INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRÁS REABSORÇÃO RADICULAR NO TRATAMENTO ORTODÔNTICO LUCIANA ROCHA MARQUES Monografia apresentada ao programa de pós-graduação do Instituto de Ciências da Saúde FUNORTE/SOEBRÁS Núcleo Alfenas, como pré-requisito a obtenção do título de Especialista em Ortodontia. ALFENAS, 2010 INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRÁS REABSORÇÃO RADICULAR NO TRATAMENTO ORTODÔNTICO LUCIANA ROCHA MARQUES Monografia apresentada ao programa de pós-graduação do Instituto de Ciências da Saúde FUNORTE/SOEBRÁS Núcleo Alfenas, como pré-requisito a obtenção do título de Especialista em Ortodontia. ORIENTADOR: Prof. Dr. João Carlos Martins ALFENAS, 2010 Dedico este trabalho Ao meu pai, meu maior tesouro, fonte de toda ternura, admiração e amor. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, razão de toda minha vida. A minha mãe e minha avó, que mesmo ausentes guiaram meus passos e iluminaram meu caminho. Aos meus tios, meu sincero agradecimento pela sabedoria e amor. Aos meus irmãos e minha cunhada, pela amizade e companheirismo. Ao meu sobrinho Ítalo, pelos momentos de tanto carinho. Agradeço hoje ao Evandro, que faz parte da minha vida e que em tantos momentos foi compreensivo e me proporcionou momentos de felicidade e amor. Agradeço, em especial, às amizades sinceras que aqui encontrei. Agradeço, ainda, ao Mestre João Carlos, que pelo resultado de seu esforço, repartiu comigo os seus conhecimentos, transformando meu ideal em realização. RESUMO A reabsorção radicular é um dos problemas clínicos de maior complexidade para o dentista no tocante ao diagnóstico e ao tratamento, pela dificuldade de detecção e por ser assintomática. Sua presença no decorrer do tratamento ortodôntico está ligada a uma complexa combinação das atividades biológicas, próprias de cada paciente com as forças mecânicas. Entre os diferentes fatores que contribuem para o seu aparecimento, encontram-se a duração do tratamento, a quantidade de movimentação dentária, a magnitude, o tipo e direção da força aplicada, a predisposição individual e a condição sistêmica do paciente. Diante destas considerações, este trabalho se propôs a verificar as conseqüências da reabsorção radicular no tratamento ortodôntico, tendo como base uma extensa literatura, que permitiu concluir que: Quanto maior for a magnitude da força aplicada sobre os dentes, maior será a incidência e o grau de reabsorção. Quanto aos movimentos ortodônticos, os de intrusão e inclinação apresentam maiores índices de reabsorções radiculares. O tempo de tratamento deve ser o menor possível. Após a remoção dos dispositivos da mecânica ortodôntica, haverá a interrupção do processo de reabsorção radicular. Palavras-chave: ortodônticos. Reabsorção radicular. Tratamento ortodôntico. Movimentos ABSTRACT The root resorption is one of the most complex clinical problems for the dentist with regard to diagnosis and treatment, the difficulty of detection and be asymptomatic. His presence during the orthodontic treatment is linked to a complex combination of biological characteristics of each patient with mechanical forces. Among the different factors that contribute to its appearance, are the duration of treatment, the amount of tooth movement, the magnitude, type and direction of force applied, the individual predisposition and systemic condition of the patient. According to these considerations, this study aimed to verify the consequences of root resorption in orthodontic treatment, based on an extensive literature, which concluded that: The greater the magnitude of the force applied on the teeth, the greater the incidence and degree of resorption. The movements orthodontic intrusion and inclination to have higher rates of root resorption. Treatment time should be minimized. After removal of the orthodontic mechanical devices, there is the interruption of the process of root resorption. Key-words: Root resorption. Orthodontic treatment. Orthodontic movement. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 07 2 PROPOSIÇÃO .......................................................................................... 08 3 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 09 3.1 FATORES QUE INFLUENCIAM A REABSORÇÃO RADICULAR ............ 12 3.2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA REABSORÇÃO RADICULAR ....... 19 3.3 APLICAÇÃO DA FORÇA NA PREVENÇÃO DAS REABSORÇÕES ........ 35 4 DISCUSSÃO ............................................................................................. 42 5 CONCLUSÕES ......................................................................................... 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 46 7 1 INTRODUÇÃO De acordo com Tavares et al., (2002), um dos grandes problemas que surgem com freqüência na terapia ortodôntica é a reabsorção radicular externa, sendo considerada a seqüela ortodôntica. Praticamente, todos os casos tratados ortodonticamente sofrem desta patologia, em diferentes intensidades. A reabsorção radicular depende de variáveis genéticas, fisiológicas e anatômicas, constituindo fatores gerais e locais que predispõem a reabsorção radicular. No entanto, os fatores que mais têm influenciado na reabsorção radicular são os fatores mecânicos, devido a sua versatilidade. Esta patologia tem uma etiologia multifatorial resultante de uma interação complexa entre a biologia individual e o efeito das forças mecânicas, exigindo do ortodontista, controle sobre as forças empregadas e monitoramento radiográfico dos pacientes para não ser surpreendido com reabsorções severas, que influirão sobremaneira no resultado obtido. Quanto maior for a magnitude da força aplicada sobre os dentes, maior será a incidência e o grau de reabsorção. Quanto aos movimentos ortodônticos, os de intrusão e inclinação apresentam maiores índices de reabsorções radiculares. A reabsorção radicular no tratamento ortodôntico não pode ser evitada. O mesmo conhecimento que permite esta conclusão possibilita um conjunto de atitudes que, uma vez adotado, pode identificá-la precocemente e evitar, na maioria dos casos, danos significativos ao dente acometido. Algumas condutas devem ser adotadas antes e durante o tratamento ortodôntico, tais como: esclarecimento ao paciente sobre a possibilidade de riscos de ocorrência da reabsorção radicular durante o tratamento ortodôntico; uso de radiografias periapicais de diagnóstico e de proservação; suspender o tratamento por um período de 60-90 dias caso seja diagnosticada a reabsorção. Portanto, é de suma importância o estudo desta patologia para o profissional ortodontista. 8 2 PROPOSIÇÃO Verificar as conseqüências da reabsorção radicular no tratamento ortodôntico. 9 3 REVISÃO DE LITERATURA As reabsorções radiculares são freqüentemente encontradas nos ápices, seguido pelas superfícies mesial, vestibular, distal e lingual. Como características, a reabsorção radicular mostra-se assintomática e preserva a vitalidade pulpar, sem alteração na coloração dos dentes. Do ponto de vista histológico, a atividade osteoblástica compensa a redução tecidual à medida que se processa a perda radicular, conferindo à imagem radiográfica integridade do espaço periodontal. Em conseqüência, os dentes mantêm-se estáveis e sem mobilidade. Via de regra, não retratam importância clínica maior e o prognóstico geralmente é favorável, uma vez que, removida a força ortodôntica, cessa o processo de reabsorção radicular (SILVA FILHO et al., 1993). Os dentes mais freqüentemente afetados, de acordo com o grau de severidade são, respectivamente, os incisivos laterais superiores, incisivos centrais superiores, incisivos inferiores, raiz distal dos primeiros molares inferiores, segundos pré-molares inferiores e segundos pré-molares superiores (PACHECO, 1997). Segundo Almeida et al., (1999), foi Feiglin, que em 1936, classificou a reabsorção radicular em interna, externa e inflamatória. O processo de reabsorção interna é provavelmente desencadeado por um sinal inflamatório na polpa. A reabsorção externa segundo estes autores, pode ser fisiológica, quando ocorre nos dentes decíduos e, patológica, nos casos de reabsorção dentária decorrente da movimentação dentária induzida. A reabsorção inflamatória pode ser apical (ocorre apenas em dentes desvitalizados) ou cervical (dentes vitalizados ou não) que caracteriza-se por uma pequena cavidade na margem cervical, podendo, mais tarde, envolver a dentina. E, posteriormente, em 1988, foi Andreasen quem definiu a reabsorção radicular externa em 3 diferentes tipos: reabsorção de superfície, reabsorção inflamatória e reabsorção por substituição. Já Tronstad, distinguiu dois tipos de reabsorção inflamatória: transitória e progressiva. A reabsorção radicular é uma condição indesejada associada a um processo patológico ou fisiológico que resulta na perda de substâncias de tecidos mineralizados como a dentina, o cemento e o osso alveolar. Na movimentação dentária induzida, os cementoblastos podem morrer quando a força aplicada sobre o 10 dente comprimiu de tal forma os vasos do ligamento periodontal naquela região que as células entraram em necrose ou migraram. Dessa forma, a superfície radicular, desprotegida pela ausência dos cementoblastos, pode ser ocupada por osteoblastos oriundos do osso vizinho e estes se organizam em unidades osteoremodeladoras, iniciando a reabsorção radicular associada à movimentação ortodôntica. A reabsorção dentária relacionada com ao movimento ortodôntico, é classificada como reabsorção inflamatória (GOLDNER et al., 2002). Fernandes & Leite (2002) entendem por reabsorção radicular o processo fisiológico ou patológico que atinge a raiz dos dentes, causando destruição, podendo ou não levar a um encurtamento da mesma. Segundo estes autores, o primeiro pesquisador a evidenciar a reabsorção radicular em dentes permanentes e relacioná-la ao trauma do ligamento periodontal foi Bates, em 1856. Posteriormente, Ottolengui, em 1914, relatou a existência de uma reabsorção, provocada pelo movimento ortodôntico e comprovada radiograficamente, em 1927, por Ketcham. Ottolengui estudou a reabsorção radicular fisiológica e a patológica, afirmando que, durante a reabsorção fisiológica, a polpa dentária permanece viva, o que não acontece quando a reabsorção é do tipo patológica. Diferentemente na reabsorção radicular resultante do tratamento ortodôntico, embora seja patológica, a polpa permanece viva, enquanto as raízes são reabsorvidas. Acrescentou ainda, que os mecanismos pelos quais a reabsorção radicular ocorre, são semelhantes tanto para a dentição decídua quanto para a dentição permanente, embora os processos que levam a esta reabsorção possam ser distintos. As reabsorções radiculares ocorrem com certa freqüência em pacientes submetidos a tratamento ortodôntico. Porém, a etiologia desse problema parece estar relacionada a inúmeros fatores, além das forças provenientes dos aparelhos ortodônticos. A biologia do movimento dentário envolve uma série de reações teciduais decorrentes da aplicação das forças. Inúmeras variáveis, incluindo fatores biológicos e mecânicos, parecem influenciar o grau e a ocorrência das alterações radiculares durante o movimento dentário (CHAVES e VILELLA, 2002). Segundo Itikawa, Silva e Imura (2004), a reabsorção radicular externa cervical é um tipo de reabsorção progressiva inflamatória, com localização na superficie lateral da raiz, tendo seu início no periodonto devido à continua ação de um estimulo (movimentação ortodôntico; cirurgia ortognática, dento-alveolar e periodontal; clareamento dental interno e traumatismo) desencadeante de um 11 processo inflamatório. A condição pode ser transitória (2-3 semanas) ou não e o paciente não exprimenta desconforto, a não ser que o canal seja atingido ou haja infecção periodontal. Esta reabsorção pode ser classificada como intra ou supra óssea sendo que esta última deve ser distinguida da lesão de cárie. Consolaro et al., (2004) consideraram como causa de maior reabsorção de dentes com raízes curtas, após o tratamento ortodôntico, um potencial de reabsorção ao qual atribui-se um caráter genético, mas sem qualquer fundamentação nos resultados. De acordo com os autores, as raízes curtas