Márcia Regina Ferreira Geraldo Efeitos do óleo de nim [Azadirachta indica A. Juss (Meliaceae)] na produção de zearalenona e ácido fusárico “in vitro” em Fusarium spp. . Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Área de concentração Biologia Celular e Molecular) da Universidade Estadual de Maringá, para obtenção do grau de Doutor em Ciências Biológicas Maringá 2009 Márcia Regina Ferreira Geraldo Efeitos do óleo de nim [Azadirachta indica A. Juss (Meliaceae)] na produção de zearalenona e ácido fusárico “in vitro” em Fusarium spp. Prof. Dr. Carlos Kemmelmeier Orientador Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil) Geraldo, Márcia Regina Ferreira G354e Efeitos do óleo de Nim [Azadirachta indica A. Juss (Meliaceae)] na produção de zearalenona e ácido fusárico "in vitro" em Fusarium spp. / Márcia Regina Ferreira Geraldo. -- Maringá, 2009. 36 f. : figs., tabs. Orientador : Prof. Dr. Carlos Kemmelmeier. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Maringá, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, 2009. 1. Fungos. 2. Micotoxinas. 3. Azadirachta indica. 4. Zearalenona. 5. Ácido fusárico. 6. Fusarium spp. I. Kemmelmeier, Carlos, orient. II. Universidade Estadual de Maringá. Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. III. Título. CDD 21.ed. 571.295677 Expresso a minha profunda gratidão e o meu reconhecimento: ao meu Deus, ao qual eu devo a minha vida; aos meus pais, pelo grande amor, carinho e incentivo; à minha amada filha Giovanna, pelo amor, alegria, carinho e paciência; ao meu amado Job, pelo incentivo, ajuda, apoio, compreensão, paciência, dedicação e amor. Ao professor Dr. Carlos Kemmelmeier pelo apoio, pela compreensão, pela paciência, pelos valiosos ensinamentos, pela disposição com que sempre me orientou e, especialmente, pela amizade demonstrada em todos os momentos. AGRADECIMENTOS Quero deixar os meus sinceros agradecimentos: À querida Carla, pela amizade, companheirismo, auxílio e disposição em ajudar. Às grandes amigas Christiane e Simone, pelo apoio, carinho e amizade e pelos momentos que passamos juntas. À minha família, pelo amor, incentivo e apoio. Aos colegas das disciplinas cursadas durante o curso, pela amizade. Aos professores Dr. Oswaldo Ferrarese Filho e Dra. Maria de Lourdes Lucio Ferrarese (Departamento de Bioquímica), pela colaboração nas análises por HPLC. Aos professores, técnicos e colaboradores do Curso de Pós-graduação em Ciências Biológicas pela colaboração e pelos ensinamentos ministrados, em especial ao Armando Luiz de Sá Ravagnani, pela ajuda com as análises em espectrofotometria e a Aparecida Maria Dantas Ramos, nas análises por HPLC. À Universidade Tecnológica do Paraná, pelo tempo cedido a mim para a realização deste trabalho, em especial aos professores que contribuíram efetivamente para isto. A todos que tenham contribuído, de uma forma direta ou indireta, para a realização deste trabalho. Márcia Regina Ferreira Geraldo BIOGRAFIA Márcia Regina Ferreira Geraldo nasceu em Mandaguari-PR em 23/10/1973. Possui graduação em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1995) e Mestrado em Biologia Celular pela Universidade Estadual de Maringá (2004). Atualmente, é Professora efetiva do Curso de Tecnologia de Alimentos e Engenharia de Alimentos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus de Campo Mourão-PR). Possui experiência na área de: Bioquímica, Microbiologia e Microscopia de Alimentos. APRESENTAÇÃO Esta tese é composta de dois artigos científicos. Inicia com o artigo “Efeito do óleo de de nim [Azadirachta indica A. Juss (Meliaceae)] na produção ‘in vitro’ de zearalenona por Fusarium graminearum”, que investiga, em condições laboratoriais, a eficácia de três diferentes concentrações de extrato oleoso de nim (Azadirachta indica) na redução da produção de zearalenona por Fusarium graminearum. E encerra com o artigo “Efeitos do óleo de nim [Azadirachta indica A. Juss (Meliaceae)] sobre Fusarium oxysporum f. sp. medicagenis e Fusarium