UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
DINÂMICA DE GRUPOS COMO RECURSO DIDÁTICO
PARA AS CLASSES DE FISIOTERAPIA (A APROXIMAÇÃO
DO ENSINO ACADÊMICO AO EXERCÍCIO PROFISSIONAL )
Melissa Maria Hermínia Barbosa da Silva
Mestre: Marco A Larosa
Outubro 2001
1
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
DINÂMICAS DE GRUPOS COMO RECURSO DIDÁTICO
PARA AS CLASSES DE FISIOTERAPIA (A APROXIMAÇÃO
DO ENSINO ACADÊMICO AO EXERCÍCIO PROFISSIONAL)
Monografia
apresentada
Marco
A
ao
mestre
Larosa
como
requisito da disciplina de
Metodologia da Pesquisa
para conclusão da Pósgraduação
Docência
Superior
Outubro 2001
no
do
curso
de
Ensino
2
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Mestre Larosa por incentivar à busca pelo conhecimento
cientìfico e crescimento pessoal.
Agradeço aos Mestres, que no decorrer deste curso, contribuíram de
alguma forma para despertar o interesse pelo “Desafio de saber ensinar”, em particular:
À Mestranda Cristie, e aos demais Mestres, Celso Sanchez, Ângela Venturi e Sheila, ao
demonstrarem todas as características, humanas e teóricas, que os verdadeiros
educadores deveriam ter.
Agradeço aos mais recentes amigos, por dividirem comigo, durante esta
jornada, todos os bons e maus momentos, sobretudo à Lívia Lima, Luciana Freitas,
Isabel Almeida e Nilton Ferreira, por perseverarem ao meu lado, com palavras de ânimo
e compreensão.
Agradeço à Tia Lila e ao Tio Joselino, sem os quais este não seria
possível, e também aos bons e velhos amigos pelo apoio e incentivo.
3
Aos que amo, especialmente,
à Tia Luiza Andrade (in
memorian) e a Tio Marco
Barbosa (in memorian).’... A
distância entre você e eu é só
mera
invenção”
(Flávio
Venturini).
4
RESUMO
Esta análise vem propor o uso de dinâmicas de grupos como um dos
principais recursos didáticos capazes de viabilizarem a transmissão do conteúdo
curricular do curso de Fisioterapia, por serem estas, as que melhores se ajustam e
atendem às necessidades teórico-práticas para aquisição da aprendizagem, através da
investigação e abservação dos supostos benefícios e conseqüências que estas julgam
promoverem, tais como os efeitos multifatoriais atribuídos à socialização.
5
METODOLOGIA
A metodologia adotada para o desenvolvimento deste estudo, fora a
pesquisa bibliográfica, e a observação do campo de estudo.
A escolha pelo método de pesquisa bibliográfica, tendo-o como fonte de
embasamento teórico para este estudo, deu-se pelo fato de que este é capaz de fornecer
o número de dados, suficientemente eficazes, (mediante a facilidade de acesso para
coleta dos mesmos que este propõe), a fazer jus ao intuito desta proposta, em retificar a
crença pessoal, de que a implantação das dinâmicas de grupos, como recurso didático,
sobretudo para o curso de Fisioterapia, consiste numa das melhores técnicas
pedagógicas para aplicação deste conteúdo teórico-prático a serem ministradas no
Ensino Acadêmico.
A pesquisa bibliográfica também servirá de encalço para verificar a
veracidade apresentada mediante a observação do campo de estudo, uma vez que a
mesma possa obedecer a um cunho estritamente pessoal, desenvolvido a partir da
experimentação deste recurso, enquanto “sujeito-objeto” integrado a este campo de
estudo, através das experiências vividas durante o processo educacional para obtenção
da formação profissional.
E pela mesma, poderá então, viabilizar a possibilidade ou não de
continuar sustentando a hipótese de grande relevância das dinâmicas de grupo para as
classes de Fisioterapia, através da análise e a correlação objetiva com os dados teóricos
obtidos, com o tema proposto, considerando sua abrangência, para por fim, ser
postulado.
6
SUMÁRIO
Introdução _________________________________ 8
CAPÍTULO I: O homem, a Sociedade e a Educação_____10
CAPÍTULO II: O conceito de Educação e sua Evolução _13
CAPÍTULO III: Dinâmicas de grupos: O Ensino
Socializado para classes de Fisioterapia._____________________27
Conclusão _______________________________________43
Bibliografia Consultada ____________________________45
Bibliografia Citada ________________________________49
Anexos
Índice __________________________________________53
Folha de avaliação
7
“No território do grupo há espaço para o múltiplo e
para o singular...Há espaço para o viver...
Viver
em grupos é uma possibilidade... de ser
facista, igual, vampirizado, modelizado, serializado,
enquadrado,
uniformizado,
seguir
regras
e...possibilidades, no território do corpo, de entrar em
relação, ser afetado, acolher, ser acolhido, tocar, ser
tocado, compartilhar diferenças, encontrar novos sentidos,
sentir, fazer novas conexões, metamorfosear, transmutar,
ir e vir, entrar em contato com seu próprio desejo
e...e...e... viver multiplicidades e singularidades.
A gente aprende a olhar sendo olhada. A gente
aprende a escutar sendo escutado. A gente aprende a viver
em contato com outro vivendo...
Só há vida onde há pelo menos mais um...mais
uns...Nós...Vós...Eles...”
(MULTIPLICIDADES e singularidades. Revista do
Instituto Anthropos de Psicomotricidade. Rio de Janeiro)
8
INTRODUÇÃO
A escolha do termo proposto deu-se pela necessidade de postular uma
melhor adequação entre os recursos didáticos utilizados pelos docentes de Fisioterapia e
o conteúdo curricular necessariamente teórico prático deste curso.
Assim sendo, acredita-se que a utilização de Dinâmicas de grupos (como
forma de viabilizar o estudo socializado) favorecem o processo de Ensinoaprendizagem, uma vez que facilitam a transmissão do ensino, visto que possibilitam a
criação de inúmeras situações que melhor explorem o conteúdo a ser estudado em
questão, e ainda vale ressaltar o seu caráter motivador já que, partindo do princípio, de
que o homem é um ser sociável, ou que busca a socialização, a atuação em grupo
propiciará uma ação recíproca entre seus membros, e posteriormente nos próprios
resultados do trabalho, acarretando assim, não somente um melhor aperfeiçoamento do
aluno, como favorecerá o aperfeiçoamento de automatismos motores e verbo-motores, a
possibilidade do exercício e conseqüentemente a aquisição de habilidades e técnicas
específicas mediante a interelação, da circulação de informações, conhecimentos e
experiências entre os componentes do grupo.
Cabe frisar também a importância desta técnica no que diz respeito a sua
capacidade de promover simultaneamente a aquisição do aprendizado, como também
favorecer o desenvolvimento da competência e a estruturação de uma conduta
profissional futura, por que permite, mediante a aproximação do ensino acadêmico à
prática do exercício profissional, através da simulação de experiências reais vividas
entre outras vivências teórico-práticas propostas, o despertar de componentes
intelectuais, cognitivos, emocionais e motores, das estruturas de base para
9
aprendizagem e ao mesmo tempo, que torna-se fundamental para gênese da construção
de juízos de valor, da realidade, das capacidades de interpretação e decisão de forma
objetiva, de convívio social e sobretudo aperfeiçoa o aluno no âmbito da comunicação e
das relações humanas, desenvolvendo neste características essenciais para o
Fisioterapeuta formado, visto que a capacidade de manter relações de comunicação
interpessoal, seja atuando junto numa equipe de multiprofissionais ou em atendimentos
isolados a pacientes, consiste ainda num dos grandes desafios para que sejam
alcançadas a otimização do tratamento e prognóstico fisioterápico e conseqüentemente
uma maior valorização deste profissional.
10
CAPÍTULO I
O homem, a Sociedade e a Educação.
1.1
O Homem enquanto ser relacional.
Segundo Charlesw Fourier (o primeiro pesquisador de psicologia de
grupo); “O Homem pela sua natureza Psicológica, é um ser social, mais exatamente
grupal” ( Albigenor, 2000, p. 7)¹. A vida é um permanente exercício de sociabilidade.
Daí, ele ser um ser relacional, de diálogo, participação, de comunicação;
portanto um ser social, que se traduz no cotidiano, através da convivência em grupo, e a
partir dela, o Homem passa a concretizar sua existência.
Surgem assim os fenômenos de grupos: pessoas que se junta, com
objetivos definidos (ou não), desenvolvendo as mais diversas ações.
Os especialistas afirmam, que grupos são aqueles que caminham juntos,
mas não se afinam. Equipes compreendem seus objetivos e engajam-se em alcança-los
de forma compartilhada. Portanto numa equipe, há a comunicação verdadeira, as
opiniões divergentes são estimuladas de forma sadia, existe confiança mútua entre seus
membros, as habilidades de uns possibilitam o complemento das habilidades dos
demais.
Na vida, na família, nas escolas ou grupos de trabalhos, as ações isoladas
tornam difícil o alcance dos objetivos.
Este fato se justifica através da ambivalência entre as ações e os valores
propostos por novos fenômenos sociais que serão correlacionados posteriormente, ao
mesmo tempo, em que se prega que o grande diferencial competitivo deste milênio
serão as pessoas, os relacionamentos. A afetividade e a parceria, ainda se incentivam
veementemente, sobretudo nas áreas educacionais, a competitividade e o talento
individual. Ninguém é bom ou excelente sozinho: há sempre um referencial, um
suporte, uma estrutura, alguém, que incentiva e impulsiona para a realização.