quando movimentadas apresentam maior índice de reabsorção, pois concentram mais forças no ligamento periodontal, com maior possibilidade de lesão na camada cementoblástica e conseqüente reabsorção radicular. Rego et al., (2004) relataram que as reabsorções radiculares constituem uma das principais iatrogenias decorrentes da movimentação dentária induzida ortodonticamente. Apesar de apresentarem magnitude variável e serem, na maioria dos casos, imprevisíveis, a redução do comprimento radicular normalmente não chega a comprometer a função e a longevidade dos elementos dentários envolvidos. No entanto, quando diante de reabsorções moderadas a extremas, tem-se adotado condutas baseadas nos fatores de risco e na magnitude das reabsorções. Muitas vezes, tem-se de simplificar os objetivos ou até mesmo acelerar a finalização do tratamento, no intuito de minimizar este irreversível custo biológico. Desta maneira, para que se possa identificar os pacientes de risco e tentar reduzir a magnitude das cicatrizes deixadas pela mecanoterapia ortodôntica, é necessário o conhecimento das variáveis mecânicas e biológicas individuais dentro de uma perspectiva baseada em evidências científicas. A compreensão da movimentação dentária induzida ortodonticamente requer conhecimentos relativos à biologia celular, inflamação, micro-circulação, biopatologia óssea e dentária, além do conhecimento de variáveis mecânicas como magnitude, duração direção e intensidade das forças aplicadas. A condição de saúde do indivíduo, na qual se insere uma série de eventos biológicos, também constitui um dos fatores determinantes do sucesso da movimentação dentária. Uma grande variedade de agentes etiológicos pode causar danos na dentina e/ou cemento, promovendo na região comprometida, a colonização de células multinucleadas com capacidade de reabsorção. Tais fatores podem ser a inflamação periapical, a inflamação nos tecidos pulpares, os traumatismos, cistos ou 12 tumores, as forças mecânicas ou oclusais excessivas, os problemas periodontais, e a reabsorção pode, inclusive, ser considerada idiopática (KREIA et al., 2005). Segundo o estudo de Santos & Gentil (2005), a reabsorção radicular é um fator indesejável dentro dos tratamentos ortodônticos, sendo caracterizada pela perda de estrutura radicular, e encurtamento da raiz, e que se não diagnosticada com precisão, pode causar danos irreparáveis, levando a perda do elemento dentário. Para Ochoa, Blanco e Pichardo (2006), a reabsorção radicular ocorre durante o tratamento ortodôntico é quase sempre precedida por hialinização do ligamento periodontal. Como resultado de reabsorção minada pelo mesmo as raízes superficiais podem ser afetadas. Acredita-se que, enquanto as lacunas na reabsorção estão confinadas à marginal da raiz não haverá enfraquecimento da função e estabilidade do único dente. Apenas a reabsorção da porção apical da raiz é uma lesão que pode ameaçar a estabilidade e função do dente. Se as camadas de cementoide e pré-dentina são bastante espessas, não haverá reabsorção radicular apical após um período de três a quatro semanas. Se a superfície radicular é bem calcificada e da fina camada de dentina é o movimento de inclinação que leva à reabsorção do lado externo da porção apical, bem como ao longo do interior do canal radicular. 3.1 FATORES QUE INFLUENCIAM A REABSORÇÃO RADICULAR De acordo com Costopoulos e Nanda (1996), a intrusão é uma movimentação dentária que tem sido sugerida como possível causa da reabsorção radicular. O ápice e o periodonto associado podem sofrer forças de compressão relativamente altas quando uma força intrusiva é aplicada à coroa. Devido ao potencial desses níveis altos de pressão, a intrusão é uma técnica que certamente pode aumentar o risco de reabsorção radicular apical. Os fatores que influenciam a reabsorção podem ser descritos como biológicos, mecânicos, ou uma combinação de ambos. Dentre os fatores biológicos pode-se citar a susceptibilidade individual, predisposição hereditária, fatores sistêmicos, fatores nutritivos, idade cronológica e idade dentária. Com relação a 13 idade dentária, tem-se observado que as raízes parcialmente formadas parecem desenvolver-se normalmente durante o tratamento ortodôntico. Sabe-se ainda que raízes incompletas apresentam menos reabsorção radicular do que as totalmente formadas (BREZNIAK et al., 1997). Segundo Pacheco (1997), os problemas endocrinológicos, incluindo o hipertireoidismo, hipopituitarismo e hiperpituitarismo, são relacionados a reabsorção radicular. Outro elemento bastante investigado como causador de reabsorção é o fator nutricional, mas o assunto e controvertido. Parece haver uma grande susceptibilidade para a reabsorção radicular notada entre adultos. Isto pode ocorrer devido a membrana periodontal tornar-se menos vascular, aplástica e estreita, o osso mais denso, avascular e aplástico e o cemento mais largo. Capelozza Filho e Silva Filho (1998), relataram que a reabsorção radicular acomete a maioria (90,5%) dos dentes permanentes tratados ortodonticamente, com lesões microscópicas (0,73 mm de largura e 0, 10 mm de profundidade) que são sempre reparadas. Nestas circunstâncias, este seria um processo fisiológico chamado de reabsorção de superfície. Se esta reabsorção evolui devido um agente etiológico, é chamada de reabsorção inflamatória, podendo ser transitória, quando a agressão é pouco significativa e o tempo de ação pequeno. O resultado é uma reabsorção restrita ao cemento e reparável por cemento celular. A presença do agente etiológico por um período longo cria a reabsorção radicular inflamatória progressiva, obviamente mais extensa e invasiva e, portanto, mais grave. Segundo estes autores, a magnitude da força desenvolvida está na dependência da área radicular, da quantidade do osso de suporte, do tipo de movimento dentário, das características do periodonto e do tipo de aparelho utilizado. O outro tipo de reabsorção, chamado de reabsorção por substituição, é a causadora da anquilose. Raramente presente durante o tratamento ortodôntico, ela acontece devido a formação de osso sobre uma área radicular exposta pela reabsorção, substituindo a porção radicular reabsorvida. Assim, a reabsorção que geralmente ocorre durante o tratamento ortodôntico é a de superfície ou a inflamatória. Almeida et al., (1999), identificaram quatro fatores que contribuem para o desenvolvimento da reabsorção externa inflamatória: 1. Lesão ao ligamento periodontal, que ocorre mais frequentemente quando a viabilidade das células do ligamento é rompida, tal como em avulsões e luxações; 14 2. Início da reabsorção superficial. O dano à superfície radicular leva à reabsorção superficial do cemento e para que o processo continue, a reabsorção deverá vencer a barreira estabelecida pelo cemento expondo os túbulos dentinários adjacentes. 3. Comunicação com o tecido pulpar necrótico ou com uma zona inflamada contendo microrganismos. Se o evento traumático resultou numa redução significativa ou destruição completa do suprimento sanguíneo pulpar pelo rompimento dos vasos sanguíneos apicais, o ambiente está agora pronto para a infecção do tecido pulpar. 4. Permeabilidade dos túbulos dentinários. Quanto maior o diâmetro dos túbulos mais rápida é a reabsorção. Em termos clínicos, isto explica porque os dentes jovens imaturos tendem a reabsorver mais rapidamente do que dentes mais maduros. De acordo com a vulnerabilidade dentária à reabsorção radicular, os dentes anteriores mostram-se mais susceptíveis, não sendo difícil de entender esta prevalência, uma vez que, são dentes unirradiculares, com raízes cônicas e que ao serem movimentados, transmitem, diretamente ao ápice, a força aplicada sobre a coroa dentária. Por outro lado, há um consenso de que os incisivos são os dentes mais movimentados durante o tratamento ortodôntico, principalmente nos casos com extrações. Nos casos de Classe II, divisão 1ª onde os incisivos apresentam-se protruídos, os lábios superiores hipotônicos e com interposição de língua, há uma maior probabilidade de apresentar reabsorção dos incisivos superiores. Em suma, a reabsorção radicular pode ocorrer por vários motivos. Os mais freqüentes são: por traumatismo, por lesão endodôntica, por pulpotomia, por movimentação ortodôntica, por enxertos ósseos. É uma situação em que o profissional encontra grandes dificuldades para conseguir com que se estabilize. Alguns autores afirmam que determinadas reabsorções podem perder sua velocidade, porém não a sua continuidade (ALMEIDA et al., 1999). Souza et al., (1999), realizaram um estudo com o objetivo de verificar possíveis fatores determinantes da reabsorção radicular, durante a mecânica ortodôntica. Verificaram que fatores como o tempo de tratamento, a utilização de arcos retangulares e a realização de movimentos intrusivos foram determinantes de lesões de reabsorção radicular. Já a idade do paciente, o dimorfismo sexual e o tipo de maloclusão de Angle não foram considerados significantes na instalação do 15 processo de reabsorção. Foi relatado haver relação positiva entre magnitude de força aplicada e mordida aberta com as reabsorções radiculares. Ainda foi verificado que a aparatologia fixa induz maior reabsorção radicular quando comparada com a removível, porém, as diferentes técnicas que utilizam dispositivos fixos comportaram-se similarmente quanto à reabsorção radicular. Não houve evidências de diferenças entre tratamentos com e sem extração. Os autores foram divergentes em seus resultados sobre a relação do uso de elásticos de Classe II com o processo de reabsorção radicular. Os dentes mais atingidos foram os incisivos superiores, e há uma maior suscetibilidade de ocorrerem reabsorções em raízes dilaceradas e com forma de pipeta. Foi verificado que a maioria dos pacientes ortodônticos são atingidos pelas reabsorções radiculares, porém quase sempre são leves, e após a remoção das forças cessa o processo de reabsorção radicular. Alguns procedimentos ortodônticos parecem influenciar o grau de reabsorção: o uso de aparelhos extra-orais, associado aos elásticos com orientação de Classe II, a expansão rápida da maxila, extrações dentárias, a utilização de elásticos com orientação de Classe II por tempos prolongados e cirurgia maxilar. A biologia do movimento dentário envolve uma série de reações teciduais, após a aplicação de forças ortodônticas, que de uma maneira ainda não totalmente esclarecida, podem resultar em reabsorção radicular. Inúmeras variáveis, incluindo fatores biológicos e mecânicos, parecem influenciar o grau e a ocorrência das alterações radiculares durante o movimento dentário. Um amplo conhecimento sobre a biologia dos tecidos envolvidos durante o movimento dentário, bem como dos princípios biomecânicos e os demais aspectos relacionados às reabsorções parecem auxiliar o ortodontista durante o controle deste indesejado efeito durante o tratamento ortodôntico (CHAVES e VILELLA, 2002). O estudo de Furquim (2002) mostrou que a freqüência das reabsorções dentárias foi observada em 3 grupos de 70 pacientes cada. Estes grupos constituíram-se de 70 pacientes sem tratamento ortodôntico, 70 pacientes com tratamento ortodôntico sem reabsorção dentária e 70, com reabsorção dentária. Foram analisadas as características morfológicas dentárias e maxilares, bem como determinado o perfil hormonal, cônico, enzimático e glicêmico de todos os pacientes. Os resultados revelaram que: 1. pacientes com tratamento ortodôntico com e sem reabsorção dentária apresentaram o mesmo perfil sistêmico e endocrinológico, tal como os pacientes sem tratamento ortodôntico: 2. no grupo de pacientes submetidos 16 ao tratamento ortodôntico que apresentaram reabsorção dentária, a morfologia radicular triangular foi significantemente mais freqüente em relação ao grupo de pacientes submetidos a tratamento ortodôntico sem reabsorção dentária e do grupo de pacientes sem tratamento ortodôntico: 3. no grupo de pacientes submetidos ao tratamento ortodôntico que apresentaram reabsorção dentária, a morfologia da crista óssea alveolar retangular foi significantemente mais freqüente em relação ao grupo de pacientes submetidos a tratamento ortodôntico sem reabsorção dentária e do grupo de pacientes