Eutonia Experiência clínica e pedagógica Eutonia Experiência clínica e pedagógica Márcia Regina Bozon de Campos Organizadora z Zagodoni Editora Copyright 2013 © by Marcia R. Bozon de Campos e coautores Agradecimentos Todos os direitos desta edição reservados à Zagodoni Editora Ltda. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida, seja qual for o meio, sem a permissão prévia da Editora. Editor: Adriano Zago Diagramação e capa: Givaldo Fernandes Imagem da capa: Susana Kilian Revisão: Marta D. Claudino CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ C21e Campos, Márcia Regina Bozon de Eutonia : experiência clínica e pedagógica / texto e organização Márcia Regina Bozon de Campos ... [et al.] ; . - 1. ed. - São Paulo : Zagodoni, 2013. 160 p. : il. ; 23 cm. Inclui bibliografia ISBN 978-85-64250-61-1 1. Psicologia. 2. Psicologia educacional. 3. Psicanálise I. Campos, Márcia Regina Bozon de. II. Título. 13-02185 CDD: 155 CDU: 159.92 [2013] Zagodoni Editora Ltda. Rua Brigadeiro Jordão, 848 04210-000 – São Paulo – SP Tel.: (11) 2334-6327 [email protected] www.zagodonieditora.com.br A o Instituto Sedes Sapientiae pela parceria no curso de Aperfeiçoamento em Eutonia e a todos os alunos do Instituto Gerda Alexander pelo estímulo e incentivo à nossa reflexão. Sobre os Autores Marcia Regina Bozon de Campos (org.) Em homenagem à Gerda Alexander. Psicóloga e psicanalista. Membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Eutonista pela Escola de Eutonia da América Latina, sob a coordenação e orientação de Berta Vishnivetz. Mestrado em Artes Corporais pela UNICAMP. Coordenadora e docente do curso “Corpo: Imagem Corporal e Identidade” no Instituto Sedes Sapientiae. Fundadora, coordenadora e professora do Instituto Gerda Alexander de Formação em Eutonia. Gabriela Bal Eutonista formada pela Escola de Eutonia da América Latina (1995). Gradua da em Administração Pública pela FGV-SP (1984). Coordenadora e professora do Instituto Gerda Alexander de Formação em Eutonia. Especializou-se em acompanhamento da gravidez, parto e puerpério, atuando na área desde 1989. Professora da Faculdade Santa Marcelina desde 1999. Mestre (2003) e doutora (2010) em Ciências da Religião pela PUC-SP. Autora do livro Silêncio e Contemplação: Uma introdução a Plotino (2007). Jean Marie Huberty Eutonista formado por Gerda Alexander na Escola de Eutonia de Copenhague, Dinamarca (1981-1985). Professor de Eutonia em Luxemburgo, na França e na Alemanha. Desde 1993 ministra aulas de Eutonia nos cursos de formação 8 E ut o nia . E x p e r i ê n c i a C l í n i c a e P e d a g ó g i c a Sobre os Autores da Primeira Escola Latino-Americana de Eutonia, sob direção e orientação da eutonista Berta Vishnivetz, em Buenos Aires e São Paulo. Reside atualmente em Luxemburgo. Fundador e coordenador do Instituto Gerda Alexander de Formação em Eutonia. Tereza Gomes Formada em Eutonia pela Escola de Eutonia da América Latina, na primeira turma do Brasil (1995) sob a coordenação e orientação de Berta Vishnivetz. Trabalha como terapeuta corporal desde 1976 em consultório particular. É terapeuta craniossacral desde 2009. Foi professora do Núcleo Berta Vishnivetz desde sua fundação. Professora e coordenadora do Instituto Gerda Alexander. Graduada em educação física pela USP e especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP, onde aprofundou os estudos nos efeitos metabólicos dos estados alcançados pela prática constante da eutonia e demais estados expandidos de consciência. Luciana Gandolfo Eutonista. Fundadora, coordenadora e professora do Instituto Gerda Alexander de Formação em Eutonia. Professora do Curso de Especialização em Teorias e Práticas para Cuidados Integrativos, do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia UNIFESP. Professora da Escola Brasileira de formação em Eutonia, desde sua fundação. Na área das artes corporais, atuou por mais de 20 anos como bailarina, professora de dança e coreógrafa. Graduada em Comunicações-jornalismo pela PUC-SP. Luciana