O que faz um grupo ser uma equipe começa pelo líder. Líder este, que
convive, cuida, sente. Líder que gera novos líderes. Hoje também há espaço para dar
novo significado a esta condição, aliás o novo hoje, ocupa vários lugares...
11
Pensar em líder ou em grupo é algo que vai necessitar de extremo
cuidado, visto que ainda não se tem a totalidade da compreensão do que engendra a
multiplicidade de aspectos do indivíduo...cabe então repensar o indivíduo, para que se
possa pensa-lo enquanto ser capaz de se tornar líder, equipe, sociedade.
Então, ao mesmo tempo que serão mencionados conceitos, há que se ter
em mente, que muitos deles estão em busca de novos ou mais amplos significados, visto
que não se pode conceber o indivíduo e suas relações, sobretudo ao que se diz respeito
ao processo ensino-aprendizagem, como um único circuito fechado, e sim uma
infinidade de ciclos que envolvem todos aqueles que dele participam.
1.2. A Sociedade: Aspectos ou fenômenos contemporâneos.
Não há como iniciar a proposta deste estudo, que é investigar a sala de
aula, ou melhor, os seus componentes, enquanto mini-grupo social reproduzido através
dela, perante o processo educacional, sem que anteriormente sejam feitas algumas
ressalvas pertinentes ao contexto no qual tal processo de interação social está se
desenvolvendo.
Essa necessidade dá-se a partir do momento em que se quer sustentar o
argumento de que este mini-grupo, ao qual, comporta a sala de aula representa uma
pequena parcela do reflexo global da multiplicidade de aspectos e valores que compõem
a sociedade.
Na verdade, deve-se questionar a profundidade de tal intercâmbio. Não
poderia este espelho ter dupla face? Ou seja, mini-grupo social não poderia refletir a
sociedade? Principalmente no que diz respeito ao processo educativo?
Uma “sociedade” desorganizada seria o fruto de um processo educativo
falido? Se pensarmos desta forma, corremos o risco de defendermos velhos discursos
que
Infelizmente, é sabido que tal pensamento não será abandonado assim de
uma ‘hora para outra”. Vertentes que sustentam os velhos determinismo, dentre outras
ideologias, ainda são uma parcela bastante significativa na sociedade( como será
demonstrado no próximo ide deste estudo).
E inegável que ainda existam muito mais no que simples resquícios deste
pensamento sendo veiculados na sociedade. Porém, contra esta corrente, é crescente a
12
ideologia que promulga a interdependência associada à capacidade de desenvolvimento
da liberdade individual como a chave para o crescimento social.
Assim sendo, sem as pretensões de realizar um estudo analítico de
quaisquer ciência (o que não é o intuito deste), por observar os fatos atuais que se
apresentam em nossa sociedade, a fim de não só situarmos o leitor ao contexto pelo
qual, estes estão conjuntamente inseridos ao processo educativo, como também, leva-lo,
ao final deste estudo, a tirar suas próprias conclusões.
Atualmente vivenciamos um aspecto particular em nossa história, nunca
tivemos tantas concentrações urbanas com inacreditável densidade populacional, onde
esses exorbitantes agrupamentos humanos vêm pouco a pouco, perdendo o contorno de
uma comunidade, e transformando-se em meros agrupamentos2.
Independente do tamanho da cidade, embora seja bastante visível
sobretudo nas metrópoles, estamos muito próximos do limite da suportabilidade, onde
constantes confrontos de necessidades, carências e ganâncias, vêm sendo mantidos por
uma forçada convivência3.
Tal fenômeno não é necessariamente declarado, porém, ainda que
“camuflado” por algumas ações oportunistas mencionadas mais adiante, fatalmente
sabe-se que o mesmo está em rota de falência, através de rupturas e fraturas sociais cada
vez maiores.
O quê isto quer dizer? Quer dizer que há uma imensa diferença entre
agrupamentos e comunidades: esta pressupõe partilha de interesses e cuidado protetor
mútuo, enquanto aquelas se resumem a uma simples agregação de pessoas com raros
objetivos comuns, pontuadas por sinais de filantropia, que na maioria das vezes, é
calculista, interesseira e paliativa4.
Então, mesmo diante destes aglomerados, pode-se observar uma nova
manifestação, a presença da solidão voluntária ou involuntária, que serve mais como
refúgio ou abandono do que, de fato, a liberdade de obter um momento reflexivo.
Mas o ser humano, como preconiza muitos, não é um ser social?
A quebra desta premissa traduz algo singular, solidão e solidariedade
podem ser termos semelhantes, mas jamais em seus conteúdos: solidariedade vem de
solidez, firmeza à vida coletiva, enquanto solidão traduz a idéia de ser ou estar por si
mesmo. É a quebra do ideal de fraternidade e também da evolução.
13
Fenômenos separatistas como este, não revelam nada de novo para a
história, obviamente, inúmeros movimentos sócio-políticos, econômicos e religiosos
declarados, tristemente implantaram efeitos duradouros contidos in ou conscientemente
em nossa cultura...dominação e segregação de raças, escravismo, anti-semitismo,
apartheid... O mundo, inevitavelmente é guiado por “senhores do progresso e do
retrocesso”5.
A ordem que mantém essa forçada convivência vem do próprio controle
coletivo, desde cedo, somos ensinados através do julgamento coletivo, a diferença da
evidência visual do acontecer para o universo que se diz estar acontecendo garantem os
enquadres à ordem estabelecida6.
Para adaptação social, há um sutil pacto incompreensível que repreende,
fornece o treinamento da omissão da visão e da negação. São as ditas prisões virtuais
dos preconceitos, onde todos controlam todos, e onde este elo para suportar tal situação
é mantido através da dita “sabedoria social” que reforça o pacto social dos oprimidos, é
o masoquismo da adaptação social, “do normal”7.
O processo educacional é condicionado pelas situações sociais, assim
ta,bem como as condiciona (ou deveria), os padrões culturais que se constituem entre o
indivíduo e a sociedade, resultam a prática educativa, há uma atuação mútua.
Então, o sistema educacional de um país reflete fielmente todas as suas
mazelas, desigualdades e contrastes. Nas salas de aula, reproduz-se o modelo de
exclusão, social em maior ou menor grau, assim como as relações produtivas e
humanas.
Em recente pauta, questionava-se como poderiam ser apontadas soluções
para a exclusão das classes sociais pobres ou minorias raciais nas universidades. Esta
polêmica é apenas a “ponta do iceberg” de uma questão estreitamente relacionada ao
aspecto sócio-econômico do país.
Já fora aprovada a reserva de 50% de vagas para alunos da rede pública,
agora o debate se faz acerca de reservas de vagas para os negros.
No país multirracial como o nosso, seria justo então, que outros tantos
grupos étnicos que contribuíram para delinear o perfil desta nação ao longo de
quinhentos anos de miscigenação , também tivessem vagas reservadas.
14
Portanto,
pode-se
observar
que
esses
critérios
em
prol
dos
“desfavorecidos”, será falho, visto que o próprio conceito de raça vem sido rediscutido
em todo mundo com o avanço da ciência na área da genética humana8.
Outro aspecto de suma importância revela a possibilidade deste regime
funcionar para o aumento da estigmatização destes alunos, visto que tal “proteção”
poderia os tornar vítimas ainda maiores do preconceito que já sofre.
A fundamental questão deveria ser na verdade, de teor conceitual. Há que
se melhorar toda vida escolar brasileira, ensino fundamental e médio. Como chegar ao
ensino superior e permanecer à margem dele?
Este problema pode ser atribuído pela não identificação dos educandos
ao que lhe é ensinado, visto que o mec, secretarias de estado e município adotam um
enfoque educacional universalista, e ao que referem grupos de movimentos negros,
como exemplo, favorecem a identificação apenas de parcelas do grupo, uma vez que
certas etnias são mais freqüentes nos conteúdos educacionais, o dito eurocentrismo, e
segundo os mesmos, um enfoque na especialidade, pluralidade e diversidade, iniciaria
desde uma inclusão conceitual até a própria inclusão acadêmica9.
1.3. Aspectos gerais dos determinismos na educação:
Na verdade, o termo determinismo não está unicamente atrelado à
educação. Pelo contrário, tal termo tem raízes profundas na história da humanidade e já
serviu à diversas ciências, sendo, que da mesma forma fora criado e utilizado pelas
mesmas, com a finalidade em comum de alimentarem principalmente os ideais de um
sistema econômico que vigorasse em questão.
O intuito de tais determinismos, sobretudo aqueles que permeiam a
educação, é de continuar reforçando, ou melhor, não deixando de sinalizar, ainda que de
forma codificada, antigos padrões equivocados e ilusórios, que por anos a fio,
determinaram e atualmente determinam, os interesses prévios daqueles indivíduos que
detém o poder.
Ou seja, os determinismos continuam vigorando como resultado da
equação causa-efeito de interações educacionais e econômicas anteriores, visto que
permeiam a educação, recriando tais modelos agora, a favor do neoliberalismo.
15
O neoliberalismo combina a “ética de livre mercado” com política
populista. O estado é fraco. Toma-se base para políticas sociais e guia de teorias da
prática educacional. Há um estreitamento de relações entre o governo e a economia
capitalista, e este deseja transmitir uma ideologia de eficiência e democracia, que em
muito combina com o processo atual de globalização, que pretende transparecer uma
universalidade econômica, tecnológica e social, competitiva e com melhoria da
qualidade de serviços nestes âmbitos.
