ESTRATÉGIAS DE CONTROLE - semente - Tipo de dano nas fases inicias * Semente não germinada - deterioração da semente (mofada) * Tombamento de plântula - podridão mole da região do colo - podridão seca * Murcha e morte da planta - descoloração da região do colo - estrangulamento da haste - presença de micélio Quando os danos são maiores - Semente infectada - Excesso de umidade do solo - Temperatura alta: > 25 oC = Agravamento: - semente injuriada - semente com baixo vigor - monocultura Causas: a) Patógenos associados à semente (fungos) - Aspergillus, Penicillium - Phomopsis, Colletotrichum, Cercospora, Peronospora, - Sclerotinia, Rhizoctonia, Fusarium - Cercospora kikuchii - Colletotrichum truncatum - Phomopsis - Fusarium Importância epidemiológica - Podridão de semente e morte de plântula - Redução da população de final de plantas - Introdução de patógenos na área de cultivo - Quais os patógenos ? - Identificação do órgão afetado: sintomas - Qual a taxa de transmissão ? - Conseqüências: análise de risco - Potencial para causar epidemia Ex: cancro da haste Míldio Cancro da haste Seca da haste Phomopsis Infecção das vagens e sementes Atenção: Oídio e ferrugem não estão associados à semente Causas: b) Patógenos presentes no solo (fungos) - Aspergillus, Penicillium - Sclerotinia, Sclerotium, Rhizoctonia, Fusarium, Pythium, Phytophthora, Macrophomina Oosporos de Pythium em tecido radicular infectado - Fusarium - Pythium Causas: c) Doenças abióticas ou de causa não parasitária = cancro de calor (temperatura do solo > 50 oC) = solo encharcado ou seco = profundidade de semeadura = injúria causada por: - adubo - herbicidas - mistura de fungicidas x inseticidas x nutrientes - insetos Manejo das doenças nas fases iniciais Bases Científicas: = Conhecer a biologia do agente causal Onde, como e por quanto tempo sobrevive ? Na ausência do hospedeiro onde são encontrados ? Fungos presentes no solo e/ou associados à semente - sementes (introduz na lavoura) - restos culturais (mantém na lavoura) - estruturas de resistência (solo) - plantas voluntárias e hospedeiros secundários Estratégias de Controle Semente a) sementes sadias b) germinação e vigor dentro do recomendado c) semente sem injúria mecânica - pós-maturação/pré-colheita - colheita e beneficiamento d) tratamento de semente Estratégias de Controle Solo a) rotação de culturas b) melhoria propriedades físico-químicas do solo c) semeadura em época indicada d) evitar semeadura profunda e solos úmidos Tratamento de semente com fungicida Por que tratar as sementes ? a) garantir a germinação e emergência em condições adversas b) controlar fungos na semente c) proteger contra fungos do solo Qual fungicida utilizar ? - fungo alvo de controle: espécie x incidência - eficiência controle: fungicida x dose = protetor + sistêmico (indicações) = qualidade (cobertura) Semente sem tratamento Semente tratada com fungicida d c b Emergência a de plântula de soja tratada Lesão cotiledonar em semente tratada = Tratamento ineficiente = Início de doença na lavoura Tabela 2. Efeito do tratamento de sementes com fungicidas na emergência de plantas de soja e lesões nos cotilédones Tratamentos Testemunha P+S* P+S S+S S+S S+S S+S P+S P+S P+S P+S Porcentagem de plantas emersas Lesões cotilédones (%) Solo seco Solo úmido 51,7 10,3 75 87,0 41,7 35 87,3 15,0 31 72,3 1,7 33 69,3 2,0 40 72,0 3,0 45 76,3 3,7 41 75,3 17,7 35 80,3 43,7 40 78,3 13,3 33 77,7 15,0 39 * P=protetor, S=sistêmico Fonte: Casa et al., no prelo Considerações sobre o tratamento de semente - armazenamento de sementes tratadas - impede que lotes sejam destinados à indústria - pode afetar a germinação e o vigor - fungicida + micronutriente + inoculante: via úmida 0,5 % - fungicida x bradirrizóbio - áreas de primeiro ano de cultivo (?) - 100.000 a 120.000 células/semente - não conferem proteção contra: - oídio, ferrugem, DFC, podridão radicular Considerações sobre o manejo do solo - evitar semeadura: - solo compactado - gado x pisoteio - colheita anterior em condições adversas - excesso do trânsito de máquinas e equipamentos - disco duplo x solo argiloso (“selamento” da parede lateral do sulco e injúria do adubo) - afeta o desenvolvimento raízes - predisposição para fungos do solo Manejo: - rotação e sucessão de culturas - semeadora com sulcador (?) Considerações finais Semente: fonte de inóculo (transmissão) - semente introduz na área de cultivo - manutenção do inóculo na palha e no solo - controle: necessidade e dificuldades - custo baixo do tratamento Solo: tipo de manejo adotado - fatores para predisposição - busca da supressividade do solo Soja: etiologia de grãos vermelhos na safra 2004 Problema: Embargo de carregamento de soja brasileira pela presença de grãos vermelhos (fungicida no grão). Quais as causas dos grãos vermelhos ? Poderia existir alguma relação com doenças em soja? Metodologia: Recebimento de 5 amostras com presença de grãos de coloração vermelha; Quantificação visual de grãos coloridos; Isolamento em meio de cultura e identificação dos fungos. Resultados e discussão: Aspecto das amostras recebidas Resultados e discussão: Grãos vermelhos Resultados e discussão: Grãos púrpuros - Cercospora kikuchii Classificada Resultados e discussão: Fusarium graminearum: 79% ; Fusarium spp.: 17% Resultados e discussão: Fusarium graminearum e Cercospora kikuchii Resultados e discussão: Incidência de grãos vermelhos e púrpuras na amostra Incidência (%) Amostra Peso (g) Grãos vermelhos Grãos C.Kikuchii 1 2 3 4 5 Média 1680,0 640,0 1421,0 1442,0 1238,0 1284,0 2,00 0,60 0,30 0,03 0,50 0,70 2,3 3,3 2,8 0,6 3,6 2,5 Resultados e discussão: Incidência de fungos nas amostras de grãos vermelhos Amostra 1 2 3 4 5 Média Incidência (%) nos grãos vermelhos Fusarium sp. Fusarium graminearum 79 92 38 33 32 55 17 27 16 67 43 34 Conclusões: a) Grãos tratados com fungicidas podem ter sido misturados aos grãos limpos; b) A coloração vermelha, também, pode ser atribuída à presença de fungos; c) Fusarium graminearum e Fusarium spp. foram isolados a partir de grãos vermelhos; d) Fusarium graminearum tem sido identificado com freqüência em amostras normais de patologia de soja, independente da coloração da semente.