Introdução à Técnica de Alexander Introdução A técnica de Alexander envolve a experiência de libertar-se gradualmente do domínio de hábitos estabelecidos (p. 1) A afirmação: “Alguma coisa que eu fiz nesta noite, ao usar a voz, é a causa do problema!”. Alexander começou a observar que ao falar normalmente, nada de mal acontecia à sua voz; ao declamar, alguma mudança no uso de sua voz ocorria. Durante 09 anos Alexander observou-se no espelho, tentando perceber o que ocorria com o uso de seu corpo durante a fala natural e depois durante o ato de declamar. Registrou sua pesquisa num método de auto-observação que se tornou a Técnica de Alexander. Definições da técnica de Alexander: 1. Frank Jones (ex-diretor do instituto de Estudos Psicológicos da Universidade Tufts): “...uma forma de alterar padrões estereotipados de reações através da inibição de determinadas configurações de postura” (p. 2) 2. Leo, defini como método para manter o olho atento a vida (p.2) A Técnica de Alexander é um instrumento para aumentar o autoconhecimento e modificar os maus hábitos (p. 4) ALEXANDER: O homem e sua descoberta FREDERICK MATHIAS ALEXANDER nasceu em Wynyard, na costa oeste da Tasmânia, Austrália em 1869. Por apresentar constantes dificuldades respiratórias foi tirado da escola e fez seus estudos em casa, com professores particulares. Aos vinte e poucos anos, decidiu dedicar-se à carreira de ator e declamador. Tinha uma tendência persistente à rouquidão e problemas respiratórios que prejudicavam a qualidade de sua voz durante os recitais. Os médicos recomendavam sempre que repousasse sua voz, mas sempre que voltava a utilizar os problemas vocais reapareciam. Então ele mesmo decidiu cuidar do problema e tentar curar-se. Alexander suspeitou que o problema aparecia enquanto declamava, então se colocou em frente a um espelho, e observou o que ele chamou de seu “modo de fazer” – primeiramente enquanto falava e depois enquanto declamava. (p. 11-13) Alexander ao observar o “modo de fazer” percebeu três coisas: 1. Enrijecia o pescoço, fazendo com que a cabeça se retraísse; 2. Forçava excessivamente a laringe para baixo; 3. Aspirava o ar de uma forma ofegante (p. 13) Alexander, com seus experimentos, percebeu que o funcionamento de seu mecanismo vocal era influenciado não apenas pela cabeça e pelo pescoço, mas pela tensão ao longo de todo o seu corpo (p. 14) Controle primordial: o uso da cabeça “para frente e para cima” em relação ao pescoço e ao torso (p. 14). O torso começa na base do pescoço, abrange os ombros e termina nas articulações do quadril, a parte inferior das nádegas. “Cabeça” significa toda a esfera tridimensional – não apenas o rosto, ou o queixo ou qualquer outra parte dela. “Corpo” significa o torso inteiro. “Para cima” indica uma direção, não um lugar fixo. Em suas experiências, Alexander percebeu que os padrões de uso inadequado envolviam corpo e mente, formulando a idéia de unidade psicofísica. (p. 15) Inibição: nome dado por Alexander para o exercício do recebimento de um estímulo e a recusa em fazer qualquer coisa que fosse imediata (p. 17) Instrução: nome dado por Alexander para o ato de desejar conscientemente (racionalmente) o desejo de fazer o alongamento do seu corpo (cabeça, pescoço, torso) (p. 17) O 1º. Livro é de 1910: Man´s supreme inheritance (A suprema herança do homem); o 2º. Livro é de 1923: Constructive Conscious Control of the Individual (Controle consciente construtivo do indivíduo); o 3º. Livro de Alexander é de 1932: The use of the Self (O uso de si mesmo); o 4º. Livro é de 1941: The Universal Constant in Living (A constante universal da vida) Alexander inaugurou em 1930 o Curso de Formação de Professores da Técnica de Alexander, com três anos de duração (p. 22) As idéias operacionais Uso é