passo além do e-learning.
Segundo ele, “convencional,
formal, chato, estático e
segmentado”. “O ensino em
ambientes tridimensionais já
17
Capa
representa um avanço em
relação ao que é usualmente
oferecido no ensino on-line.
No “SL” tem mais espaço para
informalidade e improviso.
Pode-se experimentar, criar
linguagem, compartilhar
impressões sobre
relacionamento e culturas,
discutir temas polêmicos, além
de testar idéias que podem ser aplicadas no mundo real.”
O avatar do professor, “Benteve Tibett”, já foi até a
seminários na Croácia. No futuro, acredita ele, será
possível a um aluno que quiser saber sobre a I Guerra
Mundial teletransportar-se para uma trincheira e
interagir com os personagens da história.
Possibilidades ilimitadas
Muitas empresas estão começando a perceber o potencial
da plataforma do Second Life para várias finalidades. A
maioria vislumbra uma nova forma de se comunicar com
os seus clientes, como mais um ponto de contato com o
consumidor que se relaciona com a marca via
entretenimento. O escritório de advocacia Opice Blum,
especializado em direito digital, vê o “SL” como uma
extensão da internet. “Com o advento da internet
criamos um site, agora, com o surgimento de ambientes
virtuais de interação também estamos presentes. Mas
18
sem qualquer tipo de prestação de serviços jurídicos
(que é vedado por lei), apenas como canal de
publicidade. Do mesmo jeito que há pesquisas na
internet, há pesquisas no Second Life”, explica Rony
Vainzof, sócio do escritório.
Outras empresas aproveitam para inovar no lançamento
e promoção de seus produtos, como fez a Toyota ao
lançar o modelo Scion simultaneamente no mundo real e
no metaverso. A Sony/BMG vende músicas para
download no Second Life. A Adidas vende tênis para
avatares, a Volkswagen, quatro modelos de carros em
uma concessionária virtual. O Bradesco anuncia em
relógios de rua, o Credicard Citi tem um posto de
atendimento e a Petrobras promoveu uma palestra lá.
Outras empresas vislumbram um ambiente onde é
possível realizar reuniões virtuais, treinamento,
simulações. Além das já citadas, entre muitas outras,
estão no metaverso, o banco Itaú, a Fiat, TAM, TV
Record e Globo; o jornal Estado de São Paulo e a Editora
Abril com uma redação virtual da revista VIP.
As possibilidades são ilimitadas, assim como a
criatividade. Maurílio Shintati promete novidades este
ano que tornarão o ambiente de negócios ainda mais
propicio e interessante.
RedeNews
VW ALTA E VOLKSWAGEN
Formam turma de mecânicos em
Heliópolis
20
VW CATALÃO
Enxugando custos
O Grupo Catalão Veículos, de Belo Horizonte (MG), optou pela
solução Planetfone - que integra os conceitos mais avançados
de telefone IP e PABX, para reduzir os custos com telefonia e
melhorar ainda mais a qualidade do atendimento aos seus
clientes.
Na Catalão, o uso do Planetfone envolve todas as áreas da
empresa: comercial, administrativa, vendas. Além disso,
segundo João Carlos Viotti, diretor comercial da concessionária,
“é possível conversar com a outra empresa do Grupo a custo
zero e a relação custo-benefício do produto valeu a pena. O
sistema tem muito mais funcionalidades que um PABX
convencional, por um preço bem atraente”. As funcionalidades
do sistema abrangem inúmeros recursos como serviço de
mensagens para caixa postal com voz, gravação das ligações no
servidor, mais de uma linha por ramal e classes de ramais que
programa permissões para determinados tipos de ligações. Para
o diretor comercial, a utilização da URA tem gerado resultados
positivos. “Ela otimiza processos e permite a criação de
aplicações sofisticadas de atendimento aos clientes, como,
por exemplo, direcionar as ligações, para o setor correto.
Com pouco mais de um ano de uso, já vemos uma
redução de 40% com a conta telefônica, e a
redução de custos é um dos principais objetivos
da empresa, diz João Carlos Viotti.
Dia 13 de dezembro passado foram diplomados os
primeiros jovens da Comunidade de Heliópolis,
formados em um curso especial de mecânico de automóveis,
ministrado dentro da Volkswagen do Brasil e da concessionária
Alta Veículos, no bairro da Liberdade em São Paulo. O projeto,
desenvolvido em parceria com a UNAS/Heliópolis, que
administra as ações comunitárias no complexo, levou nove
meses para alcançar seu objetivo final: oferecer uma formação
com oportunidade de emprego direto dentro das concessionárias
Volkswagen da capital paulsita.
Durante esse período, a UNAS/Heliópolis selecionou 35 jovens
da comunidade, dentro dos padrões determinados para a
seleção dos candidatos, realizada por uma consultoria de
Recursos Humanos. Após entrevistas com cada jovem e família,
foram selecionados doze candidatos com idades de 16 a 21
anos, entre eles uma moça. Estes realizaram o curso teórico e
pratico com duração de aproximadamente três meses e alguns
deles, logo após formados, passaram a exercer a função de
aprendiz de mecânico nas unidades do Grupo Alta.
“Isso é muito bom para a auto-estima desses jovens. Um
projeto que já os encaminha para o mercado de trabalho é
muito legal”, disse João Miranda Neto, presidente da
UNAS/Heliópolis, presente à solenidade que contou também
com o titular da VW Alta, Paulo Altenfelder e executivos da
Volkswagen.
“Espero que esta iniciativa seja implantada também por outras
concessionárias de São Paulo, pois este é o meio efetivo de
promover a educação e a profissionalização de jovens carentes
em situação de risco”, referendou o empresário.
Altenfelder agradeceu também o apoio da Volkswagen, que
adotou a idéia assim que ela foi proposta. “Eles abraçaram a
idéia imediatamente, tanto é que a montadora disponibilizou
uma classe de treinamento dentro de suas dependências
especialmente para receber os jovens de Heliópolis.”
GUARÁ MOTOR
40 Anos
“Fazer as coisas certas, fazer certo as
coisas e não fazer certas coisas”. Este é o
lema que pauta a filosofia da VW Guará
Motor há 40 anos, presente nas cidades de
Guaratinguetá, Aparecida e Lorena, no
interior de São Paulo. Na verdade, a
concessionária nasceu na cidade de Oswaldo
Cruz em 1960, quando o empreendedor
Augustin Soliva implantou a Califórnia
Motor. O desenvolvimento da Alta Paulista,
no entanto, fez com que o negócio da
família migrasse par a Guaratiguetá em
1967. A partir dessa data, a Guará só fez
crescer. Hoje a empresa emprega 90
pessoas e está presente nessas três
importantes cidades da região, garantindo
um serviço diferenciado e a oferta de um
significativo volume de veículos zero e
seminovos mensalmente.
ALTA PERFORMANCE
Os melhores em VW
VW COPAVA
Investe em feirões de seminovos
A concorrência acirrada entre os concessionários de
automóveis de Curitiba e a queda dos juros do
financiamento dos 0 km têm levado as autorizadas a
buscar mercado para os seminovos na região
metropolitana e no interior do Estado. A Copava, por
exemplo, realiza todo mês um feirão em cidades onde a
oferta de carros é escassa.
O resultado dos feirões fora da capital já representa
mais de 20% das vendas de seminovos da
concessionária, que tem duas lojas em Curitiba.
“Escolhemos municípios onde há poucas ou mesmo
nenhuma concessionária, o oposto de Curitiba, que
atravessa uma fase de proliferação de distribuidoras de
novos e usados”, avalia o diretor comercial da Copava,
Willians Zultan.
Em meio à explosão de vendas de carros zero – o
emplacamento de veículos novos cresceu 28,5% neste
ano em Curitiba, a migração para o interior é também
uma forma de garantir mercado para os usados
recebidos como parte de pagamento e que acabam
preteridos pelos consumidores da capital à procura de
automóveis cada vez mais novos. Já para os
compradores do interior, as concessionárias
“forasteiras” proporcionam garantia de procedência do
carro, acesso facilitado ao crédito e a possibilidade de
troca.
