64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 ATIVIDADE FUNGICIDA DO EXTRATO ETANÓLICO DAS SEMENTES DE Pachira aquatica (BOMBACACEAE) SOBRE Fusarium oxysporum (AGONOMICETACEAE) in vitro 1* 2 2 3 3 Rosiane M. Oliveira , Renato A. Lima , Andrina G.S. Braga , Daniella K.S. Lima , Valdir A. Facundo , 4 Cléberson F. Fernandes ¹Acadêmica do curso de Ciências Biológicas - Faculdade São Lucas - Porto Velho/RO; ²Doutorandos em 3 Biodiversidade e Biotecnologia - Universidade Federal do Amazonas - Manaus/AM; Universidade Federal de 4 Rondônia; Embrapa Rondônia; *[email protected] Introdução Resultados e Discussão Pachira aquatica Aubl., é uma espécie nativa do Sul do México até o Norte da América do Sul. Popularmente, é conhecida por monguba, cacau selvagem, cacau falso ou castanhola. Suas sementes são utilizadas no setor alimentício como fonte de proteínas e na produção de óleos e purgantes [1]. Embora os dados da composição química e das possíveis atividades biológicas das plantas deste gênero sejam escassos na literatura, [2] a espécie P. macrocarpa foi classificada como repelente para microrganismos. Diversas espécies de Fusarium oxysporum comumente são fitopatógenos e saprófitos do solo. Alguns grupos habitam as regiões aéreas superiores de plantas. A maior parte das espécies do gênero Fusarium parasita semente de cereais e outros frutos do campo, causando danos antes e após a colheita. O interesse em metabólitos secundários tem crescido muito nos últimos anos, devido à sua ampla utilização como matéria-prima na preparação de substâncias com atividade biológica. Devido a estas informações, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a atividade fungicida do extrato etanólico de sementes de P. aquatica sobre o crescimento micelial de F. oxysporum. O extrato etanólico das sementes de P. aquatica, na -1 concentração de 25 mg.mL , apresentou atividade sobre F. oxysporum. Em quatro dias de avaliação, observou-se 24 mm de crescimento micelial das colônias de F. oxysporum tratadas com o extrato das sementes e 64 mm de crescimento micelial das colônias do tratamento controle. Após seis dias, o crescimento das colônias foi de 27,8 mm para o tratamento com extrato, e 67,4 mm para o controle. Percebe-se, portanto, que o extrato das sementes causou inibição, significativa, no crescimento micelial de F. oxysporum, quando comparado ao do grupo controle. Testes fitoquímicos, têm revelado a presença de um flavonóide (5-hidroxi- 3, 6, 7, 8, 4, pentametoxiflavona), isolado de extratos do tronco de P. macrocarpa, que possui atividade repelente contra microrganismos [3]. Isto revela que vegetais do mesmo gênero tendem a possuir compostos semelhantes, apesar de possuírem intensidades diferentes, o que pode ser atribuído as diferenças estruturais e/ou concentrações das substâncias nos tecidos vegetais, porém, com perspectivas de apresentarem atividades biológicas semelhantes. Metodologia A planta foi coletada na área experimental da Embrapa Rondônia. A identificação da espécie foi realizada pelo envio de uma exsicata ao Herbário Dr. Ary Tupinambá Penna Pinheiro da Faculdade São Lucas, a qual foi registrada sob o Nº de 003878. Em seguida, as sementes foram pesadas frescas, obtendo-se 1,5 kg de material e em seguida, colocadas para secar em estufa com circulação de ar, por 48 horas, a 40°C. Para obtenção do extrato bruto, a amostra foi colocada em Erlenmeyer contendo 1 litro de etanol por sete dias, em duas repetições. Posteriormente, o material foi evaporado, obtendo-se 18 g de extrato bruto das sementes. No Laboratório de Fitopatologia, o fungo F. oxysporum foi mantido em placas de Petri contendo meio de cultura BDA e para realização dos testes, discos de culturas do fungo com 5 mm de diâmetro foram mantidas a 25°C, durante sete dias, sendo transferidas para placas de Petri, contendo discos de papel de filtro previamente -1 autoclavados embebidos com 25 mg.mL de extrato bruto. No controle positivo, não se utilizou extrato vegetal, utilizando-se água destilada estéril e discos embebidos ® com produto químico Kasumin na concentração de 1 mL no controle negativo. Após esse processo, as placas foram incubadas a 25°C durante seis dias. A avaliação consistiu em medir o diâmetro das colônias iniciadas após 24 horas de incubação. Os resultados foram submetidos à regressão logarítmica e à análise de variância (ANOVA), sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey (P ≤ 0,01), utilizando-se ASSISTAT. Conclusões Os resultados sugerem que o extrato etanólico das sementes de P. aquatica apresentou ação inibitória e toxicidade sobre o crescimento de F. oxysporum, o que sugere seu potencial no controle biológico deste microrganismo, indicando, portanto, boas perspectivas para uso experimental de extratos vegetais no controle dos fitopatógenos. Agradecimentos A CAPES, pela concessão de bolsa de Mestrado. A EMBRAPA-RO e ao Laboratório de Química em Produtos Naturais da UNIR pelo financiamento da pesquisa. Referências Bibliográficas [1] Peixoto, A.L.; Escudeiro, A. 2002. Pachira aquatica (Bombacaceae): Historia dos animais e árvores do Maranhão, de Frei Cristóvão de Lisboa. Rodriguesia, v.53, n.82, p.123-130. [2] Paula, V.F.; Barbosa, L.C.A.; Errington, W.; Howarth, O.W.; Cruz, M.P. 2002. Chemical constituents from Bombacopis glabra (Pasq.) A. Robyns: complete H 1 and CNMR 13 assingmments and x ray structure 5- hydroxy -3, 6, 7, 8, 4’ – pentamethoxyflavone. Journal of Brazil Chemical Society, v.13, n.2, p.54-58. [3] Paula, V.F.; Barbosa, L.C.A.; Errington, W.; Howarth, O.W.; Cruz, M.P. 2002. Chemical constituents from Bombacopis glabra (Pasq.) A. Robyns: complete H 1 and CNMR 13 assingmments and x ray structure 5- hydroxy -3, 6, 7, 8, 4’ pentamethoxyflavone. Journal of Brazil Chemical Society, v.13, n.2, p.54-58.