Essa ideologia insiste em convencer-nos de que nada podemos fazer
contra realidade social, ela é imobilizante. Intrinsicamente caminha sobretudo, com o
processo educativo a fim de generalizar a concepção pedagógica, entorpecendo sua
capacidade de viver e aprender com o diferente, criando descompasso com a formação
científica e a ética destes docentes, pois eles serão agentes da construção de currículos e
principalmente, fontes de reprodução ideológica, capazes de transmitirem formas
culturais, econômicas, materiais, simbólicas, que serão bases para as relações de classe
capazes de tentarem a resistência contra aos demais que escaparem à regra, e fugirem
das normas ditadas pelo determinismo.
Pode-se observar com clareza que o determinismo sempre atende a
valores de um específico grupo ou grupos de dominantes, através das já ditas forças de
reprodução ideológica, que criam a dita política de dominação.
A real cultura dita comum, transmitida aos alunos na sala de aula, na
verdade não consiste na participação e na formulação destes conceitos por uma maioria,
visto que tais valores são impostos por uma minoria com o discurso de que a aquisição
de tais saberes tornarão a todos “culturalmente” letrados. Não é uma cultura
democrática, e o fato nos faz realmente questionar o que acontece, o que pode acontecer
e o deveria ocorrer numa sala de aula, sabendo que o peso dessa responsabilidade, ou
seja, a capacidade de informar e formas, que nos cabe, possibilitarão ou não a
construção de uma sociedade mais democrática que possa ir de encontro a esses
poderosos interesses conservadores.
O determinismo continuou percorrendo um longo caminho paralelo à
educação, como faz até hoje. Sempre atrelado ao sistema econômico, adequava-se
conforme a necessidade de lhe prestar serviços, e mesmo passado o escravismo, o
“capital humano” nunca deixou de ser valorizado, fazendo com que várias ciências
continuassem enfocando segundo suas óticas, quase sempre radicais, pseudoconceitos
16
científicos que prestavam-se a interesses não só sociais econômicos, como também aos
próprios.
1.4. A evolução do conceito de Educação:
Inicialmente, o leitor poderá se questionar ao se deparar com tal
premissa: A que quer se referir o termo evolução? À modificação do conceito ou sua
extensão?
Necessariamente, evoluir ou mudar, não são sinônimos de desconstruir
ou desaprender. Assim como desaprender não quer extinguir a aquisição da capacidade
de aprender algo novo. Tais afirmações não têm apenas valor simbólico de fazer jogos
de palavras, transmitem a necessidade de uma pausa para reflexão, mais uma vez, e
durante todo o estudo, caberão ressalvas melindrosas quando forem necessárias o uso de
conceituações...
A respeito do termo Educação, quer-se, concomitantemente, tanto
desenvolver a construção deste conceito, quanto amplia-lo a vastidão de suas
possibilidades.
Para muitos o conceito educação atualmente reflete um incansável
bombardeamento de informações, a quantidade em troca da qualidade de aquisição dos
saberes; tudo isso em velocidade recorde.
Reflexos dos novos tempos... A Educação pode sofrer análise de vários
“pontos de vista”, porém está sob influência direta das condições socioculturais de cada
época.
Contudo, permanece a noção de que a ação educativa deve ser encarada
como fato social, linear, constante, e que deverá ter significação futura, pois é visto que
se realiza na Sociedade, pela e para mesma, ainda que tal ação, necessariamente, na
prática, por inúmeras vezes não atinja tal meta.
Isto
porque
vivenciamos
um
paradoxo.
Conduzimos
desejos
socioculturais contemporâneos, através de uma estrutura cristalizada sob a influência de
condições sociais “passamos”. Ou seja, quer se obter novas respostas, mas os estímulos
são os mesmos...
De fato, ao menos, evoluímos no sentido do reconhecimento da gama de
fatores que interagem perante o processo educacional, com os indivíduos que neles
17
estão envolvidos. No entanto, este reconhecimento não os assegura de serem
subjulgados durante o mesmo.
O esteio para o crescimento (constante evolução) do educador e de sua
prática, está justamente em sua tomada de consciência do real significado da palavra e
educação: “do latim, educatione(m), ato de criar (instruir); o vocábulo latino educatio,
onis, prende-se ao verbo educare aparentado com o ducere (conduzir) e educere (tira
para fora, criar)”10 (Imídeo, 1969, p.103).
Paulo Freire fala numa educação para a reprodução de uma sociedade,
que visa a domesticação, e de outra, a da transformação que seria a busca da liberdade,
investe na necessidade de renovação com a inovação, a criação de valores culturais para
transformar a sociedade11.
O próprio Freire preferia ser criticado como idealista, do que agregar-se à
visão monocromática e fatalista da educação e do mundo.
Aliás, para suportar a “coisificação” do sujeito, da Sociedade e da
educação, todo educador deveria adotar o mesmo adjetivo. A urgência de viver o
presente esgota as bases de solidariedade, em que cada um se afirma pela dureza de não
ceder aos apelos alheios, há banalização dos comportamentos, estilos de vida (inclusive
a própria).
A substituição do conceito de sociedade, pelo de cultura, sobretudo, com
a interminável propaganda da globalização, leva adiante o vício já existente do
determinismo, porém agora agravado com o fenômeno que deseja padronizar os acordos
intersubjetivos de cada cultura e grupo social.
O educador deve estar ciente que a utilização da educação como ação
coerciva por uma classe dominante, para imposição de sua ideologia, consiste uma
violência simbólica, da qual, infelizmente, se é vítima inconscientemente.
Em resumo, pode-se dizer: “É ilusão da pedagogia tradicional sustentar
que é possível uma educação neutra, que só a educação neutra ou desinteressada é a
verdadeira educação”12. Não há imunidade emocional para um ensinante, como será
demonstrado à seguir, o dito “contágio emocional”, não tem noções ou restrições, à
hierarquia dentro do processo educacional desenvolvido num grupo.
O professor precisa ser visto com olhos humanos, e aprender (ou manter)
também esta capacidade, e principalmente repensar o lugar que vem ocupando enquanto
“pessoa” e profissional, buscando compreender a direção que o levará cada vez mais
18
próximo para a realização de seus sonhos e desejos íntimos, garantindo-lhe satisfação
pessoal, para que esta, possa fornecer energia e entusiasmo (mesmo diante de
obstáculos) da mesma forma à sua missão quanto educador.
19
CAPÍTULO II
A Educação como fato social.
2.1 As finalidades e objetivos educacionais do ensino superior:
Independente do tipo de graduação, é válido recordar que para a obtenção
de êxito em quaisquer finalidades educacionais, deve-se considerar que as mesmas
passam pela via única do processo de aprendizagem, que resulta do somatório de um
aglomerado de fatores. Estes, para Alicia Fernandez, se organizam em níveis: Corporal
(orgânico), na inteligência, e no desejo (este último presente no inconsciente do ser)13.
De forma semelhante, Sara Paín, organizou também em níveis, os fatores
que são passíveis de exercerem ou sofrerem interferência durante à aquisição do
aprendizado:
-
O Primeiro é o próprio indivíduo, quanto suas
características biológicas herdadas, ou seja, ontogênicas, no entanto acredita
que o psiquismo é auto-construído conforme suas interações com o meio, de
acordo com o desejo do próprio.
-
O outro nível corresponde a família, e os outros níveis
posteriores, representaram aos outros tipos de interações que compõem o
contexto social, cultural e econômico14.
E ao demonstra-los tem-se o intuito de retificar que tais questões são
igualmente importantes para compreender as futuras manifestações do educando
(comportamento), da dinâmica interna do grupo, e dos possíveis vínculos criados com o
ensinante e o aprendizado provenientes do ensino superior.
Os objetivos do ensino superior, mesmo compreendidos nos fins da
educação (salvo especificidades do curso), podem ser indicados de forma generalista
em:
avançados;
Transmissão
e
discussão
dos
conhecimentos
mais
20
-
Investigação
orientada
para
o
incremento
dos
conhecimentos, o que segundo Victor Sanoy, não implica em abandonar a
possibilidade de resultados práticos e imediatos ( Nérici, 1969, p.76)15;
-
Preparação científica e técnica para as profissões
superiores, através do ensino à pesquisa, à busca pela cultura, ao
desenvolvimento de aptidões e ao respeito à verdade;
Constam ainda como funções universitárias:
A)
Função profissional – possibilitando o sujeito ao saber
científico de sua ação profissional;
B)
Função criadora – estimular a imaginação no campo das
letras, artes e ciências, tendo em vista novas fontes de expressão, comunicação e
de produção;
C)
Função de investigação – estimular “atitude amigável”
com as mudanças, possibilitando o atendimento de novas necessidades da vida
social;
D)
Função cultural;
E)
Função social – atender às necessidades sociais da
comunidade e do País. Segundo Leopoldo Maupas, a Universidade, em seus
estudos, deve partia do particular (problemas concretos da comunidade),
direcionar-se para o universal (estudo dos mesmos problemas em outras partes,
em caráter geral) e voltar ao particular (visando atender e atenuar as dificuldades
da comunidade)16. (Nérici, 1969, p.78)
Nos dias atuais, faz-se necessário, que se desenvolvam ações didáticas e
sociais no ensino superior, cada vez mais eficazes no propósito de aproximarem, sempre
que possível, tal ensino acadêmico, ao exercício profissional, desenvolvendo a
mentalidade moral e responsabilidade social deste futuro profissional, dando sentido
humano e social a todos estudos realizados.
Assim, a transmissão do conhecimento não deve ser encarada apenas
como fim em si, mas como meio para o aprendizado de métodos e técnicas que levem o
próprio estudante a elabora-lo ou reproduzi-lo.
21
2.2 A sala de aula como mini grupo social.
A partir da observação de mudanças pessoais (sejam elas a nível
cognitivo, emocional, atitudinal (percepções, conhecimentos, predisposição para ação
integrada), comportamental (atuação, competência) de um indivíduo, enquanto parte de
um grupo, da mesma forma, poderá se obter um bom número de informações sobre o
mesmo.