sem tratamento ortodôntico. Assim concluiu-se que: 1. as reabsorções dentárias durante o tratamento ortodôntico não são resultantes da ação de fatores sistêmicos, inclusive de endocrinopatias: 2. as reabsorções dentárias durante o tratamento ortodôntico são fortemente influenciadas pela morfologia da raiz dentária e da crista óssea alveolar. Cambi et al., (2002), abordaram em seu estudo a reabsorção radicular decorrente da movimentação ortodôntica, com ênfase nos movimentos de intrusão e torque. Enfatizaram o correto direcionamento, magnitude e intervalo da força aplicada, com o intuito de prevenir a ocorrência da reabsorção radicular, durante e após o tratamento ortodôntico. Embora todos os tipos de movimento ortodôntico possam provocar reabsorção da raiz dentária, a intrusão e o torque, quando aplicados simultaneamente propiciam maiores níveis de rabsorção radicular, que se não forem diagnosticados precocemente podem causar danos irreversíveis, levando até mesmo a perda dentária. As reabsorções radiculares ocorrem com certa freqüência em pacientes submetidos a tratamento ortodôntico, porém, a etiologia deste problema parece estar relacionada a inúmeros fatores, tais como impacções dentárias, distúrbios sistêmicos, contatos oclusais traumáticos, infecções e neoplasias, tratamento periodontal, reimplante de dentes, clareamento dental, forças mecânicas provenientes dos aparelhos ortodônticos, hábitos e restaurações altas. O clareamento dentário pode ser a causa de uma reabsorção iatrogênica, pois o peróxido de hidrogênio pode passar pelos túbulos dentinários na região cervical, resultando em irritação gengival ou do ligamento periodontal, o que poderá desencadear esta patologia (WESTPHALEN et al., 2003). Segundo Odebrecht et al., (2004), dentre os fatores relacionados ao surgimento e progressão das reabsorções radiculares destacam-se os processos inflamatórios periapicais, as compressões císticas e as de dentes impactados, as 17 deficiências metabólicas, os distúrbios hormonais e as forças impostas pela movimentação ortodôntica. A susceptibilidade individual é considerada o fator principal no potencial à reabsorção radicular. Segundo os autores, é um enigma que em alguns pacientes os dentes podem ser movidos 20 mm sem evidenciar radiograficamente reabsorção radicular, enquanto em outros pacientes uma mera extrusão de 2 a 3 mm pode resultar em extensa reabsorção radicular apical. Dessa forma, o processo de reabsorção radicular varia entre as pessoas e na mesma pessoa em momentos diferentes. Com base nestas considerações, os autores realizaram um estudo comparativo da reabsorção radicular apical em pacientes bruxônomos e pacientes sem sinais clínicos de desgaste dentário, em relação à quantidade de reabsorção radicular apical nos incisivos superiores. Para tanto, foram avaliados clínica e radiograficamente 64 pacientes, perfazendo um total de 256 incisivos acompanhados. Os resultados demonstraram que há uma correlação positiva entre bruxismo e reabsorção radicular. Com a persistência do bruxismo, o ligamento periodontal pode ser danificado, aumentando assim a mobilidade dentária. A pressão nos dentes pode interferir no aporte sanguíneo local e levar à perda de osso alveolar. Segundo Consolaro et al., (2004) há uma grande quantidade de fatores ambientais envolvidos na etiopatogenia das reabsorções dentárias durante a movimentação ortodôntica como: tipo de má-oclusão, tipo e extensão do movimento dentário induzido, forma e cumprimento da raiz; intensidade e distribuição da força, densidade e altura do osso alveolar, tipo de mecânica aplicada, história dentária anterior como bruxismo, traumatismo dentário prévio, lesões periapicais, doença periodontal, onicofagia e outros vícios. Os autores relataram que a reabsorção dentária representa um fenômeno mediado por várias citocinas, fatores de crescimentos e produtos do ácido araquidônico, além de outros mediadores como o óxido nítrico. Segundo estes mesmos autores, dentre os fatores relacionados ao surgimento e progressão das reabsorções radiculares destacam-se os processos inflamatórios periapicais, as compressões císticas e as de dentes impactados, as deficiências metabólicas, os distúrbios hormonais e as forças impostas pela movimentação ortodôntica. A susceptibilidade individual é considerada o fator principal no potencial à reabsorção radicular. De acordo com os autores o tratamento ortodôntico, por si só, não é o maior contribuinte para a reabsorção. Existem outros fatores, os quais associados à aplicação de força, desencadeiam o processo. 18 Baseados na constatação de que geralmente a força é suave e na premissa de que reabsorção radicular provocada pelo tratamento ortodôntico cessa no momento em que a mesma é removida, há concordância de que as melhoras estéticas e funcionais justificam os riscos. Segundo Kreia et al., (2005), uma grande variedade de agentes etiológicos pode causar danos na dentina e/ou cemento, promovendo na região comprometida, a colonização de células multinucleadas com capacidade de reabsorção. Tais fatores podem ser a inflamação periapical, a inflamação nos tecidos pulpares, os traumatismos, cistos ou tumores, as forças mecânicas ou oclusais excessivas, os problemas periodontais, e a reabsorção pode, inclusive, ser considerada idiopática. Braga e Platcheck (2005) relataram que muitos fatores são relacionados à reabsorção radicular, principalmente nos tratamentos ortodônticos. Logo, um exame radiográfico periapical detalhado, antes de qualquer movimentação dentária, é imprescindível para se poder avaliar a morfologia radicular, patologias periapicais e presença de tratamentos endodônticos. Os autores citam como fatores intrínsecos a hereditariedade, o sexo, a idade, ao tipo de maloclusão e estrutura facial e dentoalveolar, a morfologia radicular e óssea, a rizogênese incompleta, ao traumatismo e dentes tratados endodonticamente, as doenças endocrinopatas. Já os fatores extrínsecos são a magnitude da força, a natureza da força, o intervalo da força, os tipos de movimentos, o tempo de tratamento, as formas de tratamento. Santos e Gentil (2005) abordaram os fatores associados a ocorrência da reabsorção radicular, além de relacionar algumas condutas que devemos tomar antes e durante o tratamento ortodôntico. Fatores relacionados ao paciente e fatores vinculados às condutas técnicas estão relacionados à ocorrência desta patologia. Esses fatores devem ser considerados visando a prevenção da reabsorção radicular. Condutas como: radiografias periapicais de diagnóstico dos dentes anteriores; radiografias periapicais de proservação dos dentes anteriores após 6 meses de tratamento; sendo diagnosticada a reabsorção, um período de repouso de 60-90 dias, associado à reavaliação do caso, para continuação do tratamento, são muito importantes e devem ser consideradas com todo paciente que se submete ao tratamento ortodôntico. Rothobarth e Souza (2006), avaliaram os fatores que podem contribuir para o estabelecimento da reabsorção radicular externa em dentes avulsionados 19 reimplantados. O processo de reparo pode ser influenciado pela reabsorção externa, representando a mais séria complicação e causa de perda dental pós-reimplante. A reabsorção é induzida, provavelmente, por lesões na camada de cementoblastos devido à anoxia ou remoção mecânica. Os fatores que exercem maior influência sobre as células do ligamento periodontal são o tempo extra-oral e o meio de estocagem, porém nenhum fator na cadeia de eventos desde a avulsão até a obturação final do canal deve ser ignorado se o sucesso no tratamento queira ser alcançado. 3.2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA REABSORÇÃO RADICULAR Fonseca & Bahia (1995) relataram que o mecanismo de ação pelo qual os osteoclastos reabsorvem o tecido ósseo é multi-fatorial; os microorganismos desempenham um papel decisivo no desenvolvimento das reabsorções radiculares inflamatórias, consequentemente, a eliminação destes do sistema de canal radicular é fundamental no tratamento das mesmas. O medicamento mais eficaz em prevenir o desencadeamento e progressão do processo de reabsorção radicular inflamatória externa, ao mesmo tempo que estimula o reparo, é o hidróxido de cálcio. O controle radiográfico das raízes dos incisivos centrais superiores e inferiores, o grupo mais susceptível de dentes, pode detectar a presença de reabsorção, e indicar qual a susceptibilidade individual do paciente. Como todo o paciente é de risco e toda mecânica capaz de desencadear reabsorção, parece imprescindível a adoção deste método diagnóstico de caráter preventivo: a tomada da radiografia periapical dos incisivos superiores e inferiores pela técnica do paralelismo, após 6 meses de mecânica. Comparadas às radiografias iniciais obtidas das mesmas áreas e pela mesma técnica, seria possível definir o grau da reabsorção imposto pelos 6 meses de mecânica e estabelecer um diagnóstico de evolução. Para Owman-Moll, Kurol e Lundgren (1996), o método histológico de detecção de reabsorções permite uma avaliação precisa da localização e extensão do dano causado. No entanto, segundo os autores, este método não é aplicável em seres humanos para o acompanhamento periódico de controle das reabsorções radiculares, durante o tratamento ortodôntico. O acompanhamento radiográfico 20 periódico dos pacientes pode ser capaz de aumentar a possibilidade de detecção precoce das reabsorções e indicar a necessidade de novas condutas durante o tratamento ortodôntico, para evitar a progressão das lesões. Ao admitir que a reabsorção radicular durante o tratamento ortodôntico está fora do controle do ortodontista por depender de fatores não totalmente conhecidos e presos à susceptibilidade do indivíduo, Tavares & Sampaio (1997) consideram que todo paciente é de risco. Nesta perspectiva a adoção de procedimentos preventivos em relação a reabsorção radicular, é obrigatório, sob pena de o profissional se tornar negligente. Os autores fornecem informações consistentes em relação à reabsorção radicular significativa, iniciando-se pela anamnese, cujos principais aspectos a serem considerados são a presença de distúrbios metabólicos, distúrbios endócrinos e respostas alérgicas exacerbadas. Tais informações deveriam ser processadas tendo em visa à susceptibilidade do cliente à reabsorção radicular. De acordo com estes autores, a inclusão de dentes com reabsorções prévias, apenas numa fase mais avançada do tratamento ortodôntico, parece reduzir ao mínimo os riscos de continuidade do processo de reabsorção. Caso sejam detectadas reabsorções maiores do que 2mm durante o curso do tratamento, os autores consideram necessário um replanejamento da terapêutica com sacrifícios dos objetivos iniciais; uma interrupção temporária (60 a 90 dias) está indicada quando são identificadas reabsorções de até 2mm; e o tratamento deve ser definitivamente interrompido frente a reabsorções que envolvam além de 1/3 da raiz. Para Nouer et al., (1997) a avaliação radiográfica é importante antes, durante e pós-tratamento ortodôntico; os incisivos superiores foram os dentes que apresentaram maior freqüência de reabsorção radicular; a reabsorção radicular manifestou-se igualmente nos pacientes do sexo masculino e nos do sexo feminino; a idade do paciente e o tipo de movimento executado durante o tratamento, não foram significantes nas alterações do ápice dentário; a duração do tratamento constitui-se em fator agravante da reabsorção radicular; a predisposição individual atua como fator primário no aparecimento das reabsorções radiculares; são necessárias novas pesquisas para melhor esclarecimento dos fatores agravantes das reabsorções radiculares e métodos precisos para minimizar o seu aparecimento. Capelozza Filho & Silva Filho (1998) lembram que deve-se observar se o paciente já foi tratado, e deve-se observar a história familiar do paciente, 21 considerando a hereditariedade presente na predisposição à reabsorção radicular. Também a presença de hábitos, tais como a onicofagia e o pressionamento atípico de língua, precisa ser questionada, visto serem elementos predisponentes à reabsorção radicular. A presença de encurtamento radicular antes do tratamento ortodôntico é significativa