VW BELCAR
Novas instalações
Não é à toa que uma concessionária com mais de
50 anos continua no mercado, cada vez mais forte,
mais organizada e o melhor: sendo exemplo de
atendimento ao cliente.
Os oito mil metros quadrados de área que a VW
Belcar de Goiânia inaugurou em seu novo
Showroom dão prova disso.
O novo ponto tem a direção do ex-sucessor Glauber
Fernando, que desde a assunção dos empresários
Claudionor Rodrigues e Shirley Leal na década de
80, trabalha na empresa.
Já estão valendo os pontos para a
Campanha Alta Performance,
idealizada pela Volkswagen para
premiar as 60 melhores
concessionárias de 2008 em
desempenho nas áreas de vendas
de veículos, peças e acessórios,
participação de mercado e
estrutura.
As empresas (matriz e filiais) estão
sendo avaliadas mensalmente e
semestralmente de acordo com seu
tamanho e participação de
mercado, acumulando pontos
nesses quesitos, sendo que no
item “Estrutura”, 40% da
pontuação é dada ao aspecto
“Satisfação do Cliente”, enquanto os 13% restantes são dados
à estrutura da concessionária propriamente dita. Como o
objetivo da Campanha é fazer com que as concessionárias da
marca se aprimorem ainda mais na prestação de serviços
através da excelência em qualidade, os quesitos Vendas de
Veículos e Vendas de Peças e Acessórios têm pesos de 28% e
19% respectivamente.
Os benefícios para os concessionários que se dedicarem a
obter a pontuação máxima na Campanha são muitos e muito
apropriados, pois contemplam o patrimônio das empresas,
físico e humano. Assim, as autorizadas classificadas em
primeiro, segundo e terceiro lugar, de acordo com sua
categoria e região, receberão prêmios em equipamentos – que
vão desde móveis, passando por veículos utilitários e até
aparelhos de precisão - para estrutura, e cursos, presentes e
viagens para os funcionários.
Categorias
As 20 melhores concessionárias de cada uma das três
categorias – Categoria A (média de vendas de veículos zero
quilômetro acima de 150 unidades ao mês), Categoria B
(média de vendas de veículos zero quilômetros entre 51 e 150
unidades ao mês) e Categoria C (venda de até 50 unidades de
veículos zero quilômetro ao mês) -, portanto, 60 autorizadas
VW, além dos benefícios citados, serão premiadas com outros
reconhecimentos em três grupos de classificação:
DIAMANTE: as 10 concessionárias classificadas neste padrão
receberão viagens de incentivo, presentes para todos os
funcionários, placa personalizada e participarão de evento
especial de premiação;
OURO: as 20 concessionárias classificadas neste padrão
receberão placa personalizada e participarão de evento
especial de premiação;
PRATA: as 30 concessionárias classificadas neste padrão
também receberão placa personalizada e participarão de
evento especial de premiação.
A Campanha Alta Performance se encerra ao final do
exercício, mas é contínua. No início de cada ano, a
contagem dos pontos recomeça.
21
Co nsulta Sebrae
Para você perceber se a venda está
em crescimento ou em queda, a
análise da evolução do faturamento
entre dois períodos iguais já é o
suficiente. Porém, para identificar
quais foram os fatores que
influenciaram para que ocorresse
esta oscilação e em que nível,
somente os indicadores poderão
ajudá-lo.
O
24
INDICADORES,
Por Jorge Luiz da Rocha Pereira
conceito de indicador, conforme consta no dicionário da
língua portuguesa, cita o seguinte: “...que ou o que
fornece indicações de pesos e medidas diversas (diz-se
de instrumento, dispositivo etc.”
Para a Administração pode-se afirmar que é o resultado
da relação entre dois parâmetros que possibilitam a
análise relativa de algum fator de interesse para a gestão
do negócio.
Cada atividade empresarial tem os seus próprios
indicadores básicos, criados e aprimorados ao longo do
tempo. Para um supermercado, por exemplo, o valor do
ticket médio é frequentemente utilizado nas análises de
resultados do negócio, que considera o faturamento em
relação à quantidade de clientes que efetivamente
compraram na loja. Já para uma indústria, a relação de
produtos fabricados por hora possibilita ao titular
perceber a produtividade em um determinado momento
da produção.
Poderíamos continuar a listar diversos outros indicadores
e sua importância, mas de nada adiantaria obter estes
sinalizadores da
vida empresarial
números se os padrões não existissem para oferecer
consistência às ações administrativas. Afinal, para
analisar um número é necessária a comparação com
outro, desde que o fator comparativo seja confiável e
devidamente aceito por todos os envolvidos.
Para criar os indicadores-padrão é fundamental realizar
inúmeras pesquisas de campo e casos, considerando
sazonalidades, pessoas e o momento empresarial
adequado, pois algumas distorções provocadas pelas
oscilações de mercado podem inibir ou alterar uma
situação empresarial qualquer. Mas considerar o
indicador somente no final de um determinado período
pode significar inúmeros prejuízos para o negócio,
portanto, as checagens devem acontecer
periodicamente; para sua alteração ou adequação,
considerando os possíveis desvios, dentro de uma
margem de tolerância aceitável, para a empresa e suas
relações mercadológicas.
Tenha cuidado com o exagero na elaboração de
indicadores, que quando em grande quantidade podem
dificultar a análise final dos resultados, por
considerarem parâmetros completamente diversos e de
áreas de negócios que indicam fatores, portanto, que
podem demonstrar índices desproporcionais entre eles.
Um bom exemplo é o das despesas em publicidade e
propaganda que precisam crescer quando o faturamento
está em queda, ou ainda, algum custo direto de
produção que está registrando alta ou baixa, para
atender à estratégia comercial aplicada em um
determinado momento. Mas, sempre será importante a
utilização de um ou mais indicadores para a adequada
elaboração das estratégias empresariais.
Jorge Luiz da Rocha Pereira é consultor do Sebrae-SP
TechMania
Engenheiros se
preocupam em
aperfeiçoar as condições
de habitabilidade do
interior dos
automóveis porque a
cada dia passamos
mais tempo
dentro deles.
promete
O interior
Por Fernando Calmon
N
inguém tem dúvida. Vamos permanecer mais tempo
dentro dos carros. A frota aumenta e, especificamente
no Brasil, pouco se investe em melhoria e controle do
trânsito. Sem contar o atraso histórico do País na
ampliação do meio de transporte urbano mais
eficiente, o metrô. Por isso, os engenheiros se
preocupam em aperfeiçoar as condições de
habitabilidade do interior dos automóveis.
Hoje existe um abismo em termos de conforto e
qualidade dos materiais empregados entre um carro
barato e um topo de linha. A diferença de custo chega
a ser de dez vezes. Ainda assim é possível utilizar
revestimentos amigáveis ao tato, criar inúmeros portaobjetos, bancos anatômicos, superfícies sem cantos
vivos e ainda assim o preço se manter dentro do
alcance do comprador médio.
Há outras premissas também importantes ao se
projetar o interior de um carro. Talvez a principal seja
manter a atenção nas condições de reciclagem ao final
da vida útil do veículo. Exigência que vai se
aprofundar nos próximos anos. Substituir botões por
comandos sensíveis ao toque é tendência para o
futuro. E nem pensar em surgir fontes de ruído que
exigiriam material fonoabsorvente à custa de peso e
preço.
A realidade de hoje é que os automóveis estão ficando
maiores a toda nova geração. Um Golf, por exemplo,
tem quase o mesmo espaço interno de um Santana e
os dois estão separados por pouco além de uma
década. Existe um limite para isso: espaço maior não
pode significar aumento indefinido de peso porque
dificulta a diminuição de consumo de combustível.
A solução é partir para assentos e encostos de
bancos cada vez mais estreitos (finos), incluindo os
painéis e consoles (horizontal e vertical).