Isto porque um ser exerce influência sobre o outro, e é de tal forma
responsável pelo que está acontecendo com ele, quanto o próprio.
Gaiarsa relata: “...nunca alguém será o único culpado por uma briga.
Nem por horas de felicidade. O que está ocorrendo é uma dança muito bem combinada
(ou não !) de movimento, olhares, gestos e sons” (Gaiarsa, 2000, p.51)17.
Tal fenômeno, mediante a ciência que o estude, poderá designa-lo
conforme seus preceitos... para biologia, poderia ser chamado de fenômeno da recursão,
alterobiose, na psicologia, a busca do indivíduo de coexistir com sua espécie, poderia
significar o instinto de vida (Eros); existencialismo...A verdade contida em todos é uma
só: A importância da interrelação entre os seres humanos é maior independentemente do
nome ao qual esta receba.
No entanto, é essencial frisar, que cada mini-grupo social, (neste caso, o
pertencente a uma sala de aula), irá apresentar uma dinâmica interna, onde tal
manifestação poderá apresentar valores e comportamentos necessariamente particulares
ao mesmo, o que não o exclui de influências externas, ou seja, as relações individuais e
interpessoais de um grupo seleto, pode concomitantemente, influenciar e ser
influenciado pela coletividade.
2.2.1 Vínculos e interrelações do processo Ensino-Aprendizado:
Para Mércia Moreira, as relações que se estabelecem dentro da sala de
aula, serão, com certeza, reflexo da forma como o professor lida com o grupo-classe18.
(Moreira, 2000, p.172). Essa afirmação é pelo menos um tanto quanto preocupante,
visto que parece deletar as múltiplas facetas que podem coexistirem, atribuindo como
ação determinante aquela que provém exclusividade do professor.
22
De fato, o professor é uma das figuras centrais deste mini-grupo social.
Porém, da interação aluno-professor, poderão surgir uma grande variedade de papéis,
dentre os quais, o mesmo poderá ou não ocupar o lugar de líder, assim como poderá não
ser o único, tudo dependerá de sua flexibilidade perante o grupo.
Liderança é um termo de sentido bastante amplo, ao mesmo tempo que é
utilizado para desiguar aquele que comanda autoritariamente, também pode ser aplicado
a quem conduz democraticamente um grupo. Daí a necessidade de se qualificar o tipo
de liderança desejável na relação educando-educador, o que será realizado de forma
mais cautelosa, posteriormente.
Analisando a dinâmica interior de mini-grupos poderá encontrar o
fenômeno da liderança, que segundo alguns autores, será expressa através através das
relações de poder que se estabelecem entre seus líderes e liderados.
De forma mais simplista, ou sintética, a teoria dos sistemas, poderia
ilustrar tal fenômeno da liderança, onde parte de um sistema deve manter um
intercâmbio de informações com as demais, ou seja, dar um feedback, visto que interage
com ela, caso uma delas entre em desarmonia com o todo, deverá ser reajustada.
French e Raven (1972), classificaram os diversos tipos observáveis na
interação entre os indivíduos. São eles:
1. Poder legítimo: refere-se aquele instituído oficialmente.
Baseia-se no reconhecimento do papel institucional do líder, de modo a
conferir-lhe o direito de prescrever comportamentos. No caso da relação
professor-aluno, este é levado a internalizar normas e aceitar todas as
determinações do professor, desde a dinâmica do funcionamento do grupo, à
disciplina, até todo o tipo de conteúdo curricular a ser tratado;
2. Poder de coerção: baseia-se no medo de punições;
3. Poder de recompensa: como próprio nome designa, fundase na expectativa de reforços positivos, recompensas;
4. Poder especializado: baseia-se no reconhecimento da
capacidade de um indivíduo em determinada área de conhecimento. O
professor exerce facilmente o poder por esta via, quando o aluno reconhece a
sua competência profissional e segurança, na condução das tarefas;
23
5. Poder referente: funda-se na identificação do indivíduo
com o outro, a partir de semelhanças de ponto de vista e valores, traduzindo
uma ligação de afeto entre eles;
Na realidade, são raros os tipos puros de poder. Há que se insistir, porém,
na superioridade do poder especializado quanto à sua possibilidade de articulação com
uma liderança mais democrática, centrada, sem que da mesma forma, o discente não
deixe de desejar desenvolver as demais potencialidades que deverão compor o seu
manancial.
Se as classificações não são necessariamente vitais para este estudo, a
compreensão destas relações e sobretudo a qualidade das mesmas serão.
Essa qualidade está atrelada ao tipo de vínculo estipulado entre o
aprendente a o ensinante, termos adotados por Alicia Fernandez, a fim de caracterizar o
lugar que uma pessoa pode ocupar, ou seja, hoje um professor ensinante. Amanhã
aprendente...
Pois bem, ao se falar de vínculo, na verdade, está querendo se relatar
como se é transmitida ou como se adquire o conhecimento.
De forma sucinta, podemos relacionar quatro tipos de vínculos mais
significativos: o sadio, o neurótico, o psicótico e o perverso. Eles ocorrem de forma
intrapessoal, ou seja (inconsciente e consciente) e o intrarelacional (“eu” e outro). Há
ainda o vínculo geracional, ou entre gerações e engloba os outros.
No vínculo sadio, o ensinante não transmite todo o conhecimento, ele
cria um “jogo” do não-dito, onde mostra-guarda o conhecimento, não nega acesso a ele,
mas permite que o aprendente possa ter autonomia de pensamento, onde observando e
questionando, possa ter suas curiosidades e criatividades aguçadas a fim de
estabelecerem um vínculo que será “a ponte” para que sejam feitas as trocas dialéticas.
Os vínculos não sadios podem ser decorrentes de inúmeros fatores,
geralmente relacionados ao desencadeamento de sintomas característicos.
No vínculo neurótico, o não dito não é revelado, e quando descoberto
força ao aprendente a ocultá-lo, o que impede a possibilidade de trocas com o ensinante,
“esconde” o conhecimento e não tolera o questionamento.
O vínculo psicótico faz com que o ensinante desminta o aprendente, não
autoriza o pensamento.
24
E por último, o vínculo de perversão transmite qualquer tipo de perversão
pessoal ou de ensino pelo qual o aprendente tenha passado durante este processo, tendo
como exemplo, ter apanhado para aprender.
Os sintomas provenientes destes vínculos necessariamente não
caracterizarão a personalidade deste indivíduo, isto é, um vínculo de aprendizagem de
perversão não determinará uma personalidade perversa e assim por diante.
2.3 Representação dos papéis sociais.
Todos os grupos adotam certas normas que funcionam como padrões
para todos os participantes. A uniformidade do comportamento é procurada a fim de
criar uma realidade social, uma forma de transmitir o consenso. Há o que pode-se
chamar de potencial de retorno: admitir-se que cada participante de um grupo esteja
pronto para aprovar ou desaprovar, em vários graus, os diferentes comportamentos que
os outros possam apresentar, e dependendo das divergências do coletivo, atribuir-lhes as
devidas conseqüências.
Albigenor e Rose, especialistas em dinâmicas de grupo, são da mesma
opinião que Gaiarsa, eles classificaram os possíveis papéis sociais a serem encontrados
num grupo (estes serão descritos posteriormente), mas concordam que eles não podem
ser rigidamente aplicados, e salientam que além do contexto, o indivíduo pode vir a se
manifestar de formas distintas em diferentes grupos, e para tanto, antes de usar tais
rótulos, os especialistas aconselham o bom discernimento do facilitador para interpretalos.
A classificação dos papéis sociais se subdividem em: papéis construtivos
(qualidades e virtudes) e não construtivos (ações nocivas ou defeitos) são eles:
Papéis construtivos:
1. Conciliador: busca um denominador comum perante
conflitos, revê sua posição e aceita buscar alternativas de soluções comuns a
todos;
2. Mediador: intercede, resolve e alivia tensões entre outros
membros do grupo diante de momentos difíceis;
25
3. Animador: demonstra afeto e solidariedade aos ouros
membros do grupo, é ativo, entusiasta, contribui com sugestões e idéias;
4. Ouvinte interessado: acompanha atentamente as atividades
do grupo e aceita as idéias dos outros. Fala menos, mas faz intervenções
inteligentes, procurando sempre agregar papéis não construtivos:
Papéis não construtivos:
1. Dominador:
procura
afirmar
sua
autoridade
ou
superioridade dando ordens incisivas manipulando todo ou parte do grupo
sob a forma de adulação, status superior etc...a sua verdade é única e não
aceita argumentação de terceiros;
2. Dependente: busca ajuda mostrando insegurança, autodepreciação, carência de apoio ou simpatia para com os outros;
3. Criador de obstáculos: discorda e opõe-se sem razão
aparente, mantêm-se teimosamente negativo chegando até a radicalização.
Obstrui o progresso do grupo;
4. Agressivo: ataca o grupo ou o assunto, fazendo ironia ou
críticas agressivas, costuma utilizar franqueza depreciativa;
5. Vaidoso: procura chamar atenção sobre si de várias
maneiras para afirmar sua superioridade e vantagens em relação aos demais;
6. Reivindicador: manifesta-se como porta-voz de outros,
revelando seus verdadeiros interesses pessoais, preconceitos ou dificuldades.
