UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – MPA DALILA NATHALIA BEZERRA MAIA QUALIDADE DOS SERVIÇOS NO DESTINO TURISTÍCO PIPA/RN: UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO DE SEUS VISITANTES NATAL/RN 2013 DALILA NATHALIA BEZERRA MAIA ´ QUALIDADE DOS SERVIÇOS NO DESTINO TURISTÍCO PIPA/RN: UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO DE SEUS VISITANTES Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos NATAL/RN 2013 M217q Maia, Dalila Nathalia Bezerra. Qualidade dos serviços no destino turístico Pipa/RN: um estudo da percepção de seus visitantes / Dalila Nathalia Bezerra Maia. – Natal, 2013. 121f. Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar. Pró - Reitoria Acadêmica. Referências: f.105 - 111. 1. Administração – Dissertação. 2. Qualidade dos serviços. 3. Destinos turísticos. 4. Matriz importância-desempenho. I. Título. RN/UnP/BSFP CDU: 658(043.3) DALILA NATHALIA BEZERRA MAIA QUALIDADE DOS SERVIÇOS NO DESTINO TURISTÍCO PIPA/RN: UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO DE SEUS VISITANTES Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Aprovado em: 05/09/2013 BANCA EXAMINADORA _________________________________ Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos Orientador Universidade Potiguar - UnP _________________________________ Profª Tereza de Souza Examinador Interno Universidade Potiguar - UnP __________________________________________ Profª Dra. Patricia Whebber Souza de Oliveira Examinador Externo Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN AGRADECIMENTOS Agradeço: A Deus, por me acompanhar nesta trajetória, concedendo-me, saúde, sabedoria e paz. Aos meus pais, em especial à minha mãe, Edineide Medeiros, pelos ensinamentos e apoio durante todas as fases da minha vida. A toda minha família, pelo suporte, amizade e compreensão pelas ausências do convívio social. Ao meu noivo, Diogo, por sempre acreditar no potencial e estar continuamente disponível oferecer palavras de incentivo e conforto. Ao Prof. Domingos Fernandes Campos, meu orientador, o qual compartilhou junto comigo momentos de alegrias e incertezas durante o desenvolvimento deste trabalho. Obrigada pelos ensinamentos e conselhos que serão levados por toda a minha vida. Aos companheiros de mestrado, em especial Marcel, Gracinha e Adelmo, que, durante este período, dividiram as felicidades e angustias deste processo. Aos meus amigos que sempre me apoiaram e compreenderam minhas ausências aos encontros agendados. Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte e à Universidade Potiguar pela oportunidade de realizar este trabalho. Aos empresários, veranistas e turistas que aceitaram contribuir para a realização do presente trabalho, assim como a equipe de entrevistadores que trabalharam magnificamente sob o sol forte de Pipa/RN. RESUMO O presente estudo tem como objetivo avaliar qualidade dos serviços no destino turístico Pipa/RN, na percepção dos seus turistas. A pesquisa caracterizou-se como descritiva, de natureza aplicada, além de um estudo de caso baseado em uma abordagem quanti-qualitativa. O universo da pesquisa foi constituído por turistas que visitaram o destino Pipa/RN, no período de março a abril de 2013. A amostra foi estratificada por gênero e faixa etária, sendo constituída por 760 turistas. Como instrumento de coleta, foi utilizado um questionário estruturado, composto por três módulos, validado por especialistas e turistas, com base em 28 atributos extraídos da literatura e do contexto local. Com base no Modelo da Desconformidade de Parasuraman, Zeithaml, e Berry, foram analisadas as lacunas de qualidade e foi construída uma matriz de oportunidades, confrontando o grau de importância e o desempenho conferido a cada atributo. Conclui-se que os atributos mais valorizados pelos turistas são: preservação das atrações naturais, segurança, limpeza e manutenção dos espaços públicos, variedade e beleza das atrações naturais, hospitalidade dos residentes, relação qualidade/preço nos restaurantes e bares, relação qualidade/preço dos meios de hospedagem, disponibilidade de informações para a preparação da viagem e disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde. A matriz de oportunidade apontou que os atributos segurança, a relação qualidade/preço dos restaurantes e bares, a relação qualidade/preço dos meios de hospedagem e a disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde devem ser melhorados definitivamente. Mediante análise de cluster foram identificados três grupos de turistas em que a heterogeneidade foi marcada por distintos níveis de expectativas, e não por fatores sociodemográficos e que foram denominados de: cluster dos exigentes, cluster dos muito exigentes e o cluster dos menos exigentes. Uma análise fatorial estabeleceu 07 dimensões para avaliar os serviços nos destinos turísticos que foram nomeadas como: infraestrutura turística, lazer e qualidade de vida, infraestrutura de comércio e entretenimento, qualidade ambiental e patrimonial, custo benefício dos serviços turísticos, conforto das instalações turísticas e tranquilidade e sossego. Dentre as implicações gerenciais propostas, enfatiza-se a necessidade dos gestores públicos e privados executar a melhoria de nove atributos, que conforme os resultados obtidos apresentaram alta importância e baixo desempenho no destino de Pipa/RN. Palavras chaves: Qualidade dos serviços. Destinos turísticos. Matriz importânciadesempenho. ABSTRACT The present study aimed to evaluate service quality in tourist destination Pipa / RN perception of its tourists. The research was characterized as descriptive of an applied nature, and a case study with a qualitative / quantitative. The research was created by tourists who visited the destination Pipa / RN in the period March-April 2013. The sample was stratified by gender and age group, consists of 760 tourists. As data collection instrument was used a structured questionnaire composed of three modules, validated by experts and tourists, based on 28 attributes extracted from the literature and the local context. Based on the model of inconsistency Zeithaml, Parasuraman and Berry, analyzed the gaps in quality and built an array of opportunities confronting the degree of importance and performance given to each attribute. It was concluded that the attributes most valued by tourists are: preservation of natural attractions, security, cleaning and maintenance of public spaces , variety and beauty of the natural attractions , the hospitality of the residents , quality / price ratio in the restaurants and bars , quality / price ratio of lodging facilities , availability of information for trip preparation and availability of services and health equipment. The matrix of opportunity pointed out that security attributes, the quality / price of restaurants and bars, the quality / price of lodging facilities and the availability of health services and facilities should be improved definitely. Through cluster analysis identified three groups of tourists that heterogeneity was marked by different levels of expectations, not by social and demographic factors that were named: cluster of demanding, very demanding of the cluster and the cluster of less demanding. A factor analysis established 07 dimensions to evaluate services in destinations that were named as: tourism infrastructure, leisure and quality of life, infrastructure, trade and entertainment, environmental quality and equity, cost benefit of tourist services, comfort and tranquility of tourist facilities and quiet. Among the managerial implications proposals, emphasizes the need for public and private managers running the improvement of nine attributes , according to the results presented high importance and low performance on the destination Pipa / RN . Keywords: Quality of Service. Tourist destination. Importance- performance matrix. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Modelo Conceitual de um produto turístico...................................................... 23 Figura 2 - Modelo de Ciclo de Vida dos Destinos Turísticos de Butler (1980)................. 25 Figura 3 - Modelo de Competitividade.............................................................................. 31 Figura 4 - Modelo de Qualidade Total Percebida de Serviços........................................... 38 Figura 5 - Modelo de Lacunas de Qualidade...................................................................... 41 Figura 6 - Matriz importância-desempenho proposta por Slack........................................ 44 Figura 7 - Matriz de posicionamento competitivo.............................................................. 45 Figura 8 - Matriz de avaliação de desempenho................................................................. 46 Figura 9 - Esquema metodológico da pesquisa.................................................................. 61 Figura 10 - Mapa de Pipa/RN............................................................................................. 62 LISTA DE QUADRO Quadro 1 - Quadro sinóptico das condições da Região Turística de Pipa (RTP) de acordo com no modelo de ciclo de vida das destinações turísticas de Butler (1980)....................... 68 Quadro 2 - Atributos de Pipa/RN baseados nos relatos dos entrevistados........................... 71 Quadro 3 - Conjunto de atributos utilizados na pesquisa...................................................... 74 Quadro 4 - Matriz de oportunidades do destino Pipa/RN..................................................... 91 Quadro 5 - Oportunidades de melhorias para o destino Pipa/RN......................................... 99 LISTA DE GRÁFICO Gráfico 1 - Comportamento das médias de importância dos atributos por clusters.............. 95 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Origem dos turistas entrevistados na pesquisa de demanda turistica em 2009.... 67 Tabela 2 - Evolução da quantidade de unidades habitacionais turísticas em Tibau do Sul.. 67 Tabela 3 - Dimensões e atributos encontrados na literatura.................................................. 69 Tabela 4 - Atributos citados pelos entrevistados................................................................... 71 Tabela 5 - Estratificação da amostra..................................................................................... 77 Tabela 6 - Perfil dos respondentes......................................................................................... 79 Tabela 7 - Local onde residem os entrevistados..............................,..................................... 80 Tabela 8 - Médias de importância dos atributos na percepção dos turistas de Pipa/RN....... 82 Tabela 9 - Médias de desempenho dos atributos em Pipa/RN ............................................. 84 Tabela 10 - Lacunas de qualidade do destino Pipa/RN......................................................... 86 Tabela 11 - Dez maiores lacunas negativas........................................................................... 87 Tabela 12 - Dez maiores lacunas positivas............................................................................ 88 Tabela 13 - Perfil dos componentes dos clusters.................................................................. 93 Tabela 14 - Médias e rankings de importância dos atributos por cluster.............................. 94 Tabela 15 - Teste de Spearman para os rankings dos clusters.............................................. 96 Tabela 16 -Valores dos eingenvalue e percentagem da variância total explicada pelos sete componentes......................................................................................................................... 97 Tabela 17 - Comunalidades dos fatores............................................................................... 97 LISTA DE SIGLAS ABRASEL Associação Brasileira de Bares e Restaurantes ABIH Associação Brasileira da Indústria dos Hotéis CNS Confederação Nacional dos Serviços EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística PIB Produto Interno Bruto SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas SETUR/RN Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 14 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA......................................................................... 14 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA................................................................................... 15 1.3 OBJETIVOS.................................................................................................................. 16 1.3.1 Geral.......................................................................................................................... 16 1.3.2 Específicos................................................................................................................. 16 1.4 JUSTIFICATIVA......................................................................................................... 17 1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO........................................................................... 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 19 2.1 O SETOR DO TURISMO............................................................................................. 19 2.1.1 O turismo no Brasil.................................................................................................. 20 2.2 DESTINOS TURÍSTICOS........................................................................................... 21 2.2.1 Componentes dos destinos turísticos...................................................................... 22 2.2.2 O ciclo de vida dos destinos turísticos..................................................................... 24 2.2.3 Atratividade dos destinos turísticos........................................................................ 26 2.2.4 Competitividade dos destinos turísticos................................................................. 28 2.2.5 Escolha dos destinos turísticos................................................................................ 32 2.2.6 Imagem dos destinos turísticos................................................................................ 34 2.3 GESTÃO DOS SERVIÇOS......................................................................................... 36 2.3.1 Qualidade dos serviços............................................................................................. 37 2.3.2 Modelos de avalição de qualidade........................................................................... 39 2.3.2.1 Modelo das lacunas de qualidade......................................................................... 39 2.3.2.2 Modelo SERVQUAL............................................................................................ 42 2.3.2.3 Matriz de importância-desempenho.................................................................... 43 2.3.3 Qualidade no setor do turismo................................................................................ 46 2.4 ESTUDOS EMPÍRICOS SOBRE QUALIDADE DOS SERVIÇOS TURÍSTICOS 48 2.4.1 Estudos empíricos internacionais........................................................................... 48 2.4.2 Estudos empíricos no contexto nacional................................................................ 54 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 59 3.1 ESQUEMA METODOLÓGICO DA PESQUISA..................................................... 60 3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCUS DA PESQUISA................................................... 62 3.3 ATRIBUTOS E DIMENSÕES DO SERVIÇO DOS DESTINOS TURÍSTICO......... 68 3.4 ENTREVISTAS SEMI-ESTRUTURADAS COM ELEMENTOS DO TURISMO DE PIPA/RN....................................................................................................................... 70 3.5 CONJUNTO DE ATRIBUTOS UTILIZADOS NA PESQUISA ............................. 74 3.6 INSTRUMENTO DE PESQUISA............................................................................... 75 3.7 UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA.........................................................,.... 77 3.8 COLETA DE DADOS................................................................................................. 78 3.9 ANÁLISE E TRATAMENTO ESTATÍSTICO........................................................... 78 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................................................................. 79 4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES................................................................................ 79 4.2 IMPORTÂNCIA DOS ATRIBUTOS DO SERVIÇO DOS DESTINOS TURISTICOS...................................................................................................................... 81 4.3 DESEMPENHO CONFERIDO AOS ATRIBUTOS DO SERVIÇO NO DESTINO PIPA/RN............................................................................................................................. 83 4.4 LACUNAS DE QUALIDADE DO SERVIÇO NO DESTINO PIPA/RN................ 85 4.5 MATRIZ DE OPORTUNIDADE................................................................................ 88 4.5.1 Matriz de oportunidade do destino Pipa/RN......................................................... 89 4.6 IDENTIFICAÇÃO DE GRUPOS HOMOGÊNEOS DE TURISTAS....................... 92 4.7 IDENTIFICAÇÃO DE DIMENSÕES PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NO DESTINO TURÍSTICO............................................................................................... 96 4. 8 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS................................................................................ 99 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 103 REFERÊNCIAS................................................................................................................ 105 APÊNDICE A.................................................................................................................... 112 APÊNDICE B.................................................................................................................... 114 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Cada vez mais o impacto do processo de globalização afeta todos os campos, especialmente da vida social, econômica, política, tecnológica e cultural, resultando em uma grande marca no mercado dos serviços (PAVLIC; PERUCIC; PORTOLAN,2011). O setor de serviços está no centro da atividade econômica de qualquer sociedade, uma vez que engloba tanto serviços de infraestrutura quanto operações comerciais (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005). Por esse motivo, os serviços têm assumido uma importância crescente, tanto nacional como internacionalmente. No contexto atual, muitas empresas estão enfrentando o aumento da concorrência e a rápida desregulamentação, e, a fim de alcançar vantagem competitiva e eficiência, as organizações têm que procurar formas rentáveis para se diferenciarem. Uma estratégia relacionada com esse almejado sucesso é a entrega de serviço de alta qualidade (MEI; DEAN; WHITE 1999). Para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), as empresas relacionadas ao turismo, lazer e entretenimento podem ser classificadas como pertencentes ao setor de serviços. O turismo é considerado a maior indústria desse setor, visto que engloba um grande número de negócios, como restaurantes, hotéis, agências de viagens e companhias áreas, sendo responsável por 7% de todos os postos de trabalho no mundo (NARAYAN et al. 2009). No Brasil, o turismo é reconhecido como fator considerável para o desenvolvimento econômico e social. Suas dimensões e diversidades de território resultam em uma extensa oferta de destinos turísticos, e, apesar das crises econômicas de 2009 e 2011, o setor vem adaptando-se e buscando novos mercados. O turismo doméstico, impulsionado pelo aumento da renda média da população, do consumo familiar e pela emergência de uma nova classe média no Brasil constituem uma oportunidade ímpar para o fortalecimento do setor (BRASIL, 2011). Dados do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (RN) revelam que o Estado recebe aproximadamente 2,5 milhões de turistas ao ano e o setor gera cerca de 120 mil empregos (RIO GRANDE DO NORTE, 2012). Reconhecido por suas belezas naturais, o Rio Grande do Norte é um dos principais destinos turísticos do Brasil. O desenvolvimento da atividade que começou na sua capital, Natal, hoje está presente em diversos municípios, com destaque para Tibau do Sul. Segundo o governo estadual, esse cenário foi construído a partir de investimentos conjuntos do poder público e do setor privado, por meio da construção de estradas e melhorias nas cidades e da instalação de hotéis, pousadas e restaurantes nas localidades turísticas (RIO GRANDE DO NORTE, 2012). 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Nesse panorama, torna-se necessário perceber que a essência do turismo não está apenas em seus impactos sobre a economia de uma região em particular, mas também no impacto coletivo do ambiente e da sociedade sobre o potencial de turistas para visitar a área (TORO; MUÑOZA; MORENO, 2010). O estudo da atratividade dos destinos turísticos tem sido explorado por vários autores com diferentes perspectivas. Tang e Rochananond (1990) estudaram a atratividade de um destino turístico com base na análise de seus atributos. Hu e Ritchie (1993) basearam-se nos sentimentos de crença e opinião dos visitantes em relação ao destino. Beerli e Martín (2004) e Chi e Qu (2008) analisaram a imagem de um destino sob a perspectiva da análise da diferença entre a expectativa e o nível de satisfação dos visitantes em diferentes atributos. Ampliando esse rol de estudos, alguns pesquisadores introduziram o pensamento holístico às análises do tema, englobando um grande número de agentes, organizações, redes, pessoas e grupos que se relacionam entre si em um destino turístico (DAS et al., 2007). A forte concorrência nacional e internacional entre os destinos turísticos enfatiza o conceito de qualidade de serviços como fator crítico na escolha de um destino turistico. Ademais, as caracteristicas de intagibilidade, heterogeneidade, inseparabilidade e aspectos culturalmente sensíveis dos serviços turísticos colocam desafios interessantes para os pesquisadores que tentam definir o que é atrativo para os turistas (BAJS, 2011). Além disso, na conjuntura atual, é necessário compreender como as relações entre o produto turístico e as percepções de qualidade e valores são geradas pelos visitantes para que sejam propostas e elaboradas ações em prol do alto nível de satisfação, considerando que turistas satisfeitos tendem a voltar ao destino e propagar suas experiências positivas para os amigos e familiares (PAVLIC; PERUCIC; PORTOLAN, 2011; MURPHY; PRITCHARD; SMITH, 2000). Dessa forma, a fim de atrair e reter os visitantes, o setor turistico (público e privado) deve ser sempre conduzido pela intensa preocupação com a qualidade dos serviços (KANDAMPULLY, 2000; NARAYAN et al., 2009). Para tanto, a aplicação de modelos que visam avaliar a qualidade dos serviços, como o das Lacunas de Qualidade de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985) podem auxiliar na apreensão das expectativas e do desempenho dos atributos dos serviços nos destinos turísticos. Nos últimos anos, destacando-se nesse ambiente competitivo, a Praia de Pipa/RN despontou como um destino reconhecido tanto no âmbito nacional quanto internacional, atraindo assim, diversos investimentos e acolhendo pessoas de diversas nacionalidades (VIDAL, 2010). De acordo com o IBGE (2011), o município de Tibau do Sul, possui cerca de 1.806 unidades habitacionais e mais de 5.000 leitos entre hotéis, pousadas e albergues com capacidade para receber 5.174 hóspedes por dia, sendo 85% destes localizados na Praia de Pipa. Em seus quinze quilômetros, a Praia oferece aos turistas aproximadamente 150 opções, entre bares, restaurantes e lanchonetes, que contemplam a gastronomia de várias partes do mundo. Anualmente, a Praia recebe cerca de 500 mil turistas (SECRETARIA DO TURISMO DE TIBAU DO SUL,2012). Diante desse contexto, surge a seguinte questão de pesquisa: como são avaliados os serviços prestados no destino Pipa/RN na percepção dos seus turistas? 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Geral Avaliar a qualidade dos serviços no destino turístico Pipa/RN na percepção dos seus visitantes. 1.3.2 Específicos a) Identificar os atributos mais importantes para os turistas; b) Avaliar o desempenho do serviço percebido pelos turistas no destino Pipa/RN; c) Identificar a formação de dimensões a partir das expectativas dos turistas; d) Analisar as expectativas de grupos homogêneos de turistas; e e) Analisar as implicações gerenciais para a melhoria dos serviços prestados no destino Pipa/RN pelos agentes públicos e privados. 1.4 JUSTIFICATIVA Os números expressivos do setor de serviços reforçam a necessidade de compreenderse melhor esta atividade. O setor dos serviços é responsável por 68,5% do Produto Interno Bruto do Brasil (IBGE,2012) e emprega cerca de 26,2 milhões de trabalhadores no país, sendo responsável por 50,2% dos 1,135 milhão dos postos de trabalho criados o 1º semestre de 2013 (CNS,2013). De acordo com o Governo do Rio Grande do Norte, o turismo, maior indústria dos serviços, gera em torno de 120 mil empregos no Estado (RIO GRANDE DO NORTE, 2012). Em relação à produção de conhecimento científico e acadêmico, a pesquisa justifica-se por ampliar a discussão sobre atratividade e satisfação dos visitantes aos destinos turísticos, trazendo à pauta vários estudos nacionais e internacionais que revelam a pluralidade do setor. Além disso, o estudo aprofunda a relação existente entre o Turismo e a Administração, e oferece subsídios para áreas como Marketing, Planejamento Estratégico, Planejamento Turístico e Oportunidade de Negócios. A opção pelo destino de Pipa/RN ocorreu em virtude de sua importância nos cenários nacional e internacional. Localizado no município de Tibau do Sul, litoral sul, Pipa é o segundo destino mais visitado do estado, de acordo com a pesquisa de demanda turística encomendada pelo governo estadual (RIO GRANDE DO NORTE, 2009). Em 2011, o destino se destacou sendo como um dos nove mais competitivos do turismo de praia e sol do Brasil (SEBRAE, 2011). Já no ano de 2012 foi considerado um dos sessenta e cinco destinos indutores de desenvolvimento turístico regional (SEBRAE, 2012). Ainda corrobora com a relevância deste estudo o fato de que, para o turismo, como atividade que envolve diferentes setores produtivos, é estratégico dispor de ferramentas que auxiliem o planejamento de ações e o investimento de recursos, oferecendo subsídios aos gestores para estratégias de desenvolvimento de seus municípios. Em sentido semelhante, a pesquisa busca fomentar o conhecimento sobre a percepção dos turistas de Pipa, para apontar implicações práticas para a gestão do destino turístico tanto para as entidades públicas quanto para os agentes privados e com isso, fomentar oportunidades de negócios, melhorar os serviços prestados e, assim, aumentar a satisfação dos visitantes deste destino. 1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO Para facilitar a compreensão e a fluidez da leitura desta dissertação, cabe relatar que o trabalho foi desenvolvido em cinco capítulos. O primeiro contém a contextualização do tema, a definição do problema, a justificativa e a definição do objetivo geral e dos específicos, com o intuito de definir o assunto estudado. O segundo capítulo abrange o setor turístico, com sua caracterização, importância econômica, aspectos dos destinos turísticos, atratividade dos destinos, competitividade, o processo de escolha de um destino turístico e demais aspectos relevantes da atividade. Igualmente é feita uma revisão teórica sobre os aspectos conceituais relativos à qualidade em serviços, modelos para avaliar a qualidade de serviços, qualidade no setor do turismo e estudos empíricos que compõem a discussão do tema da qualidade dos serviços turísticos. O terceiro capítulo é dedicado à metodologia do trabalho, à descrição do destino estudado, bem como à discriminação de todas as etapas para a realização deste trabalho. O capítulo quatro é dedicado à análise dos resultados da pesquisa, perpassando pelo perfil dos entrevistados, pelas análises dos resultados das expectativas e desempenhos, posteriormente pelas matrizes absolutas de desempenho, pelas lacunas, sendo finalizado com a análise fatorial e a análise de cluster. Por fim, são apresentadas as considerações finais da autora, indicando as limitações da pesquisa, as possibilidades de futuras pesquisas, as referências e os apêndices deste escrito. 2. REFERENCIAL TEÓRICO No presente capítulo são apresentados os fundamentos teóricos que norteiam o este estudo sobre os destinos turísticos e o setor dos serviços. No decorrer deste capítulo serão apresentados o setor do turismo, o turismo no Brasil, os destinos turísticos e seus componentes, o ciclo de vida, a atratividade, competitividade, escolha e imagem dos destinos turísticos, assim como, a gestão dos serviços, a qualidade dos serviços, os modelos de avaliação de qualidade e a qualidade do setor dos serviços; por fim, a última parte deste referencial destina-se os estudos empíricos nacionais e internacionais. 2.1 O SETOR DO TURISMO Desde a década de 50, o setor do turismo tem desempenhado papel expressivo na prosperidade global. Durante o florescimento das economias ocidentais, entre 1960 e 1980, o setor de serviços cresceu em termos de significância econômica (CROUCH; RITCHIE, 1999). O turismo pode ser considerado a maior indústria de serviços do mundo. Em 2006, 236 milhões de turistas andaram por vários lugares da terra. Essa atividade é um dos fatores que estimulam os governantes a realizarem projetos de melhoria em infraestruturas, que, consequentemente, não apenas desenvolvem o potencial turístico, mas também trazem melhoria da qualidade de vida para os moradores locais (NARAYAN et al., 2009). Pontua-se que sete por cento de todos os postos de trabalho do mundo estão relacionados com o turismo, tanto diretamente, por meio dos hotéis, restaurantes, casas noturnas, táxis, e, indiretamente, na venda de souvenirs e artesanatos (NARAYAN et al., 2009). Segundo o autor, quase todos os países reconhecem o potencial do setor e estão buscando atrair maior número de visitantes estrangeiros, fornecendo uma oportunidade para aumentar sua exportação de serviços. Ampliando essa perspectiva, postula-se que a essência do turismo não está apenas em seus impactos sobre a economia de uma região em particular, mas também no impacto coletivo do ambiente e da sociedade sobre o potencial turístico da área (TORO; MUÑOZA; MORENO, 2010). Nessa direção, o turismo pode ser definido como uma experiência que agrega diversos serviços, geralmente criados por meio de inúmeras combinações de atividades e benefícios. É uma experiência durante a qual o visitante encontra e interage com prestadores de serviços, com outros visitantes, com a comunidade local e com o ambiente natural. Em uma época remota, esta atividade era considerada um “artigo de luxo”, mas, atualmente, transformou-se em um componente do estilo de vida da população, tornando-se um respeitado ramo de negócios (KANDAMPULLY, 2000). Com esse crescente papel do turismo na economia e o aumento da concorrência no mercado turístico global, a importância do desenvolvimento de produtos turísticos de qualidade tem sido reconhecida tanto pelos setores do turismo público quanto do privado (MIROSLAWA, 1998). Por isso, a demanda por serviços de alta qualidade, vem sendo vista como a chave do sucesso de várias empresas e instituições (ALTIGAN; AKINCI; AKSOY, 2003). 