Pereira Gomes Pinto Formada em Eutonia pela Escola Brasileira de Eutonia (2001). Psicóloga, com especialização em Gestalt-terapia. Ministrou aulas de Eutonia no Hospital do Servidor Público Estadual de 2005 a 2010. Atua em consultório particular, como eutonista e psicóloga. Participa de grupos de estudo de fenomenologia, com o professor Nichan Dichtchekenian desde 2009. Fundadora, coordenadora e professora do Instituto Gerda Alexander de Formação em Eutonia. Maria Thereza Feitosa Eutonista. Formação em MAV (Metodologia Angel Vianna). Fisioterapeuta com especialização em RPG/RPM. Formação em fasciaterapia (Método Danis Bois). Atua profissionalmente na área corporal desde 1980. Profissional ativa na equipe da Clínica Medicina Essencial e depois Seressencial do Centro de Medicina, Psicologia e Terapia Corporal desde 1982. Mestranda em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Fundadora do Instituto Gerda Alexander de Formação em Eutonia. Patrícia Decot Pernambuco Eutonista desde 2001, formada pela Escola Brasileira de Eutonia. Graduada em Educação Física (USP) e Serviço Social (PUC/SP). Atua desde 1987 em consultório particular. Participou do 8o Seminário de Anatomia Emocional de Stanley Keleman, com Regina Favre, e de grupo de estudos em Fenomenologia com o Prof. Nichan Dichtchekenian. Coordena o Instituto Gerda Alexander de Formação em Eutonia. 9 Prefácio É um privilégio para mim, como pioneira, poder testemunhar o crescimento e a difusão da Eutonia no Brasil nos últimos 30 anos. Além de ter contribuído para este crescimento, dando apoio e acompanhando o trabalho entusiasmado dos eutonistas no desenvolvimento das novas escolas brasileiras, reconheço o valor e o esforço da Associação Brasileira e dos professores do Instituto Gerda Alexander, autores deste livro, pela dedicação e empenho na difusão da Eutonia. Considero admirável o crescimento da Eutonia como disciplina pedagógica, clínica e artística, numa época em que o mundo, cada vez mais virtual, sucumbe ao risco da alienação e da fragmentação do ser. O corpo, desenraizado e desvalorizado, perde sua importância no âmbito das relações que dão sentido aos atos e às situações frente à vida, empobrecendo-a em qualidade com consequências à saúde. Este livro reúne as experiências e as pesquisas dos eutonistas professores do Instituto Gerda Alexander que, com atuação nos mais diversos campos, nos contam sobre suas experiências profissionais enriquecendo a prática da Eutonia. Essas experiências confirmam e tornam realidade o sonho de Gerda Alexander de difundir a Eutonia para desenvolver os potenciais humanos nas mais diversas áreas da saúde, da arte e da educação. Esses profissionais promovem e investigam profundamente as relações entre o indivíduo e a saúde na atualidade, conduzindo à ressignificação do ser corpóreo em seu meio cultural, valorizando o sujeito sensível e criativo. 12 E ut o nia . E x p e r i ê n c i a C l í n i c a e P e d a g ó g i c a Prólogo Convido-os a vivenciar a leitura desta obra, participando de uma viagem através do corpo sensível, explorando seus espaços e sua vitalidade, abrin do-se à multiplicidade de sensações, matizes emocionais e sutis percepções que ocorrem na contínua interação com o entorno proposta pela prática da Eutonia. Berta Vishnivetz PhD Psicologia – Eutonia Q uando se fala em Eutonia, vem à minha cabeça a ideia de uma “psicanálise do corpo”. Como, para mim, psicanálise é eventualmente uma terapia, mas não obrigatoriamente, eu digo que Eutonia não é uma terapia corporal e menos ainda uma modelagem do corpo. Eutonia é um reencontro com o “corpo próprio”. Cada um de nós tem, no seu corpo próprio, a reprodução da herança genética e de todas as transformações provocadas pela especificidade da experiência vivida por nós em cada momento de nossa existência. Desde a gestação, o parto, o primeiro momento da vida até o momento em que nos encontramos – aqui e agora – e a consciência de tudo isso. A cada momento vivido pode surgir um algo a mais, uma