Aparentemente, transmite uma preocupação com os demais, embora busque
vantagens pessoais;
7. Confessante:
usa
o
grupo
para
extravassar
seus
sentimentos, preocupações ou filosofia, que nada têm a ver com a disposição
ou orientação na situação momento;
8. Gozador: aparentemente agradável, entretanto evidencia
seu completo afastamento do grupo ao exibir atitudes cínicas ou
desagradáveis, indiferentes à preocupação do trabalho, também tem o
interesse em chamar atenção para si19;
26
Diante deste universo de comportamentos, é evidente o extenso
caminho a ser percorrido pelo ensinante a fim de desenvolver uma linguagem
(e/ou comportamento) capaz de acessar senão todo o grupo, pelo menos uma boa
parte dele, e assim poder desenvolver o convívio harmonioso com as
divergências.
27
CAPÍTULO III
Dinâmicas de grupos: O Ensino socializado para as classes de
fisioterapia.
A autêntica dinâmica de grupo, deveria ser, segundo L.O.Lima, a didática
do futuro, porque supera aquilo que Paulo Freire considera de “caráter essencialmente
narrativo” da relação professor-aluno, onde os alunos se localizam enquanto objetos,
(pacientes que escutam), o sujeito narrador que é o professor. Na verdadeira dinâmica
de grupo não há apenas locutores e ouvintes, mas interlocutores, cada qual em
condições iguais de “dizer a sua palavra”20 (Balduíno, 2000, p.16).
3.1 O conceito de dinâmica de grupo:
Toda atividade que se desenvolve com um grupo ( reuniões, grupos de
trabalho, de treinamento, “workshops”...) que objetiva integrar, aprender, desinibir,
refletir, apresentar, promover à aprendizagem ou incita-la, competir e aquecer, pode ser
denominada dinâmica de grupo. Ou seja, o simples encontro de pessoas para buscar
qualquer objetivo grupal é uma dinâmica de grupo.
3.1.1 O surgimento da dinâmica de grupo
Por volta de 1912, Jacob Levy Moreno, um jovem estudante de medicina
começou a observar crianças brincando num jardim. Acabava de opor-se a Freud que
preconizava o distanciamento do terapeuta na relação com o paciente, caracterizando a
palpável diferença de status. Moreno acreditava que relações entre os seres humanos,
para serem profundas e verdadeiras, deveriam enfatizar a relação afetiva, de
compreensão e comunicação completas, nos dois sentidos, baseada na empatia eu e o
outro.
Para Moreno, para se conhecer a dinâmica de grupo, é importante se
determinar a sociometria deste grupo. As características e a importância de cada
componente, bem como a rede de inter-relações (o nível de afetividade).
28
Carl Rogers foi o primeiro que realizou atividades através do processo
terapêutico denominado terapia centrada no cliente, chamando este tipo de trabalho de
grupos de encontro.
Porém, foi com Kurt Lewin, em 1945, que surgiu a expressão dinâmica
de grupos (Group Dynamics), explicando o conceito de dinâmica no sentido habitual da
física, como o oposto à estática. Neste mesmo período, Kurt funda o centro de pesquisas
para dinâmica de grupo, no instituto de tecnologia de Massachusetts21. (Albigenor,
2000, p.22).
Em 1946, para minimizar conflitos raciais existentes nos EUA, o Estado
de Connectitut (EUA) quis desenvolver um programa pedagógico, convidando Kurt
Lewin, Ronald Lippiti, psico-sociólogo que com ele trabalhava, Leland Bradford,
especialista em educação e formação de adultos, e Keneth Benne (Filósofo e padagogo).
Durante esse encontro, a equipe postula o efeito benéfico, daquilo que mais tarde, se
chamaria “feed-back”.
Portanto, Kurt Lewin, a partir da construção da teoria dinâmica da
personalidade, pautada nos conceitos da física é considerado o pioneiro da dinâmica de
grupo.
Criou ainda os “training group ou t-group” (denominados grupos de
sensibilização ou de diagnóstico, este tem objetivo conseguir, por meio do grupo, mudar
a conduta individual.
O t-group, também dito grupo de formação foi continuado pelos
discípulos de Lewin, após a morte de Kurt em 1956.
Em 1960, Pierre Weil, auxiliado por Karl Frost e Célio Garcia, ensaiou
no Brasil, o DRH (desenvolvimento em relações humanas), conjugando o processo de
sócio análise com o objetivo.
A dinâmica de grupo não se restringe, em seus temas e categorias ao
âmbito da psicologia. Para Balduíno:
“...Ela tem raízes na antropologia, na epistemologia genética, na
neuro-linguística, nas ciências da linguagem, do conhecimento e da
comunicação. Na sua dimensão de macrodinâmica de grupo, não
pode dissociar-se da ciência política...a dinâmica de grupo tem
vínculos profundos com a ecologia ( de Oikos: casa, mas Logos:
discurso, ciência)”22 (Balduíno, 2000, p.15).
29
Na esfera didática, tem objetivos diversos, dentre os quais, os principais
consistem em facilitar e enriquecer a aprendizagem, podendo obtê-los, conforme a
escolha da aplicação da técnica adequada para o dado momento.
3.1.2 A definição das técnicas pedagógicas (e alguns de seus exemplos).
Aplicar uma dinâmica de grupo é possibilitar o exercício de uma
vivência. É um processo vivencial, um momento de laboratório, que pode ir além de
uma simples desinibição até a elaboração e a reflexão de aprendizados aprofundados.
A palavra técnica é dita como forma de variação das expressões
“dinâmica de grupo” ou vivência, muito utilizadas por pessoas que trabalham com
grupos. Refere-se apenas, a maneira pelo qual, será desenvolvido ou facilitado o
trabalho no grupo, como o exercício será vivenciado, ou seja, um método ou
procedimento a ser adotado.
“A técnica utilizada como uma real necessidade do momento do
indivíduo ou do grupo, parece uma verdadeira obra de arte, daquela que você, diante
dela, pára e vê aflorar um novo mundo”23. (Castilho, 2000, p.25).
as técnicas possuem um valor muito relativo, visto que obedecerão ao
comportamento e aos objetivos desejados especificamente um grupo; com o intuito de
respeitar sua singularidade.
Pode-se então, com intuito ilustrativo apenas, citar alguns exemplos de
técnicas a serem aplicadas nas dinâmicas de grupos, sublinhando sobretudo que, o que
nelas importa, é a capacidade de desenvolver ou possibilitar a construção de
convivências mais humanas, da descoberta de identidade e valores pessoais e grupais.
Caba ainda relatar, que as mesmas podem receber uma tríplice divisão:
técnicas pedagógicas, as técnicas ludopedagógicas e as técnicas de sensibilização.
As pedagógicas, priorizam principalmente, o trabalho na sala de aula ou
eventuais seminários para profissionais em que existe a necessidade de transmissão de
informações e sua assimilação completa. Podem se unir as técnicas de sensibilização
quando desenvolvidas com o intuito da integração social do aluno ou de um profissional
em uma determinada atividade.
Já as ludopedagógicas, são direcionadas para o desenvolvimento
psicomotor da criança, mas não são exclusivas a tal função.
30
Segue consecutivamente, as sugestões fornecidas por Mbeal, Balduíno e
Celso Antunes, agrupadas de forma sucinta para exemplificação:
1. Discussões em grupos pequenos – de cinco a vinte
pessoas, ocorre livre troca de opiniões, sem hierarquização dos participantes;
2. O método do fracionamento – o mesmo ocorre em
subgrupos por um curto espaço de tempo;
3. O método do grupo do cochicho – o mesmo ocorre, sendo
que tal discussão se trava entre duas pessoas;
4. O simpósio;
5. A discussão em painel;
6. Painel com interrogadores;
7. Audiência de comissão;
8. O diálogo ou fórum;
9. A entrevista;
10. A preleção;
11. A discussão livre.
A maioria destas modalidades não foram descritas por se apresentarem
bastantemente freqüente nas salas de aula, onde é costumeiro que membros ou
subgrupos, exponha temas perante aos demais, sendo estes seguidos ou não de debate
ou questionamentos posteriores.
Modalidades mais interessantes, e nem sempre utilizadas, constituem o
método de Braistorming ou tempestade cerebral e a dramatização.
No primeiro, espera-se que todos se expressem livremente, sem censura,
apresentando soluções que lhes ocorram por mais absurdas que possam parecer. Tais
contribuições consideradas a princípio estranhas, podem a partir da participação de
todos, serem reforfuladas, e tornarem-se o ponto de partida para solução certa do
problema proposto ou para construção de um consenso.
A dramatização, assim como métodos de estudo de caso (entre outros
descritos a posteriores) foram para este estudo, a grande fonte de motivação para que o
mesmo tenha sido proposto, mediante a identificação direta desta técnica com a
necessidade de serem encontrados recursos didáticos eficazes o bastante para abranger o
31
conteúdo curricular do curso de fisioterapia, onde a prática proposta por vezes, tornavase automatizada, e a partir da administração de tais técnicas, pode-se unificar o
conteúdo teórico-prático ao caráter inovador e experimental, sem afasta-lo contudo da
realidade, na qual imprevistos fazem parte, e não podem ser condicionados.
Como próprio nome, na dramatização, representa-se de forma mais ou
menos improvisada uma situação ou um problema. Cada participante da cena
desempenha seu papel em uma situação hipotética, procurando copiar a realidade que
está sendo dramatizada.
Outras técnicas, como conferências ou oficinas (estas também
apresentam-se de forma interessante para o curso de fisioterapia, visto que busca
aperfeiçoamento de técnicas sob a orientação de mediadores competentes) são outros
exemplos de se somam a gama de técnicas pedagógicas das dinâmicas de grupo a serem
elegidas.
3.2 A definição do Ensino socializado
Consiste na aplicação da idéia que o processo de aprendizagem, que é
inegavelmente e essência pessoal, pode ser efetivado em um grupo, dando origem ao
Ensino socializado. Ao invés de se procurar atender às diferenças individuais, procurase tirar proveito delas, partindo da interação social ou mental, inerente às situações em
que, duas ou mais pessoas estão em contato social, e agem em função de um fim
comum.