O desafio é grande. O habitáculo de um automóvel
médio atual utiliza 30 kg de plástico, 10 m2 de
revestimento têxtil, 5 m2 de superfícies plásticas
tocáveis. Um banco chega a pesar 50 kg, incluindo
10 a 20 kg do sistema elétrico de regulagem. Painel
completo vai de 80 a 100 kg sem computar
estruturas pesadas com coluna de direção. O peso
total de um interior vai de 150 a 300 kg e terá de
diminuir até 30%.
A Faurecia, fabricante francês de autopeças e líder
mundial em painéis e quadros de instrumentos, tem
avançado no aperfeiçoamento de interiores. Em
estudos, encostos de cabeça sobem apenas quando
alguém senta no banco, aumentando a sensação de
espaço. Idem para encosto de braço central autorebatível do banco traseiro. Ao utilizar reforço de
plástico e madeira de reflorestamento é possível
produzir bancos bem mais finos. Para evitar o
desgaste das bordas dos assentos, o banco pode se
elevar por meio de um mecanismo ligado à abertura
das portas.
Entre outras idéias da empresa estão o painel em
peça única (sem console), eliminação de grelhas de
saída de ar, airbags para passageiro de dimensões
menores (sem comprometer a segurança) para
economizar espaço sobre o painel e saídas de ar
laterais do tipo aeronáutico, mais eficientes e
silenciosas.
Horas perdidas no trânsito certamente trazem
muitos prejuízos. A melhor maneira de atenuar é
um interior bem projetado, aconchegante e seguro,
além de recursos incrementais de conforto, espaço,
entretenimento e informação.
Fernando Calmon é engenheiro e jornalista especializado,
tendo começado em 1967. Colunista desde 1999 de uma
rede de 41 jornais, revistas e sites brasileiros.
Correspondente para América do Sul do site Just-Auto
(Inglaterra). Conferencista e consultor técnico de
automóveis, de mercado automobilístico e de comunicação.
25
Co mpo rtamento
Passou pela vida
e não viveu
H
26
Por Rafael Ricca
orário de verão em São Paulo. O final de tarde
estava lindo. Senti vontade de caminhar. Meu carro ficara
em casa, mesmo porque era o dia do rodízio. Assim fui
andando pelas ruas do bairro. Nos bares as pessoas
curtiam o happy hour em mesas colocadas nas calçadas.
Cerveja e tira gosto era o que não faltava. Numa cidade
em que circulam diariamente milhões de automóveis, em
que o trânsito é caótico, nada melhor que aproveitar
esses raros momentos de distração e esperar a poeira
baixar para voltar para casa.
Eu seguia o meu caminho de retorno ao lar quando passei
pela igreja do bairro. Entrei e escolhi um banco na parte
central do templo para fazer algumas orações e,
principalmente, agradecer ao Criador pelo belíssimo dia
que tivera. Foi quando me deparei com aquele papel
dobrado sobre o assento do banco. “A quem possa
interessar” era o que estava escrito. Curioso, pus-me a ler
o texto contido no seu interior: “Esta mensagem inicial
poderia servir como introdução a um livro que nunca será
escrito porque eu não acredito em mim mesmo. Não
acredito que seja capaz de expressar o que realmente
penso e sinto. Sempre tem sido assim em minha
vida. Tudo o que começo fazer não concluo por
absoluta falta de confiança em mim próprio.
Nesta vida já fiz muita coisa. Em relação à
família, trabalho e religiosidade bati na trave nos
momentos decisivos. Fui quase um profissional de
primeira linha, quase um bom marido e
companheiro, quase um pai dedicado, quase um
bom cristão, quase um escritor, quase um
humanista, quase um humorista e, agora, quase
no final da vida, sem grandes perspectivas,
percebi que passei pela vida e não vivi. De tanto
perder tempo na vida, quase perdi a vida
empregando mal o tempo que me foi reservado.
Deixo este recado a quem se interessar, para que
o meu exemplo não seja seguido pelos mais
jovens, pelos que ainda possuem um considerável
estoque de tempo, esse maravilhoso recurso,
igualmente disponível tanto para o mais rico
como para o mais pobre dos mortais”.
Decidi então tornar público aquele apelo através
do seguinte recado: “Caro Anônimo, se é que me
permite assim chamá-lo. Você faz parte de uma
imensa legião de pessoas espalhadas pelo mundo
todo. Boa parte dos humanos age da mesma
forma. Não acredita no seu verdadeiro potencial.
Indecisa, não consegue transpor os mais simples
obstáculos. José Luiz Tejon Megido, o escritor de
“O Vôo do Cisne” afirmou o seguinte: “Existe um
tempo inútil de vida que a gente pensa que está
vivendo, mas está morrendo. Sabe o nome?
Covardia! Esse também é o nome do preço que a
gente paga por estar sofrendo e não conseguir se
libertar do carrasco de nosso sofrimento. E
sempre, sem exceção, nós mesmos – eu dentro de
mim, você dentro de você – nos aprisionamos.
Não há prisão externa que destrua um ser
humano. Só autorizamos a nossa destruição por
uma ordem interna. Vem lá de dentro, de dentro
de cada um de nós”.
Abraham Maslow o idealizador da hierarquia das
necessidades acreditava que o homem aspirava se
tornar auto-realizado. Maslow buscava saber por
que as pessoas não criam nem inovam. Queria
descobrir “onde se perdeu o potencial humano,
onde ele se danificou.” Sendo da natureza
humana criar e inovar, por que o homem fica
travado quando se depara com obstáculos? A
resposta talvez esteja no seguinte pensamento de
Emmanuel: “Deus nos concede, a cada dia, uma
página de vida nova no livro do tempo. Aquilo
que colocarmos nela corre por nossa conta”.
Rafael Ricca é profissional de Comunicação, com
especialização em Relações Públicas, consultor e
articulista de revistas especializadas em
Comunicação e Marketing.
Administração
Uma longa vida
O segredo da longevidade
da maioria das
empresas está
diretamente ligado à
busca de novos
mercados, de
inovações no leque de
produtos e na
capacidade de adaptação
às mudanças que ocorrem
nos ambientes econômico,
político e tecnológico
U
28
Por Danilo Sanchez
ma empresa mais antiga que a Revolução Francesa.
Em 1870 essa organização já contava com 500
empregados, alcançando o dobro de colaboradores em
1890. E o mais importante: mesmo tendo fabricado o seu
primeiro produto em 1761 continua viva, demonstrando
que, se encaradas como instituições, as empresas tendem
a uma longa vida que pode atravessar muitas gerações de
empreendedores. O segredo dessa longevidade pode estar
diretamente ligado à busca de novos mercados, de
inovações no leque de produtos e na capacidade de
adaptação às mudanças que ocorrem nos ambientes
econômico, político e tecnológico.
A empresa em questão é a Faber-Castell que possui 15
fábricas espalhadas ao redor do mundo, contando com
mais de 5.500 funcionários e tendo seus produtos em
mais de 100 países. É o maior fabricante de lápis do
mundo. Há 246 anos, Kaspar Faber fabricou seu primeiro
lápis com cabo, dando início à formação de uma das
fábricas mais respeitadas e antigas do mundo. Da oitava
geração, o conde Anton Wolfgrang von Faber-Castel
comandante atual, ficou com a responsabilidade de
reescrever a história dessa importante organização.
Conforme matéria de Darcio Oliveira, para não perder o
bonde da história, “O conde desenvolveu pessoalmente a
linha a Graf Von Faber-Castell, com canetas que chegam
a custar 2 mil euros. Também há lapiseiras, agendas de
couro e acessórios que nada devem para o mercado de
luxo. Foi a estratégia encontrada por “uma marca que
visa transformar em objeto de desejo, em grife de
prestígio, à imagem e semelhança do conde: nobre,
elegante, sem deixar de lado a tradição”.
Como é possível observar, uma empresa
que espera ter longa vida necessita
lastrear-se em uma consistente filosofia.