e pode indicar susceptibilidade. Estes autores sugerem um conjunto de atitudes que deveriam ser adotadas preventivamente após o exame radiográfico periapical que preconizam para os incisivos superiores e inferiores depois de 6 meses de mecânica ortodôntica. As recomendações estão de acordo com o grau de reabsorção radicular encontrado neste exame. Estes mesmos autores relataram que as perspectivas de controle da reabsorção após sua detecção em tempo hábil (6 meses) têm eficácia. Considerando que uma porcentagem de indivíduos não superior a um terço dos pacientes vão mostrar reabsorção moderada no exame de controle aos 6 meses e exigir estes cuidados, parece um preço pequeno a pagar por uma proteção que evita que 18% dos pacientes cheguem a ter reabsorções significantes que comprometem os resultados obtidos com o tratamento ortodôntico. Portanto, pacientes que tenham terminado seu tratamento com reabsorção radicular apical moderada (<2mm) não terão nenhum tipo de problema relacionado a este aspecto. Isto é verdadeiro desde que a contenção adotada não interfira com o período de repouso que presumivelmente deveria ser criado nesta fase do tratamento. Contenções com ação restritiva contínua sobre um dente ou um grupo de dentes poderiam manter o processo de reabsorção. Além disso, outros aspectos como trauma oclusal gerado na função ou por apertamento dentário involuntário poderiam determinar a continuidade do processo e, portanto exigem atenção profilática. Em termos práticos, dentes com reabsorção radicular teriam que ser monitorados com maior atenção no período de contenção e com zero de permissividade para desvio da normalidade. Pacientes que terminaram o tratamento ortodôntico com reabsorções severas ou extremas caracterizam situação muito desconfortável. Ainda que a premissa para o pós-tratamento seja a mesma descrita aqui para reabsorção moderada, ou seja, o processo estabiliza e o prognóstico a longo prazo seja bom, as vantagens aferidas com o tratamento são seriamente questionadas. Os autores sugeriram um conjunto de atitudes que devem ser adotadas preventivamente após o exame radiográfico periapical preconizado para os incisivos depois de 6 meses de mecânica ortodôntica. As recomendações estão de acordo com o grau de reabsorção radicular encontrado neste exame: 1) ausência de 22 reabsorção: manter o mesmo regime de tratamento; 2) reabsorção moderada: necessário período de descanso de 90 dias. Comunicar a susceptibilidade ao paciente. Seguir tratamento após estas providências com maior intervalo de aplicação de força e maior atenção a fatores locais de risco. Repetir controle radiográfico depois de 90 dias; reabsorção severa: descanso obrigatório de 90 dias. Considerar a finalização do tratamento ou alterar os objetivos para reduzir tempo de tratamento; reabsorção extrema: descanso obrigatório de 90 dias. Fazer radiografia panorâmica para avaliar os demais dentes. Comunicar o paciente a grande susceptibilidade. Adotar obrigatoriamente a finalização do tratamento. O bom senso e a experiência de cada profissional, em sua mecânica, são os maiores trunfos para a execução de um tratamento ortodôntico confortável do ponto de vista fisiológico. Nenhuma mecânica, por menor que sejam as forças exercidas, estará livre de desencadear reabsorção. Uma mecânica consistente, vai provocar reabsorção discreta e pouco significante(< 0,9 mm) na maioria dos pacientes, mas será agressiva (> 3 mm) em 10% deles. Segundo Valdrighi et al., (1999) deve-se realizar um diagnóstico acurado do elemento dentário antes do tratamento ortodôntico e exames radiográficos durante o tratamento, para avaliação e controle de possíveis efeitos indesejáveis, lembrando-se sempre, da importância de um tratamento ortodôntico, associado a um cuidadoso controle das forças aplicadas, o qual proporciona melhores condições para a resposta metabólica exigida pelo movimento dentário, permitindo melhor proliferação e atividade celular nos tecidos dentários e de suporte. Segundo Ritter et al., (1999), durante o tratamento ortodôntico é recomendável: controle radiográfico periódico - radiografias iniciais, intermediárias e finais são importantes na detecção da reabsorção radicular externa; a utilização de forças leves e intermitentes; o menor tempo possível de tratamento; e, esclarecimentos ao paciente ou aos responsáveis sobre o risco de possíveis encurtamentos radiculares durante o tratamento ortodôntico. De acordo com Bevilaqua e Santana (1999), o movimento dental obtido por meio de diferentes técnicas ortodônticas é um dos fatores responsáveis pelo perfeito alinhamento dos dentes. Tem-se comprovado na literatura pertinente, entretanto, que a reabsorção radicular ocorre, em maior ou menor grau, durante e/ou após o tratamento ortodôntico. Cabe ao profissional, portanto, conhecer e avaliar os fatores de risco inerentes ao paciente e à técnica ortodôntica selecionada para o 23 caso, no sentido de prevenir o aumento da reabsorção e assim manter o elemento dental em plena função mastigatória e estética. Ferlini Filho e Garcia (1999) realizaram um estudo morfológico das reabsorções, utilizando-se 87 dentes humanos extraídos, portadores de lesão periapical, e procurando relacionar sua identificação microscópica com a presença ou não do fenômeno na radiografia inicial de diagnóstico. Em uma primeira etapa, procedeu à análise das radiografias correspondentes às setenta e duas amostras, para em um segundo momento, submetê-las à análise em microscopia óptica. A terceira fase do trabalho constituiu-se na confrontação dos achados radiográficos e microscópicos da amostragem, enfocando-se nos spectos que tenham ocorrido nas duas análises ou em só uma delas. Em cada análise (radiográfica e microscópica), foram abordadas características, como localização, profundidade e estágio evolutivo. Utilizam ainda, 15 amostras restantes, a microscopia eletrônica de varredura, unicamente com finalidade de ilustração complementar. Os resultados da análise radiográfica mostraram que 63,88% das amostras não permitiram identificar reabsorção radicular, sendo incluídas na categoria reabsorção radicular não observável. O restante da amostragem, 36,11%, permitiu ver, na radiografia, alguma forma de reabsorção, denominada reabsorção radicular observável. Na análise microscópica, 5,55% das raízes mantiveram contorno radicular íntegro, sendo incluídas na categoria de reabsorção radicular ausente. A maioria, entretanto, 94,44%, mostrou algum tipo de reabsorção, sendo incluída no grupo com reabsorção radicular presente. Os resultados das análises radiográfica e microscópica revelaram que alguma forma de reabsorção radicular está presente na maioria dos dentes portadores de processo crônico periapical. As reabsorções radiculares foram vistas com mais facilidade no exame microscópico do que no exame radiográfico. O presente trabalho deixou claro também que as radiografias convencionais não são recursos eficientes para o diagnóstico de reabsorções radiculares em estágios iniciais. De acordo com Hamilton & Gutman (1999), um dente traumatizado pode ser movimentado ortodonticamente com pouco risco de reabsorção se a polpa não tiver sido comprometida por infecção ou necrose e se não houver um processo de anquilose. Se for evidente a presença de alteração pulpar, deve ser realizado tratamento endodôntico adequado antes da movimentação ortodôntica ser iniciada. Se um dente traumatizado apresentar reabsorção, existe uma grande chance de que 24 o movimento ortodôntico agrave o processo. Em casos de traumatismo grave, como luxação e avulsão, pode-se ter dentes com um processo de reabsorção intenso, principalmente durante o movimento ortodôntico, independente de terem sido ou não realizados tratamentos endodônticos prévios. Clasen e Aun (2001), avaliaram comparativamente, a eficácia da radiografia digital direta (RDD), utilizando o sistema RVG Trophy 2000 (Trophy Radiologie, Vincennes, França), com a radiografia convencional (RC), usando-se filmes de velocidade F Insight (Eastman Kodak Co., Rochester, NY, EUA), no diagnóstico de reabsorções radiculares externas. Foram utilizados 24 incisivos centrais superiores, onde foram realizadas reabsorções externas de 0,5, 0,8 e 1,0 mm de diâmetro no terço médio da superfície radicular, nas faces mesial, vestibular ou distal. Os dentes foram reposicionados no alvéolo de um crânio seco, e radiografados pelas duas técnicas, sendo que as imagens radiográficas foram observadas e diagnosticadas por quatro examinadores. Os resultados mostraram que a radiografia digital direta, com ou sem a aplicação de recursos do software, propiciou um maior número de acertos do que a radiografia convencional, com diferenças estatisticamente significantes. Segundo Chaves e Vilella (2002), um amplo conhecimento sobre a biologia dos tecidos envolvidos durante o movimento dentário, bem como dos princípios biomecânicos e os demais aspectos relacionados às reabsorções, pode ajudar o ortodontista a controlar esse problema. Conclui-se que algumas medidas preventivas devem ser consideradas para os pacientes submetidos ao tratamento ortodôntico. Tais medidas são: anamnese e exame clínico criteriosos, acompanhamento radiográfico, utilização de forças leves, maior intervalo de ativação das forças ortodônticas, remoção de hábitos, ajuste oclusal, contenção com aparelhos passivos e, em alguns casos, replanejamento ou interrupção do tratamento. Estes autores relataram com grande precisão fatores referentes ao diagnóstico, a prevenção e ao tratamento da reabsorção radicular. Segundo eles, algumas características anatômicas podem auxiliar a prever a possibilidade de ocorrência das reabsorções radiculares. São elas: grandes discrepâncias entre o comprimento radicular de raízes vestibulares e linguais de molares superiores, raízes dos molares inferiores menores do que as dos pré-molares adjacentes e caninos com raízes de tamanho igual ou menor às dos incisivos laterais podem estar relacionados ao processo de reabsorção radicular. Radiografias convencionais, 25 digitais, panorâmicas, cefalométricas e a laminografia podem ser utilizadas para o estudo e diagnóstico das reabsorções radiculares. Entretanto, a utilização de radiografias cefalométricas parece estar restrita à avaliação de apenas alguns dentes, como os incisivos e caninos, sendo as radiografias panorâmicas utilizadas durante a avaliação do comprimento radicular dos molares. A sensibilidade das radiografias digitais foi considerada semelhante à das radiografias convencionais em relação à detecção de alterações radiculares. Além disso, apresentam vantagens como facilidade de obtenção da imagem e menor dose de radiação para o paciente, permitindo um controle radiográfico mais freqüente. Os referidos autores citam alguma vantagem da laminografia sobre a radiografia cefalométrica, uma vez que a técnica laminográfica elimina a sobreposição de imagens. No entanto, as radiografias mais acessíveis e comumente utilizadas são as radiografias periapicais convencionais, através de técnicas padronizadas como a do paralelismo. Capelozza Filho et al., (2002), realizaram um estudo com o propósito de investigar a acuidade de um método radiográfico, proposto por Levander & Malmgren, para diagnóstico da reabsorção radicular durante o tratamento ortodôntico com aparelhos fixos. O risco de reabsorção radicular foi avaliado em 326 incisivos centrais e laterais superiores e inferiores de 43 pacientes (24 mulheres e 19 homens). Radiografias periapicais foram obtidas pela técnica do paralelismo imediatamente antes do início do tratamento, após 6-9 meses e após o término do tratamento. Sempre que uma reabsorção superior ao nível 1 (> 1 mm) era encontrada, o tratamento era suspenso por 60 a 90 dias. Os pacientes foram tratados com braquetes programados Straight Wire e a duração do tratamento variou de 11 a 28 meses. Para avaliar o nível de encurtamento radicular aplicou-se um índice de 1 a 4, conforme recomendado por Levander & Malmgren. A reabsorção radicular após o tratamento ortodôntico esteve diretamente relacionada com a reabsorção encontrada nos 6-9 meses iniciais. A presença de reabsorção moderada (> 1 < 2 mm) aos 6-9 meses indica um risco de