2.1.1 O turismo no Brasil O Brasil, assim como outros países, tem no turismo uma rica fonte de emprego e renda. Conjecturas econômicas demonstram que o aumento da renda média e do consumo das famílias brasileiras, aliadas à emergência de uma nova classe média no país, constitui oportunidade ímpar de fortalecimento deste mercado e de reconhecimento do turismo como importante fator de desenvolvimento econômico e social (BRASIL, 2010). A expansão do turismo pelo litoral do Nordeste ocasionou um elevado desenvolvimento regional. Esse processo envolve uma vasta cadeia produtiva e de serviços, como companhias de aviação, instituições financeiras, grupos de investidores hoteleiros, imobiliários, de alimentação e lazer, entre outros (BARROS, 2009). Delimitando a análise para campo do estudo de caso desta pesquisa, observa-se que a difusão do turismo na região litorânea, onde se localiza o estado do Rio Grande do Norte, assume o padrão SSS – Sun, Sand and Sea – termos da língua inglesa para Sol, Areia e Mar (BARROS, 2009). Os principais recursos relacionados ao desenvolvimento do turismo no segmento Sol e Praia estão diretamente relacionados a fatores como a água e os espaços de seu entorno. O segmento de Sol e Praia possui algumas especificidades que devem ser consideradas, especialmente no que tange à concepção do produto e suas estratégias de promoção e comercialização. Esse segmento é formado por um perfil de consumidor heterogêneo, desde jovens interessados em novas descobertas até famílias compostas de pessoas de diferentes idades e com necessidades diferenciadas (SEBRAE, 2011). A dinamização da atividade turística do Nordeste foi alavancada pelo PRODETURNE, um projeto oriundo de investimentos públicos que tinha o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico da Região. Entre os anos de 1994 a 2005, foram investidos no Nordeste mais de 670 milhões de reais em infraestrutura e serviços básicos, dos quais 70 milhões foram destinados o Rio Grande do Norte (RN). Para a execução do projeto, os municípios foram agrupados em Polos Turísticos. O Polo do RN foi denominado Pólo de Turismo Costa das Dunas e envolve 200 km de litoral, composto por 16 municípios, desde Pedra Grande, ao Norte, até Baía Formosa, ao Sul, tendo Natal, ao Centro (BARROS, 2009). Nesse contexto, o fluxo de turistas no Estado do Rio Grande do Norte cresce a cada ano. Fazendo uma análise histórica, no ano de 2001, 1.419.621 turistas visitaram o Estado e, em 2007, foram 2.179.925 turistas/ano (GRANDE, 2009). Identificando este cenário, serão aprofundados os conhecimentos sobre os destinos turísticos. 2.2 DESTINOS TURISTICOS Os destinos são os elementos centrais do sistema do turismo. A concepção de destino tem sido explorada por vários autores a partir de diferentes perspectivas. Para alguns, um destino possui elementos territoriais, aspectos pessoais e econômicos, os quais atraem e recebem turistas, transformando-se em um produto turistico. Existe ainda um grupo de autores que adotam uma concepção holística, a qual define um destino turístico por meio da análise da integração de um grande número de agentes, organizações, redes, pessoas e grupos (TORO; MUÑOZA; MORENO, 2010). Em sua definição, Dias (2008, p. 36) conceitua um destino turístico como “uma localidade, uma região ou um país que recebe visitantes para lá se dirigirem para passar um período relativamente curto”. Murphy, Pritchard e Smith (2000, p. 43) definiram o destino como sendo “uma amálgama de produtos e de serviços disponíveis num determinado local, que podem atrair visitantes para além das suas fronteiras.” Hu e Ritchie (1993, p. 25) também evidenciam a relação com os serviços e consideram o destino turístico como “um pacote de serviços e facilidades turísticas, que tal como qualquer outro produto consumido é composto por um número de atributos multidimensionais.” Kim (1998, p. 340) afirma que “um destino pode ser visto como um produto excepcionalmente complexo da indústria do turismo compreendendo, entre outros fatores, o clima, infraestrutura, serviços e atributos naturais e culturais. Apesar dessa complexidade, é no entanto, um produto”. Beerli e Martin (2004) apontam que destinos turísticos devem ser concebidos como as marcas que têm de ser gerenciadas a partir de um ponto de vista estratégico. Buhalis (2000) considera destino uma região geográfica que é compreendida por seus visitantes como uma entidade única, como um quadro político e legislativo comum para a comercialização do turismo e planejamento. Dias (2008) também agrega um aspecto social e revela que um destino turístico possui elementos que motivam os potenciais turistas a visitarem determinado local, e assim a provocarem efeitos sociais e econômicos, modificando toda uma dinâmica pré-existente, tornando-se indutor de desenvolvimento daquele local. Harmonizando as definições acima, Cracolici e Nijkamp (2008) conseguem unificar as ideias e expõem uma definição completa. De acordo com os autores, um destino turístico (por exemplo, cidade, região ou local), atualmente, deixou de ser visto como um conjunto de características culturais, artísticas e recursos ambientais, mas como um produto global, atraente, disponível em uma determinada área: uma carteira complexa e integrada de serviços oferecidos por um destino que fornece uma experiência de férias/tempo livre que satisfaça às necessidades do turista. Um destino turístico, dessa forma, produz um pacote composto de serviços turísticos com base em seu potencial de ofertas. Por isso, os autores alertam sobre a existência de um cenário no qual a concorrência feroz entre destinos tradicionais force a manutenção e a expansão de suas quotas de mercado e novos destinos, tentando adquirir uma quota de mercado significativa e crescente. Para proporcionar um melhor entendimento da dinâmica dos destinos turísticos, apresentaremos a seguir seus componentes. 2.2.1 Componentes dos destinos turísticos As características dos destinos turísticos podem ser classificadas em dois grupos: primárias e secundárias. As características primárias estão relacionadas ao clima, à cultura, à ecologia e à arquitetura. As secundárias são originárias da evolução do turismo a partir da instalação de hotéis, transportes, restaurantes e entretenimento. Juntos, esses dois grupos contribuem para a atratividade de um destino turístico (KOZAK, 1999). Para Murphy, Pritchard e Smith (2000), os elementos de um destino turístico podem ser divididos em diversas categorias, conforme Figura 1: elementos naturais que incluam em suas localizações recursos naturais, tais como acidentes geográficos, flora e fauna, ou condições físicas, como o clima; elementos sociais, como a simpatia da população local, a língua falada, estruturas familiares; elementos de desenvolvimento, como o nível de utilização ou a falta de infraestrutura, traçado urbano e tecnologia; elementos econômicos, como o mercado de câmbio de moedas e os preços cobrados por seus produtos; elementos culturais: como a autenticidade da cultura local, história e tradições; elementos políticos, que incluem estabilidade política, política externa, direitos humanos, controle do governo, atitude para com os turistas (por exemplo, exigência de visto). Experiência do destino turístico Comércio/ Serviços Serviços de transporte Recreação e atrações Serviços de Alimentação Ambiente natural Serviços de viagem Serviços de hospedagem Infraestrutura de serviços Fatores sociais Fatores políticos Fatores tecnológicos Fatores econômicos Fatores culturais Ambientes do destino Figura 1 - Modelo conceitual de um produto turístico Fonte: Murphy, Pritchard e Smith (2000, p. 46) Buhalis (2000), por sua vez, estrutura a análise de destinos turísticos por meio dos seguintes componentes: a) atrações (naturais, artificiais, construídas a propósito, o patrimônio, eventos especiais); b) acessibilidade (sistema de transporte composto de rotas, terminais e veículos); c) comodidades (alojamentos e restaurações de instalações, varejo, outros serviços turísticos); d) pacotes disponíveis (pré-arranjados pacotes por intermediários e diretores); e) atividades (todas as atividades disponíveis no local de destino e o que o consumidor fará durante sua visita); e serviços auxiliares (serviços utilizados pelos turistas, como bancos, telecomunicações, correios, quiosques, hospitais, etc). Segundo Bajs (2010), a qualidade e a diversidade representam aspectos a serem contabilizados na escolha do destino e podem ter papel crucial na avaliação das experiências vivenciadas pelos turistas. Além do ambiente do destino, a qualidade da infraestrutura turística – alojamento, alimentação, infraestrutura de transporte, compras, atrações turísticas, recreativas e instalações de entretenimento – é levada em conta pelos visitantes. Assim, a percepção do destino turístico é definido por meio da experiência do ambiente do destino, assim como de sua infraestrutura de serviços. O resultado do processo que implica na satisfação legítima em relação aos serviços turísticos, necessidades e expectativas dos clientes, passa por diversos pontos, como: preços aceitáveis, conformidade com o que se entende por qualidade, segurança, higiene, acessibilidade, transparência, autenticidade e harmonia do turismo, paralelamente com a preocupação da preservação do meio ambiente e da raça humana (ALTIGAN; AKINCI; AKSOY, 2003). Segundo Cardoso (2011), os responsáveis pelo desenvolvimento dos destinos turísticos carecem, de maneira geral, de informações sobre a qualidade percebida pelos visitantes, ainda que tal fator influencie no ato de recomendar o destino ou até mesmo na repetição da visita, resultando na fidelização deste. Corroborando com a necessidade de mudança dessa constatação, Bajs (2010) revela que a importância dos componentes de destino no desenvolvimento da percepção de diferentes segmentos de turistas é um pré-requisito para o desenvolvimento, a implementação e o sucesso da estratégia de marketing no turismo. 2.2.2 O ciclo de vida dos destinos turísticos O conceito de “Ciclo de vida de destinos turísticos” foi desenvolvido por Butler (1980), baseado no ciclo de produtos, no qual inicialmente as vendas avançam lentamente, depois experimentam uma rápida taxa de crescimento, estabilizando-se e, por último, regredindo. O modelo de Butler (1980), apresentado na Figura 2, sugere que o desenvolvimento do turismo em certa região segue uma evolução de multi-estágio. As seis fases de “Ciclo de vida de um destino turístico” são descritas como segue: Exploração: uma área é “descoberta” por uma empresa que está convencida de sua atração turística (beleza natural, monumentos, cultura, entre outros). Envolvimento: um pequeno, mas crescente, número de visitantes chega ao destino e, a partir desse momento, algumas iniciativas locais de incentivo ao turismo são iniciadas. Desenvolvimento: um período dinâmico de crescimento e mudanças atrai grande número de novos visitantes, alimentando o crescimento. Os investimentos externos são atraídos e, portanto, há um declínio na participação e controle locais. Consolidação: o número de visitantes continua a aumentar, mas a uma taxa decrescente. Os esforços de marketing e promoção são aumentados para prolongar a estação turística e atrair mais visitantes distantes. Estagnação: o número de visitantes é estabilizado e limiares são atingidos ou ultrapassados que resultam em problemas econômicos, sociais e ambientais. O desenvolvimento do turismo tem afetado negativamente as qualidades que inicialmente haviam atraídos pessoas para a região. Declínio ou rejuvenescimento: se o destino não consegue resolver os seus problemas econômicos, ambientais e sociais, perde seus visitantes para destinos mais “virgens”. No entanto, o ciclo pode começar de novo com uma fase de rejuvenescimento. Isto requer uma mudança dramática e um novo conjunto de atrações artificiais ou um recurso natural anteriormente inexplorado. Estagnação Consolidação Número de visitantes Desenvolvimento Envolvimento Declínio, rejuvenescimento ou estagnação Exploração Tempo Figura 2 - Modelo de Ciclo de vida dos destinos turísticos de Butler (1980) Fonte: Butler (1980) De acordo com Butler (1980), durante o ciclo de vida de um destino turístico, as fases mais críticas são as iniciais. Em contiguidade com as reflexões do autor, destinos que ultrapassam fases ou não dão continuidade ao processo perdem espaço para localidades que se preparam para cada passo e que estão sempre em busca da inovação e de novas atrações. 2.2.3 Atratividade dos destinos turisticos Um destino turístico pode ser visto como um produto complexo na indústria do turismo, composto por recursos naturais, infraestrutura, serviços, peculiaridades locais, atributos culturas, entre outros. O produto turístico pode ser analisado em termos de atrações, instalações e acessibilidade com a finalidade de descobrir sua atratividade. As atrações são os principais fatores que geram fluxo turístico para determinada localidade. Os equipamentos turísticos, em seu turno, são aqueles elementos que, normalmente, não motivam a visita a um lugar, mas sua ausência, sim, desmotiva a visita do turista: acessibilidade de transporte, tempo e custo para chegada ao destino, por exemplo, podem impedir que os turistas viajem para apreciar as atrações de um destino (KOZAK ,1999). Segundo a Organização Mundial do Turismo (apud BRASIL, 2011), entendem-se como atrativos turísticos locais os objetos, os equipamentos, as pessoas, os fenômenos, os eventos ou as manifestações capazes de motivar o deslocamento de pessoas para conhecê-los, podendo estes serem classificados em: Atrativos naturais: elementos da natureza que, ao serem utilizados para fins turísticos, passam a atrair fluxos de visitantes (montanhas, rios, ilhas, praias, dunas, cavernas, cachoeiras, clima, flora, fauna). Atrativos culturais: elementos da cultura, bens e valores culturais de natureza material, produzidos pelo homem e apropriados pelo turismo, da pré-história à época atual, como testemunhos de uma determinada cultura (artesanato, gastronomia, etc.). Eventos programados: eventos que concentram pessoas para tratar ou debater assuntos de interesse comum, negociar ou expor produtos e serviços, ordens comerciais, profissionais, técnicas, aspectos culturais, científicos, políticos, religiosos, turísticos, entre outros, com datas e locais previamente estabelecidos. Tais eventos acarretam a utilização de serviços e equipamentos turísticos (feiras, congressos, seminários). Realizações técnicas, científicas e artísticas: obras, instalações, organizações, atividades de pesquisa que, por suas características, são capazes de motivar o interesse do turista e, com isso, demandar a utilização de serviços e equipamentos turísticos. Para Deng, King e Bauer (2002 apud Barros, 2008), há cinco componentes principais que contribuam para atração geral do suporte natural dos destinos: 1) recursos turísticos, incluindo recursos naturais e culturais; 2) facilidades turísticas, subdivididas em infraestrutura, facilidades recreativas e educacionais; 3) acessibilidade, envolvendo acessibilidades internas e externas de um destino turístico; 4) comunidades locais; e 5) atrações periféricas. Seguindo o detalhamento, alguns estudos indicam que existem dois tipos de atributos: os controláveis e os incontroláveis. Os controláveis estão relacionados à limpeza da praia, acesso às atrações, à disponibilidade de atividades, instalações e de entretenimento; e os incontroláveis estão relacionados ao ambiente natural, à cultura, ao clima e a outras características gerais de um destino. Juntos, estes atributos podem ser determinantes do valor turístico e da satisfação. Outras pesquisas apontam que a percepção não vem apenas da bela paisagem dos destinos, mas igualmente a partir dos encontros com prestadores de serviços, demais turistas e comunidade local. A qualidade dos serviços prestados aos turistas, a responsabilidade do pessoal que presta tais serviços, a eficiência de sanar dúvidas e problemas e o preço cobrado também contribuem para a construção da percepção de valor turístico e para a satisfação do turista (PIZAM; NEUMANN; REICHEL, 1978). De acordo com Murphy, Pritchard e Smith (2000), aponta-se que a percepção da qualidade do destino deriva diretamente dos serviços que os turistas recebem durante suas estadias. No entanto, para o autor, o valor percebido do destino é afetado tanto pela infraestrutura de serviços, quanto pelo ambiente do destino. Entretanto, depois que os turistas experimentam outros destinos, sua percepção de qualidade global e a percepção do destino específico influenciam a decisão de revisitar o destino e de recomendá-lo a outros, direta ou indiretamente. Os turistas também fazem comparações entre os atributos, as atrações e a qualidade de serviço entre os diferentes destinos, e, assim, estipulam o valor de certo destino individualmente (KOZAK; REMMINGTON, 1999). Logo, os destinos de sucesso devem assegurar que sua atratividade, bem como a integridade das experiências entregues aos visitantes, sejam iguais ou melhores que os esforços de outros concorrentes para atrair potenciais visitantes. Como se faz necessário viajar para um destino para que se possa viver a experiência, a avaliação dos fatores são determinantes notáveis do fator atratividade (CROUCH; RITCHIE, 1999). Sob a ótica de Enright e Newton (2004), a participação dos profissionais da indústria do turismo, como diretores e gestores, é importante na identificação dos atrativos do destino, posto que eles, em geral, possuem experiência e sabem o que funciona e o quê não funciona no cotidiano dos destinos. Grande parte da indústria do turismo continua a operar, principalmente, na premissa de que os fatores de atração são os principais motivadores de viagens e que as pessoas vão de férias para verem as mesmas cenas e fazerem as mesmas atividades antes já feitas. Muitos investigadores desejam provar esta premissa, e isso tem sido manifestado substancialmente na literatura que surgiu a partir da imagem de destino e atributos (FAKEYE; CROMPTON, 1992). A atratividade percebida de um destino específico é susceptível de variação, dependendo do contexto em que as escolhas de um destino são feitas. A atratividade de um destino reflete os sentimentos, crenças e opiniões que um indivíduo tem sobre a capacidade percebida de um destino, proporcionando satisfação de suas necessidades. Quanto mais um indivíduo acredita que um local satisfará suas necessidades, mais atraente será a região e mais provavelmente será selecionada como um potencial destino de viagem (HU; RITCHIE, 1993). Em relação aos destinos de sol e praia, quanto mais atrativos e atividades diferenciadas possuirem, maiores serão as possibilidades de captação de visitantes, aumento de sua permanência e pela possibilidade de uso da praia também em dias de chuva ou na baixa estação. A oferta de passeios diferenciados, produtos agregados (artesanato local, por exemplo), comidas típicas, atividades culturais ligadas às festas populares, eventos esportivos, além do estabelecimento de parcerias com empresários locais, são formas de ampliar a qualidade da experiência turística e garantir o uso sustentável daquele ambiente. Além disso, a beleza natural, aliada ao respeito à cultura local, também aumenta as chances de o destino tornar-se mais competitivo. É basilar considerar adicionlmente a existência de acessos estruturados e sinalizados, equipamentos de segurança, sinalização turística adequada e demais serviços de atendimento ao turista e à comunidade local (BRASIL, 2011). O sucesso dos destinos turísticos, assim, depende da competitividade do turismo regional em termos das características de atratividade (ou perfil de qualidade) que compõem a força de turismo de uma determinada área. As novas necessidades dos visitantes impõem aos destinos renovarem-se constantemente para oferecer recursos atraentes, capazes de atender a demanda de um mercado cada dia mais exigente (CRACOLICI; NIJKAMP, 2008). No próximo tópico, a competitividade dos destinos turísticos será objeto de debate e reflexão. 2.2.4 Competitividade dos destinos turísticos O desenvolvimento de um potencial destino turístico turismo depende, substancialmente, de sua capacidade de manter vantagem competitiva na entrega de bens e serviços para os visitantes. A competitividade é um conceito geral que engloba preços, assim como os movimentos da taxa de câmbio, produtividade de vários componentes da indústria turística e fatores qualitativos que refletem a atratividade de um destino (DWYER; FORSYTH; RAO, 2000). Segundo Dwyer, Forsyth e Rao (2000), variados determinantes da demanda para o turismo podem ser distinguidos: (a) fatores sócio-econômicos e demográficos, como: renda da população, no país de origem, tempo de lazer, educação, ocupação etc.; (b) fatores qualitativos: apelo turístico, qualidade de imagem, serviços turísticos, marketing do destino e promoções, laços culturais; (c) fatores de preço: custo dos serviços de transporte para o destino, custo de alojamento, serviços turísticos, alimentos e bebidas, entretenimento. Para o Ministério do Turismo (BRASIL, 2011), as variáveis utilizadas para efeitos de avaliação de competitividade dos destinos turísticos na dimensão de Serviços e Equipamentos turísticos são: sinalização turística, centro de atendimento ao turista, espaços para eventos, capacidade dos meios de hospedagem e capacidade do turismo receptivo. Nesse debate, a temporada desempenha um papel considerável para a análise de competitividade destino. Dois destinos podem ser concorrentes no turismo de verão, mas não no inverno. Ao comparar destinos, existe a necessidade de estabelecerem-se quais destinos estão em concorrência direta e quais destinos nunca estão em concorrência direta, considerando a oferta de um rol de atrações diferentes. Os concorrentes podem ser diretos ou indiretos, dependendo do motivo da viagem. A competitividade do destino pode ser avaliada ainda quantitativamente e qualitativamente. Quantivamente, um destino pode ser medido através de dados tais como chegadas de turistas e receitas de turismo (dados concretos). No entanto, existe também a necessidade de analisar os aspectos qualitativos relativos à competitividade do destino, atributos que satisfazem as necessidades dos visitantos e que resultam no impulsionamento do desempenho quantitativo (KOZAK; RIMMINGTON, 1999). É necessário, portanto, compreender como as relações entre o produto turistico e as percepções de qualidade e valores gerados, por parte dos visitantes, influenciam no ambiente competitivo. A crescente competitividade entre destinos turísticos aumenta o papel das atividades de marketing que devem trabalhar em prol do aumento do nível de satisfação, visto que turistas satisfeitos tendem a voltar ao destino e, principalmente, fazem propaganda positiva “boca-a-boca” (PAVLIC; PERUCIC; PORTOLAN, 2011; MURPHY; PRITCHARD; SMITH,2000). A importância dos fornecedores, da multiplicidade dos produtos produzidos individualmente e dos serviços que compõem um produto turístico em competitividade por destino é reconhecida por BUHALIS (2000). Entretanto, o autor adverte que também deve-se incluir a sustentabilidade de recursos locais para assegurar a manutenção de sucesso a longo prazo, bem como a realização de distribuição equitativa de recursos para satisfazer a todos os interessados. Em similitude a essa perspectiva, Poon (1993 apud Crouch; Ritchie, 1999) alertava antes que as estratégias dos destinos turísticos deveriam estar alinhadas à realidade do “novo” turismo. Ele argumentava que o setor é volátil, sensível e altamente competitivo e está passando por uma rápida e radical transformação e, portanto, o desenvolvimento futuro dependerá não só do turismo, mas de todo o setor de serviços. Assim sendo, o autor sugere quatro "princípios fundamentais" para que os destinos se mantenham competitivos: (1) colocar o meio ambiente em primeiro lugar; (2) tornar o turismo um setor de forte; (3) fortalecer os canais de distribuição no mercado; e (4) construir de um setor privado dinâmico. Ampliando a discussão, Crouch e Ritchie (1999) incorporaram conceitos do modelo de Porter “Diamantes da Competitividade Nacional” e de outros modelos genéricos para construir o modelo TDC “Tourism Destination Competitiveness”, em português: “Modelo de Competitividade de Destino Turistico”, representado na Figura 3. O TDC é formado por quatro grandes componentes: núcleo de recursos e atrativos, fatores de apoio e recursos, gestão do destino, e determinantes de qualificação. Os recursos básicos e atrativos incluem os elementos primários do destino, que são as razões fundamentais para que potenciais visitantes escolham um destino em detrimento a outro. Os fatores incluídos neste componente são: fisiografia (paisagem e clima), cultura e história, laços históricos (ligações com os moradores nativos regiões turística), atividades, eventos especiais e super estrutura do turismo (instalações de alojamentos, serviços de alimentação, meios de transporte e atrações). Os fatores de apoio e recursos são aqueles que fornecem a base para a construção de uma indústria de turismo de sucesso e inclui a infraestrutura geral de um destino, tais como estabelecimentos de ensino, assim como fatores que influenciam a acessibilidade do destino. O terceiro componente, gerenciamento de destino, concentra-se em atividades que influenciam os demais componentes. Ele está relacionado a um conjunto de atividades de gerenciamento, incluindo serviços, organização e manutenção da chave de recursos turísticos. O último componente, determinantes de qualificação, eventualmente pode limitar a capacidade de um destino para atrair e satisfazer turistas potenciais e, consequentemente, afetar sua competitividade. Este componente inclui variáveis como localização, custos gerais e de segurança que estão além do controle do setor de turismo, e que desempenham um relevante papel na competitividade destino. 2.2.5 Escolha do destino turístico De acordo com Um e Crompton (1990), o processo de escolha de destinos turísticos foi conceituado na literatura a partir de quatro perspectivas diferentes. Na primeira perspectiva, a escolha foi vista como um processo cognitivo que envolve a percepção de estímulos, associando com as necessidades, avaliação de alternativas e avaliação se as expectativas foram cumpridas. Na segunda, a escolha foi percebida como uma ação fundamentada determinada pela atitude e pela influência de grupos sociais. A terceira perspectiva define que a escolha tem sido vista como uma atividade econômica, na qual uma alternativa é selecionada quando maximiza a utilidade. Na quarta e última concepção, a escolha de um destino turístico tem sido vista como a participação de lazer que está incorporada na percepção de competência e de resultados na busca por atributos de destino, em que se oferece excitação ideal, segundo crença. Logo, cada destino oferece uma variedade de produtos e serviços para atrair visitantes, e cada turista tem a oportunidade de escolher entre um conjunto de destinos. Para os gestores, é essencial o conhecimento dos fatores que influenciam a escolha do destino turistico para que desenvolvam estratégias de marketing adequadas. Idade, renda, sexo, personalidade, educação, custo, nacionalidade, distância, risco, motivação, entre outros aspectos, são fatores que podem influenciar esse processo. A familiaridade com um local também pode ser decisiva na escolha de um de destino e envolve fatores como: distância geográfica, experiência de visitação anterior e nível de conhecimento geral sobre um destino (HSU; TSAI; WU, 2009; HU; RITCHIE,1993). Decisões relacionadas a viagens geralmente envolvem uma série de escolhas que são feitas ao longo do tempo, incluindo opções de destinos, composição do grupo de viagem, datas de partidas, orçamentos, opções de alojamento, itinerários, atividades e refeições. Algumas das escolhas são feitas antes da viagem (por exemplo, o destino e partidas das viagens) enquanto outras são feitas durante a viagem (rotas, compras e atividades nos locais) (WU; ZHANG; FUJIWARA, 2011). Estudos indicam que um grande número de critérios é utilizado para selecionar produtos turísticos. Estes critérios são alterados de acordo com a finalidade e características da viagem. Elementos do ambiente externo, as características do viajante e as particularidades e atributos de destinos são fatores analisados no processo de escolha. Outros fatores, como o status social e influência do grupo social, são cada vez mais importantes na escolha do destino turístico (BUHALIS, 2000). De acordo com Wu, Zhang e Fujiwara (2011), a escolha de um destino turístico, geralmente, é influenciada por diversos fatores que podem ser classificados em três categorias: 1) fatores específicos: sexo, idade, estado civil, renda, educação, posse de carro e estilo de vida; 2) fatores alternativos: atratividade do destino turístico, instalações de recursos, tarifas, serviços de qualidade e acessibilidade de destinos; e 3) fatores situacionais: esses fatores incluem situações meteorológicas e as culturais. Antes disso, para Hsu, Tsai e Wu (2009), a escolha de destino pode ser conceituada como a seleção que um turista faz a partir de um conjunto de alternativas, determinada por vários fatores motivacionais. A literatura do comportamento do consumidor enfatiza a interrelação entre necessidades e motivações, conforme discussões de Kozak (2002). As pessoas podem viajar para suprir o fisiológico e sua motivação está relacionada à sáude, alimentação ou clima, por exemplo, ou por necessidades psicológicas relacionadas a relaxamento e espírito aventureiro. Entretanto, Crompton (1979) classificou esses fatores em push e pull. Os fatotes push são relacionados à origem, aspectos intangíveis, desejos intrínsecos do viajante individual, como, por exemplo, o desejo de fuga, descanso e relaxamento, aventura, saúde ou prestígio. Os fatores pull estão relacionados principalmente à atratividade de um determinado destino e suas caracteristicas tangíveis, tais como praias, alojamento, instalações de recreação, recursos culturais e históricos. Uma motivação impulsiona um ato individual para alcançar a satisfação desejada, de acordo com Beerli e Martin (2004). Quando indivíduos tomam uma decisão de viajar para lazer, eles o fazem por diferentes razões ou motivos, no intuito de reduzir o estado de tensão. Fodness (1994 apud Beerli; Martin, 2004) argumenta que a teoria da motivação descreve um processo dinâmico de fatores psicológicos (necessidades, desejos, objetivos) que gerem um nível desconfortável de tensão no corpo e na mente de uma pessoa, que levam o indivíduo a tomar uma iniciativa para que a tensão seja reduzida, satisfazendo, dessa forma, suas necessidades. Gartner (1986) sugere que motivações exercem influência direta sobre o fator afetivo, componente da imagem. Na medida em que imagens afetivas referem-se a sentimentos despertados por um determinado lugar, pessoas com motivos diferentes podem avaliar um destino turístico de forma semelhante se perceberem que o destino fornece-lhes os procurados benefícios. 