um termo estabelecido por Alexander para descrever o processo de controle sobre toadas aquelas ações que ele parecia ter o potencial para controlar (p. 31) O mau Uso do corpo pode trazer um “repertório” de posturas e hábitos que tem seus padrões emocionais correspondentes (p. 39) Um dos objetivos da Técnica de Alexander é criar condições necessárias ao “desempenho natural” através de uma distribuição equilibrada de energia, cada parte do sistema realizando o seu próprio trabalho em harmonia com as demais (p. 42) A Técnica de Alexander traz a idéia de unidade psicofísica. Ou seja, mente e corpo não são entidades separadas. Controle primordial refere-se a importância que há na relação cabeça, pescoço e torso determinando o nível de desempenho e organizações as reações num todo coordenado (p. 54) A Técnica de Alexander tem a preocupação em ensinar o melhor Uso de nós mesmos, que venha a resultar em melhores posições. Meios pelos quais – Alexander usa essa expressão para representar os meios racionais para a consquista de um objetivo: inibição do uso habitual dos mecanismos do organismo e a projeção consciente das novas orientações necessárias à realização dos diferentes atos envolvidos num uso novo e mais satisfatório desses mecanismos. “Apreciação sensorial enganosa” é sentir que cinestesicamente está tudo correto quando não está. Inibição é a capacidade de parar, adiar a nossa reação até que estejamos adequadamente preparados para produzi-la. É uma recusa em agir de forma habitual pra que o Controle Primordial funcione adequadamente. É uma recusa consciente a reagir de forma estereotipada, para que a verdadeira espontaneidade manifeste-se (p. 74-75). A capacidade inibitória define a preservação de nosso equilíbrio psicofísico (p. 78). Inibição em resumo é a capacidade de suspender uma determinada reação a um estímulo (p. 82) Atenção para Alexander envolve uma consciência equilibrada de nós mesmos com o meio ambiente, além de uma ênfase natural em tudo o que, no momento, é particularmente relevante (p. 94) A Técnica de Alexander implica uma ênfase contínua nos meios de que nos valemos para chegar aos nossos objetivos. O objetivo da Técnica pode ser definido como garantir que nossos meios sejam sempre, racional e fisiologicamente, os melhores para os nossos propósitos (p. 102-03) Posição de máximo repouso da Técnica de Alexander Deite-se com as costas apoiadas em uma superfície firme, com os joelhos dobrados com os pés o mais próximo possível do corpo de forma confortável. Os pés devem estar separados mais ou menos a largura dos ombros. Os joelhos não devem cair para fora nem estar juntos, mas sim em direção ao teto. Coloque alguns livros sob sua cabeça, para que esses possam dar um bom suporte ao occipício (preturberância óssea que se encontra na parte posterior da cabeça). Pontos de apoio do peso corporal Nos pés – no calcanhar e nas batata da base do dedão e do dedinho; Na borda posterior do pélvis – um pouco abaixo da cintura; Nas escápulas – osso grande e chato, localizado na parte superior das costas, que junto com a clavícula forma a cintura escapular responsável pela união de cada membro superior ao tronco Na parte posterior da cabeça (occipício) Diagrama do crâneo, em destaque o osso occipital. Referência Bibliográfica BARKER, Sarah. A técnica de Alexander: aprendendo a usar o corpo para obter energiatotal. São Paulo: Summus, 1991 HOLLAND, Mary. Uma maneira de funcionar. Tradução: Reinaldo S. Renzo. 1999 (www.abtalexander.com.br) GELB, Michael. O aprendizado do corpo. SãoPaulo: Martins Fontes. 1987 RUBIM, Mirna. A voz do corpo: A Técnica vocal e a Técnica de Alexander. s/d. CARRINGTON, W. H. M. Um meio de entender o homem. 2a. ed. Tradução: Reinaldo S. Renzo. São Paulo:2007(www.abtalexander.com.br)