Em suas crenças e valores. Pretende
“cumprir com todos os compromissos e
atender às demandas surgidas na
confiança depositada. A Faber Castell
entende que a confiança deve ser
construída dia após dia”. Apóia-se na
tradição de ser a mais antiga
produtora de instrumentos de escrita
do mundo. Diz estar preparada para
ser administrada como empresa
familiar. Considera seus funcionários
e sua marca como os ativos mais
importantes. Pretende que o seu
produto seja “o melhor de sua
categoria”. Entende que a inovação é
um meio de assegurar o próprio futuro.
Vê o mundo como o seu mercado global.
Crê na opinião dos usuários de seus
produtos. Afirma que seus produtos são
feitos a partir de matérias-primas
ecologicamente corretas. Estimula o
gerenciamento cooperativo e o trabalho em
equipe. Essa mensagem pode ser encontrada
no site da empresa na Internet.
A mesma sorte não teve a mais antiga empresa do
mundo, conforme notícia publicada na Business
Week: “A Kongo Gumi do Japão, que ficou aberta por
14 séculos construindo templos budistas e sobreviveu em
momentos de tumulto, como no século 19, quando perdeu
o subsídio do governo e começou a construir prédios
comerciais. Mesmo assim, a fabricação de templos manteve
a empresa funcionando, contribuindo com 80% do lucro de
US$ 4.67,6 milhões que teve em 2004”.
Seu último presidente, Masakazu Kongo, - o 40º membro
da família a comandar a empresa – afirmou que a
flexibilidade da construtora em selecionar seus líderes foi
um dos principais motivos da longevidade. “Em vez de
entregar o comando para os filhos mais velhos, Kongo
Gumi escolhia sempre o filho que exibia melhor saúde,
responsabilidade e talento para o trabalho”. Todavia,
mesmo com essa preocupação, vários fatores levaram a
Gumi à falência. Um empréstimo feito para investir no
mercado imobiliário, portanto, fora do foco principal da
organização, que ocasionou uma enorme dívida
demonstrando a fragilidade que pode abalar a estrutura
empresarial quando se deixar de contar com os recursos
próprios para depender de terceiros, e a mudança social da
população japonesa, que diminuiu a demanda por templos
budistas, percebido tardiamente por seus dirigentes.
Especialmente este fato, uma implacável e incontrolável
contingência de mercado, não permitiu à empresa, assim
como aos dinossauros, sobreviver num ambiente hostil.
Danilo Sanchez é administrador de empresas, especializado em
Marketing, professor universitário e consultor de várias
organizações nas áreas de Marketing Estratégico e Gestão
Responsável.
Motivação
Um novo
paradigma
Quando se fala em motivação, o
foco deve mudar. Não há mais
lugar para programas ou
palestrantes mirabolantes. O
foco da discussão está na
responsabilidade que cada um
tem sobre o desenvolvimento
da sua própria motivação.
E
Por Armando Correa de Siqueira Neto
grande o número de trabalhadores que crê no
desenvolvimento da sua motivação através de
terceiros. Eles esperam bem mais do outro do que
de si próprios. E é igualmente significativa a parcela
de líderes que se apóia nesta mesma premissa. Por
conseguinte, há dois lados distintos ligados pela
mesma interpretação a respeito do assunto. Com o
passar do tempo não apenas se estabeleceu, mas
solidificou-se a idéia de que as organizações devem
motivar os seus empregados, e estes assumem uma
postura bastante passiva de aguardar por tal
vantagem.
Contudo, é chegado o momento de rever tal ponto
de vista, em razão de muitos programas
motivacionais darem com os burros n’água após o
seu planejamento e implementação. O foco da
discussão está na responsabilidade que cada um tem
sobre o desenvolvimento da sua motivação. É
evidente que uma dada situação pode estimular
alguém, e, uma pessoa é capaz de provocar o ânimo
de outra. Influência e provocação são termos
importantes a serem observados também. É
fundamental que a organização ofereça bom salário,
clima adequado etc. Mas é o compromisso pessoal
que define o grau de consciência que se tem a
respeito do controle sobre a própria motivação, e,
conseqüentemente, do uso que se faz dela. A
professora Cecília Bergamini, da Fundação Getúlio
Vargas, aponta que “A perspectiva mais natural para
para a
motivação
se compreender a motivação humana parece ser aquela que
individualiza as pessoas levando em conta a sua história de
vida particular, isto é, aquilo que se denomina de
“realidade motivacional do ser”.”
Quanto mais se compreende que está em si mesmo o poder
de se gerar motivação, tanto mais se tende a assumir os
projetos (pessoais e profissionais), dominá-los e obter
melhores resultados. Aumenta-se inclusive o nível de
motivação ao incluir a própria percepção de autonomia e
evolução presentes. Todavia, para que se alcance
favoravelmente a dimensão complexa da motivação no
trabalho, Bergamini assinala: “A estratégia de se conseguir
trabalhar com pessoas motivadas exige mais dedicação do
superior, ele deve conhecer as necessidades de cada um
dos seus subordinados.” Logo, vale a pena questionar: os
líderes estão dispostos a evoluir em tal direção e se
relacionar com os seguidores a ponto de conhecê-los bem
mais do que o fazem atualmente, já que o nível de
relacionamento no eixo líder-seguidor é, via de regra,
superficial?
As mudanças sofridas pela necessária evolução do mercado
impõem nova perspectiva, ou seja, uma mudança de
paradigma sobre a motivação. Tradicionais modelos de se
gerir pessoas não encontram resposta adequada às novas
demandas.
Então, emergem duas situações claras: primeira, é preciso
modificar a crença da dependência acerca da motivação.
Cada pessoa deve se responsabilizar e responder por sua
motivação. Forte comunicação e atitude pertinentes podem
abrir as portas a tal propósito inicialmente. Segunda, as
lideranças que desejam evoluir servirão de exemplo às suas
equipes, promovendo àquele que estiver aberto à quebra de
paradigma e transformações; uma oportunidade de refletir e
se conhecer melhor.
É uma jornada que requer empenho, mas vale a pena,
tendo em vista o aperfeiçoamento que se instala tanto em
relação à melhora na qualidade do relacionamento humano,
quanto pelos resultados que se seguem naturalmente pelo
grau de motivação mais duradoura e legítima existente no
íntimo de cada um. Mas é preciso mudar de paradigma.
Armando Correa de Siqueira Neto é psicólogo (CRP
06/69637), diretor da Self Consultoria em Gestão de
Pessoas, professor e mestre em Liderança pela Unisa
Business School. Co-autor dos livros Gigantes da Motivação,
Gigantes da Liderança e Educação 2006.
E-mail: [email protected]
29
A Passeio
IBIZA:
a melhor tradução do hippie-chic
Por Sophia Zahle
Dizem que à exceção de Portugal, nenhum
outro país europeu fala tanto à alma do
brasileiro quanto a Espanha. Talvez pela
semelhança, já que o espanhol, resultado de
várias culturas e raças, é um povo sui generis.
Eles são festeiros, ao mesmo tempo ligados à
família; são modernos e tradicionalistas;
anárquicos e conservadores.
O brasileiro se sente em casa na Espanha e lá,
se o destino escolhido for Ibiza, uma das ilhas
do arquipélago Baleares e espécie de resumo
do que a Espanha tem de melhor, fica mais à
vontade ainda.
32
I
biza ficou conhecida como ponto de
encontro dos hippies europeus na década
de 60. Depois, destino do chamado jetset internacional, isto é, dos
endinheirados do mundo todo.
Recentemente: point internacional da
boemia, sinônimo de baladas e ferveção,
ao som de música eletrônica. Ibiza é tudo
isso e muito mais: é hippie-chic, possui
lindas praias, uma natureza exuberante,
clima excelente, boa gastronomia e gente
bonita. Um lugar paradisíaco onde o
culto ao hedonismo é levado muito a
serio.