2.2.6 Imagem do destino turistico A imagem desempenha um papel fundamental no sucesso dos destinos turísticos, uma vez que é formada por um conjunto de atributos que definem o destino em suas várias dimensões e exerce forte influência no comportamento do consumidor. Os turistas, geralmente, têm conhecimento limitado dos destinos não visitados anteriormente, e, portanto, a imagem desempenha uma função nodal uma vez que destinos com imagem forte e positiva têm maior probabilidade de serem escolhidos. Igualmente, a imagem percebida do destino pós-visita influência a satisfação do turista e sua intenção de repetir a visita no futuro, e isto dependerá da capacidade do destino em fornecer experiências que correspondam a suas necessidades e se encaixem na imagem que o turista construíra do destino (BEERLI; MARTÍN, 2004). Segundo Um e Crompton (1990), a imagem de um destino de viagens de lazer é uma construção holística que, em maior ou menor variante, é derivada de atitudes em relação aos atributos percebidos do destino de turismo. Os consumidores não escolhem produtos em si, mas sim os atributos que são apresentados pelos bens e os consumidores utilizam a percepções desses atributos como fatores para avaliar sua utilidade. Novamente, potenciais viajantes têm conhecimento limitado sobre os atributos de um destino que não tenham visitado anteriormente e, por essa razão, a imagem e as dimensões de um destino de viagem são susceptíveis de serem elementos críticos no processo de escolha do destino, independendo se são ou não verdadeiras representações daquilo que o lugar tem para oferecer. Gartner (1986) acredita que o produto do turismo é uma experiência mais complexa que um bem tangível. A imagem do produto depende fortemente da percepção dos atributos; portanto, a imagem do turismo é formada em função da marca (entidade política), da percepção de turistas e prestadores de serviços dos atributos das atividades ou atrações disponíveis dentro de uma área de destino. Chi e Qu (2008) concordam que a imagem de destino influencia os turistas no processo de escolha de um destino, na posterior avaliação da viagem e em suas intenções futuras. Para eles, a imagem de destino exerce influência positiva na qualidade percebida e na satisfação. A imagem positiva proveniente de experiências de viagem positivas resultaria em avaliação positiva de um destino e a satisfação dos turistas poderá melhorar se o destino possuir imagem positiva. Acompanhando as concepções de Fakeye and Crompton (1992), é possível dizer que os turistais pontenciais mantêm as imagens dos destinos em suas memórias. Ademais, a escolha de um destino é influenciada pela percepção do indivíduo através da avaliação de possibilidades e da viabilidade dessas percepções. Para Fodness e Murray (1999), em suma, os turistas buscam melhorar a qualidade de suas viagens, diminuindo o nível de incerteza associada através de busca de informação. De acordo com Dey e Sarma (2010), a aquisição de informação pode ser considerada como o ponto de partida no processo de tomada de escolha dos destinos das férias. Em outros termos, tal aquisição torna-se instrumental para as decisões relacionadas à seleção de destino, bem como para as decisões de transporte, acomodação e passeios no local. A busca de informações é de fato um fenômeno complexo que envolve, muitas vezes, um ou mais indivíduos do grupo da viagem, utilizando grande variedade de fontes dentro um conjunto múltiplo de decisões. Segundo Chi e Qu (2008), as experiências positivas dos serviços, produtos e outros recursos fornecidos pelos destinos turísticos podem produzir visitas repetidas, bem como propaganda “boca-a-boca” positiva para amigos ou parentes. As recomendações de visitas anteriores podem ser tomadas como a informação mais confiável sobre a fonte de potenciais turistas. Kim (1998) revela que os turistas têm se tornado cada vez mais exigentes e trazem grandes expectativas às suas viagens. Assim, um destino consolidado exige que os produtos e serviços sejam compatíveis com a imagem que eles tenham perante a sociedade consumidora. Fakeye e Crompton (1992) alertam que alguns destinos não conseguem alcançar o seu potencial turístico, principalmente porque sua promoção não é temática ou dirigida de forma eficaz. Assim, o objetivo primordial de promover um destino é projetar sua imagem para turistas em potencial para que o produto possa se tornar atrativo para eles. Assim sendo, é necessário examinar cuidadosamente um destino, em termos de seu valor psicológico ou perceptual, bem como suas opções de atividades e atrações. Para esse fim, é necessário decidir quais componentes devem ser analisados, ou seja, em vez de empreender um estudo de consumo para determinar os mais prováveis atributos que afetam a decisão de destino, o pesquisador pode avaliar um conjunto de produtos turísticos específicos (FAKEYE; CROMPTON, 1992). Segundo Fakeye e Crompton (1992), a veiculação de imagens constitui-se em dois tipos: orgânica e induzida. A orgânica é caracterizada por mídias não pagas, informações recebidas de amigos e parentes e sites na internet. A veiculação induzida é resultado de imagens governamentais, esforços promocionais, incluindo publicidade e informações pagas. O aspecto induzido de formação de imagem é de interesse fundamental para pesquisadores do comportamento de viagem, pois percepções ou imagens dos atributos de utilidade geradoras do produto podem ser manipuladas. Nessa direção, Chi e Qu (2008) propõem que uma imagem favorável leva a uma maior probabilidade de retorno para o mesmo destino. Para resumir, uma sequência pode ser estabelecida: imagem de destino - a satisfação do turista – destino lealdade. Assim, a imagem de destino é um antecedente da satisfação, e a satisfação, por sua vez, exerce influência positiva no destino lealdade. Em um mercado cada vez mais saturado, o sucesso do marketing dos destinos deve ser orientado por uma análise minuciosa de destino lealdade e sua interação com satisfação do turista e imagem de destino. 2.3 GESTÃO DOS SERVIÇOS O setor dos serviços é responsável por 68,5% do Produto Interno Bruto do Brasil (IBGE,2012) e emprega cerca de 26,2 milhões de trabalhadores no país sendo responsável por 50,2% dos 1,135 milhão dos postos de trabalho criados o 1º semestre de 2013 (CNS,2013). Este cenário repete-se em todo o mundo, evidenciando, portanto, a importância deste setor na economia mundial (LOVELOCK; WRIGHT, 2006). Esses números reforçam a necessidade de entender o conceito do serviço a partir dos principais pesquisadores. Para Grönroos (2001), a característica mais importante dos serviços, é que eles são um conjunto de processos. Os serviços constituem-se como algo imaterial e podem ser caracterizados como uma atividade em que a produção e o consumo se dão simultaneamente. Portanto, no final de um serviço não existem produtos, apenas interações de processos. Um serviço é uma experiência perecível, intangível e, segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), desenvolvida para um consumidor que desempenha o papel de coprodutor. De acordo com Lovelock e Wright (2006), serviços são atividades econômicas que criam valor e fornecem benefícios para clientes por meio de uma mudança desejada no destinatário final. Em uma perspectiva complementar, Parasuramn, Zetithmanl e Berry (2006) conceituam-no de forma mais detalhada. Para eles, os serviços possuem as seguintes características: intangibilidade, heterogeneidade e inseparabilidade. Os serviços são prestados, envolvendo o desempenho dos prestadores de serviços. A maioria deles não pode ser contada, medida, antes da venda para garantir a qualidade. Os serviços são heterogêneos, pois sua prestação varia de produtor para produtor, de cliente para cliente e de dia para dia. Além disso, a produção e o consumo de muitos serviços são inseparáveis, e, por isso, a qualidade dos serviços não pode ser arquitetada na fábrica e depois entregue intacta ao consumidor. Consequentemente, pode-se perceber que as definições dos diferentes pesquisadores são semelhantes e reforçam que as principais características dos serviços são a intangibilidade, a heterogeneidade e inseparabilidade. A seguir, a conceituação da qualidade de serviços será minuciada, ampliando o debate ora proposto. 2.3.1 Qualidade de serviços As pesquisas iniciais sobre qualidade de serviços concentraram-se em medir e definir a qualidade de bens tangíveis e produtos. Definições como “conformidade com os requisitos" e "adequação ao uso" poderiam ser apropriadas para o setor de bens de produção; no entanto, insuficiente para compreender a qualidade de serviço. A partir do fim da década de 1970, surgiu o interesse na qualidade de serviço, atraindo fortemente a atenção de pesquisadores e empresários (GRÖNROOS, 2009). Por causa da intangibilidade dos serviços, uma empresa pode ter maior dificuldade para entender como os consumidores percebem os serviços e sua qualidade (PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 2006). A característica de heterogeneidade dos serviços também dificulta a conceituação de qualidade nesse setor (TORO; MUÑOZA; MORENO, 2010). Em decorrência da complexidade da definição, inicialmente, pode-se considerar que é realizado um serviço de qualidade quando ele for prestado de acordo com as especificações pré-estabelecidas. Outra definição pode levar em conta o ponto de vista dos consumidores a cerca do serviço (TORO; MUÑOZA; MORENO, 2010). Para Lewis e Booms (1983 apud PARASURAMAN ZEITHAML; BERRY, 2006), a qualidade de serviços é uma medida de quanto o nível do serviço prestado atendeu as expectativas do consumidor. Fornecer serviço de qualidade significa conformidade consistente com as expectativas do consumidor. Ainda de acordo com Parasuraman, Zeithaml e Berry (2006), a qualidade de serviço tem sido descrita como forma de atitude, relacionada, mas não equivalente à satisfação, que resulta na comparação das expectativas com o desempenho. Smith e Houston (1982 apud PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 2006), por sua vez, afirmam que a satisfação com os serviços está relacionada com conformação ou negação de suas expectativas. Foi Grönroos, contudo, que em 1982 introduziu uma abordagem de qualidade orientada para serviço, com o conceito de Qualidade Percebida de Serviço e o Modelo de Qualidade Total Percebida de Serviço. Essa abordagem baseou-se em pesquisa sobre o comportamento do consumidor e os efeitos das expectativas relativas ao desempenho dos bens em avaliações pós-consumo. A abordagem da qualidade percebida de serviço com seu “constructo de desconfirmação” ainda constitui o fundamento da maioria das pesquisas de qualidade de serviços (GRÖNROOS, 2009). SERVIÇO ESPERADO Atividades tradicionais de marketing (publicidade, vendas a clientes, estabelecimento de preços); e influência externa de tradições, ideologia e método boca-a-boca Qualidade de serviços percebida SERVIÇO PERCEBIDO Imagem Qualidade técnica Qualidade funcional Figura 4 - Modelo de Qualidade Total Percebida de Serviços Fonte: Grönroos (2006) Para Grönroos (2006), a qualidade percebida de um serviço é o resultado de um processo de avaliação em que o consumidor compara suas expectativas com o serviço que percebeu efetivamente receber, ou seja, contrapõe o serviço percebido e o serviço esperado. O resultado desse processo será a qualidade de serviço percebida. A qualidade de um serviço, como percebida por clientes, tem duas dimensões: uma dimensão técnica ou de resultado e uma dimensão funcional ou relacionada a processo. Qualquer serviço recebido pelo cliente é resultado de processos de serviços e faz parte da experiência da qualidade. Outros trabalhos importantes foram escritos por Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985 e 1991), e ampliaram a discussão sobre a qualidade de serviços e apresentaram o modelo de gaps de qualidade, que evoluiu para a conhecida escala SERVQUAL, uma ferramenta de medida de qualidade percebido dos clientes (ROCHA; SILVA, 2006). Contrastando a maior parte da literatura sobre a qualidade do serviço, fundamentada no modelo tradicional da dimensão qualidade, que se limita ao fato de a satisfação do cliente ser subordinada ao prestador de serviços e oferecer o que os clientes esperam, Kano (1984 apud NARAYAN et al. 2009) desenvolvou um modelo de qualidade bidimensional, baseado na teoria da Hertzberg da motivação-higiene, na qual ele argumenta que os elementos de qualidade podem não ser suficientes para satisfazer as expectativas de qualidade dos clientes. A insatisfação também pode ser devida à ausência de certos elementos de qualidade. Kano (1984 apud NARAYAN et al., 2009) distingue a qualidade do serviço em termos de atrativos unidimensionais. Para Seth, Deshmukh e Vrat (2005 apud ROCHA; SILVA, 2006, p.80): “Não parece existir uma definição conceitual nem um modelo de qualidade de serviços amplamente aceitos, e nem definições operacionais geralmente aceitas do modo de medir qualidade de serviços, ainda que haja consistência entre a maioria dos modelos em comparar expectativas com expectativas de serviços. Depois de uma vasta pesquisa sobre o tema, observou-se que a maioria dos modelos eram derivados do SERVQUAL.” A ligação entre a satisfação do cliente e o sucesso da empresa tem sido historicamente uma questão de fé, e numerosos estudos de satisfação também têm apoiado o caso. A satisfação do cliente sempre foi considerada um objetivo essencial do negócio, porque existe a máxima “clientes satisfeitos compram mais” (Chi; Qu, 2008). 2.3.2 Modelos de avalição de qualidade No intuito de ampliar o conhecimento sobre o assunto, a seguir iremos conhecer os modelos de lacunas de qualidade, o modelo SERVQUAL e matriz de oportunidades que visam avaliar a qualidade dos serviços. 2.3.2.1 Modelo das lacunas de qualidade A partir de uma pesquisa com executivos e grupos focais, Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985), criaram bases de um modelo que resume a natureza da qualidade dos serviços tal como percebida pelos consumidores. O modelo oferece uma compreensão do processo pelo qual os clientes criam suas expectativas em relação ao desempenho dos fornecedores. De modo semelhante, é possível verificar que é comum existir um número de lacunas (gaps), e que cabe aos fornecedores superarem esses obstáculos para proporcionarem um melhor atendimento ao cliente (PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 2006). A figura 5 apresenta o modelo que pode auxiliar as empresas a entenderem o que precisa ser feito para satisfazer o cliente. Esta estrutura identifica lacunas que podem representar os pontos em que as empresas estão falhando, facilitando a correção do erro. As lacunas, de acordo com Bowersox, Closs, e Cooper (2006), podem ser entendidas da seguinte forma: a) GAP 1 – Conhecimento: Essa lacuna representa a percepção pelos gerentes das verdadeiras expectativas dos clientes. Isso pode demonstrar se o gerente conhece o perfil do seu cliente; b) GAP 2 – Padrões: é recomendável que toda empresa tenha padrões de desempenho para toda a organização. Essa lacuna surge quando os padrões internos não refletem adequadamente as expectativas dos clientes; c) GAP 3 – Desempenho: é a diferença entre o desempenho real e o desempenho padrão, desde que estipulado pela empresa; d) GAP 4 – Comunicação: essa lacuna ocorre quando há comprometimento demasiado, ou promessas exageradas em relação ao produto ou serviço, o que gera elevados níveis de expectativa; e) GAP 5 – Percepção: a percepção, como fator subjetivo que, muitas vezes, verá o desempenho como sendo muito mais baixo ou muito mais alto do que realmente é, mas, em outras vezes, revelará de fato como o cliente percebe o serviço; e f) GAP 6: Satisfação/Qualidade: essa lacuna é a existência de qualquer uma das lacunas anteriores, tendo em vista que a existência de uma ou de outra leva à percepção do cliente que o desempenho não foi exatamente aquilo que ele esperava, resultando em sua insatisfação. Figura 5- Modelo de Lacunas de Qualidade Fonte: Parasuraman, Zeithaml e Berry( 2006) 2.3.2.2 Modelo SERVQUAL O instrumento SERVQUAL foi desenvolvido por Berry, Parasuraman e Zeithaml (1985) a partir da evolução do modelo de lacunas de qualidade, anteriormente citado, e tem o intuito de estudar os determinantes da qualidade de serviços e como os clientes avaliam a qualidade, tomando como base o conceito de Qualidade Percebida de Serviço. O estudo baseia-se na noção da desconfirmação. Isso significa dizer que a qualidade percebida é medida com uma comparação entre expectativas e as experiências para uma série de atributos de qualidade (PARASURAMAN, ZEITHAML; BERRY, 1985; GRONROOS, 2009). De acordo com Grönroos (2009), nas pesquisas dos autores anteriormente citados, descobriu-se que dez determinantes caracterizavam a percepção que os clientes tinham ou têm do serviço. Posteriormente, outros estudos reduziram-nos para cinco, que serão a seguir elencados: 1. Tangíveis visíveis: estão relacionadas à atratividade das instalações, mobiliários, decoração, bem como a aparência visual dos funcionários; 2. Confiabilidade e credibilidade: significa que o cliente pode confiar no serviço prometido, ou seja, ele receberá o que foi vendido e livre de erros ou vícios; 3. Capacidade de resposta/prontidão: este determinante diz respeito ao quão disposto está o funcionário a atendê-lo, a informá-lo quando o serviço será realizado e a executar o serviço com presteza; 4. Segurança/domínio: o comportamento dos funcionários transmite confiança aos clientes, o que os deixa com a sensação de segurança; 5. Empatia: atenção individualizada ao cliente, oferecendo sempre seus melhores interesses. O SERVQUAL foi desenvolvido como um instrumento para medir como os clientes percebem a qualidade de um serviço. O modelo é composto de 22 itens que compõem os cinco determinantes ou dimensões da qualidade acima citados, que englobam os dez determinantes originalmente conhecidos. Esta ferramenta possui duas partes: uma seção inicial para registrar as expectativas dos clientes para uma classe de serviços (por exemplo, hotéis de luxo), seguida por uma segunda seção para registrar as percepções do cliente sobre uma determinada empresa de serviços (FITZSIMMONS, FITZSIMMONS, 2005). Os questionários utilizam uma escala tipo Likert de 7 pontos, cujos extremos são definidos como “discordo totalmente” e “concordo totalmente”. Para cada item do questionário, é calculada a lacuna entre percepção e expectativa. Uma lacuna negativa indica que o desempenho está abaixo das expectativas e uma lacuna positiva demonstra que o prestador de serviços está executando o serviço além das expectativas do cliente. Com esse instrumento, diversos tipos de expectativas podem ser medidas. Para melhor conhecer como os clientes percebem a qualidade de um dado serviço, devem-se medir tantos as expectativas quanto às experiências do serviço recebido (GRÖNROOS, 2009). Entretanto, o modelo SERVQUAL não será utilizado na presente pesquisa, por receber diversas críticas em relação à utilização de escores para medir as lacunas entre expectativas e desempenho, a estruturas dos questionários, as dificuldades de conceituar e medir a expectativa, e a validade da estrutura das cinco dimensões (PEREIRA, 2013). 2.3.2.3 Matriz de importância-desempenho Como o objetivo de elaborar estratégias para identificar as necessidades dos clientes e superar os concorrentes, Slack (1994) elaborou a matriz de importância-desempenho. Para construir essa matriz, é preciso classificar os fatores competitivos, também chamados de fatores críticos de sucesso, para assim, determinar as prioridades de melhoria. A lista de fatores competitivos pode ser obtida por meio da importância atribuída pelos clientes para cada atributo do serviço. Ela pode ser utilizada para ajudar e determinar prioridades de melhorias entre os fatores competitivos. Essa abordagem envolve comparar a classificação de importância de cada fator competitivo com a classificação de seu desempenho. A comparação da importância e do desempenho do fator competitivo, a partir da matriz de importância-desempenho, fornece aos gestores uma investigação que permite identificar e explorar oportunidades de melhoria em suas operações de forma eficaz, tanto no ambiente externo e quanto interno (SLACK,1994). Conforme (SLACK, 1994) a matriz de importância e desempenho, é divida em quatro zonas: zona de excesso, zona apropriada, zona de melhoramento e zona de ação urgente. A primeira ocorre quando o atributo apresenta um alto desempenho, mas o mesmo é pouco valorizado pelos clientes. Portanto é necessário reavaliar o investimento realizado naquele atributo. Na zona apropriada, os atributos apresentam um desempenho satisfatório em curto e médio prazo. Na zona de melhoramento, os atributos apresentam um desempenho abaixo do nível inferior da zona apropriada e não podem ser esquecidos, uma vez que estão próximos da zona crítica. Por último, há a zona de ação urgente, na qual os atributos encontram-se abaixo do nível desejável de desempenho e, devido à alta importância atribuída pelos usuários, deverão ser tratados como prioridade no processo de implantação de melhorias. Figura 6 - Matriz importância-desempenho proposta por Slack Fonte: Traduzido e adaptado pela autora de Slack (1994, p. 67) Aprimorando a escolha dos atributos que necessitam melhorias, Stock e Lambert (2001) propõem duas matrizes que deveriam ser utilizadas em conjunto. A primeira seria a matriz de posicionamento competitivo (Figura 7), que compara às lacunas entre as avaliações de desempenho de uma empresa e do seu principal concorrente (desempenho relativo) com o nível de importância conferido aquele atributo. Assim, os atributos que apresentaram desempenhos relativos positivos, possuem um desempenho superior aos seus concorrentes, e os com resultados negativos revelam que seus concorrente são melhores naqueles atributos. A matriz de posicionamento competitivo é constituída por nove células, provenientes do cruzamento de três grupos de importância, situados no eixo vertical, com três grupos de desempenho, representados no eixo horizontal (STOCK; LAMBERT, 2001). Desvantagem Paridade Vantagem competitiva competitiva competitiva Maior Fraqueza Maior Força Menor Fraqueza Menor Força Alta 7 Média 5 Importância Baixa 3 1 -3.0 -1.0 +1.0 +3.0 Desempenho relativo Figura 7 - Matriz de posicionamento competitivo Fonte: Traduzido e adaptado pela autora de Stock e Lambert (2001) Os quadrantes mais importantes são “maior força” e “maior fraqueza”. Os atributos que estão no quadrante “maior força” deverão ser exaltados pelo setor de marketing, e os do quadrante “maior fraqueza” deverão ser melhorados. (STOCK; LAMBERT, 2001). A segunda matriz elaborada pelos autores é a matriz de avaliação de desempenho (Figura 8). Ela também é do tipo quadrada de ordem 3, oriunda do cruzamento da importância de cada atributo e o desempenho da empresa. Essa matriz traz ações para cada um dos quadrantes, entretanto, não faz comparações com os concorrentes. (STOCK; LAMBERT, 2001). Ao fazer o cruzamento das ordenadas e das abscissas, a matriz absoluta de oportunidade apresenta em cada um dos grupos de importância e desempenho sugestões de melhoria que serão representadas da seguinte forma: Melhorar Definitivamente (MD), Melhorar (ME), Manter ou Melhorar (MM), Manter (MA) e Manter ou Reduzir (MR). Os autores Stock e Lambert (2001) evidenciam a relevância das matrizes de oportunidade, pois esta ferramenta pode ser utilizada para orientar o desenvolvimento de estratégias que permitam construir um diferencial competitivo. 7 Melhorar Manter ou melhorar Alta Definitivamente Melhorar Melhorar Importância Manter Média 5 Reduzir ou Manter 1 1 Reduzir ou Reduzir ou Manter Manter 3 5 Baixa Manter 3 7 Desempenho absoluto Figura 8 - Matriz de avaliação de desempenho Fonte: Traduzido e adaptado pela autora de Stock e Lambert (2001) Os modelos apresentados são referências para a avaliação da qualidade de serviços e são amplamente utilizados nas empresas. Na próxima seção, abordar-se-á a análise da temática dos serviços dentro do setor do turismo. 2.3.3 Qualidade no setor do turismo Tradicionalmente, a definição e mensuração da qualidade nos serviços é especialmente complexa, tanto por causa da caracteristica de heterogeneidade, quanto pelas diferentes conceituações. Resumidamente, existem duas formas de conceitua-lá: em uma, a qualidade é atingida quando o serviço for executado de acordo com especificações previamentes conhecidas pelo usuário; na outra, a qualidade depende da percepção do consumidor em relação ao serviço, e apenas o consumidor é capaz de avaliá-la (TORO; MUÑOZA; MORENO, 2010). Os conceitos de “noções de qualidade do destino e valor” são um pouco vagos na literatura do turismo devido ao grande número de utilizadores dos termos, cada um com suas respectivas prioridades. No contexto turístico, as percepções de qualidade são resultados de reflexão de uma avaliação positiva de uma experiência de viagem. Portanto, baseiam-se no padrão de qualidade da empresa. Portanto, os gestores devem planejar para os momentos de alta e baixa estação e criar alternativas para que seus negócios sejam atrativos para os turistas e, consequentemente, viáveis financeiramente durante todo o ano (SUPITCHAYANGKO, 2012). De acordo com Handszuh (1996), entre as razões responsáveis pela falta de qualidade no turismo, as mais comuns são falta de informações sobre os serviços turísticos disponíveis em cada destino, e também quando o nível de serviço não coincide com a percepção e as expectativas do visitante. Quando se fala de qualidade no turismo, devemos fazer uma distinção entre a qualidade dos serviços turísticos e a qualidade do destino turístico. Enquanto um serviço de turismo diz respeito a uma única atividade, o destino turístico representa toda a experiência turística (HANDSZUH,1996). 2.4 ESTUDOS EMPÍRICOS SOBRE QUALIDADE DOS SERVIÇOS TURÍSTICOS Neste tópico, debater-se-á sobre os estudos empíricos nacionais e internacionais relacionados à qualidade dos serviços turísticos. 2.4.1 Estudos internacionais Hu e Ritchie (1993) analisaram dois tipos diferentes de experiências de férias: uma voltada para educação e outra para diversão. Os objetivos eram analisar a importância relativa dos atributos turísticos na contribuição da atratividade de um destino de viagem, analisar a capacidade percebida de destinos para satisfazer as necessidades dos turistas, e analisar a influência da experiência anterior de visita de destino na atratividade percebida. Um modelo de avaliação situacional multi-atributo foi empregado para obter um índice numérico da atração turística para cada um dos cinco destinos estudados. Nesse contexto, 400 pessoas foram entrevistadas por telefone. Havaí, Austrália, Grécia, França e China foram escolhidos para serem examinados neste estudo. Os resultados demonstram que a importância dos atributos dos destinos varia significativamente com o contexto da experiência procurada de férias. Também foi descoberto que os atributos negativos de um potencial destino são mais aceitáveis para certos tipos de férias (educativa) do que para outros (diversão). Isso indica que certas dimensões de atratividade de um destino podem ser percebidas de uma forma diferente, dependendo do contexto em que a decisão for feita. Os resultados do estudo confirmam os achados de pesquisas anteriores que indicaram que a familiaridade com um destino e sua imagem influenciam positivamente na atratividade do destino. O estudo de Toro, Muñoza e Moreno (2010) teve como tema “Avaliação da qualidade do destino turístico Nerja na Espanha”. Ao listar os objetivos do estudo, tem-se os seguintes apontamentos: identificar os fatores e as dimensões da qualidade de um destino turístico e sua importância do ponto de vista do turista; estabelecer uma escala para medir a qualidade de um destino turístico; e avaliar a qualidade do serviço percebida pelos turistas em Nerja. O questionário baseou-se no modelo SERVQUAL, fazendo adaptações relacionadas aos destinos turísticos, utilizando 72 atributos avaliados em uma escala de 1 a 5. Foram aplicados apenas 100 questionários, sendo esta uma das limitações citadas pelo autor. Os resultados desse estudo destacaram a importância dos serviços do hotel, o clima, a beleza da paisagem e a simpatia dos funcionários com os clientes. Deve ser salientado, no entanto, que a superlotação destaca-se como o maior problema que pode afetar adversamente o futuro de Nerja como um destino turístico. Barros (2008) dissertou sobre a satisfação da qualidade de serviços na fidelização dos destinos turísticos de Cabo Verde. Para isso, elencou os seguintes objetivos: determinar o grau de satisfação com base no perfil dos turistas que visitam Cabo Verde; determinar os fatores que influenciam a imagem e a qualidade de serviço prestado em Cabo Verde; e analisar a relação existente entre a qualidade de serviço, a satisfação com o destino e a imagem do destino na fidelização dos turistas. Foi realizada uma pesquisa exploratória, com questionários aplicados com Escala de Likert de 5 e 7 pontos a 627 turistas respondentes nos aeroportos, hotéis e restaurantes. A pesquisa concluiu que 81% dos entrevistados visitavam Cabo Verde pela 1ª vez. O preço, as condições naturais, as atrações e a recreação são os fatores que influenciam a imagem de Cabo verde. A água do mar limpa e cristalina, a hospitalidade da população, a aparência e a simpatia dos empregados são as características destacadas pelos turistas. O estudo não identificou influência de sexo na satisfação nem fidelização; Não houve evidências que comprovassem que a experiência de viagem a outro país africano influenciasse positivamente a satisfação e fidelização dos mesmos. A imagem do destino, analisada isoladamente, influencia positivamente a satisfação e fidelização. E, portanto, a qualidade do serviço prestado influencia positivamente a satisfação e a fidelização quando analisadas isoladamente. Cardoso (2011) dissertou sobre a avaliação da qualidade do destino Figueira da Foz em Portugal. O estudo teve os seguintes objetivos: avaliar a qualidade do destino turístico Figueira da Foz na ótica do turista; identificar os atributos de Figueira da Foz que mais determinam a percepção global da qualidade desse destino por parte dos turistas; analisar a influência da qualidade da Figueira da Foz percebida pelos turistas na satisfação e fidelização dos turistas a este destino; e fornecer orientações no sentido de possibilitar a melhoria da qualidade da Figueira da Foz, destino turístico. Para alcançar os objetivos, foi realizada uma pesquisa exploratória com 191 turistas, através de questionários com Escala de Likert de 7 pontos. De acordo com a pesquisa, os atributos em que a Figueira de Foz tem melhor desempenho, na perspectiva dos turistas, são: oferta de jogo (cassino), paisagens naturais, hospitalidade, gastronomia e praias não sobrelotadas. Em termos de satisfação geral e fidelização, a apreciação dos turistas é bastante positiva. A avaliação da qualidade de determinados atributos influencia positivamente a qualidade total do destino; a satisfação dos turistas influencia positivamente a fidelização. Portanto, a gestão pela qualidade total constitui um dos principais desafios dos