reabsorção severa ao final do tratamento. O método foi considerado eficiente, porém constatou-se uma porcentagem de falha de 11,5% na avaliação radiográfica proposta para diagnóstico precoce da reabsorção radicular. Isto não inviabiliza o método, mas deve ser considerado para a sua correta aplicação. Cambi et al (2002) relataram que medidas preventivas como adoção de forças leves seguidas de períodos de descanso podem diminuir os riscos de 26 reabsorção na raiz. O acompanhamento radiográfico, no início e durante todo o tratamento, é essencial, tanto para a detecção precoce como para o controle do problema. Teixeira & Zöllner (2003) realizaram um trabalho cujo objetivo foi avaliar a ocorrência de reabsorção radicular externa em dentes com e sem tratamento endodôntico, que foram submetidos ao tratamento ortodôntico. Foram realizados a avaliação e o levantamento radiográfico de 19 pacientes, em 151 elementos dentários por um período de avaliação de, no máximo, 45 meses. A avaliação foi feita em dentes anteriores superiores e inferiores com radiografias periapicais e panorâmicas. Os autores observaram que dentre os 151 dentes, 10 já tinham o tratamento endodôntico e em 3 casos foi realizada a endodontia durante a movimentação ortodôntica e que não apareceu reabsorção radicular externa em nenhum dos casos analisados, quando submetidos à força. Os autores verificaram que dentro dos 151 dentes que estavam sob pressão ortodôntica, foram analisados que em 26 dentes surgiu reabsorção radicular externa após a movimentação ortodôntica. Dos 151 dentes que os autores analisaram, 135 dispunham de aparelho ortodôntico fixo e 16 de aparelho ortodôntico móvel, sendo que os 26 dentes que apresentaram reabsorção radicular externa utilizaram aparelho ortodôntico fixo. Os autores concluíram então, que a maioria dos dentes analisados desenvolveu reabsorção radicular externa superficial durante o tratamento ortodôntico sem significado clínico na maioria dos casos e após a remoção dos dispositivos ortodônticos, houve interrupção do processo. O tratamento endodôntico poderá ser realizado sem nenhum problema durante a movimentação ortodôntica, devendo a força aplicada ser interrompida pelo menos durante o tratamento de canal. Mahl (2003), avaliou, in vitro, o desempenho diagnóstico de imagens radiográficas convencionais digitalizadas através da obtenção de medidas do comprimento radicular, da comparação de pares de imagens e da subtração digital em dentes submetidos a absorções radiculares externas apicais e à movimentação ortodôntica simulada, 28 incisivos centrais superiores, em cujas coroas foi colocado um bracket, tiveram seu comprimento radicular medido através de paquímetro digital e foram radiografados associados a um simulador de tecidos ósseo e moles com o auxílio de posicionadores individualizados, pela técnica periapical da bissetriz. Os dentes foram novamente medidos e radiográfados após desgastes apicais seqüencias de aproximadadamente 0,5 mm (R1) e 1mm (R2), variando sua 27 inclinação no sentido vestíbulo-palatino (0 graus, 5 graus, 10 graus e 15 graus). As radiografias foram digitalizadas e submetidas inicialmente à analise quantitativa do comprimento dentário, através de régua eletrônica. Após, pares de imagens do mesmo dente (inicial x inclinação) foram exibidos, em monitor, a um observador, que as avaliou quanto a presença ou ausência de imagem compatível com reabsorção apical, atribuindo-lhes escores de 1 grau a 5 graus. As imagens resultantes da subtração dos mesmos pares de radiografias foram avaliados pelos mesmos critérios. As medidas lineares de comprimento radicular foram reprodutiveis (r=0,93), diferindo significativamente entre as duas etapas de reabsorção (R1:0,59 + ou 0,19mm; R2 1,14 + ou - 0,37mm) porém não diferindo significamente em função da inclinação do dente. Avaliação de pares de imagens apresentou correlação média (r=0,461) quando repetida em 20 por cento da amostra, não apresentando diferenças estatisticamente significativas nos escores atribuídos às imagens de acordo com a inclinação dos dentes (Teste não paramétrico de Friedman, R1; p= 0,704 e R2: p=0,508). A avaliação por subtração digital de imagens apresentou correlação média (r=0,485) quando repetida em 20 por cento da amostra, não diferindo significativamente (Teste não paramétrico de Friedman), em ambas as etapas de absorção, apenas para as inclinações 0 graus e 5 graus. Tais resultados permitiam concluir que os recursos testados tiveram desempenhos diferentes nos diagnósticos de reabsorção Radiculares Externas Apicais (RREA) simuladas, pois os valores médios das medidas de comprimento do dente, para cada nível de reabsorção, não variaram, significativamente. Para Consolaro (2004), a anamnese deve ser valorizada, visto que a mesma é um „segredo‟ de prevenção de problemas quanto à reabsorção dentária em Ortodontia. Portanto, ela deve ser dirigida para traumas, interposição lingual, vícios bucais, tratamento anteriores, onicofagia e bruxismo. Para este autor, o diagnóstico e planejamento são mandatários para um bom tratamento ortodôntico e estes aspectos variam muito de acordo com o profissional e a sua forma de prognosticar. Varia inclusive conforme seu padrão de beleza, muito subjetivo. Segundo o autor, as radiografias utilizadas são as periapicais e os dentes escolhidos quase sempre os incisivos superiores. O diagnóstico de reabsorções dentárias em radiografias panorâmicas e telerradiografias em norma lateral (cefalométricas) é impreciso e questionável. Mesmo nas radiografias periapicais, as imagens das reabsorções apresentam limitações em sua interpretação, mas constituem ainda o melhor método 28 de análise entre os acessíveis. Atualmente métodos tomográficos específicos para análise de imagens dentárias estão padronizados e disponíveis em alguns serviços, mas são ainda muito dispendiosos. O acompanhamento radiográfico durante o tratamento ortodôntico é considerado uma importante medida preventiva, principalmente nos casos em que a anamnese revela um alto risco para a reabsorção, segundo Chiqueto et al., (2005). Estes autores indicam a aplicação de forças leves e interrompidas para a preservação da integridade dos tecidos periodontais, porém, nos casos em que após 6 meses de tratamento observa-se uma considerável quantidade de reabsorção radicular, recomenda-se uma pausa no tratamento de 60 a 90 dias ou até mesmo a interrupção do tratamento ortodôntico, dependendo da severidade da reabsorção encontrada. Uma vez que a mecânica intrusiva mostrou-se relacionada com o aumento do grau de reabsorção radicular, a sua aplicação deve ser monitorada com maior critério, principalmente nos casos em que se exige maior quantidade de intrusão. Além disso, a incorporação dessa mecânica ao tratamento deve ser vista com restrição naqueles casos em que vários fatores de risco não relacionados ao tratamento ortodôntico já se encontram presentes. O diagnóstico da reabsorção radicular externa cervical, segundo Itikawa, Silva e Imura (2004), é feito através de exames clínico (defeito está na região de sulco gengival ou na região coronária em baixo do esmalte) e radiográfico (lesões bem delimitadas ou não com aspectos radiolúcidos que podem ser confundidos com cárie, porém não comprometem a integridade do canal radicular). O tratamento da reabsorção externa inflamatória cervical intra óssea consiste na exposição da reabsorção e restauração da cavidade com materiais adequados, onde o prognóstico pode ser duvidoso devido à recorrência de novos focos de reabsorção. Westphalen et al., (2004), realizaram um estudo onde avaliaram e compararam, in vitro, a eficácia dos métodos radiográficos convencional (filmes de grupos de sensibilidade E/F Kodak Insight) e digital (Sistema Gnatus DRS), no diagnóstico de cavidades simulando reabsorçöes radiculares externas, em dentes contidos em mandíbulas humanas secas com músculo bovino simulando o tecido mole. As variáveis consideradas foram: tamanhos das cavidades e examinadores envolvidos. Foram utilizadas nove unidades de cada grupo dentário, incisivos (central e lateral), caninos, pré-molares e molares, sem lesöes periapicais, as quais foram radiografadas inicialmente, em três tomadas radiográficas periapicais (orto, 29 mesio e distorradial) pelos métodos radiográficos convencional e digital. Extraíramse os dentes com o auxílio de fórceps e as cavidades de reabsorçäo foram confeccionadas com brocas cilíndricas DORMERdad - HSS - Aço rápido, de 0,7 e 1,0 mm de diâmetro, nas profundid ades 0,7 e 1,0 mm, para simular cavidades pequenas e médias, respectivamente, distribuídas nos terços radiculares cervical, médio e apical e nas faces vestibular, mesial e distal. Após a realizaçäo das cavidades os dentes eram reposicionados nos alvéolos e entäo, radiografados novamente pelos métodos convencional e digital, sendo esses passos comuns a ambos os diâmetros e profundidades das cavidades. As radiografias convencionais e digitais foram avaliadas por três cirurgiöes-dentistas, sendo um radiologista, um endodontista e um clínico geral. Os resultados da investigaçäo mostraram que, pelo método radiográfico digital o número de cavidades observadas foi maior do que pelo convencional. Segundo Kreia et al., (2005), geralmente a reabsorção radicular não apresenta sintomatologia clínica, daí a mesma, em geral, ser detectada casualmente em exames radiográficos. Às vezes, quando o processo é diagnosticado, pode encontrar-se numa fase, já tão avançada que inviabilizava a permanência do dente na arcada dentária, pela impossibilidade de tratamento. Dessa maneira, o exame radiográfico é de suma importância para detectar o processo o mais precocemente possível, favorecendo o tratamento e melhorando o prognóstico. Apesar do diagnóstico ser baseado no exame da cavidade de reabsorção, existe uma diferença entre o aspecto radiográfico e a condição histológica do dente portador dessa patologia. Inclusive, o exame radiográfico é bastante limitado em razão da superposição de estruturas mineralizadas sobre os processos patológicos, bem como das dificuldades que são próprias das técnicas em si, dificultando a observação daquelas lesões iniciais, isto é, para que a lesão seja detectada radiograficamente ela necessita possuir determinados diâmetros e profundidades. Segundo o estudo de Santos e Gentil (2005) condutas como radiografias periapicais de diagnóstico dos dentes anteriores, radiografias periapicais de proservação dos dentes anteriores após 6 meses de tratamento, período de repouso de 60-90 dias, quando diagnosticada a reabsorção, associado à reavaliação do caso, para continuação do tratamento, são muito importantes e devem ser consideradas com todo paciente que se submete ao tratamento ortodôntico. Braga & Platcheck (2005) relataram que os dentes que sofrerão 30 movimento ortodôntico devem ser analisados física e radiograficamente e, em caso de necessidade de tratamento endodôntico, este precede a terapia ortodôntica. isso porque há a necessidade de um tempo para que haja o reparo tecidual do ligamento periodontal, principalmente nos elementos dentários traumatizados em que o período de proservação é de 4 a 6 meses. Além disso, desde que o canal radicular esteja adequadamente obturado, os dentes endodonticamente tratados são passíveis de movimento tanto quanto os dentes vitais. Também a literatura tem confirmado a resistência apical para os processos de reabsorção radicular dos dentes tratados endodonticamente sobre os vitais, o que promove a diminuição da prevalência de reabsorção radicular nesses dentes. A justificativa da predisposição à reabsorção radicular de dentes traumatizados está na possibilidade de lesão da camada cementoblástica, e a sua substituição por osteoblastos. Eles cumprem perfeitamente a função da célula original, porém apresentam receptores de superfície para os mediadores locais do turnover ósseo. Quando ocorre a movimentação dentária, os mediadores presentes no ligamento periodontal podem excitar os osteoblastos a gerenciar imediatamente a reabsorção radicular com a movimentação ortodôntica. todavia, isso não contra-indica a movimentação dentária desses dentes, apenas se indica um planejamento e controle especial. O