subglutinans e a produção de ácido fusárico”. Ele avalia os efeitos do óleo de nim no diâmetro das colônias, no peso seco, na produção de esporos, na viabilidade dos esporos e na produção de ácido fusárico em isolados de Fusarium oxysporum f. sp. medicagenis e Fusarium subglutinans. Em consonância com as regras do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas, os artigos foram redigidos respectivamente de acordo com as revistas: Indian Journal of Experimental Biology e World Journal of Microbiology and Biotechnology. Márcia Regina Ferreira Geraldo Prof. Dr. Carlos Kemmelmeier RESUMO GERAL Fungos do gênero Fusarium são bem conhecidos como patógenos de plantas. São causadores de grande variedade de doenças vasculares, estão largamente distribuídos em solos, em particular os cultivados, e são ativos na decomposição de material celulósico. Eles também são os principais causadores de deterioração em frutas e vegetais e estão comumente associados com cereais contaminados antes da colheita. Dentre eles: o Fusarium graminearum Schwabe [sexual state: Gibberella zeae (Schwein.) Petch] é patógeno de cereais, o Fusarium oxysporum f. sp. medicagenes um sério patógeno da alfafa (Medicago sativa L.) e o Fusarium subglutinans patógeno do milho, da cana de açúcar e outras gramíneas. Estes fungos são micotoxigênicos, ou seja, produtores de micotoxinas em produtos alimentícios, resultando em potencial toxicidade aos animais e seres humanos. Micotoxinas (do grego Múkes: fungo; e do latim Toxicum: veneno) são metabólitos secundários tóxicos produzidos por fungos toxigênicos. Várias micotoxinas produzidas por estes fungos geralmente estão presentes nas culturas afetadas. Dentre as diversas micotoxinas produzidas por estes fungos, destacamos a zearalenona produzida por Fusarium graminearum e o ácido fusárico (ácido 5-butilpicolínico) produzido por Fusarium oxysporum f. sp. medicagenis e Fusarium subglutinans. Zearalenona é uma micotoxina estrogênica não-esteroidal, biossintetizada por meio da via policetídica por uma variedade de fungos pertencentes ao gênero Fusarium, dentre eles Fusarium graminearum, principalmente em países de clima temperado e úmido. Está frequentemente implicado em desordens reprodutivas em determinados animais e síndromes hiperestrogênicas em humanos e tem demonstrado efeitos hepatotóxicos, hematotóxicos, imunotóxicos e genotóxicos. Por causa das perdas econômicas e seu impacto na saúde humana e animal, várias estratégias para seu controle têm sido descritas na literatura. O ácido fusárico é produzido por várias espécies de Fusarium, muitos dos quais são patógenos comuns em uma grande variedade de “commodities” agrícolas, podendo ocorrer naturalmente em muitos gêneros alimentícios. Foi um dos primeiros metabólitos fúngicos implicados nos sintomas de patogênese por Fusarium oxysporum em plantas hospedeiras. Pode agir em mamíferos, aves, artrópodes, crustáceos e plantas. Os efeitos sobre mamíferos são diversos e podem ocorrer nos sistemas nervoso, cardiovascular e imune. O ácido fusárico parece interferir com o consumo de alimentos dos animais, e age sobre a utilização do triptofano pelo cérebro. Possui efeito hipotensor por inibir a dopamina-ßhidroxilase, diminui a norepinefrina no coração e na suprarrenal e também a diminuição da noradrenalina no sistema angiovascular. O ácido fusárico possui a capacidade de potencializar a toxicidade de outras micotoxinas. Compostos químicos sintéticos são frequentemente utilizados no controle de pragas na cultura de plantas e agentes químicos inibidores fúngicos. Existe, entretanto, uma série de problemas relacionados com o desenvolvimento de resistência fúngica a esses compostos. Seu uso intensivo tem favorecido o surgimento de pragas secundárias, sem conseguir eliminar os problemas já existentes. Na tentativa de resolver esse obstáculo, foram utilizadas concentrações crescentes desses produtos, o que aumentou o risco de altos níveis de resíduos tóxicos, prejudiciais ao