Socializar portanto, não quer dizer nivelar, igualar, ou uniformizar, pelo
contrário, quer dizer diferenciar, para que cada um possa dar sua contribuição no
enriquecimento do grupo.“É preciso restabelecer a crença na igualdade entre os seres
humanos, a partir da aceitação da diferença entre eles”24 (Engel, 9 de julho, folha SP).
A posição que cada membro ocupa no grupo denomina-se status (o que
não pode ser confundido com status social). O mesmo indivíduo pode ter vários status,
tantos quantos os grupos de que ele é elemento integrante. Da mesma forma, tal
componente também apresenta um papel neste grupo (como foram visualizados no
capítulo anterior), este se refere ao comportamento, a forma de agir. Deste modo, é
desejável que cada status corresponda de forma coerente a um papel (e vice-versa).
32
3.2.1 Professor: Líder ou facilitador de um grupo?
Cada atividade, projeto ou evento que envolve pessoas, geralmente está
permeado ou orientado por um planejamento que, naturalmente foi coordenado por
alguém.
Num trabalho específico com um grupo, existe um personagem
imprescindível ao processo de desenvolvimento grupal, e este pode ser o próprio líder
do grupo, ao qual pode ser chamado de facilitador (alguns autores também o
denominam de animador, moderador ou coordenador).
Então vejamos, o professor é um facilitador da dinâmica de grupos em
sua sala de aula, porém, nem sempre será o líder de todos os grupos...
O facilitador vai favorecer a comunicação, o conhecimento e o
relacionamento entre os membros do grupo, diante de situações pertinentes ao trabalho
que estiver sendo iniciado ou desenvolvido. Ele deve exercer o papel de educador,
incentivador, buscando trabalhar habilidades e atitudes dos indivíduos para gerar
comportamentos que possibilitem uma ação construtiva de aprendizagem, contudo,
garantindo-lhes autonomia para desenvolvê-los.
Tais características também podem ser atribuídas a um líder (ou não). Há
vários tipos de liderança: O líder autocrático (autoritário, concentra sozinho o poder de
decisão, não promove lideranças, mata o entusiasmo, e o ditador), o líder paternalista
(mantém o grupo dependente através da super proteção, do assistencialismo, também
não promove lideranças, não valoriza a iniciativa alheia); o líder “Laissez-Faire” (deixa
correr, é aquele que não toma iniciativa alguma, não coordena, é inseguro, não existe
nada definido. O grupo se desintegra, pelo desinteresse ou pelos conflitos que se criam).
Em todos estes tipos não se pode encontrar a figura do facilitador. Então, como e
quando o mesmo poderá estar ocupando o lugar de líder?
O papel deste facilitador enquanto o mesmo apresenta o status de líder
faz na presença da liderança democrática. O líder democrático (assim como o
facilitador), valoriza as iniciativas do grupo, coordena, anima, favorece a participação e
a cooperação e sobretudo favorece o surgimento de lideranças. Distribui o poder de
decisão, exercendo-o de forma cooperativa, cria um “clima” de liberdade.
33
Os
líderes
democráticos,
são
indivíduos
que
desenvolvem
relacionamentos a partir da fidelidade a si mesmos, utilizam suas aptidões sociais com
integridade e acabam por permitirem que o mesmo se faça com os demais.
Os outros líderes, ou melhor, dizendo, dirigentes, direcionam tais
aptidões com o intuito de conseguir uma mudança de “persona” com notável
plasticidade, à medida que captam sinais dos que o cercam a fim de produzirem um
efeito controlador de acordo com os seus interesses.
Então, conclui-se, que há o mito de que apenas um ou poucos membros
do grupo podem exercer liderança. Há diferentes necessidades e momentos na vida de
um grupo, e para aspectos diversos, a liderança pode ser exercida simultaneamente ou
em rodízio, talvez se possa falar em liderança diversificada e múltipla.
Acreditar que a capacidade para liderança seria inata nas pessoas é uma
forma de preconceito que pode dar origem a situações de dinâmica autocrática, de
dominação e dependência...
3.2.2 Os princípios ou critérios para se tornar um professor-facilitador de
um grupo.
Antes de tudo, o educador com o intuito de torna-se facilitador de
dinâmicas de grupo (é bem verdade, que de certo modo já o é), deve pensar – que a
metodologia aplicada sobre o processo ensino –aprendizagem tem como objetivo
principal explorar e experiência. O foco não está no conteúdo que é ensinado
exclusivamente, mas nos esquemas referenciais de quem aprende. Porque segundo
Paulo Freire o sujeito do processo educativo rejeita a mera repetição do que fora escrito
ou dito por outro.
Para o bom desempenho do facilitador pode-se citar os seguintes
requisitos básicos:
1. Saber ouvir e interpretar;
2. Ter habilidade para sintetizar (de forma clara e objetiva, os
comentários pessoais e do grupo (isto se o momento exigir);
3. Estar sensível aos movimentos do grupo, percebendo-os e dando
rumo mais adequado;
4. Procurar manter os comentários dentro do contexto vivenciado;
34
5. Estabelecer comunicação clara e objetiva, mantendo a coerência entre
a verbalização e a postura profissional diante do grupo;
6. Manter sigilo sobre tudo que for abordado, durante as atividades
grupais, não efetuando comentários para este ambiente;
7. Promover relacionamento agradável com todos os membros do
grupo;
8. Estar aberto as opiniões contrárias;
9. compartilhar o comando das atividades do grupo;
10. Não subestimar o potencial do mesmo;
11. Evitar a “técnica” visto que toda dinâmica traduz um significado e
uma conseqüência, sobretudo emocional para o grupo;
12. ser paciente;
13. Não se comprometer, passar crenças pessoais ou polemizar com
alguém que está discordando;
14. Habituar-se a trabalhar proativamente, fazendo sempre uma
checagem das tarefas que irão ser desenvolvidas no dia seguinte.
3.3 As repercussões das dinâmicas de grupos em seus participantes.
Invarialvelmente, serão observadas, em qualquer grupo, condições
distintas de calor humano, tensão, movimentos, restrição, crises... O clima do grupo
pode variar desde sentimentos de satisfação e bem-estar, à gradações de tensão, estresse,
frustação. Como facilitador deve-se estar sensível à estas reações, aceitando todos esses
ciclos grupais como válidos, descobrindo como canalizá-los de maneira criativa.
Na verdade, Gaiarsa relata que a dialética existente num grupo, não se
faz somente entre os demais papéis representados num grupo, ela também ocorre
individualmente, de acordo com o ambiente e o momento pelo qual está passando. Para
ela, toda qualidade ou defeito tem vários opostos, e não um só (Gaiarsa, 2000, p.108).
Cada tipo de emoção que vivenciamos predispõe uma ação imediata.
Reações automáticas ficaram gravadas em nosso sistema nervoso, como supõem os
biólogos, a partir da necessidade de sobrevivência ao longo da evolução da espécie, nos
garantindo vasto repertório emocional.
35
A própria raiz da palavra emoção, do latim “movere”, acrescida do
prefixo “e”, que denota afastar-se, indica que em qualquer emoção está implícita a
propensão para um agir imediato 25 (Golemam, 1995, p.20).
Sem o peso emocional, os contatos interpessoais ficam insossos. As
emoções são importantes também para racionalidade, a faculdade emocional guia
nossas decisões, capacitando ou incapacitando o próprio pensamento, à medida que a
capacidade emocional aumenta, conseqüentemente ocorre o mesmo com a intelectual.
Isso se dá porque dos centros emocionais (sistema límbico) surgiram áreas do
neocórtex, (que detém a capacidade de ter sentimentos sobre os nossos sentimentos), e
destas saem “circuitos” de ligação com outras partes do cérebro, incluindo centros de
pensamento.
As emoções refletem variações anátomo-fisiológicas, sejam estas
momentâneas ou não, e podem caracterizar a “prova” visível ou palpável do processo
mental.
A noção Reicheana de neurose traduz-se em biopatia do encolhimento. A
ansiedade é sinônimo de angústia (aperto, estreito).
O coletivo pode favorecê-la apenas com o olhar. Todo o corpo tende a
tensionar-se. Assim como no medo, todo o corpo tende a imobilizar-se em primeiro
momento, depois torna-se inquieto e pronto para ação. A atenção fixa na ação imediata,
portanto, promover um ambiente que favoreça tais manifestações não condiz com a
possibilidade de promover um aprendizado significante, visto que tais sentimentos
minimizam a capacidade de apreender tal conteúdo e transforma-lo.
Já no ambiente que favorece afetividade, aconchego, sensação de
felicidade, todas as manifestações fisiológicas cooperam para um bom aprendizado.
Na sensação de felicidade, num clima harmonioso, toda atividade do
centro cerebral é incrementada, o que inibe sentimentos negativos que geram
preocupação. Todo corpo tem uma “resposta de relaxamento”, advinda do sistema
parassimpático, provocando um estado geral de calma, satisfação, aumentando a energia
existente, e conseqüentemente, a disposição para seguir em direção a uma grande
variedade de metas.
E por último, a tristeza, sentimento aparente em situações que propiciem
uma decepção significativa ou perda, fracasso. Críticas realizadas de forma não
construtivas, a não obtenção de resultados satisfatórios, ou a não interação com os
36
demais poderiam ilustrar tais situações. É inversamente proporcional a sentimentos
“harmoniosos”, há uma queda geral de energia devido à diminuição da velocidade
metabólica corporal, esse retraimento introspectivo é propositalmente “preparado” pelo
corpo a fim de restaura-lo da frustação, poupando energia para planejar o recomeço. No
entanto, este período deixa o indivíduo muito vulnerável.