gestores desse destino turístico. Bajs (2010) buscou encontrar quais os atributos do destino turístico são mais importantes para a percepção dos turistas e como eles irão avaliar o destino, em comparação com outros destinos visitados. Ele realizou entrevistas de profundidade com 20 pessoas com caracteristicas sociodemográficas diferentes. Para os respondentes os atributos mais relevantes que podem afetar a avaliação de turistas são classificados em: qualidade da infraestrutura de serviços (hotéis, restaurantes entretenimento, infomações turisticas, transportes), hospitalidade dos residentes e experiencias emocioanais relacionadas a se divertir, descansar e se sentir seguro. A análise dos entrevistados indicou que os problemas sociais e os atributos de reputação não são relevantes para a percepção de turistas, seguido por qualidade de compras. Ademais, o tamanho de destino, os preços de lembranças e presentes e o custo de transporte local são considerados atributos com menos importância. Pizam, Neumann e Reichel (1978) estudou a satisfação dos turistas de Cape Cod, Massachusetts (EUA). Utilizando uma abordagem de fator-analítico baseada em dados obtidos a partir de pesquisa com 685 turistas em férias, os autores identificaram oito fatores de satisfação dos turistas na área turística estudada: oportunidades de ir à praia, custo, hospitalidade, facilidades para comer e beber, instalações de alojamentos, ambiente, extensão de comercialização. Kozak (2002) utilizou um questionário com 55 questões para comparar satisfação dos turistas de duas nacionalidades na Turquia. Foram entrevistados 1.872 turistas britânicos e alemães que visitavam Mallorca, Turquia. A análise de componentes principais produziu oito fatores: serviços de alojamento, serviços de transporte local, higiene e limpeza, hospitalidade e atendimento ao cliente cuidados, instalações e atividades, nível de preços, comunicação e linguagem de destino, serviços aeroportuários. Embora bastante exaustivo, o estudo não considerou alguns aspectos como segurança da informação e atrações. No estudo de Hsu, Tsai e Wu, (2009), foram identificados fatores que influenciam a escolha de destinos pelos turistas e avaliam suas preferências pelos destinos. Usando a teoria dos conjuntos de Fuzzy e Topsis, foram avaliadas a preferência de oito destinos correspondentes a cada critério pôde ser avaliado, assim como sua classificação final. Os resultados indicaram que visitar amigos/parentes e segurança pessoal foram os fatores mais importantes para a entrada para turistas em Taiwan; o preço foi o menos importante; e Taipei 101 foi o destino mais procurado pelos entrevistados. Wu, Zhang e Fujiwara (2011) também analisaram o processo de escolha dos destinos turísticos. Os dados foram colhidos em 29 destinos turísticos em Kyusyu, Chugoku e Shikoku, regiões do Japão e onde foram entrevistados 2500 visitantes. Utilizaram sete atributos, divididos em sociodemográficos e atributos relacionados com a viagem. Os resultados revelaram que os fatores que influenciam as escolhas de um destino são o tempo de viagem, a atratividade do destino e número de pontos de turísticos. Fatores como gênero, idade e estado civil também apresentam efeitos notáveis sobre a escolha do destino de viagem. Dey e Sarma (2010) estudaram o uso das fontes de informações no processo de escolha de destinos turísticos no Nordeste da Índia. Os objetivos elencados foram: identificar as fontes de informação que são mais utilizadas por turistas de lazer para os destinos menos conhecidos do Nordeste da Índia; identificar os segmentos de lazer para Nordeste Índia com base em motivações de viagem e examinar se existem diferenças na utilização de informações entre as diferentes fontes de motivação de lazer dos viajantes no Nordeste da Índia. Para cumprir os objetivos do estudo, o questionário foi elaborado a partir de duas questões - uma relacionada a motivações da viagem e a outra em relação a fontes de informação. Um conjunto de 23 itens de motivações foi avaliado numa escala de 5 pontos de importância, e um total de 509 turistas do Nordeste da Índia foram entrevistados. A partir das análises dos resultados, concluíram que as informações através de amigos/parentes/colegas são as que mais influenciam os entrevistados. Utilizando uma abordagem de segmentação de cluster, existem três tipos de segmentos de motivação: amantes exploradores da natureza, turistas amantes da natureza e turistas que buscam sair da rotina. Os resultados têm implicações para os comerciantes da região e poderiam vir a contribuir para melhores estratégias de marketing dos vários destinos. Fakeye e Crompton (1992) analisaram as diferenças de motivações para revisitar ou visitar pela primeira vez o destino turístico de Lower Rio Grande Valley no Texas (EUA). O questionário era composto de 29 atributos, analisados em uma escala Likert de 1 a 7. Para os que se dirigiam pela primeira vez a esse destino, o desejo de fugir do clima frio do inverno do Meio Oeste e satisfazer a curiosidade de visita eram as principais motivações. Para os que revisitavam o círculo social de amigos, a motivação foi inter-relações sociais. Beerli e Martín (2004) fizeram uma análise quantitativa sobre as características dos turistas e da imagem percebida dos visitantes de Lanzarote na Espanha. O estudo tinha o objetivo de identificar a influência das características dos turistas ou fatores pessoais sobre os diferentes componentes da imagem percebida no destino turístico Lanzarote na Espanha. Para realizar esta pesquisa, 616 turistas foram entrevistados no Aeroporto de Lanzarote por meio de um questionário estruturado com 75 atributos. Os principais resultados indicaram que as motivações influenciam o componente afetivo da imagem: a experiência de viagem de férias tem uma relação significativa com imagens cognitivas e afetivas, e as características sóciodemográficas também influenciam a avaliação cognitiva e afetiva da imagem de um destino turístico. Em outro estudo, Chi e Qu (2008) examinaram as relações estruturais entre imagem, satisfação e fidelidade de um destino turístico no estado de Arkansas, nos Estados Unidos da América, onde foram aplicados um total de 345 questionários. Os resultados apoiaram a proposta de modelo de lealdade destino: a imagem de destino é diretamente influenciada pela satisfação de atributos; a imagem de um destino e a satisfação dos atributos são ambos antecedentes diretos da satisfação global, e a satisfação global e a satisfação do atributo por sua vez, tem impacto direto e positivo na lealdade destino. Cracolici e Nijkamp (2008) estudaram a avaliação em relação a competitividade das regiões turísticas da Itália com base na análise das percepções dos turistas. Para tanto, foi aplicada a abordagem de micro-base de dados da região do sul da Itália. A avaliação dos turistas está fortemente ligada aos seguintes elementos: informação e serviços turísticos, eventos culturais (concertos, exposições de arte, festivais, etc), qualidade e variedade de produtos nas lojas, hotéis e outros tipos de alojamento, preços, custos de vida e segurança. No entanto, os fatores pertinentes da oferta turística (por exemplo, recepção e simpatia dos moradores locais, cidades artísticas e culturais, paisagem, ambiente e da natureza), em termos de vantagem comparativa, têm um menor efeito sobre a avaliação de visitantes. Enright e Newton (2004) estudaram os fatores pertencentes à competitividade dos destinos turísticos. O objetivo era construir um instrumento para levantar informações dos profissionais de turismo em Hong Kong. O questionário foi distribuído por fax para profissionais da indústria de viagens em associados a Hong Kong Tourist Association, (HKTA). De 2000 questionários enviados, apenas 183 foram respondidos. Os respondentes foram solicitados a classificar os fatores em relação à importância e competitividade relativa, por um método consistente com a análise de desempenho importância (IPA). Na aplicação desta metodologia, como um primeiro passo, o estudo também mostrou a importância prática da identificação de concorrentes relevantes e de compreender a importância relativa do turismo e dos negócios relacionados a fatores na determinação da competitividade. Os destinos turísticos têm reforçado o valor do processo em duas fases: avaliação da importância dos determinantes de competitividade e sua competitividade em relação aos principais destinos concorrentes. Na análise de Kozak e Rimmington (1999), o destaque foi concedido à competitividade do destino turístico Turquia na percepção dos turistas britânicos. Para isso, buscaram identificar o conjunto de atributos de competitividade da Turquia quando foram aplicados 330 questionários. De acordo com a pesquisa, o conjunto de atributos que contribui para a competitividade da Turquia é: a hospitalidade, valor para o dinheiro, clima, segurança, transporte local e o ambiente natural. Rodrigues (2010) dissertou sobre a análise comparativa da competitividade dos destinos turísticos de Algarve em contraste com o sul da Espanha. Para isso, elencou os seguintes objetivos: verificar se existem diferenças de desempenho nas variáveis analisadas entre o Algarve e os sete destinos turísticos de características semelhantes mais próximos (no sul de Espanha); calcular o Índice de Competitividade turística (ICT) e posicionar cada destino em termos de desempenho de amostra; identificar quais as variáveis da análise que mais contribuem para a diferenciação da competitividade dos destinos turísticos; e quais as variáveis da análise que menos contribuem para diferenciação da competitividade dos destinos turísticos. Foi realizada uma pesquisa quantitativa por meio de uma análise dos dados disponíveis nos organismos oficiais dos países de Portugal e da Espanha. O estudo foi baseado no modelo composto por sete variáveis divididas em 23 indicadores. Todos os destinos apresentaram niveis de competitividade distintos na quase totalidade de variáveis. As variáveis que mais contribuiram para a diferenciação de um destino foram: patromônio cultural e infraestrutura. As variáveis menos diferenciadoras do desempenho competitvo de um destino foram, em seu turno, preço e competitividade social. Driscoll, Lawson e Niven (2009) buscaram mensurar as percepções dos destinos pelos turistas da Nova Zelândia, utilizando dois formatos de questionários - um utilizando o formato de escala e um formato de rede. Foram analisados 18 atributos de 12 destinos da Nova Zelândia e no total foram 1099 questionários válidos. Os resultados indicaram que, embora os dois formatos sejam confiáveis, não há evidência que eles não sejam equivalentes. Esse fato põe em causa a comparabilidade dos resultados da investigação, utilizando coleta de dados de diferentes formas e indicando a necessidade de mais trabalho fundamental sobre validade e medição na pesquisa do turismo. Ampliando o compêndio de estudos internacionais, Kim (1998) analisa cinco destinos coreanos em termos de percepção psicológica ou avaliação de seus atributos. As identificações de atributos e as posições perceptuais de destinos foram investigadas por meio de análise de escalonamento multidimensional. Foram realizadas 287 entrevistas. Os resultados indicaram que cada destino tinha uma relação com uma estação específica, no qual os turistas tinham maior probabilidade de visitá-lo. Além disso, cada destino exibia diferentes padrões de percepção dos atributos pelos turistas. Tang e Rochananon (1990) entrevistaram 339 turistas na Tailândia no intuito de identificar e quantificar os fatores que tornam um país atraente para os turistas, e em segundo lugar, aplicar um modelo de multi-atributo para avaliar a posição de atração de um país, tendo em conta atributos como: beleza natural e clima, características da cultura e social; esporte, recreação e educação; estabelecimentos comerciais; infraestrutura do país, o custo de vida; atitudes para com os turistas: e acessibilidade do país. Trinta e dois países foram selecionados para o estudo. Ao final, os Estados Unidos, Tailândia, Suíça, Austrália, Estados Unidos Unidos, Áustria e foram classificados no Top Dez por todos os entrevistados. Países como a China, Índia, Egito, Hong Kong, Jugoslávia e as Filipinas foram os países com menores notas em termos de atratividade turística. Os resultados indicaram também que a beleza natural e características de clima, cultura e social, custo de vida e hospitalidade foram considerados fatores importantes de todos os grupos de entrevistados na escolha de um destino turístico. Por outro lado, a acessibilidade do país e seus estabelecimentos comerciais eram geralmente considerado menos importante. 2.4.2 Estudos no contexto brasileiro Adentrando o panorama dos estudos brasileiros, Freitas (2004) fez uma análise comparativa dos corredores turísticos em torno do Lago de Itaipu no Brasil e o Lago Llanquihue no Chile. Para isso, elaborou os seguintes objetivos: analisar comparativamente a infraestrutura turística e a paisagem dos dois corredores turísticos localizados nas áreas de influência dos Lagos Itaipi e o Lago Llanquilue; configurar os corredores turísticos em estudo; identificar e analisar os aspectos divergentes e convergentes entre as infraestruturas existentes no entorno dos dois lagos; analisar os recursos existentes na paisagem natural e edificada em cada um deles, enfocando como eixo temático a atividade turística. Os dados primários foram coletados através de visitas in loco e dados secundários (documentos oficiais e trabalhos acadêmicos). Utilizou-se a análise comparativa para construção dos resultados. A partir disso, a pesquisa concluiu que os pontos fortes de Itaipu são a proximidade de Foz do Iguaçu, da Argentina, do Paraguai, o interesse governamental no desenvolvimento, um lago com potencial turístico, uma borda de proteção ambiental, e os pontos fracos são a falta de sinalização e infraestrutura, ausência de roteiro turístico integrado, problemas relativos à segurança. Os pontos fortes de Llanquilhue são, por sua vez a proximidade com a Argentina, a facilidade de acesso para os navios, a grande beleza cênica, o interesse governamental no desenvolvimento do turismo. Observando seus pontos fracos, é possível elencar: o descontrole urbano ocasionado pela especulação imobiliária, falta de sinalização e infraestrutura, ausência de roteiro turístico integrado e a falta de saneamento nos municípios do entorno. Em continuidade à seleção de pesquisas no Brasil feitas para esta pesquisa, constatouse que Rodrigues (2003) conduziu uma investigação e construiu a dissertação “Gestão da satisfação e da fidelidade de consumidores: um estudo dos fatores que afetam a satisfação e a fidelidade no mercado de turismo”. Os objetivos do estudou foram analisar os fatores influenciadores de satisfação e de fidelidade de consumidores e utilização de modelos de índice de satisfação na quantificação de tais construtos. Foi realizada uma pesquisa quantitativa – descritiva. O instrumento de pesquisa foi um formulário estruturado, aplicado com 230 turistas que visitavam Natal nos meses de janeiro e fevereiro de 2003. O estudou conclui que 60% dos turistas que visitam Natal são do Rio de Janeiro e de São Paulo. Apenas 44,15% dos entrevistados disseram estar satisfeitos com o destino Natal. Na percepção dos turistas que visitam Natal, os principais fatores são para visitar o destino são sua estrutura física, qualidade nas informações transmitidas e qualidade geral de atendimento. Marodin (2010) estudou o tema “Expectativa e qualidade percebida dos serviços hoteleiros na cidade de Natal”. O objetivo geral foi analisar as lacunas existentes entre as expectativas e a percepção do serviço recebido em hotéis de Natal, RN. Os objetivos específicos foram: traçar um perfil com os dados sociodemográficos dos respondentes; identificar os atributos mais importantes no serviço hoteleiro na visão dos usuários; avaliar o desempenho dos serviços oferecidos pelos hotéis segundo a percepção do usuário. Foram aplicados 120 questionários entre os hóspedes de seis hotéis, totalizando 740 questionários. O estudo concluiu que a maioria dos turistas que visita Natal utiliza o avião como meio de transporte para chegar à cidade, bem como vêm com o objetivo de fazer turismo. Os atributos mais importantes na percepção dos hospedes foram: limpeza dos quartos; estrutura facilitadora de acesso a pessoas deficientes ou com mobilidade reduzida; ações que combatam o turismo sexual, impedimento de hospedagem de menores desacompanhados e venda de bebidas alcoólicas a menores; café da manhã; facilidade na resolução de problemas; segurança nas instalações do hotel e segurança do entorno. A avaliação do desempenho obteve índices altos na maioria dos atributos. Viera (2007) dissertou sobre “Avaliação de competitividade em Destinos Turísticos sob a Ótica dos Stakeholders: aplicação do modelo de Dwyer e Kim (2001,2003)”. Teve como objetivos analisar os elementos de competitividade das destinações turísticas de Santana do Livramento e Uruguaiana a partir do modelo de Dwyer e Kim (2001, 2003); identificar os stakeholders turísticos e os serviços prestados em cada cidade; determinar os serviços e fatores de suporte existentes nas duas localidades e os elementos de gerenciamento de ambos os destinos por meio da aplicação do modelo de Dwyer e Kim (2003). A pesquisa foi realizada junto aos stakeholders turísticos das cidades de Santana do Livramento e Uruguaiana, no período de setembro a dezembro de 2006. A pesquisa conclui que as cidades de Santana do Livramento e Uruguaiana, apesar de algumas semelhanças, são competitivas, valorizando positivamente alguns aspectos que uma ou outra não percebem da mesma maneira. Uruguaiana se destacou na maioria dos quadrantes, porém com desvios-padrão igualmente superiores, principalmente na área de recursos herdados e criados e desempenho socioeconômico, e Santana do Livramento obteve resultados mais afirmativos nos recursos de apoio, gestão do destino e demanda de um modo geral. Martins (2006) estudou o tema “Motivação, expectativa, experiência, satisfação ou dessatisfação dos turistas com o produto turístico destinação: estudo sobre a área da grande Maceió, Alagoas, BR”. O seu objetivo geral foi desenvolver e propor dois modelos operacionais gerais para melhor atendimento e compreensão do binômio expectativaexperiência com o produto turístico destinação. Seus objetivos específicos foram: investigar como se dá o processo de motivação, expectativa, experiência, satisfação ou insatisfação com o produto turístico destinado de acordo com o modelo número um proposto; verificar se as expectativas iniciais dos turistas com o produto turístico destinação são desconfirmadas e, se não desconfirmadas, que grau de desconfirmação ocorre; medir a interação dos seis blocos de turismo, do grupo de turismo destinação e o peso de cada um deles em proporcionar desconfirmação positiva das expectativas aos turistas com produto turístico destinação. Foram aplicados 385 questionários aos visitantes da cidade de Maceió, AL. A pesquisa mostrou que os principais motivadores das viagens de turismo são: aproveitar as férias, relaxar, fazer coisas diferentes, estresse e cultura. O produto turístico estudado, Maceió, AL, foi avaliado de forma positiva pelos turistas, superando as expectativas iniciais dos visitantes e os fatores que mais atraem os turistas estão relacionados às belezas naturais. Em um estudo intitulado “A formação de Circuitos Turísticos como forma de atração e permanência de visitantes: uma avaliação dos gestores sobre os fatores de atratividade dos circuitos turísticos de Minas Gerais”, Ramos (2007) contribuiu com o debate do tema no Brasil. A pesquisa teve como objetivo geral identificar, junto aos atuais gestores dos circuitos turísticos de Minas Gerais, o grau de influência que cada fator exerce na atratividade e permanência de visitantes de seus circuitos turísticos. Os objetivos específicos foram: analisar a situação de cada um dos fatores mencionados nas oficinas de criação de circuitos turísticos, nos circuitos turísticos atuais; as opções de melhorias a serem implantadas nestes fatores; a percepção dos gestores quanto à competitividade e complementaridade nos circuitos turísticos. Foi realizada extensa revisão de literatura sobre o tema, como também pesquisa de campo no período de outubro a dezembro de 2006, quando 38 gestores dos circuitos turísticos de Minas Gerais foram entrevistados. Para os gestores, dos fatores citados nas oficinas de criação de circuitos, os atrativos turísticos, alimentação, hospedagem e gestão são os que mais exercem influência na atratividade e permanência de visitantes nos circuitos turísticos. Por outro lado, os fatores que apresentaram menor influência na atratividade e permanência de visitantes foram infraestrutura de transportes e infraestrutura básica. A pesquisa revelou a dificuldade dos gestores em envolver os representantes dos municípios na gestão do circuito. Mattos (2003) estudou a análise da adequação da oferta turística de Ilhéus em relação ao perfil de sua demanda: ênfase em hospedagem. Teve como objetivo geral, analisar a adequação da oferta turística de Ilhéus, em especial dos meios de hospedagem. Objetivos específicos: conhecer a real oferta dos meios de hospedagem em Ilhéus e sua classificação; verificar existência de ações de marketing pelo trade turístico para diminuir os impactos da sazonalidade; identificar as variáveis que influenciam a escolha do destino Ilhéus; identificar as variáveis que influenciam a escolha dos meios de hospedagem de Ilhéus; avaliar o impacto das variáveis preço e qualidade dos serviços nos meios de hospedagem. Foram entrevistados um total de 350 turistas. A pesquisa indicou que o principal mercado emissor de turistas é a própria Região Nordeste; A Região Sudeste responde por 34,15%, sendo que São Paulo responde por 20,73% desse total; os turistas permanecem em média, 5 dias na destinação; a maioria é casada, e viaja com a família; a principal motivação está caracterizada pelo lazer; Itacaré e Canavieiras despontam como os destinos mais visitados nas proximidades de Ilhéus. Os pontos que merecem atenção dos gestores: limpeza pública e serviços de ônibus coletivo; segurança pública e o serviço de saúde pública; serviços de lavanderia nos meios de hospedagem; quantidade das porções de alimentos oferecidas nos bares/restaurantes; e atendimento dos garçons em bares e restaurantes. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este capítulo aborda os procedimentos metodológicos utilizados para a realização da pesquisa, apresentando o tipo de pesquisa, a amostra, o instrumento de pesquisa, a caracterização do destino Pipa/RN, bem como o processo de coleta de dados e tratamento estatístico dos dados. O presente trabalho realizou uma pesquisa quali-quantativa. A abordagem foi utilizada, considerando que, a partir da união do método quantitativo e do qualitativo, é possível obter, quantitativamente, dados numéricos e, qualitativamente, conceitos, atitudes e opiniões dos entrevistados sobre o problema pesquisado (HACKMANN, 2011). A pesquisa qualitativa esteve presente na fase inicial do estudo, uma vez que se pretendia levantar por meio de entrevistas com elementos do turismo de Pipa/RN, informações do contexto local do destino. Para Hackmann (2011), as pesquisas qualitativas estudam coisas em seu cenário natural, buscando compreender e interpretar o fenômeno em termos de quais os significados que as pessoas atribuem a ele. A fase posterior do estudo foi de caráter quantitativo, no qual as informações coletadas do contexto local foram confrontadas com os atributos selecionados da literatura e serviram de base para o instrumento de pesquisa a ser aplicado. A pesquisa quantitativa propõe-se a conduzir uma mensuração ou quantificação que conclui ou descreve, de forma planejada, estruturada, formal, desenvolvida com trabalhos de campos, amostragem, com a construção de instrumento de coleta de dados, que pode ser questionário ou formulário, onde os participantes respondem a perguntas pré-formuladas (MALHOTRA, 2001). Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser classificada como descritiva, posto que segundo, Acevedo e Hohara (2007, p. 46), este “tipo de pesquisa descreve as características de um grupo; descobre ou compreende as relações entre os constructos envolvidos no fenômeno em questão”. Não obstante, o presente estudo pode ser denominado também de estudo de caso, visto que se caracteriza pela análise em profundidade de um objeto ou um grupo de objetos, que podem ser indivíduos ou organizações. É um método que compreende o planejamento, as técnicas de coletas de dados e as abordagens de análise dos dados (ACEVEDO; NOHARA, 2007). 3.1 ESQUEMA METODOLÓGICO DA PESQUISA Com o objetivo de operacionalizar a busca pelas respostas à questão básica da pesquisa, foi adotado o esquema metodológico apresentado na Figura 9. Inicialmente foi realizada uma revisão de literatura acerca das temáticas dos destinos turísticos e dos serviços, mediante livros, dissertações, teses e artigos de periódicos nacionais e internacionais, que embasou o referencial teórico e resultou na elaboração a de uma lista dos atributos relacionados às pesquisas sobre os destinos turísticos. Com base nos estudos empíricos, foram levantados 664 atributos da qualidade do serviço nos destinos turísticos, os quais passaram por uma análise criteriosa com a finalidade de remover distorções, ambiguidades ou determinantes repetidos, identificados no levantamento, permitindo uma maior precisão e clareza dos atributos. Para tanto, foram utilizados os critéri Revisão da literatura sobre destinos turísticos Revisão da literatura sobre serviços Referencial teórico Atributos e dimensões do serviço dos destinos turísticos Análise dos atributos relacionados na literatura destinos turísticos Pré- teste: especialistas, alunos, empresários e turistas Seleção do conjunto de atributos Contextualização local: entrevistas semiestruturadas Elaboração do instrumento de pesquisa: Perfil sócio demográfico Importância referida aos atributos dos destinos Avaliação do destino Pipa/RN Aplicação do instrumento de pesquisa com os turistas Lacunas de qualidade Matriz de oportunidades Análise de Cluster Análise fatorial Figura 9 - Esquema metodológico da pesquisa Fonte: elaborado pela autora. Conclusões e recomendações 3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCUS DA PESQUISA Os 15 km de litoral do destino Pipa estão localizados no Estado no Rio Grande do Norte, mais especificamente no município de Tibau do Sul, litoral sul do estado, á 81 km da Capital Natal, RN. Tem como limites, ao norte, os municípios de Arês e Senador Georgino Avelino; ao leste, o Oceano Atlântico; a oeste, o município de Goianinha; e ao sul, o município de Vila Flôr. Seu clima sub-úmido, ameno e agradável, com temperatura média anual de 26,5° C sofre influência da Massa de ar Tropical Atlântica (MTA). Os meses de maiores médias pluviométricas são de abril e junho; entretanto, no ano, são em média 233 dias de sol (IDEMA, 2008). Figura 10 - Mapa da Praia de Pipa Fonte: IDEMA. Disponível em: www.idema.rn.gov.br, acesso em: 01 maio 2012. A formação vegetal é constituída pela Mata Atlântica, Mata Ciliar e o Tabuleiro Litorâneo. Os solos apresentam baixa fertilidade, com relevo plano e suavemente ondulado, representado por falésias e tabuleiros costeiros. A hidrografia tem a caracterização de aquíferos barreiros e de aluvião. Todas as características juntas descritas acima, juntamente com a tranquilidade e atmosfera de paz, surgiu uma atividade turística que transformou totalmente a região (IDEMA, 2008). De acordo com Araújo (2002), o Morro de Tibau (localizado na atual Pipa), já era registrado no Planisfério de La Costa, em outubro de 1500. O lugar foi visitado na época do descobrimento do Brasil pelo navegador Vicente Pinzón e outras expedições Portuguesas entre 1500 e 1515. Em decorrência de passagens de diversos povos, indígenas, brancos e negros, várias denominações foram dadas ao lugar. Para alguns que navegavam carregados com sal, era “Ponta Verde”; já outros chamavam-na de “Oratapiry”, que em tupi significa “aldeia de homem branco”, passando por “Oracampica”, “Itacoatisara”, “Ponta de Pipa”, “Itacoatiara”, “Tapuya paraçoitapa”, entre outros. O nome atual, Pipa, foi dado pelos navegadores que, do alto mar, avistavam uma pedra que parecia uma pipa, não o brinquedo popular, mas a vasilha de madeira para vinho e outros líquidos (CAVALCANTI, 2004; ARAÚJO, 2002). Segundo Paiva (1997 apud ARAÚJO, 2002), o povoamento de Pipa deu-se a partir do final do século XIX. Havia registros de negros livres na região, antes mesmo da libertação dos escravos pela Lei Áurea. A vegetação fechada e protegida por falésias se tornou um refugio para negros fugidos e livres de várias localidades. Eles foram para Tibau de Sul ajudar no engenho e na produção de óleo de mamona. Além disso, adotaram a pesca como atividade de sustento e reprodução social. As primeiras construções foram próximas à praia, entretanto, com o avanço do mar, alguns moradores se instalaram na parte alta do local, onde hoje se localiza na rua principal. O marco inicial do “descobrimento” desse paraíso foi na década de 50, com a construção de casas de veraneio dos moradores do município vizinho, Goianinha, RN. Na década de 70, os surfistas e amantes da natureza encontraram neste lugar uma atmosfera ainda selvagem. Até aquele momento, os visitantes se alojavam nas casas de pescadores ou nas casas de conhecidos. Os nativos começaram oferecer moradia e alimentação, e, assim, aumentar sua renda (ARAÚJO, 2002). A invasão turística começou nas décadas 80-90, curiosamente, por turistas estrangeiros e turistas de outros estados do Brasil. Essas pessoas se encantaram com a cultura tradicional, pelo povoado pesqueiro e pela conservada natureza de suas dunas e falésias, além da possibilidade da prática de surf e, aos poucos, foram fixando morada. Isso responde ao porquê de vários estabelecimentos comerciais serem de propriedade de pessoas com sotaques de outras partes do mundo. Foi nessa época também que os acessos de Pipa foram asfaltados, e, assim, deu inicio a difusão do turismo em Pipa (BARROS, 2009). A partir desse momento, Pipa/RN vive um processo de urbanização, com instalação de hotéis, pousadas, restaurantes e bares. A “modernização” veio nos anos 80, com a chegada de água encanada e energia elétrica. Em 1982, foi construído um pequeno posto de saúde. Em 1990 um posto da TELERN foi instalado na cidade. Em 1997, com a construção da Rodovia Rota do Sul, a estrada de acesso a Pipa foi asfaltada. A mudança da rotina dos nativos foi inevitável, muitos saíram da pesca e começaram a se dedicar ao turismo. Esse processo de urbanização acarretou uma consequência: falta de saneamento básico, congestionamentos, prostituição e drogas. A especulação imobiliária forçou os pescadores a venderem suas casas com localização privilegiada, perto do mar e formaram uma periferia, nos arredores da praia (ARAÚJO, 2002). A Praia de Pipa está inserida na APA (Área de Proteção Ambiental) Bonfim Guaraíras, criada através do decreto nº 14.363, em 22 de março de 1999. Fazem parte da APA, além de Tibau do Sul, os municípios de Nísia Floresta, São José do Mipibu, Senador Georgino Avelino, Goianinha e Arês. As áreas de preservação ambiental têm como objetivo básico a