ambiente, à saúde humana e animal. Por causa de todas essas desvantagens associadas ao uso desses agentes, existe uma tendência mundial para a redução de seu uso em grãos e gêneros alimentícios. Extratos naturais de plantas podem fornecer uma alternativa para o uso desses agentes químicos sintéticos. Vários estudos têm examinado o efeito de compostos bioativos presentes em extratos de plantas como praguicidas naturais, e grande parte desses compostos tem demonstrado efeito inibitório. Compostos de origem vegetal surgem como importantes agentes de controle de pragas, por serem de fácil obtenção e utilização, terem baixo custo e sem os problemas apresentados pelos produtos químicos sintéticos. O nim, ou Amargosa (Azadirachita indica A. Juss) é uma árvore frondosa que pertence à família Meliaceae. É uma planta de origem asiática, natural de Burma e das regiões áridas do subcontinente indiano, onde existem, aproximadamente, 18 milhões de árvores. É cultivada atualmente nos Estados Unidos, na Austrália, nos países da África e na América Central. Seus extratos biologicamente ativos, obtidos a partir de folhas, sementes, frutos e tronco, são reconhecidos por suas múltiplas propriedades terapêuticas, inseticidas, nematicidas, antimicrobianas e fungicidas. Por causa destas propriedades, o nim vem se tornando importante como terapia alternativa. Dentre seus compostos ativos, estão a azadiractina, triterpenóides, geduninas, nimbinim, e limnóides. Estudos mostram que o óleo de nim promoveu um grande efeito negativo no fungo entomopatogênico Beauveria bassiana, inibindo a germinação, o diâmetro da colônia e a conidiogênese. Aspergillus niger, Phytophthora nicotianae, Aspergillus flavus também demonstraram algum tipo de inibição por extratos de nim. Efeitos fungitóxicos indicam que extratos desta planta bloqueiam a via de biossíntese de aflatoxina em Aspergillus parasiticus, citrinina em Penicillium citrinum, ácido penicílico em Penicillium cycplopium, patulina em Penicillium expansum “in vitro” e em maçãs contaminadas. Dessa forma, houve um interesse na verificação dos efeitos desta planta sobre os fungos Fusarium graminearum, Fusarium oxysporum f. sp. medicagenis e Fusarium subglutinans, como tentativa de controle destes patógenos e da produção das micotoxinas zearalenona e ácido fusárico. Este trabalho teve por objetivo investigar, em condições laboratoriais, a eficácia de três diferentes concentrações do óleo de nim na redução da produção de zearalenona por Fusarium graminearum e avaliar os efeitos sobre o diâmetro das colônias, peso seco, produção de esporos, viabilidade dos esporos e produção de ácido fusárico sobre os isolados de Fusarium oxysporum f. sp. medicagenis e Fusarium subglutinans. O extrato oleoso de nim foi testado nas concentrações de 0,1%, 0,25% e 0,5% em meio de arroz (5 g arroz e 3 ml de água) após incubação do fungo à 25ºC por 28 dias para a produção de zearalenona. Para a quantificação de zearalenona, foi utilizada cromatografia líquida de alta performance. Os efeitos do óleo de nim sobre os isolados de Fusarium oxysporum f. sp. medicagenis e Fusarium subglutinans foram verificados nas concentrações de 0,25%, 0,5% e 1% em meio “Czapek Yeast Agar”. A produção de ácido fusárico foi determinada qualitativamente por cromatografia em camada delgada e quantificada por espectrofotometria. O óleo de nim reduziu a produção de zearalenona nos meios tratados com o extrato, onde a maior inibição (59.05%) ocorreu na concentração de 0,1%, por causa provavelmente de melhor solubilidade do extrato oleoso em água, o que indicou que, em concentrações menores, pode ter ocorrido um maior contato e absorção do extrato oleoso de nim pelo fungo. Para os isolados testados de Fusarium oxysporum f. sp. medicagenis e Fusarium subglutinans, o óleo de nim apresentou efeitos inibitórios, porém esses efeitos variaram conforme o isolado e a concentração do óleo. Dependendo da concentração, o óleo de nim foi efetivo em reduzir o diâmetro das colônias