Tais fenômenos poderão ser correlacionados às repercussões mútuas que
o grupo promove em seus participantes, de forma mais significativa, a partir da
observação do relato subjacente.
3.3.1 Teoria do arrasto (contágio emocional)
A sincronia entre professores e alunos indica a intensidade da relação
entre eles. Essa sincronia reflete o engajamento entre parceiros, e este poderá ser
positivo ou negativo, de acordo justamente com outro aspecto singular: o estado
emocional de ambos.
Ou seja, propõe-se que o estado emocional possa ser direcionado (em
realidade, não somente ele, como veremos), por outra pessoa. Essa teoria é postulada
por Bernieri e Rsethal, a partir de um processo biológico onde os ritmos biológicos são
afetados, e é chamada em biologia de “Zeitgeber” ou teoria do arrasto26.
Enviamos sinais emocionais sempre que interagimos e esses afetam
diretamente aqueles com quem convivemos. As demonstrações de emoção, causam
impacto imediato, principalmente quando tal demonstração tem pretensões previamente
determinadas, e para produzir um impacto desejado. Ainda que cada indivíduo os
interprete da mesma forma, cada qual terá seu “limiar” de sensibilidade, de percepção,
os efeitos serão sortidos.
Recaptulando: o convívio social pode alterar os ritmos biológicos e o
estado emocional mutualmente dos componentes deste grupo. O fluxo constante de
influências percorre caminhos multidirecionais deste “teia social”. Há a captação destes
“estímulos”, o reconhecimento (ou não), e a transmissão dos mesmos27.
Resta saber, dois aspectos; como este se propagam, e por que nem
sempre são interpretados ou reconhecidos. E para as duas questões poderá ser dada a
mesma resposta: o contágio emocional.
37
Tal termo, acredito que em boa parte dos leitores, remete à associações
diretas com enfermidades, assuntos correlatos a práticas biológicas ou médicas, ou
ainda, àquela que se refere à transmissão direta de um “agente”. Este último, na
verdade, obedece a lógica ao qual se quer chegar.
O contágio emocional ocorre em qualquer interação com o outro.
Captamos e transmitimos modos um dos outros, algo como uma economia subterrânea
da psique, quando tais trocas são “tóxicas” ou revigorantes. E por serem estes
intercâmbios muito sutis, basicamente implícitos, por vezes não os reconhecemos.
Então há um Feedback constante, um reforço contínuo de uma
expectativa pela outra, e conforme o aprofundamento destes relacionamentos, ambos
vão se alterando. Tal processo não poderia simbolizar o fenômeno biológico da
epigênese? “origem atuando sobre origem”28 (Sanches, 2001).
“Da mesma forma que me faço cada vez outro, posso ficar cada vez mais
eu mesmo. Ou faço uma revolução, ou faço uma repetição”29. (Gaiarsa, 2000, p.119).
Dando continuidade ao raciocínio de contágio emocional, pode-se
sustentar a permissão de intercâmbio entre os indivíduos, no entanto, acredita-se que a
transferência emocional (ou “estado de espírito”, se preferirem) se propaga no sentido
da mais expressiva para a mais passiva (ou menos expressiva). Assim, como, postula-se
que em algumas pessoas essa transferência faz-se mais facial ou rapidamente, visto que
tal indivíduo se apresentaria mais susceptível por possuir uma sensibilidade inata capaz
de tornar o seu sistema autônomo mais excitável (sistema marcador de emoções)30.
(Sullins, 1999, p.337).
Do emocional, o psicofisiologista Jonh Cacioppo, acredita que tais
interações passem a se tornarem visíveis ou palpáveis no físico...imitação da mímica
facial do outro, gestos e outros movimentos físicos diversos..., e estes também refletem
o nível de interação, este tipo de análise é muito apreciado por aqueles que se
interessam dita linguagem corporal e comunicação não verbal.
O recurso do psicodrama em dinâmicas grupais utiliza técnicas como a
do espelho, onde imitando certos comportamentos, possa se tomar consciência de si,
visto que segundo o próprio Reich, é imitando ou descrevendo a outra pessoa, que está
se mostrando a ela as suas defesas e identificações31.(Gaiarsa, 2000, p.103).
E assim se está alterando o bioritmo. Adotando tensões mediante
transferências emocionais, modifica-se o tônus muscular, a respiração, enfim todos os
38
sistemas reguladores do bioritmo. La Pierre menciona em seus livros, o que intitula de
“diálogo tônico”, o que nada mais é do que este estado de trocas em busca do “acordo
tônico”, estado fusional que reflete a mesma sintonia, semelhante a comunicação mãe e
bebê, quando esta é satisfatória32. ( La Pierre, s/d).
Então, a tal convivência forçada ditada pelo controle social mencionada
inicialmente, não é meramente fruto de um pacto forjado para obter a adaptação, há
fatores inerentes a ele, estes além de mais lógicos, são bem mais convincentes...
3.3.2 O consenso, a coesão e o conflito
O professor pode preparar o grupo para a diferença, o imprevisível, o
acaso. Desmistificar a associação do inesperado ao ameaçador ou maléfico, transmitir a
idéia de que o acaso, (assim como o diferente) é transformador, e tem a função de
desintegrar o sistema, mas de também reintegrá-lo, e por vezes, em uma forma melhor.
A coesão de um grupo é diretamente proporcional à valência (ou o grau
de atração) do grupo para cada um dos seus participantes. O valor que se atribui ao
grupo decorre das características do próprio grupo (objetivos, atividades...) ou da
necessidade de que se sente de pertencer a tal grupo, seja por que ele nos dá segurança
ou gratifica de alguma forma.
Torna-se mais atraente o grupo, quando sentimos que somos bem
recebidos, que há mais cooperação do que competição entre os participantes, e que a
interação é intensa.
Do mesmo modo, a valência do grupo pode diminuir, se ele deixar de
atender às nossas necessidades (por alterações ocorridas no âmbito pessoal ou no
grupo), quando tal relação deixa de ser satisfatória, brechas para discórdias ou
interferências no consenso anteriormente existente, dá-se origem ao conflito.
Tal conflito, de uma forma ou de outra, vai reorganizar o grupo. Podem
criar subgrupos dissidentes que tendem a separar-se do grupo original, assim como estes
podem ou não destruir a organização mais ampla, dependendo serem ou não
incompatíveis os objetivos que norteiam uns e outros.
Em termos de adaptação ao grupo, pode-se visualizar o fenômeno da
aceitação-rejeição. Decorrente sobretudo deste controle social. Caberá ao professor,
39
favorecer este processo, flexibilizando as normas grupais, mas para tal, primeiramente,
deverá trabalhar em causa própria.
Para criar a sintonia emocional com outro grupo ou pessoa, exige-se
antes de tudo, o desenvolvimento do auto-controle e empatia.. essas competências
sociais são eficazes para se tornarem o suporte necessário para criar a sincronia entre
aprendente-ensinante.
3.3.3 O significado da inclusão/exclusão grupal.
Saber lidar com as discordâncias para que estas não cresçam e prejudique
a execução de um conteúdo ou trabalho que seja, consiste em utilizar a competência da
empatia a fim de poder externar críticas construtivas, criar uma atmosfera onde a
diversidade seja fonte enriquecedora para construção de novos saberes e não de
discórdia.
A flexibilidade do ensinante a lidar com tais questões deve refletir a
ideologia do compartilhamento, da liderança não dominadora, onde o mesmo deve
encarar a discórdia como fator de crescimento, quando contornado em bem estar
comum a todos os membros deste mini grupo social.
Então chegamos a um ponto crucial. Todo cuidado é pouco ao lidar com
um grupo social, visto que desta interação poderá, conforme o mesmo for sendo
direcionado, se obter resultados dos mais adversos surpreendentes e extremos.
A atenção ao grupo, observando a natureza dos conflitos existentes (o
benefício ou não do mesmo) e a postura desenvolvida ao motivar e emitir críticas.
Os problemas de desempenho ou convívio num grupo, não surgem de
repente. O educador como ser humano está sempre propondo seus valores, a
comunicação entre ele e o educando portanto, não se limita a transmissão de
conhecimento ou técnicas, (ainda que existam exceções, tal comportamento frio e
impessoal retornaria ao lugar) da empatia/antipatia; seu comportamento transmite sinais
subliminares da sua compreensão e visão de mundo, e mesmo que não seja utilizada a
linguagem fônica, estará carregado de significações. Por isso frisamos tanto a
importância de aspectos do contágio emocional.
A empatia é alimentada pelo auto-conhecimento, é a base de muitas
facetas e julgamentos morais. Significa “entrar no sentimento”, do grego empáthca,
40
inicialmente traduzida em inglês, e se refere a capacidade de perceber a subjetividade de
outra pessoa, sentir o que o outro está sentindo, o que difere de simpatia, o que significa
sentir junto.
A importância deste mergulho profundo no outro faz-se porque as
emoções raramente são postas em palavras, o corpo também pode entrar em desacordo
com o que ele pensa e diz, no entanto, o professor que amplia sua sintonia com o aluno,
poderá perceber “microdicas” que orientem a sua conduta como mediador deste no
aprendizado.
E para Rogers, é a partir daí que poderá tornar este aprendizado
significante, não para fazer o aluno acumular informações simplesmente, mas de
reorganizar toda sua vida, onde o professor irá deixá-lo “livre”.
3.4 A relevância deste percurso didático para o curso de fisioterapia.
A didática é a ciência que pesquisa e experimenta novas técnicas de
ensino, e tem como objetivo primordial, orientá-lo.