Localizada no meio do mar Mediterrâneo,
as Ilhas Baleares formam um dos dois
arquipélagos espanhóis – o outro são as
Canárias – e Ibiza, ao lado de Maiorca,
Formentera e Menorca são as mais
conhecidas. As águas do Mediterrâneo
são calmas e amistosas. E as praias das
quatro Baleares são charmosas, pequenas,
tranqüilas e, não raro, semidesertas. Além
da fama de festeiras, as ilhas não deixam
nada a desejar também nos quesitos
cultura e riqueza histórica. Foram
colonizadas pelos fenícios, depois pelos
cartagineses, romanos, bizantinos e
muçulmanos, em uma sucessão de
invasões e reconquistas até a posse
definitiva pela Coroa Espanhola.
33
A Passeio
Situada na costa centro-leste da Espanha, próxima a
duas conhecidas cidades litorâneas - Barcelona e
Valência -, Ibiza tem 572 quilômetros de extensão
ocupados por 56 belas praias, que agradam aos mais
diferentes tipos de turistas.
A ilha tem uma atmosfera mágica, tanto que os
cartagineses acreditavam que era sagrada e gastavam
uma fortuna para serem enterrados ali. Seu nome,
Ybshm, ou Ilha de Bes, foi uma homenagem ao deus
da fertilidade. Talvez advenha daí o fato de Ibiza ser
um centro hedônico até hoje. Em 654 a.C. era um dos
mais importantes entrepostos comerciais do Mar
Mediterrâneo, já com vocação para atrair e misturar
gente de diversas partes do planeta.
Charmosa e atraente
34
No século XX, mais precisamente em 1999, a ilha foi
tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade,
protegido pela UNESCO. Um reconhecimento à bela
arquitetura e às antigas construções. A capital,
também chamada Ibiza, é uma cidade charmosa,
salpicada de casinhas brancas. O bairro antigo, Dalt
Vila, ou Cidade Alta, foi erguido sobre um grande
rochedo cercado por muralhas do século XVI,
conhecida como Portal de Ses Taules. Ali está também
a catedral em estilo gótico-catalão fundada no século
XIII e os magníficos museus de Arqueologia e Arte
Contemporânea. O primeiro, localizado na Praça da
Catedral, ocupa os prédios de uma antiga capela, da
universidade e do governo da ilha até o século XVIII.
A mostra permanente traz, em seis seções, a história
da colonização da ilha. Se conhecer a história não for
o objetivo do visitante, vale visitar o museu pela
espetacular vista panorâmica da baía de Ibiza. Já o
Museu de Arte Contemporânea foi o primeiro do seu
estilo na Espanha. Inaugurado em 1969, sua história
começou cinco anos antes quando os organizadores da
Bienal local decidiram que os trabalhos premiados
deveriam fazer parte da coleção do museu que um dia
iria existir.
Depois da visita, galgue a escadaria que conduz ao topo
da catedral de Nossa Senhora das Neves para curtir a
vista panorâmica. Além dos museus, da arquitetura, Dalt
Vila abriga inúmeros bares, restaurantes, cafés e
boutiques.
Na parte norte da capital há inúmeras igrejas, como a de
Sant Miguel, e aldeias encantadoras. As construções da
minúscula Balafià, com o seu casario branco e uma
antiga torre de vigia, são registros das edificações do
local. Outros passeios que não podem faltar em nenhum
roteiro são Sa Caleta e Sant Antoni. Construído pelos
fenícios, o povoado de Sa Caleta também encanta pela
arquitetura. A segunda cidade de Ibiza, Sant Antoni, foi
conhecida pelos romanos como Portus Magnus, devido à
sua grande baía. Nas últimas décadas se transformou de
uma simples aldeia de pescadores em uma estância
turística. Ali localiza-se o famoso Café Del Mar, onde
turistas e nativos se reúnem para aplaudir o pôr-do-sol
no Mediterrâneo ao som de música eletrônica.
As festas rolam
Com cem mil habitantes, Ibiza recebe mais de dois
milhões de turistas anualmente. Em sua maioria, norteamericanos e europeus, em busca de... festa! Que
acontecem em todos os lugares como o Faro de Botafoc,
o farol oficial de Ibiza e seu porto, onde os clubbers
se reúnem quando a noite começa, sempre depois
da meia-noite e se estendem até o início da tarde.
Há várias megadiscotecas, inúmeros clubes e bares
dançantes encarregados de fazer a ilha ferver a
semana inteira na temporada de verão (de meados
de julho até a última semana de setembro) com
festas que duram 24 horas por dia. Portanto, se o
objetivo for balada, vale conhecer a lendária - com
filiais em vários lugares do mundo – Pacha, point
de ricos e famosos nas décadas de 70 e 80. A noite
é embalada por hip-hop, funk e jazz e a tradicional
festa “Flower Power”, onde as pessoas se vestem à
moda dos hippies para dançar hits da época a noite
inteira. Mas, evidentemente, há festas embaladas por
DJs famosos e sempre uma casa da moda na estação. O
turista não precisa nem se preocupar em conhecer
previamente o roteiro, porque há uma linha de ônibus
chamada DiscoBus que passa somente nas boates.
Incrível, não?
Quem não é fã do “bate-estaca” da música techno, não
precisa se preocupar. O que faz Ibiza inesquecível são
35
A Passeio
as praias e as riquezas naturais.
O sol e o clima são atrações à parte.
Sempre agradável, a temperatura da ilha
oscila entre 13º no inverno e 30º no
verão. A costa litorânea é irregular e
recortada por enseadas e belas praias de
areia branca. As praias mais
movimentadas são Las Salinas e
Talamanca, esta última, indicada para a
prática de esportes aquáticos como o
windsurf. De dia o ambiente é tranqüilo
e familiar, com crianças na praia e atmosfera típica de veraneio.
À noite, é uma festa só.
Água azul turquesa e areia fina
As praias mais populares são a Ses Salines e a Praia d’Es
Cavallet, ambas na costa sul e perto de imensas salinas da época
dos cartagineses, que constituíam a maior atividade econômica
de Ibiza até a proliferação do turismo. A Ses Salines é um dos
pontos mais concorridos da região. A badalação acontece do
nascer ao pôr-do-sol, que, por sinal, é eleito um dos mais belos
do mundo.
Praias sossegadas também não faltam como a Cala Bassa, com
águas claras, em tons azul turquesa e areia fina, ou a Playas de
Comte. Opção de sossego é a Fiqueretas, situada ao sul, e onde
o turista que não leva câmera fotográfica se arrepende muito,
pois lá estão as esculturas de areia do conhecido “Sandman”.
A Praia D´en Bossa é a mais longa de toda ilha. É também onde
se pratica windsurf e mergulho, com direito a muitos bares para
recarregar as baterias. Em outra praia, a Cala Vadella, o mar
parece uma autêntica piscina natural. Para mais entretenimento,
lazer e esportes aquáticos, visite a Port de Ses Caletes, com
direito a compras depois do sol.
36
Já na parte norte da cidade, existem várias praias
agradáveis e menos apinhadas no verão como Cala Salada,
com a sua baía emoldurada por pinheiros ou a Sa Caleta, a
praia mais freqüentada pelos locais, por ser tranqüila e
longe de toda a bagunça eletrônica.
Longe das praias, no interior de Ibiza, o cenário é
montanhoso, salpicado de pinheiros, oliveiras,
amendoeiras e figueiras. Entre Sant Antoni e o litoral, a
sudoeste há uma região de terras altas conhecida como Els
Amunt, com uma paisagem de montes cobertos de pinhais
e vales férteis, pitorescas aldeias rurais e pequenas
estâncias turísticas. No caminho em direção à costa, vale
procurar a Cova de Can Marca, um conjunto de grutas
subterrâneas iluminadas com luzes coloridas.
A leste da ilha, também longe do mar, vale conhecer a vila
de Santa Eulália, que abriga uma igreja construída no topo
de uma colina durante o século XVI, e ao lado, o Museu
Etnológico, que exibe trajes tradicionais, alfaias agrícolas e
uma fantástica coleção de fotografias antigas de Ibiza.