e o peso seco. Na redução da esporulação este óleo foi efetivo em concentrações maiores. A germinação dos esporos foi afetada pelo óleo de nim tanto quando os esporos vindos de meios sem nim foram germinados em meio com nim, como quando os esporos vindos de meios com nim foram germinados em meio sem nim. O óleo de nim reduziu ou até mesmo inibiu a produção de ácido fusárico nos isolados testados. Considerando-se que estes isolados são patógenos de plantas e produtores de zearalenona e ácido fusárico, o óleo de nim poderia ser implantado como parte de um manejo integrado de pragas, como tentativa de redução destas substâncias tóxicas nas plantas hospedeiras. Mas, para isso, serão necessários novos estudos in vitro e in vivo com as plantas hospedeiras. GENERAL ABSTRACT Fungi of the genus Fusarium, known to be plant pathogens and the cause of several varieties of vascular diseases, are distributed in soils, mainly cultivated ones, and are highly active in the decomposition of cellulose material. They cause fruit and vegetable deterioration and are usually associated to pre-harvest contaminated cereals. In fact, Fusarium graminearum Schwabe [sexual state: Gibberella zeae (Schwein.) Petch] is a cereal pathogen; Fusarium oxysporum f. sp. medicagenes is a serious alfafa pathogen (Medicago sativa L.) and Fusarium subglutinans is a pathogen of maize, sugarcane and other grasses. Since they are mycotoxigenic or producers of mycotoxin in food products, they may cause toxicity in animals and in humans. Mycotoxins (Greek múkes: fungus; Latin toxicum: poison) are secondary toxic metabolites produced by toxigenic fungi. Several fungi caused mycotoxins are usually present in diseased cultures. Zearalenone produced by Fusarium graminearum and fusaric acid (5-butylpicolinic acid) produced by Fusarium oxysporum f. sp. medicagenis and Fusarium subglutinans are among the several mycotoxins produced by these fungi. Zearalenone is a non steroid estrogenic mycotoxin biosynthesized through the polyketide pathway by a series of fungi of the genus Fusarium, among which Fusarium graminearum, that mainly thrives in temperate and humid countries. It frequently causes reproductive disorders in certain animals and hyperestrogen syndromes in humans, with hepatotoxic, hematotoxic, immunotoxic and genotoxic effects. Owing to financial losses and its impact on human and animal health, several controlling strategies have been described in the literature. Fusaric acid is produced by several Fusarium species most of which are pathogens usually found in a great number of agricultural commodities and may occur naturally in many types of food. It was one of the first fungus metabolite in Fusarium oxysporumcaused pathogenesis symptoms in host plants, and may attack mammals, fowls, arthropods, crustaceans and plants. Effects on mammals are numerous and may occur in the nervous, cardiovascular and immunological systems. Fusaric acid may interfere with animals’ feed by affecting the employment of tryptophan by the brain. Since it inhibits dopamine-ß-hydroxylase, it has a hypotension effect, decreasing norepinephrine in the heart and kidney and noradrenalin in the angiovascular system. Fusaric acid increases toxicity of other mycotoxins. Chemical synthetic compounds are frequently used in plant culture pest control and as fungus inhibiting chemical agents. However, there are problems related to the development of fungus resistance to these compounds and their intense use has triggered secondary pests without eliminating those already existing. Although graded concentrations of the product have been used to solve the problem, high levels of toxic residues, pernicious to the environment and to human and animal health, have increased the risk. Due to all the above mentioned disadvantages associated to these agents, a worldwide trend exists to reduce their use in grains and food. Natural plant extracts may be alternatives to these synthetic chemical agents. Several studies