sucesso do tratamento ortodôntico, em dentes traumatizados, depende da mobilidade dentária e da severidade da injúria. Também Godinho (2006) se manifestou a favor de uma anamnese bem feita. Segundo esta autora, o profissional deve fazer uma análise criteriosa antes de iniciar o tratamento ortodôntico, registrando a história pregressa do paciente, a morfologia radicular e da crista óssea alveolar e levar em conta o tipo de movimento necessário no tratamento, bem como a intensidade e a distribuição das forças aplicadas, ainda considerar a necessidade de extrações. Tudo isso dará elementos para a finalização do caso sem maiores problemas, embora, como a maioria dos estudos mostrou, geralmente as reabsorções causadas pelo tratamento ortodôntico são de grau suave e, como os benefícios do tratamento ortodôntico normalmente são grandes, a iatrogenia é justificada, não constituindo um fator limitante ao tratamento. Gabden et al., (2006) avaliaram os níveis de reabsorções radiculares apicais externas em decorrência da movimentação ortodôntica e a sua relação com as formas das raízes, gênero e tratamento com e sem extração de quatro 31 premolares. A amostra utilizada foi composta de 47 pacientes, sendo 22 do gênero masculino e 25 do gênero feminino, com idade variando entre 9 e 29 anos. Foram utilizadas radiografias periapicais de incisivos superiores, obtidas antes e após o tratamento ortodôntico. Os pacientes foram tratados através da técnica stright wire e edgewise, por professores e alunos do curso de especialização em ortodontia e ortopedia facial da Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações. Para avaliação dos níveis de reabsorção radicular externa e da forma radicular indizidas pela movimentação ortodôntica foi utilizada a classificação de Levander e Malmgren (1988) e Consolaro (2002). A análise estatística dos dados foi realizada utilizando-se o teste de mann-whitney (p<0,05). Através dos resultados pôde-se verificar que a reabsorção radicular apical externa ocorreu em 100 por cento dos casos, apresentando níveis variados. Os incisivos centrais e laterais superiores não apresentaram diferenças significativas entre si quanto à severidade de reabsroções radiculares. Dentes com raízes de forma abaulada ou romboidal, pacientes do gênero feminino e casos tratados com extrações de premolares apresentaram, significativamente, maior reabsorção radicular apical externa ao final do tratamento ortodôntico. Os autores salientaram que a proservação radiográfica apical deveria ser um procedimento de rotina na clínica ortodôntica, tendo como objetivo prevenir e controlar reabsorção radicular apical externa. Os profissionais da área deveriam fazer radiografias periapicais ao início do tratamento ortodôntico e com intervalo de 6 a 9 meses durante o tratamento, além de anamnese inicial detalhada. Preconizaram que os pacientes sempre devem ser informados sobre reabsorção radicular apical externa, caso esta ocorra. Santos et al., (2007) objetivando avaliar, por meio de imagens radiográficas computadorizadas, a quantidade de de reabsorção no ápice radicular, quando da utilização de duas diferentes técnicas de mecânica ortodôntica fixa: Edgewise com acessórios padrão e Edgewise com acessórios totalmente programados. Para tanto, foram analisados 20 pacientes tratados pelo mesmo profissional na Clínica de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba UNESP. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo 1 (Tratados com Edgewise com acessórios padrão e fios de aço) e grupo 2 (Tratados com Edgewise com acessórios totalmente programados e fios de níquel-titânio). A avaliação radiográfica digital foi realizada por um único operador por meio de exposições radiográficas digitais feitas no início do tratamento ortodôntico, após retração de 32 caninos e final de tratamento, utilizando o sistema de escores proposto por Levander e Malmgren (1988). Os resultados permitiram aos autores concluírem que o tratamento ortodôntico empregando a técnica Edgewise com acessórios totalmente programados e fios de níquel-titânio apresentou menores graus de reabsorção radicular apical, em comparação à técnica Edgewise com acessórios padrão e fios de aço. Observou-se que, independentemente da técnica empregada, o tratamento ortodôntico como um todo apresentou um grau moderado de reabsorção radicular apical. Segundo Consolaro e Freitas (2007), no planejamento ortodôntico de alguns casos clínicos, a avaliação de posicionamento dentário é necessária para se evitar movimentos dentários e ortopédicos incompatíveis, que levariam a severas reabsorções dentárias e ósseas. A tomografia computadorizada volumétrica também oferece a oportunidade de avaliar a espessura óssea vestibular e lingual, incluindose as deiscências e fenestrações. O diagnóstico das reabsorções dentárias nem sempre pode ser obtido com segurança absoluta através de radiografias periapicais, por mais que se mude os ângulos do feixe de radiação, sendo que reabsorções dentárias presentes nas superfícies por radiografia convencional, devido a estas superfícies se sobreporem na imagem bidimensional da radiografia periapical. A tomografia computadorizada volumétrica permite distinguir se a reabsorção é interna ou externa, se do tipo inflamatória ou por substituição, se a anquilose dentoalveolar está presente ou se já evoluiu para reabsorção por substituição. A obtenção de imagens tomográficas volumétricas para o planejamento ortodôntico permite avaliar, ainda, com mais precisão, as relações entre a crista óssea alveolar e os dentes, sua altura, sua forma e o seu delineamento na região cervical ao longo de toda a circunferência. Mas as duas mais preciosas indicações da tomografia computadorizada volumétrica na Ortodontia estão relacionadas com 1) avaliação de casos de retratamentos e 2) avaliação precoce das possíveis reabsorções dentárias induzidas durante o tratamento ortodôntico. Ferreira (2008) realizou uma revisão de literatura procurando analisar algumas considerações sobre a reabsorção radicular, ressaltando a importância da elaboração de uma documentação ortodôntica minuciosa. Tal revisão permitiu ao autor concluir que existem fatores relacionados ao paciente que estão, comumente associados à reabsorção radicular: grupo de dentes: o grau de reabsorção é maior nos dentes anteriores; morfologia radicular anormal; há um importante fator de risco 33 durante o tratamento ortodôntico; o gênero, a idade e a vitalidade pulpar não representam maior ou menor suscetibilidade para a reabsorção radicular. Ainda, fatores vinculados às condutas técnicas associados à reabsorção radicular, como intrusão está muito associada à magnitude da força utilizada. A aproximação da raiz da cortical lingual acomete reabsorções severas. O torque radicular, elásticos intermaxilares, movimentos extensos, exigem planejamentos e condutas cautelosas. Concluíram, ainda, que o esclarecimento ao paciente da sua suscetibilidade a esse dano radicular, a solicitação de uma radiografia panorâmica para averiguar os demais dentes e efetuar o controle periódico a cada 90 dias deve ser realizado. Já nos casos de reabsorção extrema, preconiza-se a interrupção obrigatória do tratamento. Consolaro (2008) realizou um estudo onde analisou quando seria possível retornar a aplicação de forças em dentes com lesão periapical crônica diagnosticada e tratada durante o tratamento ortodôntico. O termo lesão periapical crônica geralmente é utilizado para identificar lesões inflamatórias crônicas nos tecidos que circundam e se relacionam diretamente com o ápice dentário. Entre estas lesões periapicais crônicas estão o granuloma periapical, o cisto periodontal apical e o abscesso dentoalveolar crônico. O princípio terapêutico de qualquer doença inflamatória geralmente caracteriza-se pela identificação e eliminação da causa. No caso dos granulomas periapicais com o tratamento endodôntico adequado caracterizado pelo preenchimento do canal radicular e, se possível, dos canais acessórios, haverá a eliminação do agente agressor representado pela microbiota do canal radicular infectado. As bactérias e seus produtos que porventura permaneçam em pequena quantidade, frente ao potencial agressivo inicial, tendem a ser neutralizados pelos produtos empregados na terapêutica endodôntica, fundamentada na ação antimicrobiana de anti-sépticos, antibióticos e especialmente do hidróxido de cálcio. Em 60% a 70% dos casos de tratamento endodôntico de dentes com necrose pulpar e lesão periapical crônica o sucesso caracteriza-se pela regressão da lesão ao longo de alguns meses do ponto de vista radiográfico. Porém, o processo de ossificação e reorganização tecidual periodontal apical inicia-se assim que terminado o tratamento endodôntico adequado. Espera-se que ao longo de 3 a 4 semanas o tecido esteja em franco processo de reorganização estrutural e o componente inflamatório reduzido a pequenos focos com a finalidade de limpeza destas regiões. Entretanto, apenas depois de alguns meses radiograficamente a 34 região pode voltar ao normal. Segundo este autor, o tratamento endodôntico adequado de dentes com necrose pulpar e lesão periapical crônica apresenta uma taxa de insucesso que varia entre 30 a 40% nas casuísticas apresentadas na literatura. Esta taxa de insucesso está associada a fatores locais como por exemplo, a grande variabilidade de morfologia apical. Assim, a movimentação ortodôntica depois de 30 a 40 dias de terminada a endodontia adequada não constitui um fator que aumenta o risco de insucesso nos casos de dentes com necrose pulpar e lesão periapical crônica, pois alem de induzir poucas alterações vasculares no local em reparo, não modifica os fatores microbianos envolvidos. O movimento dentário induzido não induz suficiente desorganização e compressão vascular nesta região a ponto de dificultar o reparo periodontal apical. Nesta região os tecidos moles ainda ocupam a maior parte da superfície radicular e periapical de tal forma que a compressão dos componentes periodontais vasculares ou não ainda é muito reduzida. Oliveira (2009) realizou um estudo com o intuito de conhecer tratamentos ortodônticos e medidas capazes de prevenir ou amenizar a reabsorção radicular, considerando que a reabsorção radicular não possui um fator etiológico único, mas vários fatores que combinados ou isolados, podem desencadear o processo. A movimentação ortodôntica sempre gera reabsorção radicular em graus variados. Quando em maior grau é considerada seqüela do tratamento (menor que 3mm) quando em maior magnitude, patológica. Segundo a autora, parece ser a intrusão (a qual é sempre realizada associada a movimentos de torque, e movimentos extensos) a mecânica mais deletéria para as raízes em se tratando de reabsorção. A previsibilidade é o caminho para que a reabsorção seja enquadrada no prognóstico e não considerada insucesso durante o tratamento. Prognosticar é a arte de prever com antecedência a evolução do caso. Siqueira et al., (2009) verificaram o efeito do uso do aparelho extrabucal (AEB) sobre a intensidade da reabsorção radicular apical nos primeiros molares permanentes superiores submetidos à ação do aparelho. Para tanto, foram avaliadas as radiografias periapicais da região dos primeiros molares permanentes superiores, bilateralmente, de 19 jovens leucodermas, do gênero feminino, com idades entre 8 e 10 anos, com má oclusão do tipo Classe II, 1ª divisão dentária, pré e pós-tratamento com AEB de tração alta. As 76 radiografias foram divididas em dois grupos, de acordo com o grau de formação radicular. O grupo A consistiu de 18 35 radiografias com formação radicular incompleta, com exceção da raiz palatina, ao início do tratamento e 18 ao final. O grupo B consistiu de 20 radiografias com formação radicular completa ao início do tratamento e 20 ao final. Mensurou-se os comprimentos radiculares utilizando um paquímetro digital e submeteu-se as medidas obtidas ao teste de erro do método e à análise estatística (teste t de Student) para verificar as diferenças no comprimento radicular antes e após o tratamento com o AEB. Os resultados mostraram que no grupo A ocorreu um aumento significativo dos comprimentos radiculares, enquanto no grupo B as diferenças dos comprimentos radiculares não foram significativas. As medidas póstratamento no grupo A não diferiram das medidas pré-tratamento no grupo B, ou seja, os dentes com formação radicular incompleta ao início do tratamento apresentaram crescimento radicular normal durante o tratamento ativo. Estes resultados permitiram aos autores concluírem que uso do AEB não influenciou negativamente na formação radicular e não provocou reabsorção apical nos molares submetidos à ação do aparelho, sugerindo que o AEB não apresentou riscos à estrutura e formação radicular quando corretamente indicado e aplicado. 