Cozinha mediterrânea
Como nem só de sol, mar, passeios e baladas vive o ser
humano, comer é um prazer em Ibiza. Com a sua
localização privilegiada no Mar Mediterrâneo, Ibiza tem
pratos típicos com muitos frutos do mar, legumes, arroz,
especiarias e temperos requintados.
O mais conhecido é o “guisado de peixe”, de preferência
com o peixe local “estrella”, acompanhado de camarão,
lagosta, arraia, lula, entre outras delícias. Em vários lugares
você pode optar pelos peixes preparados pelos próprios
pescadores, acompanhados de saladas simples ou os
“bocatas”: sanduíches recheados com tomate e presunto.
O centro local da gastronomia é a aldeia de San Rafael. Na
Plaza de Iglesia, diante da catedral, se acomode sob as
árvores no restaurante provençal El Clos Denis. Peça leitão
na brasa e confira a excelente carta de vinhos espanhóis e
franceses. As casseroles são grandes e saborosas. Em
Formentera, no Juan y Andrea, um elegante restaurante
abrigado entre as dunas de areia que cingem o porto de
águas azuis repleto de iates, banqueteie-se com “calamares e
sangria” sob gigantescos guarda-sóis brancos. O restaurante
é um dos pontos de encontro prediletos dos ricos
freqüentadores das ilhas, que vão ali saborear paellas e
peixe cozido, e discutir quem tem o maior iate da baía.
Na Dalt Vila, vale conhecer o aconchegante La Brasa
especializado em frutos do mar e degustar um salmão
com molho de lagosta ou o “pudim de cacto”, outra
especialidade da casa.
Estando lá o ideal é se informar sobre os restaurantes
e bares da moda já que muitos deles duram apenas
uma estação.
Uma última e importante dica: alugue um carro ou
uma moto. Em Ibiza os transportes públicos são
precários e sem carro é impossível desbravar toda a
região. Outra coisa que chama a atenção dos
brasileiros, pela igualdade, são as estradas estreitas,
cheias de curvas e buracos, o que arranha um pouco o
charme da cidade, mas que não chega nem longe a
comprometer estas, que certamente serão suas férias
inesquecíveis.
37
Cotidiano
PROCESSADOR
CENTRAL
Por Marco Antônio de Araújo Bueno
F
ui chamada às pressas ao pequeno apartamento
de Liza. Era madrugada alta, tempo chuvoso. Mas
faminta, apenas ocupava-me em juntar condimentos
leves à mistura das refeições do dia e escutava
Ginastera, a “Variação canônica para oboé e fagote”,
relíquia recuperada pelo meu ócio resignado desses
últimos anos. Os 2:31 minutos que levava à repetição
ad nauseum, repetição em volume reduzido nem tanto
- enlevando-me e velando o misterioso sono de minha
vizinhança zumbi. Quando em vez, fumava pelas
frestas de um basculante; a fumaça conspiratória
denunciada pela lúgubre luminância da rua fantasma.
Pois bem, Liza, tivera um daqueles pesadelos reais.
Registrou o sonho, Liza? Não. Mas contou-me o
suficiente às minhas anotações e, tendo antes ligado
para mãe e, esta insistido na idéia de recorrer a mim
para acompanhar Liza ao centro, parecia mais
determinada a agir que propriamente angustiada.
Interrompi o processamento dos meus resíduos
culinários, insisti para que ela recolhesse do ralo do
esquecimento, do aquém-linguagem, os resíduos de
seu pesadelo e, com uma gravidade emputecida na
voz, tentei dissuadi-la a se embrenhar pelo centro,
como zumbi, na ilusão de mitigar suas intimidades
angustiadas naquela maquinaria suspeita do “CPP” –
nome obscuro para uma autarquia que se pretendia
como um organismo público de processamento de
pesadelos. Um contra senso instituído, em face da
alta incidência de distúrbios do sono – pesadelos,
aferida pelo Ministério do Trabalho e Lazer, desde o
início de 2036.
38
Liza, sejamos razoáveis, passar por sessões
relâmpago de dramatização do óbvio – que são os
teus fantasmas mesmo, ora! Filas, senhas e mais
filas de pessoas apavoradas que não trocam palavra
com medo de perder a vaga, depois...a Máquina!
Mas mamãe conhece o sobrinho do homem da
estatal que sabe de um psiquiatra gnomotivistaexperimental (...)
No cinzento daquela manhã, incapaz ou sem alma
suficiente para dissuadir Liza de farfalhar sua
singularidade pelos receptores daquela incubadora
caleidoscópica, de espargir seus fragmentos oníricos
pelos corredores de uma repartição pública
cartorial, setorizada...kafkiana, minha recusa foi
lapidar. Preciso passar pela “Retro-sensibilização”,
retorquiu minha amiga, convicta de que já estivera
impregnada por pesadelos classe “D” por mais de
duas vezes naquele quadrimestre; risco de demissão
na certa! Classe “D”, ruminei? É! “D”, de
derrelição?! Ela recordou-se do texto de Hilda Hilst,
mas não adiantou. Pairava sob síndrome de
abstinência de substância específica: sentido.
Entrei pela manhã relendo fragmentos de alguns
clássicos. Entre eles, Gilles Deleuze, sobre coisas
como a “máquina desejante”. Nas ruas, Liza,
atarantada, na pressa, agonizava atropelada. Seu
fantasma, para redimir minha recusa, lembrou-me
um verso de “Iracema”, um clássico também, de
Adoniran Barbosa: (...) “travessou contramão”. E
eu? “eu sempre dizia”, deveras. Era a minha
questão central. Paga ainda “meus alfinetes”, hoje.
Marco Antonio de Araújo Bueno é psicólogo, psicanalista
lacaniano com especialização em psicoterapia de família. É
mestre pela Faculdade de educação – Núcleo de Semiótica
da Unicamp, especialista-doutor em Psicologia Educacional
e doutorando em Educação, Conhecimento, Linguagem e
Arte, também na Unicamp. Escreve para diversas
publicações e é contista premiado.
Freio Solto
Sobre
IMAGEM
E MARCAS
A marca de um produto, uma expressão
publicitária, não brota do nada, tem
uma história, é carregada de
emoção, expressa um
repertório e aponta
para uma
direção.
Por Joel Leite
M
arca e produto são dissociáveis. A marca é tão
independente quanto o produto. E não raro a marca custa mais
do que o produto.
Uma fábrica de cigarros vale muito menos do que a marca
Marlboro. A maior e melhor lanchonete do mundo valeria uma
pequena fração do preço de uma marca como Mc Donald’s. Não
é preciso dizer que uma fábrica de refrigerantes custa uma
ninharia diante do valor de uma marca como a Coca-Cola.
A imagem de um produto normalmente é maior do que o
próprio produto. Deve ser duro para um engenheiro aceitar
isso, mas é a realidade do mercado, onde quem manda são os
comunicadores e não os fazedores.
Se um produto tem uma imagem negativa, não vende, mesmo
sendo tecnicamente bom. E nenhum de nós está livre desses
conceitos pré-estabelecidos por essa instituição que ronda o
nosso dia-a-dia, chamada “mercado”.
Vamos fazer um teste: responda pra você mesmo, qual é a
imagem que lhe vem à cabeça quando você ouve as seguintes
marcas: Marlboro, Microsoft, Volkswagen, Madre Tereza de
Calcutá, George Bush?
Cada uma dessas referências suscitou uma reação diferente em
você, positiva ou negativa, de prazer ou repulsa. E isso
acontece porque cada uma
dessas marcas tem uma
história, bem ou mal
construída, com percalços,
erros e acertos, não
importa: tem um
repertório próprio, único,
que lhe molda o formato e
provoca reação, emociona.
A marca de um produto,
uma expressão publicitária,
não brota do nada, tem
uma história, é carregada
de emoção, expressa um
repertório e aponta para
uma direção. Mas muitas
vezes coisas são batizadas
com nomes pouco
ortodoxos, apontando uma
mensagem dissociada da
realidade do receptor.