have actually examined the effects of bioactive compounds as natural pesticides in plant extracts, many of which proved to be inhibitory. Vegetal originating compounds are important agents in pest control due to their low cost, easy acquisition and use; besides they are free from problems found in synthetic chemical products. Neem (Azadirachita indica A. Juss) is a dense leaved tree of the Meliaceae family, of Asian origin, natural of Burma and the arid regions of the Indian subcontinent where some eighteen million trees of this species exist. It is currently cultivated in the United States, Australia, and in some countries in Africa and Central America. Its biologically active extracts from leaves, seeds, fruits and trunk have several therapeutic, insecticide, nematicide, antimicrobial and fungicide qualities. Owing to such qualities, the neem has become an important alternative therapy since its active compounds comprise azadiractin, triterpenoids, gedunins, nimbinim, limnoides and others. Research has shown that neem oil produced a great negative effect on the entomopathogenic fungus Beauveria bassiana. It actually inhibited its germination, colony diameter and conidiogenesis. Aspergillus niger, Phytophthora nicotianae, Aspergillus flavus also showed some inhibition with neem extracts. Fungus-toxic effects show that neem extracts block the biosynthesis pathways of aflatoxin in Aspergillus parasiticus, citrinin in Penicillium citrinum; penicillic acid in Penicillium cycplopium; patulin in vitro in Penicillium expansum and in contaminated apples. Consequently, the verification of the plant’s effects on the fungi Fusarium graminearum, Fusarium oxysporum f. sp. medicagenis and Fusarium subglutinans was deemed of interest within the context of pathogen control and the production of mycotoxins zearalenone and fusaric acid. Current research investigates in laboratory conditions the efficaciousness of three different concentrations of neem oil in the decrease of zearalenone production by Fusarium graminearum and evaluates its effects on the colonies’ diameter, dry weight, spore viability and the production of fusaric acid on isolates of Fusarium oxysporum f. sp. medicagenis and Fusarium subglutinans. Neem oil extract was tested at concentrations 0.1%, 0.25% and 0.5% in a rice medium (5 g rice and 3 ml water) after fungus incubation, at 25ºC, during 28 days, for the production of zearalenone. Amount of zearalenone was determined by High Performance Liquid Chromatography. Effects of neem oil on Fusarium oxysporum f. sp. medicagenis and Fusarium subglutinans isolates were verified at concentrations 0.25%, 0.5% and 1% in a Czapek Yeast Agar medium. Production of fusaric acid was determined by Thin Layer Chromatography and amount was evaluated by spectrophotometry. Neem oil decreased amounts of zearalenone in the extract-treated media. Highest inhibition (59.05%) occurred at concentration 0.1%, probably due to the better solubility of oil extract in water. This fact shows that higher contact and absorption of the neem oil extract may have occurred in lower concentrations by the fungus. Neem oil had inhibitory effects in Fusarium oxysporum f. sp. medicagenis and Fusarium subglutinans isolates, although the effects varied according to isolates and oil concentration. Neem oil was concentration-dependent in reducing colonies’ diameter and dry weight, whereas it was effective in higher concentrations for sporulation decrease. Germination of spores was dependent on neem oil not only when the spores were cultivated in a neem medium but also when they emerged from a culture in a neem medium. Neem oil decreased or even inhibited the production of fusaric acid in the isolates under analysis. Since isolates are plant pathogens and producers of zearalenone and fusaric acid, neem oil may be a factor in the integrated management of pests to reduce toxic compounds in host plants. Further studies in vitro and in vivo with host plants are required.