A relevância do uso de dinâmicas de grupo, sobretudo nos cursos de
Fisioterapia, inicialmente, tem como alicerce, alguns princípios da própria educação do
adulto (ou dita processo andragógico):
1. O adulto aprende para aplicação imediata às atividades, executa para
resolver problemas, e não simplesmente para acumular saberes de
utilidade eventual futura;
2. Seu ritmo de aprendizado requer uma metodologia participativa, com
uma linguagem direta e experiências concretas;
3. através do processo de aprendizagem, torna-se cada vez mais apto a
se autodirigirem;
4. O adulto aprende estabelecendo conexões entre os conhecimentos
adquiridos e suas experiências profissionais;
5. Sempre se cobra quanto ao seu desempenho no processo ensinoaprendizagem, (permite a estratégia de auto-avaliação);
6. Sua motivação se liga às expectativas de melhoria na carreira
profissional e reconhecimento social;
41
Visto que o Fisioterapeuta futuramente fará parte de uma equipe de
multiprofissionais, e o uso de tal recurso, que permitem a adoção de técnicas que
favorecem a socialização, o trabalho em equipe, entre outras possibilidades, apenas por
esse fato já atribuem benefícios ao ensino acadêmico que visa aproximação do exercício
profissional, cada vez mais precocemente.
Tal recurso favorece a criatividade, o que será de suprema importância
para o futuro profissional de Fisioterapeuta para que este seja autêntico perante a eleição
de uma enormidade de técnicas e abordagens com as quais desenvolverá o seu programa
terapêutico, e deste dependerá a obtenção ou não do êxito.
Uma vez que trabalha com o público (e outros profissionais, a
experimentação do contato com outro, assim como diferentes pontos de vista, o libertará
de preconceitos e esteriótipos, promovendo a análise crítica, a solidariedade,
favorecendo a empatia através de viabilizar excelente treino em comunicação (em todos
seus aspectos).
Anteriormente , já fora mencionada a importância do conhecimento da
técnica de dramatização para este estudo, uma vez que esta pode relacionar-se com as
disciplinas que envolvem processos decisórios ;(usuais na prática Fisioterápica),
desenvolvem a segurança dos educandos, através de uma pré prática do ensino real
(simulada).
A dramatização informal está penetrando rapidamente em diversos
cursos do ensino superior, assim como a Fisioterapia, a medicina, odontologia (entre
outras) são favorecidas através da análise dos indivíduos, perante o diagnóstico,
tratamento e o exame clínico simulados em companheiros, ampliando o prisma de áreas
que lidam com problemas humanos e sociais.
O estudo de casos, iguala-se à dramatização, no âmbito de levar o aluno
à compreensão de fatos que correspondem a uma determinada situação ao
desenvolvimento de juízos de realidade e de valor, a partir da discussão de casos
verídicos ou não, mas que têm sempre compromisso com o real, muitas vezes, tais casos
não têm solução certa, serão analisadas as vantagens e desvantagens para a decisão
(aliás como ocorre na vida real).
Enfim, em dinâmicas de grupos não ocorre a competição interpessoal
que frusta o derrotado, mas a disputa grupal que se apóia numa solidariedade de
microunidade. Essas técnicas, além de motivadoras, contribuem para desinibição,
42
coerente avaliação dos progressos, fixação dos conhecimentos adquiridos, e
principalmente, o fortalecimento da personalidade do envolvido.
43
CONCLUSÃO
Há que se restaurar o convívio social, há que se restaurar a qualidade
deste convívio social. Uma grande teia social, no mundo virtual, tem menor significado
do que um único fio que conduz a um contato harmonioso com poucos.
A caminhada humana está muito mareada pela competição de uns contra
os outros. Os homens precisam descobrir que a dialética de sua história não é de
competição, mas a do encontro.
E não há melhor território para iniciar essa restauração, do que o próprio
convívio dentro da sala de aula. A microdinâmica deste grupo social está inserida nos
“constructos” da macrodinâmica global (da sociedade).
Wallon nos deixa uma grande lição: “não é na solidão que os processos
de desenvolvimento e aprendizagem ocorrerão, mas no encontro dialético com o outro
enquanto socius inseparável do eu” (Moreira, 2000,p.30).
Pessoas e grupos conscientes precisam ser elementos de transformação, e
a mesma só ocorrerá se houver razões para isto, e se os mesmos conseguirem
estabelecer uma comunicação clara entre si.
O diálogo não se reduz à uma forma de comunicação, consiste numa real
exigência existencial, a palavra autêntica não é soli-lóquio, mas sim encontro, intercâmbio, inter-ação, segundo Freire, que em sua pedagogia defendia o desafio de
“aprender a dizer a sua palavra”.
E é justamente neste sentido, que situa-se a perspectiva do uso da
dinâmica de grupos como recurso didático; ele se faz interessante, à medida que
44
proporciona dimensões favoráveis ao desenvolvimento desta, e de outras (inúmeras)
possibilidades e potencialidades inerentes ao ser humano.
Cada aprendente tem a sua forma de raciocinar, reconhecer as diferenças
é parte fundamental do saber pedagógico.
O educador deve assumir seu status de “provocador” perante ao grupo. A
metodologia escolhida por ela, (assim como os recursos didáticos utilizados), quando
bem eleitos, são instrumentos capazes de oferecer experiências valiosas para o
desenvolvimento da dinâmica interna de um grupo; ativando concomitantemente a ação
interiorizada, à pesquisa intelectual, e favorecer a construção de uma consciência crítica,
que possibilita a verdadeira comunicação entre os homens.
Do respeito à individualidade, o estímulo à livre expressão, à criticidade,
à curiosidade, pode-se vivenciar em conjunto os desafios impostos pela realidade, e
atingir a coerência entre o pensar e o agir, contudo permitindo ( ou melhor,
revolucionando) o conceito de erro, à busca de soluções para os conflitos.
A verdadeira dinâmica de grupos, quando bem implantada oferece o
desenvolvimento da vocação fundamental do homem, que é o vivenciar o “nós”. Não há
espaços para narcisismos, contudo, faz do educando, o sujeito e não o objeto diante da
Educação. Do encontro consigo mesmo, pode lançar-se no caminho da comunhão com o
outro ou outros, eu busca da plena unidade humana.
“No território do grupo há espaço para o múltiplo e para o singular...há o
espaço para o viver”.
Desta forma, pode-se sustentar a utopia de que se estará construindo uma
sociedade mais humana e fraterna.
45
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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4. CORTELLA, M.S. A Ambigua solidão. Folha de São Paulo, p.15,
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49
BIBLIOGRAFIA CITADA
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31. GAIARSA, J. A. O Olhar. São Paulo: Ed. Médicas, 2000. p.105..
32. LAPIERRE, A, AUCOUTURIER, B. A simbologia do movimento:
Psicomotricidade e educação. Trd. Márcia Lewis. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1986. cap.II.
52
ANEXOS
1. Controle de estágio;
2. Atividades extra-classe;
53
ÍNDICE
Agradecimentos _________________________III
Dedicatória _____________________________IV
Resumo ________________________________V
Metodologia ____________________________VI
Sumário ________________________________VII
Introdução ______________________________8
Capítulo I
O homem, a sociedade e a educação _______________10
1.1 O homem enquanto ser relacional _____________________10
1.2 A Sociedade: Aspectos ou fenômenos contemporâneos ____11
1.3 Aspectos gerais dos determinismos na educação __________14
1.4 A Evolução do conceito de educação ___________________16
Capítulo II
A Educação como fato social ________________19
2.1 As finalidades e objetivos educacionais do Ensino Superior_19
2.2 A sala de aula como mini-grupo social__________________21
2.2.1
Vínculos
e
inter-relações
do
processo
Ensino-
aprendizagem_______________________________________21
2.3
A representação dos papeís sociais-________________24
Capítulo III
Dinâmicas de grupos: O Ensino socializado para as
classes de Fisioterapia______________________27
3.1 O conceito de dinâmica de grupo _____________________27
54
3.1.1 O surgimento das dinâmicas de grupos ______________27
3.1.2 A definição da técnica pedagógica (e alguns de seus
exemplos)__________________________________________29
3.2 A definição de ensino socializado _________________31
3.2.1 Professor: líder ou facilitador de um grupo? __________32
3.2.2 Os princípios (ou critérios ) para se tornar um professorfacilitador de um grupo_________________________________33
3.3
As repercussões das dinâmicas de grupos em seus
participantes ___________________________34
3.3.1 Teoria do arrasto (contágio emocional) ______________36
3.3.2 O consenso, a coesão, e o conflito __________________38
3.3.3 O significado da inclusão/exclusão grupal ___________39
3.4 A relevância deste recurso didático para o curso de
Fisioterapia _________________________40
Conclusão _____________________________43
Bibliografia consultada __________________45
Bibliografia citada ______________________49
Anexos
Controle de estágio
Atividades extra-classe
55
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UCAM
INSTITUTO DE PESQUISA SOCIOPEDAGÓGICA
PÓS-GRADUAÇÃO (LATO SENSU)
DINÂMICAS DE GRUPOS COMO RECURSO DIDÁTICO
PARA AS CLASSES DE FISIOTERAPIA (A APROXIMAÇÃO
DO ENSINO ACADÊMICO AO EXERCÍCIO PROFISSIONAL)
DATA DE ENTREGA: ___________________________
AVALIADO POR:___________________________________
GRAU:_____________________________________________
RIO DE JANEIRO, ______DE _______________DE________
___________________________________________________
___________________________________________________
COORDENADOR DO CURSO
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dinâmica de grupos como recurso didático para as classes de