proteção ambiental e biológica. Também se propõe a disciplinar o processo de ocupação, assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, o bem-estar social e a conservação ou melhoria das condições ecológicas locais. As APAS pertencem ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Lei 9.985, de 18 de julho de 2000. Destaca-se também para visitação turística o Santuário Ecológico da Pipa, de propriedade particular, com espécies nativas de fauna e flora (SILVA; OLIVEIRA, 2012). Para o IDEMA, os atributos que se constituem como atrativos turísticos em Pipa são seus ambientes naturais legalmente protegidos pelas legislações federais, estaduais e municipais, seu bom estado de conservação, se comparado com as demais matas do Rio Grande do Norte, seus cordões dunares, seus corredores interdunares com cobertura vegetal de Mata Atlântica, o Santuário Ecológico de Pipa, a Praia do Amor, a oferta de restaurantes, bares e afins, na praia de Pipa, a diversidade gastronômica da região, com representações de diversas culinárias do mundo, o crescimento e a diversificação da oferta de meios de hospedagem na localidade, o crescimento da demanda turística (europeus) na região, o fato de estar inserida no Pólo Costa das Dunas e estar inserida numa localidade potencialmente produtora de cana-de-açúcar e camarão. A Praia de Pipa é integrante do Polo Costa das Dunas e sua relevância turística manifesta-se através de sua seleção pelo Ministério do Turismo do Programa de Regionalização Turística como um dos 65 destinos indutores do turismo no Brasil (SEBRAE, 2012). Pipa/RN também participou com mais outros oito produtos do segmento Turismo de Sol e Praia do estudo de competitividade de produtos turisticos realizado pelo SEBRAE/Ministério do Turismo/FGV, em 2011. Baseados nos atributos que compuseram as dimensões – infraestrutura geral e acesso, serviços e equipamentos turísticos, valor agregado, marketing, planejamento e gestão e sustentabilidade – Pipa foi classificada em nível 3, em uma escala de 1 a 5. De acordo com o estudo, os produtos turísticos classificados no nível 3 situam-se em uma fase intermediária de desenvolvimento, pois oferecem alguns serviços ou equipamentos turísticos mais estruturados e diversificados para o turismo do segmento de sol e praia, ainda que necessitem de melhorias. Além disso, aspectos relacionados à sustentabilidade e aos elementos socioculturais e ambientais do local começam a ser considerados válidos para o desenvolvimento do produto. Em geral, já há presença de negócios ou de serviços voltados ao mercado turístico e de alguma estruturação do entorno da praia para a circulação de visitantes, ainda que não estejam padronizados ou que não atendam a quesitos de acessibilidade. Esses produtos turisticos estão começando a adotar de estratégias específicas de mercado ou de ações planejadas de promoção e de comercialização para públicos-alvos (SEBRAE, 2011). O destino Pipa combina os apelos de sol e praia com turismo urbano, onde a gastronomia e o comércio complementam a oferta de atividades diretamente turísticas. Na maré baixa, surgem piscinas naturais repletas de estrelas-do-mar e tartarugas marinhas. Podem-se observar pássaros em extinção, golfinhos e tartarugas marinhas na reserva da Mata Atlântica: Santuário Ecológico de Pipa. Entre as praias mais belas de Pipa estão a do Curral, do Madeiro, das Minas e do Amor. No verão, o destino vira como uma cidade de Babel, em decorrência do expressivo número de turistas de todas as partes do mundo (BRASIL, 2011). Outro segmento turístico que vem se sobressaindo em Pipa é o turismo de eventos. Destacam-se o Reveillon, o Festival Literário e o Festival Gastronômico da Pipa, tendo sido registrado, no ano de 2008, um fluxo de 20 mil visitantes no evento gastronômico, durante os nove dias de atividades, conforme site oficial do evento (GONÇALVES, 2010). No que tange a infraestrutura turística, percebe-se substancial investimento na construção, ampliação e melhoria das condições de acesso ao destino, fator condicionante do fluxo, considerando que acesso ao destino é feito fundamentalmente via rodoviária. Ainda que Pipa se mostre um destino consolidado, com talento para atrair turistas de todas as partes do mundo, o acesso aéreo mais próximo é pela capital, Natal, a aproximadamente 81 km, onde se encontra o Aeroporto Internacional Augusto Severo (MAZARO, 2009). De acordo com matéria publicada pelo Jornal de Hoje, em 23 de maio de 2012, a cadeia produtiva do turismo em Tibau do Sul, em Pipa, gera cerca de oito mil empregos diretos e indiretos, sendo três mil apenas na hotelaria, que conta com 135 meios de hospedagem e com mais de cinco mil leitos. Além disto, existem os demais prestadores de serviços, como por exemplo, os 80 bugueiros cadastrados. Somando todas as riquezas produzidas na região, a economia do local tem condições de movimentar até R$ 300 milhões por ano. Os proprietários de pousadas e hotéis da Praia de Pipa são, em sua maioria, empreendedores de natureza familiar (informal) ou médio empresarial, dominantemente de brasileiros oriundos de áreas metropolitanas do Nordeste e do Centro Sul. Existe também a crescente presença de proprietários estrangeiros, oriundo do Mediterrâneo. O predomínio é de hóspedes brasileiros do Nordeste e Centro Sul, mas com transição exponencial de turistas europeus (BARROS, 2009). De acordo com Secretaria de Turismo de Tibau do Sul, não existem dados específicos sobre a Praia de Pipa e, sim, de todo o município de Tibau do Sul, composto dos distritos: Pipa, Umari, Bela Vista, Cabeceiras, Piau, Manimbu, Simbaúma, Pernambuquinho e Munim. Entretanto, estima-se que 85% dos estabelecimentos estejam no território da Praia de Pipa. Segundo dados da Secretaria do Turismo, Tibau do Sul possui aproximadamente 150 bares e restaurantes, 4400 leitos de hospedagem e recebe a visita de cerca 500 mil turistas por ano (SECRETARIA DO TURISMO DE TIBAU DO SUL,2012). Ainda de acordo com a Secretaria, o número real de empreendimentos turísticos no município pode ainda ser superior, devido à desatualização no cadastro do município. É comum que determinado empreendimento mude de ramo e não repasse a informação para a Prefeitura, bem como tire licença para determinado uso, quando, na verdade, será utilizada para outro fim, evitando assim o pagamento dos impostos (SECRETARIA DO TURISMO DO TIBAU DO SUL, 2012). Em 2009, a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte (SETUR/RN) realizou uma pesquisa do perfil da demanda turística no município de Tibau do Sul. De acordo com os resultados, 16,20% dos turistas eram estrangeiros e 83,80% brasileiros. O perfil dos turistas era de pessoas de bom poder aquisitivo e elevado grau de instrução. A escolha do destino foi influenciada pela recomendação de amigos e parentes e foram atraídos pelas belezas naturais, sol e mar e ambiente alternativo do lugar. Tabela 1 - Origem dos turistas entrevistados na pesquisa de demanda turística no ano de 2009. DEMAIS PAÍSES PAÍSES TURISTAS EMISSORES Argentina 17 Portugal 17 Espanha 12 Itália 12 Holanda 6 Estados Unidos 3 Outros 14 TOTAL 81 % 20,99 20,99 14,81 14,81 7,41 3,70 17,28 100,0 ESTADOS EMISSORES São Paulo Pernambuco Paraíba Ceará Minas Gerais Rio de Janeiro Distrito Federal Outros TOTAL BRASIL TURISTAS % 64 61 55 42 38 37 19 103 419 15,27 14,56 13,13 10,02 9,07 8,83 4,53 24,58 100,0 Fonte: SETUR/RN (2009) Analisando dados do IBGE e da SETUR/RN, foi possível elaborar uma evolução histórica da quantidade de unidades habitacionais do município entre os anos de 1995 e 2011 (Tabela 2). A EMBRATUR, em seu regulamento geral dos meios de hospedagem, define unidade habitacional, ou simplesmente UH, como espaço, atingível a partir da circulação comum do estabelecimento, destinado à utilização pelo hóspede, para seu estar, higiene e repouso. Tabela 2 - Evolução da quantidade de Unidades Habitacionais em Tibau do Sul No de Unidades Habitacionais em 1995 200 No de Unidades Habitacionais em 2000 344 No de Unidades Habitacionais em 2005 1117 No de Unidades Habitacionais em 2009 1751 No de Unidades Habitacionais em 2011 1806 Fonte: elaborada pela autora, baseada em dados da SETUR/RN e IBGE Pode-se observar que o número de unidades habitacionais aumentou em cerca de 1000% durante o período analisado. De acordo com a Pesquisa de Serviços de Hospedagem do IBGE, em 2011, o município de Tibau do Sul possui mais de 5.000 leitos e tem a capacidade de receber 5.174 hóspedes por dia. Para entender melhor a evolução do turismo na região, Xavier (2008) construiu um quadro que aprecia as condições encontradas na Praia de Pipa ao longo das últimas décadas. Para isso, utiliza o modelo temporal evolutivo do ciclo de vida das destinações turísticas proposto por Butler (1980), que descreve o passo a passo do desenvolvimento turístico da região. Quadro 1 - Quadro sinóptico das condições apresentadas pela Região Turística de Pipa (RTP) de acordo com fase proposta no modelo de ciclo de vida das destinações turísticas de Butler, 1980 Fases do Modelo Descrição Exploração Fase que pressupõe o início da atividade turística ainda bastante rudimentar, e dividindo espaço com formas tradicionais de trabalho como a pesca e a agricultura. Na RTP, este momento ocorreu no final dos anos 80 e início da década de 90. Moradores locais habitavam áreas prólximas à faixa litorânea em posses. A vila de Pipa resumia-se a poucas ruas, algumas delas atualmente não existentes, tomadas pelo avanço das águas do mar. Envolvimento Neste estágio, o turismo cresce, levando-se em consideração a variável adotada por Butler (número de turistas que visitam a destinação), e a comunidade local passa a buscar formas de atender essa demanda incipiente dentro de suas condições, alojando visitantes em suas casas (alugando quartos) ou pequenas pousadas. A interação entre visitantes e visitados é intensa. Os habitantes da destinação adaptam suas residências para acolher melhor os turistas, porém não se desfazem das mesmas. O turismo começa a ser visto como uma importante fonte de renda exercida simultaneamente ao lado de atividades tradicionais. Essa fase ocorreu na década de 90. Desenvolvimento Ocorreu entre os anos de 1997 e 2004. O mercado de terras começa a sofrer grande valorização e alguns moradores locais vendem suas posses para compradores interessados em adquirir terras para construção de meios de hospedagem, facilidades para o turista ou uam segunda residência. A interação entre visitantes e visitados diminui, porém muitos membros da comunidade deixam de trabalhar com atividades como a pesca para dedicarse àquelas ligadas ao turismo ocupando, sobretudo cargos operacionais em hotéis, pousadas e restaurantes; realizando passeios turísticos; ou no fabrico de artesanato. Essa mudança no quadro de ocupações faz com que o turismo torne-se a atividade econômica de maior importância e cria uma dependência da destinação em relação a esta função, estando principalmente vulnerável às alterações sofridas pelo setor e às influências da sazonalidade. Consolidação Compreende o período atual, iniciado por volta de 2005. Os empreendimentos turísticos já não se encontram em mãos de moradores locais, excluídos do processo e agora mão-de-obra para hotéis, pousadas e restaurantes. Há grande número de construções em andamento, sobretudo para fins turísticos. Instalação de cadeias internacionais de hotéis, a exemplo do Dorisol Pipa Ocean View, Village Resort e Pipa Paradise Resort. A destinação sofre ainda com a supervalorização de preços no mercado de terras, o que inviabiliza a compra de lotes por moradores locais. Outro fator relacionado a essa fase, refere-se à construção de condomínios de luxo para segunda residência. O destino encontra-se bastante dependente economicamente do turismo e muitas pessoas questionam a degradação ambiental em prol do desenvolvimento econômico desestruturado e insustentável. Fonte: Xavier (2008, p. 97) 3.3 ATRIBUTOS E DIMENSÕES DO SERVIÇO DOS DESTINOS TURÍSTICOS Com objetivo de identificar dimensões e atributos relacionados aos serviços nos destinos turísticos foram levantados por meio da literatura revisada em artigos, dissertações e teses 664 atributos da qualidade do serviço dos destinos turísticos, os quais passaram por uma análise criteriosa com a finalidade de remover distorções, ambiguidades ou determinantes repetidos, identificados no levantamento, permitindo uma maior precisão e clareza dos atributos. Para tanto, foram utilizados os critérios de completude, justaposição, similaridade, conteúdo continente, consistência, precisão, especificidade, clareza e representatividade para selecionar e refinar os atributos. Mediante esses critérios, foi possível pré-selecionar 51 atributos da qualidade do serviço nos destinos turísticos para serem utilizados na presente pesquisa (Tabela 3). Tabela 3 - Dimensões e atributos encontrados na literatura Atributos/Dimensões 1. Acessibilidade ao destino 2. Tráfego no destino Adaptado do autor 2,5,11,13,15,16,18,20, 21 6, 8,11,13 3. 4. 5. Oferta de estacionamento no destino Meios de transporte no destino Qualidade das estradas do destino 2,11 2,3, 6,15,16,18,21 5,6,11,15,18 6. 7. 8. 9. 10. Clima Paisagens naturais Variedade das atrações naturais Praias não sobrelotadas Limpeza das praias 5,6, 7, 8, 9, 11, 13, 14, 16,18,21 5,6,7, 8, 9, 11, 13, 14, 15,16,17,18,19 2,5, 6,9,17,18,19,21 5,6,11,15 5,6,15,17 11. Qualidade da água do mar 12. Acesso às praias 13. Equipamentos / serviços nas praias 5,17 5,8 1,11,15 14. Oferta de eventos culturais 15. Autenticidade, tradições locais 3,6, 7, 10, 12, 13, 16, 17,18,20,21 2,3,8,9,12,13,18 16. Riqueza e diversidade cultural 17. Arquitetura 18. Museus e galerias de artes 9,10,18 9,18,21 13,18 19. Eventos religiosos 20. Artesanatos originais 21. Oferta de atividades e eventos desportivos 18 18 2,5,6,12,13,14,15,17,18 20, 21 15,17 22. Instalações para crianças 23. Animação noturna 24. Gastronomia 2,3,5, 6, 8,9,13,15,17,18,20 2,5,6,7,8,9,11,15,16,1819, 20,21 25. Quantidade e diversidade dos estabelecimentos de restaurantes e bebidas 26. Limpeza e higiene dos estabelecimentos de restaurantes e bebidas 2,3,5,6,11,15,16,17,20 27. Variedade e opções de alojamento 28. Diversidade de serviços e equipamentos nos meios de alojamento 29. Limpeza e higiene dos meios de alojamento 30. Decoração/mobiliário dos meios de alojamento 2,3,5,11,15,16,17,19, 20, 21 2,6,5,11,15,17, 20 31. Cortesia dos empregados / prestadores de seriços turísticos 6,11,14,18,20 2,8,15,17 2, 6, 8,15,20 6,11,20 32. Capacidade que os prestadores de serviços turísticos têm de compreender os clientes 33. Rapidez e eficácia dos prestadores de serviços turísticos 34. Credibilidade dos prestadores de serviços turísticos 35. Facilidade de comunicação dos prestadores de serviços turísticos 36. Oportunidades de contatos com residentes 37. Hospitalidade dos residentes 6,11,15,18,20 38. Relação qualidade/preço do alojamento 39. Relação qualidade/preço dos restaurantes e bebidas 40. Relação qualidade/preço das atividades culturais/ recreativas / desportivas 41. Extensão do comércio no destino 42. Variedade de produtos nas lojas 2,6,7,8,11,13,15,16,18 2, 6, 7, 8,11,13,15,16,18 43. Preços dos produtos nas lojas 44. Informação disponível sobre o destino para a preparação da viagem 45. Centro de informação turística disponível no destino 46. Quantidade de pontos de informação no destino 4,6,21 2,3 47. Segurança 2, 3,4,5, 6, 8,13,14,15,16,18,19 48. 49. 50. 51. 2, 6, 7, 8,9,13,15,16,17,18, 12,3,8,10,14,17 2,5,6 3, 5,6,8,16,18 3,8 Limpeza da cidade Tranqüilidade e calma do lugar Sistema de comunicação disponível no destino Oferta de serviços e equipamentos de saúde 6,11,15,16 6, 8,18,20 5,6,11,18,21 5,6,8,11,12 2,4,5,6,7,8,11,15,16,18,19 2, 6, 7, 8,11,13,15,16,18 11,13,15,21 3,5, 11,17,18,19 6, 5,8,11,14,19,20 5,6,11,19,20 Autores citados: 1 - Cardoso (2011); 2 - Chi & Qu (2008); 3 - Hsu, Tsai e Wu (2009); 4 - Eraqi (2006); 5 -Beerli e Martin (2004); 6 - Toro; Muñoza; Moreno (2010); 7 - Murphy; Pritchard; Smith, (2000); 8 - Narayan et al. (2009); 9 - Enright e Newton (2004); 10- Dey e Sarma (2010); 11- Pizam; Neumann; Reichel (1978); 12 – Kozak (2002); 13 – Driscoll, Lawson e Niven (1994);14- Fakeye e Crompton (1992); 15 – Kozak e Rimmington (1999); 16- Kozak e Rimmington (1998); 17-Kim (1998); 18 – Tang e Rochananond (1990) ; 19- Cracioli e Nijkamp (2008); 20- Bajs (2010); 21 – Hu e Ritche (1993). Fonte: elaborado pela autora. 3.4 ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS COM ELEMENTOS DO TURISMO DE PIPA/RN Em paralelo à revisão da literatura, foi realizada uma pesquisa qualitativa com elementos da indústria do turismo em Pipa/RN. Entre os meses de novembro/2012, dezembro/2012 e janeiro/2013 foram entrevistados em Pipa/RN: 10 prestadores de serviços (taxistas, agentes de viagem, guias de turismo), 10 gerentes de restaurantes, 10 gerentes de meios de hospedagem, 10 comerciantes e 10 turistas/veranistas. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, baseadas em um roteiro de entrevista com perguntas abertas (Apêndice A) com o objetivo de identificar quais os atributos são importantes para Pipa/RN e que tornam o destino atrativo. Para compreender os dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdos. Nessa etapa, foram coletados 21 atributos que referenciaram o contexto local (Tabela 4). Tabela 4 - Atributos citados pelos entrevistados Atributos 1. Praias 2. Gastronomia 3. Noite balada 4. Público visitante 5. Natureza 6. Tranquilidade 7. Lugar Cosmopolita 8. Passeios 9. Rua principal 10. Finais de semanas movimentados 11. Ambiente descontraído 12. População nativa 13. Fama 14. Hotéis charmosos 15. Comércio 16. Iniciativa privada atuante 17. Clima 18. Festivais 19. Pouca prostituição 20. Eventos organizacionais 21. Eventos culturais Total Número de citações 32 27 26 23 23 19 16 15 13 12 09 08 07 05 05 04 04 04 03 03 01 259 Percentagem do total 12,36% 10,42% 10,04% 8,88% 8,88% 7,34% 6,18% 5,79% 4,63% 4,63% 3,47% 3,09% 2,70% 1,93% 1,93% 1,54% 1,54% 1,54% 1,16% 1,16% 0,39% 100% Fonte: elaborado pela autora. A partir dos relatos dos entrevistados, foi possível construir um quadro que descreve os atributos do destino estudado, baseados nas opiniões dos elementos da indústria do turismo local. Quadro 2 - Atributos de Pipa/RN baseados nos relatos dos entrevistados Praias: De acordo com a pesquisa, as praias de Pipa são o atributo mais atrativo. Embora essa seja uma característica comum entre os destinos sol e mar, algumas peculiaridades foram citadas. Para os entrevistados, as praias recortadas, praticamente intocadas e com poucas construções, são ideais para uma boa para caminhada. Outra característica mencionada foi os estilos diferentes das praias do Distrito. A Praia do Amor tem o chapadão, como são chamadas as falésias, e o mar agitado próprio para a prática de surf; na Praia do Centro formam piscinas naturais que possibilita um banho mais tranquilo e também oferece o maior número de barracas e restaurantes; a Baía dos golfinhos é acessível apenas a pé na maré baixa e frequentemente é possível nadar próximo aos golfinhos; a Praia do Madeiro tem um mar mais tranquilo, ótimo para banho e também próprio para quem quer iniciar no surfe, uma vez que o lugar possui “escolinhas” para iniciantes. Todas as praias oferecem aos visitantes águas mornas e limpas. Gastronomia: Para os entrevistados, a Praia de Pipa tem uma diversidade de restaurantes digna de uma grande cidade. No destino, pode-se encontrar restaurantes de qualidade de diversas especialidades: italiana, francesa, árabe, mexicana, regional, japonesa, cozinha internacional, contemporânea etc. Isso pode ser justificado pelo grande número de empresários estrangeiros do local. Os restaurantes são na maioria próximos uns dos outros e possuem preços variados, alcançando todos os bolsos e gostos. Além disso, apesar dos espaços reduzidos, todos investem em decoração, construindo ambientes charmosos e acolhedores. Noite badalada: A noite badalada foi o 3º atributo mais citado. A praia possui diversos bares e restaurantes, o que torna o ambiente bastante movimentado. À noite, a Rua Principal “ferve”, relatam os entrevistados. Pessoas de várias tribos interagem harmoniosamente. A praia é conhecida pelas suas baladas eletrônicas. Atualmente, possui duas boates com programação o ano inteiro. Público visitante: Segundo relatos, na década de 80, a praia era visitada por jovens e sufistas que se hospedavam nas casas de pescadores. Na década de 90, os hotéis/pousadas começaram a ser construídos e o local começou a ser visitado por um público mais elitizado. Dos anos 2000 para os atuais, a Praia recebe turistas de vários lugares do mundo, com ênfase no turismo regional: RN, PE e PB e turistas do Sudeste. Os entrevistados mencionaram que a Praia recebe a visita tanto jovens, quanto famílias, dependendo da época do ano. Ainda a Praia é conhecida por receber um público elitizado e muitos desportistas (surf, parapente). Natureza: Pipa para muitos dos entrevistados é um paraíso tropical. O conjunto de dunas, falésias, mar e mata atlântica surpreende os visitantes. A beleza panorâmica no alto das falésias é outro diferencial em comparação à outros destinos turísticos. Outros fatores citados foram a possibilidade de contato com os golfinhos, o ar puro e a existência de uma área de preservação da mata atlântica – o Santuário Ecológico. Tranquilidade: Segundo relatos, esse sinônimo acompanha a Praia desde os anos 70, quando era uma pacata vila de pescadores. Mesmo com a chegada dos surfistas e turistas, a tranquilidade é uma das características mais marcantes da Praia de Pipa. A combinação da natureza com ambientes charmosos e rústicos utilizados por hotéis/pousadas/restaurantes juntamente com a geografia local levam a todos uma atmosfera digna para o descanso. Os visitantes podem tranquilamente caminhar e curtir as praias de dia e passear pela rua principal, cheia de restaurantes e lojas, ànoite, sem hora para ir embora. Lugar Cosmopolita: Para os entrevistados, a Praia de Pipa é considerada um lugar cosmopolita, por atrair pessoas do mundo todo. Muitos dos que visitaram a praia adotaram-na como lar e acabaram ficando. A maioria dessas pessoas é oriunda da Europa, Argentina e sudeste do Brasil. Por isso, lá é possível escutar vários sotaques e ter contato com várias culturas. Muitos abriram negócios na região, resultando em uma gastronomia bastante rica. A possibilidade de interagir com essas pessoas de diversas partes do mundo também é um fator que atrai visitantes. Passeios: Os passeios foram outro atributo citado pelos entrevistados. A Praia oferece diversos passeios. Os tradicionais são: buggy pelas praias do litoral sul do RN, passeio de barco gastronômico (que incluí refeições), passeio para ver o por do sol em Tibau do Sul, caminhada ecológica no Santuário Ecológico. Também existem os passeios mais radicais, direcionados para as práticas esportivas como tirolesa, arvorismo, caiaque na Lagoa de Guaraíras, surf, kitesurf e vôos de paraglider. Rua principal: A rua principal poderia ser chamada o coração de Pipa. É nessa rua que concentra a maioria de bares, restaurantes, lojas e pousadas da praia. É bastante movimentada com as lojas funcionando até meia noite. Embora o trânsito de carro seja permitido, andar nessa rua, para muitos dos entrevistados, é passeio obrigatório, principalmente à noite, quando o clima é mais agradável. Finais de semana movimentados: Outro diferencial apontado é que a Pipa não é apenas para veraneio. Pelo contrário, poucas são as casas de praia no local. Portanto, não só no verão que a praia é visitada. Durante todo o ano a praia recebe visitantes, principalmente nos finais de semana. Outro pico de movimento ocorre nos feriados. A infraestrutura turística funciona o ano inteiro, mesmo nos meses que geralmente são de chuva – abril e maio. Ambiente descontraído: Para muitos entrevistados, o ambiente da praia é bastante descontraído. Possui uma atmosfera democrática e recebe a visita de hippies a pessoas famosas. Os visitantes sentem-se bem e se vestem ao seu modo, sem se importar com os outros. Para muitos, o destino é aconchegante e alternativo. Hospitalidade dos moradores: A hospitalidade dos moradores também foi citada entre os entrevistados. A simpatia e a simplicidade dos nativos tornam o ambiente mais aconchegante. Os moradores desde o início do turismo foi receptivo com os visitantes, posto que muitos se hospedavam nas casas dos nativos. Aos poucos, a convivência com pessoas de várias partes do mundo se tornou parte do dia a dia dos moradores de Pipa. Fama: Outro atributo que atrai visitantes à Praia de Pipa é sua fama. A praia está presente em diversas listas de melhores praias do Brasil tanto nas pesquisas do Ministério do Turismo quanto em sites especializados. Hotéis charmosos: Os hotéis são outro ponto de destaque na Praia de Pipa. A quantidade de leitos é bastante expressiva no âmbito nacional, são mais de 5.000 leitos. A Praia oferece diversas opções de estadia, desde Camping e Hostels até resorts de luxo. Em todas as opções, são comuns o capricho na decoração, tornando os hotéis charmosos e aconchegantes. Comércio: O comércio de Pipa é digno de uma pequena cidade. O destino possui farmácias, mercadinhos, lojas de vestuário, acessórios, franquias nacionais e, como todo destino turístico, lojas de artesanato. O diferencial desse comércio é o horário de funcionamento: até as 00hs. Esse horário torna mais conveniente a visita dos turistas, que podem aproveitar as praias e passeios durante o dia. Iniciativa privada atuante: A Praia de Pipa possui um grande número de estabelecimentos comerciais, e uma grande infraestrutura turística, graças aos investimentos da iniciativa privada. Clima: A Praia de Pipa possui um clima bastante atrativo para o turismo de sol e mar. O sol é presente durante quase todo ano. Os meses de chuva geralmente são abril e maio. Festivais: Os festivais também foram citados pelos entrevistados. O Festival Gastronômico é mais tradicional e, no ano de 2012, foi realizado a 8ª edição. O Festival tem como objetivo valorizar a culinária típica do Rio Grande do Norte e aprimorar o conhecimento técnico gastronômico dos profissionais locais. O Festival Literário – Flipipa, em 2012, deve sua 4ª edição. O evento tem caráter multicultural, de acesso gratuito, com o objetivo de promover a literatura, despertar o interesse pela leitura fora dos meios convencionais e valorizar a história e as raízes culturais. No ano de 2012, foi realizado o 1º Festival de Jazz de Pipa – Fest Bossa & Jazz edição Pipa. O festival é uma parceria do governo do Estado com a empresa OI. O festival oferece espetáculos de Jazz, Blues, Bossa Nova e música instrumentais, além de workshops e oficina de construção de instrumentos de percussão. Esses eventos auxiliam na divulgação da praia como destino turístico, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico da região e a sustentabilidade dos negócios durante todo o ano. Pouca prostituição: Também foi citada por alguns entrevistados a baixa incidência de prostitutas nas ruas do destino. Eventos organizacionais: Os eventos corporativos estão começando a ocorrer em Pipa. Um hotel do Distrito inaugurou um auditório com capacidade de 400 pessoas, em 2012. Eventos culturais: Os eventos culturais ainda são pouco comuns. Entretanto, às vezes ocorrem apresentação de capoeira, danças populares na praça e a realização de festas populares. Fonte: elaborado pela autora. 3.5 CONJUNTO DE ATRIBUTOS UTILIZADOS NA PESQUISA A escolha do conjunto de atributos para elaboração do instrumento de pesquisa foi realizada a partir da confrontação dos atributos oriundos da literatura revisada com os atributos citados pelos entrevistados, que representaram o contexto local. Primeiramente, foram sinalizados os atributos da literatura que constavam na lista dos atributos do contexto local. Paralelamente, os demais atributos da literatura foram agrupados de acordo com a similaridade de conteúdo. Por exemplo, os atributos acessibilidade ao destino, tráfego no destino, oferta de estacionamento no destino e qualidade das estradas do destino formaram um grupo e assim por diante. Alguns atributos não formaram grupos, entretanto, foram mantidos. Os atributos do contexto local não citados na literatura igualmente passaram pelo mesmo processo. A partir dos agrupamentos, foi possível unir dois ou mais atributos e construir atributos mais completos. Os atributos do contexto local foram traduzidos para uma linguagem mais ampla e aplicável para qualquer destino turístico. As características locais também influenciaram no processo de escolha, já que os atributos não marcantes no destino estudado foram excluídos, como por exemplo: museus e eventos religiosos. No primeiro momento, os 51 atributos da literatura mais os 21 atributos do contexto local, foram reduzidos para 38 atributos. Em seguida, os atributos novamente passaram por uma criteriosa análise, com o objetivo refinar a escolha dos atributos e melhorar precisão e clareza dos atributos. Ao final, foram selecionados 28 atributos. Para cada atributo, foi desenvolvida uma sentença definidora que auxiliou na composição das questões do instrumento de pesquisa, conforme quadro 3. Quadro 3 - Conjunto de atributos utilizados na pesquisa Descrição dos atributos 1. Acessibilidade ao destino: Sinalização nas estradas, disponibilidade de meios de transporte para chegar ao local, distância de aeroporto/ rodoviária/porto. 2. Acesso às atrações turísticas: Facilidade de deslocamento, meios de transportes, sinalização das atrações turísticas. 3. Segurança local: Policiamento, sensação de segurança em andar pelas ruas da cidade, índice de criminalidade. 4. Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde: Conjunto de estabelecimentos destinados a prestar os serviços preventivos e/ou assistência da área de saúde, englobando postos de saúde, hospitais, ambulâncias, farmácias, médicas. Conjunto de meios disponíveis para serem utilizados pela população residente e 5. Sistemaclinicas de comunicação: pelos visitantes, como sinal de telefonia móvel e fixa, acesso à internet, correios. 6. Disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento: Disponibilidade de infraestrutura turística para atender os visitantes. 7. Agradabilidade do clima: Conjunto de condições meteorológicas - temperatura, pressão, ventos, umidade e chuvas. 8. Tranquilidade e calma no local: Disponibilidade de ambientes voltados para o descanso. 9. Fama do destino: Reputação, propaganda, status do destino. 10. Combate à prostituição e ao turismo sexual: Ações que objetivam o combate à prostituição e ao turismo sexual 11.Variedade e beleza das atrações naturais do destino turístico: Diversidade de atrações naturais - falésias, praias, lagoas, reservas naturais, sítios ecológicos, fauna. 12. Limpeza e manutenção dos espaços públicos no destino turístico: Limpeza e manutenção de ruas, praças, praias. 13. Preservação das atrações naturais no destino turístico: Preservação de falésias, praias, lagoas, reservas naturais, sítios ecológicos, fauna. 14.Disponibilidade de equipamentos/ serviços nas praias do destino turístico: Disponibilidade de banheiros públicos, rampas, escadas, aluguel de cadeiras nas praias do destino. 15. Diversidade cultural das pessoas que frequentam o destino turístico: Possibilidade de interação com pessoas de diferentes culturas e países. 