3.3 A APLICAÇÃO DA FORÇA NA PREVENÇÃO DAS REABSORÇÕES O intervalo na aplicação da força é considerado como um fator altamente relacionado à resposta metabólica do organismo em executar as funções necessárias para permitir a reparação de uma área reabsorvida e prevenir maiores reabsorções. Neste sentido, Reitan (1985), afirmou que a reparação de uma área reabsorvida inicia-se logo que a força ortodôntica seja interrompida, ou que pelo menos, atinja magnitude abaixo de um certo nível. Quando a magnitude de força for intensa para o organismo, a resposta metabólica ocorrerá por meio da formação de zonas de hialinização. Nesses casos, deve-se aguardar um período para que ocorra reabsorção óssea capaz de devolver a espessura original do espaço periodontal, diminuindo a pressão exercida temporariamente nessa região. Caso não cumpra-se o tempo necessário para reaplicação da força, a persistência e o aumento das áreas hialinas tornam-se fatores de alto risco para o desenvolvimento da reabsorção radicular. Este autor observou que a relação do tempo de terapia ortodôntica e a 36 ocorrência de reabsorções radiculares, foram quase todos unânimes em afirmar que o aumento do período da movimentação ortodôntica determina uma maior tendência à reabsorção radicular. Tratamentos demasiadamente longos, normalmente, são conseqüência de más oclusões graves, onde a movimentação dentária alcança grandes proporções. A maioria dos pacientes onde encontramos reabsorção radicular significativa são casos submetidos a longos tratamentos. A gravidade da má oclusão guarda correlação com reabsorção radicular porque vai exigir um tempo de tratamento maior e recursos mecânicos mais abrangentes e ou compensatórios, como os elásticos inter-maxilares. Para este autor, o conceito de padrão facial é um dos elementos que deveriam ser incorporados ao diagnóstico em pacientes com problemas esqueletais, com objetivo de evitar situação de risco onde a reabsorção radicular é apenas um dos problemas potenciais. Segundo Owman-Moll, Kurol e Lundgren (1996), quanto à natureza, as forças podem ser classificadas em contínuas, intermitentes e interrompidas (dissipantes). A força contínua seria expressa através de uma carga de valor constante que agiria sobre o dente ou grupo de dentes durante todo o tempo. Trabalhos realizados pelos autores têm mostrado que é difícil obter a aplicação clínica de forças verdadeiramente contínuas, visto que sempre há uma redução da magnitude da força inicial à medida que o dente se movimenta. A magnitude da força inicial de 50 cN, aplicada através de um braço de força tipo alavanca e que era avaliada toda semana, mostrou durante os primeiros 7 dias uma redução média de 24%, caindo para 38 cN. Uma vez reavaliada, mostrou em todo o experimento (7 semanas) e para todos os dentes testados, redução semelhante. Segundo estes mesmos autores, recursos mais sofisticados como as molas Ni-Ti, são capazes de gerar força de ação contínua e valor constante. Porém, provavelmente muitas das conclusões obtidas na literatura com “força contínua” usaram sistemas que, embora mantivessem a força atuante de modo contínuo, portavam carga descontínua que diminuía com o tempo. Talvez esta forma fosse melhor definida como “contínua interrompida”. A magnitude da força ortodôntica é considerada um fator importante, não somente para a movimentação dentária, mas também para qualquer dano tecidual. Com relação à causa de reações adversas teciduais, por exemplo, reabsorção da raiz, alguns relatos assumem que não somente a magnitude, mas também a duração da força aplicada são fatores agravantes para a reabsorção radicular e a duração da força tem sido considerada 37 até mesmo um fator mais crítico do que a magnitude da força, especialmente quando associada a longos períodos de tratamento. Assim, os autores concluíram que a reabsorção radicular é uma conseqüência freqüente da movimentação ortodôntica do dente e não está necessariamente limitada a técnicas específicas. Presume-se geralmente que uma variedade de condições pode estar relacionada com a reabsorção radicular, uma delas sendo a mecânica utilizada, especialmente se os dentes forem “round tripped” durante o tratamento. Owman-Moll, Kurol e Lundgren (1996), realizaram um estudo com o objetivo de realizar a comparação intra-indivíduos do efeito de forças contínuas controladas de 50 cN e 200 cN sobre a magnitude dos movimentos do dente e a freqüência e severidade da reabsorção radicular. Após a aplicação de uma força contínua de 50 cN por 7 semanas, a movimentação dos dentes variou entre 1,5 e 5,9 mm (média de 3,5 +/- 1,2 mm). Quando uma força contínua de 200 cN foi aplicada, os movimentos variaram entre 1,9 e 7,9mm (média de 5,1 +/- 1,9 mm). A diferença no movimento horizontal do dente foi significante (P=0,0201) com um intervalo de confiança de 95% de 1,8 +/- 1,4mm. As reabsorções estavam localizadas principalmente nos terços vestíbulo-cervical e palato-apical dos dentes e não havia diferenças expressivas quando os dois grupos de força foram comparados. As cavidades no terço médio da raiz foram registradas com freqüências na área de bifurcação da raiz palatina. As reabsorções radiculares foram registradas em todos os dentes de teste e não houve diferença significativa no número ou severidade das mesmas, isto é, na extensão da superfície, profundidade ou contorno e área de reabsorção após a aplicação de uma força de 50 cN comparada com a de 200 cN. A freqüência e severidade das reabsorções radiculares apresentaram grandes variações individuais 50 cN ou 200 cN eram aplicadas e as mesmas não foram reveladas nas radiografias periapicais. Os resultados da presente investigação intra-indivíduos indicam que um aumento na magnitude da força de quatro vezes causou um aumento significativo na movimentação do dente sem qualquer diferença significativa na freqüência ou severidade da reabsorção radicular. Um dos principais resultados nesta investigação foi que as variações individuais no movimento do dente bem como a freqüência e severidade da reabsorção da raiz foram grandes. Esses resultados indicam que a maior causa da variação provavelmente seja pela resposta metabólica e não pela magnitude da força. Os autores recomendam aos ortodontistas a terem uma certa 38 cautela no estágio inicial onde a aplicação generalizada de forças maiores pode aumentar as reabsorções radiculares nestes pacientes. Concluiu-se, portanto, que os presentes resultados podem ser de valor para a avaliação do custo-benefício bem como para decidir as estratégias clínicas a respeito do tratamento ortodôntico. Em suma, os autores demonstraram que na utilização de forças controlada e rigorosamente mensuradas (50 a 100 cN), a variação nas respostas de movimentação de pré-molares para vestibular não foram significativas quanto à quantidade de movimento e extensão da reabsorção radicular apical. Posteriormente, os mesmos autores, em outro trabalho, aumentaram a magnitude de força para 200cN nas mesmas condições das pesquisas anteriores, tendo como resultado um aumento significativo na amplitude do movimento obtido, sem entretanto, comprometer a higidez radicular. Segundo os pesquisadores, esses dados revelaram que a predisponibilidade individual é um fator sempre decisivo. Pacientes pouco predispostos são capazes de suportar magnitude de força normalmente não recomendada, enquanto outros, com maior predisponibilidade estarão propensos à reabsorção radicular, mesmo quando forças consideradas adequadas forem aplicadas. Kurol et al., (1996), não observaram a reabsorção radicular como resultado do arco contínuo nos dentes anteriores em relação à retração segmentada. Conseqüentemente, isto pode levar à crença de que a reabsorção radicular é mais uma função da susceptibilidade individual do que o resultado do tipo de aparelho. É interessante observar, entretanto, que as raízes dos incisivos laterais superiores apresentaram os maiores níveis de reabsorção o que poderia refletir uma relação entre as estruturas radiculares dos mesmos e a inclinação embutida no sistema de braquetes pré-angulados. Embora muitos profissionais acreditem que a extensão da reabsorção radicular esteja diretamente relacionada com a distância movimentada, tais diferenças não foram observadas nos dois grupos examinados, embora os incisivos superiores tenham apresentado uma maior severidade de reabsorção quando comparado com os incisivos inferiores. Presumir que os dentes submetidos à mecânica de arco contínuo sejam mais propensos à reabsorção radicular quando comparados com a mecânica segmentada pode ser um equívoco. Os autores concluíram que, valores esqueléticos e dentários pré-tratamento com retração e extensão do tempo de tratamentos similares apresentam níveis equivalentes de reabsorção radicular quando as duas técnicas são comparadas. 39 Owman-Moll, Kurol e Lundgren (1996), relatam que o intervalo de aplicação da força parece ser um fator mais importante em relação à reabsorção radicular, que a magnitude de força. Os autores mostraram que forças controladas e reativadas semanalmente de 50, 100 e 200 cN provocaram respostas com grande variação individual, tanto para quantidade de movimento como para reabsorção radicular. Além disso, não houve correlação entre aumento da quantidade de força aplicada e extensão ou gravidade nas áreas de reabsorção radicular. Isto indica que a maior fonte de variação não está relacionada à magnitude da força, mas sim a resposta metabólica. Em termos de prática clínica, isto significa estar predisposto a programar reaplicação de força em indivíduos suspeitos ou identificados como predispostos à reabsorção radicular, a intervalos de tempo superiores àqueles considerados rotineiros. Em nosso país parece claro que a maioria dos ortodontistas trabalham com 21 dias de intervalo, embora 15 dias e 30 dias possam ser também considerados intervalos usuais. Numa situação de risco, dobrar este tempo usualmente adotado, parece atitude consistente com o conceito de que respeitar a individualidade da resposta metabólica, significa proteger o indivíduo predisposto da reabsorção radicular. Segundo Tavares & Sampaio (1997), dependendo das diferentes formas de transmissão da força aplicada, determina-se o grau das reabsorções radiculares. Para alguns autores não existe associação entre reabsorção radicular apical e os movimentos ortodônticos sagitais (antero-posteriores) dos incisivos centrais superiores, sejam estes de translação ou de inclinação. O movimento de intrusão é o mais propenso à reabsorção radicular. Capelozza Filho e Silva Filho (1998) definiram a força contínua como sendo aquela que, quando aplicada, permanece constante com a mesma magnitude durante todo o período de tempo contido entre as ativações do aparelho. A força contínua, como o próprio nome define, seria expressa através de uma carga de valor constante que agiria sobre o dente ou grupo de dentes durante todo o tempo. No entanto, esse conceito não pode ser aplicado rigorosamente quando avaliada a atuação de aparatologia ortodôntica, uma vez que, à medida que o resultado ocorre, há um decréscimo na intensidade da força atuante. Estes autores afirmaram que, mesmo que se desenvolva uma força de maior magnitude, aguardando um período necessário para sua reaplicação, de modo que permita a ocorrência das três etapas implicadas num processo de hialinização (degeneração, eliminação e reparação), o 40 ciclo metabólico de regeneração tecidual será preservado e, portanto, o risco de reabsorção radicular será minimizado. Afirmaram ainda que, na prática clínica ortodôntica, o intervalo de