Os publicitários de antigamente eram como os pais de
antigamente, que sabiam exatamente qual era o melhor
marido para a filha: o filho do vizinho, claro, que tinha
uma promissora carreira de engenheiro, médico ou
advogado, ou no mínimo um futuro tranqüilo como caixa
do Banco do Brasil.
A geração pós-moderna jogou no lixo a experiência e a
sabedoria da geração anterior. Revolucionou o dia-a-dia e
portanto o seu futuro, mas particularmente a
comunicação: nomes, marcas e expressões que povoam o
arsenal publicitário moderno.
Uma pastelaria no Largo Treze - região de comércio
popular em Santo Amaro, São Paulo – ganhou o nome de
“Planeta Pastel” na onda dos “Planet”. O que essa
“modernidade” acrescentou à imagem desse negócio
popular? Não seria mais apropriado “Pastelaria da Praça”?
“Padaria Pão Nosso”, “Pizzeria Mamma Mia”, “Restaurante
Garfo de Ouro”?
A obsessão pelo óbvio pode – é verdade – levar a erros
grosseiros, caso do nome de um restaurante em Porto
Velho (RO), “Pizzaria Boi na Brasa”.
Nada contra a modernidade e os nomes exóticos, mas
como o mais importante é a imagem, é preciso batizar a
criança sabendo que ela vai carregar por toda a vida a
pecha que o nome eventualmente carrega.
Na hora de “comprar” um produto, pense nisso: a sua
repulsa a determinada coisa ou a sua paixão por outra,
pode ser fruto (provavelmente é) de um conceito
construído pela comunicação e que faz parte do seu
repertório.
Joel Leite é jornalista, formado pela Fundação Cásper
Líbero, com pós-graduação em Semiótica, Comunicação
Visual e Meio Ambiente. Diretor da Agência AutoInforme,
assina colunas em jornais, revistas, rádio, TV e internet.
Não tem nenhum livro editado e nunca ganhou nenhum
prêmio de jornalismo. Nem se inscreveu.
39
No v idades
O novo Mac
Anualmente a Apple faz sua convenção - o
MacWorld - paralelamente a CES, e desvia a
atenção dos aficionados e jornalistas
especializados.
O que será que a Apple vai aprontar dessa vez? O
MacBook® Air, o mais fino do mundo. Sem
sacrificar o tamanho do teclado ou a tela de
widescreen 13.3 polegadas – o Air tem espessura
de 1,94cm e alta performance rodando com
processador Intel Core 2 Duo de 1.6 GHz, memória
de 2GB e disco rígido de 1.8 polegadas e 80GB.
Todos os modelos trazem uma porta micro-DVI para
conectar monitores maiores, câmera integrada
iSight para vídeo conferências e trackpad com
multi-touch e suporte a reconhecimento de gestos
para que os usuários possam fazer o zoom in e
out, girar e clicar tornando intuitiva a navegação e
rotação de fotos ou zoom nas páginas da web.
Vídeo Transfer
Também mostrado na CES 2008, só que
mais acessível e prometido para o mercado
brasileiro em abril, o Pinnacle Vídeo
Transfer. O aparelhinho – 12 cm de
comprimento por 6 cm de largura – é um
dispositivo móvel que permite ao usuário
transferir vídeo analógico para qualquer
dispositivo de armazenamento USB 2.0,
sem que seja necessário armazenar os
arquivos em um PC.
Compatível com iPod e PSPs como o da
Sony, os usuários podem gravar programas de TV, vídeos pessoais
ou mesmo armazená-los em um drive USB para assistir depois.
Para aqueles que guardam vídeos em formato VHS, Hi8 ou VHS-C,
a solução pode ser usada para fazer cópias digitais em
dispositivos USB sem que seja necessária a utilização de
aplicativos complicados. Outra vantagem é o hardware, incluso,
que captura vídeos direto em H.264, formato de alta compressão
utilizado em iPods com até três vezes mais eficiência na
compressão, se comparado a formatos como o MPEG-2, utilizado
em DVD.
O produto estará disponível no Brasil em abril.
www.pinnacleal.com
O Novo MacBook chega às revendas autorizadas e lojas em
março.
Preço sugerido: R$6.499,00
A tela mais fina do mundo
Mesa digitalizadora
Que tal dar uma folga ao mouse e ao braço? A Trust
lançou uma mesa digitalizadora a um preço bem
acessível, que interage com o PC como o mouse e o
teclado fariam, facilitando o uso e evitando que o
usuário fique muito tempo com a mão na mesma
posição, o que pode causar tendinite. Desenhos,
rascunhos, assinaturas e outras anotações passam
direto para o PC, graças à caneta digital que
acompanha o produto.
Não se trata de um tablet profissional que substitui
o caderno de rascunhos para ilustradores e artistas,
nem pode ser usado para arte final, mas facilita a
vida de quem trabalha em pé, como médicos, chefes
de seção e gerentes de vendas.
Onde encontrar: www.superkit.com.br
Preço: R$150,00
40
Todos os anos, logo no início, o
mercado de eletroeletrônicos se agita
e mostra novidades na maior feira
mundial do setor, a Consumer
Electronics Show – CES. Na edição de
2008 as grandes vedetes foram as TVs,
com telas cada vez mais finas. Várias
marcas mostraram a tela OLED, sigla em
inglês de Diodo Orgânico Emissor de Luz,
tecnologia que promete telas planas
muito mais finas, leves e baratas que
as atuais telas de LCD e com
cores mais vivas para
qualquer dispositivo
(celulares, palmtops,
displays de
filmadoras, câmeras
digitais e televisão). A OLED possui “luz própria”, pois
usa diodos orgânicos, compostos por moléculas de
carbono que emitem luz ao receberem uma carga
elétrica. A vantagem é que ao contrário dos diodos
tradicionais, estas moléculas podem ser diretamente
aplicadas sobre a superfície da tela, usando algum
método de impressão. Com isso a escala de cores é
muito superior a de qualquer outra tecnologia de TV e o
contraste também; taxa de 1.000.000:1, contra 20.000:1
em uma plasma comum. Esta é da Sony, a XEL-1 de 11
polegadas com tela OLED de três milímetros de
espessura, a mais fina do mundo.
À venda por US$ 2.500.
Com tempo e escala, o tamanho aumentará e o preço cairá.
Liv ro s&Afins
Juno: simpático e divertido
“Onde os velhos não têm vez”
Inspirado no livro “Onde os velhos não têm
vez”, o filme “Onde os fracos não têm vez”,
dirigido pelos irmãos Coen, recebeu oito
indicações para Oscar, entre elas, melhor
filme, ator coadjuvante, diretor e roteiro
adaptado. O livro é do aclamado e
premiado Cormac McCarthy, visto como um
dos melhores escritores americanos
contemporâneos.
Na melhor tradição de William Faulkner, os
romances de McCarthy se popularizam e
ganham fama através do cinema, cuja
linguagem também parece inspirá-lo. A
narrativa ágil e enxuta e o enredo que
mistura ação, suspense e violência, fizeram
o jornal The New York Times comparar o
livro aos filmes de Quentin Tarantino ou a
um “faroeste sem compaixão”.
A menção ao faroeste não é por acaso: o
livro é ambientado no Texas e tem na figura
de um Xerife a voz das reflexões do autor:
a profunda meditação sobre a eterna
batalha entre o bem e o mal.
McCarthy conta a história em duas vozes
narrativas. A maior parte do texto é narrada
em terceira pessoa, intercalada com as
reminiscências do Xerife, em primeira
pessoa, o que torna a ação arrebatadora. E
deixa o leitor sem fôlego.
McCarthy é um grande contador de
histórias, e seus romances um
entretenimento de qualidade.