16. Diversidade na oferta de passeios turísticos e atividades de lazer no destino turístico: Disponibilidade de opções de passeios e atividades de lazer. 17. Disponibilidade de festivais sazonais no destino turístico: Oferta de eventos gastronômicos, musicais, literários. 18. Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares no destino turístico: Diversidade nas especialidades: italiano, regional, frutos do mar, vegetariano, entre outros. 19. Variedade na oferta de meios de hospedagem no destino turístico: Variedade de estabelecimentos destinados a prestação de serviços de hospedagem: hotéis, pousadas, albergues, camping. resorts, hotéis. 20. Agradabilidade dos meios de hospedagem do destino turístico: Arquitetura, decoração, instalações, limpeza, conforto dos meios de hospedagem. 21. Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais do destino turístico: Arquitetura, decoração, instalações, limpeza conforto dos estabelecimentos comerciais. 22. Hospitalidade dos residentes do destino turístico: Acolhimento, cordialidade, presteza dos moradores do local. 23. Relação qualidade/preço dos meios de hospedagem do destino turístico: Custo-benefício do valor pago no meio de hospedagem. 24. Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares do destino turístico: Custo-benefício do valor pago em comida e bebida. 25. Variedade na oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços no destino turístico: Variedade de segmentos de lojas no destino turístico - vestuário, acessórios, artesanato, salão de beleza, farmácia etc. 26. Horário de funcionamento do comércio no destino turístico: Horário de funcionamento do comércio local. 27. Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de encontro no destino turístico: Disponibilidade de ruas para pedestres, praças, orlas, parques para a população e visitantes. 28. Disponibilidade de informações sobre o destino turístico para a preparação da viagem: Dados com o objetivo de orientar e informar os turistas sobre atrativos, serviços e equipamentos turísticos de determinado local para o planejamento da viagem. Fonte: elaborado pela autora. 3.6 INSTRUMENTO DE PESQUISA Posteriormente ao processo de consolidação dos atributos que avaliam os serviços dos destinos turísticos a serem utilizados na pesquisa, desenvolveu-se um questionário estruturado, constituído por três módulos. O primeiro módulo visou obter informações voltadas a aspectos sociodemográficos e motivacionais da viagem que caracterizam os respondentes, tais como: sexo, faixa etária, nível de escolaridade, renda familiar, local que reside, motivo da viagem, meio de hospedagem, frequência de visita ao destino e tempo de permanência. No segundo módulo, os turistas informaram o grau de importância conferido a cada um dos atributos dos serviços ofertados pelos destinos turísticos em geral, sendo suas respostas registradas por intermédio de uma escala Likert de 11 pontos, variando entre zero (não importante) e dez (muito importante). A escolha da escala de Likert de 11 pontos foi baseada nos trabalhos de Marodin (2010), Nascimento (2012) e Ferreira (2013). Exemplo de questão para verificar a percepção de importância em relação ao atributo: Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), considerando os serviços de um destino turístico, qual a importância que o Sr (a) atribui a(ao): 01)Acesso ao destino (sinalização nas estradas, qualidade das estradas, disponibilidade de meios de transporte para chegar ao local, distância do aeroporto/rodoviária/porto)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante Fonte: adaptado de Marodin (2010). No último módulo, os turistas foram interrogados sobre a percepção de desempenho dos serviços prestados no destino Pipa/RN. Os visitantes registraram as respostas por meio de uma escala Likert de 11 pontos, cuja variação se dava no intervalo de zero (péssimo desempenho) a dez (excelente desempenho). Exemplo de questão para verificar a percepção do desempenho do serviço prestado: Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), como o(a) Sr(a) avalia o desempenho do destino Pipa/RN em relação à(ao): 01) Acesso ao destino Pipa/RN (sinalização nas estradas, qualidade das estradas, disponibilidade de meios de transporte para chegar ao local, distância do aeroporto/rodoviária/porto)? 0 1 2 3 péssimo 4 5 regular 6 7 8 9 10 excelente Fonte: adaptado de Marodin (2010). Com o objetivo de realizar ajustes e últimas correções, o questionário passou por uma fase de pré-testes com cinco especialistas, cinco empresários de Pipa/RN, dez estudantes de turismo da UNP, dez estudantes de turismo da UFRN e vinte turistas de Pipa/RN e detectou- se a necessidade de refazer a questão relativa ao turismo sexual, por não apresentar clareza para uma parcela dos respondentes. O modelo definitivo do questionário encontra-se no Apêndice B. 3.7 UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA A definição do ambiente de pesquisa, bem como os indivíduos envolvidos nas técnicas de coletas de dados são fatores fundamentais para completar o levantamento das informações do problema em estudo. Para Marconi e Lakatos (2001), o conjunto de seres que caracteriza o universo ou população de pesquisa deve ter pelo menos uma característica em comum, e a amostra ocorre quando não há necessidade de investigar toda a população, deixando assim que os resultados de pesquisa obtidos por um pequeno grupo selecionado sejam considerando como o todo. O universo do presente estudo caracteriza-se pelos turistas de Pipa/RN, dos meses de março e abril de 2013. Estima-se que o Destino Pipa/RN receba em média 500 mil turistas por ano (SECRETARIA DO TURISMO DO TIBAU DO SUL, 2012). Entretanto, para efeitos de dimensionamento da pesquisa, por não se conhecer o número exato de visitantes, a população foi tratada como infinita. A amostra foi estratificada por gênero e por faixa etária, a partir das médias dos resultados das pesquisas de demanda turísticas de Pipa/RN realizadas pela SETUR/RN, dos anos de 2008 e 2009. O cálculo amostral foi desenvolvido admitindo um erro de 3,5% , p=0,5 e nível de confiança de 95%, o que resultou no tamanho da amostra de 784 respondentes. Tabela 5 - Estratificação da amostra 2009 Variáveis 2008 Gênero dos entrevistados Feminino 46,4% 43,0% Masculino 53,6% 57,0% Total 100% 100% Faixa Etária 0,4% Até 17 anos 2,2% 14,2% 18 a 25 anos 17,4% 40,0% 26 a 35 anos 35,6% 33,6% 36 a 50 anos 31,2% 10,2% 51 a 65 anos 12,2% 1,6% Mais de 65 anos 1,4% 100% Total 100% Fonte: elaborada pela autora, baseada em dados do SETUR/RN (2008, 2009) Estratificação 44,7% 55,3% 100% 1,3% 15,8% 37,8% 32,4% 11,2% 1,5% 100% 3.8 COLETA DE DADOS O processo de coleta de dados foi dividido em duas etapas: a primeira atendeu à pesquisa documental, visando à coleta de dados secundários, em documentos da internet, documentos do Ministério do Turismo, Governo do RN e do município de Tibau do Sul, jornais e revistas da região. Para Mattar (2005), dados secundários representam quaisquer dados que já tenham sido coletados para outros propósitos, além do problema em questão. A segunda etapa consistiu na pesquisa de campo, tendo em vista a obtenção de dados primários, que, segundo Mattar (2005), são dados coletados para solucionar um problema específico de pesquisa. Os turistas de Pipa/RN foram entrevistados nos dias 29 e 30 de março e 06, 20 e 21 de abril do ano de 2013 por uma equipe composta por seis universitários devidamente treinados para realizar a pesquisa. No treinamento, foi evidenciada a importância de explicar aos respondentes a estrutura do questionário: o primeiro módulo se referia ao perfil sociodemográfico, o segundo módulo à importância dos atributos em relação a qualquer destino turístico e o terceiro ao desempenho conferido aos atributos no destino Pipa/RN. Os turistas foram abordados na Praia do Amor, Praia do Centro, Praia do Madeiro e na Rua Principal. Eles levaram em média 12 minutos para responder o questionário. Foram considerados válidos aqueles questionários os quais os turistas possuíam estadia mínima de uma noite em Pipa/RN e que apresentaram todas as questões marcadas, com indicação de uma única resposta. 3.9 ANÁLISE E TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS Após a conclusão da coleta, os dados foram tabulados e analisados por meio de estatísticas descritivas. Nessa etapa, foram calculados através do Excel, o perfil sociodemográfico dos visitantes, as médias de motivação da viagem, meio de hospedagem utilizado e frequência de visita ao destino Pipa/RN, além das médias de importância e desempenho para os 28 atributos investigados. As lacunas entre expectativas e desempenhos também foram computadas. Paralelamente, o software Statistical Packet for Social Sciences (SPSS), versão 19.0, foi utilizado para realizar a análise fatorial exploratória e a análise de cluster com os dados referentes ao perfil dos entrevistados e a importância dos atributos estudados. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Os resultados apresentados nesta seção refletem a apuração das respostas atribuídas nos questionários válidos dos turistas de Pipa/RN. No total, foram aplicados 850 questionários, entretanto apenas 760 foram validados baseados nos critérios citados na metodologia. Como a amostra prevista era de 784 respondentes, o erro foi recalculado para 3,55%. 4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES Tabela 6 - Perfil dos respondentes Variáveis Género dos entrevistados Feminino Masculino Faixa Etária Até 17 anos 18 a 25 anos 26 a 35 anos 36 a 50 anos 51 a 65 anos Mais de 65 anos Grau de escolaridade Sem formação formal Fundamental I (1º ao 5º) Fundamental II (6º ao 9º) Ensino médio Universitário Ensino superior Pós-graduação Ocupação Principal Funcionário público % 55,3% 44,7% 1,3% 15,8% 37,8% 32,5% 11,2% 1,4% 0,3% 0,3% 1,7% 18,9% 17,0% 43,6% 18,3% 24,2% Funcionário de empresa privada 32,6% Aposentado Empresário Estudante Outro 4,3% 14,5% 11,8% 12,5% Renda familiar Menos de 2 SM 2 a 5 SM 6 a 10 SM 11 a 20 SM Mais de 20 SM Fonte: Pesquisa (2013). Nessa fase, 6,3% 35,7% 30,5% 18,3% 9,2% foram analisadas Variáveis Viajou ao destino com Família Amigos Sozinho Outros Motivo da viagem Lazer Trabalho Congresso/Evento Outros Meio de hospedagem utilizado Hotel Resort Flat Casa própria Albergue Casa de parentes/amigos Camping Pousada Outros Número de visitas ao destino Pipa/RN Uma vez Duas vezes Três vezes Quatro ou mais vezes Tempo de permanência no destino Pipa/RN 1 a 3 noites 4 a 7 noites 8 a 14 noites Mais de 14 noites as informações relacionadas % 67,9% 25,9% 3,9% 2,2% 96,7% 3,0% 0,0% 0,3% 35,4% 3,2% 2,2% 5,5% 2,6% 11,1% 0,8% 35,3% 3,9% 47,4% 15,8% 8,7% 28,2% 62,6% 27,1% 5,0% 5,3% a aspectos sociodemográficos e motivacionais dos turistas de Pipa/RN que participaram da pesquisa. Para tanto, foram apresentadas, na Tabela 6, variáveis como gênero, faixa etária, nível de escolaridade, ocupação principal, renda familiar, local que reside, companhia com qual viajou, motivo da viagem, meio de hospedagem, número de visitas ao destino e tempo de permanência no destino Pipa/RN. Ao analisar a Tabela 6, verificou-se a estratificação das variáveis gênero e faixa etária, conforme citado anteriormente na metodologia. Portanto, 55,3% dos entrevistados foram do sexo feminino e 44,7% do sexo masculino, como também 70,3% dos respondentes se concentram na faixa de 26 a 50 anos, caracterizando assim, uma população com perfil adulto. Quanto ao nível de escolaridade, 78,9% dos entrevistados declararam ter concluído o ensino médio, estar cursando, ter concluído um curso de nível superior ou pós-graduação. Em relação à ocupação principal, 32,6% desempenham suas atividades em empresas privadas, seguido de 24,2% de funcionários públicos e 14,5% se declaram como empresários. Os demais 28,6% respondentes se dividiram entre estudantes, aposentados e outras atividades. No que concerne à renda, 66,2% dos entrevistados declaram ter rendimento entre 2 a 10 salários mínimos. Observou-se também que 67,9% dos respondentes viajam à Pipa/RN com a família, 96,7% visitam o destino para lazer e 62,6% permanecem de 1 a 3 dias no destino. Os meios de hospedagem mais utilizados são hotéis e pousadas, 35,4% e 35,3% respectivamente. Em relação ao número de visitas, 52,6% que já conheciam o destino e o visitaram duas ou mais vezes. Tabela 7 - Local onde residem os entrevistados Estado AC AL AP AM BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA Fonte: Pesquisa (2013). % 0,0% 0,7% 0,0% 0,9% 0,1% 3,6% 3,6% 0,5% 2,1% 0,5% 0,9% 0,5% 2,2% 0,5% Estado PB PR PE PI RJ RN RS RO RR SC SP SE TO Exterior % 16,2% 0,7% 9,6% 0,7% 6,6% 29,2% 1,7% 0,5% 0,0% 0,7% 10,4% 0,0% 0,7% 7,0% Analisando a Tabela 7, verificou-se a força do turismo regional, já que 61,3% dos respondentes eram oriundos dos Estados do Nordeste. A região Sudeste também se destaca, sendo responsável por um enviar um número expressivo de visitantes: 19,7% da população da pesquisa residiam nos Estados de SP, RJ, MG e ES. Por fim, confirmando a fama do destino Pipa/RN receber turistas estrangeiros, 7% dos entrevistados residiam em outros países, sendo sua maioria procedente da Argentina (70%). Desse modo, foi possível inferir que a amostra pesquisada é composta por 55,3% de indivíduos do sexo feminino e 44,7% do sexo masculino, sendo 70,3% na faixa de 26 a 50 anos, 78,9% possuem no mínimo o ensino médio completo, 32,6% trabalham em empresas privadas, 66,2% declaram ter rendimento entre 2 a 10 salários mínimos, 67,9% viajam à Pipa/RN com a família, 96,7% visitaram o destino para lazer. Os meios de hospedagem mais utilizados foram hotéis e pousadas, 35,4% e 35,3% respectivamente, 52,6% que já visitaram o destino duas ou mais vezes, 62,6% permanecem de 1 a 3 dias e 61,3% são oriundos da Região Nordeste, seguido de 19,7% da Região Sudeste. 4.2 IMPORTÂNCIA DOS ATRIBUTOS DO SERVIÇO DOS DESTINOS TURISTICOS A fim de analisar quais as expectativas em relação à importância dos 28 atributos pesquisados, os respondentes foram instruídos a atribuir uma nota de zero (não importante) a dez (muito importante) para cada um dos atributos apresentados. Os dados foram ordenados na tabela 8 a partir das médias baseadas na percepção dos turistas entrevistados. Os resultados indicaram que as médias variaram de 9,46 a 7,43, sendo apontado um maior nível de importância para o atributo “preservação das atrações naturais” (9,46) e o menor nível de importância para o atributo “fama dos destinos turísticos” (7,43). A estreita variação das médias ratifica a escolha dos atributos utilizados na pesquisa, baseados na literatura e no contexto local, pois todos os atributos receberam importância acima de 7,0. Os atributos que também tiveram um alto nível de importância foram: “segurança” (9,41), “limpeza e manutenção dos espaços públicos” (9,31),“variedade e beleza das atrações naturais” (9,21), “hospitalidade dos residentes” (9,20), “relação qualidade/preço nos restaurantes e bares” (9,11), “relação qualidade/preço dos meios de hospedagem” (9,10), “disponibilidade de informações para a preparação da viagem” (9,05) e “disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde” (9,05). Tabela 8 - Médias de importância dos atributos na percepção dos turistas de Pipa/RN Média geral Menos importante Medianamente importante Mais importante Atributos Preservação das atrações naturais 9,46 Segurança 9,41 Limpeza e manutenção dos espaços públicos 9,31 Variedade e beleza das atrações naturais 9,21 Hospitalidade dos residentes 9,20 Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares 9,11 Relação qualidade/preço dos meios de hospedagem 9,10 Disponibilidade de informações para a preparação da viagem 9,05 Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde 9,05 Acesso ao destino 9,01 Agradabilidade do clima 9,01 Variedade na oferta de meios de hospedagem 8,97 Disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo o ano 8,96 Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares 8,94 Agradabilidade dos meios de hospedagem 8,94 Acesso às atrações turísticas 8,93 Disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias 8,89 Combate à prostituição e ao turismo sexual 8,76 Sistema de comunicação 8,75 Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais 8,74 Tranquilidade e calma Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de encontro Horário de funcionamento do comércio local 8,59 Variedade na oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços 8,41 Diversidade na oferta de passeios e atividades de lazer 8,30 Diversidade cultural das pessoas que frequentam o local 7,92 Disponibilidade de festivais sazonais 7,64 8,56 8,50 Fama do destino turístico Fonte: Pesquisa (2013). Realizando análises 7,43 comparativas com os estudos empíricos nacionais e internacionais, foram encontrados resultados similares em Kozak e Rimmington (1998) que identificaram os fatores que mais contribuem para a competitividade da Turquia são: a hospitalidade, belezas naturais, valor para o dinheiro, segurança, clima e transporte local. Seguindo no mesmo sentido, Tang e Rochananon (1990), que entrevistaram turistas da Tailândia, destino este também de sol e mar como Pipa/RN, concluiram que as belezas naturais, características climáticas, culturais e sociais, custo de vida e hospitalidade foram considerados fatores importantes para todos os grupos de entrevistados na escolha de um destino turístico e que acessibilidade ao país e estabelecimentos comerciais eram geralmente considerados menos importantes, assim como no contexto de Pipa/RN, que atributos relacionados com os estabelecimentos comerciais se posicionaram no final do ranking: “agradabilidade dos estabelecimentos comerciais” (20º), “horário de funcionamento do comércio local” (22º) e “variedade na oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços” (23º). Os atributos “segurança” (2º) e “hospitalidade dos residentes” (5º), que apresentaram alta importância na percepção dos turistas de Pipa/RN, também foi destaque em vários estudos como Hsu, Tsai e Wu (2009), realizado em Taiwan; Kim (1998), na Korea; Pizam, Neumann e Reichel (1978), nos Estados Unidos; Cardoso (2011), em Portugal; Bajs (2010), na Croácia; e Narayan et al. (2009), na Índia. Portanto, percebe-se que independente do continente pesquisado, estes atributos são de extrema importância para o turismo. Por fim, uma comparação interessante pode ser feita com o estudo de Cracolici e Nijkamp (2008), realizado no Sul da Itália. Nessa região, há um conjunto de cidades que possuem tanto o turismo litorâneo quanto o turismo cultural. De acordo com a pesquisa, a avaliação positiva dos turistas respondentes está fortemente ligada aos atributos: informação, serviços turísticos, eventos culturais (concertos, exposições de arte, festivais, etc), qualidade e variedade de produtos nas lojas, hotéis e outros tipos de alojamento, preços, custos de vida e segurança. No entanto, os fatores pertinentes da oferta turística (por exemplo, recepção e hospitalidade dos residentes, paisagem e natureza), em termos de vantagem comparativa, têm um menor efeito sobre a avaliação de visitantes. Portanto, pode-se inferir que alguns atributos podem ser mais importantes que outros dependendo do tipo de turismo ofertado: sol e mar, ecoturismo, turismo cultural, entre outros. Entretanto, alguns atributos como, por exemplo: segurança e a relação qualidade/preço dos serviços turísticos estão caminhando para um patamar de relevância “universal”. 4.3 DESEMPENHO CONFERIDO AOS ATRIBUTOS DO SERVIÇO NO DESTINO DE PIPA/RN A tabela 9 apresenta as médias de desempenho dos 28 atributos a partir das percepções dos turistas em relação ao destino Pipa/RN. Os respondentes foram instruídos a atribuir uma nota de zero (péssimo desempenho) a dez (excelente desempenho) para cada um dos atributos apresentados. Ao analisar as médias, nota-se a variação de 6,14 a 9,35. O atributo que teve o melhor desempenho foi “variedade e beleza das atrações naturais’’, o qual no ranking de importância, situou-se em 4ºlugar, e o atributo de pior desempenho foi “combate à prostituição e ao turismo sexual”, 18º lugar no ranking de importância na percepção dos turistas. Ao final, os respondentes foram interrogados sobre como avaliavam, de um modo geral, o desempenho do destino Pipa/RN baseado em uma escala de zero a dez. Os resultados apontaram para uma nota média de 8,78 para a avaliação do destino estudado. Assim sendo, inferimos que Pipa/RN foi bem avaliada perante os respondentes da pesquisa. Tabela 9 - Médias de desempenho dos atributos em Pipa/RN Atributo Desempenho Variedade e beleza das atrações naturais 9,35 Agradabilidade do clima 9,25 Fama do destino turístico 9,24 Variedade na oferta de meios de hospedagem 9,01 Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares 8,96 Tranquilidade e calma 8,81 Hospitalidade dos residentes 8,75 Disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo o ano 8,72 Agradabilidade dos meios de hospedagem 8,69 Preservação das atrações naturais 8,58 Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais 8,49 Diversidade cultural das pessoas que frequentam o local 8,45 Diversidade na oferta de passeios e atividades de lazer 8,37 Disponibilidade de informações para a preparação da viagem 8,14 Variedade na oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços 8,08 Limpeza e manutenção dos espaços públicos 8,05 Horário de funcionamento do comércio local 7,75 Disponibilidade de festivais sazonais 7,64 Segurança 7,40 Acesso às atrações turísticas 7,32 Relação qualidade/preço dos meios de hospedagem 7,23 Acesso ao destino 7,20 Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares 7,12 Disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de encontro Sistema de comunicação 6,90 Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde 6,57 Combate à prostituição e ao turismo sexual 6,14 Avaliação Geral do destino Pipa/RN Fonte: Pesquisa. 8,78 6,88 6,82 Fazendo uma retomada dos dados coletados na pesquisa qualitativa com elementos do turismo de Pipa/RN (Tabela 4), foram analisados os atributos relacionados com os recursos naturais, como praia e natureza, também foram listados entre os mais atrativos perante os entrevistados. Entretanto, atributos relacionados à diversidade cultural dos frequentadores, como o público visitante e lugar cosmopolita, que foram bastante citados pelos participantes da pesquisa qualitativa, apresentaram avaliação mediana para os respondentes da pesquisa quantitativa. Analisando os estudos empíricos revisados, foram identificados resultados similares em pesquisas realizadas em destinos de sol e mar. De acordo com Cardoso (2011), que estudou a cidade litorânea de Portugal, Figueira de Foz, os atributos que obtiveram os melhores desempenhos foram: paisagens naturais, hospitalidade, gastronomia, praias não superlotadas e oferta de cassino, esse último que destoa do contexto brasileiro por ser ilegal no nosso país. Para Martins (2006) que estudou a capital de Alagoas, Maceió, o atributo com melhor avaliação o foi relacionado às belezas naturais. Assim como, cidade litorânea do Nordeste do Brasil, Ilhéus/BA, precisa melhorar nos seguintes atributos: limpeza pública, serviços de ônibus coletivo, segurança pública, serviço de saúde pública, serviços de lavanderia nos meios de hospedagem, quantidade das porções de alimentos oferecidas nos bares/restaurantes e atendimento dos garçons em bares e restaurantes. Vistos isoladamente os níveis de desempenho não revelam a qualidade dos serviços. O modelo das lacunas de qualidade utilizado no presente estudo exige a confrontação dos níveis de desempenho com os níveis de expectativa. Portanto é a diferença entre o desempenho e a expectativa que aponta a qualidade. 4.4 LACUNAS DE QUALIDADE DO SERVIÇO DO SERVIÇO NOS DESTINOS TURÍSTICOS As lacunas da qualidade do serviço difundidas por Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985), conhecidas também como lacunas/gaps da qualidade, são identificadas a partir da comparação entre as expectativas dos clientes e avaliação do desempenho do serviço recebido. Assim sendo, as lacunas negativas indicam que o serviço recebido não está atendendo às expectativas dos clientes, enquanto que as lacunas positivas revelam que o serviço recebido está superando as expectativas dos clientes. Não obstante, deve-se ser levado em conta que o nível de insatisfação/satisfação do cliente poderá está diretamente relacionado com o grau de importância concedido ao atributo. Portanto, lacunas com grandes magnitudes, mas de atributos pouco importantes, poderão ter menos impacto para os clientes de que lacunas com menor magnitude e de atributos com alta relevância para os clientes. A tabela 10 revela as lacunas encontradas na presente pesquisa. Elas resultaram da diferença entre as médias dos desempenhos e as médias das expectativas de cada atributo. Tabela 10 - Lacunas de qualidade do destino Pipa/RN Lacuna Importância Combate à prostituição e ao turismo sexual -2,62 18º Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde -2,48 9º Segurança -2,01 2º Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares -1,99 6º Disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias -1,99 17º Sistema de comunicação -1,93 19º Relação qualidade/preço dos meios de hospedagem -1,87 7º Acesso ao destino Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de encontro Acesso às atrações turísticas -1,81 10º -1,68 22º -1,61 Limpeza e manutenção dos espaços públicos -1,26 16º 3º Disponibilidade de informações para a preparação da viagem -0,91 8º Preservação das atrações naturais -0,88 1º Horário de funcionamento do comércio local -0,75 23º Hospitalidade dos residentes -0,45 5º Variedade na oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços -0,33 24º Agradabilidade dos meios de hospedagem -0,25 15º Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais -0,25 20º Disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo o ano -0,24 13º Disponibilidade de festivais sazonais 0,00 27º Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares 0,02 14º Variedade na oferta de meios de hospedagem 0,04 12º Diversidade na oferta de passeios e atividades de lazer 0,07 25º Variedade e beleza das atrações naturais 0,14 4º Tranquilidade e calma 0,22 21º Agradabilidade do clima 0,24 11º Diversidade cultural das pessoas que frequentam o local 0,53 26º Fama do destino turístico Fonte: Pesquisa (2013). 1,81 28º Atributos Analisando os resultados, verifica-se que há uma predominância de lacunas negativas, indicando que grande parte dos serviços oferecidos no destino Pipa/RN está abaixo das expectativas dos turistas. Dos 28 atributos utilizados na pesquisa, 19 apresentaram lacunas negativas, sendo a com maior magnitude “Combate à prostituição e ao turismo sexual” (-2,62) e 09 lacunas positivas, que apresentaram valores iguais ou maiores que zero, tendo a maior magnitude o atributo “Fama do destino turístico” (1,81). Entretanto, conforme dito anteriormente, os níveis de insatisfação/satisfação estão diretamente relacionados com a magnitude das lacunas e o grau de importância conferido pelos clientes. Portanto, do ponto de vista gerencial, identificar essas lacunas poderá favorecer o direcionamento dos recursos para os atributos mais valorizados, bem como diminuir, se for o caso, os recursos para os atributos menos valorizados pelos turistas. A tabela 11 ilustra as dez maiores lacunas negativas e suas respectivas importâncias na percepção dos turistas. A partir dos resultados, infere-se que as lacunas “disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde”, “segurança”, “relação qualidade/preço nos restaurantes e bares” e “relação qualidade/preço dos meios de hospedagem” merecem atenção especial por apresentaram alta importância para os entrevistados. Tabela 11 - Dez maiores lacunas negativas Atributo Lacuna Importância Combate à prostituição e ao turismo sexual -2,62 18º Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde -2,48 9º Segurança -2,01 2º Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares -1,99 6º Disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias -1,99 17º Sistema de comunicação -1,93 19º Relação qualidade/preço dos meios de hospedagem -1,87 7º Acesso ao destino Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de encontro Acesso às atrações turísticas Fonte: Pesquisa (2013). -1,81 10º -1,68 22º -1,61 16º Em contrapartida, o quadro a seguir apresenta as dez maiores lacunas positivas. As lacunas positivas coincidiram, em sua maioria, com atributos de importância baixa e mediana. Observa-se que apenas um atributo – variedade e beleza das atrações naturais – superou as expectativas dos turistas era considerado de alta importância. Desse modo, de acordo com Stock e Lambert (2001), os demais atributos deveriam receber menos investimentos, pois não interferem significativamente na satisfação dos clientes. Tabela 12 - Dez maiores lacunas positivas Atributo Disponibilidade de festivais sazonais Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares Variedade na oferta de meios de hospedagem Diversidade na oferta de passeios e atividades de lazer Variedade e beleza das atrações naturais Tranquilidade e calma Agradabilidade do clima Diversidade cultural das pessoas que frequentam o local Fama do destino turístico Fonte: Pesquisa (2013). Lacuna 0,00 0,02 0,04 0,07 0,14 0,22 0,24 0,53 1,81 Importância 27º 14º 12º 25º 4º 21º 11º 26º 28º 4.5 MATRIZ DE OPORTUNIDADE Com base nos dados coletados, foi possível construir a matriz de oportunidades do destino Pipa/RN. O objetivo dessa matriz é elaborar estratégias para identificar as necessidades dos turistas e superar os destinos concorrentes. Para elaborar essa matriz, é preciso classificar os fatores competitivos, também chamados de fatores críticos de sucesso, para assim, determinar as prioridades de melhoria (SLACK, 1994). Para Slack (1994) os atributos com alta importância e baixo desempenho representam para os gestores públicos e privados uma oportunidade evidente de melhoria dos serviços prestados. No entanto, para os atributos com baixa importância e alto desempenho, os gestores deverão dar menor destaque ou, ainda, convencer os seus visitantes de que esses atributos são muito importantes. A matriz demonstrada a seguir permite confrontar o grau de importância conferido a cada atributo do serviço do destino turístico com a lacuna de qualidade, possibilitando observar o posicionamento do desempenho médio de Pipa/RN. Ela é formada por nove células originadas das interseções de três grupos de importância e três grupos de lacunas de qualidade, denominada por Stock e Lambert (2001) de matriz absoluta de oportunidade. Os 28 atributos foram dispostos no eixo das ordenadas por ordem de importância. No primeiro grupo, ficaram os nove atributos mais importantes, no segundo os dez atributos medianamente importantes e no ultimo, os nove atributos menos importantes. Quanto ao eixo das abscissas, foram ordenadas as lacunas de qualidade de acordo com as suas magnitudes: as nove maiores lacunas, as dez medianas e as nove menores. Ao fazer o cruzamento das ordenadas e das abscissas, a matriz absoluta de oportunidade apresenta em cada um dos grupos de importância e desempenho sugestões de melhoria que serão representadas da seguinte forma: Melhorar Definitivamente (MD), Melhorar (ME), Manter ou Melhorar (MM), Manter (MA) e Manter ou Reduzir (MR). Os autores Stock e Lambert (2001) evidenciam a relevância das matrizes de oportunidade, pois esta ferramenta pode ser utilizada para orientar o desenvolvimento de estratégias que permitam construir um diferencial competitivo. 