diferença ou uma repetição. A Psicanálise daria uma tomada de consciência do autoconhecimento, e a Eutonia seria um deslocamento deste conhecimento para o corpo, que é a morada do sentir. A Eutonia é uma ponte para o organismo desde seu início até sua plenitude. É por isso que os eutonistas dedicam tanta atenção à gestação, à vida fetal, ao parto e, mais do que isso, à aquisição dos primeiros movimentos e habilidades. Neste processo não existe acaso. Cada momento ou milímetro tem sua história e dela podemos ter algum domínio sobre a nossa vida. A consciência do corpo próprio facilita a nossa relação com o mundo externo a nós, o que inclui a capacidade de realizar nossos desejos. Muito queremos fazer, muito precisamos fazer, muito desejamos fazer. Nosso bem-estar depende da nossa possibilidade de controlar nossa relação com o meio e com os nossos sonhos. 14 E ut o nia . E x p e r i ê n c i a C l í n i c a e P e d a g ó g i c a Apresentação A Eutonia é um processo de conhecimento do corpo que pretende ampliar esse domínio através da consciência. Delineia-se nas páginas deste livro um universo de possibilidades de se organizar a cognição do corpo próprio para o bem-viver. Anna Veronica Mautner Psicanalista O desejo de escrever um livro sobre a prática da eutonia é fruto da reflexão sobre nosso trabalho diário ao longo dos últimos quase vinte anos, quando, em 1995, formava-se no Brasil a primeira turma de profissionais em eutonia sob a coordenação de Berta Vishnivetz. A partir de então, a eutonia vem sendo aplicada em campos diversos, tanto na área da saúde como na da educação ou da arte, nutrindo-se, como é de sua essência, da bagagem pessoal portada por cada profissional que inicia o curso de formação. Educadores físicos, dançarinos, atores, músicos, fisioterapeutas, psicólogos, médicos, pedagogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, massoterapeutas, entre outros, têm buscado a eutonia, seja com o objetivo de enriquecer seu trabalho, seja como uma nova escolha profissional. O interessante é que independentemente da motivação inicial ou do grau de familiarização com a eutonia, cada um deles encontrará uma oportunidade de aprofundar o conhecimento a respeito de si através do contato com suas sensações corporais, vivenciando um processo de autoconhecimento e de desenvolvimento que proporcionará a transformação dos seus padrões habituais, tanto no que se refere à postura corporal quanto à postura frente ao mundo. A formação é um processo empírico de aprendizagem; é preciso viver na própria pele a experiência de ser tocado pela eutonia para então ser capaz de transmiti-la aos alunos. A prática da Eutonia exige a presença e a implicação naquilo que está sendo vivenciado. Também exige tempo, por se tratar de um aprendizado processual. Seja no curso de formação, seja no processo de tratamento em sessões individuais, ou nas aulas em grupo semanais, o objetivo da eutonia é ser incorporada ao cotidiano a partir da apropriação de seus princípios por parte do aluno, o que resultará na sua flexibilização do tônus 16 E ut o nia . E x p e r i ê n c i a C l í n i c a e P e d a g ó g i c a Apresentação de forma natural e involuntária, além da ampliação da consciência dos seus processos corporais. Não resta dúvida de que o aprendizado da eutonia demanda empenho e envolvimento por parte do aluno1, sendo, por tanto, um processo trabalhoso. Nesse contexto, considero instigante refletir sobre o lugar da eutonia na contemporaneidade; tempos em que nos deparamos com a exigência de resultados imediatos, obtidos preferencialmente a partir de recursos externos que demandem o mínimo esforço por parte do indivíduo. Informações de todo o tipo, disponíveis para serem utilizadas e imediatamente descartadas, medicamentos para todo o tipo de sofrimento físico e psíquico e as mais diversas crenças prometendo a felicidade e o bem-estar a partir do cumprimento de determinadas regras ou comportamentos adequados, invadem o espaço do ser simplesmente humano, em