Dois presos são mortos em celas do CDP de Ribeirão
Euclides Oliveira
Dois presos foram assassinados na manhã de ontem em alas distintas do Centro de
Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão Preto. Sidnei Pereira de Faria, de 32 anos, e
Josias Guimarães Alves, de 31, foram levados por funcionários da unidade prisional ao
Pronto-Socorro da Unidade Básica de Saúde do Bairro Castelo Branco, mas morreram
quando recebiam os primeiros socorros médicos.
De acordo com o gerente da UBS, Vanderlei Mega Palocci, os dois homens chegaram
ao local com um quadro de parada cardiorrespiratória, com um intervalo de 30 minutos
entre os atendimentos.
Ele relatou que havia um saco plástico enfiado na garganta de Sidnei, descoberto
quando o paciente seria entubado pela equipe médica.
De acordo com ele, Josias apresentava sinais de que havia sido vítima de enforcamento.
“Fizemos todas as manobras de reanimação, mas não obtivemos sucesso”, afirmou o
médico.
Os corpos dos detentos foram examinados por peritos do Instituto de Criminalística
(IC), que deverá emitir os laudos com a causa das mortes em até 30 dias.
Overdose
Ainda na manhã de ontem, um terceiro preso do CDP foi socorrido na UBS Castelo
Branco. O detento Angelo Victor Rodrigues Soares Barbietti estava com suspeita de
overdose de drogas, segundo Palocci. Foi atendido e retornou ao CDP, de acordo com a
assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penintenciária (SAP).
Localizado na Rodovia Abraão Assed (saída para Serrana), o CDP foi projetado para
abrigar 768 detentos, mas está com cerca de 1.200 presos recolhidos.
FORMIGÃO
Presos respondiam por tentativa de extorsão
Os dois homens mortos ontem no CDP de Ribeirão estavam presos por tentativa de
extorsão contra a família do comerciante Valdecir Mazieiro, de 37 anos, conhecido
como Formigão. Há um mês, Formigão foi assassinado na Vila Carvalho por dois
homens encapuzados, diante de duas crianças e do avô delas.
Depois do homicídio, a família passou a receber ligações em que eram exigidos R$ 40
mil, dada uma suposta dívida contraída por Formigão.
Na entrega do dinheiro, uma campana foi preparada pela polícia, culminando na prisão
de Josias e Sidnei. Eles citaram um PM, conhecido por Boca de Lata, como mandante
da extorsão
A delegada Maria Beatriz Campos, do Setor de Homícidios, não quis comentar a
possível relação entre os dois casos.
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