4.5.1 Matriz de oportunidade do destino Pipa/RN A matriz de oportunidades, quadro 4, construída a partir da percepção dos turistas de Pipa/RN, indica que os atributos segurança, relação qualidade/preço dos restaurantes e bares, relação qualidade/preço dos meios de hospedagem e disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde necessitam ser, definitivamente, melhorados. Os referidos atributos englobam questões tanto públicas quanto privadas, e, portanto, os gestores responsáveis devem reconhecer estas como ações prioritárias e estabelecer um plano execução de melhorias imediata, posto que esses atributos são de alta importância para os turistas e apresentaram lacunas de qualidade com grandes magnitudes negativas, revelando que estes são pontos vulneráveis do destino, uma vez que os desempenhos foram inferiores as expectativas. Os atributos preservação das atrações naturais, limpeza e manutenção dos espaços públicos, hospitalidade dos residentes, disponibilidade de informações para preparação da viagem, acesso ao destino, disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias, combate à prostituição e ao turismo sexual, sistema de comunicação se enquadram no segundo bloco de prioridade dos gestores, pois segundo a matriz de oportunidade absoluta necessitam ser melhorados. Esses atributos são importantes na percepção dos turistas e apresentaram lacunas de qualidades negativas. O atributo variedade e beleza atrações naturais deve ser melhorado ou mantido, visto que, de acordo com os turistas de Pipa/RN, este possui um alto nível de importância e elevado desempenho e, portanto, representa uma vantagem competitiva para o destino. Para os atributos disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo ano, agradabilidade meios de hospedagem, acesso às atrações turísticas, disponibilidade de espaços públicos, caminhadas e pontos de encontro, os investimentos devem ser apenas mantidos. Essa ação é justificada pelos baixos níveis de importância e desempenho conferidos a eles. Por fim, no que concerne aos atributos agradabilidade do clima, variedade na oferta meios de hospedagem, disponibilidade de variedade de restaurantes e bares, agradabilidade dos estabelecimentos comerciais, tranquilidade e calma, diversidade na oferta passeios e atividades de lazer, diversidade cultural pessoas frequentam o destino, disponibilidade de festivais sazonais e fama do destino turístico, a matriz de oportunidade sugere que estes sejam ou mantidos ou reduzidos, em razão dos turistas perceberem-nos como pouco importantes e com alto desempenho. Quadro 4 - Matriz de oportunidades do destino Pipa/RN Fonte: Pesquisa (2013). MD = melhorar definitivamente, ME = melhorar, MM = manter ou melhorar, MA = manter, MR = manter ou reduzir. 4.6 IDENTIFICAÇÃO DE GRUPOS HOMOGÊNEOS DE TURISTAS De acordo com Hair et al. (2005, p. 33), a análise de agrupamentos ou análise de clusters “é uma técnica que classifica uma amostra de entidades (indivíduos ou objetos) em um pequeno número de grupos mutuamente excludentes, com base na similaridade entre as entidades”. Essa técnica estatística foi utilizada para identificar os grupos de turistas que visitaram o destino Pipa/RN, sendo estes formados em conformidade com as notas de importância conferidas a cada um dos 28 atributos pesquisados. Foi empregado o método hierárquico Ward, disponível no SSPS, por apresentar solução simples e uma distribuição uniforme dos conglomerados. Ao final, foi escolhida a análise que distribui os respondentes em três clusters, por apresentar melhor distribuição dos componentes dos clusters, segundo tabela 13. O cluster 1 é formado por 172 turistas, sendo, em sua maioria, mulheres (54,7%), com idade entre 26 e 50 anos (75%), elevado grau de instrução com mínimo superior completo (59,30%), empregados de empresas públicas ou privadas (55,8%), renda familiar entre 2 a 10 salários mínimos (63,9%), viajou com a família (72,7%), foi à lazer (94,8%), se hospedaram em hotéis ou pousadas (69,2%), visitaram Pipa/RN uma ou duas vezes (57,0)% e permaneceram no destino de 1 a 3 dias (63,4%). Suas expectativas variaram de 9,79 a 6,40. Os atributos preservação das atrações naturais e fama do destino turístico foram apontados, respectivamente, com o maior e a menos importância. O cluster 2 é composto por 421 turistas, sendo, em sua maioria, mulheres (52,5%), com idade entre 26 a 50 anos (68,4%), elevado grau de instrução com mínimo superior completo (62,3%), empregados de empresas públicas ou privadas (57,3%), renda familiar entre 2 a 10 salários mínimos (70,5%), viajou com a família (68,9%), foi à lazer (98,1%), se hospedaram em hotéis ou pousadas (72,2%), visitaram Pipa/RN uma ou duas vezes (67,2)% e permaneceram no destino de 1 a 3 dias (62,5%). Mostrou-se um grupo extremamente exigente, apresentando escores médios de importância entre 9,77 a 8,06. O atributo mais valorizado foi segurança, enquanto que o menos valorizado foi fama do destino turístico. O cluster 3 é formado por 167 turistas, sendo, na sua maioria, mulheres (62,9%), com idade entre 26 a 50 anos (70,0%), elevado grau de instrução com mínimo superior completo (63,5%), empregados de empresas públicas ou privadas (56,9%), renda familiar entre 2 a 10 salários mínimos (57,4%), viajou com a família (60,5%), foi à lazer (95,2%), se hospedaram em hotéis ou pousadas (72,2%), visitaram Pipa/RN uma ou duas vezes (68,2%) e permaneceram no destino de 1 a 3 dias (62,3%). As médias nominais variaram de 8,43 a 6,89 demonstrando um nível de expectativa menor em comparado com os clusters anteriores. A variedade e beleza das atrações naturais foi o atributo mais importante, enquanto a fama do destino turístico foi o de menor importância. Tabela 13 - Perfil dos componentes dos clusters Variáveis Cluster 1 172 Tamanho Género dos entrevistados 54,7% Feminino 45,3% Masculino Faixa Etária 0,6% Até 17 anos 13,4% 18 a 25 anos 39,0% 26 a 35 anos 36,0% 36 a 50 anos 9,3% 51 a 65 anos 1,7% Mais de 65 anos Grau de escolaridade 0,6% Sem formação formal 0,0% Fundamental I (1º ao 5º) 2,3% Fundamental II (6º ao 9º) 20,3% Ensino médio 17,4% Universitáro 34,9% Ensino superior 24,4% Pós graduação Ocupação Principal 21,5% Funcionário público 34,3% Funcionário de emp. Privada 3,5% Aposentado 18,0% Empresário 8,1% Estudante 14,5% Outro Renda 6,4% Menos de 2 SM 33,1% 2 a 5 SM Renda familiar 30,8% 6 a 10 SM 20,3% 11 a 20 SM Mais de 20 SM no destino Pipa/RN9,3% Tempo de permanência Viajou ao destino com 72,7% Família 22,1% Amigos 3,5% Sozinho 1,7% Outros Motivo da viagem 94,8% Lazer 5,2% Trabalho 0,0% Congresso/Evento 0,0% Outros Meio de hospedagem utilizado 34,9% Hotel 2,3% Resort 1,2% Flat 7,0% Casa própria 10,5% Albergue 4,7% Casa de parentes/amigos 2,3% Camping 34,3% Pousada 2,9% Outros Cluster 2 421 Cluster 3 167 52,5% 47,5% 62,9% 37,1% 1,7% 15,7% 36,6% 31,8% 12,6% 1,7% 1,2% 18,6% 39,5% 30,5% 9,6% 0,6% 0,0% 0,5% 2,1% 20,0% 15,2% 48,0% 14,3% 0,6% 0,0% 0,0% 15,0% 21,0% 41,3% 22,2% 25,2% 32,1% 5,5% 14,3% 11,2% 11,9% 24,6% 32,3% 2,4% 11,4% 17,4% 12,0% 6,2% 40,1% 30,4% 15,7% 7,6% 6,6% 26,9% 30,5% 22,8% 13,2% 68,9% 24,5% 3,8% 2,9% 60,5% 33,5% 4,8% 1,2% 98,1% 1,9% 0,0% 0,0% 95,2% 3,6% 0,0% 1,2% 38,0% 3,8% 1,9% 3,8% 12,4% 1,7% 0,2% 34,2% 4,0% 29,3% 2,4% 4,2% 8,4% 8,4% 3,0% 0,6% 38,9% 4,8% Número de visitas ao destino Pipa/RN 46,5% Uma vez 10,5% Duas vezes 8,1% Três vezes 34,9% Quatro ou mais vezes Tempo de permanência no destino Pipa/RN 63,4% 1 a 3 noites 21,5% 4 a 7 noites 8,7% 8 a 14 noites 6,4% Mais de 14 noites Fonte: Pesquisa (2013). 53,2% 14,0% 8,3% 24,5% 33,5% 25,7% 10,2% 30,5% 62,5% 28,7% 3,6% 5,2% 62,3% 28,7% 4,8% 4,2% Durante a análise das variações das notas de expectativa de cada um dos clusters, subtraindo o maior escore do menor, independente do atributo a qual foi conferido, constatouse que a cada agrupamento formado a amplitude das expectativas, nominalmente, tornava-se menor (Δcluster1 = 3,39, Δcluster2 = 1,71, Δcluster3 = 1,54). A tabela 14 detalha as médias e os rankings de cada cluster. Tabela 14 - Médias e rankings de importância dos atributos por cluster C1 C2 R ME ME R R ME 1 9,79 1 9,77 2 Preservação das atrações naturais 9,46 2 9,70 3 9,77 1 Segurança 9,41 3 9,48 2 9,67 3 Limpeza e manutenção dos espaços públicos 9,31 4 9,10 6 9,65 6 Variedade e beleza das atrações naturais 9,21 5 9,10 4 9,63 4 Hospitalidade dos residentes 9,20 6 9,05 17 9,61 7 Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares 9,11 7 8,99 14 9,59 10 Relação qualid./preço dos meios de hospedagem 9,10 8 8,92 5 9,56 9 Disp. de informações para a preparação da viagem 9,05 9 8,97 7 9,55 5 Disp. de serviços e equipamentos de saúde 9,05 10 8,89 11 9,50 12 Acesso ao destino 9,01 11 8,82 8 9,50 16 Agradabilidade do clima 9,01 12 8,80 12 9,49 18 Variedade na oferta de meios de hospedagem 8,97 13 8,78 9 9,48 14 Disp. de hotéis, restaurantes e entret. durante o ano 8,96 14 8,66 15 9,42 19 Disp. de variedade de restaurantes e bares 8,94 15 8,62 16 9,42 15 Agradabilidade dos meios de hospedagem 8,94 16 8,61 13 9,40 13 Acesso às atrações turísticas 8,93 17 8,49 10 9,40 11 Disp.e de equipamentos/serviços nas praias 8,89 18 8,40 21 9,39 17 Combate à prostituição e ao turismo sexual 8,76 19 8,34 18 9,39 8 Sistema de comunicação 8,75 20 8,11 20 9,37 20 Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais 8,74 21 8,04 19 9,24 24 Tranquilidade e calma 8,59 22 7,81 23 9,23 22 Disp.espaços públicos para passeios, caminhadas 8,56 23 7,72 24 9,07 21 Horário de funcionamento do comércio local 8,50 24 7,54 26 9,06 6 Variedade na oferta estab. comerciais e serviços 8,41 25 7,38 22 8,91 25 Divers.e na oferta de passeios e atividades de lazer 8,30 26 7,20 25 8,42 26 Divers. cultural pessoas que frequentam o local 7,92 27 6,47 27 8,29 27 Disponibilidade de festivais sazonais 7,64 28 6,40 28 8,06 28 Fama do destino turístico 7,43 Fonte: Pesquisa (2013). Me = média; R = ranking; C1 = cluster 1; C2 = cluster 2; C3 = cluster 3 Menos importante Medianamente importante Mais importante Atributos G C3 ME 8,43 8,43 8,37 8,34 8,31 8,27 8,26 8,07 8,07 8,06 8,00 7,92 7,88 7,79 7,79 7,76 7,74 7,72 7,66 7,66 7,65 7,63 7,58 7,43 7,26 7,23 7,21 6,89 R 2 5 6 1 4 7 8 23 11 15 3 14 13 12 20 22 10 9 18 16 21 17 24 19 25 26 27 28 Observa-se que quatorze atributos se comportaram de forma semelhantes em relação ao nível de importância dado a cada atributo, sendo eles: preservação das atrações naturais, segurança, limpeza e manutenção dos espaços públicos, variedade e beleza das atrações naturais, hospitalidade dos residentes, acesso ao destino, variedade na oferta de meios de hospedagem, disponibilidade de variedade de restaurantes e bares, disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias, horário de funcionamento do comércio local, diversidade na oferta de passeios e atividades de lazer, diversidade cultural pessoas que frequentam o local, disponibilidade de festivais sazonais e fama do destino turístico. Cruzando as informações contidas na tabela 14 e no Gráfico 1, que representa o comportamento das médias de importância por cluster, constata-se que o cluster 2 é mais exigente, tendo sua menor média 8,06, bem acima dos demais que possuem médias abaixo de 7,0. Retomando os dados do perfil do cluster 2, observa-se que o mesmo se destaca por ser o mais populoso, 421 componentes, possuir a distribuição mais equilibrada entre mulheres e homens, 52,5% e 47,5% respectivamente, apresentar o maior percentual de faixa etária de 51 a 65 anos, 12,6%, e quase sua totalidade, 98,1%, viajaram ao destino à lazer. Portanto, é possível inferir que essas especificidades refletem a causa do alto nível de exigência apresentado por estes visitantes. A partir dos resultados auferidos, pode-se renomear o cluster 1 de cluster dos exigentes, o cluster 2 de cluster dos muito exigentes e o cluster 3 de cluster dos menos exigentes. Gráfico 1: Comportamento das médias de importância dos atributos por clusters 12 10 8 Cluster dos exigentes 6 Cluster dos muito exigentes Cluster dos menos exigentes 4 2 0 1 3 5 7 Fonte: Pesquisa (2013). 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 Por fim, foi realizado um teste de correlação de Spearman para verificar o alinhamento entre os rankings de importância dos clusters. Observam-se índices superiores a 0,715, o que denota que os conglomerados possuem prioridades compatíveis. O resultado do teste é apresentando na Tabela 15. Tabela 15 - Teste de Spearman para os rankings dos clusters C1 C2 C3 C1 1,00 C2 0,771 C3 0,741 0,771 1,000 0,715 0,741 0,715 1,00 Fonte: Pesquisa. C1 = cluster 1; C2 = cluster 2; C3 = cluster 3. A partir da analise de cluster eclodiram três agrupamentos em que a heterogeneidade entre eles foi marcada por distintos níveis de expectativas, e não por fatores sociodemográficos, que foram nomeados de: cluster dos exigentes, cluster dos muito exigentes e o cluster dos menos exigentes, assim como Dey e Sarma (2010) que identificaram três grupos com expectativas distintas: turistas amantes exploradores da natureza, turistas amantes da natureza e turistas que buscam sair da rotina. 4. 7 IDENTIFICAÇÃO DE DIMENSÕES PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NO DESTINO TURÍSTICO Uma analise fatorial foi igualmente conduzida aos 28 atributos do utilizados na pesquisa com rotação ortogonal (varimax) em uma amostra de 760 participantes. O objetivo dessa análise foi encontrar uma forma de resumir a informação contida nas diversas variáveis originais em um conjunto menor de novas dimensões compostas de variáveis estatísticas com uma perda mínima de informação (HAIR et al., 2005). A medida de Kaiser-Meyer-Olkin verificou a adequação amostral para analise (KMO=0,861), que segundo Hair et al. (2005), KMO entre 0,8 a 0,9 é ótimo. O teste de esfericidade de Barlett=6644,191, p menor que 0,001, indicou que as correlações entre os itens são suficientes para a realização da análise. A análise inicial mostrou que sete componentes obedeceram ao critério de Kaiser do autovalor maior que 1 e explicaram 59,72% da variância (tabela 16). Tabela 16 - Valores dos eingenvalue e percentagem da variância total explicada pelos sete componentes Componentes 1 2 3 4 5 6 7 Fonte: Pesquisa (2013). Eingenvalue % Variância Acumulado % 6,829 2,309 1,503 1,414 1,323 1,116 1,032 12,014 9,897 9,529 8,754 7,296 7,236 4,989 12,014 21,912 31,440 40,195 47,490 54,726 59,716 Com base na análise fatorial realizada, foram formados sete grupos (tabela 17). Os atributos “disponibilidade de informações para a preparação da viagem” e “hospitalidade dos residentes” foram retirados por apresentarem comunalidade de 0,372 e 0,385 respectivamente. De acordo com Hair et al. (2005) as variáveis com comunalidades reduzidas (0,3 ou inferior) são pouco explicadas pelos componentes e contribuem pouco para a sua definição. Tabela 17 - Comunalidades dos fatores Atributos Acesso às atrações turísticas Acesso ao destino Disp. de serviços e equip. de saúde Segurança Sistema de comunicação Disp. hotéis, restaurantes e entret. durante ano Disp. de variedade de restaurantes e bares Variedade na oferta de meios de hospedagem Divers. oferta passeios e atividades de lazer Agradabilidade do clima Horário de func. do comércio local Variedade oferta de estab.comerciais/ serviços Disp. de espaços públicos para passeios Fama do destino turístico Disp. de festivais sazonais Divers.cultural pessoas que frequentam destino Preservação das atrações naturais Limpeza e manutenção dos espaços públicos Variedade e beleza das atrações naturais Disp. de equip./serviços nas praias Relação qual./preço dos meios de hospedagem Relação qual./preço nos restaurantes e bares Agradabilidade dos meios de hospedagem Agradabilidade dos estab. Comerciais 1 ,743 ,741 ,670 ,631 ,621 ,453 2 3 4 5 6 ,680 ,680 ,504 ,484 ,684 ,604 ,582 ,579 ,561 ,489 ,795 ,789 ,563 ,538 ,869 ,869 ,803 ,769 7 Combate à prostituição e ao turismo sexual Tranquilidade e calma Fonte: Pesquisa (2013). ,660 ,494 De acordo com os resultados anteriores, é possível interpretar e renomear cada grupo formado. Baseando-se nos atributos que compõem o Componente 01 – acesso as atrações turísticas, acesso ao destino, disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde, segurança, sistema de comunicação e disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo o ano – este pode ser renomeado de “infraestrutura turística”. O Componente 02, formado por disponibilidade de variedade de restaurantes e bares, variedade na oferta de meios de hospedagem, diversidade na oferta de passeios e atividades de lazer e agradabilidade do clima, pode ser denominado de “lazer e qualidade de vida”. O Componente 03, por sua vez, engloba os atributos horário de funcionamento do comércio local, variedade na oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços, disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de encontro, fama do destino turístico, disponibilidade de festivais sazonais e diversidade cultural das pessoas que frequentam o local, podendo ser rotulado por “infraestrutura de comércio e entretenimento”. O Componente 4, formado pelos atributos preservação das atrações naturais, limpeza e manutenção dos espaços públicos, variedade e beleza das atrações naturais e disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias, pode ser denominado de “qualidade ambiental e patrimonial” . O Componente 05, composto pelos atributos relação qualidade/preço dos meios de hospedagem e relação qualidade/preço nos restaurantes e bares, pode ser rotulado de “custo benefício dos serviços turísticos”. Em sequência, o Componente 06, formado pelos atributos agradabilidade dos meios de hospedagem e agradabilidade dos estabelecimentos comerciais, pode ser renomeado de “conforto das instalações turísticas”. Por último, o Componente 07, que engloba os atributos combate à prostituição e ao turismo sexual e tranquilidade e calma, pode ser denominado de “tranquilidade e sossego”. Portanto, a partir da analise fatorial realizada, foi possível estabelecer sete dimensões para avaliar a qualidade dos serviços nos destinos turísticos: infraestrutura turística, lazer e qualidade de vida, infraestrutura de comércio e entretenimento, qualidade ambiental e patrimonial, custo benefício dos serviços turísticos, conforto das instalações turísticas e tranquilidade e sossego, similarmente o estudo de Toro, Muñoza e Moreno (2010) que analisaram o destino de sol e mar Nerja na Espanha e identificaram sete dimensões que foram renomeadas de: hotéis e apartamentos, acessibilidade e pequenas empresas, imagem do destino, elementos tangíveis das lojas de varejo, serviços fora dos hotéis, superlotação e praias. 4. 8 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS Os destinos turísticos hoje estão enfrentando uma intensa competição e os desafios estão maiores a cada ano. Desse modo, é essencial obter uma melhor compreensão do que realmente torna os destinos atrativos para os seus visitantes. As principais conclusões deste estudo apresentam significativas implicações gerenciais para os gestores públicos e privados do setor do turismo e áreas correlatas. O estudo apontou que, de acordo com a percepção dos respondentes, independentemente do destino turístico, os atributos mais importantes para satisfação dos turistas são: preservação das atrações naturais, segurança, limpeza e manutenção dos espaços públicos, variedade e beleza das atrações naturais, hospitalidade dos residentes, relação qualidade/preço nos restaurantes e bares, relação qualidade/preço dos meios de hospedagem, disponibilidade de informações para a preparação da viagem e disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde. No entanto, com o intuito se aprofundar no contexto do destino estudado, a análise da matriz de oportunidade de Pipa/RN, que relaciona as lacunas de qualidade com a importância referida a cada atributo, será utilizada para identificar os atributos que devem ser encarados como prioridade pelos gestores públicos e privados da Região. Portanto, os atributos destacados no quadro 5, se posicionaram nos quadrantes “melhorar definitivamente” e “melhorar” da matriz construída pela pesquisa. Quadro 5 - Oportunidades de melhorias para o destino Pipa/RN Ação 1: Melhorar os serviços e equipamentos de saúde do destino Pipa/RN. Situação atual: Segundo relatos dos entrevistados, o destino possui apenas um posto de saúde que funciona apenas de segunda a sexta e constantemente não tem médicos para atender os enfermos. Oportunidades de melhorias: Gestores públicos: Aumento do quadro médico; equipar o posto médico para o atendimento da população e casos de emergências; funcionamento do posto durante 24 horas, incluindo finais de semana e feriados; adquirir ambulância com estrutura de UTI; incentivar o investimento privado na implantação de clinicas médicas e odontológicas no local. Gestores privados: Estudo de mercado para identificar viabilidade de implantação de clinicas médicas e Elementos envolvidos: Governos municipal, estadual e federal e a iniciativa privada. /ou odontológicas na Região. Ação 2: Melhorar a segurança no destino Pipa/RN. Situação atual: Segundo relatos dos entrevistados, os casos de furtos e roubos crescem exponencialmente na região, além de casos de homicídios, arrastões e sequestros. Outro ponto que merece destaque é o tráfico de drogas. Ação 3: Melhorar a relação qualidade/ preço dos restaurantes e bares do destino Pipa/RN. Situação atual: Segundo relatos dos entrevistados, alguns restaurantes e bares aproveitam a fama do destino, para cobrar mais do que devem pelos produtos que oferecem. Ação 4: Melhorar a relação qualidade/ preço dos meios de hospedagem do destino Pipa/RN. Situação atual: Segundo relatos dos entrevistados, alguns meios de hospedagem apresentam tarifas elevadas e não prestam os serviços a altura. Ação 5: Melhorar os equipamentos/ser viços nas praias do destino Pipa/RN. Situação atual: Segundo relatos, as praias não dispõem de banheiros públicos, difícil acessos as praias, sendo algumas escadas improvisadas e não foi encontrado nenhum salva vidas no local. Oportunidades de melhorias: Gestores públicos: Aumento do efetivo policial; maior número de viaturas para sistematizar as rondas; campanhas de combate ao turismo sexual e ao tráfico de drogas; instalação de câmeras de segurança nos espaços públicos e investimento em educação, esporte e lazer. Gestores privados: organização de reuniões regulares entre a polícia e os empresários da região; apoio as campanhas de combate ao turismo sexual e ao tráfico de drogas. Oportunidades de melhorias: Gestores públicos: Política de incentivo fiscal para os empresários do ramo de alimentação. Gestores privados: Participação dos empresários em cursos/palestras relacionados à formação de preço; revisão das planilhas de custos de alimentos e bebidas; buscar novos fornecedores que aliem preço e qualidade. Oportunidades de melhorias: Gestores públicos: Política de incentivo fiscal para os empresários do ramo hoteleiro. Gestores privados: Participação dos empresários em cursos/palestras relacionados à formação de preço, atendimento ao cliente e hospitalidade; revisão das planilhas de custos, implantação programas de qualidade no atendimento; melhoria das instalações físicas. Oportunidades de melhorias: Gestores públicos: Construção de banheiros públicos, cadastramento dos ambulantes, padronização das barracas de praias, realização de obra para melhorar o acesso com rampas e escadas e a implantação de postos de salva vidas. Gestores privados: Implantação de uma associação de ambulantes; fortalecimento da associação dos empresários de barracas de praia; treinamentos dos funcionários das barracas de praia em relação ao atendimento ao cliente e manipulação dos alimentos. Elementos envolvidos: Governos municipal, estadual e federal e a iniciativa privada, população e organizações não governamentais. Elementos envolvidos: Governos municipal, estadual e federal, a iniciativa privada. Sebrae e Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). Elementos envolvidos: Governos municipal, estadual e federal, a iniciativa privada, Sebrae e ABIH (Associação Brasileira da Indústria dos hotéis). Elementos envolvidos: Governos municipal, estadual e federal e a iniciativa privada. Ação 6: Melhorar o acesso do destino Pipa/RN. Situação atual: Segundo relatos, o acesso do destino Pipa/RN não possui sinalização adequada e as condições da estrada não são satisfatórias. Oportunidades de melhorias: Gestores públicos: Instalação de sinalização adequada; recapeamento do asfalto; revitalização da rua principal e duplicação das vias. Elementos envolvidos: Governos municipal, estadual e federal. Ação 7: Melhorar o sistema de comunicação do destino Pipa/RN. Situação atual: Segundo relatos, os sinais de telefonia móvel e internet de todas as operadoras na não atendem as necessidades da maioria dos entrevistados. Oportunidades de melhorias: Gestores públicos: Instalação zonas de wi-fi . Elementos envolvidos: Governos municipal, estadual e federal e iniciativa privada. Situação atual: Segundo relatos, a preservação das atrações naturais é de extrema importância para a continuidade da atividade turística na região. Oportunidades de melhorias: Gestores públicos: otimização no controle de novas construções em todo o perímetro do destino; planejamento para prevenção de desastres ecológicos; mapeamento e controle da fauna e flora da região; parcerias com Instituição de Ensino e Pesquisa; campanhas de sensibilização para preservação do meio ambiente direcionadas tanto para população nativa quanto turistas; melhoria na limpeza dos espaços públicos; implementação da coleta seletiva. Ação 8: Melhorar a preservação das atrações naturais e limpeza e manutenção dos espaços públicos. Ação 9: Melhorar a disponibilidade de informações para preparação de viagens Situação atual: Segundo relatos, os turistas enfrentaram problemas na organização da viagem por falta de informações sobre o destino. de Gestores privados: Melhoria na infraestrutura para que os clientes consigam utilizar os celulares tanto para realizar ligações quanto para utilizar a internet. Gestores privados: Implantar ações visando a preservação do meio ambiente, como coleta seletiva, diminuição do uso de recursos como água e energia; respeitar as atrações naturais existentes na região. Oportunidades de melhorias: Gestores públicos: Investir na implantação de um sítio eletrônico atualizado para dispor de informações sobre o destino, assim como, elaboração de guias impressos. Elementos envolvidos: Governos municipal, estadual e federal, a iniciativa privada, população, turistas, Instituições de Ensino e Pesquisa e Organizações não governamentais. Elementos envolvidos: Governo municipal e iniciativa privada. Gestores privados: Manter atualizado os sítios eletrônicos, utilizar as mídias sociais se comunicar com os turistas. Fonte: construção da pesquisadora. O Quadro 5 foi construído a partir das informações colhidas durante a elaboração da pesquisa a partir de relatos da população residente, turistas, empresários e especialistas. Entende-se que as ações de responsabilidade dos gestores públicos deverão ser trabalhadas em conjunto entre as esferas municipais, estaduais e municipais, para que os resultados sejam realmente significativos. Além disso, as parcerias público-privadas são fundamentais. Logo, a fim de alcançar um nível elevado de satisfação dos turistas, é essencial que todos os elementos envolvidos tenham uma boa coordenação e cooperação, e acima de tudo, a plena consciência da importância de fornecer serviços de qualidade para a continuidade competitividade do destino Pipa/RN. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo propôs uma investigação sobre a avaliação da qualidade dos serviços no destino Pipa/RN, na percepção dos seus visitantes. No decorrer do trabalho, foi discutido sobre as especificidades do setor do turismo e a crescente importância de entender as necessidades dos visitantes e oferecer serviços de qualidade para que os destinos turísticos mantenham sua competitividade perante os demais concorrentes. Desse modo, é possível inferir que o perfil da amostra pesquisada é composta por sua maioria de indivíduos do sexo feminino, na faixa de 26 a 50 anos, com ensino médio completo, que trabalham em empresas privadas, declaram ter rendimento entre 2 a 10 salários mínimos, viajaram à Pipa/RN com a família, visitaram o destino para lazer, os meios de hospedagem mais utilizados foram hotéis e pousadas, visitaram o destino duas ou mais vezes, permanecem de 1 a 3 dias no destino Pipa/RN e são oriundos da Região Nordeste. Em relação à importância referida a cada atributo, os resultados indicaram que foi apontado um maior nível de importância para o atributo preservação das atrações naturais e o menor nível de importância para o atributo fama dos destinos turísticos. Igualmente tiveram um alto nível de importância os atributos: segurança, limpeza e manutenção dos espaços públicos, variedade e beleza das atrações naturais, hospitalidade dos residentes, relação qualidade/preço nos restaurantes e bares, relação qualidade/preço dos meios de hospedagem, disponibilidade de informações para a preparação da viagem e disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde. No que concerne ao desempenho obtido pelo destino Pipa/RN o atributo que teve o melhor desempenho foi variedade e beleza das atrações naturais, que no ranking de importância, situou-se em 4º lugar e o atributo de pior desempenho foi combate à prostituição e ao turismo sexual, 18º lugar no ranking de importância na percepção dos turistas. Na avaliação geral, o destino Pipa/RN foi bem avaliado pelos respondentes, recebendo uma nota média de 8,78. Ao examinar as lacunas de qualidade, verificou-se uma predominância de lacunas negativas, indicando que grande parte dos serviços oferecidos no destino Pipa/RN está abaixo das expectativas dos turistas. Dos 28 atributos utilizados na pesquisa, 19 apresentaram lacunas negativas, sendo a com maior magnitude combate à prostituição e ao turismo sexual e 09 lacunas positivas, que apresentaram valores iguais ou maiores que zero, tendo a maior magnitude o atributo fama do destino turístico. A partir das expectativas/importâncias e das lacunas de qualidade, baseando-se no modelo de Stock e Lambert (2001), foi possível construir a matriz absoluta de oportunidades do destino Pipa/RN. Os resultados enfatizaram a necessidade melhorar definitivamente os atributos: segurança, relação qualidade/preço dos restaurantes e bares, relação qualidade/preço dos meios de hospedagem e disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde. Quanto à identificação de grupos homogêneos de turistas, constatou-se que eclodiram três grupos em que a heterogeneidade foi marcada por distintos níveis de expectativas, e não por fatores sociodemográficos. Por esta razão, receberam a seguinte nomenclatura: cluster dos exigentes, cluster dos muito exigentes e o cluster dos menos exigentes. Em relação à identificação de dimensões para avaliação da qualidade no destino turístico, foi possível estabelecer sete dimensões que foram denominadas de: infraestrutura turística, lazer e qualidade de vida, infraestrutura de comércio e entretenimento, qualidade ambiental e patrimonial, custo benefício dos serviços turísticos, conforto das instalações turísticas e tranquilidade e sossego. Dentre as implicações gerenciais propostas, enfatiza-se a necessidade dos gestores públicos e privados executar a melhoria de nove atributos, que conforme os resultados obtidos apresentaram alta importância e baixo desempenho no destino de Pipa/RN. Portanto, foram sugeridas oportunidades de melhorias para os atributos que na matriz absoluta de oportunidades elaborada na presente pesquisa, necessitavam de maior atenção e investimentos. Assim sendo, foram sugeridas as seguintes ações: melhorar os serviços e equipamentos de saúde, melhorar a segurança, melhorar a relação qualidade/ preço dos restaurantes e bares, melhorar a relação qualidade/ preço dos meios de hospedagem, melhorar os equipamentos/serviços nas praias, melhorar o acesso do destino, melhorar o sistema de comunicação, melhorar a preservação das atrações naturais e limpeza e manutenção dos espaços públicos e melhorar a disponibilidade de informações para preparação de viagens. Em relação às limitações deste estudo, enfatiza-se que as conclusões inferidas circunscreve-se apenas ao destino Pipa/RN. Sugere-se aos pesquisadores replicá-lo em outros contextos, inclusive fazendo comparações com outros destinos turísticos no mundo, como também analisar questões relacionadas à lealdade dos destinos turísticos, intenção de revisitar, influências na escolha de um destino turístico e meios de divulgação eficientes para os destinos turísticos. REFERÊNCIAS ACEVEDO, Claudia Rosa; NOHARA, Jouliana Jordan. Monografia no curso de administração: guia completo de conteúdo e forma. 