toda sua sutileza e variações de tonalidades afetivas. A eutonia em seu tempo lento, no seu convite à tomada de atenção sobretudo o que se passa, no seu questionamento constante a respeito das escolhas a serem feitas, coloca-se, de certa maneira, no sentido oposto. Por outro lado, nunca foi tão importante perceber-se em relação ao outro e ao mundo que nos cerca. Vivemos nesse momento a ameaça de um colapso ambiental, crises econômicas e políticas decorrentes de uma concepção egocentrada de desenvolvimento, progresso e bem viver. Chegamos ao fim da linha e somos obrigados a admitir que dependemos uns dos outros, pois o ser humano é potencialmente um ser de relação. Sua humanidade depende da relação corpo a corpo com seu semelhante e esta se constrói a partir da presença e da percepção de si em contato com o mundo. É assim que iniciamos nossa vida, é assim que aprendemos a falar, a dar nome às coisas e a tecer a trama de significados e afetos que compõem nossa biografia. A eutonia é, certamente, um instrumento precioso na transformação das relações predatórias em relações de mutualidade, pois auxilia justamente a percepção do outro a partir da percepção de si, estimulando a confiança naquilo que é percebido e a validação das próprias sensações. É nesse sentido que reconheço a importância desta publicação no seu intuito de trazer a reflexão sobre a prática da Eutonia no Brasil em pleno século XXI, buscando traduzir em palavras uma experiência que pertence ao universo sensorial. Os autores aqui presentes integram um grupo que vem trabalhando em conjunto desde 2009 no Instituto Gerda Alexander, fundado não apenas com o intuito de formar novos eutonistas, mas de abrir um espaço de interlocução sobre a experiência da eutonia, sendo esta publicação uma mostra de sua diversidade. Jean Marie Huberty, formado pela escola de Eutonia de Kopenhagen coordenada por Gerda Alexander, traz-nos a riqueza de sua experiência refletida em sua pesquisa sobre as origens da Eutonia, o que nos permite contextualizá-la historicamente tecendo relações com outras práticas corporais e artísticas. Maria Thereza Feitosa relata o processo de tratamento de um jovem músico, aproximando o leitor da experiência clínico-pedagógica da Eutonia, repleta de sutilezas, sem nunca perder de vista a integração da totalidade do ser. Em Eutonia e a arte de partejar, Gabriela Bal traz reflexões a partir de sua extensa experiência no trabalho de eutonia com gestantes, ressaltando a importância do conhecimento do próprio corpo para desenvolver a presença tanto durante o período da gestação como na experiência do parto, semeando a futura formação do vínculo entre a mãe e seu bebê. Em A Eutonia na construção do universo simbólico trato das relações entre o corpo, a sensorialidade e a formação de sentidos, instigando a reflexão sobre os caminhos pelos quais estímulos sensoriais e sensações corporais podem ecoar na esfera psíquica. Em Um conto eutônico, Patrícia Decot Pernambuco explora poeticamente a experiência clínica da eutonia na história de uma aluna acompanhada do relato das imagens mentais e sensoriais surgidas durante seu processo de atendimento individual. Em Diálogo tônico por meio do toque e do movimento, Luciana Gandolfo tece relações entre o movimento e o processo terapêutico em Eutonia, trazendo a experiência do toque como preparação para o movimentarse no espaço, abrindo novas perspectivas para a conquista do estado de saúde a partir da ação criativa. Tereza Gomes traça o percurso que leva ao autoconhecimento a partir da experiência da eutonia, partindo do contato consigo mesmo em direção à consciência de si e à percepção do mundo afetada pela expressão da corporeidade. Por fim, Luciana Gomes Pinto contextualiza a formação profissional do eutonista como um processo orientado pelos princípios desenvolvidos por Gerda Alexander nas origens de sua criação, mantendo presente o estímulo à pesquisa a partir da experiência sensorial de cada indivíduo, no seu próprio tempo, com respeito