aplicação da força costuma variar de 15 a 30 dias. Os autores sugeriram que, em situações de risco, respeitar intervalos maiores pode ser uma atitude cautelosa. Estes autores fizeram referência a um outro tipo de força, denominada por eles de “ortopédica mecânica”, aplicada com a finalidade de atuar exclusivamente na porção esquelética do paciente sem conseguir evitar porém que esse tipo de força, normalmente de magnitude aumentada, seja aplicada aos dentes, referindo-se aos aparelhos extra-bucais aplicados com finalidade ortopédica e também aos disjuntores maxilares tipo Hyrax (dento-suportado) ou Haas (dentomucosuportado). Segundo os autores, esse tipo de força, por motivos óbvios, apresenta um fator de risco relativamente alto, sendo contra-indicado em pacientes com maior predisponibilidade à reabsorção radicular. A força ortopédica mecânica, segundo Capelozza Filho e Silva Filho (1998), é assim chamada para caracterizar sua introdução por aparelhos ortodônticos, é por definição pesada. Seria aplicada através de aparelhos específicos como arcos extra bucais, máscara facial e expansores fixos, com objetivo de atuar sobre o esqueleto do paciente, embora com óbvias e mais explícitas respostas dentárias. O potencial iatrogênico destes aparelhos é maior, mas sua ação pouco estudada em relação à reabsorção radicular. A exceção são os expansores fixos para expansão rápida da maxila que já tiveram sua ação investigada, inclusive de modo comparativo. Estes aparelhos são desenhados e ativados para exercer a verdadeira força ortopédica. O objetivo é favorecer hialinização total na superfície vestibular das raízes dos dentes suportes, de tal modo que pela ausência de vida celular e consequente impossibilidade de movimentação dentária, as forças pesadas introduzidas tenham efeito esqueletal. Do ponto de vista prático, a força interrompida seria a força intermitente boa, usada amplamente na clínica, como por exemplo, nos movimentos de retração de caninos através de tensão introduzida em fios de amarrio vindos da unidade de ancoragem ou através de unidade de força tipo “alastik”. A força intermitente associada ao movimento de vai e vem, sem um período definido de movimento, e de repouso verdadeiro, seria a força ruim, capaz de predispor à reabsorção. Os elásticos inter-maxilares, exemplo deste tipo de força, devem ser usados apenas quando absolutamente necessários e não durante um período muito longo ou 41 associados a situações onde trauma oclusal está sendo criado (REGO et al., 2004). Gonzáles et al., (2008) realizaram um estudo para testar a hipótese de que não existe diferença no efeito das forças contínuas moderadas e pesadas na reabsorção radicular. Foram aplicadas forças mesiais de 10, 25, 50 e 100 gramas nos primeiros molares superiores de ratos com molas fechadas de níquel titânio por 3, 4 e 28 dias. Os molares foram extraídos e as crateras na superfície com reabsorção mensuradas. As maiores e mais profundas crateras de reabsorção foram observadas na raiz distovestibular. A reabsorção radicular e o movimento dentário aumentaram com o tempo de aplicação de forças. Quanto mais pesada a força, maior a reabsorção radicular encontrada. Os autores concluíram que as forças leves produziram mais movimentação dentária e menos reabsorção do que as pesadas. 42 4 DISCUSSÃO Capelozza Filho & Silva Filho (1998), afirmaram que a reabsorção radicular tem uma etiologia multifatorial resultante de uma interação complexa entre a biologia individual e o efeito das forças mecânicas. Os movimentos intrusivos transmitem as forças sobre uma área pequena, concentrando-se, principalmente, no ápice radicular. Para Goldner et al., (2002), a reabsorção radicular é influenciada pela técnica ortodôntica utilizada pela intensidade da força utilizada, pelo tempo de tratamento, pelo tipo de movimento ortodôntico realizado e pelas características individuais do ortodontista. Santos et al., (2007) afirmaram que a reabsorção radicular apical é uma condição comumente observada durante e após o tratamento ortodôntico e fatores como tipo de aparelhagem ortodôntica utilizada, magnitude das forças aplicadas e duração do tratamento podem estar relacionados ao processo de arredondamento do ápice radicular. Costopoulos e Nanda (1996) e Oliveira (2009) salientaram que parece ser a intrusão a mecânica mais deletéria para as raízes em se tratando de reabsorção. Braga e Platcheck (2005) consideram a reabsorção radicular um dos movimentos causadores da diminuição do comprimento radicular. Isso se deve ao alto nível de pressão ápice-periodonto-traberculado ósseo. Porém, quando realizada com forças baixas, causa reabsorções radiculares insignificantes, sendo eficaz na redução de sobremordidas. Vários autores relataram, que os dentes antero-superiores de pacientes adultos, do gênero feminino, de pacientes com overjet acentuado ou com mordida aberta (GOLDNER et al., 2002), são mais suscetíveis à reabsorção radicular. Todavia, não apresentam um consenso quanto à reabsorção de dentes sobre os quais foram aplicadas forças ortodônticas. Valdrighi et al., (1998); Braga & Platcheck (2005); relataram que em caso de necessidade de tratamento endodôntico, este precede a terapia ortodôntica. Hamilton & Gutman (1999) afirmaram que o impacto da movimentação ortodôntica atua sobre a polpa e a resposta induzida na mesma pode influenciar na iniciação e perpetuação da reabsorção radicular durante o movimento dentário. Dentes com tratamento endodôntico exibem menor probabilidade de reabsorção radicular durante a Ortodontia, e o mínimo de reabsorção/remodelação apical pode ocorrer 43 em dentes com canal tratado. Rego et al., (2004) também compartilha desta opinião, segundo o autor, a literatura tem confirmado a resistência dos dentes tratados endodonticamente à reabsorção radicular, visto que a freqüência e a severidade de reabsorção radicular apical em dentes tratados endodonticamente são semelhantes ou até menores que nos dentes com vitalidade pulpar. Essa maior resistência seria oriunda do aumento da dureza e densidade dentinária, promovida pela diminuição da hidratação da dentina radicular. Segundo Teixeira & Zöllner (2003), quanto maior o tempo do tratamento ortodôntico, maior a possibilidade de ocorrência de reabsorção radicular externa. O tempo de tratamento e a predisposição do paciente são fatores de grande influência para determinar a reabsorção radicular externa durante o movimento. Esta pode ser uma das razões das diferenças nos estudos que avaliam e relacionam a reabsorção radicular com o tratamento ortodôntico em dentes com ou sem endodontia. Fonseca & Bahia (1995) relataram que a prevenção da reabsorção inclui o diagnóstico precoce, com visitas periódicas de reavaliação durante o primeiro ano após o trauma. Reitan (1985) recomenda precisão no controle de intervalo para a reaplicação da força. Caso não cumpra-se o tempo necessário para reaplicação da força, a persistência e o aumento das áreas hialinas tornam-se fatores de alto risco para o desenvolvimento da reabsorção radicular. As forças interrompidas são as mais indicadas por Reitan (1985) e por Capelozza Filho e Silva Filho (1998), isto porque após o aparecimento de uma região hialinizada, respeita-se um período de tempo para que ocorra sua remoção e, posteriormente, o reparo dos tecidos de suporte atingidos, tornando mais segura a reaplicação da força. Também Capelozza Filho e Silva Filho (1998), assim como Owman-Moll, Kurol e Lundgren (1996) consideram o intervalo de aplicação da força o fator mais importante descritos na mecanoterapia. Eles recomendam um período de aplicação de força com intervalos que variam de 15 a 30 dias de acordo com a maior ou menor susceptibilidade à ocorrência de reabsorção radicular. Segundo Odebrecht et al., (2004), o processo de reabsorção radicular varia entre as pessoas e na mesma pessoa em momentos diferentes, pois há paciente em que os dentes podem ser movidos 20 mm sem evidenciar radiograficamente reabsorção radicular, enquanto em outros pacientes uma mera extrusão de 2 a 3 mm pode resultar em extensa reabsorção radicular apical. 44 O estudo de Clasen e Aun (2001) mostrou que a radiografia digital direta propiciou um maior número de acertos do que a radiografia convencinal. No estudo de Chaves e Vilella (2002), a sensibilidade das radiografias digitais foi considerada semelhante à das radiografias convencionais em relação à detecção de alterações radiculares. Os resultados da investigação dos estudos de Westphalen (2004) mostraram que pelo método radiográfico digital, o número de cavidades observadas foi maior do que pelo convencional, tanto para as cavidades pequenas (p < 0,05), quanto para as médias (p < 0,05). Segundo Rego et al (2004) dentes com traumatismos leves ou moderados e com ligamento periodontal intacto, após um período de cinco a seis meses, podem ser movimentados ortodonticamente com um prognóstico favorável. Para que se previna, significativamente a reabsorção radicular, que pode até levar à perda dentária, radiografias intermediárias devem ser obtidas durante o tratamento (GABDEN et al., 2006). Numa relação custo-benefício, o custo desse procedimento preventivo é muito pequeno e o dano a ser prevenido muito grande. Estas radiografias são indicadas, especialmente, durante os períodos de uso de elásticos intermaxilares, trabalho de torque, movimentos amplos de dentes mal alinhados ou com transposição, e na presença de forças ortodônticas aplicadas a caninos ectópicos ou impactados (CAPELOZZA FILHO & SILVA FILHO, 1998). É de suma importância que o profissional conscientize seus pacientes quanto à necessidade da realização da documentação completa antes e após o tratamento ortodôntico, para a realização de pesquisas, evolução do tratamento e controles pós-tratamento (KREIA et al., 2005). 45 5 CONCLUSÕES A reabsorção radicular é um fator indesejável dentro dos tratamentos ortodônticos, sendo caracterizada pela perda de estrutura radicular, e encurtamento da raiz, e que se não diagnosticada com precisão, pode causar danos irreparáveis, levando a perda do elemento dentário. Quanto maior for a magnitude da força aplicada sobre os dentes, maior será a incidência e o grau de reabsorção. Quanto aos movimentos ortodônticos, os de intrusão e inclinação apresentam maiores índices de reabsorções radiculares. Os fatores que aumentam a susceptibilidade à reabsorção são: raízes afetadas, fatores endócrinos, nutritivos, hereditariedade, dentre outros. O tempo de tratamento deve ser o menor possível. Após a remoção dos dispositivos da mecânica ortodôntica, haverá a interrupção do processo de reabsorção radicular. Caso sejam detectadas reabsorções maiores do que 2mm durante o curso do tratamento, os autores consideram necessário um replanejamento da terapêutica com sacrifícios dos objetivos iniciais; uma interrupção temporária (60 a 90 dias) está indicada quando são identificadas reabsorções de até 2mm; e o tratamento deve ser definitivamente interrompido frente a reabsorções que envolvam além de 1/3 da raiz. Estes dados indicam que se deve valorizar muito a anamnese criteriosa para recuperar-se o máximo de informações sobre os tecidos dentários. A avaliação inicial do paciente por meio da utilização de radiografias periapicais é importante na identificação de reabsorções prévias ao tratamento e na determinação da morfologia radicular e da crista óssea alveolar. 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, R.R.; PINZAN, A.; ALMEIDA, R.R.; PINZAN, C.R.M. Reabsorção radicular idiopática. Relato de um caso clínico. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, Maringá, v.4, n. 5, set.-out, 1999. ANDREASEN, J.O. Review of root resorption systems and models: etiology of root resorption and the homeostatic mechanisms of the periodontal ligament. In: DAVIDOVITCH, Z. (Ed.) Biological mechanisms of toot eruption and resorption. Ohio: The Ohio State University, p. 9-22, 1988. BEVILÁQUA, M.V.; SANTANA, A.A.B. Reabsorção radicular associada ao tratamento ortodôntico - fatores de risco, prevenção e tratamento. RPG Rev. PosGrad, Ribeirão Preto, v.6, n.1, p. 66-73, jan.-mar. 1999. BRAGA, A. S.; PLATCHECK, D. 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