3. ed. São Paulo: Atlas. 2007. ALTIGAN, Eda; AKINCI, Serkan; AKSOY, Safak. Mapping service quality in the tourism industry. Managing Service Quality, v.13, n.5, pp.412-422. 2003. ARAÚJO, Maria C. C. Uma viagem insólita: de um território pesqueiro a um “paraíso” turístico – Pipa/RN. Dissertação de mestrado. Departamento de Arquitetura e Urbanismo. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2002 BAJS, I. P. Attributs of tourisy destination as determinants of tourist perceived value. International Journal of Manangement Cases. 2011. pp 547 -554. BARROS, José Luís Gonçalves. A satisfação com a qualidade de Serviços na fidelização dos destinos Turísticos (aplicada a cabo verde). Dissertação de mestrado. Mestrado em Marketing. Faculdade de Economia da Universidade do Porto. 2008. BARROS, N. C. C. Por que as Destinações Turísticas do Nordeste do Brasil não declinam? Uma interpretação geográfica. Recife: Editora Universitária UFPE: 2009. BEERLI, Asuncion; MARTIN, Josefa. D. Tourists’ characteristics and the perceived image of tourist destinations: a quantitative analysis—a case study of Lanzarote, Spain. Tourism Management, Vol 25, pp 623–636. 2004. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006. BRASIL. Marketing Dos Destinos Turísticos. 2010. Disponível em: http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_ publicacoes/Marketing_Destinos_Turisticos.pdf. Acesso em: 20 ago 2012. BRASIL. Roteiros Do Brasil. 2011. Disponível em: http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_ publicacoes/Revista_Roteiros_do_Brasil_-_internet.pdf. Acesso em: 01 ago 2012. BUHALIS, Dimitrios. Marketing the competitive destination of the future. Tourism Management. Vol 21. pp: 97-116. 2000. BUTLER, R.W. The concept a tourist area cycle of evolution: implications for management of resources. University of Western Ontario Canadian Geographer, XXIV, 1:512. 1980. CARDOSO, José Manuel Oliveira. Avaliação da qualidade de destinos turísticos: destino Figueira da Foz. Dissertação de mestrado. Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial. Universidade de Aveiro. 2011. CAVALCANTI NETO, Miguel Dantas. Praias Potiguares. Editora Foco: Natal. 2ª ed. 2004. CHI, C. G; QU, Hailin. Examining the structural relationships of destination image, tourist satisfaction and destination loyalty: An integrated approach. Tourism Management Vol 29 , pp 624–636. 2008. CNS. Pesquisa mensal de emprego em serviço. Julho.2013. http://www.cnservicos.org.br/documentos/economia/004/Julho_2013.pdf. Disponível em: CRACOLICI, Maria Francesca; NIJKAMP, Peter. The attractiveness and competitiveness of tourist destinations: A study of Southern Italian regions. Tourism Management Vol 30. 336–344. 2008. CROMPTON, John L. Motivations for Pleasure Vacation. Annals of Tourism Research, VI(4):408-424. 1979. CROUCH, Geoffrey; RITCHIE, J. R. Brent. Tourism, Competitiveness, and Societal Prosperity. Journal of Business Research 44, 137–152. 1999. DAS, Debadyuti ; PRATAP, K ; MOHAPATRA; J, SHARMA, Sushil Kumar; SARKAR, Ashutosh. Factors influencing the attractiveness of a tourist destination: a case study. Journal of Services Research. Vol.7, Number 1. April – Sept. 2007. DEY, Banasree; SARMA, Mrinmoy K. Information source usage among motive-based segments of travelers to newlyemerging tourist destinations .Tourism Management Vol 31, pp 341–344. 2010. DRISCOLL, Angie; LAWSON, Rob; NIVEN, Brian. Measuring Tourists'destination Perceptions. Annals of Tourism Research, Vol. 21, No. 3, pp. 499-511. 1994. DWYER, Larry; FORSYTH, Peter; RAO, Prasada. The price competitiveness of travel and tourism: a comparison of 19 destinations. Tourism Management 21. 9-22. 2000. EMBRATUR. Regulamento Geral dos Meios de Hospedagem. Disponível em: http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/legislacao/downloads_legislacao/Regu lamento_geral_meios_hospedagem.pdf .Acesso em: 05 ago 2012. ENRIGHT, Michael J.; NEWTON, James. Tourism destination competitiveness: a quantitative approach. Tourism Management. Vol 25, pp 777–788. 2004. ERAQI, Mohammed I. Tourism services quality (TourServQual) in Egypt: The viewpoints of external and internal customers. Benchmarking: An International Journal, Vol. 13 Iss: 4 pp. 469 – 492. 2006. FAKEYE, Paul C.; CROMPTON, John L. Importance of Socialization to Repeat Visitation. Journal Annals of Tourism Research. Vol. 19 No. 2 pp. 364-367. 1992. FITZSIMMONS, J; FITZSIMMONS, M. Administração de serviços: operações, estratégias e tecnologia da informação. 4ºed. Porto Alegre: Bookman, 2005. FODNESS, D. & MURRAY, B. A Model of Tourist Information Search Behavior. Journal of Travel Research, Vol. 37, pp220-230. 1999. FREITAS, Ana Cristina Nóbrega da Cunha. Análise comparativa dos corredores turísticos em torno do Lago de Itaipu no Brasil e o Lago Llanquihue no Chile. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Turismo. Universidade do Vale do Itajaí. 2004. GARTNER, William C. Temporal Influences on Image Change. Annals of Tourism Research. Vol. 13. pp. 635-644. 1986. GONÇALVES, Salete. Turismo em Jogo: A Dinâmica da Reterritorialização em Tibau do Sul/RN. Dissertação de mestrado de turismo. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2010. GRANDE, Mariana Benetti. Impactos sociais da atividade turística: um estudo de caso em Tibau do Sul/RN. Dissertação de mestrado.Programa de mestrado em administração. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2009. GRÖNROOS, Christian.The perceived service quality concept - a mistake? Managing Service Quality, Vol. 11, Iss: 3 pp. 150 – 152. 2001. GRÖNROOS, C. Marketing: gerenciamento e serviços. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsivier, 2009. GRÖNROOS, C. Um modelo de qualidade de serviços e suas implicações para o marketing. RAE.Vol 46. Num.4. Out/ Dez. 2006. HAIR JUNIOR, J. F.; ANDERSON, R. E.; TATHAM, R. L.; BLACK, W. C. Análise multivariada de dados. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. HACKMANN, Berenice G. Tipos de pesquisa. Disponível em: http://www.faccat.br/ download/pdf/posgraduacao/pic_2011/08_tipos_pesquisas_2011.pdf. Acesso em: 01 maio 2013. HANDSZUH, Henryk. Quality in Senior Tourism. Second International Conference on Senior Tourism, held at Olinda/Recife, Brazil, from 13 to 15 September 1996. HSU, Tzu-Kuang; TSAI, Yi-Fan Tsai; WU, Herg-Huey. The preference analysis for tourist choice of destination: A case study of Taiwan. Tourism Management, Vol 30, pp 288–297. 2009 HU, Yangzhou; RITCHIE, J.R. Brent. Measuring Destination Attractiveness: A Contextual Approach. Journal of Travel Research. pp 32: 25. 1993. IBGE. Pesquisa de Serviços de hospedagem. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio. 2011. IBGE. Contas Nacionais Trimestrais 4º Trimestre. 2012. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Fasciculo_Indicadores _IBGE/pib-vol-val_201204caderno.pdf. Acesso em: 20 agosto 2013. IDEMA. Parque Estadual Mata da Pipa. Disponivel em: http://www.idema.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/idema/unidades_de_conservacao/gera dos/parque_mata_da_pipa.asp. Acesso em: 01 maio 2012. IDEMA. Perfil do seu município: Tibau do Sul. 2008. Disponível em: http://www.idema.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/idema/socio_economicos/arquivos/Pe rfil%202008/Tibau%20do%20Sul.pdf. Acesso em: 03 maio de 2012. KANDAMPULLY, J. The impact of demand fluctuation on the quality of service: a tourism industry example. Managing Service Quality. Vol 10. Num 1. Pp 10-19. 2000. KIM, Hong-bumm. Perceived Attractiveness of Korean Destinations. Annals of Tourism Research, Vol. 25, No. 2, pp. 340-361. 1998. KOZAK, Metin; RIMMINGTON, Mike. Measuring tourist destination competitiveness: conceptual considerations and empirical findings. Hospitality Management. Vol 18, pp 273 - 283. 1999. KOZAK, Metin. Comparative analysis of tourist motivations by nationality and destinations. Tourism Management Vol 23, pp 221–232. 2002. LOVELOCK, C. & WRIGHT, L. Serviços: Marketing e gestão. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. .ed. Porto Alegre: Bookman. 2001. MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 6ª edição. São Paulo: Atlas. 2001. MARODIN, Tatiana Gehlen. Expectativa e Qualidade Percebida Dos Serviços Hoteleiros Na Cidade De Natal. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Administração. Universidade Potiguar. 2010. MARTINS, Angelo Antonio Cavalcante. Motivação, expectativa, experiência, satisfação ou dissatisfação dos turistas com o produto turístico destinação: estudo sobre a área da grande Maceió - Alagoas – BR. Tese de doutorado. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade. USP. 2006. MATTAR, Frauze Najib. Pesquisa de Marketing: Metodologia e Planejamento. São Paulo: Atlas. 2005. MATTOS, Samuel Leandro Oliveira. Análise da adequação da oferta turística de Ilhéus em relação ao perfil de sua demanda: ênfase em hospedagem. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual de Santa Cruz/Universidade Federal da Bahia. 2003. MAZARO, Rosana Mara. Destinos turísticos e o desafio da sustentabilidade estratégica: análise do Pólo Costa das Dunas à luz do Competenible Model. Universidade Anhembi Morumbi – UAM/ São Paulo/SP.. VI Seminário da Associação Brasileira de Pesquisa e PósGraduação em Turismo . 2009. MEI, Amy W. O.; DEAN, Alison M.; WHITE, Christopher J. Analysing service quality in the hospitality industry. Managing Service Quality. Vol. 9. Num: 2. pp.136 – 143. 1999. MIROSLAWA, Augustyn Marcjanna. The road to quality enhancement in tourism. International Journal of Contemporary Hospitality Management, Vol. 10 Iss: 4, pp.145 – 158. 1998. MURPHY, Peter; PRITCHARD, Mark P. SMITH, Brock. The destination product and its impact on traveller perceptions . ISM Management, Vol 21. Pp 43 -52. 2000. NARAYAN, B; RAJENDRAN, C; SAI, L. P; and GOPALAN, R. Dimensions of service quality in tourism – an Indian perspective. Total Quality Management. Vol. 20, No. 1, January 2009, 61–89. 2009. NASCIMENTO, Maria do Socorro do. Qualidade do serviço de bibliotecas universitárias: um estudo comparativo das percepções de usuários de uma biblioteca pública e de uma biblioteca privada. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Administração. Universidade Potiguar. 2012. PARASURAMAN, A; ZEITHAML, V. A.; BERRY, L. L. A conceptual model of service quality and its implications for future research. Journal of Marketing, v. 49, pp. 41-50, 1985. PARASURAMAN, A; ZEITHAML, Valarie; BERRY, Leonard. Um modelo conceitual de qualidade de serviço e suas implicações para a pesquisa no futuro. Revista de Administração de Empresa v. 46, n. 4, p. 79-108, 2006. PAVLIC, Ivana; PERUCIC, Doris; PORTOLAN, Ana. Tourists’ satisfaction as an important tool for increasing tourism destination competitiveness In the globalization conditions – the case of Dubrovnik-Neretva County. International Jounal of Managements cases. 2011. PEREIRA FILHO, EVADIO. Qualidade do serviço oferecido por Academias de ginástica: um estudo multicaso na Cidade de Natal/RN. Dissertação de mestrado. Programa de PósGraduação em Administração. Universidade Potiguar.2013 PIZAM, Abraham; NEUMANN, Yoram; REICHEL, Arie. Dimentions of Tourist Satisfaction With a Destination Area. Annual of Tourism research, Vol. V, No. 3, July/September. pp. 314-322. 1978. RAMOS, Bruno Alves. A formação de circuitos turísticos como forma de atração e permanência de visitantes: Uma Avaliação Dos Gestores Sobre Os Fatores De Atratividade Dos Circuitos Turísticos De Minas Gerais. Dissertação de mestrado. Centro Universitário UNA. 2007. RIO GRANDE DO NORTE. Conheça o turismo. Disponível em: www.rn.gov.br/conheca-orn/turismo/. Acesso em: 01 jun 2012. RIO GRANDE DO NORTE. Pesquisa de demanda turística do RN. 2009 ROCHA, A; SILVA; J.F. Marketing de serviços: retrospectiva e tendências. RAE. Vol. 46. Num 4. Out/Dez.2006. RODRIGUES, Joab Marciel Saldanha. Gestão da satisfação e da fidelidade de consumidores: um estudo dos fatores que afetam a satisfação e a fidelidade no mercado de turismo. Dissertação de mestrado. Programa de Engenharia de Produção. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2003. RODRIGUES, Lídia Marques. A análise comparativa da competitividade dos destinos turísticos: O caso de Algarve versus o Sul de Espanha. Dissertação de mestrado. Faculdade Economia. Universidade do Algarve. 2010. SEBRAE. Estudo de competitividade de produtos turísticos. 2011. http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_ publicacoes/Estudo_de_Competitividade_de_Produtos_Turxsticos.pdf. 2010. Acesso em 05 set. 2012. SEBRAE. Índice de Competitividade do Turismo Nacional - 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional. Brasília. 2012. http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publ icacoes/xndice_de_Competitividade_do_Turismo_Nacional_-_Relatxrio_Brasil_2011.pdf. Acesso em: 06 set. 2012 SECRETARIA DO TURISMO DO TIBAU DO SUL. Dados do turismo. 2012 SILVA, Edilma F. da.; OLIVEIRA, Jorge E. L. Impactos socioambientais decorrentes da atividade turística em comunidades costeiras do RN. Sociedade e Território, Natal, v. 24, nº 1, p. 146 - 165, jan./jun. 2012. SLACK, N. The Importance-Performance Matrix as a Determinant of Improvement Priority. International Journal of Operations and Production Management, v. 14, n. 5, p. 5975, 1994. STOCK, James; LAMBERT, Douglas. Strategic Logistics Management. McGrawHill/Irwin.2001. SUPITCHAYANGKO, S. The Differences between Satisfied/Dissatisfied Tourists towards Service Quality and Revisiting Pattaya, Thailand. International Journal of Business and Management Vol. 7, No. 6; March 2012. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5539/ijbm.v7n6p30. Acesso em: 01 abril 2012. TANG, J. C. S; ROCHANANOND, N. Attractiveness as a Tourist Destination: a Comparative Study of Thailand and Selected Countries. Sorb&con. Plann. Sci. Vol. 24, No. 3. pp. 229-236. 1990 TORO, A. A. L.; MUÑOZA, R. D; MORENO S. P. An assessment of the quality of a tourist destination: The case of Nerja, Spain. Total Quality Management. Vol 21. Num 3. Mar. Pp. 369-289. 2010. UM, Seoho, CROMPTON, J. L;. Attitude determinants in Tourism destination choice. Annals of tourism research, Vol. 17, pp. 432-448. 1990. VIDAL, Soraia M. S. C. Dunas, lagoas e praias - turismo e sustentabilidade? em Natal – RN. Revista Ponto-e-vírgula. Vol.7. Pp 77-94. 2010. VIERA, Elenara. Avaliação de competitividade em Destinos Turísticos sob a Ótica dos Stakeholders: aplicação do modelo de Dwyer e Kim (2001,2003). Dissertação de mestrado. Programa de Turismo e Hotelaria. UNIVALI. 2007. WORLD TOURISM ORGANIZATION. Improving Competitiveness. 2011. Disponivel em: <http://www.unwto.org/quality/>. Acesso em: 01 abril 2012. WU, Lingling; ZHANG, Junyi; FUJIWARA, Akimasa. Representing tourists’ heterogeneous choices of destination and travel party with an integrated latent class and nested logit model. Tourism Management Vol 32. 2011. XAVIER, Roberta Fabrício. As Influências do desenvolvimento do Turismo nas Relações de Posse e Propriedade da Terra na Região Turística de Pipa,Município de Tibau do Sul, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Dissertação de mestrado. Departamento de Ciências Geográficas. Universidade Federal de Pernambuco. 2008. APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTAS COM ELEMENTOS DO TURISMO EM PIPA/RN ROTEIRO DE ENTREVISTA 1 – Gerentes/empresários de meios de hospedagens e restaurantes/Prestadores de serviços: 1. Na sua opinião, quais os principais atrativos turísticos que Pipa possui? A quantidade de atrativos turísticos em Pipa é maior que em outros destinos? Quem são os turistas de Pipa? 2. Qual o significado de Pipa para o Senhor(a)? Quais características de Pipa influenciaram a instalação seu negócio nesta localidade? Você acredita que a escolha de Pipa está diretamente relacionada com o sucesso do seu negócio? 3. Qual sua opinião sobre a infra-estrutura turística de Pipa? Quais os diferenciais em relação a outras praias do RN? O que poderia ser melhorado para consolidar ainda mais o destino turístico Pipa? 4. Na sua opinião qual o papel da iniciativa pública e privada no destino Pipa? Quais ações o senhor pontuaria, como fundamentais para a consolidação do destino Pipa até hoje? 5. Na sua opinião, por que é atrativo ter um negócio em Pipa? O senhor ainda vê novas oportunidades de negócio na Região? Quais suas perspectivas de investimento no seu negócio em Pipa? 2 – Veranistas : 1. Na sua opinião, quais os principais atrativos turísticos que Pipa possui? A quantidade de atrativos turísticos em Pipa é maior que em outros destinos? Quem são os veranistas de Pipa? 2. Qual o significado de Pipa para o Senhor(a)? Quais características de Pipa influenciaram a construção da sua casa de veraneio nesta localidade? 3. Qual sua opinião sobre a infra-estrutura turística de Pipa? Quais os diferenciais em relação a outras praias do RN? O que poderia ser melhorado para consolidar ainda mais o destino turístico Pipa? 4. Na sua opinião qual o papel da iniciativa pública e privada no destino Pipa? Quais ações o senhor pontuaria, como fundamentais para a consolidação do destino Pipa até hoje? 3 – Turistas: 1. Na sua opinião, quais os principais atrativos turísticos que Pipa possui? A quantidade de atrativos turísticos em Pipa é maior que em outros destinos? 2. Quais os fatores influenciaram a escolha de Pipa como seu destino de viagem? 3. Qual sua opinião sobre a infra-estrutura turística de Pipa? Quais os diferenciais em relação a outras praias do RN? O que poderia ser melhorado para consolidar ainda mais o destino turístico Pipa? APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA Caro(a) Senhor(a), A UnP, através do Mestrado Profissional em Administração, está realizando uma pesquisa que tem como título “Atratividade dos destinos turistícos na percepção de seus visitantes: um estudo de caso na Praia de Pipa/RN”. O objetivo é compreender o que os clientes esperam dos serviços turísticos de um destino e como avaliam os serviços recebidos na Praia de Pipa/RN. Este questionário tem como finalidade coletar dados para subsidiar a pesquisa. Nos relatórios e resultados do estudo será mantido o caráter confidencial das informações individuais colhidas. Os dados serão úteis para identificar a qualidade dos serviços prestados em relação às expectativas dos turistas. Certos de poder contar com a sua colaboração, agradecemos antecipadamente. Atenciosamente, MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO UNIVERSIDADE POTIGUAR No Identificador da Pesquisa 1. Idade: □ □ □ □ □ □ Até 17 anos De 18 a 25 anos De 26 a 35 anos De 36 a 50 anos De 51 a 65 anos Mais de 65 anos 2. Grau de Escolaridade: Sem formação formal Ensino fundamental I (1º a 5º) Ensino fundamental II (6º a 9º) Ensino médio Universitário Ensino superior Pós graduação □ □ □ □ □ □ □ 3. □ □ □ □ □ □ Ocupação principal: Funcionário público Funcionário de empresa privada Aposentado Empresário Estudante Outro. Qual?________________ Data: / / 4. □ □ □ □ Rendimento familiar médio mensal: Menos de 2 salários mínimos De 2 a 5 salários mínimos De 6 a 10 salários mínimos De 11 a 20 salários mínimos Mais de 20 salários mínimos 5. Sexo: □ □ Masculino Feminino 6. Residência fixa: Cidade: Estado: 7. □ □ □ □ 8. □ □ □ □ 9. Viajou ao destino Pipa/RN: Com família Com amigos Sozinho Outro. Qual?:________________ Motivo de visitar o destino Pipa/RN: Lazer – turismo Trabalho – negócios Congressos – convenções Outro. Qual?________________ □ □ □ □ □ □ □ □ □ Qual o meio de hospedagem utilizado: Hotel Resort Pousada Flat/Apart Albergue Casa própria Casa de parentes/Amigos Camping Outro. Qual?________________ 10. Número de visitas ao destino Pipa/RN: □ □ □ □ 11. □ □ □ □ Uma vez Duas vezes Três vezes Quatro ou mais vezes Tempo de permanência no destino Pipa/RN: 1 a 3 noites 4 a 7 noites 8 a 14 noites Mais de 14 noites MÓDULO 1 Solicita-se que todas as questões sejam respondidas. Neste módulo, pergunta-se sobre a sua percepção de importância em relação a um conjunto de atributos vinculados aos serviços oferecidos pelos destinos turísticos. A nota 10 (dez) significa importância máxima para o atributo e a nota 0 (zero) significa que o atributo não tem importância na visita de um destino turístico. Favor marcar apenas um valor da escala em cada questão. Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), considerando os serviços de um destino turístico, qual a importância que o Sr (a) atribui a(ao): 01) Acesso ao destino (sinalização nas estradas, qualidade das estradas, disponibilidade de meios de transporte para chegar ao local, distância do aeroporto/rodoviária/porto)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 02) Acesso às atrações turísticas locais (facilidade de deslocamento, meios de transportes, sinalização das atrações turísticas)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 03) Segurança local (policiamento, sensação de segurança em andar pelas ruas da cidade, índice de criminalidade)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 04) Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde (posto de saúde, hospitais, ambulâncias, farmácias, clinicas médicas)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 05) Sistema de comunicação (sinal de telefonia móvel e fixa, acesso a internet, correios)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 06) Disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo o ano? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 07) Agradabilidade do clima (temperatura, ventos, umidade, chuvas)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 08) Tranquilidade e calma no local? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 09) Fama do destino turístico (reputação, propaganda, status)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 10) Combate à prostituição e ao turismo sexual? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 11) Variedade e beleza das atrações naturais locais(falésias, praias, lagoas, reservas naturais, sítios ecológicos, fauna)? 0 não importante 1 2 pouco importante 3 4 5 mediana importância 6 7 importante 8 9 muito importante 10 12) Limpeza e manutenção dos espaços públicos (ruas, praças, praias)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 13) Preservação das atrações naturais locais (falésias, praias, lagoas, reservas naturais, sítios ecológicos, fauna)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 14) Disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias (banheiros públicos, rampas, escadas, aluguel de cadeiras)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 15) Diversidade cultural das pessoas que freqüentam o local (possibilidade de interação com pessoas de diferentes culturas e países)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 16) Diversidade na oferta de passeios turísticos e atividades de lazer? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 17) Disponibilidade de festivais sazonais (Eventos gastronômicos, musicais, literários)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 18) Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 19) Variedade na oferta de meios de hospedagem (resorts, hotéis, pousadas, albergues, camping)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 20) Agradabilidade dos meios de hospedagem (arquitetura, decoração, instalações, limpeza, conforto)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 21) Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais (arquitetura, decoração, instalações, limpeza conforto)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 22) Hospitalidade dos residentes (acolhimento, cordialidade, presteza dos moradores do local)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 23) Relação qualidade/preço do meios de hospedagem (custo-benefício do valor pago pelo alojamento)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 24) Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares (custo-benefício do valor pago em comida e bebida)? 0 não importante 1 2 pouco importante 3 4 5 mediana importância 6 7 importante 8 9 10 muito importante 25) Variedade na oferta de estabelecimento comerciais e de serviços (vestuário, acessórios, artesanato, salão de beleza, farmácia, entre outros)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 26) Horário de funcionamento do comércio local? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 27) Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de encontro ( ruas para pedestres, praças, orlas, parques)? 0 1 não importante 2 3 pouco importante 4 5 6 mediana importância 7 8 importante 9 10 muito importante 28) Disponibilidade de informações para a preparação da viagem (dados com o objetivo de orientar e informar os turistas sobre atrativos, serviços e equipamentos turísticos de determinado local para o planejamento da viagem)? 0 não importante 1 2 pouco importante 3 4 5 mediana importância 6 7 importante 8 9 muito importante 10 MÓDULO 2 Solicita-se que todas as questões sejam respondidas. Neste módulo, pergunta-se sobre a sua percepção do desempenho do destino turístico Pipa/RN, em relação a cada um dos atributos enumerados. A escala varia de zero (péssimo desempenho) a dez (excelente desempenho). Favor marcar apenas um valor da escala em cada questão. Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), como o(a) Sr(a) avalia o desempenho do destino Pipa/RN em relação à(ao): 01) Acesso ao destino Pipa/RN (sinalização nas estradas, qualidade das estradas, disponibilidade de meios de transporte para chegar ao local, distância do aeroporto/rodoviária/porto)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 02) Acesso às atrações turísticas locais (facilidade de deslocamento, meios de transportes, sinalização das atrações turísticas)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 03) Segurança local (policiamento, sensação de segurança em andar pelas ruas da cidade, índice de criminalidade)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 04) Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde (posto de saúde, hospitais, ambulâncias, farmácias, clinicas médicas)? 0 1 2 3 4 péssimo □ 5 6 7 8 9 regular 10 excelente Não sabe/Nunca utilizou 05) Sistema de comunicação (sinal de telefonia móvel e fixa, acesso a internet, correios)? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 péssimo regular excelente 06) Disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo o ano? 0 1 2 3 4 péssimo □ 5 6 7 8 9 regular 10 excelente Não sabe/Nunca utilizou 07) Agradabilidade do clima (temperatura, ventos, umidade, chuvas)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 08) Tranquilidade e calma no local? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 09) Fama do destino Pipa/RN (reputação, propaganda, status)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 10) Combate à prostituição e ao turismo sexual? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 11) Variedade e beleza das atrações naturais locais(falésias, praias, lagoas, reservas naturais, sítios ecológicos, fauna)? 0 péssimo 1 2 3 4 5 regular 6 7 8 9 10 excelente 12) Limpeza e manutenção dos espaços públicos (ruas, praças, praias)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 13) Preservação das atrações naturais locais (falésias, praias, lagoas, reservas naturais, sítios ecológicos, fauna)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 14) Disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias (banheiros públicos, rampas, escadas, aluguel de cadeiras)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 15) Diversidade cultural das pessoas que freqüentam o local (possibilidade de interação com pessoas de diferentes culturas e países)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 16) Diversidade na oferta de passeios turísticos e atividades de lazer? 0 1 2 3 4 péssimo □ 5 6 7 8 9 regular 10 excelente Não sabe/Nunca utilizou 17)Disponibilidade de festivais sazonais (Eventos gastronômicos, musicais, literários)? 0 1 2 3 4 péssimo □ 5 6 7 8 9 regular 10 excelente Não sabe/Nunca utilizou 18) Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 19) Variedade na oferta de meios de hospedagem (resorts, hotéis, pousadas, albergues, camping)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 20) Agradabilidade dos meios de hospedagem (arquitetura, decoração, instalações, limpeza, conforto)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 21) Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais (arquitetura, decoração, instalações, limpeza, conforto)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 22) Hospitalidade dos residentes (acolhimento, cordialidade, presteza dos moradores do local)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 23) Relação qualidade/preço do meios de hospedagem (custo-benefício do valor pago pelo alojamento)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 24) Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares (custo-benefício do valor pago em comida e bebida)? 0 péssimo 1 2 3 4 5 regular 6 7 8 9 10 excelente 25) Variedade na oferta de estabelecimento comerciais e de serviços (vestuário, acessórios, artesanato, salão de beleza, farmácia, entre outros)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 26) Horário de funcionamento do comércio local? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 regular 9 10 excelente 27) Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de encontro ( ruas para pedestres, praças,orlas, parques)? 0 1 2 3 4 péssimo 5 6 7 8 9 regular 10 excelente 28) Disponibilidade de informações para a preparação da viagem (dados com o objetivo de orientar e informar os turistas sobre atrativos, serviços e equipamentos turísticos de determinado local para o planejamento da viagem)? 0 1 2 3 4 péssimo □ 5 6 7 8 9 regular 10 excelente Não sabe/Nunca utilizou 29) Avaliação do destino Pipa/RN como um todo. 0 péssimo 1 2 3 4 5 regular 6 7 8 9 10 excelente