aos seus limites, permitindo que a aprendizagem se torne de fato transformadora. A leitura deste livro é um convite ao trânsito pela diversidade da Eutonia explorando suas múltiplas possibilidades clínicas e pedagógicas enquanto instrumento de desenvolvimento humano. O uso da palavra aluno ao invés de paciente, mesmo quando se trata de alguém em sofrimento, pareceme coerente com a proposta da Eutonia, pois aquele que a procura será sempre convocado a estar ativo e participante a cada instante vivido durante as sessões ou aulas. Esta é uma postura diferente do paciente que busca a cura para seu sofrimento a partir de algo que lhe será dado pelo profissional, seja um medicamento, uma massagem ou outro procedimento ao qual a pessoa em sofrimento possa se entregar. 1 Marcia Regina Bozon de Campos 17 Sumário Prefácio............................................................................................................................................11 Berta Vishnivetz Prólogo.............................................................................................................................................13 Anna Veronica Mautner Apresentação.................................................................................................................................15 Marcia Regina Bozon de Campos 1 2 3 4 A Eutonia Gerda Alexander: das fontes europeias à sua divulgação na América Latina...................................................................................... 21 Jean Marie Huberty Eutonia para um músico................................................................................................ 47 Maria Thereza Feitosa Eutonia e a arte de partejar........................................................................................... 59 Gabriela Bal A Eutonia na construção do universo simbólico................................................... 79 Marcia Regina Bozon de Campos 20 5 6 7 8 E ut o nia . E x p e r i ê n c i a C l í n i c a e P e d a g ó g i c a Um conto eutônico.......................................................................................................... 95 Patrícia Decot Pernambuco Diálogo tônico por meio do toque e do movimento........................................111 Luciana Gandolfo Das entranhas à consciência e à expressão: o amadurecimento gerado pelo processo terapêutico/pedagógico da Eutonia..........................................131 Tereza Gomes Processo terapêutico e a formação em Eutonia..................................................149 Luciana Gomes 1 A Eutonia Gerda Alexander: Das Fontes Europeias à sua Divulgação na América Latina Jean Marie Huberty A nova experiência da corporalidade, decorrente dos trabalhos de Dalcroze e Delsarte, passando pelos de Schlaffhorst-Andersen, Gindler e Reich, influencia a cultura ocidental e continuará a influenciá-la cada vez mais. Compreender a história desta evolução reveste o maior interesse para os alunos das diferentes escolas de formação e os especialistas, mas também para o público em geral. (ALEXANDER, 1996, p. 205) Introdução: 2008 – o centenário do nascimento de Gerda Alexander G erda Alexander nasceu em 15 de fevereiro de 1908, em Wuppertal (Alemanha) onde faleceu em 21 de fevereiro de 1994, após ter passado a maior parte da sua vida em Copenhague (Dinamarca). O centenário do seu nascimento, em 2008, deu lugar a diversas manifestações comemorativas organizadas pelas associações de Eutonia, que desejavam prestar homenagem à sua vida e obra. Assim, na Europa, a Associação Alemã de Eutonia Gerda Alexander (Deutsche Eutonie – Gesellschaft Gerda Alexander) organizou o simpósio: 100 Jahre Gerda Alexander – Eutonie im Wandel, no Historische Stadthalle de Wuppertal, acompanhado pela publicação da revista: 100 Jahre Gerda Alexander Festschrift (Mitteilungen no 57, setembro de 2008). Em Copenhague, a Associação de Eutonia da Dinamarca (Foreningen af Danske Eutoniepaedagoger), em colaboração com a Associação Nacional dos Psico-