Onde os velhos não têm vez (Editora Alfaguara, 256
páginas)
Preço sugerido: R$ 38,90
A indicação de “Juno” para o Oscar em quatro categorias
(melhor filme, atriz para Ellen Page, roteiro e diretor) causou
surpresa e fez com que os críticos de cinema o comparassem a
“Pequena Miss Sunshine”, que em 2007 disputou e levou duas
estatuetas (ator coadjuvante e roteiro original), mas Juno é o
azarão da disputa. Para o Globo de Ouro, a principal prévia do
Oscar, já havia sido indicado em três categorias (melhor filme,
atriz e roteiro), mas não faturou nenhuma. “Juno” mistura
comédia romântica e musical adolescente. É simples, simpático
e divertido ao narrar a estória da protagonista que dá título ao
longa, interpretada
por Ellen Page, de
“Menina Má”.
Em uma tarde
entediante, Juno
decide iniciar sua
vida sexual com o
amigo, charmoso e
meio afeminado,
Bleeker (Michael
Cera). Daí é pura
matemática: ela
engravida, decide
entregar a criança
para adoção e traça
uma estratégia para encontrar pais perfeitos.
Grande parte do apelo do filme está nos diálogos de Juno e
suas amigas sobre sexo. Francos, cômicos e femininos.
A linguagem contemporânea foi exportada do blog que a
roteirista Diablo Cody mantém e que lhe rendeu o convite para
escrever este roteiro.
“Juno” (EUA / Canadá /
Hungria – 2007 – 91 min.).
Direção: Jason Reitman
(“Obrigado Por Fumar”) com
Ellen Page, Michael Cera,
Jason Bateman, Jennifer
Garner.
Nos Cinemas: estréia
prometida em 22 de fevereiro
41
Vinhos & Videiras
Aquecimento global:
ameaça para os vinhos?
Na velocidade em que a Terra está se
aquecendo, o comprometimento para as
espécies de uvas, e conseqüentemente
de vinhos, é inevitável.
Por Arthur Azevedo
N
o momento em que sentimos na pele, literalmente,
os efeitos do intenso calor do verão brasileiro, fica
difícil esquecer tudo o que tem sido dito sobre os
efeitos do aquecimento global. Será que haverá uma real
ameaça para a produção de vinhos de qualidade?
Grande especialista no assunto, o espanhol Pancho
Campo esteve recentemente no Brasil e, em palestra,
discorreu sobre como as alterações climáticas estão
alterando o panorama vitivinícola mundial. As causas do
aquecimento global estão sendo amplamente estudadas,
sendo a mais importante
delas a emissão
descontrolada de gases para
a atmosfera, criando o
chamado “efeito estufa”.
Pancho Campo disse que a
temperatura vem aumentando
de um terço de grau Celsius a
cada 10 anos, o que
representa um aumento de 3º
C nos próximos 100 anos, e
isso é muito mais rápido do
que aconteceu na Terra nos
últimos 10 mil anos. Esta
velocidade impede a adaptação de várias espécies e ecossistemas.
Para as uvas e por extensão, para os vinhos, dois panoramas podem ser
vislumbrados. Nas regiões mais frias, onde as uvas sempre tiveram
dificuldade para amadurecer, o aumento de temperatura está sendo até
benéfico, mas onde a temperatura já é mais elevada, a situação se torna
mais grave, pois com a tendência atual de se colher as uvas tintas mais
tardiamente para esperar o amadurecimento dos taninos, há um acúmulo
maior de açúcar, o que faz com que o teor de álcool dos vinhos aumente
muito acima do razoável.
As soluções, a curto prazo, são procurar novas áreas de plantio e
também desenvolver novos clones e porta-enxertos, visando uma
adaptação às novas condições climáticas. A longo prazo, soluções mais
duradouras terão que ser buscadas e isso depende basicamente da boavontade de governos e da colaboração de todos.
Arthur Azevedo é presidente da ABS-SP (www.abs-sp.com.br) , editor da revista
Wine Style (www.winestyle.com.br) e do website Artwine (www.artwine.com.br)
Mesa Posta É verão: aproveite o seu jardim, mas sem churrasco!
F
aço uma proposta diferente da tradição de
acender o fogo na churrasqueira, colocar nela
lingüiças, costela, picanha, fraldinha e chamar
todos para almoçar ou jantar. Com um pouco
de atenção aos detalhes é possível preparar
muitas outras coisas, normalmente feitas no
forno ou nas panelas. Podemos, assim,
desfrutar os prazeres de preparar a refeição ao
ar livre com o sabor que a grelha oferece e
interagir com os convidados num papo
agradável e sentindo os aromas que aguçam
as nossas papilas.
1) SALMÃO COM PIPÉRADE (pipérade é uma
mistura de temperos com vegetais grelhados,
oriunda da Região Basca, no Sudoeste da
França): Para 4 pessoas utilize uma cebola
grande cortada em rodelas com 1cm de
espessura; 1 pimentão verde e 1 vermelho sem
sementes, cortados em rodelas com 1cm de
largura; 1/4 de xícara de chá com azeite extra
virgem. Coloque os legumes na grelha, pincele
com o azeite, tempere levemente com sal e
pimenta do reino preta moída na hora e grelhe
por 4 minutos. Vire os legumes e repita a
operação, grelhando por mais 4 minutos.
Transfira para uma tigela, separe os anéis de
cebola e tempere com 2 colheres de sopa com
tomilho fresco (se for seco use 1 colher de
chá), 2 colheres de sopa com salsinha picada,
42
Por Isabel Caldeira
o restante do azeite, sal e pimenta do reino
preta moída na hora. Misture bem e reserve.
Tempere 4 filés de salmão (com o couro) com
azeite extra virgem, sal e pimenta do reino
preta, coloque sobre a grelha com o couro
voltado para baixo e quando estiverem
cozidos, vire os filés apenas para marcar a
carne (leva ao todo 10 minutos). Divida a
pipérade em 4 pratos, coloque sobre ela o filé
grelhado e sirva (podem também ser usados
badejo, robalo e pacu).
2) ATUM COM ALHO ASSADO E CEBOLA
ASSADA COM MOSTARDA DE ESTRAGÃO: Para
4 pessoas use 4 bifes de atum com 250
gramas cada, azeite extra virgem, sal e
pimenta do reino preta moída na hora.
Tempere os 2 lados e reserve em temperatura
ambiente. Use 4 cabeças de alho grandes,
corte 0,5cm da parte inferior de forma a
aparecer a polpa do alho. Faça um molho com
2 colheres de sopa com azeite extra virgem, 1
colher de sopa de tomilho fresco (ou 1 de chá
se for seco), sal e pimenta do reino preta.
Misture bem as cabeças de alho nesse molho,
embrulhe em papel alumínio e coloque num
canto menos quente da grelha para assar.
Prepare a mostarda de estragão com 2
colheres de sopa com vinagre de vinho branco
(ou vinagre com estragão), 2 colheres de sopa
com mostarda de Dijon, 1/3 de xícara de chá
com azeite extra virgem, 2 colheres de sopa
com estragão fresco bem picado (se for seco
use 1 colher de chá), 1/4 de colher de chá
com sal e uma pitada de pimenta preta moída
na hora. Misture primeiro o vinagre e a
mostarda até incorporar, depois mexendo
sempre, o azeite e em seguida o restante dos
ingredientes. Reserve. Descasque as cebolas e
em cada uma faça dois cortes em “x” para
abrir um pouco as folhas, cuidando para não
quebrá-las. Coloque as cebolas num canto da
grelha com a parte superior voltada para
baixo e cubra com papel alumínio, deixandoas grelhar até ficarem ligeiramente douradas.
O alho e a cebola levarão cerca de 40 minutos
para assarem. Um pouco antes, coloque no
centro da grelha em fogo forte os bifes de
atum, 5 minutos de cada lado, para ficarem
ligeiramente dourados. Sirva cada um
acompanhado por uma cebola com a mostarda
de estragão e uma cabeça de alho regada com
o molho que se formou no pacote de papel
alumínio em que foram assados.
Caem bem os vinhos tinto leve, refrescado, ou
rosé levemente gelado, ou ainda, branco,
gelado.
Isabel Caldeira é cozinheira, estudiosa e
especialista em receitas e cardápios especiais.
Contato: [email protected]
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